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CBPPGS 2021

 ISBN: 978-65-89463-09-2
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JUDICIALIZAÇÃO EM SAÚDE: NO CONTEXTO LOCAL DAS REGIÕES DE SAÚDE BAIXO AMAZONAS E


TAPAJÓS
Edenira Nunes Costa (Edenira Nunes Costa) (/cbppgs-2021/autores/edenira-nunes-costa?lang=pt-br)
Rui Massato Harayama (Rui Massato Harayama) (/cbppgs-2021/autores/rui-massato-harayama?lang=pt-br)
Vol 4, 2021 - 137082
Apresentação Curta Assíncrona

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COMO CITAR ESSE TRABALHO?

Resumo

Resumo
No Brasil, o Estado assume a responsabilidade de garantir a saúde da população, tornando-a um direito fundamental, possibilitando um
cenário favorável ao chamado “fenômeno da judicialização”. Este trabalho analisa o processo de judicialização da Saúde nas regiões de
saúde: Baixo Amazonas e Tapajós, com o objetivo de construir o perfil das demandas judiciais junto ao 9º Centro Regional de Saúde – SESPA –
Santarém. Adotando metodologia específica para análise e monitoramento das demandas judiciais de medicamentos. Os resultados
encontrados têm bastante semelhança com os perfis das demandas judiciais de medicamentos de outras regiões do país, mostrando a
necessidade de estudos referentes às demandas judiciais no Sistema Público de Saúde detalhando os aspectos que levaram o usuário a
recorrer ao poder judiciário para ter acesso ao serviço de saúde e que ações dentro da organização e planejamento da gestão pública vêm
sendo tomadas para que haja diminuição das demandas judiciais, a fim de garantir saúde de forma equitativa para os usuários do SUS.
Palavras Chaves: Saúde, Judicialização da saúde, Direito à Saúde.
Introdução
O direito à saúde entende-se como conjunto de obrigatoriedades do Estado para todos os cidadãos, visando não apenas afastar as doenças,
mas também garantir o desenvolvimento saudável da população (OMS, 1946). A saúde a partir da constituição de 88 passou a ser um direito
constitucionalizado, sendo direito de todos e dever do Estado garantir mediante políticas sociais e econômicas a efetivação do acesso
universal e igualitário às ações e serviços de saúde (BRASIL, 1988). No Brasil, o Estado assume a responsabilidade de garantir a saúde da
população, tornando-a um direito fundamental, possibilitando um cenário favorável ao chamado “fenômeno da judicialização”, que SOARES
et al (2012, p. 317) conceituam como “o termo que se refere ao fenômeno da busca, por meio da Justiça, de medicamentos ou tecnologias que
os usuários não conseguem obter diretamente no Sistema Único de Saúde”. No contexto do processo de judicialização no sistema único de
saúde – SUS, este trabalho tem por objetivo construir um perfil das demandas judiciais das regiões de saúde: baixo amazonas e Tapajós, a fim
de buscar a compreensão do uso da via judicial para fornecimento de medicamentos, em a relação à gestão do SUS.
Objetivos
Construir um Perfil das demandas judiciais junto ao 9º Centro Regional de Saúde – SESPA – Santarém. Discutir o processo político, social e
assistencial, em relação aos conflitos no processo de legitimação do Direito à saúde.
Metodologia
Trata-se de um estudo descritivo com base documental dos processos judiciais com demanda de medicamentos requeridos ao Estado do
Pará, via 9º Centro Regional de Saúde que abrange duas regiões de saúde – Baixo Amazonas e Tapajós. Foram incluídos na pesquisa todos os
processos que pleiteavam medicamentos no período de 2008 a 2018. Para construção de indicadores as variáveis foram elencadas conforme
as características descritas no Manual de Indicadores de Avaliação e Monitoramento das Demandas Judiciais por Medicamentos, tendo sido
avaliados indicadores médico-sanitários e os relativos à gestão da Assistência Farmacêutica (AF) (PEPE, 2011). Os registros dos medicamentos
foram consultados na base de dados da ANVISA. A RENAME foi usada para classificar os medicamentos disponíveis ou não pelo SUS, e os
componentes entre básico, estratégico ou especializado. Todos os diagnósticos referidos nos autos foram classificados de acordo com a CID-
10. Resultados e Discussão Dos 47 processos judiciais a que se teve acesso, 4 foram excluídos, pois não solicitavam medicamentos. Os 43
processos analisados eram demandas individuais para aquisição de medicamentos, 96 pedidos de medicamentos no total, com média de 2,2
por pacientes. Dos solicitantes 58,14 eram do sexo feminino e 46% apresentavam 40 anos ou mais, sendo a idade média de 46,6 anos. Destes 88,
4 residem na cidade sede da 9º Regional de Saúde. Observou-se que os diagnósticos mais frequentes foram o de Epilepsia/síndromes
epilépticas e glaucoma a outros transtornos do olho ambos com 11,9%, seguido por Esquizofrenia paranoide e diabetes mellitus tipo 1 ambos
com 9,3%. Em que 90,5% dos atendimentos foram realizados no município de referência, sendo que 83,3% dos atendimentos foram através do
SUS. Dos 67 medicamentos solicitados 95,5% estão com registros válidos na ANVISA. Quanto à essencialidade 47,8% constavam na RENAME do
SUS, no entanto 72,6% das prescrições médicas foram feitas com o nome comercial. Dos medicamentos que constavam na lista do RENAME
46,9% estavam classificados no grupo de medicamentos do componente básico da AF e 53,1% no grupo de medicamentos do componente
especializados.
Conclusões / Considerações finais
Recorrer à via judicial tem sido o caminho escolhido para garantir o acesso à saúde, entretanto, o aumento dos processos judiciais, representa
um grande desafio a efetivação das políticas de acesso a medicamentos. Neste estudo, podemos observar que a maioria dos atendimentos
são realizados em estabelecimentos públicos de saúde que têm protocolos terapêutico favorecendo o uso racional dos medicamentos, no
entanto a maioria das prescrições medica são feitas utilizando o nome comercial do medicamento, o que impossibilita que o paciente possa
ter condições financeiras para a compra do medicamento para seu tratamento, assim recorrendo à via judicial para ter suas necessidades
terapêuticas atendidas. Espera-se que o poder judiciário juntamente com gestores de saúde haja em cooperação para encontrar uma
solução que garanta ao cidadão a assistência à saúde sem comprometer os direitos coletivos, garantido acesso a assistência farmacêutica
com medicamentos seguros com custo-efetivo relevante.
Referências
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado Federal: Centro Gráfico, 1988. PEPE, V. L. G. E; VENTURA, M. Manual
indicadores de avaliação e monitoramento das demandas judiciais de medicamentos. Rio de Janeiro: Fundação Oswaldo Cruz, Escola Nacional
de Saúde Pública Sergio Arouca, 2011. 56 p SOARES, J. C. R. de S.; DEPRÁ, A. S. Ligações perigosas: indústria farmacêutica, associações de
pacientes e as batalhas judiciais por acesso a medicamentos. Physis vol.22 nº.1 Rio de Janeiro 2012. Disponível em:
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010373312012000... (https://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S010373312012000100017) Acesso em 22 nov. 2018.

Eixo Temático

5. Planejamento, Gestão e Avaliação em Saúde

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