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Introdução à Política Nacional de Práticas Integrativas e

Complementares (PNPIC)

Historicamente, a Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares (PNPIC) surgiu nos anos 1980 no Brasil, a partir da 8ª Conferência
Nacional de Saúde, que teve ação de promoção, para que discussões fossem
realizadas e houvesse, a partir daí, um grande crescimento acerca das políticas
públicas em torno das novas formas de cuidar da saúde, tendo como foco a
disponibilização da possibilidade de acesso dessas formas terapêuticas para a
população.

A contar dessa demanda de novas técnicas de prevenir e promover a saúde


aos seus pacientes, seguindo de forma clara as diretrizes da Organização Mundial
de Saúde (OMS), que dizem que a saúde é o bem-estar biopsicossocial, e
compreendendo que o ser humano é a junção das estruturas fisiológicas do corpo e
psíquicas da mente, para tratar de forma unificada, no ano de 2006, foi criada e
editada a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC).

Deste modo, com a implantação das PNPIC, houve a regularização dessas


novas terapias e sua aplicação através do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo
seu respectivo escrito relata, o processamento de descentralização da saúde por
meio da atenção primária e a colaboração popular proporcionam aos municípios
grande emancipação e independência. Dessa maneira, as técnicas que constam
relacionadas nos documentos que fazem parte da PNPIC são preconizadas e seu
desimpedimento na cadeia de atendimentos subordina-se à utilização da
administração local, levando em conta suas predileções de procura.

A Portaria nº 145, de 11 de janeiro de 2017, incluiu a lista de procedimentos


já prestados pelo SUS no âmbito da atenção básica, acrescentando novas práticas
às existentes, totalizando 29 terapias do tipo PICS que poderiam ser ofertadas pela
rede do SUS, dispostas nos diversos graus de intrincamento do serviço de saúde,
nada obstante, mais centradas nas ofertas presentes na atenção básica

As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) são procedimentos que


empregam artifícios fundamentados em saberes tradicionais, voltados a precaver
inúmeras patologias, desde uma depressão e hipertensão até casos mais graves. As
PICS também podem ser utilizadas com artifícios de apoio em casos de terapias
paliativas, de certas patologias crônicas, entre outros casos que a terapia
convencional já desacreditou.

O Sistema Único de Saúde (SUS) oferta as PICS nos dias que correm, de
maneira completa e sem custos adicionais aos usuários, além dos impostos por eles
pagos, e são constituídas por 29 modalidades de terapias. As PICS tiveram seu
início de atendimento pela principal porta de entrada do SUS, que é a Atenção
Básica, sendo cuidadas pelas secretarias estaduais e municipais.

Para que a PNPIC fosse possível, foi necessário a realização da promulgação


e da implantação de normas e regulamentos, que surgem de forma documental,
tendo sua elaboração realizada durante conferências e reuniões e, somente após
chegarem a um denominador comum, foram publicadas e implementadas.
Implementação da PNPIC

Indícios científicos vêm demonstrando as vantagens da terapêutica que faz a


mescla da medicina convencional e das práticas integrativas e complementares.
Assim sendo, observa-se um aumento nos números de profissionais qualificados e
instruídos e, com isso, ocorre também uma valorização dos saberes tradicionais, os
quais deram origem a muitas dessas terapias.

A concepção da PNPIC tendo sua implantação no SUS inicia do acolhimento


das regras, normas e recomendações advindas de inúmeras conferências ocorridas
no ambiente nacional de saúde e das advertências, observações e indicações da
Organização Mundial da Saúde (OMS). No ano de 2003, no mês de junho, pessoas
que formavam comitês ligados às associações nacionais de Fitoterapia,
Homeopatia, Acupuntura e Medicina Antroposófica fizeram reuniões com
representantes, incluindo o próprio Ministro da Saúde, oportunidade na qual,
mediante a presença dele e por sua própria solicitação, ficou estabelecido um
agrupamento de profissionais, que ficou sob a tutela e sendo coordenado pelo
Departamento de Atenção Básica, da Secretaria de Atenção à Saúde (SAS), e pela
Secretaria-Executiva, contando com a participação de profissionais que fazem
parte das secretarias de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos e de Gestão do
Trabalho e Educação na Saúde, do Ministério da Saúde; Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa); associações brasileiras de Fitoterapia, Homeopatia,
Acupuntura e Medicina Antroposófica, para discussão e implementação das ações,
no sentido de elaborar a política nacional. Nesta reunião, foram também criados os
primeiros registros documentais sobre a PNPIC.

No dia 24 de setembro de 2003, em conferência, foi reunida uma equipe de


administradores responsável pelo gerenciamento das atividades e pela elaboração
da política nacional, instituindo, no meio de outras ocorrências, a constituição de
quatro subgrupos de atividades, considerando as diferentes áreas, por causa das
peculiaridades de cada uma delas. Como planejamento de produção da política, a
equipe de administração produziu um projeto de ação a ser compartilhado pelos
subgrupos para, mais adiante, ser afirmado em documento técnico único relativo à
política nacional. Os estados e municípios tiveram sua iniciação dos registros do
que seria permitido dentro de seus territórios.

Cada subgrupo teve liberdade para a tomada de diferentes planejamentos


para a concepção de seu projeto de ação, concernente que os subgrupos da
homeopatia, fitoterapia e medicina antroposófica escolheram pela realização de
conferências de amplitude nacional, com grande participação da sociedade civil
organizada, além de conferências técnicas para a organização do projeto de ação.
O subgrupo da medicina tradicional chinesa (MTC)/acupuntura fez a opção por
encontros técnicos, embasados pelos documentos feitos pela OMS para essa área,
entre outros.

A equipe de administradores e os subgrupos de atividades tiveram, nesse


momento inicial, a colaboração dos seguintes órgãos, entidades e instituições para
a elaboração das normas e estratégias para implementação: na coordenação geral
do processo de formulação da política nacional ficaram duas secretarias, o
Ministério da Saúde, a Secretaria-Executiva e a Secretaria de Atenção à Saúde. Já
no subgrupo de atividades na coordenação, ficou a Secretaria de Atenção à Saúde
e a Secretaria de Gestão no Trabalho e Educação na Saúde; Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa). Como variações destes órgãos, estão associações e
sociedades, tais como: Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA);
Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura (SMBA); Associação Médica
Homeopática Brasileira (AMHB); Associação Brasileira de Fitomedicina (Sobrafito);
Associação Brasileira de Medicina Antroposófica (ABMA), entre outras.
Consolidação da PNPIC

A consolidação dos serviços e das atividades dos subgrupos creditados pela


Secretaria-Executiva e pela Secretaria de Atenção à Saúde do Ministério da Saúde e
da redação do planejamento da proposta da Política Nacional de Medicina Natural
e Práticas Complementares, em meados do mês de fevereiro do ano de 2005,
subordinou o documento à apreciação para julgamento e para a sua possível
validação pelas Câmaras Técnicas dos Conselhos Nacionais de Secretários Estaduais
e Municipais de Saúde e tratado na Comissão Intergestores Tripartite.

No ano de 2005, no mês de setembro, o documento, que mais cedo, no


mês de fevereiro deste mesmo ano, foi validado pelas secretarias, teve sua
exposição, tratando da leitura e da discussão de seus termos, em uma conferência
cotidiana do Conselho Nacional de Saúde (CNS), e passou por uma submissão, por
intermédio e indicação do CNS, à Comissão de Vigilância Sanitária e
Farmacoepidemiológica, para ter seu conteúdo e sua procedência julgados e
posterior publicação.

Até chegar a um ponto em comum e após muitas conferências entre


profissionais e equipes técnicas do Ministério da Saúde e de suas secretarias e da
CNS, o planejamento de política foi uma vez mais confrontado e pedida sua
aceitação ao CNS, sendo que isso ocorreu no último mês do ano de 2005. Essa foi
somente mais uma etapa, pois o texto continha limitantes relativos ao que se
apresentava em sua redação e às atividades técnicas, as quais seriam mediadas e
empregadas na medicina tradicional chinesa e acupuntura e até mesmo voltadas à
denominação e nomenclatura da política que estava em averiguação.

Ainda no mês de dezembro do ano de 2005, o CNS sugeriu que fosse


realizada a revisão de trechos do documento que continham informações sobre a
medicina tradicional chinesa e a acupuntura e que tivesse a inserção de outra
atividade, que se tratava do termalismo social e crenoterapia, devendo a
apreciação e apresentação do relatório conter os resultados das análises realizadas
pelo Grupo das Águas, do CNS.

Em vista disso, foi estabelecida uma comissão construída e criada pelo CNS,
a qual teve em seu escopo como membros participantes representantes do CNS,
profissionais técnicos do Ministério da Saúde e conselheiros que não faziam parte
de nenhum dos conselhos envolvidos, para dar um outro olhar. Essa união de
pessoas teve o propósito de discutir e, por fim, redigir o projeto final, que foi
avaliado pelo CNS, que teve o prazo de dois meses para chegar a um denominador
comum e apresentar em conferência em fevereiro de 2006.
Na data marcada, com o projeto redigido de forma finalizada, com todas as
alterações e sugestões devidamente seguidas e constantes no texto, finalmente o
projeto teve sua aprovação pelo CNS, concretizando, assim, a Política Nacional de
Práticas Integrativas e Complementares, a qual foi publicada na forma das
Portarias ministeriais nº 971, de 3 de maio de 2006, e nº 1.600, de 17 de julho de
2006.
O que são Documentos Técnicos da PNPIC

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)


abrange os procedimentos médicos e os meios terapêuticos, que são chamados
pela OMS como medicina complementar, alternativa ou medicina tradicional, que
estão ligados à busca pelo equilíbrio do corpo através de estímulos que ativam as
ferramentas intrínsecas orgânicas, para que se recupere o bem-estar e se previna
pioras, com técnicas seguras e acolhedoras, que auxiliam na formação da conexão
terapêutica e na união entre o meio ambiente, a sociedade e o ser humano. Nas
terapias contempladas pela PNPIC, há também o compartilhamento da visão do
processo saúde, doença e autocuidado.

A OMS, no término dos anos 1970, produziu o programa de medicina


tradicional (MT), com o objetivo de formular as políticas e as diretrizes que
norteariam essa área. A partir disso, foram divulgadas diversas resoluções e
comunicações, com o intuito de afirmar o compromisso da OMS de incentivar a PIC,
para que os estados tenham estímulo para a formulação e a implementação da
PNPIC em seus territórios e do uso integrado e racional da MT nos sistemas de
atendimento à saúde, assim como o fomento às pesquisas científicas nessa área
para produção e elaboração de conhecimento, demonstrando resultados quanto à
segurança do seu uso e ao grau de eficácia e qualidade, fato que está relatado no
documento emitido pela OMS intitulado Estratégia sobre Medicina Tradicional do
ano 2002 até 2005.

Este documento já estava em andamento na década de 1970 pela OMS,


porém, no Brasil, essa abordagem teve início nos anos 1980, após a criação do SUS
e da descentralização da saúde, que deu maior poder de decisão aos estados e
municípios e permitiu que a população desse sua opinião. Isso prova a autonomia
dada para as decisões de suas políticas, promoção, e recuperação da saúde,
permitindo que práticas inovadoras pudessem ser aplicadas.

Para que tudo fosse possível, alguns momentos foram de grande importância
nessa caminhada para regularizar e traçar objetivos e diretrizes da PNPIC:

- 1985: ocorreu a comemoração da aliança entre o Instituto Nacional de


Assistência Médica da Previdência Social (Inamps), Fiocruz, UERJ e Instituto
Hahnemanniano do Brasil, com a intenção de institucionalizar a assistência
homeopática na rede pública de saúde.

- 1986: 8ª Conferência Nacional de Saúde (CNS), considerado o ponto zero


para a oferta da PNPIC no sistema de saúde do Brasil. Ao seu final, foi elaborado o
relatório final pela introdução de práticas alternativas de assistência à saúde no
âmbito dos serviços de saúde, possibilitando ao usuário o acesso democrático de
escolher a terapêutica preferida.

- 1995: a instituição do Grupo Assessor Técnico-Científico em Medicinas Não


Convencionais, através da Portaria GM nº 2.543, de 14 de dezembro de 1995,
editada pela então Secretaria Nacional de Vigilância Sanitária do Ministério da
Saúde.

- 2003: criação de equipe de trabalho no Ministério da Saúde, que teve


como objetivo a criação da Política Nacional de Medicina Natural e Práticas
Complementares, denominada, atualmente, de PNPIC.

- 2005: relatório final do seminário “Águas Minerais do Brasil”, em outubro,


que indica a constituição do projeto piloto de termalismo social no SUS, e o
decreto presidencial que cria o grupo de trabalho para elaboração da Política
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos.
A Utilidade dos Documentos Técnicos da PNPIC

A concepção da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares


(PNPIC) apresenta como ambiente de atuação seu início com a educação popular,
arte, cultura e desenvolvimento social. No SUS, são em número diminuído,
destacando-se o serviço das “práticas não alopáticas” da capital mineira, em que a
medicina antroposófica, com a homeopatia e a acupuntura, foi inserida na rede
municipal inicialmente. Em novembro de 2004, o serviço comemorou uma década
de existência, com um aumento nos números de atendimentos.

No estado de São Paulo, houve destaque da Associação Comunitária Monte


Azul, que auxilia há mais de um quarto de século, oferecendo à comunidade
tratamentos não alopáticos, como massagens, arteterapia e outras aplicações,
sendo que, desde 2001, firmou cooperação com a secretaria municipal de saúde
para auxiliar na implantação da estratégia saúde da família no município.

O Ministério da Saúde, respondendo à exigência de dominar as experiências


que já vinham sendo aplicadas em rede pública de vários cidades e estados,
assumiu como plano a efetivação de uma investigação nacional que tivesse o
envolvimento da verificação das práticas já aplicadas no SUS, tendo como
atividade principal aqueles com vínculo com a MT chinesa ou acupuntura, a
homeopatia, a fitoterapia e a medicina antroposófica, complementadas pelas
técnicas e destrezas complementares à saúde.

A análise se deu pelo Departamento de Atenção Básica, da Secretaria de


Atenção à Saúde, do Ministério da Saúde, no primeiro semestre do ano de 2004, e
ocorreu pelo emprego de questionário, que foi remetido para todos os
administradores dos estados e municípios, responsáveis pela rede de saúde, tendo
como total mais de 5 mil questionários enviados, porém somente 1.340
questionários tiveram devolutiva, e foram com essas repostas que os resultados
analisados geraram um relatório da situação das práticas integrativas e
complementares nas redes de saúde dos municípios e estados, que revelaram a
organização de um pequeno número dessas terapias em cerca de 26 estados
brasileiros – 19 capitais e 213 municípios empregavam as práticas complementares.
Mesmo com o número reduzido de retorno dos questionários, a amostra foi
considerada significativa e estatisticamente quando remetida ao âmbito nacional.

Com isso, ficaram também determinados alguns objetivos a serem


cumpridos, como incorporar a PNPIC ao SUS, pensando na prevenção de pioras do
paciente e no restabelecimento da saúde, com destaque para a atenção básica,
por ter uma forma de tratar focada em um cuidado continuado, com humanização
e cuidado total do bem-estar do corpo e da mente; colaborar para o crescimento
da reparabilidade do conjunto e o aumento do acesso da população às PNPIC,
assegurando a eficácia, a qualidade, a segurança e a eficiência no uso das PIC;
promover a racionalização das ações de saúde, estimulando alternativas inovadoras
e socialmente contributivas ao desenvolvimento sustentável de comunidades; por
fim, estimular as ações referentes ao controle/participação social, promovendo o
envolvimento responsável e continuado dos usuários, gestores e trabalhadores nas
diferentes instâncias de efetivação das políticas de saúde.
Como Utilizar os Documentos Técnicos da PNPIC

Após as reuniões e conferências da OMS e das organizações e associações


brasileiras sobre a MT chinesa e as terapias complementares que trouxeram as
definições e traçaram os objetos como resultado das diretrizes, esse conjunto de
ações levou à estruturação e à consolidação da concentração em PIC por meio do
incentivo à inclusão da PNPIC em todas as categorias de atenção, tendo como
ponto focal a atenção básica.

Houve também a categorização e a inclusão no desenvolvimento da PNPIC,


pensando nos profissionais que poderiam prestar esse tipo de atividade, e
formulou-se uma diretriz regulamentando o caráter multiprofissional e os níveis de
atenção que cada um poderá atender. A instalação e o estabelecimento de ações
que fortalecessem as iniciativas já em andamento e a busca por estabelecer
formas que promovessem o aumento nos valores e mecanismos de financiamento
para essas atividades.

Realizou-se a concepção de regulamentos e diretrizes técnicas e


operacionais para o estabelecimento e o desenvolvimento, para que essas técnicas
complementares pudessem ser abordadas no SUS, junto à articulação da Política
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas e demais políticas do Ministério
da Saúde. Toda esta ação culminou para o desenvolvimento e a suplementação de
artimanhas para a qualificação dos profissionais e das técnicas em PIC, em
especial, as que atuarão no SUS, para que estejam em harmonia com os princípios
e as diretrizes estipulados para o recebimento de educação permanente.

Houve a promoção da divulgação e do partilhamento dos conhecimentos


básicos sobre a PIC para os trabalhadores em saúde, administradores e pacientes
que utilizassem os serviços de saúde, para que tivessem o conhecimento de que os
tratamentos podem incluir metodologias não convencionais, mas participativas,
que façam a união da terapia convencional com as integrativas e complementares.

Ocorreu o suporte técnico e/ou financeiro a delineamentos de qualificação


de profissionais prestadores que visam à atuação na área de comunicação,
informação e educação, para encorajar a popularização da PIC e ter como foco de
atuação estratégias que sejam exercidas na Estratégia Saúde da Família e no
programa de agentes comunitários de saúde. Estes suportes têm como finalidade a
elaboração de materiais de divulgação impressos, como cartilhas, folhetos e
cartazes, e visuais, como vídeos, visando à ascensão de procedimentos
informativos, com a intenção de divulgar e esclarecer sobre as PIC, considerando
as singularidades culturais e regionais brasileiras e de seus públicos-alvo e
prestadores de serviço, bem como os professores e estudantes das diversas áreas
voltadas à saúde e à comunidade em geral.

Estas ações estão sempre estabelecendo o intercâmbio técnico-científico,


visando à propagação do saberes e à permuta de informações decorrentes das
experiências na área da atenção à saúde, formação, educação no campo
permanente e pesquisa com unidades federativas e países onde a prática da PIC
seja norteada por um plano de ação e esteja também vinculada ao serviço público
de saúde.
Introdução das Diretrizes da PNPIC

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)


abrange os procedimentos médicos e os meios terapêuticos na implementação das
diretrizes sob as asserções que nortearam todos os caminhos trilhados. O
prosseguimento da medicina tradicional chinesa – acupuntura (MTCA) em
peculiaridade multiprofissional está contextualizado para as classes profissionais
constantes no quadro de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e em
conformidade com o nível de atenção a ser utilizado na MTCA. No caso da
homeopatia, a premissa utilizada para o seu desenvolvimento dentro da PNPIC
também levou em consideração que quem a realizaria seria uma equipe
multiprofissional, tendo sempre em mente quem seria a equipe e em qual nível de
atenção seria realizada a prestação de atendimento dentro do SUS.

A primeira prática integrativa e complementar em saúde (PIC) foi a MTCA,


que trabalha com estímulos do fluxo de enérgico do corpo através de agulhas
implantadas em pontos específicos do corpo, buscando a homeostase fisiológica do
organismo. Seguida da homeopatia, que é a terapia que busca a cura pelo
semelhante, isto é, a mesma substância que está causando a doença pode curá-la
ou aliviar seus sintomas. O remédio homeopático tem doses pequenas, que
promovem o alívio ao invés de gerá-los. Posteriormente, as plantas medicinais e a
fitoterapia, sendo que este é um medicamento oriundo de derivados vegetais, dos
quais é feito extrato e tem sua concentração dos fitoquímicos existentes nas
plantas medicinais. As plantas medicinais, ou drogas vegetais, são as substâncias
utilizadas in natura, sem processamento químico ou industrial.

Tendo essa realidade como norteadora, foram criadas as diretrizes para


nortear, regularizar e implementar as PICS. Para a MTCA, foram elaboradas oito
diretrizes; para a gestão da homeopatia, sete diretrizes; para a regularização da
utilização das plantas medicinais e da fitoterapia, nove diretrizes. Ainda, houve a
formulação de uma diretriz para gerir a medicina antroposófica e uma diretriz que
regulamentasse tudo voltado ao termalismo social e à crenoterapia.

As diretrizes, de forma geral, regulamentarão a estruturação e o


fortalecimento dos diversos setores que envolvam da MTCA 1 até a MTCA 8; o
aprimoramento de formas para propiciar a qualificação dos profissionais que atuam
no SUS; auxiliarão na divulgação sobre explicações dos métodos; garantirão que
todos tenham acesso à metodologia e aos materiais necessários para sua aplicação;
a realização do acompanhamento durante o tratamento; o incentivo aos estudo
científicos; a integração nas políticas de saúde; a garantia no auxílio de
financiamentos.
Com relação às diretrizes que nortearam a homeopatia (H1 a H7), que tem
como inicial a implementação dessa técnicas nos variados níveis de complexidade
de atenção, ter a segurança de manter os financiamentos para a realização dessa
técnica; prover o acesso dos pacientes da rede SUS aos medicamentos
homeopáticos, apoiando os trabalhos que visam à melhora na formação e educação
de profissionais de qualidade; validação e manutenção da homeopatia no SUS,
socializando o aprendizado, a pesquisa, os estudos científicos e o atendimento
seguindo as características populacionais.

As diretrizes que regulamentam a utilização das plantas medicinais e


fitoterapia (PMF1 a PMF9) iniciam-se com a criação de um glossário de plantas
medicinais; a análise sobre distribuição aos pacientes do SUS; formação e
manutenção do conhecimento, avaliando a introdução dos tratamentos com
plantas medicinais e fitoterapia no SUS; toda parte de incentivo, seja para estudos
científicos ou implementação, para que a população tenha conhecimentos e os
profissionais se aprimorem.
Diretrizes da PNPIC

A criação das diretrizes da PNPIC é dividida pela técnica empregada: MTCA


(medicina tradicional chinesa – acupuntura), H (homeopatia) e PMF (plantas
medicinais e fitoterapia). As diretrizes são:

- MTCA 1: organização e consolidação da atenção em MTCA no SUS, com


impulso da introdução da MTCA em todos os graus de atendimento, com
prioridade para a atenção básica.

- MTCA 2: prosseguimento de habilidades de destrezas em MTCA para


trabalhadores do SUS, de acordo com os princípios e as orientações acerca
da educação permanente no SUS.

- MTCA 3: disseminação e referência dos conhecimentos básicos em MTCA


para pacientes, trabalhadores e administradores do SUS.

- MTCA 4: salvaguarda do ingresso aos materiais estratégicos para MTCA no


entendimento da preservação da qualidade e segurança das atividades.

- MTCA 5: amadurecimento das atividades de assistência e avaliação para


MTCA.

- MTCA 6: incorporação das atividades da MTCA com os princípios da saúde.

- MTCA 7: estímulo à pesquisa, com a intenção de financiar a MTCA no SUS


como porção estratégica de planos de pesquisa no sistema.

- MTCA 8: garantia monetária para as atividades da MTCA.

- H 1: inclusão da homeopatia nos vários graus de complexidade do sistema de


atendimento, com destaque para a atenção básica, através de atividades de
prevenção, recuperação e promoção da saúde.

- H 2: salvaguarda de incentivo qualificado para garantir o seguimento do


grupo de trabalhos fundamentais para a boa prática em homeopatia,
observando as suas particularidades técnicas.

- H 3: fornecimento do ingresso aos pacientes do SUS aos fármacos


homeopáticos receitados, na expectativa do aumento da produção pública.
- H 4: suporte a propostas de construção e educação contínua,
proporcionando a particularidade técnica dos trabalhadores e concordância
com as doutrinas da política nacional de educação permanente.

- H 5: rastreamento e aferição da adição e efetivação da atenção


homeopática no SUS.

- H 6: associar conhecimentos acerca da homeopatia e particularidades da sua


prática, conciliando-as aos vários grupos populacionais.

- H 7: sustentar o progresso de estudos e pesquisas que analisem a


propriedade e requinte a atenção homeopática no SUS.

- PMF 1: produção da listagem nacional de plantas medicinais e de


fitoterápicos.

- PMF 2: fornecimento do acesso a plantas medicinais e fitoterápicos aos


pacientes do SUS.

- PMF 3: instrução e educação contínua dos trabalhadores da saúde em


plantas medicinais e fitoterapia.

- PMF 4: rastreamento e aferição da adição e efetivação da atenção das


plantas medicinais e fitoterapia no SUS.

- PMF 5: consolidação e aumento da atuação popular e do controle popular.

- PMF 6: instauração de políticas de custeios para o progresso de ações


focadas na introdução das plantas medicinais e da fitoterapia no SUS.

- PMF 7: encorajamento à pesquisa e progressão de plantas medicinais e


fitoterápicos, privilegiando a biodiversidade nativa.

- PMF 8: incentivo da utilização consciente de plantas medicinais e dos


fitoterápicos no SUS.

- PMF 9: salvaguarda do acompanhamento da particularidade dos fitoterápicos


pelo sistema nacional de vigilância sanitária.
Utilização das Diretrizes da PNPIC

A priorização das técnicas deve sustentar a introdução de trabalhadores de


saúde com especialização em acupuntura na esfera de apoio, atuação e
corresponsabilização com a Estratégia Saúde da Família (ESF). Ficam descritas as
funções dos trabalhadores que atuarão nessas áreas, tais como a maneira adaptada
e programada seguindo seus trabalhos. Estes profissionais devem: agir na
identificação, junto aos grupos de atenção básica, às equipes das unidades básicas
(UBS) e da ESF e aos cidadãos, das técnicas que serão utilizadas em dada área;
atuar na concretização coletiva de atos que incluam outras políticas sociais;
avaliar, junto às ESFs e equipes de UBS, a repercussão na condição do progresso e
da implementação dessa nova técnica MTCA, mediante indicativos previamente
determinados. Realizar as atividades sempre com bases científicas de referência e
contrarreferência de forma educativa, constitui-se na articulação entre as
unidades mencionadas, sendo que, por referência, compreende-se o trânsito do
nível menor para o de maior complexidade. Inversamente, a contrarreferência
compreende o trânsito do nível de maior para o de menor complexidade. A
realização de discussões clínicas dos casos de pacientes em reuniões tanto do
núcleo quanto nas reuniões de equipes.

Trabalhadores da saúde que exerçam práticas de acupuntura que estejam


vinculados aos sistemas ambulatoriais especializados de média e alta complexidade
têm por obrigação a participação em toda a sistemática para comprovações de
referência e contrarreferência no processo educativo, sendo requisitos
fundamentais, que estão intimamente ligados às questões de acessibilidade,
universalidade e integralidade da assistência. Atuando em qualquer nível, o
profissional, para realizar a acupuntura, deverá ter o título de especialista. Além
disso, normas técnicas devem ser implantadas e incluídas para sua prática no SUS.
A referência pode ser dividida em acolhimento, vínculo e cuidado do paciente, por
exemplo, no tratamento ambulatorial, e a contrarreferência é o acompanhamento
com os retornos.

Pontos relevantes das diretrizes sobre os usuários do SUS são a realização de


difusão das diferentes possibilidades terapêuticas com ponto focal na prevenção de
pioras e promoção do bem-estar em práticas corporais. Para os profissionais, é a
realização de difusão das diferentes possibilidades de utilização das terapias, o
desejo de obtenções com especificidades segundo o modelo utilizado na rede de
referências, mediante as medidas de biossegurança, sendo respeitadas como
opções aos tratamentos convencionais. Para os administradores, gera a
necessidade de custeio do meio de especializar e de capacitar seus subordinados
que atuaram na iniciação e manutenção dessas práticas, podendo ser utilizados
como forma de baratear essa demanda de recursos federais nesse investimento.
Essa cinemática para a implantação da PNPIC gera mecanismos de custeio
para que seja possibilitado o alcance aos materiais necessários, para que essas
práticas alternativas sejam realizadas, e possibilita o alcance da população aos
remédios voltados à homeopatia e a especialização e o ensino de prescrição aos
profissionais. Para a utilização dos medicamentos tanto homeopáticos quanto
fitoterápicos, tem-se a necessidade de adequação das farmácias públicas,
atentando às características regionais e às legislações vigentes. Há a necessidade
de incentivo para a realização da inserção de planos da produção de matéria-prima
homeopática e fitoterápica nos laboratórios oficiais, para fornecimento para as
farmácias de manipulação, a fim de que seja possível a elaboração das medicações
prescritas pelos profissionais devidamente inscritos.
Introdução à Gestão da PNPIC

Para iniciar nosso diálogo, surgem algumas questões: qual é a definição de


gestão? Quais são seus tipos? Existem diferenças? Gestão nada mais é que um grupo
de convicções que tem relações com as atribuições de programar, orientar,
ordenar, gerir, fiscalizar e administrar algo. Prima por incentivar a participação, a
autonomia e a responsabilidade de seus trabalhadores e usuários, tendo como foco
pontos administrativos, os quais têm uma metodologia orientada na imersão
político-administrativa, portanto têm uma parcela de componentes com cunho
mais humanitário, sendo diferente de administração, que tem por significado
planejar, ter o controle e dar dirigibilidade aos materiais, parte de custeio e força
advinda do controle do ser humano. Devemos ter em mente que uma gestão de
qualidade deve contemplar a aplicação dos princípios de gestão, que são: planejar,
organizar, dirigir e controlar, tirando o máximo de proveito dos recursos ali
disponíveis, podendo ser humanos, de custeio e físicos.

A gestão, então, variará o grau e o nível hierárquico dentro do território


nacional, sendo dividida em gestão federal, estadual e municipal.

A gestão federal é a disseminação de poderio e soberania, de forma que o


governo nacional e os subnacionais, como o poder estadual e o poder municipal,
têm atribuições indissociáveis e opositoras para gerir perante ele, ampliando
territórios e as mesmas pessoas que ali residem. Portanto, temos como definição
que a gestão federal é um grupo de entidades de cunho político que misturam dois
princípios: o autogoverno e o compartilhamento governamental. Em outras
palavras, a perfilhação respeitosa de um sistema político federativo acarreta a
presença de normas em âmbito nacional e de regras determinadas no campo das
unidades subnacionais, em uma associação que abrange a interdependência e a
autonomia relativa das entidades cadeia abaixo. De outra maneira, suplica que,
em um certo país, conciliam-se procedimentos de acúmulo de poder, sempre em
denominação da integração política e da equidade social, com descentralização do
poder, sendo ponderada as relações com ligação a respeito da autonomia e de
diversidades regionais e locais.

Com relação à gestão estadual, a condição de gestão plena do sistema


estadual de saúde concede ao gestor estadual uma maior autonomia e, de modo
particular, altera a forma de participação do Ministério da Saúde no financiamento
do SUS. Nesse caso, os recursos relativos à assistência de média e alta
complexidade sob gestão da Secretaria de Estado da Saúde são automaticamente
transferidos do Fundo Nacional para o Fundo Estadual de Saúde. Já aqueles
referentes à Atenção Básica e à assistência de média e alta complexidade sob
gestão do município em gestão plena do sistema são transferidos do Fundo
Nacional para os Fundos Municipais de Saúde.
Atribuição da Gestão

A criação das diretrizes da Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares (PNPIC) teve sua caracterização de responsabilidade institucional
dividida entre a administração federativa, a administração do estado e a
administração do município. Cada uma delas tem uma parte de responsabilidade
em tudo ligado aos assuntos pertinentes às práticas integrativas e
complementares.

A administração no âmbito federal tem a gestão de toda a região do pais,


atribuindo-se como responsabilidade a elaboração das normas técnicas para a
inclusão das terapias na PNPIC; a definição dos recursos monetários e logísticos,
para que ocorra a implantação no território nacional, sempre considerando a
composição tripartite; o incentivo à realização de buscas por comprovações
científicas nas terapias de interesse, especialmente nas áreas que acarretam
ganhos educacionais e de melhoria tecnológica que envolvam a PNPIC, junto à
idealização e à concretização da elaboração das diretrizes que norteiam a
continuidade educacional de longa duração. Ainda, cabe aos administradores
federais a regulamentação e o diálogo com os gestores estaduais para permitir a
implantação das PNPIC e supervisionar as atividades ali aplicadas e gerar
indicadores e formas de mensurar que possibilitem a realização de análises que
verifiquem a correlação entre a implementação e a implantação da PNPIC, como os
auxílios desses dados e das pesquisas científicas para realizar a divulgação da
existência dessas práticas, sua efetivação e a cobertura no território nacional.

A administração no âmbito estadual tem a regionalidade respeitada dos 26


estados, incluindo o Distrito Federal, ficando a cargo de cada estado a elaboração
das normas técnicas para a inclusão das terapias que ali serão regularizadas em sua
rede de saúde; atuar de forma a realizar a definição da quantia que será
destinada, dentro dos recursos propostos pela União, dentro do orçamento
monetário dado a cada estado para a execução da concretização da PNPIC; manter
a comunicação entre os setores envolvidos na aplicação da PIC no território
estadual; concretizar a realização do incentivo à educação permanente, levando
em conta as práticas realizadas naquele estado. Fica sob a responsabilidade
administrativa de cada estado a elaboração e a aplicação de instrumentos que
proporcionem indicadores avaliativos que demonstrem a relação entre a
implantação e a implementação dessas terapias e políticas e, com esses
resultados, atuar na manutenção do diálogo com os municípios para a realização
com seu apoio e a supervisão das ações necessárias para que sejam
disponibilizadas as PIC no município.
A administração no âmbito municipal tem por responsabilidade a elaboração
das normas técnicas para a inclusão das práticas integrativas e complementares
que serão aplicadas em seu território; atuar de forma a realizar a definição dos
valores que serão destinados, dentro dos recursos propostos pela União e pelo
estado, dentro do orçamento dado a cada município, para a execução da
concretização da PNPIC. Este deve estar em comum acordo, tanto o federal quanto
o estadual, mantendo a comunicação entre os setores municipais envolvidos na
aplicação da PIC, e é também é de responsabilidade do município estabelecer
mecanismos para a qualificação dos profissionais que atuarem nele.
Atuação da Gestão

Agora, falaremos sobre a forma de atuação e os limites, que também são


divididos em federativos, estaduais e municipais. Fica a cargo da administração e
da gestão federal, incluindo o conselho de classe, garantir a especificidade da
assistência farmacêutica em homeopatia e fitoterapia para a regulamentação
sanitária; a criação e, periodicamente, a realização de revisões do conteúdo sobre
a Relação Nacional de Plantas Medicinais e dos fitoterápicos contidos Relação
Nacional de Medicamentos Essenciais (Rename). Assim, é também pertinente a
essa gestão regularizar e incrementar os parâmetros para a incorporação e a
eliminação de plantas medicinais e produtos fitoterápicos constantes das relações
nacionais, priorizando as plantas que sejam nativas do país e que tenham
seguimento nas formulações da Organização Mundial de Saúde. Fica sob a
supervisão da gestão federal o estabelecimento de regras relacionadas com a
utilização de produtos fitoterápicos e plantas medicinais e, com isso, consolidar o
Sistema de Farmacovigilância Nacional, com a inclusão de intervenções que
tenham relação com as plantas medicinais e com os medicamentos homeopáticos e
fitoterápicos. Tem ação direta na elaboração do Banco Nacional de Preços para os
insumos da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, gerando
uma forma de referência para os estados e municípios.

Fica a cargo da administração e gestão estadual a divulgação da Política


Nacional de Práticas Integrativas e Complementares, o acompanhamento e a
coordenação da assistência farmacêutica com plantas medicinais, fitoterápicos e
medicamentos homeopáticos; realizar a fiscalização, através da vigilância
sanitária, das atividades resultantes da Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares, assim como fomentar o desenrolar de estudos sobre
farmacovigilância e farmacoepidemiologia e sua atuação no âmbito das plantas
medicinais e dos fitoterápicos; realizar a apresentação e promover a aprovação de
planejamentos para a incorporação de diretrizes e terapias ligadas à Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares perante o Conselho Estadual
de Saúde.

Com relação ao espectro de determinação na gestão municipal, tem por


intuito realizar a determinação de ferramentas voltadas a questões de gestão e a
quantificar indicadores que realizam de alguma forma o rastreamento e a
qualificação da repercussão na caracterização da implementação e implantação da
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares na esfera municipal;
promover e realizar formas que sejam possíveis de apreciar a divulgação acerca da
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares que vigoram no
município, podendo variar de local, onde cada um tem sua autonomia; atuar de
forma a fornecer a assistência farmacêutica necessária com relação às plantas
medicinais, aos fitoterápicos e aos homeopáticos e, assim, realizar a fiscalização
através da vigilância sanitária e das atividades resultantes de sua jurisdição que
estejam previstas na Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares.
Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares

Com a implantação da Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares (PNPIC), houve a regularização de novas terapias e sua aplicação
através do Sistema Único de Saúde (SUS). Segundo seu respectivo escrito relata, o
processamento de descentralização da saúde por meio da atenção primária e da
colaboração popular proporcionam aos municípios grande emancipação e
independência. Dessa maneira, as técnicas que constam relacionadas nos
documentos que fazem parte da PNPIC são preconizadas e seu desimpedimento na
cadeia de atendimentos subordina-se à utilização da administração local, levando
em conta suas predileções de procura.

A PNPIC abrange os procedimentos médicos e meios terapêuticos, que são


chamados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como medicina complementar,
alternativa ou tradicional, que estão voltados à busca pelo equilíbrio do corpo
através de estímulos que ativam as ferramentas intrínsecas orgânicas, para que se
recupere o bem-estar e se previnam pioras, com técnicas seguras e acolhedoras,
que auxiliam na formação da conexão terapêutica e na união entre o meio
ambiente, a sociedade e o ser humano. Na PNPIC, há também o compartilhamento
da visão do processo saúde, doença e autocuidado.

A PNPIC abrange os procedimentos médicos e os meios terapêuticos na


implementação das diretrizes sob as seguintes asserções que nortearam todos os
caminhos trilhados. O prosseguimento da Medicina Tradicional Chinesa –
Acupuntura (MTCA), em peculiaridade multiprofissional, está contextualizado para
as classes profissionais constantes no quadro de trabalhadores do SUS e em
conformidade com o nível de atenção a ser utilizado na MTCA. No caso da
homeopatia, a premissa utilizada para o seu desenvolvimento dentro da PNPIC
também levou em consideração que quem a realizaria seria uma equipe
multiprofissional, tendo sempre em mente quem ela seria e em qual nível de
atenção seria realizada a prestação de atendimento dentro do SUS.

Tendo essa realidade como norteadora, foram criadas diretrizes para


nortear, regularizar e implementar as práticas integrativas e complementares em
saúde (PICS). Para a Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura, foram elaboradas
oito diretrizes; para a gestão da homeopatia, sete diretrizes; para a regularização
da utilização das plantas medicinais e fitoterapia destinadas, nove diretrizes.
Ainda, houve a formulação de uma diretriz para gerir a medicina antroposófica e
uma diretriz que regulamentasse tudo voltado ao termalismo social e à
crenoterapia.
A gestão da PNPIC nada mais é que um grupo de convicções que tem
relações com as atribuições de programar, orientar, ordenar, gerir, fiscalizar e
administrar algo. Prima por incentivar a participação, incentivar a autonomia e a
responsabilidade de seus trabalhadores e usuários, tendo como foco pontos
administrativos, os quais têm uma metodologia orientada na imersão
política-administrativa, portanto tem uma parcela de componentes com cunho
mais humanitários, sendo diferente de administração, que tem por significado
planejar, ter o controle e dar dirigibilidade aos materiais, parte de custeio e força
advinda do controle do ser humano. Devemos ter em mente que uma gestão de
qualidade deve contemplar a aplicação dos princípios de gestão, que são planejar,
organizar, dirigir e controlar, tirando o máximo de proveito dos recursos ali
disponíveis, podendo ser humanos, de custeio e físicos. A gestão, então, variará
com o grau e o nível hierárquico dentro do território nacional, sendo dividida em
gestão federal, estadual e municipal.

Historicamente, a Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares (PNPIC) surgiu nos anos 1980 no Brasil, a partir da 8ª Conferência
Nacional de Saúde, que teve ação de promoção, para que discussões fossem
realizadas e houvesse, a partir daí, um grande crescimento acerca das políticas
públicas em torno das novas formas de cuidar da saúde, tendo como foco a
disponibilização da possibilidade de acesso dessas formas terapêuticas para a
população.

Na data marcada, no mês de fevereiro de 2006, com o projeto redigido de


forma finalizada, com todas as alterações e sugestões devidamente seguidas e
constantes no texto, finalmente o projeto teve sua aprovação pelo Conselho
Nacional de Saúde, concretizando a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares, publicada na forma das Portarias ministeriais nº 971, de 3 de
maio de 2006, e nº 1.600, de 17 de julho de 2006

A Portaria nº 145, de 11 de janeiro de 2017, incluiu a lista de procedimentos


já prestados pelo SUS no âmbito da atenção básica, acrescentando novas práticas
às existentes, totalizando 29 terapias do tipo PICS que poderiam ser ofertadas pela
rede do SUS dispostas nos diversos graus de instrumentos do serviço de saúde, nada
obstante, mais centradas nas ofertas presentes na atenção básica.

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC)


abrange os procedimentos médicos e os meios terapêuticos na implementação das
diretrizes sob as seguintes asserções que nortearam todos os caminhos trilhados: o
prosseguimento da Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura (MTCA) em
peculiaridade multiprofissional, para as classes profissionais constantes no quadro
de trabalhadores do Sistema Único de Saúde (SUS) e em conformidade com o nível
de atenção a ser utilizada a MTCA. No caso da homeopatia, a premissa utilizada
para o seu desenvolvimento dentro da PNPIC também levou em consideração que
quem a realizaria seria uma equipe multiprofissional, tendo sempre em mente
quem ela seria e em qual nível de atenção seria realizada a prestação de
atendimento dentro do SUS.
Introdução às Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde (PICS)

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC), no


Sistema Único de Saúde (SUS), abrange recursos terapêuticos e sistemas de saúde
complexos, os quais são denominados pela Organização Mundial da Saúde (OMS) de
medicina tradicional e complementar/alternativa. As práticas integrativas e
complementares em saúde foram institucionalizadas no SUS por intermédio da
PNPIC e aprovadas por meio da Portaria GM/MS nº 971, de 3 de maio de 2006. A
PNPIC contempla diretrizes e responsabilidades institucionais para oferta de
produtos e serviços de acupuntura/medicina tradicional chinesa, homeopatia e
fitoterapia e plantas medicinais, além de ser responsável pela criação de
observatórios de medicina antroposófica e termalismo social/crenoterapia.

As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) levam à


ampliação das ofertas de cuidados em saúde, estimulando alternativas socialmente
contributivas ao desenvolvimento sustentável e de comunidades e alternativas
inovadoras. Proporcionam maior resolutividade dos serviços de saúde, além de
motivar as ações referentes à participação social, incentivando o envolvimento
responsável e continuado dos gestores, usuários e trabalhadores nas diferentes
instâncias de efetivação das políticas de saúde.

As PICS podem ser ofertadas no SUS em todos os âmbitos da atenção à


saúde, porém a PNPIC tem como preferência que essas práticas sejam
implementadas prioritariamente na Atenção Básica, dentre elas, os Núcleos de
Apoio à Saúde da Família (NASF), a Estratégia de Saúde da Família (ESF), as
Equipes de Saúde Ribeirinhas e Fluviais e as Equipes de Consultório na Rua, de
Saúde Prisional. Todas elas podem realizar ações em PICS na perspectiva do
cuidado integral à população de seu território. As PICS também podem ser
implementadas nos serviços de alta complexidade, conforme organização e
demanda local, já que a oferta delas é transversal a toda a Rede de Atenção à
Saúde. As diretrizes de implementação das PICS nos diversos serviços de saúde são
gerais, não existindo uma adesão específica à PNPIC.

Arteterapia, Biodança, Medicina Tradicional Chinesa – Acupuntura, Medicina


Antroposófica, Homeopatia, Ayurveda, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia,
Naturopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia, Reiki, Shantala, Terapia Comunitária
Integrativa, Yoga, Apiterapia, Osteopatia, Plantas Medicinais e Fitoterapia,
Aromaterapia, Bioenergética, Constelação Familiar, Cromoterapia, Geoterapia,
Hipnoterapia, Imposição de Mãos, Ozonioterapia e Terapia de Florais e Termalismo
Social/Crenoterapia compreendem as abordagens utilizadas pelo SUS que buscam
estimular os mecanismos naturais de prevenção de doenças e recuperação da
saúde por meio de tecnologias eficazes e seguras.

É de competência do município, ou seja, compete ao gestor municipal a


elaboração das normas técnicas para implementação da PNPIC na rede municipal
de saúde, assim como a contratação dos profissionais e a definição de quais
práticas serão ofertadas neste município. A PNPIC não possui financiamento
específico, assim, no que diz respeito aos recursos destinados às PICS, integram o
financiamento da Atenção Primária à Saúde (APS) de cada município, por meio do
Programa Previne Brasil, e cabe ao gestor local implementar determinada prática
de acordo com as necessidades locais.
Evolução das PICS e Processo de Implantação no SUS

No que diz respeito à evolução das PICS no SUS, em 2017, a partir da


publicação da Portaria GM nº 849/2017, a PNPIC foi ampliada com a inclusão de 14
práticas, entre elas, Ayurveda, Arteterapia, Biodança, Dança Circular,
Musicoterapia, Meditação, Naturopatia, Osteopatia, Quiropraxia, Reiki,
Reflexoterapia, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa e Yoga. Somando um
total de 19 práticas desde a sua institucionalização em 2006, por meio da Portaria
GM/MS nº 971, quando foram implementadas cinco práticas: Acupuntura,
Termalismo, Fitoterapia, Homeopatia e Antroposofia. Em 2018, 10 novas práticas
foram implementadas, incluindo, Apiterapia, Bioenergética, Aromaterapia,
Cromoterapia, Constelação Familiar, Hipnoterapia, Geoterapia, Ozonioterapia,
Imposição de Mãos e Terapia de Florais, totalizando 29 PICS no SUS, ampliando as
abordagens de cuidado e as possibilidades terapêuticas para os indivíduos,
garantindo maior integralidade e resolutividade da atenção à saúde.

Existe um modelo de plano de implantação das PICS elaborado pelo governo,


que foi criado para auxiliar o processo de implantação, podendo o município
ajustá-lo às suas especificidades, necessidades e realidade do território.
Primeiramente, deve-se cadastrar a unidade de saúde e os profissionais de saúde
no Sistema de Cadastro Nacional de Estabelecimentos de Saúde e no Sistema de
Informação em Saúde para a Atenção Básica. O registro dessas informações é
extremamente importante, pois permitirá ao governo entender como a
implementação da PNPIC está acontecendo nos territórios, quais os avanços que
podem ser replicados ou melhorados e quais as dificuldades para operacionalizar
sua oferta.

A elaboração e a implementação das PICS podem ser formalizadas em um


projeto que deve ser apresentado na rede de serviços do SUS. É importante
lembrar que, quanto maior a participação da população, dos gestores, das equipes
de saúde dos serviços, entre outros, maiores as chances de que o processo seja
implementado com sucesso. No que diz respeito à equipe de saúde, inicialmente,
deve ser feita uma busca por profissionais capacitados em PICS, atuantes ou não,
além de profissionais que tenham interesse em aprender e aplicar esses
conhecimentos nos serviços, mesmo não tendo conhecimento nessas práticas. Deve
ser feita também uma busca por serviços e estabelecimentos que já trabalham
com PICS. Nessa fase inicial, sugere-se definir um núcleo responsável pela
condução do processo, de caráter multiprofissional, coordenação descentralizada,
contendo pessoas que possuam conhecimento sobre PICS. É sugerido também o
contato com profissionais em municípios vizinhos, além de acadêmicos,
especialistas ou assessores externos, proporcionando enriquecimento com outras
vivências.
É importante que o núcleo responsável pela implementação das PICS
conheça as vulnerabilidades e as necessidades locais de cada município. Estas
podem ser descritas por meio do perfil epidemiológico da população de um
determinado território e das condições de vida e saúde. A cultura popular também
deve ser valorizada e incluída dentro das opções de ofertas de PICS de formação
para as equipes de saúde. É importante também que as necessidades e as ofertas
de PICS sejam incluídas no Plano Municipal de Saúde e na Lei de Diretrizes
Orçamentárias do município.

Tendo como base o diagnóstico dos critérios mencionados, as ações devem


ser sistematizadas em documento em conjunto com os atores institucionais e
sociais que foram implicados nessa ação. Nesse documento, é necessário que
estejam incluídas: a indicação da ação a ser realizada, o prazo para
implementação, os responsáveis por cada ação e as ferramentas necessárias. Para
oficializar o início do processo de implantação, sugere-se uma reunião com
profissionais e gestores para discutir sobre as diretrizes de ação para promoção,
sensibilização e apoio às PICS, para que todos estejam comprometidos com o
processo.
Exemplo de Implantação de PICS no SUS

Imagine, agora, que você é o gestor do seu município e, devido à


necessidade local, a Secretaria de Saúde decidiu implementar as PICS. Vamos lá?

Em um município brasileiro com população de 30 mil habitantes, a


Secretaria de Saúde decidiu implantar as PICS, então convocou uma reunião com
seis equipes de Saúde da Família e uma unidade hospitalar. Na reunião, foram
identificados três profissionais com formação em PICS: profissional de Educação
Física na Saúde (Tai Chi Chuan), Enfermeiro (Meditação) e ACS (Dança Circular),
além de outros profissionais com interesse em conhecer as PICS como possibilidade
de ampliação das abordagens terapêuticas voltadas ao cuidado nos serviços de
saúde.

A equipe gestora identificou a existência de um centro de referência de PICS


no município vizinho e, a partir daí, pensou-se numa proposta de cooperação
horizontal, tanto na formação quanto na oferta de serviços. Foram identificadas
também algumas ações em PICS realizadas por uma associação local. Assim, o
município tornou-se um campo de formação, sendo proposta a realização de
oficinas de capacitação sobre PICS para os profissionais de saúde da rede. A seguir,
foi apresentada e pactuada com os participantes a incorporação dos cursos do
Ambiente Virtual de Aprendizagem do SUS ofertados pelo Ministério da Saúde como
ações de Educação Permanente para as equipes.

Durante a reunião, algumas ações foram elencadas para desenvolvimento


pelas equipes – levantar o perfil da população e as vulnerabilidades do território,
como quantidade de idosos, de crianças, de hipertensos, de pessoas com depressão
ou outros quadros de saúde mental; donas de casa e usuários dos serviços com
problemas musculares; analisar as estruturas existentes nos estabelecimentos,
tanto de saúde como outros espaços de convivência que possibilitem atividades
coletivas e individuais; identificar quais insumos são necessários para execução de
determinadas práticas.

Numa segunda reunião, após as devolutivas das equipes participantes, foi


elaborado um plano de ação com objetivos, cronograma e responsáveis pela
execução, iniciando a partir das PICS que não possuíam custos diretos, já
debatendo a inclusão de outras no planejamento, inclusive de recursos financeiros,
para o próximo ano. Foi pactuada a seguinte meta: redução da dispensação de
antidepressivos no prazo de seis meses.

Agora que você já está expert em PICS no SUS, deve ter pensado no seguinte
plano de ações:
1. O enfermeiro praticante de meditação escolherá dois profissionais de
cada equipe e dois da unidade hospitalar para conduzir sessões de meditação.

2. A Secretaria de Saúde divulgará à população a oferta de meditação,


considerando os benefícios da prática para o cuidado, assim como os profissionais
dos serviços de saúde informarão, nas salas de espera das UBS, a oferta dessa
atividade.
3. O profissional de Educação Física na Saúde ofertará aulas de Tai Chi
Chuan em outros territórios para usuários de outras equipes, além daquelas com as
quais já trabalhava.

4. Será mantida uma periodicidade semanal na oferta das sessões de


meditação e orientações para a realização da prática em domicílio.

5. O gestor local fará o cadastro dos serviços de meditação no Cadastro


Nacional de Estabelecimentos de Saúde.

6. O gestor local apoiará esses profissionais de saúde, monitorando as ações


e identificando, de forma conjunta, possíveis dificuldades na continuidade da
oferta do serviço.

7. Foi pactuado um fluxo de monitoramento e avaliação da iniciativa, por


meio de acompanhamento da prescrição e da dispensação dos medicamentos.
Oferta da PNPIC em Estados e Municípios e Formas de Acesso

As PICS encontram um cenário mundial favorável para a sua ampliação


devido a diversos fatores, incluindo a busca da população por essa forma de
tratamento. Desde 2006, com a criação da PNPIC, diversas PICS vêm sendo
incluídas no Sistema Único de Saúde. Em 2018, houve a inclusão de 10
modalidades, além das 14 modalidades que já haviam sido implantadas em 2017,
somando um total de 29 procedimentos ofertados pelo SUS. Com a inclusão das
novas PICS no SUS, modificações na forma de registro nos Sistemas de Informação
em Saúde também foram implementadas. Foram incluídos novos códigos, criações
e alterações de nomenclatura e até mesmo alterações na forma de registro das
PICS nas fichas ou nos prontuários eletrônicos. A partir destas modificações e
incorporações, foi possível qualificar o registro da oferta de PICS no SUS,
potencializando o monitoramento como importante fonte de visualização da
realidade da oferta de PICS no SUS do território brasileiro, mesmo diante de
algumas limitações dos Sistemas de Informação em Saúde.

No Relatório de Monitoramento Nacional das Práticas Integrativas e


Complementares em Saúde, elaborado pelo Ministério da Saúde em 2021, estão os
dados compilados sobre o uso das PICs no SUS durante os anos de 2017, 2018 e
2019 (dados parciais). Os dados referentes ao ano de 2019 são parciais, pois os
estados, os municípios e o Distrito Federal têm o prazo de doze meses para
registrarem a produtividade nos sistemas de informação.

Em relação ao cenário das PICS no Brasil, de acordo com os dados parciais


obtidos para o ano de 2019, as PICS foram ofertadas em 17.335 serviços da Rede de
Atenção à Saúde distribuídos em todas as capitais (100%) e em 4.297 municípios
(77%). Houve um aumento de 16% na quantidade de serviços ofertados quando
comparado com 2017.

Na Região Norte, há 40 anos, foi criado o projeto “Paisagem do


Conhecimento”, como uma metodologia que incentiva saberes e que tem o
reconhecimento do Instituto Patrimônio Histórico. No Nordeste, as PICS existiam
em unidades separadas, mas, atualmente, as PICS implementadas coexistem
dentro da estrutura do SUS. Nas comunidades, existe uma rádio comunitária que já
possui oito anos de atuação. Na Região Centro-Oeste, as PICS existem no Distrito
Federal há 38 anos, sendo aprovadas em 2014 como política. Atualmente, a região
está organizada em sete regiões de saúde com planejamento para a
implementação de quatro novos centros de Práticas Integrativas e
Complementares. No Sul, só em 2020, foram realizados mais de 49,9 mil
procedimentos, representando um aumento de 128% em relação aos anos
anteriores. Isto ocorreu devido à pandemia por Covid-19. Nessa região, a
homeopatia é a prática mais utilizada nos estabelecimentos do SUS do Estado: 71%
na atenção primária.

Para ter acesso às PICs ofertadas pelo SUS, o paciente deve se informar
sobre a atividade desejada, pois nem todas as práticas na Tabela de Procedimento
do SUS estão disponíveis em todas as UBS de todos os estados.
Onde tem PICS no SUS

A ampliação das PICS no SUS é resultado do esforço conjunto da gestão e dos


profissionais da rede de saúde, já que eles são os responsáveis pela
disponibilização e estruturação da oferta. As PICS podem ser encontradas em todo
o território nacional brasileiro, estando distribuídas nos municípios a depender da
oferta e da demanda de cada região.

PICS na Atenção Primária à Saúde

Ao estratificar os serviços de acordo com o nível de atenção, 90% deles


estão na Atenção Primária à Saúde (APS), o que corresponde a um acréscimo de
16%. Em relação ao número de estabelecimentos da APS que ofertaram PICS no
período de 2017 a 2019, encontramos a oferta de PICS em 37% das unidades básicas
de saúde em funcionamento no SUS. Houve um crescimento considerável nos
estados de Minas Gerais (411 unidades), São Paulo (491 unidades), Rio Grande do
Sul (272 unidades), Rio de Janeiro (138 unidades), Paraná (180 unidades), Santa
Catarina (121 unidades), entre outros. Dentre os anos de 2018 e 2019, 2.480 novas
unidades de saúde da APS passaram a ofertar alguma prática integrativa.

Procedimentos

Houve um aumento de 324% no número de procedimentos ofertados no


período de 2017 a 2019. A auriculoterapia foi o procedimento de maior
crescimento, com aumento de 40.818 para 423.774 solicitações de atendimento.

Atividades Coletivas

Com relação às atividades e aos procedimentos coletivos, foi observado


aumento de sua oferta para quase todas as PICS, sugerindo a aplicabilidade das
práticas coletivas em PICS que promovem a socialização. Em 2017, a prática mais
ofertada no SUS foi Fitoterapia/Plantas Medicinais (49%), seguida das Práticas
Corporais da Medicina Tradicional Chinesa, totalizando 34%. Já em 2018, as
Práticas Corporais da Medicina Tradicional Chinesa foi a prática mais ofertada. Em
2019, houve um aumento 314% nos registros de atividades coletivas quando
comparado aos registros de 2017, assim como no número de participantes
envolvidos: 322.650 (2017) para 942.970 (2019).
Atividades Individuais

A quantidade total de atendimentos individuais em PICS por racionalidade


em saúde/recurso terapêutico realizados no período entre 2017 e 2019, somados,
totalizam 3.099.961 atendimentos. Houve uma redução nos atendimentos
individuais de 51% no que diz respeito ao registro de Antroposofia aplicado à Saúde
e de “outras” práticas.

PICS na Média e Alta Complexidade (MAC)

No ano de 2019, foram cadastrados 1.734 atendimentos de PICS nos serviços


de MAC. Em relação ao tipo de estabelecimento da MAC, o serviço com maior
oferta de PICS foram as clínicas/ambulatórios especializados, seguido dos centros
de atenção psicossocial e policlínicas. Já os hospitais com registros de serviços de
PICS totalizaram 211 estabelecimentos.

Procedimentos

Em relação à oferta, houve um aumento de 55,65% entre os anos de 2017 e


2019 no número de procedimentos em PICS realizados nos serviços da MAC. Houve
um crescimento de 140.001 de procedimentos ofertados em auriculoterapia, em
2017, para 492.005, em 2019. A acupuntura foi um dos procedimentos mais
ofertados das PICS realizados na MAC na rede ambulatorial hospitalar no Brasil. A
auriculoterapia também figurou como a prática mais realizada, sendo ofertados
915.779 procedimentos em 2019, considerando o total de procedimentos da APS e
MAC.
Oferta da PNPIC em Estados e Municípios e Formas de Acesso

As PICS priorizam a qualidade de vida e são utilizadas na prevenção de


doenças, para tratar doenças, especialmente crônicas, e atuam na promoção e
manutenção da saúde. Com isso, para ter acesso aos recursos terapêuticos
ofertados pelas PICS, a pessoa deve ser encaminhada pela Unidade de Saúde da
Família (USF) ou ir diretamente ao local. Lá, ela é instruída sobre as opções de
cuidado disponíveis, incluindo o “cuidado integral da pessoa”.

Considerando a atenção básica e os serviços de média e alta complexidade,


existem, atualmente, 9.350 estabelecimentos de saúde no Brasil ofertando 54% dos
atendimentos individuais e coletivos em PICS nos municípios brasileiros, 3.024
deles no total.

Normalmente, o atendimento ao paciente é feito pela secretaria de saúde,


por meio de serviços de referência ou serviços especializados em PICS, de caráter
multiprofissional, onde as PICS são realizadas por profissional de nível superior da
área de saúde com formação e autorização para a prática legal da respectiva
prática. A Atenção Básica, ou seja, a “porta de entrada” dos pacientes no Sistema
Único de Saúde, propõe-se a solucionar os casos de doença e dar o direcionamento
assertivo de casos mais graves para os níveis superiores de atendimento. Os
profissionais ou especialistas da Atenção Básica são os responsáveis pelo
encaminhamento do paciente para a realização da PICS de interesse. Alguns pontos
também atendem por procura espontânea, conforme definição da gestão local.
Para ter acesso às PICs ofertadas pelo SUS, o paciente deve se informar
sobre a atividade desejada, pois nem todas as práticas na Tabela de Procedimento
do SUS estão disponíveis em todas as UBS de todos os estados. Para agendar uma
consulta e realizar uma das práticas integrativas, o cidadão deve procurar a UBS
mais próxima de sua residência e se informar sobre disponibilidade e horários. Por
exemplo, a meditação e as atividades corporais são abertas à população, porém é
necessário verificar a disponibilidade e a agenda dessas práticas. Já para a
realização da acupuntura, é necessário encaminhamento médico, ou seja, o
paciente é encaminhado pelo médico assistente (o médico que está assistindo o
paciente), que redige um relatório solicitando tratamento com médico da PICS de
interesse – a acupuntura. No caso da homeopatia, basta solicitar um agendamento
na UBS mais próxima da residência do paciente em questão.

No caso de um paciente que precisa realizar acupuntura, o paciente é


encaminhado para avaliação pelo acupunturista, por profissionais de nível superior
(médicos, psicólogos, enfermeiros, fisioterapeutas, nutricionistas, fonoaudiólogos,
assistente social, farmacêuticos, dentistas, terapeuta ocupacional), após discussão
do estudo de caso do paciente realizada nas reuniões de matriciamento, já que o
processo de saúde-enfermidade-intervenção pertence a todo o campo da saúde
(não é ferramenta exclusiva de nenhuma especialidade médica). A acupuntura é
indicada como uma opção auxiliar no tratamento clínico, de acordo com os
critérios de elegibilidade, considerando que esse paciente já está em abordagem
terapêutica convencional sem melhora dos sintomas por, pelo menos, seis meses.
Durante a avaliação, o paciente relatará a história clínica e será avaliado o exame
físico, visando ao diagnóstico clínico de acordo com a Medicina Tradicional
Chinesa.
Oferta de PNPIC em Estados e Municípios e Formas de Acesso

Cada país possui uma variedade própria de PICS, próprias da cultura local ou
importadas de outras tradições, reconhecidas com base nos aspectos socioculturais
e nos diferentes graus de integração com a medicina convencional de cada país. O
Brasil é referência mundial no que diz respeito às PICS na Atenção Básica de
Saúde, incentivando a prevenção, com o objetivo de evitar que as pessoas
adoeçam. As PICS são ofertadas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) à
população, em um total de 29 procedimentos. Vale ressaltar que as práticas
integrativas e complementares são um tratamento adicional, ou seja, não
substituem o tratamento tradicional, e são indicadas por profissionais de acordo
com cada caso de cada paciente em questão.

Baseadas no modelo de atenção humanizada e centrada na integralidade do


indivíduo, as PICS são práticas com diferentes origens geográficas, culturais e
históricas; algumas delas oriundas de diferentes países e continentes.
Encontram-se em crescente ascensão e visibilidade, reflexo da busca por um
modelo integral de cuidado. A construção deste modelo transporta outros saberes
e práticas para dentro do modelo convencional de cuidado no SUS fundamentado
na biomedicina. Conceitualmente, as PICS contemplam racionalidades em saúde e
recursos terapêuticos. As racionalidades em saúde compreendem os sistemas
complexos de saúde de diferentes origens culturais inseridos em um contexto
sócio-histórico, sendo estas, abordagens terapêuticas com capacidade de
adaptação de acordo com a relação estabelecida pelos atores sociais envolvidos no
processo de cuidado.

Os benefícios do tratamento com as práticas integrativas e complementares


e a medicina convencional vêm sendo validados por evidências científicas. Além
disso, há um aumento no número de profissionais habilitados e capacitados e maior
valorização dos conhecimentos tradicionais dos diferentes tipos de PICS que
existem atualmente. Os pacientes do SUS são beneficiados com diversas práticas
integrativas e complementares que utilizam métodos terapêuticos baseados em
conhecimentos tradicionais, utilizados para tratar e prevenir doenças.

As PICS estruturam-se em seis dimensões: cosmologia, doutrina médica,


morfologia, fisiologia, sistema de diagnóstico e sistema terapêutico. A cosmologia
se refere a uma visão específica do mundo. A doutrina médica está relacionada à
parte teórica sobre o adoecimento. A morfologia está ligada à anatomia e a
fisiologia explica a dinâmica vital. Os procedimentos de análise de uma doença ou
quadro clínico são as bases fundamentais do sistema de diagnose e terapias que
visam à promoção da saúde e à recuperação do equilíbrio vital estão relacionadas
ao sistema terapêutico. Dentre as diversas modalidades de práticas integrativas e
complementares ofertadas nos estados e nos municípios do país que serão
abordadas nessa aula, temos a Geoterapia, Hipnoterapia, Imposição de Mãos,
Ozonioterapia, Cromoterapia, Dança Circular, Meditação, Musicoterapia,
Naturopatia, Constelação familiar, Osteopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia e
Termalismo Social/Crenoterapia. A oferta de cada modalidade citada dependerá da
demanda do município de interesse e dos recursos disponíveis para sua
implementação.
Tipos de PICS I

Geoterapia

Prática terapêutica natural que utiliza argila, lamas medicinais e barro,


assim como cristais e pedras, com o objetivo de atenuar e cuidar de desequilíbrios
emocionais e físicos por meio das diferentes propriedades químicas e dos tipos de
energia desses elementos.

Hipnoterapia

Técnica hipnótica que faz com que o paciente alcance um estado de


consciência aumentado através do relaxamento/foco/concentração, que permite
alterar comportamentos indesejados, como medos, insônia, fobias, depressão,
estresse, angústia e dores crônicas.

Imposição de Mãos

Método terapêutico secular baseado na transferência de energia através das


mãos, com o intuito de restaurar o equilíbrio do campo energético humano,
ajudando no processo saúde-doença.

Ozonioterapia

Técnica que consiste na utilização de ozônio medicinal como um agente


terapêutico para o tratamento de diversas doenças.

Cromoterapia

Método terapêutico que usa as cores do espectro solar (laranja, vermelho,


amarelo, azul, verde, violeta e anil), para restabelecer o equilíbrio energético e
físico do corpo.

Dança Circular

Método expressivo corporal que utiliza o canto, a dança de roda e o ritmo


para promover o auxílio mútuo, a igualdade e a integração humana, objetivando o
bem-estar mental, emocional, físico e social.
Meditação

Técnica mental individual que proporciona maior integração entre mente,


corpo e mundo exterior, promovendo melhora no humor e no desempenho
cognitivo.

Musicoterapia

Técnica expressiva que utiliza a música e/ou seus elementos (ritmo, som,
melodia e harmonia) no seu mais amplo sentido de forma individualizada ou em
grupo.

Naturopatia

Técnica terapêutica que se baseia na visão multidimensional e ampliada do


processo vida-saúde-doença.

Constelação Familiar

Técnica psicoterapêutica de abordagem energética, sistêmica e


fenomenológica, que procura reconhecer a origem dos problemas informados pelo
paciente, assim como na relação familiar.

Osteopatia

Método terapêutico que utiliza várias técnicas manuais (manipulação dos


músculos, ossos e articulações) para ajudar no tratamento de doenças.

Quiropraxia

Terapia que atua no tratamento, no diagnóstico e na prevenção das


disfunções mecânicas dos sistemas neurológico/muscular/esquelético e seus
efeitos na saúde geral e na função normal do sistema nervoso.

Reflexoterapia

Técnica terapêutica que usa pontos reflexos do corpo que existem nas mãos,
nas orelhas e nos pés, para ajudar na eliminação de toxinas, no relaxamento e na
sedação da dor.

Termalismo Social
Técnica que utiliza águas termominerais com base nos seus aspectos
históricos, ecológicos e sociais para fins terapêuticos, preventivos e de promoção à
saúde.

Crenoterapia

Técnica que utiliza águas minerais com propriedades medicinais, de modo


curativo ou preventivo, em associação a outros tratamentos de saúde.
Tipos de PICS I e como praticá-las

Suponhamos que você deseja se especializar em hipnoterapia, que é um tipo


de terapia que utiliza a hipnose como ferramenta para auxiliar em processos
terapêuticos, já que ela é um estado de concentração, ou seja, um processo
natural da mente. A prática foi implementada pelo Ministério da Saúde no SUS em
2018. É uma técnica reconhecida cientificamente, podendo ser utilizada para
tratar fobias, traumas, hipertensão, obesidade, insônia, ansiedade, tabagismo e
vícios em geral. O psicólogo, profissional de saúde responsável pelo
encaminhamento do paciente, deve encaminhar o paciente para hipnoterapia
apenas em casos preventivos. Em situações em que o paciente já foi diagnosticado
com a doença, o médico deve encaminhar o paciente para realização de outra
prática complementar. As sessões variam em duração e dependerão do diagnóstico
do hipnoterapeuta para cada paciente em questão. Não existem contraindicações
para realização dessa técnica nem efeitos colaterais, já que medicamentos não são
utilizados. Pacientes com esquizofrenia ou outro tipo de doença em que exista uma
alteração da percepção da realidade (alucinações) não podem ser beneficiados
com esse tipo de tratamento.

Imagine que, após ter se especializado em hipnoterapia e de já estar


atuando na área, surgiu uma vaga para trabalhar com ozonioterapia no
estabelecimento em que você atua. Seu gestor conversou com você e, como
excelente profissional que você é, ele te pediu para fazer um curso de
especialização nessa técnica. A ozonioterapia é uma técnica que consiste na
utilização de ozônio medicinal como um agente terapêutico para o tratamento de
diversas doenças. Essa técnica foi regulamentada no Brasil pelo Conselho Federal
de Biomedicina em junho de 2020, por meio da Resolução nº 321, e tem se
destacado entre as PICS regulamentadas no país. A administração do ozônio
melhora a oxigenação dos tecidos, aumentando a resposta do sistema imunológico
para combater doenças infecciosas, como o vírus da imunodeficiência humana
(HIV), e é utilizada também no alívio da dor crônica causada pela fibromialgia ou
pela artrite. Além disso, essa técnica pode ser utilizada para ajudar no tratamento
de problemas respiratórios, como bronquite, asma ou DPOC, já que ela favorece a
entrada de maior quantidade de oxigênio no sangue e nos tecidos, amenizando a
falta de ar, por exemplo.

O ozônio pode ser administrado por via intramuscular, nas articulações ou


entre as vértebras, e por via inalatória. Existe também a possibilidade de realizar
essa técnica por auto-hemoterapia (o sangue do paciente é retirado, o ozônio é
adicionado no sangue e, em seguida, é feita a transfusão do sangue ozonizado
diretamente para a via sanguínea do paciente).
Curiosidades sobre as PICS

As práticas integrativas e complementares em saúde ampliam as


possibilidades e as abordagens terapêuticas para os pacientes, através do emprego
de recursos terapêuticos diversos praticados pelos profissionais de saúde,
custo-efetivo, favorecendo maior resolutividade e integralidade no que diz
respeito à atenção à saúde. As PICS são menos invasivas do que alguns recursos
terapêuticos convencionais/tradicionais, podendo ser utilizadas como terapias
alternativas para pacientes que possuem restrições quanto a alguns tipos de
tratamentos convencionais ou medicamentos. Alguns pacientes preferem o uso de
terapias alternativas para evitar efeitos que podem ser desencadeados pelo uso
prolongado de alguns medicamentos, assim como efeitos colaterais.

As PICS possuem diferentes origens culturais, geográficas e históricas, e isso


faz com que exista uma ampla modalidade de práticas disponíveis atualmente.
Alguns tipos de PICS, como a acupuntura e o termalismo, são oriundos de outros
países e continentes. Com isso, cada país possui tipos próprios de PICS, que podem
ser derivados da cultura local ou importados de outras
regiões/tradições/costumes. As PICS são alternativas inovadoras que contribuem
socialmente para o desenvolvimento sustentável das comunidades, além de
estimular ações sociais, levando à participação do indivíduo no seu contexto social.

O crescimento da oferta e da demanda de PICS no SUS tem demonstrado o


potencial das práticas para a saúde pública e no cuidado à população, já que elas
atuam nos campos da promoção da saúde e da prevenção de agravos, recuperação
e manutenção da saúde e se baseiam no modelo de atenção humanizada, levando
em consideração o ser integral em todas as suas dimensões. As práticas consideram
o indivíduo na sua dimensão global, não se baseando na singularidade. A melhoria
dos serviços e a implementação de diferentes abordagens no SUS são uma das
diretrizes principais do Ministério da Saúde, e isso faz com que usuários do SUS
encontrem uma variedade de opções terapêuticas e preventivas disponíveis.

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) é


reconhecida internacionalmente como referência na implantação das práticas
integrativas e complementares no sistema de saúde do nosso país. Tanto a
Organização Mundial de Saúde (OMS) quanto diversos países reconhecem o Brasil
como referência mundial na implantação de PICS, já que, nesses locais, elas são
implementadas como uma estrutura alternativa ao sistema de saúde. Esse também
é um dos motivos pelo qual as PICS são implementadas no SUS como metodologia
alternativa aos pacientes que não são responsivos aos tratamentos convencionais
atualmente disponíveis na prática clínica. Desde a implantação da PNPIC, em 2006,
estados e municípios vêm normatizando e implementando a oferta das PICS
disponíveis nacionalmente.
Tipos de PICS II

Reiki

Abordagem terapêutica que visa promover o equilíbrio energético,


importante para o bem-estar mental e físico, através da canalização da energia
vital pela imposição de mãos.

Shantala

Técnica na qual os pais massageiam o corpo do bebê, permitindo o vínculo


entre eles e proporcionando diversos benefícios devido à ativação da circulação e
ao alongamento dos membros.

Medicina Tradicional Chinesa/Acupuntura

Método de intervenção em saúde que estimula pontos espalhados por todo o


corpo através da inserção de agulhas metálicas finas e que compõe os recursos
terapêuticos da medicina tradicional chinesa (MTC). Esse método visa à prevenção
de agravos e doenças e à manutenção, à promoção e à recuperação da saúde.

Medicina Antroposófica

Método terapêutico baseado na antroposofia, que avalia o usuário a partir


da biografia e dos conceitos da quadrimembração e trimembração, oferecendo
recursos terapêuticos e cuidados específicos para cada indivíduo.

Arteterapia

Técnica artística visual expressiva, que favorece a saúde mental e física do


usuário e atua como meio terapêutico na análise do inconsciente e do consciente.

Yoga

Recurso terapêutico mental e corporal de meditação que vai além da


atividade física, de origem oriental, utilizada para controlar a mente e o corpo e
bastante utilizada para tratar pacientes com quadro clínico de ansiedade.
Apiterapia

Prática terapêutica alternativa que consiste em usar produtos derivados de


abelhas com fins terapêuticos, visando à promoção da saúde. Dentre elas,
podemos citar: mel, própolis, pólen, cera de abelha, apitoxinas e geleia real.

Bioenergética

Prática terapêutica advinda da psicanálise que busca entender a


personalidade em termos do corpo e de seus processos energéticos. Isso está
relacionado à energia que existe em cada indivíduo que está associada ao seu
estado de vitalidade. Energia que é produzida por meio da respiração e como
resultado do metabolismo energético e que existe em cada indivíduo e está
associada ao seu estado de vitalidade. Movimentos sincronizados com a respiração
levam a uma descarga de energia por meio dos movimentos, possibilitando liberar
as tensões do corpo e facilitar a expressão dos sentimentos.

Homeopatia

Abordagem terapêutica que consiste em administrar doses mínimas do


medicamento homeopático no paciente para estimular a reação orgânica e evitar a
intoxicação. É uma prática de caráter vitalista e holístico utilizada para
restabelecer o equilíbrio da saúde com foco no indivíduo como um todo, e não na
doença. A experimentação no homem sadio, a Lei dos Semelhantes e o uso da
ultradiluição de medicamentos são os princípios que fundamentam essa prática.

Plantas Medicinais e Fitoterapia

Prática terapêutica que utiliza plantas medicinais, sem a utilização de


substâncias ativas isoladas, em suas diferentes formas farmacêuticas, para a
proteção, promoção e recuperação da saúde.

Aromaterapia

Abordagem terapêutica que utiliza as propriedades dos óleos essenciais para


recuperar a harmonia e o equilíbrio do organismo, objetivando a promoção da
saúde mental e física do indivíduo.

Terapia de Florais

Prática terapêutica que atua sobre o estado emocional do indivíduo através


das essências derivadas de flores, harmonizando e equilibrando a personalidade e
reagindo contra um estado de espírito negativo. Pode ser utilizada para tratar
ansiedade, medo, depressão, irritação, raiva, preocupação e sentimentos de culpa.
Tipos de PICS II e como praticá-las

Você deseja se especializar em Plantas Medicinais e Fitoterapia, visando à


promoção do cuidado à saúde. As plantas medicinais são algumas espécies de
plantas que, quando administradas de qualquer forma farmacêutica ou por
qualquer via, exercem ação terapêutica. A fitoterapia é a prática terapêutica
caracterizada pelo uso de plantas medicinais em suas diferentes formas
farmacêuticas, sem a utilização de substâncias ativas isoladas, com finalidade
profilática, curativa ou paliativa. É prioritariamente na Rede de Atenção Básica
que as ações com plantas medicinais e fitoterapia acontecem. Essa prática envolve
ações multiprofissionais de prevenção e promoção e interação entre saberes. Além
disso, a fitoterapia estimula a solidariedade, o desenvolvimento comunitário, a
participação social, o cuidado integral em saúde e a autonomia dos usuários. Como
profissional atuante nessa prática, você deverá: refletir sobre os conceitos de
racionalidades correspondentes ao processo saúde-doença na área das práticas
integrativas e complementares em saúde; instrumentalizar para compreensão dos
aspectos botânicos, agronômicos e ecológicos das plantas medicinais e
fitoterápicos; desenvolver habilidades voltadas para a obtenção de novos
conhecimentos através da prática da investigação científica; possibilitar a
compreensão dos parâmetros para indicação e prescrição de plantas medicinais e
fitoterápicos no cuidado em saúde; apresentar os marcos políticos, regulatórios e
legais da fitoterapia no Brasil; fundamentar os conhecimentos quanto à
farmacologia de fitoterápicos e plantas medicinais.

Após fazer um curso de capacitação em Plantas Medicinais e Fitoterapia,


você se interessou pela área e decidiu também fazer um curso de capacitação em
Homeopatia, pois essa prática fortalece a relação médico-paciente como um dos
elementos fundamentais da terapêutica, promovendo a humanização na atenção,
estimulando o autocuidado e a autonomia do indivíduo.

Essa prática recoloca o sujeito no centro do paradigma da atenção,


compreendendo-o nas dimensões física, psicológica, social e cultural. Na
homeopatia, o adoecimento é a expressão da ruptura da harmonia dessas
diferentes dimensões. Desta forma, essa concepção contribui para o
fortalecimento da integralidade da atenção à saúde. A homeopatia atua em
diversas situações clínicas do adoecimento, por exemplo, nas doenças crônicas não
transmissíveis, nas doenças respiratórias e alérgicas e nos transtornos
psicossomáticos, reduzindo a demanda por intervenções hospitalares e
emergenciais, contribuindo para a melhoria da qualidade de vida dos usuários.
Contribui também para o uso racional de medicamentos, podendo reduzir a
farmacodependência.
Cenário das PICS no Brasil, Formas de Acesso e Modelo de
Implantação

A Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares contempla


diretrizes e responsabilidades institucionais de recursos terapêuticos no SUS
denominados pela Organização Mundial da Saúde de medicina tradicional e
complementar/alternativa. As PICS podem ser ofertadas no SUS em todos os
âmbitos da atenção à saúde, tanto na atenção básica quando nos serviços da alta e
média complexidade, já que a oferta delas é transversal a toda a Rede de Atenção
à Saúde.

Histórico PICS

Na Declaração de Alma-Ata, elaborada na Conferência Internacional sobre


Cuidados Primários à Saúde, em 1978, a Medicina Tradicional Complementar e
Integrativa foi incorporada na Atenção Primária à Saúde. No Brasil, isso aconteceu
na 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada em 1986. Em 1988, o SUS foi
criado, e as PICS foram institucionalizadas a partir das Resoluções da Comissão
Interministerial de Planejamento e Coordenação. Na 10ª Conferência Nacional de
Saúde, realizada em 1996, as PICS foram incorporadas no SUS. Em 2003, foi criado
o grupo de trabalho no Ministério da Saúde (futuro PNPIC), e três anos depois as
PICS foram institucionalizadas no SUS por intermédio da PNPIC, aprovada por meio
da Portaria GM/MS nº 971, de 3 de maio de 2006. Atualmente, as PICS são
oferecidas gratuitamente à população pelo Sistema Único de Saúde, em um total
de 29 procedimentos. São eles: Arteterapia, Biodança, Medicina Tradicional
Chinesa/Acupuntura, Medicina Antroposófica, Homeopatia, Ayurveda, Dança
Circular, Meditação, Musicoterapia, Naturopatia, Quiropraxia, Reflexoterapia,
Reiki, Shantala, Terapia Comunitária Integrativa, Yoga, Apiterapia, Osteopatia,
Plantas Medicinais e Fitoterapia, Aromaterapia, Bioenergética, Constelação
Familiar, Cromoterapia, Geoterapia, Hipnoterapia, Imposição de Mãos,
Ozonioterapia e Terapia de Florais e Termalismo Social/Crenoterapia.

Cenário PICS no Brasil

O Brasil é referência mundial no que diz respeito às PICS na Atenção Básica


de Saúde. As PICS podem ser encontradas em todo o território nacional brasileiro,
distribuídas nos municípios, a depender da oferta e da demanda de cada região.
Em 2019, elas foram ofertadas em 17.335 serviços da Rede de Atenção à Saúde,
estando presente em todas as capitais (100%) e em 4.297 municípios (77%), sendo
que 90% deles estão na Atenção Primária à Saúde. Nos dados parciais obtidos para
o ano de 2019, a auriculoterapia foi a prática mais ofertada, tanto na APS quanto
na MAC.

Fases de Implantação das PICS no SUS

Definição de proposta:

- Levantamento dos atores responsáveis.


- Diagnóstico situacional.
- Análise organizacional.

Elaboração do Plano de Desenvolvimento da Implantação das PICS.

- Regulamentação da oferta das PICS.


- Capacitação profissional.
- Apoio matricial.
- Cooperação horizontal.
- Criação de serviços de especialidades em PICS.
- Criação de serviços hospitalares e serviços ligados às redes temáticas.
- Cadastro dos serviços em PICS nos SCNES.
- Divulgação do plano.

Formas de Acesso

Para ter acesso aos recursos terapêuticos ofertados pelas PICS, o usuário
deve ser encaminhado pela Unidade de Saúde da Família/Unidade Básica de Saúde
ou ir diretamente ao local e se informar sobre a disponibilidade de horários e se a
prática desejada está sendo ofertada no seu município. Os profissionais ou
especialistas da Atenção Básica são os responsáveis pelo encaminhamento do
paciente para a realização da prática de interesse. Alguns locais também atendem
por procura espontânea, conforme definição da gestão local.
Introdução às Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde pelo Mundo

A Organização Mundial da Saúde (OMS), buscando por maiores informações,


idealizou e executou um relatório com a finalidade de traçar a linha de evolução
da instalação da Estratégia de Medicina Tradicional Chinesa e Acupuntura ao longo
dos continentes mundiais, coletando dados e informações a partir de 2012 até o
final de 2018. Esse relatório faz menção a três articulações que tratam da Medicina
Tradicional Chinesa e Acupuntura no território brasileiro, sendo uma delas o
ObservaPICS, que tem por obrigação agregar conhecimentos em torno das práticas
integrativas e complementares em saúde, alocando esses conhecimentos na
Biblioteca Virtual em Saúde em Medicinas Tradicionais, Complementares e
Integrativas (BVS/MTCI) e no Consórcio Acadêmico Brasileiro em Saúde Integrativa.
As três divisões tiveram sua criação nos dois últimos anos de trabalho (2017 e
2018), tendo sua citação realizada entre as plataformas de consciência global que
fornecem informações baseadas em evidências. Esses reconhecimentos têm por
intenção o fortalecimento das atividades que objetivam agregar saberes
tradicionais, informações acerca de produção científica, práticas exitosas e
políticas em implantação nesse campo no Brasil e nas Américas.

No ano de 2014, ocorreu a 67ª Assembleia Mundial da Saúde, na qual se


deram a votação e a aprovação da Resolução WHA67.18 (World Health Assembly
67.18 – Assembleia Mundial em Saúde), que trata a respeito da medicina
tradicional chinesa. Já no ano de 2019, foi feita a divulgação pela Organização
Mundial da Saúde, no primeiro mês, da informação de que houve uma elevação de
79 para 109 no número de países que realizaram a implantação ou ampliaram o
número inicial do marco legal e regulatório em medicina tradicional chinesa e
indiana. A Organização avalia que os Estados-Membros prestaram mais atenção ao
estabelecimento de políticas globais e de sistemas relacionados a serviços de saúde
tradicionais e complementares.

No ano de 2018, 124 países, que representam 64% dos Estados-Membros da


OMS, relataram ter em seus sistemas leis, regras, normas ou regulamentos sobre a
produção e utilização de medicamentos fitoterápicos, e 78 países relataram ter
políticas sobre fornecimento de medicamentos tradicionais e complementares,
informações constantes no relatório. Elevou-se de 58, no ano de 2012, para 79, em
2018, o número de países que adotavam algum tipo de política global com relação
à medicina tradicional chinesa e indiana. Portanto, passaram a ser 79 países com
políticas globais de práticas integrativas e complementares.

Segundo o relato e dados constantes no documento redigido a partir desse


relatório, os países cada vezes mais desejam e continuam se movimentando para
integrar a prática da Medicina Tradicional e Complementar aos mais variados níveis
de prestação de atenção nos serviços de saúde, na atenção primária, por meio de
clínicas de bem-estar, voltadas ao tratamento da dor e uso de medicamentos
fitoterápicos.
Implementação das Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde pelo Mundo

A partir do ano de 2014, o Secretariado da Convenção-Quadro da OMS


iniciou seus trabalhos no intuito de utilizar seus esforços para a realização do
desenvolvimento de documentos, normativas e terminologias utilizadas no cunho
internacional, além de ferramentas para guiar os países. Já com relação aos
acontecimentos advindos no período estabelecido entre 2016 e 2018, a OMS
realizou a atualização e a efetivação de pesquisa global sobre medicina
tradicional, que culminou em outro relatório, o qual apresentou as tendências
constatadas nesta pesquisa.

Pensando em relação ao documento liberado em maio de 2019, a OMS


colocou como destaques a apresentação de oficinas executadas para preparar
representantes dos países que estavam realizando a implantação ou expansão de
suas políticas sobre as práticas integrativas e complementares, a produção de
redes e de acordos inter-regionais, além da inclusão de um capítulo sobre medicina
tradicional na Classificação Estatística Internacional de Doenças e Problemas
Relacionados à Saúde (CID-11).

Quanto às Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas (MTCI),


nomeação que tem sido utilizada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), estas
fazem referência a uma gama grande de um amplo grupo de terapias utilizadas na
atenção à saúde baseada em teorias, experimentações e experiências de
diferentes e variadas culturas, que são utilizadas para promoção da saúde,
prevenção e recuperação, levando em consideração o ser integral em todas as suas
dimensões. As MTCI formam, de maneira importante, o modelo de cuidado à
saúde, sendo em muitos países a principal oferta de serviços à população. Em
outros países, sua inserção nos sistemas de saúde acontece de forma
complementar ao sistema convencional.

A construção da Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares


no SUS (PNPIC) emergiu a partir do atendimento de diretrizes e orientações de
muitas conferências nacionais de saúde e das normas estabelecidas pela
Organização Mundial da Saúde (OMS). Segundo a OMS , com relação à forma
conhecida como medicina tradicional, esta tem uma história alongada, com
pormenores, sendo caracterizada, com base na ancestralidade, pelo cumprimento
regrado da tradição. É o resultado advindo da adição de saberes, conhecimentos,
capacidades, atividades, normativas e práticas que tenham seus alicerces e bases
em teorias, crenças e experiências de diferentes culturas, explicáveis pelos
métodos científicos atuais ou não, sendo utilizada para manter a saúde e prevenir,
diagnosticar, melhorar ou tratar doenças físicas e mentais (BRASIL, 2015).
A terminologia dita como medicina complementar e/ou medicina
alternativa, tratada pela Organização Mundial da Saúde, faz alusão a uma gama e
refere-se a um grande grupo de atividades realizadas no trato à saúde que não
constam nem fazem parte da tradição do cuidar ou da medicina tida como
convencional e usual em determinado país, e não estão em sua totalidade
integradas ao sistema de saúde vigente. Segundo consta e é determinado pela
OMS, em alguns países, esses termos são usados alternadamente para fazer
referência à medicina tradicional.
Aplicação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde
pelo Mundo

Em meados de 2017, ocorreu a unicidade relativa à prática de Medicina


Tradicional e Complementar da OMS, a qual somou à denominação a terminologia
Medicina Integrativa, com relação às terapias e práticas que tivessem uma
abordagem integrativa de Medicina Tradicional e Complementar, em união com a
medicina convencional relacionada a políticas educativas, conhecimentos, saberes,
terapias e práticas. Ainda dando continuidade a essa ação, projetos estavam em
andamento para estabelecer uma forma melhorada de compreensão dessa
integração, da mesma maneira que se deu com a medicina integrativa, e
proporcionar, de maneira orientada aos Estados-Membros da OMS, os critérios e
elementos das melhores práticas para integrar a Medicina Tradicional,
Complementar e Integrativa aos sistemas de saúde ao redor do mundo.

As responsabilidades no cuidar em saúde integrativa, diversas vezes, fazem


uso de metodologias de forma a privilegiar a união de abordagens convencionais e
complementares de maneira arranjada. Destaca-se uma aproximação holística e
direcionada ao tratamento do paciente para cuidados de saúde e bem-estar,
norteados em inúmeros aspectos, incluindo os mentais, emocionais, funcionais,
espirituais, sociais e comunitários, sendo seu tratar e cuidar atuante na prevenção,
promoção ou terapêutica do indivíduo, com olhar direcionado ao todo, corpo e
mente, e não somente sobre a sua condição física de ausência de saúde, de estado
de doença, ou com o olhar focal na patologia.

Fatos relevantes vinculados a esses momentos têm relação com as terapias


ligadas às Medicinas Tradicionais, Complementares e Integrativas, que formam um
significativo protótipo de cuidado à saúde ao considerar o indivíduo como um todo
em sua plenitude, particularidade e hermetismo, tendo em vista sua inserção
sociocultural com ênfase na relação profissional/usuário, o que contribui para a
humanização da atenção.

Na Organização Mundial da Saúde, cada país que faz parte desse órgão e se
utiliza de Práticas Integrativas e Complementares (PIC) possui uma variedade
própria de terapias, metodologias e condutas reconhecidas e institucionalizadas ou
qualifica determinada terapia de maneira distintiva em relação a outro país, tendo
em consideração sua inserção sociocultural e suas peculiaridades.

As práticas e terapias vinculadas à Medicina Tradicional, Complementar e


Integrativa proporcionam um olhar de maior amplitude do procedimento entre a
relação de saúde e doença e a promoção global do cuidar do ser humano, em
particular as ações que são voltadas ao autocuidado, que atuam com
características para a delegação de poder aos sujeitos, promovendo a percepção
dos processos de adoecimento. Assim sendo, é possibilitado o uso racional das
ações e serviços de saúde, reduzindo o impacto nos custos do sistema de saúde.

O Brasil é tido como país de referência mundial no campo da Medicina


Tradicional, Complementar e Integrativa, no que diz respeito à inserção dessas
práticas no sistema público de saúde.
Introdução às Práticas Integrativas e Complementares em Saúde pela
Europa

O continente europeu é constituído por 50 nações ou países que, unidos,


totalizam uma população de 730 milhões de pessoas, o equivalente a 11% da
população mundial. Fica localizado no hemisfério norte do globo terrestre e é o
menor dos cinco continentes, tendo uma área de 10 milhões de km2. Agora que
caracterizamos o local de cujas práticas integrativas e complementares em saúde
(PICS) falaremos, vamos inseri-las nesse contexto.

O continente europeu, com relação às PICS, tem uma abordagem voltada


para a incorporação de entendimentos médicos que tenham sido provados
cientificamente e um âmbito que foi denominado medicina mente-corpo, o qual
conta com a inclusão de várias áreas do conhecimento, chamadas
psico-neuro-imuno-endócrino-cardiologia. Para tal fomentação, tem-se utilizado
inúmeros artigos científicos, os quais fazem a indagação do porquê utilizar o termo
integrativo, e não o termo complementar. Tal indagação justifica a utilização da
denominação práticas integrativas e complementares, que faz a união dos dois
termos.

Ao olhar do National Center for Complementary and Integrative Health


(NCCIH), compreende-se como medicina integrativa a somatória da utilização da
dita medicina convencional (tradicional) com as terapêuticas da medicina
complementar (MILLSTINE, 2018). É, portanto, a área do conhecimento que
complementa a medicina tradicional, que tem seus objetivos na prevenção e no
cuidar de doenças, agindo de forma completa e complementada, fazendo o exame
de suas diferentes dimensões e o equilíbrio entre as emoções, o corpo físico, a
mente e o nosso redor, demonstrando a maior importância e valia, como um todo,
e visando à busca pelo bem-estar integral de cada indivíduo, e não somente
mantendo o olhar na patologia orgânica, na doença instalada no corpo.

A partir da década de 1960, intensificaram-se a busca e a procura mundial


pelas ditas formas de terapias alternativas, tendo como propulsor principal a
grande e crescente prevalência de a população apresentar doenças crônicas e
degenerativas, assim como a falta de satisfação com o modelo de saúde e as
formas de tratamentos convencionais.

As Terapias Integrativas e Complementares (TIC) são a definição de um


conceito que é simultaneamente uma nova visão e um novo paradigma da saúde. A
tecnologia da informação inclui todas as práticas que promovem e melhoram a
saúde e o bem-estar dos indivíduos, e que tratam e melhoram a recuperação de
doenças.
“Na Europa, a percentagem de indivíduos que recorreram à medicina
complementar e alternativa alguma vez foi de 31% na Bélgica e 75% na França”
(BENITTES, 2020, p. 15). Na Austrália, o número é de 8%. No Reino Unido, um em
cada dez adultos visita um médico de medicina complementar e alternativa a cada
ano, e 90% desses atendimentos são feitos fora do sistema nacional de saúde.
Implementação das Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde pela Europa

Terapias Integradas e Complementares (TIC) são uma denominação que


define um conceito e simultaneamente uma nova visão e modelo de saúde. Nelas
estão incluídas todas as práticas que promovem e melhoram a saúde, o processo de
fortalecimento e a recuperação de doenças.

Nos últimos anos, essas práticas foram reforçadas por uma revolução real de
saúde, através de diferentes abordagens e novas formas para atender a muitas
situações de doenças, utilizando-se de terapias como medicina tradicional chinesa,
acupuntura, homeopatia, osteopatia, naturoterapia, almíscar e quiropraxia,
prescritas ou regulamentadas - Lei nº 71/2013 (DIÁRIO DA REPÚBLICA ELETRÔNICO,
2022). Muitos estudos científicos foram anunciados nos últimos anos,
demonstrando a eficácia dos resultados em uma série de áreas da medicina,
tradicionais e adicionais. Houve uma ampla divulgação e utilização das terapias de
acupuntura e Reiki em centros hospitalares e clínicas, especialmente em consultas
motivadas por episódios de dor.

A EFCAM (European Federation for Complementary and Alternative


Medicine) é a federação responsável pela regulamentação das práticas holísticas
em 23 países da Europa Ocidental, estabelecendo um objetivo para garantir que se
tenha elevados pontos na política de saúde europeia, a fim de assegurar a livre
escolha de quais terapias disponibilizar. Para a população, a EFCAM visa melhorar a
disponibilidade e o acesso a serviços de práticas integrativas e complementares,
garantindo os direitos legais da imagem de profissionais e regulamentos e
treinamentos na Europa, além da participação desses praticantes de TIC em
pesquisas e projetos da área.

Dentre as pesquisas realizadas pela EFCAM, ocorreu uma em 2015 na qual foi
constatado que 80% de indivíduos em diferentes países da União Europeia
utilizaram uma TIC de saúde, e estimou-se que 360 mil profissionais trabalham em
diferentes tipos de terapias, separados em relação à tradução, como aromaterapia
e plantas medicinais. Na Europa, a abordagem das TIC e suas formas de aplicação
podem mudar radicalmente de um país para outro, e até mesmo dentro de um
único país, entre diferentes grupos socioeconômicos. Desta forma, quando o
paciente atravessa a fronteira de um país e procura um serviço de TIC, ele percebe
mudanças significativas no tratamento, o que se torna um risco para a segurança
do paciente. O mesmo acontece com um especialista, quando ele vai para outro
país, porque as regras e nomenclaturas são diferentes. Essa diferença também
afeta os pesquisadores, pois não há padronização de procedimentos e terapias. As
nomenclaturas e aplicações heterogêneas acabam interferindo na qualidade e
segurança no tratamento da saúde. Além disso, a EFCAM fez esforços para
estabelecer diretrizes gerais sobre leis e regulamentos da TIC, incluindo requisitos
de treinamento para especialistas, autorizações e sistemas de licenciamento de
especialista/terapeuta.

No período entre 2010 e 2012, a EFCAM realizou uma investigação chamada


CAMbrella (complementary and alternative medicine umbrella), para verificar as
regras das práticas integrativas e complementares dos países pan-europeus a partir
dos dados fornecidos pelo Ministro da Saúde e sua agência. A pesquisa envolveu 27
Estados-Membros e 12 países associados.

Em 2015, foram publicados os relatórios, permitindo a criação das diretrizes


para os próximos passos nas preferências da MTCI no mundo. Na Europa, a
proporção de indivíduos que usaram a MTCI representou 31% na Bélgica, 75% na
França e 48% na Austrália. No Canadá, tem-se que 70% da população utiliza uma
dessas práticas.
Aplicação das Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde pela Europa

Algumas das práticas que tiveram início no continente europeu foram o


termalismo e a medicina antroposófica. O termalismo é a terapia com os efeitos
das estações termais, e está relacionado à temperatura da água e suas
propriedades minerais. O conceito é mais popular na Europa e na Ásia, e há
indícios de que, além de contra-atacar o estresse, o termalismo ajuda a tratar
problemas circulatórios.

O termalismo foi desenvolvido na Europa no século XX e de acordo com os


preceitos criados pelo filósofo Rudolf Steiner (1861-1925). É uma maneira de olhar
para as pessoas – o corpo, a alma e o espírito –, e esse conceito, da ciência
espiritual, pode agir em algumas de nossas áreas de vida diária. Depois disso,
surgiram aplicações em pedagogia (Waldorf e métodos de cura), arte, sociologia,
economia, gestão de negócios e muitos outros campos, entre eles, a medicina
antropológica.

A medicina antroposófica surgiu na Europa no século XX. A médica


holandesa Ita Wegman (1874-1943) desenvolveu os primeiros princípios básicos da
visão médica mais ampla de diálogos com o filósofo Rudolf Steiner. Embora a
medicina antroposófica seja uma prática médica exclusiva, o trabalho médico é
realizado em conjunto, de forma interdisciplinar com outros profissionais, como
terapeutas de arte e músicos. Relacionada a drogas, ela é semelhante à
homeopatia, em que são diluídos e aprimorados os medicamentos, mas é
diferente, no entanto, quanto ao processo de construção e designação.

Além de clínicos e pediatras expandindo a prática com conhecimento


antropológico, há especialistas em ginecologia, reumatologia, medicina
cardiovascular e tratamento de pneumonia e certos tipos de câncer. Atualmente,
esse método está presente em mais de 20 países, com os conceitos de organismos
multinível e alguns subsistemas compatíveis com métodos multidisciplinares
modernos para a biologia de desenvolvimento abrangente e modelos de câncer. Em
antropologia, o conceito de formar forças mais complexas e o conceito
correspondente de materiais são sempre adicionados.

A medicina antroposófica (MA) abraça diversas áreas, sendo uma filosofia de


vida composta por uma escola de ciência espiritual, com uma série de partes
especializadas, estabelecida em Dornach, Suíça. Ela reúne, portanto, ciência, arte
e espírito em uma célula que responde a questões profundas do homem moderno a
respeito de si mesmo e de suas relações com o universo. Criada pelo filósofo
austríaco Rudolf Steiner (1861-1925), lida com uma ciência interessada em
processos físicos abarcados pelas ciências naturais, bem como por todos os
processos que não são materialmente mensuráveis.

Esse novo método pedagógico baseado nos princípios antroposóficos (Escola


Waldorf, também conhecida como Rudolf Steiner) tem, atualmente, mais de mil
escolas e cerca de 2 mil jardins, programas de educação doméstica e centros de
cuidados infantis em todo o mundo. O movimento de educação terapêutica tem
hoje mais de 600 modelos em conjunto com a terapia social e centros de
tratamento de crianças, jovens e adultos com deficiências e problemas de
desenvolvimento. Também há uma nova orientação da agricultura e agricultura
biológica, criando uma arte de movimento (euritmia). Essa é uma maneira de
melhorar diferentes atividades artísticas, como falar de arte, arte dramática,
pintura, escultura e arquitetura, e empregar esforços para reformular a vida social
(Tripmbrage Social).

Vale ressaltar que a Política Nacional de Práticas Integrativas e


Complementares no SUS caracteriza como médicos antroposóficos os que
contextualizam em sua formação, profissionais com graduação em medicina, desde
que devidamente registrados nos conselhos regionais de Medicina, e que tenham
concluído o curso de formação em Medicina Antroposófica, curso este que deve
estar regulamentado pela Associação Brasileira de Medicina Antroposófica ou por
suas regionais.
Introdução às Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde nos EUA

Conforme determina a Organização Mundial de Saúde (OMS), as Práticas


Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) contextualizam tanto a Medicina
Tradicional como a Complementar. A utilização das PICS tem crescido de maneira
global, mesmo em países já desenvolvidos onde a medicina convencional ou
alopática tem se estabelecido nos sistemas de saúde, a exemplo os Estados Unidos
e vários países europeus (SECRETARIA DO ESTADO DE SAÚDE, 2022).

Nos EUA, o National Center for Complementary and Integrative Health


(NCCIH) identificou que a saúde integrada tinha capacidade de fornecer uma
combinação de cuidados e suplementos comuns, de forma organizada. Parte da
premissa do enaltecimento vem de uma abordagem abrangente, com foco em
pacientes e saúde, sendo o aspecto da saúde boa, em geral, incluindo os aspectos
mentais, emocionais, funcionais, espirituais e outros, tratando o todo, em vez de
um sistema ou uma agência. O NCCIH, portanto, está procurando cuidados
integrados entre terapeutas e organizações.

Assim, nos EUA, essa temática é tratada pelo NCCIH, que é parte do
Departamento Nacional de Saúde e tem como missão determinar, por meio de
investigação científica rigorosa, o uso e a segurança das intervenções de medicina
complementar e integrativa, bem como seu papel na melhoria da saúde. Sua visão
é que as evidências científicas permitirão que o público em geral, os profissionais
de saúde e os guias utilizem essas técnicas em abordagens para a tomada de
decisões em saúde.

O plano do NCCIH está dividido em cinco objetivos estratégicos, que são:


avançar na pesquisa em intervenções, práticas e disciplinas mentais e físicas;
buscar por produtos naturais; integrar a atenção e a promoção da saúde; aumentar
a capacidade de produção para pesquisas rigorosas no campo; e desenvolver e
divulgar evidências sobre intervenções práticas integrativas e complementares. Na
área da investigação científica, o NCCIH estabelece seis campos prioritários:
gestão não medicamentosa da dor; mecanismos e efeitos neurobiológicos;
abordagem inovadora para estabelecer critérios orgânicos para produtos naturais;
prevenção e promoção da saúde em cada fase e ao longo da vida; ensaios clínicos
utilizando métodos inovadores de avaliação da saúde; e estratégias e ferramentas
para melhorar a comunicação, educação e compreensão científica da pesquisa
clínica no campo.

Nos Estados Unidos, é o governo que estimula a pesquisa e a adesão a essas


práticas, através do National Center for Complementary and Alternative Medicine
(NCCAM), com um orçamento superior a 120 milhões de dólares. Em pesquisa final
sobre esse tópico, o Instituto Samueli mostrou que 2% dos hospitais dos EUA (de 71
pesquisados) forneceram terapias adicionais em 2010 – em 2007, esse número era
de 37%. Isso inclui centros de prestígio, como MD Anderson e Centro Memorial
Sloan-Kettering, e Universidades, como Harvard, que já têm peças específicas para
aplicações de pesquisa e acupuntura, relaxamento e outras práticas. O número de
pesquisas sobre o assunto aumentou 33% em cinco anos, de acordo com o banco de
dados de publicações médicas do PubMed. Apenas em 2011, 514 artigos foram
lançados sobre assuntos voltados a práticas integrativas e complementares (PIC).
(MY DOCTOR MEDICAL GROUP, 2020; NACIONAL CENTER OF COMPLEMENTARY AND
INTEGRATIVE HEALTH, 2022 ).
Implementação das Práticas Integrativas e Complementares em
Saúde nos EUA

A prática da medicina alternativa, nome ainda utilizado em algumas regiões


dos EUA, mas que tem sido cada vez mais substituído pela denominação Práticas ou
Terapias Integrativas e Complementares (PIC ou TIC), reafirma a importância da
relação terapeuta-paciente, com foco no indivíduo como um todo, conforme
aponta o Conselho Americano de Medicina Integrativa. A prática é entregue por
evidências e utiliza todos os tratamentos e profissionais médicos e não médicos
para alcançar a cura e a saúde de forma eficaz (ROLIM, 2013).

Mas as terapias são cobertas pelos seguros de saúde nos Estados Unidos?
Para responder a essa pergunta, seguem alguns exemplos de terapias que têm
cobertura total, cobertura parcial ou não são cobertas.

Acupuntura: como terapia da medicina tradicional chinesa, na qual agulhas são


utilizadas para perfurar pontos dos meridianos de energia do corpo, com o objetivo
de tratar diversas doenças, é muito eficaz no tratamento de dores em toda a
extensão corporal. Atualmente, a maioria dos planos de saúde cobre esse
tratamento.

Quiropraxia: é uma técnica coberta pelos seguros. Consiste em um sistema


coadjuvante no tratamento de alterações posturais e da coluna, das articulações
etc. Os quiropatas trabalham com métodos semelhantes à massagem de alta
intensidade, porque parte desse método envolve a aplicação de vários graus de
pressão na mão, podendo também ser feito o uso de algumas ferramentas
mecânicas.

Massoterapia: dependendo do estado de saúde do paciente, a massoterapia pode


contribuir para o relaxamento. Normalmente, esse tratamento é coberto pelos
seguros.

Feedback: é um tratamento não invasivo em psicoterapia. Os pacientes aprendem


a controlar processos corporais involuntários, como a pressão sanguínea, a tensão
muscular e os batimentos do coração. Ele ajuda pessoas com dor crônica,
incontinência, enxaqueca, pressão alta e crianças hiperativas. O terapeuta prende
eletrodos na pele do paciente, a partir das informações que recebe na área de
monitoramento. Planos de saúde e até o Medicaid (programa social de saúde para
pessoas de baixa renda), em 36 estados, oferecem cobertura para esse tipo de
tratamento.
Doença natural ou medicina natural: é realizada por médico habilitado ou
nutricionista especializado. Trata-se de um medicamento que trata doenças
preexistentes, promove tratamentos preventivos e cura doenças crônicas, como o
câncer. Nesses casos, as condições preexistentes não são cobertas pelos seguros.

Ayurveda: amplamente nomeada e traduzida, essa ciência antiga é vasta,


complexa e difundida. Começou há 5 mil anos e foi transmitida de boca em boca já
nos seus primeiros dias. A Ayurveda usa os alimentos como parte de um tratamento
diário, por isso sua combinação precisa ser feita adequadamente para fornecer
todos os benefícios nutricionais dos vegetais, das frutas e das raízes. Dependendo
das estações e da hora do dia, os alimentos são contraindicados, ou melhor,
evitados, e outros devem ser mais consumidos para que o corpo e as emoções
funcionem melhor. Cada ser nasce com uma fisicalidade diferente e muda mais ou
menos ao longo da vida. Mesmo se desequilibrando, as emoções também afetam a
felicidade. Sobre a cobertura, é necessário verificar, pois varia de estado para
estado.
Aplicação das Práticas Integrativas e Complementares em Saúde nos
EUA

Nos Estados Unidos, todos os centros combatem o câncer usando drogas


integradas no tratamento dessa doença, como a associação de fitoterapias e
aromaterapias. No Brasil, foi iniciada a utilização das drogas integradas em 2018,
com a colaboração da pesquisa realizada na Universidade dos Estados Unidos sobre
a eficácia desses complementos no tratamento de câncer. Para tal, fazia-se
necessária a realização de um treinamento, o qual tinha a duração de dois anos.
Esse treinamento trouxe outro ponto de vista: um olhar holístico, em que mais
pessoas cuidam e com menos danos. É notório que, medidos a extensão, a
especialização e o foco dessa doença, há distância em relação ao "medicamento
real".

O NCCAM, através do Instituto Nacional de Saúde, é a organização que criou


informações sobre o Reiki, considerando-o como uma terapia adicional. Nesse local
também foram reunidas informações para o seu site, com pesquisas oficiais sobre o
uso dessa técnica, bem como as recomendações para que ela possa ser utilizada,
havendo muitos exemplos da integração de Reiki em cuidados de saúde nos Estados
Unidos.

Um dos exemplos em que se tem a integração entre o Reiki e os tratamentos


convencionais é a Escola de Medicina da Universidade de Michigan, onde o Reiki é
aplicado pela equipe de enfermagem em funcionários e de funcionários em
funcionários. Em muitos hospitais, os residentes aprendem Reiki como parte do seu
internato e conteúdo programático.

O estudo de diferentes terapias de energia mostrou que o Reiki acarreta


redução de ansiedade, melhora em doença muscular, aceleração da cura de
diversos males e é benéfico em pré e pós-cirúrgicos, bem como para melhorar a
qualidade da saúde.

O Reiki não é uma religião nem uma seita, então as crenças religiosas não
importam. As pessoas que recebem o Reiki não precisam acreditar em algo, pois
ele funciona independentemente da opinião ou do ponto de vista dos indivíduos.
Não são necessários equipamentos ou ferramentas para sua aplicação, tornando-o
fácil de usar em qualquer lugar. Não há contraindicações ou conflitos com outros
tratamentos, e geralmente o Reiki reduz os efeitos indesejados de terapias
aplicadas. Um médico Reiki ético não deve fazer julgamentos sobre uma condição
médica ou recomendar mudanças na medicação, tampouco discutir questões
relacionadas ao tratamento usual que um paciente recebe.
Para o Ayurveda, cada indivíduo nasce com um físico diferente, que muda
mais ou menos ao longo da vida, ou até se desequilibra. As massagens ayurvédicas
são excelentes. Um especialista nesta área estuda oficialmente por 6 anos
consecutivos, mas continua a se aperfeiçoar até o fim de sua vida. Durante a
consulta são avaliados pulso, cor dos olhos e tom de pele. Infelizmente, esse é um
tipo de tratamento que não libera o pagamento do seguro. Tratamentos
alternativos também podem ser chamados de holísticos. Alguns se tornaram
superpopulares, outros ainda estão sendo lançados, mas cada vez mais pessoas
estão se juntando a essa nova onda de múltiplas opções.
Uma Introdução sobre Medicinas Tradicionais nas Américas

Medicinas Tradicionais Complementares e Integrativas (MTCI) é uma


denominação dada ao paradigma vitalista e ao modo de intervir nos processos de
adoecimento no qual o foco das intervenções são os indivíduos e não as doenças,
visando-se à promoção e à prevenção à saúde, por meio da integração do corpo
com a mente no processo do adoecimento.

As MTCI constituem um importante modelo de cuidado à saúde, pois


consideram o indivíduo em sua singularidade, integralidade e complexidade,
levando em consideração sua inserção sociocultural com ênfase na relação
profissional/paciente, o que contribui para a humanização da atenção. Os cuidados
de saúde integrativos englobam abordagens complementares e convencionais de
forma coordenada. Focados no paciente, os cuidados de saúde integrativos visam
ao bem-estar, incluindo os aspectos emocionais, espirituais, funcionais e sociais.

MTCI é a denominação dada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) a


todas as práticas de atenção à saúde que são baseadas em experiências e teorias
de diferentes culturas utilizadas para prevenção, promoção da saúde e
recuperação, levando em consideração o indivíduo em todas as suas dimensões.

Nas Américas, existe o intercâmbio com as culturas locais, ancestrais dos


povos indígenas ou originários e tradicionais, fazendo uso de práticas menos
invasivas, oriundas de outros países, tais como a acupuntura e a homeopatia. Cada
país possui uma variedade própria de práticas reconhecidas e institucionalizadas ou
consideram uma determinada prática de maneira distinta em relação a outro país,
levando em conta sua inserção sociocultural e suas particularidades.

Nas Américas, as MTCI podem ser inseridas/integradas nos sistemas


nacionais de saúde a partir de iniciativas governamentais ou por meio da atuação
de diferentes instituições que trabalham na regulação da oferta e na organização,
pesquisa, formação e prestação de serviços em MTCI. Países como Bolívia,
Argentina, Brasil, Peru e Equador possuem legislação, modelos e/ou normas
próprias para a regulamentação das MTCI. O Brasil é referência mundial no campo
das MTCI, no que diz respeito à inserção das MTCI no sistema público de saúde. No
país, quase todos os municípios ofertam PICS, e, em 90% dos casos, as PICS
acontecem na atenção primária.

Em muitos países, as MTCI são a principal oferta de serviço de saúde à


população e constituem um importante modelo de cuidado à saúde. Nos países nos
quais as MTCI não são a principal oferta de serviços de saúde à população, elas são
inseridas nos sistemas de saúde de maneira complementar ao sistema tradicional.
Porém, de acordo com a OMS, em alguns países, esses termos são usados
alternadamente, para fazer referência à medicina tradicional.
Medicinais Tradicionais nas Américas e seu Processo de
Evolução

A medicina tradicional é a soma de conhecimentos, capacidades e práticas


baseadas em teorias, crenças e experiências de diferentes culturas, explicáveis
pelos métodos científicos atuais ou não, utilizadas para manter a saúde e prevenir,
diagnosticar, melhorar ou tratar doenças físicas e mentais.

A depender do país, essa forma holística de enxergar o indivíduo recebe


denominações diferentes, mesmo tendo fundamentos tão similares (Quadro 1).

Existe a necessidade de esforços conjuntos por parte dos países do


continente americano para se vencer os desafios comuns e avançar numa maior
integração entre práticas integrativas, medicinas tradicionais e políticas públicas
de saúde. Como exemplo, podemos citar:

- Implantação de marcos legais interculturais com os povos originários: as


comunidades indígenas.

- Criação conjunta de diretrizes que possibilitem acesso universal a um


modelo de saúde integrativa.

- Levantamento de todas as políticas existentes nas Américas para se poder


construir interfaces com a economia e os direitos humanos, possibilitando o
estabelecimento de uma unidade representativa no continente frente aos
órgãos multilaterais e nacionais.

- Socializar cada vez mais as informações sobre práticas integrativas para o


público geral e divulgar as evidências científicas, vencer a resistência do
pensamento biomédico e os interesses comerciais contra a saúde.

- Ampliar o diálogo intercultural entre as MTCI e os profissionais de saúde


para fortalecer a relação entre a medicina convencional e os saberes
tradicionais de povos onde as práticas se originaram.

Segundo dados preliminares obtidos em pesquisa organizada pela


Organização Pan-Americana de Saúde (Opas/OMS) em parceria com o Centro
Latino-Americano e do Caribe de Informação em Ciências da Saúde (Bireme/BVS),
o ObservaPICS/Fiocruz e a Rede MTCI Américas, as informações sobre medicinas
tradicionais e práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) estão
presentes em sites institucionais de, pelo menos, dez de 36 países do continente
americano. Entre os países, podemos citar: Brasil, Bolívia, Colômbia, Cuba, EUA,
Haiti, México, Nicarágua, Paraguai, Uruguai, Venezuela.

Essa pesquisa, iniciada em 2021, estuda a implantação e integração das PICS


nos sistemas de saúde dos países do continente americano. Inicialmente, foram
levantadas informações sobre práticas integrativas e medicinas tradicionais nos
sites institucionais de cada país. Além da busca desses dados, o projeto envolve
análise de entrevistas e documentos para traçar um panorama das políticas
vigentes, de como estão sendo aplicadas e das características dos povos atendidos,
incluindo a presença de comunidades tradicionais, como povos indígenas. A
expectativa é que os primeiros resultados sejam divulgados ainda em 2022.

O quadro a seguir apresenta alguns países do continente americano e suas


respectivas formas de implementação de MTCI.
Um Pouco Mais sobre Medicinas Tradicionais nas Américas

A Rede Regional em MTCI para as Américas é uma iniciativa colaborativa


com diversos atores sociais (organizações, instituições governamentais e não
governamentais, entre outros) criada para desenvolver uma agenda comum e
avançar rumo à integração das MTCI nos sistemas e serviços de saúde de acordo
com os contextos nacionais.

Esses atores estão envolvidos na geração de políticas, regulação, formação,


promoção, prática, uso e pesquisa desses sistemas e métodos terapêuticos na
região das Américas. A rede é uma iniciativa inclusiva, de governança horizontal,
da qual participam, atualmente, diversas instituições de 15 países da região,
estando em contínuo crescimento. Ela gera políticas, regula, forma profissionais,
pesquisa, desenvolve programas e educa o público em geral em relação aos
diversos sistemas médicos e terapêuticos das MTCI por meio da colaboração e da
gestão do conhecimento, bem como apoia a tomada de decisões em diferentes
âmbitos para aproveitar as potenciais contribuições das MTCI à saúde com
segurança, qualidade e pertinência.

A rede de MTCI para as Américas é uma “rede de redes” que articula as


instituições que geram políticas, regulam, formam profissionais, pesquisam,
desenvolvem programas e educam o público em geral no tocante aos diversos
sistemas médicos e terapêuticos das MTCI, bem como, por meio da colaboração e
da gestão do conhecimento, apoiam a tomada de decisões em diferentes âmbitos,
a fim de aproveitarem as contribuições potenciais das MTCI à saúde com
segurança, qualidade e pertinência.

Entre os objetivos da rede de MTCI, estão:

- Estabelecer laços de cooperação entre os atores sociais dos países da região


das Américas para desenvolver diferentes aspectos das MTCI: políticas
públicas, regulação (de práticas, produtos e profissionais), formação de
recursos humanos, pesquisa, educação em saúde e prestação de serviços de
saúde.

- Compilar e sistematizar a informação técnica, científica, regulatória e de


política pública em MTCI nas Américas, por meio de uma base de dados, e
da BVS em MTCI, por meio da colaboração entre atores em nível regional.

- Gerir a BVS em MTCI como um espaço de encontro entre os diversos atores


sociais que trabalham em MTCI na Região das Américas com o objetivo de
desenvolver um panorama regional sobre os diferentes aspectos das MTCI,
facilitar a troca de experiências, facilitar o acesso à informação científica,
técnica e de educação em saúde, bem como apoiar o fortalecimento de
capacidades e a visibilidade de boas práticas.

- Promover a pesquisa colaborativa em MTCI na região das Américas.

- Favorecer, de maneira participativa, o resgate dos conhecimentos


ancestrais, incluindo a medicina tradicional indígena e de outras
diversidades étnicas.

- Promover a visibilidade, em nível mundial, das políticas públicas, dos


modelos de integração, de saberes e práticas das medicinas tradicionais, de
desenvolvimentos conceituais e das pesquisas em MTCI realizadas na região
das Américas.

- Apoiar os processos de tomada de decisões para a integração das MTCI aos


sistemas e serviços de saúde na região das Américas, de acordo com os
contextos nacionais, seguindo as recomendações da Estratégia OMS de
Medicina Tradicional (2014-2023).
Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PICS) no Mundo

Medicinas Tradicionais Complementares e Integrativas são a soma de


conhecimentos, capacidades e práticas baseadas em teorias, crenças e
experiências de diferentes culturas, utilizadas para manter a saúde e prevenir,
diagnosticar, melhorar ou tratar doenças físicas e mentais.

PICS no Mundo

Os países, cada vez mais, desejam e continuam se movimentando para


integrar a prática da Medicina Tradicional e Complementar aos mais variados níveis
de atenção dos serviços de saúde. As MTCI abrangem um modelo de cuidado à
saúde que não consta nem faz parte da tradição do cuidado ou da medicina tida
como convencional e usual em determinado país, bem como não está, em sua
totalidade, integrado ao sistema de saúde vigente. Em alguns países, sua inserção
nos sistemas de saúde acontece de forma complementar ao sistema convencional,
já em outros, esses termos são usados, alternadamente, para fazer referência à
medicina tradicional.

No ano de 2019, houve um aumento de 79 para 109 no número de países que


realizaram a implantação ou ampliaram o número inicial do marco legal e
regulatório em medicina tradicional chinesa e indiana.

PICS na Europa

As Terapias Integrativas e Complementares (TIC) é a terminologia dada às


PICS no continente europeu, sendo um conceito que é, simultaneamente, uma
nova visão e um novo paradigma da saúde, incluindo todas as práticas que
promovem e melhoram a saúde, o processo de fortalecimento e a recuperação de
doenças. A European Federation for Complementary and Alternative Medicina é o
órgão responsável pela regulamentação das práticas em 23 países, visando a
melhorar a disponibilidade e o acesso aos serviços das PICS, garantindo os direitos
profissionais, a regulamentação e o desenvolvimento de projetos nessa área. Na
Europa, a abordagem das TIC e suas formas de aplicação podem mudar
radicalmente de um país para outro e, até mesmo, dentro de um único país, entre
diferentes grupos socioeconômicos. Existem mudanças significativas no
tratamento, nas regras e nomenclaturas das práticas que são diferentes, não
havendo padronização de procedimentos e terapias.
PICS nos EUA

A prática da medicina alternativa, nome ainda utilizado em algumas regiões


dos EUA, vem sendo substituída pela denominação Práticas ou Terapias Integrativas
e Complementares, reafirmando a importância da relação terapeuta-paciente com
foco no indivíduo como um todo. Nos Estados Unidos, é o governo quem estimula a
pesquisa e a adesão às PICS. O National Center for Complementary and Integrative
Health, que é parte do Departamento Nacional de Saúde, é o órgão responsável
pela investigação científica voltada para o uso e a segurança das intervenções de
medicina complementar e integrativa, bem como pela melhoria da saúde. As
evidências científicas permitirão que o público e os profissionais de saúde utilizem
essas técnicas para a tomada de decisões em saúde.

PICS nas Américas

Nas Américas, existe o intercâmbio com as culturas locais e ancestrais, dos


povos indígenas ou originários e tradicionais, sendo utilizadas práticas menos
invasivas, oriundas de outros países, tais como a acupuntura e a homeopatia. Cada
país possui uma variedade própria de práticas reconhecidas e institucionalizadas ou
consideram uma determinada prática de maneira distinta em relação a outro país,
levando em conta sua inserção sociocultural e suas particularidades. Brasil, Bolívia,
Colômbia, Cuba, EUA, Haiti, México, Nicarágua, Paraguai, Uruguai, Venezuela são
exemplos de países que implementam as MTCI nos serviços de saúde como oferta
principal de tratamento ou como medicina complementar.
Trabalho na Rede Regional em MTCI para as Américas

- Estabelecer laços de cooperação entre os atores sociais dos países da região


das Américas e desenvolver diferentes aspectos das MTCI: políticas públicas,
regulação (de práticas, produtos e profissionais), formação de recursos
humanos, pesquisa, educação em saúde e prestação de serviços de saúde.

- Compilar e sistematizar informações técnicas, científicas, regulatórias e de


políticas públicas em MTCI nas Américas por meio de uma base de dados e
da BVS em MTCI a partir da colaboração entre atores em nível regional.

- Gerir a BVS em MTCI como um espaço de encontro entre os diversos atores


sociais que trabalham em MTCI na região das Américas com o objetivo de
desenvolver um panorama regional sobre os diferentes aspectos das MTCI,
facilitar a troca de experiências, facilitar o acesso à informação científica,
técnica e de educação em saúde, apoiar o fortalecimento de capacidades e
a visibilidade de boas práticas.

- Promover a pesquisa colaborativa em MTCI na região das Américas.

- Favorecer, de maneira participativa, o resgate dos conhecimentos


ancestrais, incluindo a medicina tradicional indígena e de outras
diversidades étnicas.

- Promover a visibilidade, em nível mundial, das políticas públicas, modelos


de integração, saberes e práticas das medicinas tradicionais,
desenvolvimentos conceituais e as pesquisas em MTCI realizadas na região
das Américas.

- Apoiar os processos de tomada de decisões para a integração das MTCI aos


sistemas e serviços de saúde na região das Américas, de acordo com os
contextos nacionais, seguindo as recomendações da Estratégia OMS de
Medicina Tradicional.
Uma Introdução sobre a Medicina do Estilo de Vida

As mudanças políticas, econômicas, culturais e sociais que vêm ocorrendo


no mundo desde o século XIX produziram significativas alterações na vida do
indivíduo no contexto social. A saúde também foi alterada nesse período, já que o
processo de transformação da sociedade engloba os processos de transformação
dos problemas sanitários e da saúde. Nas últimas décadas, cuidar da vida com o
intuito de reduzir a vulnerabilidade de adoecer, de sofrimento crônico e de morte
prematura figurou como prioridade para garantir a saúde da população.

Segundo as diretrizes e recomendações para o cuidado integral de doenças


crônicas não-transmissíveis, o consumo excessivo de bebidas alcoólicas, o
tabagismo, o sedentarismo e a má alimentação são hábitos de vida não saudáveis
que estão entre as principais causas dessas doenças. Através da manutenção de
hábitos de vida saudáveis, objetivando a prevenção de doenças e a promoção da
saúde, é possível reduzir as chances de a pessoa desenvolver patologias que podem
ser evitadas, como doenças metabólicas (diabetes e obesidade), hipertensão,
doenças cardiovasculares, alguns tipos de câncer e doenças respiratórias crônicas.

A medicina do estilo de vida pode ser definida como uma abordagem


interdisciplinar voltada para a promoção da saúde e a prevenção de doenças,
através da manutenção de bons hábitos de vida, como alimentação saudável,
qualidade do sono e controle do estresse. Ela é composta por seis pilares
fundamentais para a saúde, incluindo atividade física, controle de toxicidade,
saúde do sono, conexões pessoais e interpessoais, saúde mental e alimentação
saudável. A medicina do estilo de vida visa à promoção de um estilo de vida
saudável, com o objetivo de poder reduzir as complicações de uma doença ou para
evitar que, devido a um hábito de vida que não seja saudável, a pessoa fique
doente.

O desenvolvimento de uma relação de parceria entre paciente e médico


deve existir para que seja possível transformar o estilo de vida do paciente, a
partir da utilização de técnicas motivacionais que abordam sistematicamente os
seis pilares fundamentais da saúde. Alimentação saudável, qualidade do sono e
controle do estresse estão entre os pilares que fundamentam a medicina do estilo
de vida, os quais podem ser controlados através de intervenções terapêuticas para
tratar, prevenir e reverter doenças não transmissíveis associadas.

Os programas de prevenção e promoção da saúde são extremamente


importantes, pois melhoram o estado de saúde e a qualidade de vida de pessoas,
famílias, comunidades, estados e países, e reduzem tanto mortes prematuras
quanto custos com tratamentos médicos. Manter as pessoas saudáveis é o objetivo
comum dos programas de promoção e prevenção de saúde. Mas você sabe qual é a
diferença entre promoção e prevenção? Basicamente, a promoção de saúde visa a
mudanças no estilo de vida para, através do incentivo de pessoas ou comunidades
a terem um comportamento saudável, reduzir o risco de doenças. Já a prevenção
de saúde, através de intervenções sociais e ambientais, busca prevenir doenças, e
não somente o tratamento ou a cura, com o objetivo de proteger a qualidade de
vida e a saúde de cada pessoa.
Conceitos e Pilares da Medicina do Estilo de Vida

Antigamente, a medicina tradicional focava a doença em si, tratando apenas


os sintomas. A atenção à saúde no Brasil tem buscado investir na implementação
de políticas de proteção, promoção e recuperação da saúde. Existe a ideia de
construir um modelo de atenção à saúde que priorize a melhoria da qualidade de
vida do indivíduo e da comunidade como um todo.

Na medicina do estilo de vida, o paciente se torna cada vez mais ativo e


informado sobre o processo de transformação dos hábitos de vida nocivos em
hábitos de vida saudáveis. Isso pode acontecer juntamente com um tratamento
médico preexistente ou eliminando a necessidade de utilização de medicamentos
até a reversão do quadro da doença. Deve existir uma relação de confiança entre
paciente e médicos, considerando a atuação de uma equipe interdisciplinar, além
do apoio da família, para que bons resultados sejam alcançados no que diz respeito
à prática dos hábitos saudáveis.

As práticas de hábitos relacionados à saúde e à medicina do estilo de vida


estão entre os fatores determinantes e mais importantes da saúde de uma
população. Pacientes com doenças crônicas possuem baixa adesão às mudanças de
estilo de vida e ao autocuidado pessoal. Com isso, motivar os pacientes através de
diferentes metodologias/intervenções terapêuticas pode ser uma solução para
obter melhora no que diz respeito à qualidade de vida.

Vamos abordar agora alguns dos pilares da medicina do estilo de vida.

Saúde do Sono

A privação de sono pode causar depressão do sistema imunológico e


alterações na capacidade de concentração e memorização, levando ao risco de
desenvolvimento de doenças crônicas e consequente piora da qualidade de vida.
Isso faz com que a qualidade do sono seja extremamente importante para a
manutenção das funções fisiológicas, não sendo apenas importante para a
recuperação do corpo, mas também da mente. No que diz respeito à saúde do
sono, a medicina do estilo de vida busca identificar e tratar hábitos do sono,
possíveis distúrbios do sono e influências ambientais. Para manter a saúde do sono,
é indicado:

- Ter horário de rotina ao dormir e acordar.


- Utilizar a cama apenas para dormir.
- Evitar a ingestão de café, álcool e outras bebidas que podem possuir
cafeína.
- Evitar a ingestão de alimentos gordurosos que podem dificultar a digestão.

Alimentação Saudável

A ingestão diária de micro e macronutrientes, assim como uma dieta


equilibrada e saudável, são fatores importantes para o controle, a prevenção e o
tratamento de DCNT. Deve-se seguir a ordem de consumo estipulada pela pirâmide
alimentar, que é um esquema nutricional que contém os nutrientes necessários
para a elaboração de um plano alimentar de uma rotina de alimentação
balanceada. A alimentação é um dos pilares importantes da saúde, podendo ser a
causa ou o tratamento de uma grande variedade de doenças. Para manter uma
alimentação saudável, é indicado:

- Consumir alimentos de origem vegetal, naturais e integrais.


- Minimizar a ingestão de alimentos processados e de origem animal.
- Consumir uma ampla variedade de vegetais, hortaliças, cereais integrais,
frutas, sementes, castanhas e especiarias.
- Controle do estresse.

Ajudar os pacientes a identificarem respostas negativas consequentes do


estresse e desenvolverem mecanismos para lidar com isso, através de uma rotina
de hábitos saudáveis, é também um dos objetivos da medicina do estilo de vida. O
estresse contínuo pode levar à depressão, ansiedade, obesidade, depressão do
sistema imunológico e consequente piora da saúde.
Exemplo de Aplicação da Medicina do Estilo de Vida

Imagine agora que você é um profissional da área de saúde e pretende


colocar em prática, em seu consultório, a medicina do estilo de vida. Vamos lá?

Durante a sua rotina de plantão, um paciente do sexo masculino, com


suspeita de diabetes, uma doença crônica não transmissível, estava agendado para
atendimento. Na consulta, o paciente relata má alimentação e falta de exercícios
físicos devido à rotina árdua de trabalho, já que com o dia corrido e cheio de
tarefas ele não tem tempo suficiente para comer de forma saudável e praticar
exercícios físicos. O paciente também forneceu algumas informações sobre sono,
momentos de lazer e possíveis causas de estresse referentes ao momento em que
ele está vivendo. Essas informações servirão de base para o estabelecimento de
metas, a fim de melhorar sua qualidade de vida.

A partir da história e do quadro clínico do paciente, é possível elaborar um


esquema terapêutico seguindo os princípios fundamentais da medicina do estilo de
vida. Veja um passo a passo a seguir:

1. Dar Conhecimento ao Paciente

É importante que o paciente saiba todas as consequências de uma má


alimentação e de uma vida sem praticar atividade física. Conscientizar o paciente
sobre prevenção e tratamento é essencial nessa primeira etapa do tratamento.
Sabendo das consequências, fica mais fácil para ele aderir ao tratamento. Quanto
maior o conhecimento do paciente sobre as consequências, maior a sua vontade de
mudar os hábitos de vida. O conceito de prevenção e promoção da saúde enfatiza
que os indivíduos devem possuir um papel ativo na escolha dos tratamentos e
procedimentos, atribuindo-lhes assim maior controle sobre todas as condições que
afetam a sua própria saúde.

2. Fornecer Ferramentas para a Mudança de Hábitos de Vida

Nos últimos anos, houve uma alteração no modo como vivemos. Ocorreu um
aumento no consumo de comidas industrializadas e o incremento de um estilo de
vida pouco saudável. Não adianta dar conhecimento ao paciente se você,
profissional de saúde, não fornecer a ele as ferramentas e os meios necessários
para melhorar sua qualidade de vida.
É preciso que o profissional da saúde determine a melhor estratégia para
cada paciente e explique detalhadamente as ferramentas que podem ajudá-lo na
busca por hábitos de vida mais saudáveis. A diabetes, por exemplo, é uma doença
crônica que pode ser corrigida com dieta e exercícios físicos, não necessariamente
precisando de tratamento medicamentoso.

3. Modificar Habilidades Médicas

No contexto de doenças crônicas, o tratamento conta com pouca adesão dos


pacientes. Normalmente, o paciente acometido pela enfermidade só procura
atendimento quando há crise aguda da doença. O objetivo da medicina do estilo de
vida, nesses casos, é pensar a longo prazo no que diz respeito ao atendimento,
prescrevendo mudanças comportamentais, e não apenas tratamento com
medicamentos. Podemos citar como exemplo a prescrição de uma alimentação
balanceada voltada para o paciente, além de exercícios físicos, determinando os
dias na semana e a duração.
Uma Introdução sobre Inovação em Terapias Integrativas e
Complementares

A inovação pode ser definida como a intencional aplicação e introdução de


processos, ideias, novos procedimentos ou produtos em um grupo ou uma
organização, com o objetivo de produzir benefícios significativos para indivíduos
ou para a comunidade em geral. A inovação na gestão do SUS proporciona
conhecimento sistematizado e organizado sobre experiências transformadoras que
podem ser utilizadas para solucionar os problemas dos sistemas de saúde.

As interfaces das diversas tradições mundiais de cuidado à saúde


possibilitam, juntamente com os avanços tecnológicos, uma ampla modalidade de
abordagens terapêuticas. Tanto a medicina tradicional quanto a medicina
complementar utilizam os recursos mais importantes que cada uma oferece
visando à melhoria da qualidade de vida do paciente como um todo. O uso das
práticas integrativas e complementares em saúde tem crescido mundialmente,
mesmo em países desenvolvidos onde a medicina convencional/tradicional já está
estabelecida nos sistemas de saúde. Desde 1960, existe um aumento do interesse
da população no uso de terapias complementares de saúde.

As PICS foram institucionalizadas no SUS em 2006, com o objetivo de


melhorar a qualidade de atendimento do usuário e da população como um todo.
Elas vêm crescendo em todos os níveis de atenção nos serviços de saúde, desde a
atenção primária até os serviços de média e alta complexidade. Devido às suas
inovadoras estratégias terapêuticas de cuidado, baseadas em conhecimentos
milenares, as PICS têm se tornado protagonistas nos serviços de saúde. Com isso,
estudos indicam evidências dos resultados positivos não somente decorrentes da
utilização de PICS, mas também sobre sua segurança e alto poder de resolutividade
de problemas que desafiam o sistema de saúde.

Atualmente, 29 práticas integrativas e complementares são ofertadas no


SUS, incluindo apiterapia, aromaterapia, arteterapia, ayurveda, biodança,
bioenergética, constelação familiar, cromoterapia, dança circular, geoterapia,
hipnoterapia, homeopatia, imposição de mãos, medicina antroposófica, medicina
tradicional chinesa/acupuntura, meditação, musicoterapia, naturopatia,
osteopatia, ozonioterapia, plantas medicinais e fitoterápicos, quiropraxia,
reflexoterapia, reiki, shantala, terapia comunitária integrativa, terapia de florais,
termalismo social/crenoterapia e yoga.

Um dos grandes desafios da pesquisa e desenvolvimento em medicina


integrativa é que uma grande quantidade de PICS implementadas pela Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares (PNPIC) no SUS não possui
evidências científicas de seus benefícios para a saúde, existindo uma lacuna a
respeito da sua segurança e eficácia. Com o objetivo de apoiar os profissionais de
saúde na escolha de determinada prática terapêutica e garantir o acesso à
informação, a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) e a Organização
Mundial da Saúde (OMS) estão sistematizando as evidências científicas em
Medicinas Tradicionais Complementares e Integrativas (MTCI) para preencher as
lacunas no conhecimento de algumas práticas. Estas incluem acupuntura,
auriculoterapia, meditação, ozonioterapia, plantas medicinais e fitoterapia,
práticas mentais e corporais da medicina tradicional chinesa, reflexologia,
shantala e yoga.
Evolução, Inovação e Perspectivas Futuras em PICS

No que diz respeito ao processo de evolução em terapias integrativas e


complementares, podemos listar alguns precedentes históricos importantes para a
implementação e consolidação da PNPIC no ano de 2006:

- Movimento de contracultura iniciado na década de 1960.


- Programa de Medicina Tradicional, instituído pela OMS em 1970.
- Reforma Sanitária Brasileira, de 1970.
- Criação do SUS, em 1988.
- Relatórios das 8ª, 10ª, 11ª e 12ª Conferências Nacionais de Saúde
(recomendando a incorporação das práticas integrativas e complementares
no SUS).

Um dos grandes avanços para a área da medicina e saúde integrativa no


Brasil foi a instituição da PNPIC no SUS. A consolidação, implementação e
publicação da PNPIC criou diretrizes específicas para que algumas PICS que já
vinham sendo realizadas no Brasil de maneira inadequada, desigual e sem registro
pudessem ser regularizadas.

Com o objetivo de fornecer evidências científicas para validação das PICS no


território nacional, instituições de pesquisa, universidades e redes colaborativas de
pesquisadores de todo o país, na área de MTCI (segundo as diretrizes da OMS), são
responsáveis pela pesquisa e pelo desenvolvimento em medicina e saúde
integrativa no Brasil. Nesse contexto, as inovações técnico-científicas podem
auxiliar no embasamento e na validação de algumas terapias alternativas e
complementares. Física quântica, epigenética e medicina de precisão são áreas da
ciência promissoras para aplicações na medicina integrativa de saúde.

A física quântica fundamenta que a natureza é feita de blocos de energia.


Assim, ela tem contribuído para a implementação de abordagens terapêuticas que
se baseiam na energia como meio de tratamento. Dentre elas, podemos citar: cura
quântica, medicina vibracional e biologia quântica.

A medicina de precisão se baseia no estilo de vida, no perfil genético, na


interação com o meio ambiente e na biologia de cada indivíduo. Ela possibilita a
escolha das PICS e dos estilos de vida mais eficazes, seguros e efetivos voltados
para o indivíduo em questão, já que essa área da ciência se baseia em três pilares
fundamentais, incluindo biomarcadores, bioinformática e as ciências ômicas
(farmacogenômica, proteômica, metabolômica, transcriptômica, genômica e
epigenômica).
A epigenética infere que as experiências que vivenciamos alteram a
expressão de nossos genes, através da relação entre meio ambiente e expressão do
DNA, impactando gerações futuras pelas experiências vividas pelos pais e que
podem ser transmitidas aos seus descendentes. Com isso, estudos têm observado
que alguns tipos de PICS, como a yoga, o qi gong e a meditação/mindfulness, estão
relacionados a alterações na expressão dos nossos genes.

Diversos estudos clínicos precisam ser conduzidos para que os mecanismos


fisiológicos das PICS sejam elucidados e comprovados cientificamente, a fim de
que, no futuro, o uso combinado de práticas integrativas com a medicina
convencional seja implementado nos serviços de saúde como parte do tratamento
de rotina. Com isso, do ponto de vista terapêutico, poderão ser utilizadas condutas
mais precisas e apropriadas para cada paciente.
Exemplo de Aplicação de Tecnologias Inovadoras em PICS

O Ministério da Saúde (MS) e a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS)


no Brasil lançaram o Laboratório de Inovação em Saúde sobre Práticas Integrativas
e Complementares em Saúde (LIS-PICS), para comemorar os 15 anos da Política
Nacional de Práticas Integrativas e Complementares em Saúde (PNPICS) no SUS. O
laboratório de inovação permite agregar conhecimento para promover as PICS em
outros municípios, através das experiências dos estados participantes. Ceará,
Distrito Federal, Mato Grosso do Sul e São Paulo são os distritos que participam
desse projeto.

Imagine que você reside em São Paulo e foi convidado para trabalhar no
LIS-PICS, para validar cientificamente a meditação mindfulness.

Você foi informado de que, para o gestor, a inovação tem um papel


fundamental no SUS. É necessário avaliar o custo-benefício e a relevância da
integração das PICS como parte do tratamento de rotina, além de administrar todo
o processo de mudança, visando reduzir tempo e custos, minimizar ricos e
maximizar o impacto da prática para a população.

Sabendo que há evidências científicas que comprovam a relação entre


epigenética, alterações na expressão gênica, desfechos clínicos e PICS, você
começou a colocar em prática o processo de validação, fazendo uma busca na
literatura para saber se já existem estudos científicos que comprovem os
benefícios da prática. Você descobriu que alguns grupos de pesquisa estão voltados
para o estudo da meditação mindfulness no Brasil. Em seguida, você também
descobriu que PICS que aumentam a resiliência, como a meditação mindfulness,
podem ser utilizadas como terapia de resposta ao estresse com possível desfecho
epigenético. Em estudos, foi observado que a meditação é responsável pela
diminuição da inflamação, pela proteção contra o envelhecimento, pela melhora
dos estados positivos da mente e pela ativação/alteração de diversas vias de
sinalização responsáveis pela expressão gênica.

Em casos de pacientes com estresse crônico, esses estudos revelaram que


diversos sinais químicos são liberados dentro do organismo, levando a alterações
na microbiota intestinal, desencadeando processos inflamatórios e causando
impacto no epigenoma. Nesses casos, a meditação mindfulness como recurso
terapêutico poderia ser utilizada para diminuir o estresse, com consequente
resultado positivo na regulação da microbiota e dos processos inflamatórios, já que
essa prática ajusta a resposta ao estresse, mantém a microbiota intestinal sadia,
suprime os estados de inflamação crônica, melhora a neuroimunidade e mantém os
estados emocionais saudáveis.
Você definiu que o projeto será realizado em duas etapas e, com isso,
estabeleceu a seguinte proposta:

Primeira etapa

1. As atividades propostas serão desenvolvidas em um ano.


2. Primeiramente, ocorrerá a sistematização do conhecimento das experiências
convidadas.
3. Todas as informações serão disponibilizadas para incentivar a divulgação do
conhecimento.
4. Ocorrerão visitas técnicas nos territórios em que as práticas são
desenvolvidas.

Segunda etapa

1. Produção dos estudos de caso por pesquisadores, para analisar o contexto e


o impacto dos projetos e divulgá-los no formato de artigos científicos.
2. A promoção do intercâmbio entre as experiências será feita durante
atividades de grupos de trabalho, denominados grupos de cooperação
horizontal.
3. Todos os resultados do LIS-PICS serão apresentados em seminário virtual.
Introdução em PICS na Saúde: vantagens e implementação

Devido ao aumento crescente da demanda e utilização de práticas


alternativas e complementares, existe a necessidade de que os profissionais de
saúde estejam aptos a informar e atender aos pacientes, reconhecer efeitos
colaterais, interações medicamentosas e praticar as medicinas complementares
isoladas ou associadas às medicinas convencionais com segurança. Diversos estudos
comprovam os benefícios das PICS quando associadas ao tratamento da medicina
convencional; o profissional de PICS não só se encontra apto a realizar a prática
como tem muito a contribuir, colaborando com seu conhecimento na área da saúde
e da ciência. Disponibilizar técnicas inovadoras e atingir um nível maior no cuidado
é um dos princípios fundamentais das PICS, que visam ao bem-estar das pessoas e à
promoção da saúde, bem como podem trazer novos caminhos profissionais para
profissionais interessados em contribuir para a prevenção de doenças e a qualidade
de vida dos pacientes. No âmbito das recomendações da OMS e das diretrizes do
SUS, todas as profissões da área da saúde devem continuar a implementar o uso
das PICS em seus respectivos conselhos de classe. Desde que tenha formação
necessária para a prática específica, o profissional de saúde pode realizá-la dentro
do conceito de atenção e cuidado à saúde. É indicado que o profissional de saúde
se especialize para ofertar as PICS, mas a depender do tipo de atendimento e da
prática, é necessário apenas certificação naquela prática, sem precisar ser
enfermeiro ou médico, por exemplo.

Integrada ao trabalho médico, está prevista a atuação de outros


profissionais da área da Saúde, de acordo com as especificidades de cada
categoria, empregando técnicas milenares, que vão muito além do uso de
fármacos, visam à saúde física, mental e emocional e contribuem para a
recuperação do indivíduo. Enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo, farmacêutico
e biomédico são exemplos de profissionais que podem se capacitar para atuar em
PICS, sendo que a atuação em PICS vai depender das resoluções de cada conselho
de classe de cada área de formação.

A Atenção Primária à Saúde (APS) é o primeiro nível de atenção em saúde e


se caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o
diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da
saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte
positivamente a situação de saúde das coletividades. Trata-se da principal porta de
entrada do SUS e do centro de comunicação com toda a Rede de Atenção dos SUS,
devendo se orientar pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, da
continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da
humanização e da equidade. Isso significa dizer que a APS funciona como um filtro
capaz de organizar o fluxo dos serviços nas redes de saúde, dos mais simples aos
mais complexos.

No Brasil, a Atenção Primária é desenvolvida com o mais alto grau de


descentralização e capilaridade, ocorrendo no local mais próximo da vida das
pessoas. O método de implantação de PICS na atenção primária envolve 4 fases:

1. Definição do núcleo responsável pela implantação e sua solidificação.


2. Análise situacional, com mapeamento de profissionais competentes já
existentes.
3. Regulamentação, organização do acesso e legitimação.
4. Ciclo de implantação: pactuação de planos locais, tutoria e atividades de
educação permanente em saúde.
PICS na Saúde: diferentes áreas de atuação

Adaptabilidade e inovação são habilidades essenciais para todas as


profissões de saúde e, quando aliadas à amplitude e versatilidade terapêutica das
PICS, permite-nos obter tratamentos alternativos vantajosos que visam ao
bem-estar físico e emocional do indivíduo.

Vamos, agora, aprender um pouco mais sobre como cada profissional de


saúde pode atuar em PICS:

Enfermeiro: segundo a Resolução COFEN nº 197/97, que reconhece e


estabelece as PICS como qualificação e/ou especialidade do profissional de
enfermagem, o enfermeiro possui respaldo legal para realização de diversas
práticas integrativas, uma delas é a acupuntura. O enfermeiro é capaz de avaliar
não somente a doença, mas também intervenções e diagnósticos específicos para
cada paciente, enxergando o paciente como um todo, de forma integral e
holística.

Farmacêutico: o profissional farmacêutico pode atuar em quase todas as


PICS implementadas pela PNPIC. Além do acompanhamento farmacoterapêutico, o
farmacêutico pode oferecer um tratamento complementar de caráter integral,
contemplando, também, aspectos emocionais, energéticos, espirituais, mentais e
sociais do indivíduo.

Biomédico: o biomédico devidamente especializado e qualificado também


pode atuar como terapeuta integrativo, desenvolvendo ações para proteção,
promoção, prevenção e reabilitação da saúde e tomando decisões que visem à
eficácia do tratamento. Entre as PICS que o biomédico pode realizar, estão a
ozonioterapia, fitoterapia, cromoterapia e bioressonância.

Fisioterapeuta e Terapeuta Ocupacional: levando em consideração a


relação entre a profissão de fisioterapia / terapia ocupacional e as PICS, diversas
práticas são regulamentadas pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Terapia
Ocupacional, incluindo acupuntura, homeopatia, fitoterapia, práticas corporais
manuais e meditativas, terapia floral, magnetoterapia, fisioterapia antroposófica,
termalismo / crenoterapia / balneoterapia, hipnose, osteopatia e quiropraxia.

Fonoaudiólogo: o fonoaudiólogo é também um dos profissionais de saúde


que integram as equipes multiprofissionais das Redes de Atenção à Saúde que
podem atuar em PICS. Segundo a Resolução n° 610, de 13 de dezembro de 2018, as
PICS estão incluídas como competências específicas do fonoaudiólogo. As PICS
podem ser utilizadas na reabilitação de pacientes com alterações miofuncionais,
auditivas e neurológicas. A acupuntura pode ser utilizada como terapia
complementar em pacientes que sofreram Acidente Vascular Encefálico (AVE), e
neuralgia idiopática do trigêmeo (MIT), afasia motora, disfagia, câncer de cabeça e
pescoço e disfunção temporomandibular miogênica também são outros exemplos
nos quais os pacientes podem ser tratados com acupuntura somada à medicina
tradicional. Os efeitos da musicoterapia em grupo vêm sendo avaliados sobre a
deglutição de pacientes com Doença de Parkinson. A Ayurveda é outro exemplo de
terapia complementar utilizada no tratamento de pacientes com AVE submetidos a
tratamento medicamentoso convencional, fisioterapia e terapia de fala e
linguagem.

A implementação das terapias integrativas e complementares na atenção


primária se dá por meio de 4 etapas:

1. Estabelecimento de responsáveis, ou seja, definição de um núcleo


responsável pela condução do processo. Este pode ser constituído por
profissionais da instituição com expertises em variadas PICS e de caráter
multiprofissional.

2. Análise situacional. Nessa etapa, o núcleo responsável deve realizar um


mapeamento dos profissionais capacitados em PICS, atuantes ou não,
conforme unidades de saúde e competências específicas. Feito isso, algumas
questões devem ser levantadas, como estratégia de organização do processo
de trabalho, acesso na APS, fluxo de atendimento, matriciamento, registro
das atividades, colaboração horizontal.

3. Regulamentação. Esse processo pode ocorrer por ato institucional do gestor


municipal ou por uma política municipal. Se for por ato institucional do
gestor municipal, ele pode estabelecer normas gerais para o
desenvolvimento das PICS de acordo com as diretrizes da PNPIC, caso
contrário, ela pode ser elaborada com trâmites legais próprios, de acordo
com a política do município.

4. Implantação. A fase de implantação é fundamental para a expansão


sustentável das PIC na APS, já que somente a regulamentação não garante
isso. Essa fase tem caráter descentralizado, com apropriação democrática
dos processos de gestão e atendendo às especificidades locais, considerando
que isso influencia na qualidade dos serviços.
Exemplo de Aplicação de PICS Voltada para o Profissional
Psicólogo

Olá, estudante! Você sabia que enxergar o paciente de forma holística é a


base fundamental da nova abordagem terapêutica de saúde (as PICS) e que isso
tem aberto muitos campos promissores para diversos profissionais de saúde como
protagonistas de atendimentos com PICS nos mais diversos âmbitos de saúde?

Nesse contexto, vamos, agora, trazer para a prática profissional um pouco


mais da hipnose e como o psicólogo pode atuar na área. Antigamente, ela estava
associada ao misticismo, hoje, a hipnose é reconhecida como terapia auxiliar por
diversas áreas de saúde, incluindo a psicologia, como um recurso técnico capaz de
contribuir para as resoluções de problemas físicos e psicológicos.

Atualmente, as abordagens terapêuticas que buscam a recuperação da


saúde e a prevenção de doenças com ênfase no desenvolvimento do vínculo
terapêutico, na escuta acolhedora e na integração do ser humano com a sociedade
e o meio ambiente, bem como nas demandas atuais da área da Psicologia Clínica,
como novas formas de proporcionar saúde e bem-estar, tanto por parte dos
profissionais da saúde como pela população, vem sendo procuradas, e uma prática
aliada às PICS e também disponível no SUS é a hipnose, que é utilizada como uma
ferramenta para ser trabalhada com a Psicologia. Com a hipnose, o psicólogo
hipnoterapeuta consegue ter acesso a experiências do subconsciente e trazê-las ao
consciente com diversas técnicas da hipnoterapia.

A Resolução CFP nº 013/2000 aprova e regulamenta o uso da hipnose como


recurso auxiliar de trabalho do psicólogo, no entanto, o profissional só pode atuar
na área se estiver capacitado para exercer a prática. Problemas como depressão,
ansiedade, fobias, traumas e vícios, como o tabagismo, podem ser tratados com o
auxílio da hipnose, porém como toda terapia auxiliar, nem sempre ela é a mais
indicada em alguns casos, por isso, para a indução à hipnose, o hipnoterapeuta
deve, primeiro, fazer uma avaliação do paciente para só então definir uma forma
de condução das sessões de acordo com a necessidade de cada paciente. Esse
processo explora os canais sensoriais, em especial, a audição e a visão.

Existem três estados básicos na hipnoterapia:

1. Relaxamento. O objetivo é relaxar o corpo para ampliar a atividade mental.

2. Transe. Nesse processo, existe um foco em um determinado objetivo


mental, que faz com que a pessoa se concentre apenas em um pensamento.
Com o aumento da intensidade desse foco mental, a pessoa atinge a
hipnose.

3. Hipnose. Promove fenômenos mentais conhecidos, como a analgesia


(ausência de dor física), a amnésia (perda de memória), entre outros. Para
atingir esse estado, o hipnoterapeuta pode utilizar alguns recursos, e o
famoso pêndulo é considerado parte da hipnose clássica. Com o pêndulo, o
profissional foca o pensamento do paciente, entretanto, trata-se de uma
prática empírica, que não funciona com todos os pacientes. Na hipnose
moderna, outras técnicas são usadas na indução ao estado hipnótico.
Introdução sobre PICS em Grupos e Equipe Multidisciplinar nas
Diferentes Áreas da Saúde

As práticas integrativas e complementares em saúde (PICS) são abordagens


terapêuticas que buscam a recuperação da saúde e a prevenção de doenças com
ênfase no desenvolvimento do vínculo terapêutico, na escuta acolhedora e na
integração do ser humano com a sociedade e o meio ambiente. A utilização de
PICS no SUS tem se mostrado eficaz, além de promover a redução dos custos e
impedir que a doença se estabeleça e que seus efeitos sejam complexos.

Reafirmando os princípios do SUS de resolutividade, integralidade,


continuidade e vínculo, a Política Nacional de Práticas Integrativas e
Complementares foi proposta com o objetivo de ampliar as possibilidades do
cuidado por meio da integração disciplinar dessas práticas utilizando os mesmos
recursos tecnológicos relacionados à natureza interdisciplinar.

A oferta de PICS é transversal a toda a Rede de Atenção à Saúde, sendo


ofertada em serviços nos diversos pontos da rede, conforme organização e
demanda local, contribuindo para o aumento da resolubilidade do sistema,
garantindo um cuidado humanizado, continuado e integral. Importante lembrar
que é de competência exclusiva do município a contratação dos profissionais e a
definição de quais práticas serão ofertadas.

As equipes que compõem o quadro de profissionais atuantes em PICS de um


estabelecimento de saúde são responsáveis pelo compartilhamento de saberes
multidisciplinares cuja transversalidade do cuidado está pautada na oferta do
cuidado próximo da vida das pessoas, em seu contexto social e familiar. A
utilização de PICS pelos profissionais de saúde leva à aproximação de
pacientes/usuários e profissionais com o intuito de adequar e entender o
tratamento dos pacientes de acordo com as suas necessidades, estreitando laços e
vínculos com a comunidade e, até mesmo, com os próprios profissionais que fazem
parte da mesma equipe.

O processo de cuidado exige uma intrínseca interação entre as diferentes


categorias profissionais que compõem as equipes de saúde do SUS. Busca-se
assistência qualificada de caráter multiprofissional no ensino, na atenção para com
as questões gerenciais e normas instituídas e na realização de educação e
promoção da saúde; deve existir uma interação entre práticas e saberes dos
profissionais e entres estes e os usuários; além disso, por meio do apoio matricial e
da cooperação horizontal, os profissionais de um serviço apoiam um conjunto de
profissionais de outros serviços a partir da troca de conhecimento, saberes e
práticas. Ou seja, são parcerias realizadas entre diversos atores e instituições para
o compartilhamento de experiências exitosas que possam ser aplicadas na rotina
de trabalho da equipe profissional envolvida.

As práticas integrativas e complementares precisam ser mais divulgadas


tanto para a sociedade quanto para profissionais da área da saúde, trazendo uma
qualificação e o entendimento para esses profissionais, visando, assim, à melhoria
para atender aos pacientes com mais humanização. Por exemplo, existe uma não
concordância por parte dos médicos quando o paciente toma a decisão de
substituir os medicamentos alopáticos por somente o uso das plantas medicinais,
em contrapartida, eles apoiam a decisão do uso em conjunto, em que o
tratamento é acompanhado por medicamentos e plantas medicinais.

Arteterapia, biodança, bioenergética, constelação familiar, dança circular,


musicoterapia e terapia comunitária integrativa são exemplos de PICS que podem
ser realizadas em grupos. No que diz respeito às práticas em diferentes áreas,
temos a acupuntura como exemplo de PICS que, atualmente, é regulamentada em
todas as profissões de saúde.
PICS e sua Atuação Multidisciplinar

É imprescindível que a equipe de profissionais atuantes em PICS seja


composta por profissionais qualificados e de caráter multiprofissional, permitindo
a troca de saberes entre os profissionais das diferentes profissões da saúde,
possibilitando que as PICS sejam ofertadas de acordo com os princípios do SUS.

Abaixo, estão listadas as PICS que podem ser realizadas em grupos, de forma
integral e gratuita no SUS.

Arteterapia: técnica artística, visual, expressiva e terapêutica que favorece a


saúde mental e física do usuário por meio da análise do inconsciente e do
consciente. Ela usa a arte como meio de comunicação entre paciente e
profissional, em grupo ou individualmente.

Biodança: prática expressiva corporal que visa a restabelecer a renovação e o


equilíbrio físico e emocional, necessário para o desenvolvimento humano, por meio
dos movimentos da dança, do canto, da música e de atividades em grupo,
promovendo a renovação orgânica, a integração, a comunicação e a resistência ao
estresse.

Bioenergética: prática terapêutica realizada em grupo advinda da psicanálise, que


busca entender a personalidade em termos do corpo e de seus processos
energéticos. Isso está relacionado à energia que existe em cada indivíduo, que está
associada ao seu estado de vitalidade e que é produzida por meio da respiração.

Constelação familiar: por meio do conhecimento das bases que fundamentam o


relacionamento humano e do inconsciente familiar, é possível criar condições para
que o indivíduo seja direcionado para o crescimento e a cura. Trata-se de uma
prática que pode ser realizada em grupo, em atendimentos individuais ou durante
workshops, abordando um tema a cada encontro.

Dança circular: método expressivo corporal que utiliza o canto, o ritmo e a dança
de roda para promover o auxílio mútuo, a igualdade e a integração humana,
objetivando o bem-estar mental, emocional, físico e social. Geralmente, ela é
realizada em grupos, em que as pessoas dançam em círculos, acompanhando com
movimentos de braços e mãos e com o canto.

Musicoterapia: técnica expressiva que usa a música (ritmo, som, harmonia e


melodia) no seu mais amplo sentido de forma individual ou em grupo; promove a
comunicação, expressão, relação interpessoal e aprendizagem, atendendo às
necessidades emocionais, espirituais, mentais, cognitivas e sociais do paciente.
Terapia comunitária integrativa: prática integrativa realizada em grupo que
envolve os membros da comunidade e acontece em espaços abertos. A experiência
de vida de cada indivíduo e o conhecimento são fundamentais para a troca de
experiências, apoio emocional e diminuição do isolamento social.

A acupuntura é uma abordagem terapêutica da medicina tradicional chinesa


que estimula pontos espalhados por todo o corpo por meio da inserção de agulhas
metálicas finas, visando à prevenção de agravos e doenças, à manutenção, à
promoção e à recuperação da saúde.

Vamos ver, agora, exemplos de como a acupuntura pode ser utilizada dentro
do contexto profissional das diferentes áreas da saúde.

Fisioterapia: as principais áreas de intervenção são as condições neurológicas,


orto-traumáticas, musculoesqueléticas e a fisioterapia no desporto.

Fonoaudiologia: paralisia facial, sequelas de acidente vascular encefálico, lesão


do nervo trigêmeo, obstrução nasal, disfunção da articulação mandibular, zumbido.

Biomedicina: fins estéticos e tratamento dos sistemas respiratório, digestivo e


neurológico.

Farmácia: odontalgias pós-operatórias, náuseas e vômitos pós-quimioterapia ou


cirurgia em adultos.

Psicologia: crianças com problemas de hiperatividade e déficit de atenção,


doenças mentais, depressão pós-parto, esclerose múltipla, estresse, depressões em
geral e alguns quadros de esquizofrenia, redução da insônia e ansiedade.
Exemplo de Implantação na Prática de PICS que podem ser
Realizadas em Grupo

Você sabia que os diferentes profissionais de saúde podem atuar em PICS nos
mais diversos âmbitos de saúde? Você também sabia que existe uma busca
crescente por PICS realizadas em grupos? Muitos indivíduos de uma comunidade
buscam essas práticas como um meio também de expandir suas conexões
interpessoais.

Bom, chegou a hora de trazermos para a prática profissional o que você


aprendeu nesta aula! Suponhamos que você trabalhe na UBS do município de São
Paulo e que, durante os seus plantões, você tem percebido uma busca crescente
dos pacientes por práticas que possam ser realizadas em grupo. Durante a reunião
mensal com sua equipe multiprofissional, você levantou esse questionamento para
saber se os outros profissionais de saúde também tinham notado que, cada vez
mais, os pacientes têm buscado práticas coletivas. A resposta foi unânime, já que
todos eles haviam percebido a alta demanda, com isso, você pensou em elaborar
um projeto para solicitar ao gestor da UBS que essas práticas fossem
implementadas na UBS em que você trabalha, e, na reunião, foram definidos os
principais pontos que deveriam ser abordados no projeto.

- Identificação e caracterização da PICS que podem ser realizadas em grupos.


- A importância de PICS grupais para o indivíduo e para a comunidade como
um todo.
- Profissionais capacitados para atuar nas PICS grupais.
Demanda.
- Disponibilidade de horários de atendimento e local físico.
- Custo.
- Resultados esperados.

Na reunião mensal seguinte, definiu-se:

- Identificação e caracterização de PICS que podem ser realizadas em grupos:


arteterapia, biodança, bioenergética, constelação familiar, dança circular,
musicoterapia e terapia comunitária integrativa são exemplos de PICS que
podem ser realizadas em grupos.

- A importância de PICS grupais para o indivíduo e para a comunidade como


um todo: as PICS grupais são extremamente importantes, pois podem ser
utilizadas como estratégia de cuidado e atenção integral à saúde.
- Profissionais capacitados para atuar em PICS grupais: enfermeiro,
fisioterapeuta, educador físico, médico, nutricionista, psicólogo, auxiliar de
enfermagem, dentista, farmacêutico, biomédico, fonoaudiólogo e agente
comunitário de saúde.

- Demanda: a alta demanda nos serviços de saúde de pacientes em busca de


atendimento para solucionar questões psicossociais, como problemas nas
relações familiares e ausência de rede de apoio social, pode ser sanada com
a implementação de PICS realizadas em grupos.

- Disponibilidade de horários de atendimento e local físico: as novas PICS


podem ser realizadas nas mesmas salas nas quais as PICS que já são
implementadas são realizadas. Além disso, também poderão ser realizadas
na área externa da UBS.

- Custo: será necessário um custo inicial para capacitar os profissionais da


UBS interessados em realizar as PICS grupais.

- Resultados esperados: as PICS grupais possibilitam a interação entre os


participantes, favorecendo as relações entre os indivíduos da comunidade, o
compartilhamento dos saberes e de experiências, o aumento do vínculo
social e afetivo, a ajuda mútua entre os participantes e o fortalecimento do
autocuidado e do sentimento de pertencimento.
Medicina do Estilo de Vida e Inovações Tecnológicas em PICS

Medicina do Estilo de Vida

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o consumo excessivo de


bebidas alcoólicas, tabagismo, sedentarismo e má alimentação são hábitos de vida
não saudáveis que estão entre as principais causas das doenças crônicas não
transmissíveis. A medicina do estilo de vida pode ser definida como uma
abordagem interdisciplinar voltada para a promoção da saúde e prevenção de
doenças por meio da manutenção de hábitos de vida saudáveis. É composta por
seis pilares fundamentais para a saúde, incluindo, atividade física, controle de
tóxicos, saúde do sono, conexões pessoais e interpessoais, saúde mental e
alimentação saudável. Nesse contexto, os programas de prevenção e promoção da
saúde são extremamente importantes, pois melhoram o estado de saúde e a
qualidade de vida de pessoas, famílias, comunidades, estados e países, e reduz
tanto mortes prematuras quanto os custos com tratamentos médicos.

Inovações e Vantagens Tecnológicas em PICS

No SUS, a inovação pode ser utilizada para solucionar os problemas dos


sistemas de saúde por meio da pesquisa e desenvolvimento. Um desses problemas
é a falta de embasamento científico que as PICS têm e como isso afeta a sua
inserção nos tratamentos que são indicados para os pacientes. Visando transpor
esse problema, a OPAS e a OMS estão sistematizando as evidências científicas em
medicinas tradicionais complementares e integrativas para preencher as lacunas no
conhecimento de algumas práticas. Física quântica, epigenética e medicina de
precisão são exemplos das áreas da ciência que vêm sendo utilizadas com essa
finalidade. Porém, diversos estudos clínicos ainda precisam ser conduzidos para
que os mecanismos fisiológicos das PICS sejam elucidados e comprovados
cientificamente.

A atenção primária à saúde é o primeiro nível de atenção em saúde e se


caracteriza por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo,
que abrange a promoção e a proteção da saúde, com o objetivo de desenvolver
uma atenção integral que impacte positivamente na situação de saúde das
coletividades. Adaptabilidade e inovação são habilidades essenciais para todas as
profissões de saúde e, quando aliadas à amplitude e versatilidade terapêutica das
PICS, nos permitem obter tratamentos alternativos vantajosos que visam o
bem-estar físico e emocional do indivíduo. Desde que tenha formação necessária
para a prática específica, o profissional de saúde pode realizá-la dentro do
conceito de atenção e cuidado à saúde. Enfermeiro, fisioterapeuta, fonoaudiólogo,
farmacêutico e biomédico são exemplos de profissionais que podem se capacitar
para atuar em PICS, sendo que a atuação em PICS vai depender das resoluções de
cada conselho de classe de cada área de formação.

PICS e Atuação Multidisciplinar

As equipes que compõem o quadro de profissionais atuantes em PICS de um


estabelecimento de saúde são responsáveis pelo compartilhamento de saberes
multidisciplinares, cuja transversalidade do cuidado está pautada na oferta do
cuidado próximo da vida das pessoas, em seu contexto social e familiar. O processo
de cuidado exige uma intrínseca interação entre as diferentes categorias
profissionais que compõem as equipes de saúde do SUS. Busca-se assistência
qualificada de caráter multiprofissional, no ensino e na busca por saberes, na
atenção para com as questões gerenciais e normas instituídas e na realização de
educação e promoção da saúde.

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