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~ 1 U.1½ n 0-c ( - ,, r 1
CIP-BRASIL. CATALOGAÇÃO-NA-FONTE
SINDICATO NACIONAL DOS EDITORES DE LIVROS, RJ.
P493e
1. Epidemiologia. I. Título.
ô o1 iG3V 5'
Capítulo 1
CONCEITOS BÁSICOS
DE EPIDEMIOLOGIA
I. Co:isiderações gerais, 1 que pese ser "epidemia" um termo antigo, aparecendo nos escritos
A. Areas temáticas, 1 desde os tempos da Grécia clássica, a referência mais remota à
B. Defi nições da epidemiologia através do tempo, 3 palavra "epidemiologia" é de um texto espanhol sobre a peste, do
C. Premissas básicas, 3 século XVl.1 Há registro, também, de uma Sociedade de Epidemio-
D. Métodos de investigação, 3 logia, fundada em Londres, em 1850. A partir desta época, aproxi-
E. Corpo de conhecimentos, 4 madamente, as investigações etiológicas sobre as doenças trans-
F. Aplicações da e pidemiologia, 5 missíveis tomaram grande impulso e geraram um vasto conheci-
G. Especificidade da epidemiologia, 5 mento científico, que passou a constar de capítulos, nos livros de
H. Três aspectos da prática da epidemiologia, 5 higiene, com a denominação de "epidemiologia". O status de dis-
ciplina científica, porém, só foi alcançado na metade do século XX,
data do aparecimento dos primeiros livros-texto, detalhando con-
II. Perspectiva histórica, 7 ceitos e métodos, exclusivamente dedicados ao assunto. 2
A. Evolução da epidemiologia até o século XIX, 7 Etimologicamente, "epidemiologia" (epi = sobre; demo=
B. O século XIX, 7 população; logos = tratado) significa o estudo do que afeta a
C. A primeira metade do século XX, 10 população. O conceito original de epidemiologia, que se restrin-
D. A segunda metade do século XX, 12 gia ao estudo de epidemias de doenças transmissíveis, prevale-
E. Pilares da epidemiologia atual, 13 ceu por longo tempo. Recentemente, como veremos, o conceito
evoluiu de modo a abranger praticamente todos os eventos rela-
III. Comentário final, 14 cionados com a saúde das populações.
Questionário, 14
Leitura complementar, 15 A. ÁREAS TEMÁTICAS
Referências bibliográficas, 15
Como era de esperar, na evolução de uma disciplina que se
tornou muito abrangente, o campo da epidemiologia apresenta hoje
várias subdivisões, por área de conhecimento, as quais foram sur-
gindo, à medida que os problemas tornaram-se prioritários.
1. AS DOENÇAS INFECCIOSAS E AS
ENFERMIDADESCARENCIAIS
O capítulo tem por objetivos apresentar uma vi~ão geral
da epidemiologia e familiarizar o leitor co~ os respec~1vos con- No passado, o alvo da epidemiologia era representado pe-
ceitos e temas básicos, que serão expandidos poste_nor~e~t~. las doenças que se apresentavam sob a forma de epidemias bem
Parte substancial da matéria é abordada sob perspectiva h1ston- evidentes, tais como as de cólera, peste, tifo, varíola e febre
ca, realçando a evolução, a utiliza_ção ~tua! ~ a posição de gran- amarela - afecções de evolução aguda e que sempre alarmaram
de abrangência alcançada pela ep1dem10logia moderna. a população e as autoridades. No entanto, para possibilitar a de-
tecção precoce de epidemias, ficou logo evidente a conveniên-
cia do estudo da doença em seus períodos interepidêmicos, pois
I. CONSIDERAÇÕES GERAIS a epidemia é apenas uma fase na evolução do processo mórbido,
na coletividade. Por isto, os estudiosos passaram a vigiar, de ma-
Os temas tratados na epidemiologia não são novos; relativa-
neira contínua, a ocorrência e a distribuição das doenças agudas,
mente nova é a disciplina acadêmica que atende por este nome. Em
■
2 Epidemiologia
Clínica,
:\, pc,,na, . quer 111du1r1do toda a população. quer utili zando ape- Patologia
na, um a amo,tr.i . dc\ta população.
• Rcprc.,cntatividadc da amostra
• Preservação dos ensinamentos hipocráticos A Europa no século XIX era o centro das ciências. Uma
sucessão de acontecimentos influenciava profundamente as pes-
A tradição de Hipócrates foi mantida, entre outros, por Ga- soas e as idéias. A Revolução Industrial, iniciada por volta de
leno (138-201) na Roma antiga, preservada por árabes na Idade l 75~ na Inglaterra e um pouco mais tarde em outros países, pro-
Média e retomada por clínicos, primeiramente na Europa Oci- duz~u um exten~o deslocamento das populações do campo par_a
dental, a partir da Renascença, e depois em, praticamente, toda as cidades, atra1das por emprego nas fábricas recém-criadas. A
pane. época, importantes correntes filosóficas e políticas estavam nas-
Embora muito de Hipócrates e de Galeno tenha chegado cendo ou mostravam suas repercussões, entre as quais a Revolu-
até nós, parte de sua contribuição foi perdida ou deturpada. Acres- ção Francesa do final do século XVIII e o positivismo, o materi-
cente-se que, mesmo a parte que nos chegou até hoje, foi relegada alismo filosófico e os movimentos político-sociais da metade do
a segundo plano, durante certo tempo, dando lugar a outras ex- século XIX. Epidemias de cólera, febre tifóide e febre amarela
plicações. Neste caso, encontra-se a teoria dos miasmas, vigente constituíam graves problemas nas cidades, levando maiores preo-
há séculos, e que dominou o pensamento médico até a segunda cupações quanto à higiene, ao aprimoramento da legislação sa-
metade do século XIX. nitária e à criação de uma estrutura administrativa para a aplica-
ção das medidas preconizadas. A explicação das causas das doen-
• Miasmas ças era disputada entre os que defendiam a teoria dos miasmas e
os que advogavam a dos germes.
A origem das doenças, na teoria miasmática, situava-se na Franceses e ingleses ocuparam posição de destaque na his-
má qualidade do ar, proveniente de emanações oriundas da de- tória da medicina e da epidemiologia daquela época, embora
composição de animais e plantas. A malária,junção de mal e ar, investigadores de outros países tenham, também, produzido obras
deve seu nome à crença neste modo de transmissão. Os miasmas, de grande valor. Entre os cientistas franceses , do século XIX,
11
8 Lp1llrn11 11l11µl ,1
Quadro 1.5 ~1 ort c~ por colera. por 1O mil hahitações, seguintes. outros cientistas também a0 rmaram que as doenças
na" '-CI C primeira, semana._<. de uma epidemi a. ocorrida em eram causadas por agentes animados, difere ntes para cada doen-
l ondrc., em 1854, na população servida por duas ça. conceito que era negado pelas mais importantes figuras da
companhiJ!! de abastecimento de água.
época. .
Companhia.~ de Número de Mortes por Mortes Um passo essenci al para o desenvolvimento da teona dos
por oermes foi a descoberta do microscópio, em 1675 , por va n
3 b~trcimcnt o habitações cólera cada 10 mil
de água
habitações
Leeuwenho ek ( 1632- 1723), que, graças a este engenho, conse-
South" ark & guiu visuali zar pequenos seres vivos, aos quai_s den_omi~ou
\'auxhall 40.046 ª animálculos ", abrindo uma nova direção para as mvest1gaçoes.
1.263 315
Lamhcth 26.107 98 Foi Pasteur, no entanto, a figura central da microbiologia,
37
Rc~to de Londrc\ 256.423 1.422 pois identi fico u e isolou numerosas bactérias, além de fazer tra-
59
hmtc John \ now ~obre a rnane,ra de tran,rn,ssão da cólera. ongmalmcmc publicado cm
balhos pioneiros de imunologia . Entre as suas muitas contribui-
1~~~ ções, está o estudo da natureza da fermentação da cerveja e do
lei te, em 1857, sec undado pela investigação das bactérias
patogênicas e dos meios de destruí-las ou de impedir sua multi-
plicação. Ele constatou que os líquidos sem germes se conser-
A expressão "epidemiologia de campo" significa a coleta vavam livres deles quando devidamente protegidos de contami-
planejada de dados, em geral, na comunidade.1s Snow, na tenta- nação veiculada pelo ar, por insetos ou por outros meios. Des-
ti va de elucidar a etiologia das epidemi as de cólera, visitou nu- cobriu o princípio da pasteurização, em 1865: os micróbios que
merosas residências para minucioso estudo dos pacientes e do causam a transformação do vinho em vinagre podiam ser mor-
ambiente onde viviam, inclusive com exame químico e micros- tos por meio de várias aplicações de calor, em temperaturas que
cópico da água de abastecimento. não causavam danos ao vinho. A convite do governo francês ,
em 1865, estudou e identificou os agentes etiológicos, e os meios
A obra deixada por Snow é muito apreciada como exem-
para combatê-lo s, da praga que prejudicava seriamente a indús-
plo de "experimento natural": conjunto de circunstâncias que
tria nacional do bicho-da-seda, sendo, portanto, um precursor
ocorrem naturalmente e em que as pessoas estão sujeitas a dife-
da colaboração ciência-indústria. Desenvolveu a vacina anti-
rentes graus de exposição a um determinado fator, simulando,
rábica, cuja aplicação permitiu salvar as pessoas mordidas por
assim, uma verdadeira experiência planejada com esta finalida-
cães raivosos, até então irremediavelmente condenadas à mor-
de. Naquela época, duas companhias comerciais forneciam à
te.
população de Londres a água do rio Tâmisa, retirada de locais
Os trabalhos de Pasteur, seguidos pelos de Robert Koch
próximos entre si e muito poluídos. Em determinado momento, (1843-191 O)
e de outros brilhantes microbiologistas, criaram
uma das companhias mudou o local de coleta de água para um a impressão
de que as doenças poderiam ser explicadas por
ponto mais a montante do rio, antes de sua penetração na cidade. uma única causa,
o agente etiológico, que passou para a história
Logo, raciocinou Snow, se a ingestão de água contaminada fos- como a "teoria do germe".
As pesquisas em epidemiologia pas-
se fator determinante na distribuição da doença, a incidência de saram a ter um forte componente
laboratorial, pois parecia evi-
cólera deveria ser diferente entre as pessoas que se abasteciam dente que a busca de agentes para
explicar as doenças substituía,
de uma ou de outra fornecedora de água. Para comprovar a sua com vantagens, a teoria dos miasmas, constituindo
uma linha pro-
hipótese, procurou saber a fonte de suprimento de água de cada missora de investigação etiológica. Além
de tudo, trazia para o
domicílio onde era registrado caso fatal de cólera. Como o dado raciocínio causal uma precisão não encontrada nas
teorias ante-
não existisse na forma por ele desejada, passou, juntamente com riores, qual seja, a comprovação laboratorial da presença
de um
um assistente, a anotar os óbitos registrados como devidos à agente.
doença e a visitar os domicílios, para certificar-se da proveniên-
cia da água. Os resultados encontrados (Quadro 1.5) mostram que • Outras figuras de destaque
a companhia que mudou o seu ponto de captação de água estava
relacionada a uma taxa de mortalidade várias vezes menor, o que Muitos outros vultos históricos poderiam e mereceriam ser
foi tomado como uma forte evidência para sustentar a teoria da citados por suas contribuições expressivas, como Semmelweis,
transmissão hídrica, mormente quando não havia outras diferen- Jenner, Quetelet e Mendel, mas a citação completa seria impra-
ças, de cunho social, geográfico ou demográfico, que pudessem ticável. Apenas aos quatro citados faremos ainda menção.
explicar variações de mortalidade entre os clientes das duas com- O médico húngaro Ignaz Semrnelweis ( 1818-1865) inves-
panhias. tigou as causas da febre puerperal em duas clínicas da materni-
dade em que trabalhava, no Hospital Geral de Viena.27 Em uma
• Louis Pasteur delas, cuja taxa de mortalidade era alta (9,9% nos anos 1841-
1846), os estudantes vinham à enfermaria e examinavam as
Pasteur ( 1822-1895), considerado o pai da bacteriologia, mulheres logo após realizarem dissecações na sala de autópsias.
foi uma das figuras mais importantes da ciência, no século XIX. Na outra, onde a mortalidade era mais baixa (3,4% no mesmo
Foi ele quem assentou as bases biológicas para o e~tu~~ das período, 1841-1846), isto não acontecia. Semmelweis suspeitou
doenças infecciosas, influenciando profundamente a h1stona da de que os estudantes, ao exame, contaminavam as mulheres com
epidemiologia. Na verdade, a noção de que as doenças eram trans- algum material infeccioso. Graças a medidas de higiene e desin-
mitidas por contágio é antiga. No século XVI, Girolamo fecção das mãos, regime instituído nas maternidades no ano de
Fracastorius ( 1484-1553) descreveu a transmissão de infecções 1847, a taxa de mortalidade por infecção materna, em ambas as
por contacto direto, através de gotículas de saliva e de fômites clínicas, diminuiu para 1,3%, no ano de 1848. As conclusões de
(objetos que, contaminados, propagam a infecção). Nos séculos Semmelweis não foram aceitas pelos seus colegas de trabalho.
■
1O Epidcmi ulo~ia
o~trê~ vulto~. ainda aqui lembrados. não o são porque te- grande competência técni ca, o que lhe ~al_eu ser r~c?nhecido
nham efetu ado in ve~ti gações epidemiológicas, da maneira como como um dos grandes vultos da saúde publica bra~Il e1ra. Entre
são vistas atualmente, das quai s é protótipo a de Semmelweis, os que se destacaram no Instituto Oswald? Cruz, ftg ura_Carlos
mas pela repercussão ele suas pesqui sas pioneiras, no campo da Chagas ( 1879-1934 ), que descreveu a entidade nosológ1ca que
epidemiologia e ela prevenção. leva O seu nome. 29 A descoberta ocorreu em 1909, em Lassance
Edward Jenner ( 1743- 1823), médico inglês, foi o primei- Minas Gerais, quando lá esteve para co laborar no combate a u~
ro a utilizar, cientificamente, uma vacina, empregada contra a surto de malária, que dificultava a construção d_a estrada cl_e ferro
varíol a e, por isto, é considerado o pai ela imunologia. local. Também fez parte do grupo de Mangutnh?s o _bnlhante
Jacques Quetelet ( 1796-1857), estatístico belga, é lembra- protozoologista Adolfo ~utz ( 1855-!94,0)_, que hav~a deixado sua
do pela aplicação pioneira cio raciocínio estatístico às ciências posição de diretor do Instituto Bactenolog1co, em Sao Paulo, onde
biológicas e sociais. trabalhara no controle da febre amarela e de outras endemias, ao
Gregor Mendel ( 1822-1884 ), padre e botânico austríaco, lado de outro grande sanitarista, Emílio Ribas ( 1862- 1925).
foi o pioneiro cios estudos de genética. abrindo caminho para Muitas obras públicas no país, naquela época, foram possíveis
d_ecifrar os mistérios da transmissão ele características ele pais para ou facilitadas graças à ação direta dos técnicos do Instituto
fllh?s e, conseqüentemente, explicar, em parte, a distribuição Oswaldo Cruz, indicando as medidas saneadoras preventivas que
cles,gual da doença, na coletividade. deviam ser tomadas ou, indiretamente, em conseqüência do trei-
namento que o Instituto promovia e das descobertas científicas
C. A PRIMEIRA METADE DO SÉCULO XX que ali aconteciam. 28
A história da epidemiologia, neste século, não será narrada 2. DESDOBRAMENTOS DA TEORIA DOS GERMES
com base na referência a vultos ilustres, como na seção anterior,
embora haja citação de alguns nomes - visto compreender acon- Embora o século XIX tenha sido muito rico na produção
tecimentos recentes, com numerosos protagonistas, muitos dos quais do conhecimento, o seguinte assistiu a um progresso ímpar ela
ainda não ultrapassaram o teste do tempo. Além do mais, o que levou ciência e da tecnologia. Os grandes avanços da bacteriologia, já
a epidemiologia à sua posição atual não foi a contribuição de um assinalados, fizeram com que, nas primeiras décadas do século
ou de alguns poucos brilhantes intelectuais, mas a de um conjunto XX, os caminhos ela prevenção se consolidassem através ela
de pequenos avanços, cuja obtenção foi compartilhada por muitos. iclentificacão de agentes etiológicos e dos meios de combater sua
ação morbígena, mediante o aumento da resistência específica
do organismo humano, com o uso das imunizações, e da promo-
1. INFLUÊNCIA DA MICROBIOLOGIA ção do saneamento ambiental.
12 Ep1dcmiologia
Quadro 1.7 Incidência de pelagra , em relação ao co~sumo de porte, como as Investigações In,teramericanas de Monalida.
de carne fresca, em sete pequenas comunidades: Carolina do de.,1.Js Nos Caps. de 4 a 6, o tema e mostrado em detalhe s.
Sul. EUA, 1916
b) INVESTI GAÇÕES ETIOLÓGICAS
O consumo Residências
de carne Total de com casos Quanto às pesquisas etiol_ógi~as, que abrir~m un:ia nova fase
por adulto residências de pelagra .demiolooia merecem c1taçao as que ev1denc1aram O Pa
(gramas/dia) (N.º) (N.º) (%) na epl o • • • 39 d . ·
el da rubéola nas malformações congem tas, as o cigarro na
Menos de 30 p ·oJooia · ,. 40 d ft d ·
282 40 14,2
e,t º de afecções resprratonas e as os a ores e nsco re.
30 a 89 114 4 3,5 !acionados às coronariopatias. 41 Para ta1, f01. necessa,no.
o aper.
90 ou mais 39 1 2.6 feiçoamento de estudos controlados, _de cunho não-experimen.
Total 435 45 10,3 tal, quer prospectivos quer retro~pe~t,~os: Os estud~s de coone
Fonte· Milton Tem, . Goldbcrgc r on pellagra. 196-1."
e de caso-controle têm sido os pnnc1pais tipos de delmeamentos
para investigações etiológicas.
pelagra, mas voltava m a ter a doença quando a dieta retorna- • Os estudos de coorte
va ao seu habitual. Estas investigações foram conduzidas de ma-
neira que se interviesse em apenas um fator, a dieta, fazendo-a Data de meados do século XX o início dos primeiros estu.
variar. deixand o os demais constantes e iguais entre os grupos dos prospectivos, ditos "de coorte", com_o segu!mento decente.
contrastados. Goldberger estava tão confiante na sua teoria so- nas ou milhares de pessoas por anos e ate por decadas e o uso de
bre a etiologia da doença que inoculou material de lesões de pe- técnicas sofisticadas de análise estatística, para esclarecimento
lagra em voluntários, inclusive nele próprio , sem obter a repro- do papel dos fatores de risco nas doenças crônicas não-tran smis-
dução da doença, evidenciando a natureza não-infecciosa da afec- síveis. Uma ilustração deste tipo é o estudo de Framinghan, so-
ção. bre fatores de risco das doenças coronarianas. 41
Estudo s epidemiológicos sobre nutrição como os citados
indicaram soluçõe s para as afecções carenciais, apropriadas ain-
• Os estudos caso-controle
da hoje em dia, mas formuladas muito antes da identificação das
respectivas vitaminas, o que somente ocorreu a partir de 1920.
As dificuldades inerentes à condução de investi gações
prospectivas, de longa duração , empreendidas com o intuito de
D. A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX melhor conhecer a etiologia das doenças crônicas, fizeram com
que fosse amplamente utilizado um outro tipo de pesquisa, de
Após a Segunda Guerra Mundial (1939-1945), houve um natureza retrospectiva, que contorna alguns problemas das inves-
impressionante desenvolvimento da epidemiologia. tigações prospectivas: o estudo caso-controle. Esta modalidade
de investigação, por ter como ponto de partida o paciente e ser
1. A ÊNFASE DAS PESQUISAS de realização mais rápida, se comparada ao estudo de coorte,
estimulou e facilitou a realização de pesquisas em ambientes
O século XX, como já foi assinalado, testemunhou a mu- clínicos. Uma ilustração é a investigação sobre o papel do hábi-
dança do perfil das doenças prevalentes, com a importância cres- to de fumar na etiologia do câncer de pulmão .40
cente das condições crônico -degenerativas, como causas de
morbidade e mortalidade. A epidemiologia progride através da e) AVAIJAÇÃO DE INTERVENÇÕES
pesquisa sobre muitos temas, entre os quais:
Foi só recentemente, a partir de meados do século XX, que
• a determinação das condições de saúde da população; a avaliação de procedimentos preventivos e curativos, através de
• a busca sistemática de fatores antecedentes ao apareci- estudos populacionais controlados, teve maior espaço na litera-
mento das doenças, que possam ser rotulados como agentes ou tura da epidemiologia. São exemplos pioneiros as investigações
fatores de risco; e experimentais levadas a efeito para verificar a eficácia da
• a avaliação da utilidade e da segurança das intervenções estreptomicina no tratamento da tuberculose, 42 da fluoretação da
propostas para alterar a incidência ou a evolução da doença, atra-
água na prevenção da cárie dentária43 e da vacina contra a palio·
vés de estudos controlados. mielite. 44 Desde então, esta metodologia passou a ser amplamente
~sada, sendo exemplo recente do seu emprego a avaliação das
a) DETERMINAÇÃO DAS CONDIÇÕES DE SAÚDE DA POPULAÇÃO
1~tervenções adotadas para reduzir a prevalência de fatores de
nsco das doenças cardiovasculares.45
Os inquéritos de morbidade constituem exemplos de inves-
tigação sobre o estado de saúde da comunidade. Na verdade,
pesquisas deste tipo já haviam sido realizadas em épocas anterio- 2. SITIJAÇÃO ATIJAL
res,36mas somente foram empregadas em grande número e com
maior nível de detalhamento na segunda metade do século XX. Para lidar com o complexo problema da multicausalidade na
realizaç
o mesmo se passou com os inquéritos de mortalidade, dos quais con~oleão de estudos analíticos, em especial dos tipos coorte e caso-
muitos exemplos podem ser encontrados na literatura de algu- , e af~tar, ao mesmo tempo, as numerosas variáveis con-
mas década s atrás, mas apenas a segunda metade do século tes- fundido ras da m~rpretação dos resultados, foi necessário imprimir
temunhou pesquisas desta natureza, bem controladas e de gran- grande complexidade ao arsenal analítico, de caráter estatístico.
pouco acessível ao não-especialista. Como conseqüênci:1. sã() cn·
Conceitos Básicos de Epidemiologia 13
r:icterísticas marcantes da pesquisa epidemiolo'g' d fi I d , - e que passou a ser conhecida como "epidemiologia social".
'X · . 1ca o ma o se-
culo X o ngor metodológico na tentativa de 1·m · · · · Foi o renascer do estudo da determinação social da doença. O
. , . , · , :- ' pnmlf 11nparcia-
1Idad1:
. : na , enficaçao
. _ dos eventos
. , e a sofisti
· caça-o d .
o p1aneJainento seu intuito é o de procurar melhor entender a situaçã? de saúde
das mvest1gaçoes . e da análise . estatística, em comp utador. da população, em especial nas regiões subdesenvolvidas - _ou
Yale assmalar a publicação pioneira em 1960 d . .
. - d 1· , , a pnme1- dos segmentos desfavorecidos da população, mesmo das naçoes
d
ra e 1çao• e um 1vro-texto que teve r:,orande m · fl uencia
, · no de-
• , industrializadas - dentro de alguns postulados básicos, que são
senvol v1mento
. , . da epidemiologia.
,
7 Nele é feita · · smte-
a pnme1ra , encontrados principalmente na sociologia. Conseqüentemente,
se dos pnnc1p1os e metodos ,utilizados . na epi'derru· 1 · -
o og1a, e sao o seu objetivo tem sido o de produzir conhecimentos dentro de
abordadas,
.. em detalhe, as tecmcas mais si
' mple d
s os estu osd uma lógica até então pouco utilizada ou totalmente esquecida na
descnt1vos, bem como a metodol?gia mais avançada dos estu- epidemiologia. 49 Ajustificativa de semelhante enfoque advém da
dos caso-controle, de coorte e de mtervenção rand · d
Na atua]I.dade, a situação.
é complexa. Praticam t t d
orruza a. constatação das enormes desigualdades existentes na socieda~e
' d ·, . en e o os os e que, enquanto este contexto de desigualdades não for resolvi-
agravos à sau eJa ,oram ou estão sendo estudados atr , d ·
· - ·d · ] ' • aves e mves- do, a saúde dos grupos socialmente menos favorecidos sofrerá
ugaçoes
_ , ep1 • em10f'og1cas.
. Nas
. ,pesquisas
. etiológicas são anali sados
as suas conseqüências adversas: a alta prevalência de doenças
n~o so os ,atores _1s1cos e b10log1cos, de indiscutível predominân- evitáveis e a dificuldade de acesso aos serviços de saúde, quan-
cia como
, foco de interesse • nas pesquisas
. etiológicas, mas tamem, b,
do deles tem necessidade.
em numero crescente, os 1atores ps1cossociais. Tomou-se claro
. d d' ,para
os pesqmsa
. f' .ores e_estu 1osos da matéria, que os agentes rru·crob'10_
ló~1cos_e 1s1cos n?o _eram capazes de explicar todas as questões de E. PIIARES DA EPIDEMIOLOGIA ATIJAL
euolog1a e prognostico. Isto fez com que conceitos e técnicas de
uso habi~al em outras disciplinas, principalmente em sociologia e O desenvolvimento da epidemiologia, descrito anterior-
psicologia, passassem a ser utilizados e incorporados aos fundamen- mente, fez com que a disciplina, antes restrita à saúde pública e
tos e a~s ~ét_odos da mode~a epidemiologia. A aproximação com com ênfase nos aspectos físicos e biológicos, se expandisse para
estas d1sc~plinas e a neces_s1dade de melhor precisar as condições a área clínica e para a área social, levando a sua incorporação ao
de_apar~c~ento e_evoluç~o das d?en_ças trouxeram, para a epide- currículo de todo o pessoal de saúde. Em vista desta expansão, a
m1olog1a, enf~se ru~~a mruor em tecmcas quantitativas, de que são epidemiologia moderna é uma disciplina complexa, que se vale
exemplos os mquentos em amostras representativas e O uso de dos conhecimentos gerados em muitas outras áreas, mas onde
análises estatísticas multivariadas. A evolução da técnica foi mar- podem ser identificados três eixos básicos: as ciências biológi-
cante na segunda metade do século XX, em grande parte devido às cas, as ciências sociais e a estatística (Quadro 1.8). A boa com-
necessidades inerentes às investigações sobre os múltiplos fatores preensão e a aplicação da epidemiologia, nos dias atuais, reque-
determinantes das doenças crônicas não-transmissíveis.2 rem sólidos conhecimentos sobre estes seus três pilares. Veja-
mos cada um deles, a seguir.
• Duas tendências da epidemiologia atual
• CIÊNCIAS BIOLÓGICAS
No último quarto de século, duas tendências, de contornos
distintos, marcaram a moderna epidemiologia: uma de natureza A epidemiologia apóia-se em conhecimentos biológicos,
clínica e outra de cunho social. encontrados ou desenvolvidos em outras áreas do próprio cam-
po da saúde, tais como a clínica, a patologia, a microbiologia, a
a) EPIDEMIOLOGIA CÚNICA parasitologia e a imunologia. Estas e outras disciplinas afins
contribuem para que se possa melhor descrever as doenças,
É o retorno da epidemiologia ao ambiente estritamente classificá-las mais adequadamente e, assim, atingir maior grau
clínico, mas com característica diferente, em comparação à ên- de precisão na determinação da freqüência com que estão ocor-
fase de outrora, que tinha uma conotação eminentemente ecoló- rendo na população, o que se reflete na qualidade dos estudos de
gica - ou seja, de conhecer o ambiente imediato em que vive o correlação e nas pesquisas, de maneira geral.
paciente, de modo a verificar as circunstâncias que possibilitam
o aparecimento da doença. A prática clínica sempre foi depen-
• CIÊNCIAS SOCIAIS
dente de informações epidemiológicas, essenciais para o diag-
nóstico e para a orientação do paciente. Foram os médicos os
primeiros epidemiologistas, os primeiros que usaram a discipli- As ciências sociais conferem uma dimensão mais ampla à
na, para a pesquisa etiológica ou para conferir uma visão mais epidemiologia. Os fatores que produzem a doença são biológi-
6
abrangente, ou ecológica, à saúde. Mas na década de 1970, sur- cos e ambientais, com significados sociais complexos. A socie-
ge algo diferente: um movimento também de médicos, de cunho dade, da forma como está organizada, embora ofereça proteção
metodológico, para utilizar a epidemiologia e a estatística no aos indivíduos, também determina muitos dos riscos de adoecer,
ambiente clínico, de modo a trazer maior rigor científico à prática bem como o maior ou menor acesso das pessoas às técnicas de
da medicina, e que foi denominado "epidemiologia clínica" .4648 Ele prevenção das doenças e de promoção e recuperação da saúde.
consiste na aplicação dos fundamentos epidemiológicos modernos
ao diagnóstico clínico e ao cuidado direto com o paciente.
Quadro 1.8 Os três pilares da epidemiologia
b) EPIDEMIOLOGIA SOCIAL
Ciências biológicas
Ciências sociais
Trata-se de contestação à visão clássica da epidemiologia Estatística
- criticada como "reducionista", "funcionalista" ou "positivista"
14 Epid emi ologia
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