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Professora: Kézia Sueli Ferreira de Almeida.

kezia.almeida@escola.seduc.pa.gov.br 7º ano: A & B


Whatzapp: 991431426 Manhã & Tarde

3º período: 22/03 a 09/04


Aluno(a):
Componente curricular: Est. Amazônicos Objeto de conhecimento: A sociedade Paraense

A Amazônia Negra

Quando se fala sobre a presença negra na Amazônia é frequente ver o espanto das
pessoas. Ainda hoje, especialmente fora da região, é comum ouvir a pergunta: “Mas, afinal, existiu
escravidão na Amazônia?”
Podemos começar respondendo que a experiência da escravidão africana também marcou a
trajetória da parte norte da colônia portuguesa na América. Em decorrência disso, hoje a presença negra
na Amazônia é inegável, com enorme impacto na vida da região, marcando sua história, suas formas de
comer, vestir, amar, dançar, cantar, rezar, trabalhar, juntamente com todas aquelas heranças intangíveis
que as pessoas levam na pele, nos olhos e na alma.
São inúmeros os sinais dessa presença. Existem hoje 406 comunidades quilombolas nos estados
do Amapá, Amazonas, Maranhão e Pará. Os dados são da Fundação Cultural Palmares, entidade do
governo federal responsável pela certificação dessas comunidades, etapa necessária para o
reconhecimento de suas garantias constitucionais e, especialmente, o direito às terras em que vivem. Em
todo o Brasil, são cerca de 2 mil comunidades já certificadas.
Os Negros no Pará
Estudos recentes indicam que a Amazônia foi conectada às redes do tráfico atlântico ainda no fim
do século XVII e, até meados de 1750, estima-se a entrada de cerca de mil indivíduos na região,
provenientes, em especial, da Costa da Mina, área tradicional de comércio negreiro na África.
O tráfico era feito com forte comprometimento da coroa portuguesa e, considerando que o Grão-
Pará e o Maranhão não eram uma de suas rotas mais rentáveis, havia certa irregularidade nos
desembarques até a segunda metade do século XVIII, quando foi criada a Companhia Geral de Comércio
do Grão-Pará e Maranhão.
A partir daí, coube à nova empresa a tarefa de ampliar a oferta de escravos para os proprietários
da região, em especial porque a coroa portuguesa resolveu, no mesmo período, abolir a escravidão dos
índios (1755) que eram trazidos dos altos cursos dos rios amazônicos para servir nas propriedades no Pará
e no Maranhão.
No Pará, a defesa dos indígenas pelos missionários, defendendo a liberdade dos nativos, criou
as condições para a importação de escravos africanos para o Estado do Pará. Os índios eram
trabalhadores indispensáveis e o fim de sua escravidão, somado à presença dos escravos, não representou
uma redução dessa importância.
Eles continuaram a ser empregados em diversas formas de trabalho compulsório e, inclusive,
compartilharam muitas dessas experiências com os escravos negros.
Foi somente com a criação da Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão (1755-1778), visando
o estabelecimento da política pombalina de fomentar as atividades comerciais na Amazônia, que as cifras
dos cativos traficados entre a África e a Amazônia portuguesa aumentam significativamente. Entretanto,
isso não irá dar conta totalmente da carência por trabalhadores escravos na região. Enquanto a Companhia
esteve em funcionamento (1755-1778), estima-se que tenha comercializado perto de 25 mil escravos na
imensa área que hoje conhecemos como Maranhão, Pará, Amazonas e Mato Grosso. Até meados do
século XIX, seguindo os novos fluxos do tráfico internacional, as populações desembarcadas na Amazônia
serão procedentes, em sua maioria, da África Central Atlântica.
Assim, no século XIX já era bastante evidente a presença da população escrava africana nas
vastidões amazônicas, trabalhando com os índios nas lavouras de café, tabaco, cana-de-açúcar, na coleta
de produtos da floresta, nas canoas do comércio e também nos diversos núcleos urbanos existentes
floresta adentro. Como disse o historiador Flávio dos Santos Gomes, há muito tempo a floresta já estava
enegrecida.
Como a região amazônica a ser explorada era imensa, seja para a agricultura ou pela coleta
de produtos de origem florestal necessitava-se de um maior número de força de trabalho para a região.
Desta forma a mão-de-obra na região amazônica se apresentava como uma problemática para os colonos.
Em Portugal já se utilizava a mão-de-obra escrava africana há séculos: a dos negros ou a de árabes do
norte da África. Desde o início da colonização do Grão-Pará houve a necessidade de resolver problemas
de mão-de-obra e Portugal buscou resolver o problema com a escravidão negra africana.
Na Amazônia, o número de escravos negros não chegou a ser tão numerosos quanto em outras
regiões do Brasil. Isto devia-se ao fato de que a atividade básica da região – o extrativismo florestal – exigia
o conhecimento da floresta amazônica e os negros não a conheciam.
As nações africanas que abasteceram o tráfico na região entre o século XVIII e nas primeiras
décadas do XIX foram os bantos, o grupo Sudanês e nações do grupo Guineo-sudanês, além de outras
indicações étnicas consideradas duvidosas.
A maioria da população de escravos negros presentes eram originados diretamente da África,
pois o número de escravos nascidos na região ainda era pequeno. Neste contexto, houve a presença dos
cativos africanos desempenhando várias atividades em diversas regiões do território amazônico e do
Grão-Pará como a presença africana no Baixo Tocantins na coleta das drogas do sertão; no Marajó
com o trabalho na criação de gado; no Baixo Amazonas, onde a coleta do cacau representava a principal
atividade econômica no século XIX; na Ilha das Onças no trabalho de artesanato de cerâmica; além da
presença de escravos no próprio espaço urbano da capital paraense. De fato, o trabalho escravo africano
na Tráfico negreiro com destino a província do Grão do Pará na região amazônica possuiu grande
importância.
Referências Bibliográficas (online)
https://www.passeidireto.com/
https://exercicios.brasilescola.uol.com.br/exercicios-historia/exercicios-sobre-escravidao-
africana.htm#resp-2
https://educacao.uol.com.br/disciplinas/historia/historia-da-escravidao-exploracao-do-trabalho-
escravo-na-africa.htm
Professora: Kézia Sueli Ferreira de Almeida.
kezia.almeida@escola.seduc.pa.gov.br 7º ano: A & B
Whatzapp: 991421426 Manhã & Tarde

3º período: 22/03 a 09/04


Aluno(a):
Componente curricular: Est. Amazônicos Objeto de conhecimento: A sociedade Paraense

ATIVIDADES
1) O que é escravidão?
(A) sistema socioeconômico baseado na
escravização de pessoas;
(B) sistema socioeconômico baseado na
libertação de pessoas;
(C) sistema socioeconômico baseado na
servidão;
(D) sistema socioeconômico baseado na
profissionalização de pessoas;
2) Que metrópole comprava as pessoas
negras para escravizar no Brasil?
(A) Holanda
(B) Portugal
(C) Espanha
(D) França
3) Indique dois motivos que explicam a introdução da escravidão negra na porção americana do
Império português.
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4) Até meados do século XIX, seguindo os novos fluxos do tráfico
internacional, as populações desembarcadas na Amazônia serão
procedentes, em sua maioria, da __________________.
(A) África setentrional
(B) África Meridional
(C) África Central Atlântica.
(D) África Central Oriental.
5) No século XIX já era bastante evidente a presença da população
escrava africana nas vastidões amazônicas. Quais eram as funções
exercidas por índios e africanos escravizados?
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6) Quais foram nações africanas que abasteceram o tráfico na região entre o século XVIII e nas
primeiras décadas do XIX ?
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____________________________________________________________________________________
A maioria da população de escravos negros
presentes eram originados diretamente da África,
pois o número de escravos nascidos na região
ainda era pequeno. Neste contexto, houve a
presença dos cativos africanos desempenhando
várias atividades...

7) Complete o quadro da região e a respectiva atividade exercida pelos escravizados:


Região Atividade
Baixo Tocantins
na criação de gado
Baixo Amazonas
na Ilha das Onças

8) A escravidão indígena adotada no


início da colonização do Brasil, foi
progressivamente abandonada e
substituída pela africana, entre outros
motivos, devido:

a) ao constante empenho do Papado na


defesa dos índios contra os colonos.
b) à completa incapacidade dos índios
para o trabalho.
c) aos grandes lucros proporcionados
pelo tráfico negreiro aos capitais
particulares e à coroa.
d) ao desejo manifestado pelos negros de
emigrarem para o Brasil em busca de
trabalho.

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