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UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Ciências de Educação


Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

NECESSIDADE EDUCATIVAS ESPECIAIS NO AMBIENTE ESCOLAR

Germano Silva Alfredo: 81230558

Nampula, Maio de 2023


UNIVERSIDADE ABERTA ISCED
Faculdade de Ciências de Educação
Departamento de Ciências de Educação
Curso de Licenciatura em Ensino da Língua Portuguesa

NECESSIDADE EDUCATIVAS ESPECIAIS NO AMBIENTE ESCOLAR

Trabalho de Campo da disciplina de


Psicologia Educacional a ser
submetido na Coordenação do Curso
de Licenciatura em Ensino da Língua
Portuguesa do ISCED.

Germano Silva Alfredo: 81230558

Nampula, Maio de 2023


ÍNDICE

Pág.
I. INTRODUÇÃO __________________________________________________ 1

1.1. Contextualização ______________________________________________ 1

1.2. Objectivo geral ________________________________________________ 1


1.2.1. Objectivo específicos _______________________________________ 1

1.3. Metodologia ________________________________________________ 2

II. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO ___________________________________ 3

2.1. Generalidade _________________________________________________ 3


2.1.1. Necessidades Especiais ____________________________________ 3
2.1.2. Necessidades Educativas Especiais ___________________________ 3
2.1.3. Dimensão escolar _________________________________________ 4

2.2. Classificação das Necessidades Educativas Especiais _________________ 4


2.2.1. Carácter permanente _______________________________________ 4
2.2.2. Carácter Temporário _______________________________________ 4

2.3. Legislação _________________________________________________ 5

2.4. Processo das necessidades educativas especiais __________________ 5


2.4.1. Inclusão _________________________________________________ 7
2.4.2. A Escola e a Inclusão ______________________________________ 8

III. CONSIDERAÇÕES FINAIS _______________________________________ 10

IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS _________________________________ 11


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I. INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização

A inclusão educacional vem se desenvolvendo no mundo inteiro como um


fenômeno social complexo, consequência de lutas das pessoas com necessidades
especiais diversas, seus familiares e de movimentos sociais, pelas transformações
nas atitudes preconceituosas e segregacionistas que foram se estabelecendo ao
longo da história, em relação ao tratamento dado a elas e pela busca de seus
direitos na sociedade (Frias, 2008p. 2).

As necessidades educativas especiais são aquelas que exigem recursos ou


estratégias pedagógicas especiais para que um aluno possa ter acesso ao ensino.
Essas necessidades afetam alunos com deficiências, transtornos, habilidades
cognitivas limitadas ou problemas de aprendizagem. A inclusão e o atendimento
desses alunos são questões críticas e desafiadoras para as escolas. O foco deste
trabalho é aprofundar a compreensão das necessidades educativas especiais no
ambiente escolar, identificando as causas, as práticas e as políticas que influenciam
o atendimento a esses indivíduos.

1.2. Objectivo geral

 Compreender a importância das necessidades educativas especiais no


ambiente escolar.

1.2.1. Objectivo específicos

 Conceituar necessidade educativas especiais no ambiente escolar;


 Desenvolver os tópicos inerentes as necessidades educativas especiais no
ambiente escolar.
2

1.3. Metodologia

O emprego metodológico na pesquisa e edificação do trabalho visa delimitar e


adequar aos critérios vigente bem como garantir o rigor científico exigido, para tal
foram identificadas e obtidos de fontes como artigos e manuais, obras de referência,
periódicos científicos. Quanto aos procedimentos técnicos, se encaixa na Pesquisa
Bibliográficas, que constitui uma base teórica para o desenvolvimento de trabalho
em ciência (Fonseca, 2012 p. 21), que tem como foco documentos já com
tratamento analítico na forma de livros ou artigos (Júnior et al., 2021 p. 67). De
forma sequencial o processo de constituição do presente trabalho inclui as seguintes
etapas:
Identificação do tema e da questão de pesquisa: definiu-se e delimitou-se
claramente o assunto a ser estudado “NECESSIDADE EDUCATIVAS ESPECIAIS
NO AMBIENTE ESCOLAR” considerando os cincos aspectos a ter em conta na
pesquisa.
Busca de informação: realizar uma busca sistemática e abrangente em bancos
de dados eletrônicos, revistas, livros, teses, entre outras fontes relevantes com as
palavras chaves: “educação”, “necessidades”, “alunos”, “professor”, “método”,
“escola”, “necessidades especiais”, “inclusão das necessidades especiais”.
Seleção dos estudos: avaliar os estudos encontrados e selecionar os que serão
incluídos na revisão a partir de critérios de inclusão e exclusão estabelecidos
previamente (sem critérios muito específicos, desde que apresentem as palavras
chaves estabelecidas e correspondessem ao tópico do tema do trabalho. Sem
descriminação foram utilizadas material de idiomas variados como o Inglesa e o
Espanhola, passando por tradução por Tradutor da MS office 2016.
Avaliação crítica da literatura: analisar e sintetizar os estudos selecionados,
destacando seus principais pontos fortes e limitações.
Organização e síntese da informação: reunir todas as informações coletadas
apartir do software de gestão de referências Mendeley e motor de texto Word
(Microsoft Office) constituíram o design do documento apresentado. Quanto às
citações e referências bibliográficas, foi seguida as normas estabelecidas pela APA
6ª Edição exigida pela instituição.
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II. DESENVOLVIMENTO TEÓRICO

2.1. Generalidade

2.1.1. Necessidades Especiais

As convenções internacionais definem Necessidades Especiais como um


conjunto de factores de risco, de ordem intelectual, emocional e física que podem
afectar a capacidade de um indivíduo em atingir o seu potencial máximo. E definem
também a criança com necessidades especiais, como sendo aquela com uma falta
ou uma restrição de capacidades para executar actividades, tarefas, habilidades e
comportamentos na forma considerada normal para a maioria dos seres humanos
(Movimento de Educação para Todos, 2022 p. 8).

2.1.2. Necessidades Educativas Especiais

Historicamente, a Educação Especial tem passado por constantes reavaliações


da própria caracterização do indivíduo submetido a tal atendimento (Bittencourt,
2001 p. 4).
O conceito de NEE surge pela primeira vez, em 1978, com o relatório “Warnock”.
Este refere-se ao ensino ministrado em classes especiais ou unidades de ensino
para crianças com determinados tipos de deficiência, abarcando também a noção de
qualquer forma adicional de ajuda desde o nascimento até à maturidade para
superar a dificuldade educacional (Machado, 2012 p. 3).

“O conceito de Necessidades Educativas Especiais, engloba não só alunos com


deficiências, mas todos aqueles que, ao longo do seu percurso escolar possam
apresentar dificuldades específicas de aprendizagem” (Warnock, 1978, p.36 apud
Machado, 2012 p. 3).

Necessidades educativas especiais é um conceito relativo que se define em


função da necessidade de ajuda que as crianças requerem quando frequentam a
escola. Ainda sobre estas necessidades, os autores afirmam que as crianças ao
longo da sua escolarização precisam de diversas ajudas pedagógicas não habituais
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do tipo pessoal, técnico ou material de modo a garantir o alcance dos resultados da


educação (Movimento de Educação para Todos, 2022 p. 8).

2.1.3. Dimensão escolar

Refere-se a um conjunto de procedimentos metodológicos que podem ser


usados no Processo de Ensino - Aprendizagem de alunos com Necessidades
Educativas Especiais ou seja, as estratégias educativas que são usadas no contexto
escolar (Movimento de Educação para Todos, 2022 p. 20).

2.2. Classificação das Necessidades Educativas Especiais

As Necessidades Educativas Especiais classificam-se em dois tipos: Carácter


permanente e Carácter temporário (Movimento de Educação para Todos, 2022 p.
11).

2.2.1. Carácter permanente

É aquela em que encontramos crianças e adolescentes cujas necessidades


foram originadas por problemas orgânicos, funcionais e ainda por défices
socioculturais e económicos graves. Inclui-se aqui problemas sensoriais,
intelectuais, processos lógicos, físicos, emocionais e quaisquer outros problemas
ligados à saúde do indivíduo (Movimento de Educação para Todos, 2022 p. 11).

Como a deficiência mental, as dificuldades de aprendizagem, as perturbações


emocionais, os problemas motores, os problemas de comunicação, a deficiência
visual, a deficiência auditiva, a multideficiência, os cegos-surdos, os traumatismos
cranianos, o autismo e outros problemas de saúde (Movimento de Educação para
Todos, 2022 p. 11).

2.2.2. Carácter Temporário

É uma deficiência transitória com duração real ou esperada igual ou inferior a


seis meses, que, quando em conjunto com certos entraves ou negligência humana,
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pode impedir que as pessoas em causa voltem a usar plenamente o funcionamento


normal do membro em causa.

No âmbito escolar, encontramos este grupo de indivíduos que, poderão


apresentar limitações temporárias de funcionamento de um ou mais membros. Estas
limitações poderão ter um impacto negativo no processo de aprendizagem do aluno
(Movimento de Educação para Todos, 2022 p. 12).

2.3. Legislação

Segundo o Movimento de Educação para Todos, (2022) as leis que regulam ou


que mostram a pertinência de abordar sobre as necessidades educativas especiais
para compreender os princípios que norteiam os fundamentos que são apresentados
em volta do debate sobre este tema (p. 12). Ainda de acordo com a obra citada, a
nível internacional se tem a Declaração universal dos direitos humanos, Declaração
de Jomtien e Declaração de Salamanca. Já a nível Nacional se tem dentre vários
instrumentos para a operacionalização das acções de inclusão educativa da pessoa
com deficiência, destacam-se os seguintes: Constituição da República, Lei do
Sistema Nacional de Educação (SNE), Estratégia de educação inclusiva e
desenvolvimento da criança com deficiência (EEIDCD).

2.4. Processo das necessidades educativas especiais

Este processo nos leva a auto mobilização e transformação sobre a imagem que
temos sobre esta criança. Para além desta necessidade de visão inclusiva no
processo de aprendizagem, Lanvidar (2014) apud Movimento de Educação para
Todos, (2022) mostra na necessidade de possuir um relatório que inclua informações
sobre o diagnóstico, avaliação, descrição da criança e a situação actual da criança
(p. 20).

O Relatório de avaliação da Criança é fruto do trabalho da equipa


multiprofissional com o professor, família, o psicólogo, o médico e outros
profissionais. O relatório que nasce deste processo destina-se ao professor ou
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professora no seu trabalho diário com o aluno ou aluna e na interacção com a


família da criança, na sua planificação das aulas e em todos os processos
educativos relacionados com o desenvolvimento da criança. Para um bom resultado
no trabalho em crianças com Necessidades Educativas Especiais é importante o uso
da dinâmica grupal na sala de aulas (Movimento de Educação para Todos, 2022 p.
11).

Mas, como o Professor pode trabalhar com a dinâmica grupal na sala de aulas
atendendo as particularidades e especificidades de cada criança de uma turma
inclusiva?
O professor após ter o relatório sobre a situação da criança, adopta a
metodologia inclusiva de Dinâmica grupal em sala de aulas procedendo da seguinte
maneira:

Figura 1. Metodologia inclusiva de Dinâmica grupal em sala de aulas

Fonte: (Movimento de Educação para Todos, 2022)

Esta abordagem fundamenta-se na hipótese de que, quem trabalha, é o aluno


que aprende. Mas também, apoia-se no princípio de Lanvidar (2014) apud
Movimento de Educação para Todos, (2022) segundo o qual, toda criança com
Necessidade Educativa Especial, ela aprende fazendo.
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2.4.1. Inclusão

Inserção do aluno com Necessidades Educativas Especiais (NEE) na classe


regular onde, sempre que possível, deve receber todos os serviços educativos
adequados, contando-se, para esse fim, com o apoio apropriado (de docentes
especializados, de outros profissionais, de pais...) às suas características e
necessidades (Correia, 1997 apud Figueiredo & Miranda, sem data p. 1).

Correia (1997) sintetiza a evolução da integração da seguinte forma:


Figura 2. Evolução da Inclusão

Fonte: (Figueiredo & Miranda, sem data p. 1)

A inserção de alunos com NEE numa turma regular nem sempre é bem aceite
por todos. O professor, a escola, bem como, a comunidade educativa em geral,
desempenham um papel primordial face a estes alunos. Os métodos, as técnicas, os
objetivos e as regras têm de ser bem definidas e comunicadas aos alunos, a fim de
estes poderem ter a perceção daquilo com que podem contar e o que cada um tem
de alcançar (Reis, 2011 p. 21).
As estratégias a usar em sala de aula, dadas as características de cada aluno
com NEE, devem ser variadas: uso de processos alternativos (recurso ao sentidos),
participação em atividades extracurriculares (promoção do ensino cooperativo),
adaptação de materiais, recorrendo ao visual (mapas, imagens, tabelas), uso do
reforço positivo, participação em visitas de estudo (proporcionam experiências
concretas de aprendizagem), uso de material áudio; ter atenção ao posicionamento
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do aluno com NEE na sala de aula, bem como à sua disposição; facultar ao aluno
todo o material em documentos escritos; promoção do ensino individualizado (em
casos específicos) como sendo o mais eficaz (Reis, 2011 p. 21).

2.4.2. A Escola e a Inclusão

A diversidade da população escolar actual e a inclusão de alunos com


necessidades educativas especiais obrigaram a reestruturações ao nível da
organização da própria escola e, sobretudo modificações nas formas tradicionais de
trabalho dos docentes a nível institucional. Estas reestruturações foram sendo
assumidas gradualmente pelas escolas da rede pública, em tempos e a níveis
diferentes conforme as suas próprias características organizacionais e as
características do meio em que se inserem (Madureira & Leite, 2003 p. 127).

Cada escola deve ser uma comunidade, conjuntamente responsável pelo


sucesso de cada aluno. É a equipa pedagógica, mais do que o professor individual,
que se deve encarregar da educação das crianças com necessidades educativas
especiais (Madureira & Leite, 2003 p. 127).

A formação centrada na escola é um processo decorrente da prática profissional


que articula a organização da formação com a organização da intervenção,
facilitando o desenvolvimento de inovações (Madureira & Leite, 2003 p. 132).

No interior dos estabelecimentos escolares, o trabalho em equipa pode ser


perspectivado em sentido restrito ou em sentido mais amplo. Perrenoud (2000)
estabelece quatro níveis de trabalho em equipa. Num primeiro nível, a que chama
"pseudo-equipa", trata-se simplesmente de coordenar o uso dos recursos existentes
no espaço da escola. O segundo nível pressupõe já a troca de conhecimentos e de
ideias, que pode contribuir para um certo ajustamento de linguagens e de referentes.
No terceiro nível, existe a partilha das práticas e, eventualmente, a sua coordenação
para o desenvolvimento de processos interdisciplinares. E o quarto nível configura
um verdadeiro trabalho em equipa, caracterizando-se por uma co-responsabilização
por parte de todos os professores especiais (Madureira & Leite, 2003 p. 128).
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Este último nível pressupõe que a colaboração faça parte das competências
profissionais dos professores. A colaboração pode ser entendida como um princípio
aglutinador e integrador da planificação e da acção num estabelecimento escolar
especiais (Madureira & Leite, 2003 p. 129).
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III. CONSIDERAÇÕES FINAIS

O trabalho aborda a necessidade educativa especial no ambiente escolar,


explorando as causas, práticas e políticas que influenciam o atendimento a esses
indivíduos. O comprometimento e a cooperação de todos os envolvidos são
fundamentais para a implementação de programas e políticas inclusivas e para
garantir que todos os estudantes tenham oportunidades iguais. A inclusão exige a
criação de um ambiente escolar onde os professores e outros profissionais possam
trabalhar juntos para dar apoio e incentivar a educação para todos. As causas das
necessidades educativas especiais variam desde a genética, o ambiente, a saúde
mental e a situação social e econômica. Algumas deficiências como a síndrome de
Down, autismo e paralisia cerebral são genéticas e manifestam-se durante o
desenvolvimento do feto. Outras deficiências, como a cegueira e a surdez, podem
ser adquiridas durante a vida do indivíduo. Além disso, alguns transtornos de
aprendizagem, como a dislexia e o déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) têm
causas desconhecidas. O ambiente de aprendizagem deve ser inclusivo em termos
de instalações, treinamento e materiais didáticos.
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IV. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Bittencourt, C. M. (2001). A inclusão de crianças com necessidades educativas


especiais nos centros municipais de educação infantil. Em Curitiba. Monografia
apresentada para obtenção do Título de Especialista em Educação Infantil.
Figueiredo, A., & Miranda, P. (sem data). Necessidades Educativas Especiais.
Fonseca, R. C. V. da. (2012). Metodologia do Trabalho Científico. Em Curitiba (1a.
edição). IESDE Brasil.
Frias, E. M. A. (2008). Inclusão escolar do aluno com necessidades educacionais
especiais: contribuições ao professor do ensino regular. Paranavaí, 2008/2009.
Junior, E. B. L., Oliveira, G. S. de, Santos, A. C. O. dos, & Schnekenberg, G. F.
(2021). Análise documental como percurso metodológico na pesquisa
qualitativa. Cadernos da Fucamp, 22, 36–51.
Machado, C. L. P. S. (2012). A comunicação matemática em crianças
comNecessidades Educativas Especiais:Um estudo qualitativo com recurso ao
programa Geogebra. 2–120.
https://comum.rcaap.pt/bitstream/10400.26/10745/1/Texto.pdf
Madureira, I. P., & Leite, T. (2003). Necessidades educativas especiais. Em
Universidade Aberta (Número January 2003).
Movimento de Educação para Todos. (2022). Manual de Apoio aos Professores: em
Exercício em Matérias de Deficiência e Necessidades Educativas Especiais. Em
Maputo - Moçambique. MEPT.
Reis, M. D. (2011). Necessidades educativas especiais de carácter permanente e
temporário e terapias: o desenvolvimento da leitura e escrita na criança com
Síndrome de Down. Faculdade de Artes e Letras, Covilhã, Outubro de 2011.

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