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DISCENTES
Assane Assane; Hermenigildo Francisco Macalane; Maneca Beca; Masoka Numbe; Natália
Victor1
DOCENTES
Neivaldo Murrube & Ribeiro Vasco Ribeiro
1. INTRODUÇÃO E JUSTIFICAÇÃO
O Governo da República de Moçambique reconhece a importância da pesquisa em saúde
como mecanismo de busca de evidência para uma melhor planificação e tomada de decisão no
Sector da Saúde. Novos problemas de saúde poderão emergir ou reemergir com o passar dos
anos.
A pesquisa tem um papel importante na solução dos problemas de saúde das populações
para gerar conhecimento para compreender melhor os problemas da população e daí propor
estratégias e soluções, torna-se uma componente indispensável para a promoção da saúde.
A realização de investigações baseadas em prioridades traz benefícios para a saúde da
sociedade e para o desenvolvimento de novas políticas, a melhoria dos sistemas de saúde e
dos indicadores sanitários, a priorização da pesquisa em saúde é uma etapa chave necessária
no fortalecimento dos Sistemas Nacionais de Pesquisa em Saúde.
O desenvolvimento de uma Agenda Nacional de Pesquisa em Saúde (ANAPES) surge
como uma estratégia crucial para a resolução da diferença entre a despesa mundial para
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Graduandos do curso de Farmácia, I-semestre do 3º ano na Faculdade de Ciências de Saúde da UniLúrio,
(Nampula-Moçambique);
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Tema referente ao resumo analítico na cadeira de Saúde da Comunidade V, Agosto de 2022;
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pesquisa e desenvolvimento em saúde e os problemas que afetam a maioria da população
mundial.
Neste contexto surge a necessidade de se elaborar uma ANAPES para Moçambique, que
inclui as prioridades nacionais de pesquisa, fortalecendo as capacidades institucionais para
levar a cabo uma pesquisa nacional multidisciplinar, desenvolvimento de políticas e
programas nacionais de saúde e a disseminação do conhecimento científico. Finalmente, a
existência de uma ANAPES vai melhorar a coordenação e contribuir para a regulamentação
do ambiente de investigação científica no país.
A ANAPES utiliza fundos externos e por isso deve conter a lista de prioridades de
pesquisa em saúde do país, sendo particularmente relevante nos países com recursos escassos,
onde a maior parte da pesquisa é financiada por fundos externos e funcionam como
programas verticais, que por vezes não vão de acordo com as necessidades de pesquisa
nacionais.
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5.1. Elaboração de lista de prioridades
Em Novembro de 2011, foi realizada uma reunião de auscultação o para a qual foram
convidados vários actores do sistema de saúde. O objectivo desta reunião foi discutir a
metodologia de elaboração da Agenda, identificar tópicos de pesquisa em grupo e formar um
grupo de trabalho para elaboração da Agenda.
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prioritário, subcritérios: adequação, relevância, viabilidade e impacto dos resultados de
pesquisa.
Adequação da pesquisa – se a pesquisa é ética e moralmente aceitável e se a
informação sobre a pesquisa na área se encontra disponível;
Relevância – até que ponto a pesquisa contribui para a maior equidade em saúde e
responde a preocupação ou demanda da comunidade, qual pode ser o impacto dos
resultados de pesquisa e o tamanho da gravidade do problema ou carga da doença.
Viabilidade – capacidade nacional de levar a cabo a pesquisa e possibilidade de
sucesso. Quão adequada é a capacidade do sistema de levar a cabo a pesquisa em
termos de competência, infra-estrutura, sistema de suporte, mecanismos e recursos.
Também foi analisada a justificativa do custo (quão justificável é o custo de execução
do projecto de pesquisa).
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O padrão de doença em Moçambique é dominado por doenças transmissíveis que se
associam à pobreza e más condições de saneamento do meio, estas responsáveis por grande
parte da morbilidade e mortalidade em todos grupos etários. As doenças com elevada
prevalência têm sido alvo de pesquisa básica, clínica e operacional. Contudo, há necessidade
de incremento da pesquisa nas áreas de doenças parasitárias doenças emergentes e zoonoses
transmissíveis ao homem, tendo em conta o conceito de one-health.
Doenças crónicas não transmissíveis não estão incluídas no actual sistema de vigilância
epidemiológica ou no sistema de informação para a saúde. As doenças crónicas associadas à
pobreza constituem problema de magnitude e carecem de pesquisa por serem geralmente
negligenciadas. Por último, condições ligadas à urbanização poderão vir a constituir um sério
problema de saúde pública.
Os relatórios anuais do programa de saúde materno-infantil mostram cumprimento das
actividades abaixo de 50%, para partos institucionais, de consultas pós-parto e de
planeamento familiar. Em relação à saúde da criança, há uma cobertura insuficiente de cadeia
de frio de qualidade e fraca afluência às consultas acima dos 11 meses.
7. IMPLEMENTAÇÃO DA AGENDA
O MISAU em colaboração com os principais intervenientes da pesquisa nacional,
suportará a promoção, facilitação e coordenação das actividades de pesquisa. Os recursos do
Governo serão usados para investigar tópicos prioritários.
O INS promoverá a implementação da ANAPES através do Programa Nacional de
Pesquisa em Saúde, que incluirá fundos para pesquisa e vigilância e bolsas para o pessoal
técnico científico engajado na pesquisa em saúde.
Devido ao contexto do país, três pilares serão fundamentais para realização da pesquisa
em saúde incluída na presente agenda: recursos humanos, desenvolvimento institucional e
financiamento.
O desenvolvimento de recursos humanos para a pesquisa de forma estratégica, através da
identificação das necessidades de acordo com as áreas de actuação é um factor importante e
crítico para o aumento da quantidade e qualidade da pesquisa realizada no país. Os três pilares
consistem basicamente em capacitação institucional através de transferência de tecnologia e
apetrechamento dos laboratórios quando aplicável e a integração da formação nos projetos de
pesquisa, assegurando, sempre que viável, que cada projeto sirva para treinar e formar
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recursos através de realização de mestrados e doutoramentos. há necessidade de se estabelecer
e fortalecer parcerias nacionais estratégicas a fim de minimizar a dependência de instituições
internacionais.
A realização de pesquisa através de redes nacionais pode ser levada a cabo através de
busca de financiamento para projectos conjuntos, mobilidade de investigadores de uma
instituição para outra, mentoria de estudantes ou investigadores jovens e realização de
investigação multidisciplinar conjunta onde cada uma das instituições contribui para o
projecto com a sua perícia técnico-científica.
9. FINANCIAMENTO DA AGENDA
Os seguintes mecanismos de financiamento da agenda deverão ser estabelecidos:
financiamento governamental, fontes de financiamento de pesquisa e parcerias público-
privadas.
10.REVISÃO DA AGENDA
A agenda é revista e atualizada a cada 5 anos pelo INS, envolvendo diferentes atores de
pesquisa em saúde.
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11.MONITORIA E AVALIAÇÃO DA AGENDA
A implementação dos Núcleos Provinciais de Pesquisa, a criação de um diploma
ministerial para resolução da Pesquisa em Saúde e o registo nacional de Pesquisa são
importantes para monitorar e
avaliar a agenda nacional de pesquisa.
Como forma de monitorar a implementação da Agenda, foram estabelecidos os
resultados esperados e os indicadores para cada resultado.