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Estudante ou responsável,
No estudo desta quinzena falaremos sobre as lógicas mercantis e o domínio europeu sobre os
mares e o contraponto Oriental. Aprenderemos suas características, faremos leitura e
interpretação desses.
A ÁFRICA NO BRASIL
Os negros foram trazidos para o Brasil entre os séculos XVI e XIX (séculos 16 e 19, ou seja, por
aproximadamente 300 anos). A colonização brasileira foi realizada por Portugal, país europeu
que através das grandes navegações chegou ao território brasileiro no ano de 1500. No começo
da colonização os portugueses buscaram empreender ações econômicas que viessem a
estabelecer lucro para o reino de Portugal. A partir do ano de 1530, a instalação das primeiras
lavouras (plantações) de cana-de-açúcar para atender o mercado de açúcar europeu, exigiu um
elevado número de trabalhadores que não poderia ser obtido em um país tão pequeno como
Portugal.
Foi então que a escravidão surgiu como uma oportunidade de resolver essa demanda por mão
de obra e, ao mesmo tempo, ampliar os lucros com a atividade agroexportadora a ser
desenvolvida por aqui. Dentre os povos escravizados, os indígenas brasileiros tiveram sua força
de trabalho utilizada pelos portugueses, assim como as populações africanas que também eram
colonizadas pelos portugueses. Transformando-se em uma atividade lucrativa para os
portugueses, o tráfico de escravos africanos para o Brasil iniciou a captura, transporte, venda e
exploração sistemática de vários povos do continente africano, diferente dos escravos egípcios já
estudados em nossa aula anterior, os escravos trazidos ao Brasil, eram considerados
mercadoria.
Entre os séculos XVI e XIX (séculos 16 e 19) foi enorme a quantidade de pessoas retiradas de
seus locais de origem para terem sua força de trabalho aproveitada em terras brasileiras. Além
do número de africanos transformados em escravos, devemos também destacar que uma
enorme quantidade de prisioneiros morria nos porões dos navios negreiros (navios que
transportavam os negros de seu continente para a América). Acomodados em condições
degradantes e submetidos a uma dieta alimentar insuficiente, quase metade dos negros trazidos
da África acabava falecendo na travessia do Oceano Atlântico.
Mesmo tendo acabado no ano de 1888, a escravidão negra ainda teve efeitos diversos na
história brasileira. Apesar da libertação, a população negra do Brasil ainda sofreu com o
preconceito e a imposição de baixos salários. Pesquisas recentes mostram que pessoas negras
que exercem a mesma função ou cargo de uma pessoa branca recebem salários menores. Há
alguns anos o governo brasileiro vem tomando algumas ações para amenizar os efeitos
negativos da escravidão. Pela nossa lei, a realização de injúrias racistas ou qualquer tipo de
atividade discriminatória por razão semelhante é punida como crime. Ao mesmo tempo, várias
ações e debates vêm sendo realizados para superar essas lamentáveis marcas deixadas pela
escravidão no Brasil.
Responda as questões em seu caderno.
1- A escravidão no Brasil ocorreu em que séculos?
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2- Qual país realizou a colonização brasileira? Em que ano chegaram em nosso território?
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7) Quais ações o governo brasileiro vem tomando para amenizar os efeitos negativos
da escravidão?
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O Trabalho Escravo no Brasil Colônia
No Brasil, a escravidão teve início com a produção de açúcar na primeira metade do século
XVI. Os portugueses traziam os negros africanos de suas colônias na África para utilizar como
mão-de-obra escrava nos engenhos de açúcar do Nordeste. Os comerciantes de escravos
portugueses vendiam os africanos como se fossem mercadorias aqui no Brasil. Os mais
saudáveis chegavam a valer o dobro daqueles mais fracos ou velhos. O transporte era feito
da África para o Brasil nos porões do navios negreiros. Amontoados, em condições
desumanas, muitos morriam antes de chegar ao Brasil, sendo que os corpos eram lançados
ao mar.
Nas fazendas de açúcar ou nas minas de ouro (a partir do século XVIII), os escravos eram
tratados da pior forma possível. Trabalhavam muito (de sol a sol), recebendo apenas trapos
de roupa e uma alimentação de péssima qualidade.
Passavam as noites nas senzalas (galpões escuros, úmidos e com pouca higiene)
acorrentados para evitar fugas. Eram constantemente castigados fisicamente, sendo que o
açoite era a punição mais comum no Brasil Colônia. Eram proibidos de praticar sua religião de
origem africana ou de realizar suas festas e rituais africanos. Tinham que seguir a religião
católica, imposta pelos senhores de engenho, adotar a língua portuguesa na comunicação.
Mesmo com todas as imposições e restrições, não deixaram a cultura africana se apagar.
Escondidos, realizavam seus rituais, praticavam suas festas, mantiveram suas
representações artísticas e até desenvolveram uma forma de luta: a capoeira. As mulheres
negras também sofreram muito com a escravidão, embora os senhores de engenho
utilizassem esta mão-de-obra, principalmente, para trabalhos domésticos. Cozinheiras,
arrumadeiras e até mesmo amas de leite foram comuns naqueles tempos da colônia.
No Século do Ouro (XVIII) alguns escravos conseguiam comprar sua liberdade após
adquirirem a carta de alforria. Juntando alguns "trocados" durante toda a vida, conseguiam
tornar-se livres. Porém, as poucas oportunidades e o preconceito da sociedades acabavam
fechando as portas para estas pessoas. O negro também reagiu à escravidão, buscando uma
vida digna. Foram comuns as revoltas nas fazendas em que grupos de escravos fugiam,
formando nas florestas os famosos quilombos. Estes, eram comunidades bem organizadas,
onde os integrantes viviam em liberdade, através de uma organização comunitária aos moldes
do que existia na África. Nos quilombos, podiam praticar sua cultura, falar sua língua e
exercer seus rituais religiosos. O mais famoso foi o Quilombo de Palmares, comandado por
Zumbi.
O Dia da Consciência Negra é uma data celebrada no Brasil no dia 20 de Novembro. Este dia
está incluído na semana da Consciência Negra e tem como objetivo um reflexão sobre a
introdução dos negros na sociedade brasileira.
O dia 20 de Novembro foi escolhido como uma homenagem a Zumbi dos Palmares, data na
qual morreu, lutando pela liberdade do seu povo no Brasil, em 1695. Zumbi, líder do Quilombo
dos Palmares, foi um personagem que dedicou a sua vida lutando contra a escravatura no
período do Brasil Colonial, onde os escravos começaram a ser introduzidos por volta de 1594.
Um quilombo é uma região que tinha como função lutar contra as doutrinas escravistas e
também de conservar elementos da cultura africana no Brasil.
Em 2003, no dia 9 de Janeiro, a lei 10.639 incluiu o Dia Nacional da Consciência Negra no
calendário escolar. A mesma lei torna obrigatória o ensino sobre diversas áreas da História e
cultura Afro-Brasileira. São abordados temas como a luta dos negros no Brasil, cultura negra
brasileira, o negro na sociedade nacional, inserção do negro no mercado de trabalho,
discriminação, identificação de etnias etc.
Em inglês, a tradução literal de Dia da Consciência Negra seria "Black Awareness Day". No
entanto, nos Estados Unidos e Canadá existe o "Black History Month" (Mês da História
Negra), que é celebrado todos os anos em Fevereiro.
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2ª) Por ser o Brasil o país que contém a maior população africana fora da África, de que é o resultado da
cultura afro-brasileira e como elas se manifestam?
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3ª) Por que no século XIX, as manifestações, rituais e costumes africanos eram proibidos?
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5ª)Criada em 2003, o que a lei nº 10.639 exige? Em sua opinião que benefício essa lei contribuiu para todos
os brasileiros?
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6ª) Qual a principal influência da música africana no Brasil? Como este estilo está atuando no Brasil hoje?
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7ª) Que tradição africana foi desenvolvida para ser uma defesa? E em que momento ela foi criada?
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8ª) Por qual presidente foi oficializada a capoeira no Brasil e em que ano? E que expressão ele pronunciou
sobre ela?
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9ª) Que religião os escravos africanos quando chegavam no Brasil eram obrigados a seguir? No entanto,
como eram as suas conversões?
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Leia o texto abaixo para responder às questões 1 - 09:
RACISMO
Entenda o que é o racismo, qual é a sua origem e o que representou para o mundo
durante os séculos XIX e XX.
Para se compreender bem o que é o racismo, é necessário saber, antes de tudo, que a
própria palavra racismo tem uma origem relativamente recente. Ela apareceu pela primeira vez
em um artigo publicado em uma revista francesa intitulada Revue Blanche, no ano de 1902.
Nas décadas que se seguiram, o termo começou a se popularizar em quase todas as línguas
europeias (inglês, português, espanhol etc.), sendo usado para denominar as concepções
sobre superioridade e inferioridade racial que começaram a vigorar na Europa a partir do
século XIX.
Em pouco tempo, essas concepções, que tinham aprovação de muitos cientistas da
época, passaram a “justificar” ações políticas racistas em várias partes do mundo. Três
exemplos podem ser dados de imediato (depois voltaremos a eles): 1) a política antissemita
(relativa à perseguição aos judeus – povo semita) na Alemanha nazista, que culminou no
holocausto; 2) o apartheid, na África do Sul; 3) as leis de segregação racial no sul dos Estados
Unidos da América.
O racismo tem uma origem cientificista, isto é, ele se originou a partir de determinadas
teses de cientistas europeus do século XIX, sobretudo médicos e antropólogos, que usaram de
seus conhecimentos para elaborar doutrinas raciais. Um dos procedimentos utilizados por
esses médicos consistia em medir o tamanho do crânio de indivíduos de “raças” diferentes. Os
crânios maiores, que supostamente comportavam mais massa cerebral, eram indicativos de
superioridade racial. Outro procedimento consistia em analisar os traços fisionômicos (relativos
à feição humana, aos traços faciais), como nariz, lábios, orelhas, cor dos olhos, para que fosse
determinado o grau de “pureza racial” atingido por determinada raça ao longo da evolução do
homem.
Racismo no Brasil
Em outras regiões do mundo, como o Brasil, o racismo existiu e ainda existe, mas com uma
diferença grande para os exemplos citados acima: no Brasil, nunca houve, após a abolição da
escravatura, em 1888, leis (nem federais nem estaduais) que segregassem (separassem e
diferenciassem) negros de brancos.
Muitos autores da virada do século XIX para o século XX acreditavam que os vários surtos
de doenças que haviam no interior do Brasil eram resultado da contaminação da raça negra
sobre a branca, que resultara na figura do mestiço, anêmico e doente. Monteiro Lobato,
quando elaborou pela primeira vez seu personagem “Jeca Tatu”, tinha isso em mente. Depois,
com o início das pesquisas sanitaristas (pesquisas médicas que tinham a missão de esclarecer
os agentes de transmissão de doenças, como mosquitos, ratos etc.), Lobato e vários outros
escritores e intelectuais abandonaram as antigas concepções racista.
1. O texto tem a finalidade de
a) revelar os impactos causados pelo racismo no mundo.
b) apresentar as características do racismo como também sua origem.
c) diferenciar os tipos de racismo no Brasil.
d) criticar as pessoas que praticam racismo.
3. Que ações políticas mundiais foram usadas pela sociedade cientificista para justificar
a concepção de racismo?
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4. Segundo o texto,
a) para entender a ideia de racismo é importante reconhecer a sua origem.
b) todas as pessoas desenvolvem atitudes preconceituosas e racistas.
c) um artigo sobre o racismo foi publicado pela primeira vez em um jornal.
d) a política não está relacionada ao racismo, e sim, à cultura.
9. O que foi determinante para os escritores brasileiros, como Monteiro Lobato, a mudar
seu entendimento quanto às concepções racistas?
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