Você está na página 1de 30

Cholty da Assia Zita

Costantino Magenge

Delfina Isilda Massingue

Jorge Augusto Mabuie

José Carlos Banze

Necessidades Educativas Especiais do Comportamento

Licenciatura em Ciências da Educação

2º Ano, Regular

Universidade Pedagógica de Maputo

Maputo
1

2023

Cholty da Assia Zita

Costantino Magenge

Delfina Isilda Massingue

Jorge Augusto Mabuie

José Carlos Banze

Necessidades Educativas Especiais do Comportamento

Licenciatura em Ciências da Educação

2º Ano, Regular

Trabalho de pesquisa a ser apresentado


na Faculdade de Educação e Psicologia,
Curso de Licenciatura em Ciências da
Educação, na disciplina de Necessidades
Educativas Especiais para efeito de
avaliação sob orientação da Docente:
Ana Zeca Nhamavure.

Universidade Pedagógica de Maputo


2

Maputo

2023

Índice
Resumo.......................................................................................................................................3

Lista de abreviaturas................................................................................................................4

0. INTRODUÇÃO.................................................................................................................5

1. Objectivos........................................................................................................................6

2. Metodologia.....................................................................................................................6

I. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA....................................................................................7

1. Definição de Conceitos....................................................................................................7

2. Necessidades Educativas do Comportamento.................................................................9

2.1. Psicoses...................................................................................................................10

2.2. Problemas Comportamentais..................................................................................10

3. Causas............................................................................................................................11

4. Classificação das Necessidades Educativas Especiais do Comportamento...................11

5. Sinais de alerta e possível intervenção psicopedagógica das Necessidades Educativas


Especiais do Comportamento................................................................................................12

5.1. Transtornos emocionais e comportamentais...........................................................13

5.2. Transtornos de Conduta..........................................................................................13

5.3. Transtornos de Ansiedade......................................................................................14

5.4. Transtornos do Espectro Autista (TEA).................................................................15

5.5. Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)...............................16

II. CONSIDERAÇÕES FINAIS......................................................................................17

III. BIBLIOGRAFIA........................................................................................................19
3
4

Resumo

O presente trabalho fala sobre Necessidades Educativas Especiais do Comportamento, tem


como objectivo discorrer sobre as necessidades educativas especiais do comportamento. Para
a realização do mesmo recorreu se a abordagem qualitativa concretamente a análise
bibliografica e documental, técnicas que permitiram a recolha de dados relevantes para a
pesquisa.

No desenvolvimento desse relatório aborda se sobre algumas categorias classificatórias das


necessidades educativas especiais do comportamento como transtornos emocionais, conduta,
ansiedade, TEA e TDAH. E algumas intervenções pedagógicas como a regulação emocional,
reforço positivo, gerenciamento de ansiedade, e ambiente estruturado.

Palavras-chaves: Comportamento, Necessidades Educativas Especiais.

Lista de abreviaturas
NEE- Necessidades Educativas Especiais

NEEC – Necessidades Educativas Especiais do Comportamento

TEA - Transtornos do Espectro Autista

TDAH- Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade


5

0. Introdução
As Necessidades Educativas Especiais do comportamento constituem um aspecto
fundamental no cenário educacional, compreendendo uma gama diversificada de desafios que
podem impactar o processo de aprendizagem e a participação de alunos na escola. Essas
necessidades abarcam uma ampla variedade de questões, incluindo a regulação do
autocontrole, interacções sociais, comunicação, atenção e a regulação emocional. Alunos
apresentando essas necessidades podem manifestar comportamentos desafiadores, como
agressividade, isolamento social, hiperactividade, timidez e ansiedade excessiva.

A compreensão profunda das necessidades educativas relacionadas ao comportamento assume


um papel crucial na promoção de um ambiente educacional inclusivo e eficaz. É imperativo
abordar uma variedade de desafios comportamentais, uma vez que estes podem influenciar
significativamente a capacidade de aprendizado e desenvolvimento dos estudantes.
Além disso, a promoção de um ambiente escolar inclusivo e acolhedor emerge como uma
necessidade primordial para criar um espaço onde todos os alunos, inclusive aqueles que
enfrentam Necessidades Educativas Especiais do comportamento, possam sentir-se
valorizados, compreendidos e amparados durante o percurso educacional. A implementação
de estratégias apropriadas e um apoio dedicado tornam-se instrumentos cruciais, permitindo
que esses alunos desenvolvam habilidades de auto-regulação, interacção social e
comunicação, capacitando-os a alcançar plenamente seu potencial e a contribuir de maneira
significativa para o ambiente escolar.
O presente trabalho empreenderá uma análise abrangente das necessidades educativas
especiais, concentrando-se nas causas subjacentes, classificação, sinais de alerta e potenciais
intervenções psicopedagógicas para cada tipo de necessidade educativa comportamental. Essa
investigação pretende não apenas fornecer percepções aprofundadas sobre as diferentes
facetas das NEEC, mas também oferecer orientações práticas para educadores e profissionais
engajados na busca de uma educação inclusiva e eficaz.
O presente relatório está estruturado da seguinte maneira: introdução, desenvolvimento (onde
consta a base teórica do tema a ser tratado), conclusão e a respectiva bibliografia.
6

1.Objectivos
Constitui Objectivo Geral deste trabalho:
- Discorrer sobre as necessidades educativas especiais comportamentais.
Para alcançar este objectivo foram formulados os seguintes Objectivos Específicos:
− Identificar as necessidades educativas comportamentais, as causas, sinais de alerta;
− Caracterizar as Necessidades Educativas comportamentais;
− Classificar as necessidades educativas comportamentais;
− Identificar possíveis intervenções pedagógicas para cada necessidade educativa
comportamental

1.1.Metodologia
Para a realização do presente trabalho recorreu se a abordagem qualitativa que é uma
metodologia de pesquisa que valoriza a interpretação profunda e contextualizada dos
fenómenos sociais e humanos, permitindo uma compreensão mais rica e complexa das
realidades pesquisadas (Gil, 1991).

Isto é busca compreender e interpretar o significado das experiências, comportamentos,


crenças e interacções humanas por meio da análise de dados não numéricos, como entrevistas,
observações e análise de texto.

Para a recolha de dados recorreu se analise bibliográfica, que é feita a partir de material já
publicado e constituído principalmente de livros, artigos entre outros recursos
disponibilizados na internet (Gil, 1991). Conjugada com Pesquisa documental, que é
semelhante á bibliográfica, mas ela pode conter outras informações importantes que sirvam de
consulta. O mesmo autor refere que a pesquisa documental é elaborada a partir de materiais
que não foram analisadas criticamente sob o ponto de vista científico, pois só servem para
reforçar a discussão dos resultados já obtidos.

Com estas técnicas de recolha de dados foi possível consultar os materiais que contem dados
relevantes para a pesquisa.
7

2.Definição de Conceitos

Primeiramente vamos trazer alguns conceitos-chave dentro do contexto das NEE que
precisam ser abordados para melhor compreensão do tema. Por tanto, a abordagem em relação
às necessidades educativas especiais evoluiu ao longo do tempo, passando do período que
pode ser denominado de exclusão, até o actual momento da inclusão e adaptação das práticas
educacionais para atender às necessidades individuais de cada aluno. Isso reflecte uma
compreensão crescente da importância de reconhecer a diversidade de habilidades,
experiências e contextos de aprendizado.
A educação segundo Brandão (1986), “ é todo conhecimento adquirido com a vivência em
sociedade, seja ela qual for. Sendo assim, o ato educacional ocorre no ónibus, em casa, na
igreja, na família e todos nós fazemos parte deste processo. ”
Para Libâneo (2002, p.26) a educação é “um fenômeno plurifacetado, ocorrendo em muitos
lugares, institucionalizado ou não, sob várias modalidades”. O autor identifica a prática
pedagógica em seus variados meios de ocorrência.
Por tanto concordando com a perspectiva dos autores acima citados consideramos a educação
como sendo o processo pelo qual as pessoas adquirem conhecimentos, habilidades, valores e
atitudes que os ajudam a desenvolver-se como indivíduos e a participar de forma significativa
na sociedade. Processo que Envolve a transmissão de informações, o desenvolvimento de
habilidades cognitivas e práticas, bem como a formação de valores éticos e morais. A
educação pode ocorrer formalmente em instituições como escolas e universidades, bem como
informalmente por meio de interações sociais, experiências e autoaprendizagem. Seu objetivo
é capacitar as pessoas a compreender o mundo ao seu redor, tomar decisões informadas e
contribuir para o bem-estar individual e coletivo.

O comportamento, é a maneira de se comportar (reagir, portar-se). Trata-se da forma de


proceder das pessoas ou dos organismos perante os estímulos externos.
Para MOURA(2010), Comportamento refere-se às ações, reações e condutas de um indivíduo
em resposta a estímulos, situações ou contextos específicos. Pode ser observado e avaliado
tanto em termos de ações físicas quanto de reações emocionais e mentais. Comportamento é
uma expressão do funcionamento interno de uma pessoa e pode ser influenciado por uma
variedade de fatores, incluindo experiências passadas, influências sociais, valores pessoais,
emoções e necessidades.
8

O termo Necessidades Educativas Especiais referem-se a toda e qualquer ajuda pedagógica


que os alunos (excluídos ou não do sistema escolar regular) necessitam para aprender. Isto é,
há uma necessidade educativa especial, quando um problema (físico, sensorial, mental,
emocional, social, cultural, ambiental ou qualquer combinação destes factores) afecta a
aprendizagem, ao ponto de serem necessários acessos especiais ao currículo e condições de
aprendizagem especialmente adaptadas, para que o aluno possa receber uma educação
apropriada. As Necessidades Educativas Especiais estão relacionadas com as difculdades de
aprendizagem apresentadas por qualquer aluno (MINED,2019:198).
No que concerne as NEE podem ser:
Permanentes: as Necessidades Educativas Especiais permanentes são apresentadas por
alunos que experimentam difculdades em aprender por terem uma ou mais defciências
relativamente insanáveis, de tipo sensorial, mental, físico-motor e emocional ou psicossocial.
Parciais ou transitórias: as Necessidades Educativas Especiais que ocorrem num período de
tempo relativamente curto. São aqui enquadrados os alunos que, apresentando habitualmente
rendimento escolar egular ou acima da média, de maneira progressiva ou súbita,
experimentam difculdades para aprender. (MINED, 2019:197).
É Importante salientar que o termo pode ser usado não só para referir requisitos específicos de
apoio mas também de atenção que alguns alunos podem precisar para se envolverem
plenamente no processo de aprendizagem em um ambiente educacional inclusivo.
A educação inclusiva é uma educação para todos os alunos, independentemente da sua raça,
condição linguística ou económica, género, orientação sexual, idade, capacidades de
aprendizagem, estilos de aprendizagem, etnia, cultura e religião. Na perpectiva da educação
inclusiva, é preciso ter em conta que todos os alunos são capazes de aprender e de contribuir
para a sociedade onde estão inseridos. Os alunos devem ter oportunidades iguais de acesso a
serviços de apoio especializados, quando deles necessitarem. Esta é fundamentada na
Declaração de Salamanca e na Declaração Universal de Direitos Humanos. (MINED, 2019:
187).
Designa-se escola inclusiva aquela instituição de ensino que tem como perspectiva de
desenvolvimento a oferta de serviços ou programas educativos orientados para o sucesso de
todas as crianças, independentemente das suas caracteristicas pessoais. Nesta escola opta-se
pela pedagogia diferenciada e pela aprendizagem colaborativa a favor de crianças com
necessidades educativas especiais. A escola inclusiva faz uso da metodologia cooperativa,
aceita as diferenças e responde às necessidades individuais. (MINED, 2019: 187).
9

Uma escola inclusiva é aquela que está adaptada em termos infraestruturais e


psicopedagogicos para receber todos os alunos com ou sem Necessidades educativas
especiais. Isto significa que a infraestrutura reúne condições de acessibilidade para os alunos
com deficiências e sem deficiências, metodologias de ensino ideias que respondam a
heterogeneidade existente nas turmas e apoio psicológico para todos alunos.
2.Necessidades Educativas do Comportamento
De modo a compreender melhor o esse tópico precisamos primeiro compreender a requisição
do comportamento e a conduta.
De uma forma simples e clara, como já referido no tópico anterior o comportamento é a
maneira de ser e de agir de um individuo, conjunto de ações e reacções que podem ser
observadas com rigor e precisão por um observador exterior. São acções praticadas por um
individuo observáveis, são acontecimentos externos, exibidos por uma pessoa, possíveis de
serem notados, medidos, estudados e alterados.
A Conduta é o conjunto de operações psicológicas, motoras e mentais, pelas quais um
organismo em situação tende a realizar as suas possibilidades e reduzir as tensões que
compromete a sua integridade, opõem em movimento.
Um comportamento normal terá coerência perfeita, desde a motivação inicial até a realização
do fim previsto. O comportamento manifestado por um individuo pode ser:
Normal- quando combinar com o exigido no local onde se encontra e com a sua idade;
Problemático ou perturbador - quando o comportamento manifestado pelo individuo for
inadequado para o local ou para a sua idade, podendo provocar conflitos sociais, infelicidade
pessoal, até mesmo fracasso escolar.
Esta perturbação depende das dimensões de intensidade e duração para que se possa distinguir
entre comportamento normal e perturbado (os jovens perturbados são muitas vezes capazes de
fazer o raciocínio correto, mas no momento de acção são dominados).
Os transtornos comportamentais são definidos como sendo uma variedade de comportamentos
deficientes excessivos e crônicos que provocam desadequação entre as suas manifestações e a
exigência da sociedade. (MINED,1993).
No entanto as Necessidades Educacionais Especiais relacionadas a comportamento referem-se
a alunos que apresentam desafios significativos de comportamento que afetam sua capacidade
de aprender e se envolver adequadamente na sala de aula. Isso pode incluir problemas de
disciplina, agressividade, falta de concentração, impulsividade e outras dificuldades
comportamentais.
10

Para CORREIA (1999:51), as necessidades educativas especiais do comportamento


enquadram-se todos alunos cujo a problemática emocional ou Comportamental elicia
Comportamentos desapropriados que levam a desrupção dos ambientes em que eles se
inserem. Embora continue a controvérsia quanto a definição e terminologia mais correctas,
esta categoria engloba essencialmente o grupo de alunos cujas perturbações são de tal maneira
graves que põem em causa quer o seu sucesso escolar quer, mesmo, a sua segurança e
daqueles que os rodeiam. Nelas e incluem as psicoses e quaisquer outros problemas graves de
Comportamento. As psicoses são um conjunto de sinais e sintomas que causam alterações na
saúde mental. Essas alterações podem trazer prejuízos para a vida da pessoa, da sua família e
de toda a sociedade. A vivência da psicose pode atrapalhar as atividades do dia a dia e causar
dificuldades no trabalho ou na escola, nas tarefas de casa e atividades de autocuidado (por
exemplo: tomar banho, escovar os dentes, entre outros). Pessoas que têm sintomas psicóticos
podem ter mudanças no humor, no modo de pensar e até mesmo no jeito de se comportar. É
comum que a pessoa com sintomas psicóticos não perceba que seu comportamento está
diferente. Os principais sintomas presentes na psicose são: alucinações; delírios;
desorganização do pensamento, fala e comportamento; e sintomas negativos. (FREITAS, et
al.)O termo “psicose” foi criado pelo psiquiatra austríaco Ernst V. Feuchtersleben, em 1845,
para designar as manifestações psíquicas da doença mental, especificando-as em relação às
supostas alterações do sistema nervoso que, em certos casos, as provocavam (chamadas, estas,
de “neuroses”) (GARRABÉ, 2004 apud TENÓRIO 2015 ).
Vale dizer, o termo “psicose” foi criado, no âmbito da medicina mental, justamente para
especificar o “psíquico” como distinto do neuronal e, nessa condição, como objeto que
especifica a psiquiatria. (ibid).

2.1. Quando um comportamento transforma se numa necessidade Educativa especial

Um comportamento torna-se uma necessidade educativa especial quando ele interfere


significativamente no processo de aprendizagem e desenvolvimento de um indivíduo, a ponto
de exigir suporte e intervenções específicas para que ela possa progredir adequadamente na
escola.
Na maioria das vezes as necessidades educativas especiais do comportamento são
desencadeadas pelos problemas comportamentais que podem manifestar-se de diversas
maneiras, como agressividade, desobediência crônica, dificuldades de interação social,
timidez, hiperatividade, entre outros comportamentos que prejudicam o processo educativo.
11

Para (LOPES E RUTHERFORD,2001 Citados por SILVA,2012:15), os problemas


comportamentais tomam diversas formas, indo desde casos de indisciplina, a actos mais
esporádicos - mas mais gravosos - de violência escolar, em que as agressões são intencionais,
violando claramente os direitos de terceiros, podendo incluir, mesmo, o ataque físico a
colegas, professores e funcionário.
O termo problema comportamental descreve uma condição que exibe uma ou mais das
seguintes características durante um longo período de tempo e numa extensão tal que afecta
negativamente a realização escolar da criança:
A incapacidade inexplicável para a aprendizagem, que não pode ser explicada por factores
intelectuais, sensoriais e de saúde;
Incapacidade para iniciar ou manter relações interpessoais satisfatórias com os seus pares e
professores;
Comportamentos ou emoções inapropriadas em circunstâncias normais;
Estado geral de infelicidade ou de depressão;
Tendência para desenvolver sinais físicos ou medos associados ao pessoal ou aos problemas
da escola.
2.2.1. Hiperatividade
SafeI' e Allen (1979) Estes autores consideram a hiperactividade evolutiva como a única
característica específica deste quadro e definem como uma norma de actividade excessiva em
situações que requerem inibição motora e que é persistente ou contínua ano após ano.
As principais características intimamente associadas à hiperactividade seriam:
- Falta de atenção,
- As dificuldades de aprendizagem perceptivo-cognitivas,
- Os problemas de comportamento,
- A falta de maturidade.
No entanto, assinalam ainda outras características que podem surgir, embora de menor
importância. São características de tipo emocional tais como a impulsividade, a ansiedade e a
dificuldade de relacionamento e com os colegas.
Identificação
- Movimento corporal excessivo,
- Impulsividade,
- Atenção dispersa;
- Inconstância nas respostas,
12

- Emotividade,
- Coordenação motora pobre,
_ Dificuldades de aprendizagem (problemas na aritmética e na leitura
e problemas de memória). (BAUTISTA, 1997: 160)
Causas
Em crianças, podem existir as seguintes causas de hiperatividade:

 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade


 Uso de álcool, tabaco e substâncias psicoativas pela mãe durante a gestação
 Complicações na gestação, como injúria fetal e lesão cerebral
 Parto prematuro e baixo peso do bebê (PIG)
 Complicações no parto, como hipóxia, partos prolongados e traumáticos ao bebê
 Mãe sob estresse contínuo, mãe mal nutrida ou desnutrida
 Ambiente familiar desorganizado, caótico, desestruturado
 Maus tratos e abuso
 Problemas situacionais como crises familiares (luto, separação parental e outras)
levando a quadros de hiperatividade reativa
 Transtornos de aprendizagem
 Deficiência intelectual
 Doenças invasivas do neurodesenvolvimento, como o autismo, por exemplo
 Doenças genéticas e outras doenças, como pós-encefalites virais, entre outras

Já entre os adultos, as causas mais comuns para hiperatividade são:

 Transtorno de déficit de atenção e hiperatividade


 Outros transtornos psiquiátricos como transtorno bipolar, mania agitada, entre outros
 Outros transtornos fisiológicos, como hipertireoidismo e fecromocitoma
 Doenças cérebro vasculares e outras do doenças do sistema nervoso central
 Intoxicação por chumbo, mercúrio e outros metais pesados
 Uso em excesso de medicamentos psicoestimulantes, drogas (cocaína), cafeína, tabaco
 Síndrome de abstinência de drogas
 Exposição à pesticidas e/ou adubos agrícolas e a produtos químicos
 Exposição a produtos domésticos com princípio ativo muito forte como diluente,
amoníaco ou vernizes
 Meio familiar caótico, desorganizado, dinâmica agressiva
 Distúrbios emocionais, instabilidade no emprego e nos relacionamentos (VINOCUR ,
2023)

Como identificar hiperatividade ?

Os principais sinais da hiperatividade em crianças são:

 Estar sempre inquieto


 Estar sempre se mexendo (pés e mãos) e tamborilando dedos
 Sempre se levantar quando é para ficar sentado
13

 Ficar correndo, perambulando e falando excessivamente


 Ter dificuldades em participar de brincadeiras calmas

 A hiperatividade pode se manifestar por sintomas de inquietação, nervosismo e


movimentos excessivos. É comum vê-las se esbarrando nas pessoas ou nos móveis,
tropeçando, caindo e se machucando, pois quase sempre estão se colocando em
lugares perigosos. (VINOCUR , 2023)

2.1.2.Timidez
A timidez é uma característica ou traço de personalidade que se manifesta como uma
tendência a sentir desconforto, nervosismo ou inibição em situações sociais ou ao interagir
com outras pessoas. Pessoas tímidas podem sentir dificuldade em se expor, expressar suas
opiniões ou iniciar conversas, especialmente em ambientes desconhecidos ou diante de grupos
maiores.
Para Chevreau (2009), essa sensação de timidez pode variar em intensidade, sendo mais
pronunciada em algumas pessoas e menos em outras.
Porem é importante ressaltar que a timidez é uma característica normal e comum, e muitas
pessoas experimentam momentos de timidez em suas vidas. No entanto, em alguns casos, a
timidez pode ser mais persistente e significativa, podendo interferir nas interacções sociais e
no bem-estar emocional da pessoa.
A timidez, quando severa e persistente, pode ser considerada uma necessidade educativa
especial no âmbito comportamental. Isso ocorre quando a timidez interfere significativamente
na capacidade do aluno de participar activamente das actividades escolares, interagir com
colegas e professores, e se envolver de maneira construtiva no processo de aprendizagem. Em
casos assim, é importante que a escola e os profissionais de educação estejam cientes dessa
necessidade e estejam preparados para oferecer apoio específico (SOUTO,2007).
Tipos de timidez
Existem diferentes tipos de timidez, e cada pessoa pode manifestar essa característica de
maneira única. Alguns dos tipos mais comuns são:
Timidez Situacional: refere-se à timidez que surge em situações específicas, como falar em
público, participar de reuniões ou interagir com novas pessoas.

Timidez Social: uma forma mais abrangente de timidez, onde a pessoa pode se sentir
desconfortável e insegura em uma variedade de situações sociais, não apenas em contextos
específicos.
14

Timidez Comunicativa: pode ocorrer quando alguém se sente inibido ao se comunicar


verbalmente, tendo dificuldade em iniciar ou manter conversas.
Timidez Afectiva: refere-se à hesitação em expressar emoções ou emoções devido ao medo de
ser julgado ou rejeitado.
Timidez Generalizada: É um tipo mais intenso de timidez que afecta diversas áreas da vida da
pessoa, podendo ter um impacto mais profundo em suas interacções sociais e no desempenho
académico.
Timidez Extrema (Mutismo Seletivo): Esta é uma forma mais grave de timidez, em que a
pessoa é incapaz de falar em situações específicas, como na escola ou em eventos sociais,
mesmo que seja capaz de falar em outros contextos.

Timidez Crônica: Pode se referir à timidez que persiste ao longo do tempo,


independentemente da idade da pessoa.
Causas da timidez
A timidez pode ter diversas causas e é influenciada por uma combinação de fatores genéticos,
ambientais e sociais.É importante ressaltar que a timidez é uma característica complexa e
influenciada por uma combinação de fatores genéticos, ambientais e sociais. Além disso, a
timidez não é necessariamente um traço negativo, e muitas pessoas conseguem aprender a
lidar com ela de forma construtiva ao longo da vida. Abaixo estão algumas das principais
causas da timidez:
Predisposição Genética: Algumas pessoas têm uma predisposição genética para serem mais
introvertidas e sensíveis a estímulos sociais, o que pode contribuir para a timidez.

Ambiente Familiar: ambiente em que uma pessoa cresce pode desempenhar um papel
significativo. Famílias mais protetoras ou superprotetoras podem inadvertidamente incentivar
a timidez.
Experiências Traumáticas ou Constrangedoras:
Enventos traumáticos ou experiências embaraçosas, especialmente em situações sociais,
podem levar a uma maior tendência à timidez.
Personalidade Introvertida:
Pessoas com uma inclinação natural para a introversão tendem a preferir atividades solitárias
ou interações em grupos pequenos, o que pode contribuir para a timidez.
Baixa Autoestima e Autoconfiança:
15

Uma baixa autoestima e falta de confiança em si mesmo podem levar à timidez, pois a pessoa
pode se sentir insegura ao se expor socialmente.
Falta de Experiência Social: A falta de oportunidades para interagir socialmente,
especialmente em situações novas ou desafiadoras, pode aumentar a timidez.
Modelagem de Comportamento dos Pais: se os pais são tímidos ou têm tendências
introvertidas, isso pode influenciar o comportamento e a predisposição à timidez dos filhos.
Expectativas Sociais e Pressões Culturais:
Expectativas culturais sobre como as pessoas devem se comportar em situações sociais
podem criar pressões adicionais para indivíduos tímidos.
Ansiedade Social:
A ansiedade social é uma condição em que a pessoa experimenta um medo intenso de ser
julgada ou avaliada negativamente por outros, o que pode contribuir para a timidez.
Desenvolvimento Neurológico
Estudos sugerem que certas características do desenvolvimento neurológico podem estar
associadas à timidez.
As causas prenatais e perinatais da timidez podem estar relacionadas a fatores que ocorrem
durante a gestação e no momento do nascimento. No entanto, é importante notar que a timidez
é uma característica complexa e multifacetada, e não existe uma única causa definitiva.
Abaixo estão alguns fatores pré e perinatais que podem influenciar a tendência à timidez:

Factores Genéticos e Hereditários:


Alguns estudos sugerem que a predisposição à timidez pode ter uma base genética, o que
significa que indivíduos com parentes próximos que são tímidos podem ter uma maior
probabilidade de também apresentar essa característica.
Exposição a Substâncias durante a Gestação:
A exposição a certas substâncias durante a gestação, como álcool, tabaco ou drogas, pode ter
efeitos no desenvolvimento do sistema nervoso do feto, potencialmente influenciando traços
de personalidade, incluindo a timidez.
Estresse Materno durante a Gravidez:
Altos níveis de estresse ou ansiedade durante a gestação podem afetar o desenvolvimento
emocional do feto, o que pode influenciar traços de personalidade, incluindo a timidez.
Complicações no Parto:
16

Condições como um parto difícil, prematuro ou com complicações podem influenciar o


desenvolvimento do sistema nervoso do bebê, potencialmente afectando traços de
personalidade, como a timidez.
Factores Ambientais no Primeiro Ano de Vida:
Experiências e interacções nos primeiros meses e anos de vida, como a qualidade dos
cuidados parentais e o ambiente em que o bebê é criado, podem influenciar o
desenvolvimento emocional e social.
Vínculo Afectivo com os Pais:
A qualidade do vínculo emocional entre o bebê e seus pais pode influenciar o
desenvolvimento da confiança e da segurança emocional, o que pode impactar a forma como
a criança lida com situações sociais.
Intervenção Psicopedagógica
A intervenção psicopedagógica para timidez pode ser uma ferramenta eficaz para ajudar
indivíduos a superarem ou lidarem de forma construtiva com essa característica.Lembrando
que a intervenção deve ser adaptada às necessidades e características específicas de cada
indivíduo. Além disso, o acompanhamento contínuo e a avaliação do progresso são essenciais
para garantir que as estratégias estejam sendo eficazes.
As estratégias que podem ser incorporadas em uma intervenção psicopedagógica para timidez
são :
Avaliação Individualizada: O primeiro passo é realizar uma avaliação detalhada para
compreender a natureza e a intensidade da timidez, identificando fatores que a influenciam.
Desenvolvimento de Habilidades Sociais:
Fornecer treinamento em habilidades sociais, como iniciar conversas, manter contato visual e
ouvir atentamente, para melhorar a interacção social.
Exposição Gradual a Situações Sociais:
Utilizar a técnica de exposição gradual para ajudar o indivíduo a se acostumar e ganhar
confiança em situações sociais desafiadoras.
Treinamento de Assertividade:
Ensinar a expressar opiniões e necessidades de forma assertiva e respeitosa, o que pode
aumentar a autoconfiança.
Trabalho com a Autoestima:
Desenvolver atividades e estratégias para promover a autoestima e a valorização pessoal.
Técnicas de Relaxamento e Mindfulness
17

Ensinar técnicas de relaxamento e mindfulness para ajudar a controlar a ansiedade associada à


timidez.
Promoção da Empatia e Compreensão Emocional:
Incentivar a empatia e a compreensão das emoções próprias e dos outros, o que pode facilitar
a interacção social.
Estímulo à Participação em Atividades de Grupo:
Incentivar a participação em atividades extracurriculares ou grupos com interesses
semelhantes para proporcionar oportunidades de interacção social.
Desenvolvimento de Estratégias de Comunicação Não-Verbal:
Trabalhar a linguagem corporal, expressões faciais e gestos para melhorar a comunicação.
Apoio aos Pais e Professores:
Oferecer orientações aos pais e educadores sobre como apoiar o aluno na escola e em casa.
2.1.2.Agressividade
A agressividade é um comportamento ou atitude que envolve a intenção de causar dano físico,
emocional ou psicológico a outra pessoa ou objecto. Pode manifestar-se de diversas formas,
como verbalmente, fisicamente ou de maneira mais subtil, como através de gestos ou
expressões faciais. É importante lidar com a agressividade de forma construtiva e buscar
maneiras saudáveis de expressar emoções e resolver conflitos.
A agressividade na escola refere-se a comportamentos agressivos exibidos por alunos, que
podem incluir bullying, brigas físicas, insultos verbais, entre outros. Isso pode criar um
ambiente negativo e prejudicar o bem-estar emocional e o desempenho académico dos
estudantes envolvidos.
Com certeza, aqui está a informação utilizando outro estilo:
Tipos de agressividade
Existem vários tipos de agressividade, cada um com características distintas:
Agressividade Física: Envolve a utilização de força física direta, como empurrar, bater ou
morder, para causar dano a outra pessoa.
Agressividade Verbal: Refere-se ao uso de palavras agressivas, insultos ou ameaças para
intimidar ou ferir emocionalmente alguém.
Agressividade Passiva:Caracteriza-se pela expressão indireta de raiva ou hostilidade, muitas
vezes através de comportamentos não confrontacionais, como o silêncio prolongado ou a
procrastinação.
18

Agressividade Relacional:Centra-se em prejudicar as relações sociais de alguém, como


difamar, isolar ou manipular socialmente outra pessoa.
Agressividade Hostil: É uma forma impulsiva e direta de agressão, frequentemente motivada
pela raiva, frustração ou hostilidade imediata.
Agressividade Instrumental:Refere-se à agressão utilizada como meio para atingir um
objetivo específico, como obter poder, recursos ou defender interesses próprios.
Agressividade Reactiva: É uma resposta agressiva a uma ameaça percebida, frequentemente
ocorrendo devido a situações de estresse ou provocação.
Agressividade Proativa: Envolve um comportamento agressivo planejado e executado com o
propósito de alcançar um objetivo específico, muitas vezes sem provocação direta.
Agressividade Impulsiva: Caracteriza-se por reações agressivas que ocorrem sem pensar,
muitas vezes em resposta a emoções intensas como raiva, frustração ou medo.
Agressividade Imitativa: Refere-se ao comportamento agressivo aprendido ao observar e
imitar o comportamento agressivo de outros.
Causas
Cada tipo de agressividade pode ser influenciado por uma combinação de fatores biológicos,
psicológicos, sociais e ambientais. É importante entender esses diferentes tipos para abordar a
agressividade de maneira adequada e encontrar estratégias de gestão eficazes. A agressividade
pode ter origens complexas e multifatoriais, incluindo influências durante a gestação,
nascimento e pós-nascimento. Algumas causas relacionadas a esses períodos podem incluir:

Factores Prenatais:
Exposição a Substâncias: Consumo de substâncias como álcool, tabaco ou drogas ilícitas
durante a gestação pode afetar o desenvolvimento neurológico do feto, o que por sua vez pode
influenciar comportamentos agressivos no futuro.
Estresse Materno: Altos níveis de estresse durante a gravidez podem afectar o
desenvolvimento emocional do feto, potencialmente contribuindo para comportamentos
agressivos.
Condições do Nascimento
Trauma de Nascimento :Complicações durante o parto, como falta de oxigênio, podem ter
efeitos duradouros no cérebro e no comportamento da criança.
19

Primeiros Anos de Vida


Cuidados e Ambiente Familiar: Um ambiente familiar violento ou desestruturado pode
influenciar negativamente o desenvolvimento emocional e social da criança, contribuindo
para comportamentos agressivos.
Negligência ou Abuso: A exposição à negligência, abuso físico ou emocional nos primeiros
anos de vida pode resultar em uma propensão a expressar agressividade como forma de lidar
com emoções ou como um reflexo do ambiente em que cresceram.
Factores Genéticos e Biológicos: Alguns estudos sugerem que predisposições genéticas e
diferenças biológicas podem influenciar a agressividade.
Exposição à Violência: Crianças expostas a ambientes onde a violência é prevalente podem
desenvolver comportamentos agressivos como forma de adaptação ou aprendizado.
Ausência de Modelos Positivos: A falta de modelos de comportamento adequado ou a
ausência de habilidades de resolução de conflitos pode levar à agressividade.
Condições de Saúde Mental: Algumas condições, como Transtorno do Déficit de Atenção e
Hiperatividade (TDAH) ou Transtorno do Espectro Autista (TEA), podem estar associadas a
comportamentos agressivos em certos casos.
Intervenção Psicopedagógica
A intervenção psicopedagógica para a agressividade envolve uma abordagem multifacetada,
visando compreender e ajudar a criança ou jovem a lidar de forma mais construtiva com suas
emoções e comportamentos agressivos. Aqui estão algumas estratégias que podem ser
implementadas:

Avaliação Individualizada:
- Realizar uma avaliação abrangente para compreender as causas subjacentes da
agressividade, levando em consideração fatores emocionais, sociais, familiares e cognitivos.
Desenvolvimento de Habilidades Sociais:
- Focar em habilidades como comunicação eficaz, empatia, resolução de conflitos e
cooperação, ajudando a criança a interagir de forma mais positiva com os outros.
Treino de Controle Emocional:
- Ensinar técnicas para reconhecer, compreender e expressar emoções de maneira saudável,
incluindo estratégias de regulação emocional.
20

Promoção de Ambiente Positivo:


- Estabelecer um ambiente escolar e familiar seguro, acolhedor e inclusivo, onde a criança
se sinta apoiada e compreendida.
Plano de Intervenção Individualizado (PII):
- Desenvolver um plano específico para a criança, com metas claras e estratégias adaptadas
às suas necessidades e capacidades.
Técnicas de Resolução de Conflitos:
- Ensinar formas não agressivas de lidar com desentendimentos e conflitos, promovendo a
negociação e a busca por soluções mutuamente aceitáveis.
Estímulo à Expressão Artística e Criativa:
- Utilizar atividades artísticas e criativas como meio de expressão emocional e para
promover o desenvolvimento de habilidades de comunicação.
Incentivo ao Autocuidado e Bem-Estar:
- Ensinar práticas de autocuidado, como exercícios físicos, técnicas de relaxamento e
métodos para gerenciar o estresse.
Envolvimento dos Pais e Responsáveis:
- Manter uma comunicação aberta e colaborativa com os pais para compartilhar estratégias,
oferecer suporte e criar um ambiente consistente em casa e na escola.
Acompanhamento Contínuo:
- Monitorar o progresso da criança e ajustar as estratégias conforme necessário, garantindo
uma intervenção eficaz ao longo do tempo.
3.Classificação das Necessidades Educativas Especiais do Comportamento
As NEEC's são classificadas em diferentes categorias, como transtornos emocionais e
comportamentais, transtornos de conduta, transtornos de ansiedade, entre outros. Essas
classificações auxiliam os educadores e profissionais a compreenderem as necessidades
específicas dos alunos e a desenvolverem abordagens pedagógicas adequadas para cada caso.
Para melhor compreensão das categorias acima mencionadas abaixo está a descrição de cada
um:
Transtornos Emocionais e Comportamentais: Essa categoria engloba condições em que os
alunos apresentam dificuldades significativas em regular suas emoções e comportamentos.
Faz parte dessa classificação a depressão, transtornos de ansiedade, transtornos de humor
bipolar, Nervosismo excessivo em situações sociais, dificuldade em interagir com os outros
ou se expressar em grupo, entre outros.
21

Transtornos de Conduta: Refere-se a comportamentos persistentes e repetitivos que violam


normas sociais e direitos de outras pessoas. fazem parte dessa classificação comportamentos
agressivos verbais ou físicos em relação a colegas ou professores, Dificuldade em identificar e
expressar emoções de maneira saudável, reacções emocionais intensas e desproporcionais.
Transtornos de Ansiedade: Nessa categoria, estão incluídos transtornos como ansiedade
generalizada, fobias específicas, transtorno do pânico e transtorno de estresse pós-traumático.
Esses alunos tendem a experimentar níveis elevados de ansiedade que podem interferir em seu
desempenho acadêmico e social.
Transtornos do Espectro Autista (TEA): O TEA envolve déficits na comunicação,
interação social e comportamentos repetitivos. Os alunos com TEA podem ter diferentes
níveis de suporte necessário, variando de leve a severo.
Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperactividade (TDAH): Caracteriza-se por
dificuldades em manter o foco e a atenção nas tarefas, Hiperactividade e impulsividade. Esses
alunos frequentemente precisam de estratégias específicas para gerenciar seu comportamento
e foco.
1. Sinais de alerta e possível intervenção psicopedagógica das Necessidades Educativas
Especiais do Comportamento
Os sinais de alerta das necessidades educativas especiais podem variar em intensidade e
frequência de uma pessoa para outra. Porém temos alguns aspectos que podem ser tido como
sinais, como atrasos na fala ou compreensão limitada, hiperatividade, explosões de raiva,
dificuldades de interação social, impulsividade ou até dificuldades de manter a atenção, entre
outros.
A identificação precoce e o apoio adequado são essenciais para garantir que esses alunos
recebam as intervenções necessárias para seu desenvolvimento acadêmico e emocional.
Profissionais da educação, pais e profissionais de saúde desempenham um papel crucial na
identificação e no fornecimento de apoio adequado para alunos com essas necessidades
educativas especiais do comportamento. No entanto para o melhor entendimento abaixo está
evidente a descrição dos sinais de alerta de cada categoria classificatória das necessidades
educativas especiais do comportamento:

1.1. Transtornos emocionais e comportamentais


Os alunos com transtornos emocionais e comportamentais podem apresentar uma série de
sinais de alerta. Eles podem demonstrar isolamento social persistente, evitando interações
com colegas e professores. Além disso, podem oscilar entre mudanças extremas de humor,
22

exibindo momentos de euforia seguidos por períodos de tristeza profunda. Essas flutuações de
humor podem impactar diretamente seu engajamento na aprendizagem e nas relações
interpessoais. Outros indicadores incluem uma queda acentuada no desempenho acadêmico, o
que pode refletir a dificuldade em se concentrar e participar efectivamente das actividades
escolares. Alterações no sono, apetite e expressão física também podem ser observadas. Em
casos mais graves, alguns alunos podem recorrer a comportamentos auto-lesivos como forma
de lidar com suas emoções internas.
Para um professores lidar melhor com alunos com transtornos emocionais e comportamentais
deve criar um ambiente onde os alunos se sintam à vontade para expressar seus sentimentos e
preocupações, seja por meio de conversas individuais ou actividades em grupo. Isso ajuda a
construir um relacionamento de confiança . Também há necessidade de se criar planos de
Ensino Individualizados (PEI), de modo a adaptar o currículo para atender às necessidades do
aluno, fornecendo pausas quando necessário e modificando a quantidade ou complexidade das
tarefas para evitar sobrecarga.
Nesse plano individuaizado de ensino o professor deve elaborar estratégias de regulação
Emocional para ajudar os alunos com necessidades educativas especiais do comportamento a
reconhecer e lidar com suas emoções. .
Por tanto a colaboração com Profissionais de Saúde Mental como terapeutas ou psicólogos é
extremamente importante para fornecer suporte terapêutico individualizado, permitindo que o
aluno desenvolva habilidades para lidar com emoções e comportamentos desafiadores.
Também há necessidade de desenvolvimento de Habilidades Sociais com a finalidade de
oferecer oportunidades para os alunos praticarem habilidades sociais por meio de jogos de
papéis, atividades de grupo, discussões, entre outras formas. Isso ajuda a melhorar a
comunicação e interação social.

1.2. Transtornos de Conduta


Os sinais de alerta associados aos transtornos de conduta muitas vezes envolvem
comportamentos agressivos e desafiadores em relação a colegas, professores e outras figuras
de autoridade. Isso pode incluir brigas frequentes, ameaças verbais ou físicas e provocação
intencional de outros alunos. Além disso, esses alunos podem demonstrar um desrespeito
constante pelas regras escolares e normas sociais, agindo de maneira contrária às expectativas.
Eles podem se envolver em atividades ilegais, como vandalismo ou roubo, sem demonstrar
remorso . A falta de empatia pelos sentimentos e direitos dos outros é outra característica
23

comum. Esses padrões de comportamento desafiador podem criar um ambiente escolar


disruptivo e interferir no aprendizado de outros alunos.
O professor para intervir nos alunos com transtorno de conduta deve definir regras e
expectativas consistentes em sala de aula para que os alunos entendam o comportamento
esperado e as consequências. E isso não basta, também deve implantar um sistema de Reforço
Positivo, que consiste em implementar sistemas de recompensas por comportamentos
apropriados, incentivando o aluno a buscar interacções e acções positivas.
Para estancar brigas constantes entre alunos deve Ensinar estratégias para lidar com conflitos
de maneira construtiva, promovendo a resolução pacífica de problemas.
Também há necessidade de apoio Psicológico e social através de grupos de apoio ou sessões
de aconselhamento em grupo, onde os alunos podem compartilhar experiências e aprender
com os outros.
E por fim um outro ponto muito importante é o envolvimento dos Pais no desenvolvimento de
planos de intervenção consistentes em casa e na escola, reforçando expectativas e
recompensas.

1.3. Transtornos de Ansiedade


Os alunos com transtornos de ansiedade podem apresentar sinais de alerta que refletem uma
preocupação excessiva e constante. Eles podem evitar situações que consideram ameaçadoras,
o que pode levar a ausências escolares ou isolamento social. Sintomas físicos como
palpitações, suor excessivo, tremores e falta de ar podem surgir em momentos de ansiedade
aguda. Esses sintomas podem ser tão intensos que interferem na capacidade do aluno de se
concentrar em tarefas acadêmicas. Além disso, eles podem apresentar dificuldades em se
comunicar, especialmente em situações de interação social. O desempenho acadêmico pode
ser afetado, pois a ansiedade pode prejudicar a capacidade de realizar testes ou apresentações
em público.
Um professor identificando um aluno com transtornos de ansiedade deve aplicar técnicas de
Gerenciamento de Ansiedade, como por exemplo Ensinar aos alunos técnicas práticas, como
exercícios de respiração profunda e visualização, para reduzir os sintomas de ansiedade
quando eles surgirem. Oferecer adaptações durante avaliações, como tempo extra, ambientes
silenciosos ou a oportunidade de fazer a avaliação em etapas, para reduzir o estresse e a
ansiedade durante os teste. O ambiente de Sala de Aula deve ser positivo, onde os alunos se
sintam seguros para fazer perguntas, expressar preocupações e compartilhar suas opiniões
sem medo de julgamento.
24

Deve se estabelecer rotinas para reduzir a incerteza, ajudando os alunos a saberem o que
esperar durante o dia lectivo. E também a colaboração com Profissionais de Saúde Mental é
importante para fornecer terapia cognitivo-comportamental para ensinar estratégias de
enfrentamento eficazes.

1.4. Transtornos do Espectro Autista (TEA)


Autismo
Desordem do desenvolvimento caracterizada por uma dificuldade significativa em comunicar
e interagir socialmente e pela presença de comportamentos atípicos tal como respostas
inusitadas às sensação, movimentos representativos e insistência nas rotinas ou uniformidade.
O autismo começa a notar-sr entre os 18 e os 36 meses, embora muitas das vezes não seja
diagnosticado até aos cinco anos de idade. O diagnóstico baseia-se nos comportamentos
exibidos e não em assunções médicas, anatómicas ou genéticas. (CORREIA, 2008).
O new Lexicon Webster’s Encyclopedic Dictionary (1991) define autismo como uma
desordem psiquiátrica em que o indivíduo se recolhe dentro de si próprio, não responde a
factores externos e exibe indiferença relativamente a outros indivíduos. Segundo (NIELSEN,
1999), a criança autista não desenvolve competências de linguagem adequadas para a sua
idade e os sinais de autismo tornam-se evidentes às medida que deixa de responder a
quaisquer estímulos, deixando mesmo de reagir aos pais. A capacidade intelectual de um
autista está frequentemente abaixo da média.
Os sinais de alerta associados ao TEA são variados e muitas vezes aparecem na infância. Os
alunos com TEA podem ter dificuldade em estabelecer interações sociais significativas. Eles
podem evitar o contato visual, não compreender dicas sociais sutis e ter dificuldade em iniciar
ou manter conversas. Além disso, podem exibir padrões repetitivos de comportamento,
interesses ou atividades. Isso pode incluir movimentos repetitivos, fixações intensas em temas
específicos e resistência à mudança na rotina. Dificuldades na comunicação verbal ou não
verbal também são comuns, o que pode levar à frustração quando não conseguem expressar
suas necessidades ou compreender os outros. Sensibilidades sensoriais a estímulos
ambientais, como sons altos ou texturas específicas, também são frequentes.
Para ontervir se num aluno com o aspectro autista é necessária a criação de um ambiente
escolar previsível e estruturado, com horários e rotinas claras, para ajudar os alunos com TEA
a se sentirem mais confortáveis e seguros. A comunicação Visual é importante como o uso de
alendários visuais e diagramas, para auxiliar na compreensão e antecipação de actividades,
também a implementação de programas de treinamento social é importante para ensinar os
25

alunos com TEA como iniciar conversas, interpretar expressões faciais e entender dicas
sociais.
Por fim deve fazer se a adaptação de Estratégias de Ensino para atender às necessidades de
aprendizado do aluno, como fornecer instruções claras e visuais e permitir que os alunos
tenham pausas regulares para evitar sobrecarga sensorial e se acalmarem quando necessário.

1.5. Transtornos de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH)


Os sinais de alerta para o TDAH estão relacionados a dificuldades em manter a atenção,
impulsividade e hiperatividade. Os alunos com TDAH podem demonstrar dificuldade em se
concentrar em tarefas que requerem esforço mental prolongado. Eles podem frequentemente
parecer desatentos, perdendo detalhes e cometendo erros por falta de foco. A hiperatividade se
manifesta como inquietação constante, dificuldade em permanecer sentado por períodos
prolongados e a necessidade de estar em movimento constantemente. A impulsividade pode
levar a interromper os outros, agir impulsivamente sem considerar as consequências e
dificuldade em esperar a sua vez em atividades em grupo. Esses alunos muitas vezes precisam
de estratégias específicas para ajudá-los a gerenciar suas dificuldades de atenção e
comportamento.
Para intervir se nós alunos com essas necessidades é necessário manter se um ambiente livre
de qualquer tipo de distracção excessiva de natureza visual ou auditiva para ajudar os alunos a
se concentrarem melhor. O professor deve ensinar estratégias de organização, como usar
agendas ou listas de verificação, para ajudar os alunos a gerenciar tarefas e prazos. Também
deve Implementar sistemas de recompensa para incentivar comportamentos desejados, como
cumprir tarefas ou seguir instruções. Ensinar técnicas de autorregulação, como a pausa antes
de responder impulsivamente, podem ajudar os alunos a controlar impulsos.
E por fim como mencionado nas intervenções anteriores a colaboração com os Pais é
importante para desenvolver estratégias de apoio consistentes tanto em casa quanto na escola.
26

I. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em um contexto educacional diversificado e inclusivo, compreender e abordar as
necessidades educativas especiais do comportamento é crucial para garantir que todos os
alunos tenham a oportunidade de aprender e prosperar. As classificações das necessidades
educativas especiais do comportamento, incluindo transtornos emocionais e comportamentais,
transtornos de conduta, transtornos de ansiedade, transtorno do espectro autista (TEA) e
transtornos de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), oferecem uma estrutura valiosa
para identificar as características individuais e desenvolver intervenções adequadas.
27

Ao reconhecer os sinais de alerta associados a cada classificação, os educadores e


profissionais podem agir proativamente para oferecer o apoio necessário a cada aluno.
Transtornos emocionais e comportamentais, muitas vezes manifestados por flutuações de
humor, isolamento social e queda no desempenho acadêmico, requerem abordagens que
promovam a regulação emocional, ensinando habilidades sociais e oferecendo apoio
terapêutico.

Os transtornos de conduta, caracterizados por comportamentos desafiadores e agressivos,


podem ser abordados por meio do estabelecimento de expectativas claras, sistemas de reforço
positivo e estratégias de resolução de conflitos, promovendo um ambiente escolar mais seguro
e harmonioso.

Para alunos com transtornos de ansiedade, é essencial fornecer estratégias de gerenciamento


de ansiedade, adaptações durante avaliações e ambientes de aprendizado acolhedores,
permitindo que eles enfrentem desafios acadêmicos com mais confiança.

O TEA, com suas complexas características de comunicação e comportamento, exige


ambientes estruturados, comunicação visual, desenvolvimento de habilidades sociais e
abordagens pedagógicas adaptadas, a fim de promover a participação ativa dos alunos e seu
sucesso no ambiente escolar.

Alunos com TDAH podem se beneficiar de ambientes livres de distrações, estratégias de


organização, sistemas de gestão de comportamento e desenvolvimento de habilidades de
autorregulação, ajudando-os a focar nas tarefas acadêmicas.

Em última análise, a colaboração entre educadores, profissionais de saúde mental, pais e


alunos desempenha um papel fundamental no atendimento das necessidades educativas
especiais do comportamento. O foco na individualidade de cada aluno, a criação de planos de
ensino individualizados e a implementação de intervenções baseadas em evidências garantem
que todos os alunos tenham a oportunidade de alcançar seu potencial máximo, superando
desafios comportamentais e construindo um futuro de aprendizado e sucesso. Através desses
esforços conjuntos, a educação inclusiva e eficaz é promovida, enriquecendo a vida de todos
os envolvidos no processo educacional.
28

II. BIBLIOGRAFIA
BRANDÃO, C. R. O que é educação. São Paulo: Brasiliense, 1985.

BAUTISTA, R. Necessidades Educativas Especiais. 1° Ed, Dinalivro, Lisboa, 1997.

CORREIA, L. M. Inclusão e Necessidades Educativas Especiais. 2 ed., Porto Editora, Porto,


2008;
29

CHEVREAU, Jonathan.Ajude o Seu Filho a Ser Popular: Como Transformar um Rapaz


Tímido num Jovem Divertido. Editorial presença,2009.

GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. São Paulo: Atlas, 1999.

LAKATOS, E.; MARCONI, M.. Fundamentos da metodologia cientifica. São


paulo:Atlas,1992.

LIBÂNEO, J. C. Pedagogia e Pedagogos para quê? São Paulo. Editora Cortez, 2002.

MINED, Manual de psicopedagogia – Formação de professores do Ensino Primário e


Educação de adultos, Moçambique. 2019.

MOURA, Graça V. Ansiedade Social e Fobia Social. Gradiva.2010.

NIELSEN, B. Necessidades Especiais Educativas na sala de aula. Porto Editora, 3 edição.


Portugal, 1999.

SANTOS, S; MORATO P., Comportamento adaptivo. Porto Editora, 8 edição. Portugal,


2002.

Equipe editorial de Conceito.de. (16 de Maio de 2012). Atualizado em 24 de Outubro de


2019. Comportamento - O que é, conceito e definição. Conceito.de.
https://conceito.de/comportamento

"Hiperatividade: o que é, tipos e como identificar na criança e adulto - Minha Vida"


https://www.minhavida.com.br/saude/temas/hiperatividadeSOUTO, Jorge.Timido?Eu?.Verso
de kapa, 1ªedição.lisboa,2007.

3https://blog.academia.com.br/timidez-na-adolescencia-como-ajudar-seu-filho/

Você também pode gostar