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Saude Coletiva

O que é doença? e o que é saúde?


A literatura nos fala que a doença não pode ser compreendida apenas na relação fisiopatológicas, pois quem
estabelece o estado da doença é o entendimento do sofrimento, da dor, do prazer, enfim os valores e
sentimentos expressos pelo corpo subjetivo que adoece (CANGUILHEM; CAPONI apud BRÊTAS e GAMBA,
2006).
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde é definida como: “Um estado de completo bem-
estar físico, mental e social, e não apenas a ausência de doença ou enfermidade.” A saúde é silenciosa,
geralmente não a percebemos quando estamos saudáveis; na maior parte das vezes apenas a identificamos
quando adoecemos. É uma experiência de vida, vivenciada no interior do corpo de cada indivíduo.

DOENÇA: EVANS e STODDART (1990) afirma que doença não é mais uma ideia apenas relacionada ao
sofrimento, com o mal. Quadros clínicos semelhantes, prognósticos e implicações para o tratamento, podem
afetar as pessoas de diferentes formas, resultando em diferentes manifestações de sintomas e desconforto,
com comprometimento diferenciado de suas habilidades de atuar em sociedade. O Conhecimento clínico
pretende embasar a aplicações apropriada do conhecimento técnico e da tecnologia, no entanto, do ponto
de vista humano, o bem-estar individual e o desempenho social traz uma percepção individual sobre o
conceito de saúde.  
SAÚDE: Essa definição é valida oficialmente até os dias atuais, porém tem recebido críticas e reflexões de
muitos profissionais e pesquisadores da área de saúde. Estes por sua vez a classificam na como UTOPICA e
NÂO OPERACIONAL; caracterizando-a mais como uma declaração do que uma definição (NARVAI 2008)

NARVAI apresenta uma nova compreensão da condição de saúde, dividindo em 3 planos, SUBINDIVIDUAL,
INDIVIDUAL E COLETIVO.
O plano subindividual seria o correspondente ao nível biológico e orgânico, fisiológico ou fisiopatológico.
Nesse plano, o processo saúde-adoecimento seria definido pelo equilíbrio entre a normalidade,
anormalidade, funcionalidade e disfunções. Assim, quando a balança pender para o lado da anormalidade
uma disfunção pode ocorrer em duas situações: a enfermidade e a doença. A enfermidade seria a condição
percebida pela pessoa ou paciente, caracterizando-a como queda de ânimo, algum sintoma físico, ou mesmo
a dor. A doença seria a condição diagnosticada pelo profissional de saúde, com quadro clínico definido.
(NARVAI, 2008).
O plano individual entende que as disfunções e anormalidades que ocorrem nos indivíduos sofrem
alterações no processo saúde doença resultam não apenas nos aspectos biológicos, mas também no
psicológico dos indivíduos, nos grupos e classes sociais, ou seja, teriam dimensões individuais e
coletivas.  (NARVAI et al., 2008).
O plano coletivo o entendimento sobre o processo saúde doença, que é encarado não como a simples
soma das condições orgânicas e sociais de cada indivíduo isoladamente, mas sim uma demonstração
de uma ligação de um processo social mais amplo, que resulta de uma complexa trama de fatores e
relações, representados por diversos determinantes como a família, domicílio, microárea, bairro,
município, região, país, continente etc. (NARVAI et al., 2008). 
O processo Saúde-doença representa o conjunto de ralações e variáveis que produzem e condicionam o estado
de saúde e doença de uma população, que variam em diversos momentos históricos e do desenvolvimento
científico da humanidade.
Os modelos explicativos do processo saúde-doença estão divididos da seguinte forma:

1.Modelo Mágico-religioso ou xamanístico:


 A literatura nos fala que a rejeição a substâncias amargas, a procura de abrigos para o frio, o calor e a chuva,
a necessidade de repousar, são comportamentos que fazem parte do instinto humano esses princípios
antropológicos nos quais se assenta a medicina tradicional, a visão mágico-religiosa, regem também as
relações entre a biomedicina e a população. O âmbito sobrenatural circunscreve o universo dos espíritos e
dos seres transcendentais: Deus, Santos, Orixás, Espírito dos Mortos desde os primórdios.
BATISTELLA explica que durante o período paleolítico, a descoberta do fogo juntamente com o
desenvolvimento de uma linguagem rudimentar corroborou para o desenvolvimento de sociedades na
época, indicando certa organização social entre os homens primitivos. A sobrevivência de caçadores-
coletores, que viviam em bandos nômades, estava diretamente ligada à disponibilidade de alimentos e água
abundante no local onde ficavam. As doenças e agravos eram explicados pela ação sobrenatural de deuses
ou de demônios e espíritos malignos mobilizados por um inimigo, principalmente as que não pudessem ser
entendidos como resultado direto das atividades cotidianas como quedas, cortes e lesões obtidas durante as
caçadas. 
BARROS (2002) descreve que na antiguidade, a medicina mágico-religiosa se inseria em um contexto
religioso mitológico no qual o adoecer era resultante de transgressões de natureza individual ou coletiva,
sendo necessário reatar o enlace com as divindades através dos feiticeiros, sacerdotes ou xamãs por meio de
rituais conforme a cultura local. Ele diz que as relações com o mundo natural se baseavam em deuses
caprichosos e espíritos tanto bons como maus. O   pensamento   mágico-religioso   seria responsável pela
manutenção de um espaço comum social e pelo início da prática médica.  
Nas diversas culturas daquela época, o papel da cura era de responsabilidade dos sacerdotes incas; os xamãs
e pajés entre os índios brasileiros; as benzedeiras e os curandeiros na África.  
Esses líderes espirituais tinham funções e poderes de natureza ritualística, mágica e religiosa e mantinham
contato com o sobrenatural e com as forças da natureza que eles acreditavam. Os rituais de cura para
erradicação do mal e reintegração os doentes davam-se a partir de diferentes recursos caídos em êxtase nos
rituais de convocação, captura e afastamento dos espíritos malignos. Os curandeiros usavam
cânticos, danças, instrumentos musicais, infusões, emplastros, plantas psicoativas, jejum, restrições
dietéticas, reclusão, tabaco, calor, defumação, massagens, fricção, escarificações, extração da doença pela
provocação do vômito, entre outros recursos terapêuticos para atingir essa conciliação (SCLIAR, 2002).
ALMEIDA (2003) afirma que atualmente, ainda trazemos um forte enraizamento histórico nas diferentes
culturas, a visão mágico-religiosa ainda exerce muita influência nas formas de pensar a saúde e a doença na
sociedade contemporânea.
De um lado, o uso disseminado de chás, o recurso às rezas, benzeduras, simpatias, oferendas e os ritos de
purificação, presentes nas diversas crenças e religiões (católica, evangélica, espírita, candomblé entre
outras), atestam a força de sua presença na nossa cultura brasileira.
Nessa direção ele reforça a importância da compreensão dessa visão mágico-religiosa na formação
dos profissionais de saúde, em especial dos agentes comunitários de saúde (ACS), é fundamental que se
reconheça e respeite a expressão dessas crenças e práticas na sociedade, viabilizando esse conhecimento
para que possa conferir maior efetividade nas ações de promoção, prevenção e cuidado, realizadas pelos
serviços de saúde.
2. O modelo Biomédico:      
O modelo biomédico clássico compreende os fenômenos de saúde e doença com base na Biologia.  Nessa
abordagem, a doença é definida como um desajuste ou falta de mecanismos de adaptação do organismo
ao meio, ou ainda como uma presença de perturbações da estrutura viva, causadora de desarranjos na
função de um órgão, sistema ou organismo. Na era da bacteriologia, entende-se que existe um mecanismo
causador das doenças.  As doenças, nesta visão, são definidas pela ação de agentes patogênicos; e o agente
etiológico é compreendido como o causador de toda doença. Ao longo do tempo, esse modelo biomédico
ficou conhecido pelo senso comum que toda doença infecciosa é causada por um agente patogênico
(BERNARD, 1865).
Diante da causa de uma determinada doença, o modelo biomédico emprega uma lógica unicausal
procurando sempre identificar uma única causa a qual explicaria o fenômeno do adoecer, direcionando essa
explicação a se tornar verdadeira. A teoria do contágio, sistematizada por Hieronymus Fracastororius (1478 a
1548) diz que os agentes infecciosos, transmissíveis e que reproduzem por si mesmos são os causadores das
doenças.  A doença se instala quando esses agentes são transmitidos de um indivíduo a outro por
contato direto ou por meio de roupas e objetos alterando os princípios vitais do indivíduo. A partir dessa
ideia constituiu-se a teoria do contágio, que concorreu com a teoria miasmática até finais do século XIX e
propiciou a busca por causas específicas para explicação das doenças (LUZ, 1988).
A confirmação definitiva da teoria do contágio veio em 1876, com Louis   Pasteur (1822-1895) e Robert Koch
(1843-1910), que estabeleceram a teoria dos germes ou teoria bacteriana, que revolucionou o
entendimento sobre o corpo e sobre as relações do homem com o meio ambiente. Segundo esta teoria,
todo germe é considerado ofensivo ou perigoso para a saúde e causador de diversos agravos.                  
Nesse processo, os profissionais de saúde ficaram restritos ao corpo e à biologia humana ignorando o
conhecimento sobre esta relação com o ambiente.  Essa crença na unicausalidade das doenças secundárias  
aos   processos   biológicos, afirmava o biológico apenas como fator determinante do adoecimento.  Esse
modelo centra a explicação num único fator:  o agente biológico, e determina algumas estruturas para o
adoecimento como: os agentes físicos e químicos, biopatógenos, agentes nutricionais, agentes genéticos,
determinantes econômicos, culturais e psicossociais.  Esse período etiológico   está   também   apontado no
nível de atenção   primária, porque podemos atuar coletivamente agindo com
ações de prevenção, promovendo a saúde (com educação) e fazendo a proteção específica da saúde (com
vacinas).  

3. O modelo da História Natural da Doença:        


Enquanto   no   modelo   biomédico (unicausal) o conceito de saúde prevalece na condição exclusiva em
razão da ausência da doença, no    modelo    multicausal, sistematizado por Leavell e Clark, prevalece o
conhecimento da história natural da doença.  O conceito de saúde ganha, ganha uma explicação através da
tríade ecológica (agente, hospedeiro e meio ambiente).  Com esses elementos, o proposto modelo
epidemiológico englobaria o modelo biomédico: “conjunto de processos interativos que cria o estímulo
patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo,
até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte” (LEAVELL; CLARK, 1976).      
PUTTINI et hall descreve o processo natural da doença evolui em dois períodos consecutivos:  
1)  O período pré-patogênico, em que a patologia ainda não está instalada, os determinantes característicos
ao sujeito estruturam algumas disposições ao adoecimento que são:  os agentes físicos e químicos,
biopatógenos, agentes nutricionais, agentes genéticos, determinantes econômicos, culturais e psicossociais.
Esse período etiológico está apontado também no nível de atenção primária, porque podemos
atuar coletivamente agindo com as ações de prevenção e promoção a saúde.
2) O período patogênico, no qual o processo patológico já se encontra instalado, é o período em que a
doença se processa naturalmente no corpo do ser humano, iniciam-se as primeiras alterações no estado de
normalidade, pela atuação de agentes patogênicos. Seguem-se perturbações bioquímicas em nível celular,
provocando distúrbios na forma e função de órgãos e sistemas, evoluindo para as seguintes possibilidades:
defeito permanente (sequela), cronicidade, morte ou cura.
Esse modelo afirma que a doença é a resultante de um desequilíbrio nas autorregulações existentes no
sistema e uma das vantagens pe que possibilita a proposição de barreiras à evolução da doença
mesmo antes de sua manifestação clínica (pré-patogênese).

Historia das politicas de Saude


A saúde sofreu as influências de todo um contexto político-social pelo qual o Brasil passou ao longo do
tempo, para que possamos analisar a realidade hoje existente é necessário conhecer os determinantes
históricos envolvidos neste processo.
1500 até o primeiro Reinado:
Nesse período, o Brasil se submetia econômica e politicamente à metrópole Portugal, onde a exploração
econômica se dava através de ciclos do pau-brasil, da cana de açúcar, da mineração e do café. Nosso país
nesta época foi colonizado por degredados e aventureiros desde o descobrimento até a instalação do
império, portanto não dispunha de nenhum modelo de atenção à saúde da população e Portugal não tinha
nenhum interesse em criá-lo (BERTOLOZZI, 1996).
A atenção à saúde se resumia apenas aos recursos da natureza como plantas ervas e pelos conhecimentos
dos curandeiros que desenvolviam as suas habilidades na arte de curar. A vinda da família real ao Brasil criou
a necessidade de organizar uma estrutura sanitária básica capaz de atender a realeza que se instalava na
cidade do Rio de Janeiro. (POLIGNANO,2001).
Segundo SALLES (1971), a carência de profissionais médicos no Brasil Colônia e no Brasil Império era enorme,
no Rio de Janeiro, em 1789, só existiam quatro médicos exercendo a profissão e em outros estados
brasileiros eram inexistentes. A escassez de uma assistência médica, fez com que os Boticários
(farmacêuticos) se propagassem no país e a estes cabiam manipular fórmulas prescritas pelos médicos e eles
próprios tomavam a iniciativa de indicá-los, hábito que herdamos até hoje.  
Nessa época, a Saúde Pública no Brasil passou a ser baseada em intervenções Sanitárias, que acontecia
apenas nos centros urbanos das cidades, as principais medidas desenvolvidas eram realizadas sob a forma
de campanhas, tais como: a comercialização e transporte de alimentos, cobertura dos portos marítimos
depois que passavam as campanhas tais medidas eram abandonadas assim que se conseguiam controlar os
surtos e epidemias presentes na época (ROSEN, 1994). 
Primeira República 1889 até a Revolução de 1930:
Segundo POLIGNANO (2001), a cidade do Rio de Janeiro, no início do século, apresentava um quadro
sanitário caótico marcado pela presença de diversas doenças graves que acometiam à população. Tais
epidemias como a varíola, a malária, a febre amarela e a peste, geraram várias consequências na saúde
coletiva comprometendo até do comércio exterior, por este motivo os navios estrangeiros não mais queriam
atracar no porto do Rio de Janeiro em função da situação sanitária existente na cidade.  
A literatura nos mostra que na época Rodrigues Alves, presidente do Brasil, nomeou Oswaldo Cruz,
como Diretor do Departamento Federal de Saúde Pública, que se propôs a erradicar a
epidemia de febre-amarela na cidade do Rio de Janeiro, para isso ele criou um "exército" de 1.500 pessoas
que exerciam atividades de desinfecção no combate ao mosquito, vetor da febre-amarela. A falta de
esclarecimentos e as arbitrariedades cometidas pelos “guardas-sanitários” causaram revolta na população
(IYDA, 1994; POLIGNANO, 2001). 
POLIGNANO (2001) aponta para um modelo de intervenção chamado de campanhista, e foi arquitetado
dentro de uma visão militar em que o uso da força e da autoridade eram considerados estratégias
preferenciais de ação.  A população, com receio das medidas de desinfecção (queimando os colchões e as
roupas dos doentes), trabalho realizado pelo serviço sanitário municipal, revoltou-se.  Oswaldo Cruz criou a
Lei Federal nº 1261, de 31 de outubro de 1904, que instituiu a vacinação anti-varíola obrigatória para todo o
território nacional, onde a onda de insatisfação da população se agravou tanto, que surge um grande
movimento popular de revolta que ficou conhecido na história como a revolta da vacina.  Vale ressaltar que
esses modelo campanhista obteve importantes conquistas no controle das doenças epidêmicas, por
exemplo conseguiu erradicar a febre amarela da cidade do Rio de Janeiro, o que fortaleceu o modelo
proposto e o tornou a principal proposta de intervenção na área da saúde coletiva saúde durante décadas.
(POLIGNANO, 2001) 
Oswaldo Cruz criou uma seção demográfica, um laboratório bacteriológico, um serviço de engenharia
sanitária e de profilaxia da febre-amarela, a inspetoria de isolamento e desinfecção, e o instituto
soroterápico federal, posteriormente transformado no Instituto Oswaldo Cruz. (POLIGNANO, 2001) 
Na época, os trabalhadores mais organizados politicamente lutavam pela criação das Caixas de
Aposentadorias e Pensões (CAPs), que se constituíram o princípio do Seguro Social, correspondendo ao
primeiro período da história da Previdência brasileira. As CAPs foram regulamentadas através da Lei Elói
Chaves (BUSS, 1995) e concediam benefícios como aposentadorias e pensões, consultas médicas e
fornecimento de medicamentos. Para isso, era recolhido compulsoriamente do empregado: 3% do salário;
do empregador: 1% da renda bruta das empresas e da União: 1,5% das tarifas dos serviços prestados pelas
empresas (CORDEIRO. 1981).
POLIGNANO (2001) afirma que esta lei seguia as seguintes normativas:
• A lei só era aplicada somente ao operário urbano, os trabalhadores rurais só foram contemplados na
história da previdência do Brasil quando foi criado o FUNRURAL a partir da década de 60.
• As caixas eram organizadas por empresas e não por categorias profissionais.
• A criação de uma CAP não era automática, dependia da mobilização e organização dos trabalhadores de
determinada empresa para reivindicar a sua criação.
 A primeira CAP criada foi a dos ferroviários, o que pode ser explicado pela importância que este setor
desempenhava na economia do país naquela época e pela capacidade de mobilização que a categoria dos
ferroviários possuía. 
POSSAS (1981) afirma que desde o início, o sistema previdenciário não foi baseado no conceito do direito à
previdência social, próprio da cidadania, mas foi apenas um direito contratual, baseado em contribuições ao
longo do tempo. Com a crise do padrão exportador capitalista e o consequente aumento da dívida externa
começaram os confrontos entre os republicanos e os liberais. A crise mundial do café de 1929 afetou
fortemente a economia brasileira onde possibilitou condições propícias para a Revolução de 1930 (ROSSI,
1980).
Esse fenômeno, a Revolução Industrial, fez com que o Estado respondesse às reivindicações dos
trabalhadores, estabelecendo o salário-mínimo, que se limitava aos gastos para a sobrevivência. Isso, só
piorou das condições de vida da população que refletiu no aumento da demanda por saúde e assistência
médica. Os Institutos de Assistência Previdenciária (IAPs) que começaram a prestar serviços no âmbito da
assistência médica. (BERTOZOLLI, 1996).
"Em 1930, Getúlio Vargas, Presidente da República, instalou a revolução que rompeu com a política do café
com leite entre São Paulo e Minas Gerais; ele criou o “Ministério do Trabalho”, o da “Indústria e Comércio”,
o “Ministério da Educação e Saúde”. Em 1937 é promulgada nova constituição que corrobora para a
ditadura. A partir de 1940 foi exigido um sindicato único para os trabalhadores com consequente pagamento
de uma contribuição sindical.  Em 1939 regulamenta-se a justiça do trabalho e em 1943 é homologada
a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT) de acordo com POLIGNANO (2001)."
Essa política de estado foi destinada a todas as categorias de operários urbanos sistematizando todos os
benefícios da previdência social da época. Desta forma, as antigas CAP’s são substituídas pelos INSTITUTOS
DE APOSENTADORIA E PENSÕES (IAP). Nestes institutos os trabalhadores foram organizados por categoria
profissional (marítimos, comerciários, bancários) e não mais por empresa como na Lei Eloy Chaves. Para
POLIGNANO (2001), os IAP’s foram criados de acordo com a capacidade de organização, mobilização e
importância da categoria profissional em questão. O primeiro instituto a ser criado foi o de Aposentadoria e
Pensões dos Marítimos (IAPM), em seguida, em 1934 o dos Comerciários (IAPC) e dos Bancários (IAPB), em
1936 o dos Industriários (IAPI), e em 1938 o dos Estivadores e Transportadores de Cargas (IAPETEL). 

POPULISMO DE 40 A 60:
A queda do Governo Vargas, assume a Presidência o General Eurico Dutra, esse período se caracterizou pelo
aumento dos salários, pela reativação da legislação trabalhista, pela reforma partidária e as negociações
para a instalação de novo pacto social (BERTOLOZZI, 1996). 
POLIGNANO (2001) descreve que em 1941, instituiu-se a reforma Barros Barreto, onde se destacaram as
seguintes ações:
• instituição de órgãos normativos e supletivos destinados a orientar a assistência sanitária e hospitalar;
• criação de órgãos executivos de ação direta contra as endemias mais importantes (malária, febre amarela,
peste); 
• fortalecimento do Instituto Oswaldo Cruz, como referência nacional; descentralização das atividades
normativas e executivas por 8 regiões sanitárias;
• destaque aos programas de abastecimento de água e construção de esgotos, no âmbito da saúde pública;
• atenção aos problemas das doenças degenerativas e mentais com a criação de serviços especializados de
âmbito nacional (Instituto Nacional do Câncer).  
"Em 1960 foi promulgada a lei 3.807, denominada Lei Orgânica da Previdência Social, que veio estabelecer a
unificação do regime geral da previdência social, destinado a abranger todos os trabalhadores sujeitos ao
regime da CLT, excluídos os trabalhadores rurais, os empregados domésticos e naturalmente os servidores
públicos e de autarquias e que tivessem regimes próprios de previdência." ((POLIGNANO, 2001)
DE 1960 ATÉ O FINAL DA DITADURA MILITAR:
Segundo a literatura estudada, o Golpe Militar de 64, foi articulado e executado pelas forças armadas
brasileiras que realizaram um golpe de estado em 31 de março de 1964, e instalaram um regime militar, com
o aval dos Estados Unidos. Foi nesse contexto que emergiu o movimento da reforma sanitária dentro das
universidades, assim, a Universidade passou a ser o espaço onde era possível a oposição às práticas do
regime autoritário da época (ROCHA, 1988; TEIXEIRA, 1989).
Na saúde, as políticas elaboradas incentivavam a privatização dos serviços médicos, através da compra de
serviços pela Previdência e o discurso era de produtividade, crescimento, desburocratização e a
descentralização da execução de atividades (BRAGA; PAULA, 1987).
NICZ (1988) afirma que em 1967, foi criado o Instituto Nacional da Previdência Social (INPS) que unificou
todos os IAPs centralizando todos os recursos financeiros e ampliando a compra de serviços da rede privada.
A criação do INPS unificou diferentes benefícios e na medida em que o trabalhador urbano que tinha carteira
assinada era automaticamente contribuinte e beneficiário desse novo sistema, com isso aumentou o volume
de recursos financeiros capitalizados.  Ao unificar o sistema previdenciário, o governo militar incorporou
alguns os benefícios como, assistência médica em serviços e hospitais próprios.  
Na década de 70 o chamado milagre econômico aliado ao aumento de contribuição dos trabalhadores e o
pequeno número de aposentados e pensionistas, em relação ao total de contribuintes, fez com que o
sistema acumulasse um grande volume de recursos financeiros (POLIGNANO, 2001).  
Desta forma, foram estabelecidos convênios e contratos com a maioria dos médicos e hospitais existentes
no país, pagando-se pelos serviços prestados, proporcionando a estes grupos se capitalizarem,
consequentemente desencadeou o aumento no consumo de medicamentos e de equipamentos médico-
hospitalares, formando um complexo sistema médico-industrial. Este sistema foi se tornando cada vez mais
complexo que o INPS acabou criando uma estrutura própria administrativa, o Instituto Nacional de
Assistência Médica da Previdência Social (INAMPS) em 1978 (POLIGNANO, 2001).
DA NOVA REPÚBLICA ATÉ A ATUALIDADE:
Esse período o foco estava voltado para as eleições diretas para a Presidência. As forças políticas se
organizaram e formaram uma Aliança Democrática impedindo as eleições diretas, e elegeram através da
Câmara, um novo Presidente, Tancredo Neves e, como vice, José Ribamar Sarney. "O antigo modelo
implantado pela ditadura militar entra em crise e a população com baixos salários, contidos pela política
econômica e pela repressão, passou a conviver com o desemprego e as suas graves consequências sociais,
como aumento da marginalidade, das favelas, da mortalidade infantil "(BERTOLOZZI, 1996; POLIGNONO,
2001).
"Tancredo Neves morre e seu vice José Ribamar Sarney assume o posto presidencial, tendo início a chamada
"Nova República". Na tentativa de conter a grande crise inflacionária vivenciada pelo país, foram propostos
vários planos econômicos, que pouco transformaram a realidade econômica e social da nação, ainda
privilegiando os setores mais ricos, em detrimento da maciça população brasileira" (BERTOLOZZI, 1996)
O movimento da reforma sanitária motivou à realização da VIII Conferência Nacional do Saúde em 1986,
onde os debates realizados nesse evento colocaram à tona as políticas de saúde como questões a serem
discutidas com a participação popular marcando a nossa história da saúde no Brasil.

Reforma Sanitaria
AROUCA (1998) diz que o termo “Reforma Sanitária” foi usado pela primeira vez no país em função da
reforma sanitária italiana. Na 8ª Conferência Nacional de Saúde esse termo foi usado para se referir ao
conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações necessárias na área da saúde.
Essas mudanças se faziam necessárias em todo o setor da saúde para melhoria das condições de vida da
população. No início das articulações, o movimento pela reforma sanitária era um conjunto de pessoas com
ideias comuns para o campo da saúde. 
AROUCA (1998) afirmava que o movimento da reforma sanitária nasceu dentro do ponto de vista da luta
contra a ditadura. Os departamentos de Medicina Preventiva da Universidade de São Paulo e da
Universidade de Campinas e o Instituto de Medicina Social da Universidade do Estado do Rio de Janeiro
eram os espaços onde se realizavam essas discussões.
A história nos mostra que durante todo esse processo de revolução na área da saúde várias correntes se
juntaram como protagonistas, como o movimento estudantil, que propagou as ideias da reforma e fez com
que diversos jovens estudantes começassem a se incorporar nessa nova perspectiva da saúde. As Semanas
de Estudos sobre Saúde Comunitária e os Encontros Científicos dos Estudantes de Medicina foram espaços
que proporcionavam ambientes propícios para dialogar com as propostas do movimento sanitário na época
porque eram ignorados pela repressão militar e não caracterizavam o caráter político (imbutido) de suas
discussões (AROUCA, 1998).
Nesse momento esse grupo de trabalho ganhou forças de médicos residentes, que na época trabalhavam
sem carteira assinada e com uma carga horária excessiva, os sindicatos médicos e os Conselhos Regionais de
Medicina. A criação do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes), em 1976, surge com o propósito de
lutar pela democracia, de ser um espaço de divulgação do movimento sanitário, e reúne pessoas que já
pensavam dessa forma e realizavam esses projetos inovadores (AROUCA, 1998).
Segundo AROUCA (1998) a Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp) da Fundação Oswaldo Cruz começou a
discutir algumas diretrizes do movimento sanitário, como os conceitos de descentralização, participação
popular e organização. Vários projetos surgiram na época como a clínica de família e pesquisas comunitárias.
No final ditadura o movimento já tinha propostas conseguindo se articular em um documento
chamado Saúde e Democracia que foi enviado para aprovação do Legislativo.
A 8ª Conferência Nacional de Saúde reuniu mais de quatro mil pessoas, das quais 50% eram usuários da
saúde saindo desse evento a primeira ementa constitucional criado por um movimento social. Esse foi
considerado o maior sucesso da reforma sanitária. Arouca foi quem apresentou o documento Saúde e
Democracia e presidiu a 8ª Conferência Nacional de Saúde, apresentou a emenda popular e, como Deputado
Federal, foi designado como relator da extinção do Inamps. Como resultado do movimento pela reforma
sanitária, Arouca considera uma grande conquista a universalização da saúde e é um dever do Estado e da
função complementar da saúde privada está integrada neste processo; a ideia de que a saúde deve ser
planejada com base nas conferências, a formação dos Conselhos de Saúde como parte do SUS, tendo 50% de
usuários e a formação da Comissão Nacional da Reforma Sanitária transformou a Lei Orgânica 8080.
(AROUCA, 1998)
 Arouca dizia que o conceito de saúde e doença estava ligado a trabalho, saneamento, lazer e cultura e, por
isso, era preciso discutir a saúde não como política do Ministério da Saúde, mas como uma função de Estado
permanente.
8a CONFERÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE:
A 8ª Conferência representou o evento mais significativo no que diz respeito a política de saúde já ocorrido
na história do Brasil.  A nova carta constitucional transformava a saúde em direito de cidadania e dava
origem ao processo de criação de um sistema público, universal e descentralizado de saúde no Brasil (PAIVA
2014).
A VIII Conferência Nacional de Saúde (CNS), realizada no ano de 1986, recomendou um modelo de proteção
social com a garantia do direito à saúde integral e o conceito de saúde passou a ser definida como uma
forma de organização da produção da sociedade e das desigualdades sociais e não apenas como resultado
das condições de alimentação, habitação, educação, trabalho, lazer e acesso aos serviços de saúde.
PAIVA (2014) descreve os eixos temáticos da conferência:
1) saúde como direito;
2) reformulação do Sistema Nacional de Saúde; 
3) financiamento do setor.
Para discutir os rumos do novo sistema de saúde proposto precisou de um amplo processo de mobilização
social, que articulou representação de diferentes segmentos e estimulou a realização de pré-conferências
nos estados. Essas pré-conferências foram organizadas com representantes dos usuários, profissionais de
saúde e entidades sociais, onde foram eleitos seus delegados que o representaria na Conferência Nacional,
neste encontro permitiu a reunião de cerca de quatro mil pessoas em Brasília, dos quais mil eram delegados
com direito a voz e voto, (PAIVA, 2014).

SUS – Principios e Diretrizes


O movimento da Reforma Sanitária nasceu no contexto da luta contra a ditadura, no início da década de
1970. Tal movimento se refere ao conjunto de ideias que se tinha em relação às mudanças e transformações
necessárias para área da saúde naquela época. O marco institucional da 8ª Conferência Nacional de Saúde,
realizada em 1986, propuseram a universalidade do direito à saúde sendo oficializado na Constituição
Federal de 1988 com a criação de um Sistema Único de Saúde (SUS).
O QUE É O SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE (SUS)?
"conjunto de todas as ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais,
estaduais e municipais, da administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo poder público"
(BRASIL, 2000).
A luta pela instituição do SUS partiu da sociedade e suas reivindicações nortearam o "Movimento
Sanitarista" apresentadas na 8 a Conferência Nacional de Saúde que deram subsídios para serem escritos na
Constituição de 1999.
POR QUE SISTEMA ÚNICO?
Porque tem de seguir a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território
nacional, sob a responsabilidade das três esferas de governo federal, estadual e municipal. Assim, o SUS não
é um serviço ou uma instituição, é um Sistema que significa um conjunto de unidades, de serviços e ações
que interagem para um fim comum. Esses elementos integrantes do sistema atuam nas atividades de
promoção, proteção e recuperação da saúde. (BRASIL, 2000)

QUAL É A DOUTRINA DO SUS?


UNIVERSALIDADE:" É a garantia de atenção à saúde por parte do sistema, a todo e qualquer cidadão. Com a
universalidade, o indivíduo passa a ter direito de acesso a todos os serviços públicos de saúde, assim como
àqueles contratados pelo poder público. Saúde é direito de cidadania e dever do Governo: municipal,
estadual e federal." 
EQÜIDADE: "É assegurar ações e serviços de todos os níveis de acordo com a complexidade que cada caso,
more o cidadão onde morar, sem privilégios e sem barreiras. Todo cidadão é igual perante o SUS e será
atendido conforme suas necessidades até o limite do que o sistema puder oferecer para todos."
INTEGRALIDADE: "É o reconhecimento na prática dos serviços de que: cada pessoa é um todo indivisível e
integrante de uma comunidade; é atender o usuário nas ações de promoção, proteção e recuperação da
saúde; as unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, configuram um
sistema capaz de prestar assistência integral." (BRASIL, 1999)

QUAIS OS PRINCÍPIOS ORGANIZATIVOS DO SUS?


REGIONALIZAÇÃO e HIERARQUIZAÇÃO: Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade
tecnológica crescente, dispostos numa área geográfica delimitada e com a definição da população a ser
atendida. Isto implica na capacidade dos serviços em oferecer a uma determinada população todas as
modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando um
ótimo grau de resolubilidade (solução de seus problemas). 
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO:  "A Constituição definiu que, quando por insuficiência do
setor público, for necessário a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob três condições:
1ª - a celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público
prevalecendo sobre o particular;
2ª - a instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS.
Prevalecem, assim, os princípios da universalidade, equidade etc., como se o serviço privado fosse público,
uma vez que, quando contratado, atua em nome deste;
3ª - a integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizativa do SUS, em termos de
posição definida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços.
Dessa forma, em cada região, deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e
privados contratados, quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar. Dentre os serviços privados,
devem ter preferência os serviços não lucrativos, conforme determina a Constituição." (BRASIL, 1990)

QUEM FINANCIA O SUS?


"Os investimentos e o custeio do SUS são feitos com recursos das três esferas de governo federal, estadual e
municipal. Os recursos federais para o SUS provêm do orçamento da Seguridade Social (que também
financia a Previdência Social e a Assistência Social) acrescidos de outros recursos da União, constantes da Lei
de Diretrizes Orçamentárias, aprovada anualmente pelo Congresso Nacional."
"Esses recursos, geridos pelo Ministério da Saúde, são divididos em duas partes: uma é retida para o
investimento e custeio das ações federais; e a outra é repassada às secretarias de saúde, estaduais e
municipais, de acordo com critérios previamente definidos em função da população, necessidades de saúde
e rede assistencial."
"Em cada estado, os recursos repassados pelo Ministério da Saúde são somados aos alocados pelo próprio
governo estadual, de suas receitas, e geridos pela respectiva secretaria de saúde, através de um fundo
estadual de saúde. Desse montante, uma parte fica retida para as ações e os serviços estaduais, enquanto
outra parte é repassada aos municípios, de acordo também com critérios específicos."
"Cabe aos próprios municípios destinarem uma parte de seu próprio orçamento para as ações e serviços de
saúde de sua população. Assim, cada município irá administrar os recursos federais repassados e os seus
próprios recursos alocados pelo governo municipal para o investir e custear as ações de saúde no seu âmbito
municipal. Também os municípios administrarão os recursos para a saúde através de um fundo municipal de
saúde" (BRASIL, 1999). 

Estrategia de Saude da Familia


A história da Saúde Pública brasileira foi escrita com o desenrolar do movimento da reforma sanitária, cujo
marco fundamental foi a VIII Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986, onde foram definidos os
princípios e diretrizes do Sistema único de Saúde (SUS) incorporados na Política Nacional de Saúde, mais
tarde aprovados na Constituição de 1988. A partir de então traçou-se um novo modelo de atenção à saúde
em substituição ao existente (SCHERER, 2005).
O Sistema Único de Saúde (SUS), instituído em 1988 no Brasil, para implementar sua nova política, compete
identificar e divulgar os fatores condicionantes e determinantes da saúde, promover ações e serviços de
saúde, assistir as pessoas por meio de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde prevista nesta
nova lei (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2000).  Visando um atendimento integral à saúde da população, o
Ministério da Saúde elaborou o Programa de Saúde da Família (PSF) que, atualmente deixou de ser um
programa e passou a ser uma estratégia denominada de Estratégia de Saúde da Família (ESF). A prática
assistencial da ESF tem como premissa de trabalho o foco na família, assim possui ações de caráter
preventivo sobre a população que de sua responsabilidade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2003)
No Brasil, a Atenção Básica é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade,
ocorrendo no local mais próximo da vida das pessoas. Ela deve ser o contato preferencial dos usuários, a
principal porta de entrada e centro de comunicação com toda a Rede de Atenção à Saúde. Por isso, é
fundamental que ela se oriente pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da
equidade e da participação social. (BRASIL, 2012).
As Unidades Básicas de Saúde instaladas perto de onde as pessoas moram, trabalham, estudam e vivem
desempenham um papel central na garantia à população de acesso a uma atenção à saúde de qualidade. O
Brasil é único país do mundo com mais de 100 milhões de habitantes com um sistema de saúde público,
universal, integral e gratuita e dotar estas unidades da uma infraestrutura necessária a este atendimento é
um desafio que está enfrentando com os investimentos do Ministério da Saúde. Essa missão faz parte da
estratégia Saúde Mais Perto de Você, que enfrenta os entraves à expansão e ao desenvolvimento da
Atenção Básica no País (BRASIL, 2012).
A ESF prevê a utilização da assistência domiciliar à saúde, tendo como principal ferramenta a visita
domiciliar, como forma de inserir os profissionais para o conhecimento da realidade de vida da população,
bem como o estabelecer um vínculo com ela; visando atender com equidade as necessidades de saúde das
pessoas, utilizando-se da infraestrutura existente nas comunidades e o atendimento à saúde das famílias
(GIACOMOZZI; LACERDA, 2006).
A partir de um diagnóstico situacional da área de abrangência a atuação destes profissionais que compõem
estas equipes conseguem a criar maior vínculo com o usuário e com isso realizar um trabalho sistematizado
e contínuo assumindo como prioridade práticas de promoção da saúde e melhorar a qualidade de vida das
pessoas (FERNANDES; BACKES, 2010).
FERNANDES e BACKES (2010) afirmam que as Equipes de Saúde da Família (ESF) devem estimular a
corresponsabilidade e participação social da população da sua área de abrangência, na busca da construção
e fortalecimento de vínculos. Neste contexto as equipes devem executar ações de vigilância em saúde
relacionadas ao trabalho e ao ambiente da população, realizando o acolhimento humanizado e prestando
atendimento à saúde, realizando as visitas domiciliares e criar espaços para atividades educativas.
O trabalho multiprofissional e interdisciplinar na ESF assume fundamental importância para uma abordagem
integral da saúde da família onde deverá envolver os profissionais e as pessoas/famílias atendidas
(GIACOMOZZI; LACERDA, 2006). Neste contexto entende ser que o grande desafio das equipes de saúde da
família é organizar o seu trabalho de forma a conciliar a demanda dos atendimentos prestados com o
cumprimento de todas as suas atribuições. O olhar da estratégia de saúde da família é uma mola propulsora
para a articulação e fortalecimento da interdisciplinaridade e intersetorialidade como ferramenta
importante para auxiliar os profissionais nesta tarefa (FERNANDES; BACKES, 2010).
COMPOSIÇÃO DA EQUIPE MÍNIMA DA ESF:
A composição mínima da equipe de Saúde da Família é formada de um médico generalista ou especialista
em Saúde da Família ou médico de Família e Comunidade, um enfermeiro generalista ou especialista em
Saúde da Família, um ou dois auxiliares ou técnicos de enfermagem e de 4 a 6 agentes comunitários de
saúde (ACS), podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, a equipe de
saúde bucal: cirurgião-dentista generalista ou especialista em Saúde da Família, auxiliar e/ ou técnico em
saúde bucal (BRASIL, 2012).
Segundo o Ministério da Saúde, o número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população
cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não
ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe; cada equipe de Saúde da Família deve
ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000, respeitando critérios
de equidade para essa definição. Carga horária de 40 horas semanais para todos os profissionais de saúde
membros da equipe de Saúde da Família, à exceção dos profissionais médicos. A jornada de 40 horas, do
médico, deve observar a necessidade de dedicação mínima de 32 horas da carga horária para atividades na
equipe de Saúde da Família, podendo, conforme decisão e prévia autorização do gestor, dedicar até oito
horas do total da carga horária para prestação de serviços na rede de urgência do município ou para
atividades de especialização em Saúde da Família, residência multiprofissional e/ou de Medicina de Família e
de Comunidade, bem como atividades de educação permanente e apoio matricial (BRASIL, 2012).
NÚCLEOS DE APOIO À SAÚDE DA FAMÍLIA (NASF):
Os Núcleos de Apoio à Saúde da Família (NASF) foram criados com o objetivo de ampliar a abrangência e a
finalidade das ações da atenção básica, bem como sua resolubilidade. Estes são formados por equipes
multiprofissionais, que devem atuar de maneira integrada apoiando os profissionais das equipes de Saúde
da Família, das equipes de atenção básica para populações atendidas nos consultórios de Rua, equipes
Ribeirinhas e Fluviais e da academia da saúde atuando diretamente no apoio matricial às equipes da(s)
unidade(s) na(s) qual(is) o NASF está vinculado e no território dessas equipes (BRASIL, 2012).
Os NASF fazem parte da atenção básica não são de livre acesso para atendimento individual ou coletivo,
para a inserção do usuário nesse atendimento, quando necessário, devem ser encaminhados pelas equipes
da atenção básica. A partir das necessidades identificadas nesse contexto, a atenção básica e o NASF, devem
atuarem de forma integrada à Rede de Atenção à Saúde e seus serviços. Essa responsabilidade
compartilhada entre as duas equipes (NASF e ESF) antecipa uma avaliação da prática dos encaminhamentos
com base nos processos de referência e contrarreferência, assim as equipes desenvolvem um trabalho onde
se compartilham os casos e se consiga fazer um acompanhamento longitudinal, atuando no fortalecimento
do cuidado nas Redes de Atenção à Saúde. (BRASIL, 2012).
As atividades realizadas pelos profissionais dos NASF são: discussão de casos, atendimento conjunto ou não,
interconsulta, construção conjunta de projetos terapêuticos, educação permanente, intervenções no
território e na saúde de grupos populacionais e da coletividade, ações intersetoriais, ações de prevenção e
promoção da saúde, discussão do processo de trabalho das equipes etc.  Os NASF podem ser organizados
em duas modalidades, NASF 1 e NASF 2. O NASF 1 e 2 podem ser constituídos pelos seguintes profissionais:
médico acupunturista; assistente social; profissional/professor de educação física; farmacêutico;
fisioterapeuta; fonoaudiólogo; médico ginecologista/obstetra; médico homeopata; nutricionista; médico
pediatra; psicólogo; médico psiquiatra; terapeuta ocupacional; médico geriatra; médico internista (clínica
médica); médico do trabalho; médico veterinário; profissional com formação em arte e educação (arte
educador); e profissional de saúde sanitarista, ou seja, profissional graduado na área de saúde com pós-
graduação em saúde pública ou coletiva ou graduado diretamente em uma dessas áreas. (BRASIL, 2012).

Historia Natural da Doenca


A história natural da doença é o nome dado à sequência de ocorrências desde a exposição da pessoa aos
estímulos que vão levar esse indivíduo a desenvolver uma doença, e seu desenvolvimento, com as respostas
do homem dependentes da sua vulnerabilidade até as alterações que podem levar à morte, ou recuperação
do indivíduo ou a sequelas desse agravo.
Apesar das diferenças de pessoa a pessoa na resposta a esses estímulos, conhecemos muitas doenças com
histórias mais ou menos definidas. Isso permite a aplicação de medidas terapêuticas ou de prevenção que
podem alterar o curso das patologias.
Ela tem então dois períodos importantes e que acontecem em sequência: o período de vulnerabilidade e o
período da doença propriamente dita, conhecida como período patogênico. Assim, na primeira fase, as
ações devem estar voltadas para a prevenção do agravo. Porém, no período patogênico o foco é sobre o
indivíduo que já está acometido por esse agravo. 
FASE SUSCETÍVEL: Corresponde com a exposição efetiva de um hospedeiro suscetível a um agente
(microrganismo ou parasita, no caso de doenças transmissíveis). Durante esse período, os serviços de saúde
podem desenvolver diversas atividades conhecidas como prevenção primaria, divididas em ações de
promoção a saúde e proteção específica do indivíduo.
FASE DE DOENÇA SUBCLINICA OU INAPARENTE: Para doenças transmissíveis, essa fazer é o período de
incubação e para doenças crônicas, período de latência, que pode ser entendido como tempo entre a
exposição do indivíduo ao agende causador da doença e o início dos sinais e sintomas específicos do agravo
nesse indivíduo. Nessa fase, vias de regra, tem um período de modificações anatômica e funcionais que a
caracteriza. Esse intervalo varia dependendo da doença. Porém, apesar de ser imperceptíveis, algumas
alterações podem ser descobertas através de exames laboratoriais conduzidos por uma hipótese diagnostica
ou epidemiológica.
FASE DA DOENÇA COM MANIFESTAÇÕES CLÍNICA: Responsável pela prevenção secundaria, que inicia com o
aparecimento de sinais e sintomas mais específicos de um determinado agravo, e a maioria dos diagnósticos
ocorre apenas a partir desse momento. Existem doenças que podem ser inaparentes, sem sintomatologia
específica, como por exemplo as hepatites. Outras se desenvolvem com sintomatologia moderada ou graves,
como por exemplo as meningites meningocócicas, evoluindo ou não para a morte.
FASE DE RECUPERAÇÃO, INCAPACIDADE OU MORTE: Essa fase compreende a posterior ao diagnostico, que
é conhecida como prevenção terciaria, que tem por objetivo a reintegração do indivíduo a comunidade,
assim ela necessita de uma rede de serviços hospitalares e comunitários para a utilização máxima das
capacidades do individuo afetado.

Ela é dividida em duas grandes fases:


PRÉ-PATOGÊNESE: que é a primeira interação dos fatores relacionados com o agente potencial, o
hospedeiro e o meio ambiente na produção da doença.
PATOGÊNESE: já esta fase é a evolução de um distúrbio no homem, desde a primeira interação com
estímulos que provocam a doença até as alterações de forma e função que daí resultam, um
defeito, invalidez ou morte, ou também, evidentemente, a total recuperação.
Estes períodos são divididos em fases de prevenção:
PREVENÇÃO PRIMÁRIA:
Que se constitui no período anterior ao adoecimento dos indivíduos, quando as ações a serem
tomadas podem ser divididas em dois níveis de prevenção: promoção à saúde e proteção
específica. 
1 - PROMOÇÃO À SAÚDE: são ações de melhoria de qualidade de vida, que não significam proteção
específica a um determinado agravo.
•Educação sanitária;
•Bom padrão de nutrição;
•Atenção ao desenvolvimento da personalidade;
•Moradia adequada, recreação;
•Saneamento;
•Emprego;
2 - PROTEÇÃO ESPECÍFICA: são ações mais específicas, visando a proteção contra um determinado
agravo.
•Imunizações;
•Proteção contra riscos ocupacionais;
•Proteção contra substâncias carcinogênicas e alérgenas;
•Campanhas contra doenças específicas.
Este nível de prevenção abrange o período de incubação para doenças infecciosas ou latência para
as doenças transmissíveis e o período de doenças com manifestações clínicas. Assim sendo foram
divididas as ações em dois níveis (NATAL, 2004):
1 – DIAGNÓSTICO PRECOCE E PRONTO ATENDIMENTO: cujos objetivos são os de curar e evitar o
processo da doença; evitar propagação de doenças contagiosas; evitar complicações e sequelas;
encurtar o período da invalidez.
•Descoberta de casos;
•Pesquisa de triagem;
•Exames seletivos;
•Tratamento precoce.
2 – LIMITAÇÃO DA INVALIDEZ: esta é a fase mais frequente para a realização de diagnósticos,
quando já se tem o quadro clínico instalado.
Diagnóstico tardio, já com quadro clínico do agravo;
Tratamento e intervenções necessárias para limitação da invalidez, como procedimentos cirúrgicos
PREVENÇÃO TERCIÁRIA:
A prevenção terciária tem o objetivo principal de adaptar o indivíduo à sociedade, utilizando o
máximo de sua capacidade produtiva e bem-estar. Está ligado totalmente aos serviços de
reabilitação.
•Garantia de empregabilidade;
•Terapia ocupacional;
•Utilização de asilos.

Indicadores De Saude
Para que servem os indicadores de saúde?
Vamos entender esse conceito melhor assim. Imagine que os dados possam ser exibidos de duas maneiras. 
1 - Valores absolutos
São números inteiros de uma determinada ocorrência, como por exemplo, número de casos de febre
amarela em uma população. Esses dados servem especialmente para planejadores administrativos
resolverem problemas como número de consultas a serem oferecidas, número de leitos necessários,
previsão de doses de vacina etc. Porém, esses dados não permitem comparações entre unidades distintas,
por exemplo, o número de casos de febre amarela ocorridos em uma cidade pequena não pode ser
comparado com o número de casos ocorridos em uma grande metrópole.
2 - Indicadores
Para comparar os dados, é necessário transformá-los em valores relativos, as variáveis dependentes não são
mais frequências absolutas e passam a ser coeficientes e índices. Os indicadores medem o risco, a
probabilidade de adoecer por febre amarela nas diferentes localidades, por exemplo.
Os indicadores mais usados em saúde pública são os de mortalidade geral, prevalência, incidência,
mortalidade infantil, mortalidade materna e o percentual de casos de óbitos no total dessas ocorrências por
variáveis específicas como idade, lugar, entre outras.
Indicadores de Mortalidade: Os coeficientes/indicadores de mortalidade podem ser organizados de acordo
com diversos critérios, como sexo, idade ou estado civil. Os óbitos ocorridos podem ser classificados
segundo causa e lugar.
COEFICIENTE DE MORTALIDADE GERAL
Observe a seguir a fórmula para calcular a mortalidade geral:
CMG = Número de óbitos na população residente em determinado período e área considerada  x 1.000 
            População residente na área no mesmo período

COEFICIENTE DE MORTALIDADE POR CAUSA


A mortalidade por causas permite identificar as causas que mais levam à morte, nas diferentes faixas etárias,
para os distintos sexos, e inclusive permite verificar se há diferenças regionais no país. Ter essas informações
é muito importante para o planejamento das ações em saúde que precisam ser desenvolvidas. Ao saber a
mortalidade segundo as diferentes causas, é possível planejar ações adequadas às diferentes necessidades
de cada região.
O coeficiente de mortalidade por causa é calculado dividindo o número de óbitos ocorridos por determinada
causa pela população exposta e multiplicando o resultado por 100.000, conforme a seguir:
CMC = Número de óbitos por determinada causa ocorridos na população residente numa área e ano
considerados x 100.000 População residente nessa área e ano

COEFICIENTE DE MORTALIDADE INFANTIL


A mortalidade infantil tem sido um dos maiores desafios da saúde, tendo em vista que, se cuidamos bem das
gestantes e das crianças, espera-se que a maioria possa nascer saudáveis, portanto, poucas crianças
deveriam morrer. Lastimavelmente não é bem isso o que ocorre, e só é possível identificar essa situação com
o uso do coeficiente de mortalidade infantil.
O coeficiente de mortalidade infantil mede o risco de morte para crianças menores de 1 ano. Calcula-se
dividindo o número de mortes de crianças menores de 1 ano pelos nascidos vivos naquele ano, em uma
determinada área. 
CMI = Número de óbitos em menores de 1 ano residentes em determinado período e área considerada x
1.000 Total de nascidos vivos de mães residentes nessa área no ano considerado
COEFICIENTE DE MORTALIDADE MATERNA
Como já foi dito, mulheres gestantes não deveriam morrer, afinal gravidez não é doença. Contudo, no Brasil,
a mortalidade materna ainda é alta, o que reflete que os serviços de saúde não estão acompanhando todas
as gestantes de forma adequada e o planejamento familiar tampouco tem o alcance que deveria.
O coeficiente é calculado dividindo-se os óbitos ligados a gestação, parto e puerpério numa certa área e num
certo período pelo número de nascidos vivos no mesmo local e período, conforme a fórmula a seguir:
CMM = Número de óbitos ligados a gestação, parto e puerpério em área e ano considerados x 100.000
Nascidos vivos de mães residentes nessa área e ano
COEFICIENTE DE LETALIDADE
Esse coeficiente mostra a proporção de pessoas que podem morrer por contrair uma determinada doença.
Portanto ele é muito importante entre as variáveis estudadas. Veja a fórmula para o seu cálculo:
CL = Número de óbitos de determinada doença em área e ano considerados x 100 Número de casos dessa
doença nessa área e ano
Diferentemente dos indicadores apresentados antes, a letalidade é um percentual, e a fórmula é
multiplicada por 100, portanto o resultado é sempre apresentado em %.

COEFICIENTE DE INCIDÊNCIA
O coeficiente de incidência corresponde à relação entre o número de casos novos e o total da população
exposta, o que permite realizar estudos comparativos de diferentes épocas e de diferentes populações,
cidades ou países. O coeficiente de incidência mede a velocidade com que novos casos são agregados
àqueles existentes.
Para fazer o cálculo, você deve dividir o número de casos novos de uma doença em um determinado período
e local pela população exposta àquela doença, no mesmo período e local. Multiplique esse resultado por
100.000. Veja a fórmula abaixo:
CI = Número de casos novos na população residente em determinado período e área considerada x 100.000
População exposta no mesmo período e área

COEFICIENTE DE PREVALÊNCIA
Casos prevalentes são os que estão sendo tratados (casos antigos) mais aqueles que foram descobertos ou
diagnosticados (casos novos); portanto, é o número total de casos de uma doença, existentes num
determinado local e período.
O coeficiente de prevalência estabelece relação entre o total de casos e a população que tem risco de ter
essa doença. Portanto, o coeficiente permite comparação ao longo do tempo de uma mesma cidade ou país
e, também, de diferentes espaços, ou seja, diferentes cidades e países. Esse indicador permite comparar
grupos etários, sexo, ocupação e etnia, pois as doenças podem se manifestar de forma diferente nos
distintos grupos.
O coeficiente de prevalência é calculado dividindo-se o número de casos conhecidos de uma dada doença
pela população, em um intervalo de tempo e área determinados, e multiplicando o resultado por 100.000.
Veja a fórmula:
CP = Número de casos existentes (novos + antigos) na população residente em determinado período e área
considerados x 100.000 População residente na área no mesmo período 
O coeficiente de prevalência pode variar para cada doença, dependendo de quantos sobrevivem, quantos
morrem, quantos emigram e quantos casos novos são diagnosticados. Por exemplo, quanto melhor e mais
rápido for o diagnóstico, maior será a prevalência. Também sabemos que pode variar de acordo com a
instituição de novos tratamentos: as drogas que aumentam a sobrevida determinam aumento da
prevalência, e as drogas que diminuem a duração das doenças, daquelas que têm cura, diminuem os
coeficientes de prevalência.

Dinamica da Distribuicao Das Doencas


Os fatores de prevenção como vacinação, saneamento básico, melhor nutrição, atividade física entre outros
interferem diretamente na distribuição das doenças no tempo e espaço. Lembre-se que na ausência desses
fatores, as doenças podem se expandir no espaço e perdurar por muito tempo. Tudo depende dos fatores de
risco e da vulnerabilidade.
ENDEMIA: É quando o número de casos de uma doença se mante dentro do limite esperado. Este limite
pode ser alto ou não.
EPIDEMIA: É a elevação brusca, significativamente acima do esperado e temporária do número de casos de
uma doença em uma determinada área geográfica.
SURTO EPIDÊMICO: É a elevação brusca do número de casos em um tempo e espaço muito delimitados (Ex:
escolas, quarteis, clínicas etc.)
PANDEMIA: É a epidemia ocorrendo em vários países diferentes ao mesmo tempo.

Vigilancia Em Saude
A vigilância em saúde tem por objetivo a observação e análise permanentes da situação de saúde da
população, assim, ela desenvolve um conjunto de ações com a finalidade de prevenir riscos à saúde de
pessoas em determinadas regiões. É fundamental que a vigilância em saúde garanta que a ação seja integral,
que aborde tanto o indivíduo quanto um grupo de pessoas que tenha algo em comum. 
São as ações de vigilância, promoção, prevenção e controle de agravos à saúde. O conceito de vigilância em
saúde inclui: a vigilância e o controle das doenças transmissíveis; vigilância da situação de saúde, a vigilância
das doenças e agravos não transmissíveis; a vigilância ambiental em saúde, vigilância da saúde do
trabalhador e a vigilância sanitária. 
VIGILANCIA EPIDEMIOLOGICA: É a vigilância e controle das doenças transmissíveis, não transmissíveis e
agravos. Tendo como objetivo permitir o conhecimento para prevenir as mudanças em fatores que possam
alterar negativamente a saúde individual ou de uma comunidade. A partir desse conhecimento, a vigilância
epidemiológica entra em ação, adotando ou recomendando medidas para controle da prevenção de doença.
PROMOÇÃO DA SAUDE: Atua sobre tudo o que determina, especialmente os fatores sociais, evitando os
agravos e melhorando a qualidade de vida do usuario.
VIGILANCIA DA SITUAÇÃO DE SAUDE: Voltada ao monitoramento da situação de saúde. Ocorrendo através
dos indicadores de saúde que permitem análises para que se possa fazer o planejamento das ações.
VIGILANCIA EM SAUDE AMBIENTAL: Esta voltada para as mudanças no meio ambiente. Assim, qualquer
mudança que interfira na saúde coletividade ou mesmo na saúde individual, pode ser prevista ou alterada de
acordo com as necessidades e possibilidades.
VIGILANCIA SANITARIA: O principal objetivo é orientar e fiscalizar o funcionamento de prestação de
serviços, produção e circulação de bens para impedir que a saúde se exponha a riscos. Caso ocorra, é
responsabilidade da vigilância sanitária combater as causas desses efeitos nocivos.
VIGILANCIA AS SAUDE DO TRABALHADOR: Promover a saúde da população trabalhadora e
consequentemente diminuir a mortalidade e morbidade de agravos, por meio de ações que interfiram nos
processos produtivos protegendo e promovendo a saúde do trabalhador.

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