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Título do Tema

Sempre Dentro do
Triângulo Verde
(máximo 4 linhas)
FARMACOECONOMIA E
Nome do Autor no Triângulo

GESTÃO FARMACÊUTICA
EDUARDO GOMES DA SILVA
Unidade 3 -
Farmacoeconomia, Marketing
e Gestão Farmacêutica

Introdução
Seja bem-vindo à Unidade 3 da disciplina de Farmacoeconomia e Gestão
Farmacêutica. Nesta unidade serão abordados alguns pontos importantes sobre
a farmacoeconomia e os processos voltados à gestão, às legislações aplicadas à
assistência farmacêutica, ao marketing e à sua importância no contexto farmacêutico,
assim como as principais legislações usadas na área.

Dessa forma, é possível compreender bem toda a demanda que os profissionais


precisam saber para lidar com as situações do dia a dia. Esperamos que, com as três
unidades, você possa ter compreendido um pouco da profissão, suas áreas e o papel
do profissional farmacêutico na gestão e na saúde a nível mundial. Bons estudos e
até a próxima!

Objetivos da aprendizagem
Ao final desta unidade, esperamos que você seja capaz de:

• Compreender os principais instrumentos utilizados na farmacoeconomia


para os processos de gestão.
• Reconhecer as principais legislações aplicadas à assistência farmacêutica.
• Desenvolver habilidades para a aplicação do marketing nos diferentes
ramos farmacêuticos.
• Compreender as principais legislações aplicadas ao profissional farmacêutico.

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Farmacoeconomia
A farmacoeconomia é uma das áreas da farmácia que lida com a análise econômica
da saúde. O desenvolvimento voltado para a economia está relacionado com a união
das pessoas, e as informações pertinentes ao estado de saúde podem auxiliar na
chegada aos principais objetivos (PACKEISER; RESTA, 2014).

Farmacêutica na drogaria

Fonte: Freepik (2023).


#pratodosverem: imagem de uma farmacêutica entregando um medicamento
para a paciente.

Nos dias atuais, os gastos públicos com saúde e exames têm se tornado um problema
sério, pois grande parte das regiões carece desses recursos, inviabilizando o acesso
igualitário à saúde para todas as pessoas (BRASIL, 2001). Essas são características
que levam todos a refletir, principalmente com relação aos gastos com medicamentos.
Os produtos farmacêuticos vêm aumentando depois do processo de queda de
controle oficial, dos serviços de origem curativa, entre outros (NAVA et al., 2022).

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Saiba mais
Para enriquecer ainda mais os seus conhecimentos, leia o artigo
Farmacoeconomia: um instrumento de eficiência para a política
de medicamentos do Brasil. Nesse material, os autores tratam
da farmacoeconomia de modo geral e, também, do acesso aos
medicamentos, aos custos que os pacientes têm com a sua
aquisição e a importância do controle de gastos para a aquisição
de medicamentos para a população.

Por causa do aumento do número de pacientes doentes por moléstias a nível global,
os gastos com saúde preocupam a sociedade como um todo. Essa é uma realidade
especialmente para pessoas idosas e com doenças crônicas, que precisam arcar
com maiores gastos especialmente para medicamentos e tratamentos para controlar
doenças que podem comprometer a saúde (BRASIL, 2008).

Em decorrência desses gastos, cresce a importância de buscar benefícios que irão


auxiliar os pacientes em um melhor tratamento. Para que isso ocorra, são necessários
maiores investimentos nesses pontos da área da saúde e, principalmente, nos setores
que envolvem o controle de doenças (FONTENELE; OLIVEIRA, 2015).

Medicamentos e procedimentos clínicos

Fonte: Freepik (2023).


#pratodosverem: imagem de um profissional da saúde anotando informações
pertinentes de um medicamento, rodeado por instrumentos da área.

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Todo medicamento tem a sua importância generalizada, pois são bens de consumo,
e não bens sociais. A biotecnologia é uma das aliadas na formulação de novas
substâncias que irão auxiliar no tratamento de pacientes (PACKEISER; RESTA, 2014).

Nessas informações, é possível ver a importância que a farmacoeconomia tem


perante a sociedade como um todo, em que todos os gastos públicos envolvendo
medicamentos e insumos são tratados nessa área tão importante da farmácia. No
próximo ponto, será tratado como proceder com a farmacoeconomia em hospitais e
demais órgãos e qual seria a classificação de custos.

A farmacoeconomia é considerada uma das áreas da farmácia que estuda a


economia da saúde, tendo relação com medicamentos e aspectos econômicos,
sendo importante o estudo do custo total e de como será a qualidade do tratamento
dos pacientes (NAVA et al., 2022).

Farmacoeconomia e a classificação de custos


Na prática hospitalar, é comum que os profissionais farmacêuticos discutam os
custos que envolvem a aquisição de medicamentos e o manejo clínico que terão
com os pacientes como forma de auxiliar nas decisões terapêuticas possíveis
(PACKEISER; RESTA, 2014).

Farmácia hospitalar

Fonte: Freepik (2023).


#pratodosverem: imagem de um depósito de medicamentos.

A questão do custo está relacionada ao valor de todos os insumos usados para


produzir e distribuir, de forma que os bens e serviços sejam feitos da maneira correta,
sendo necessário estar em ordem e com os valores corretos para não ocorrer

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divergências futuras. Tudo será organizado de acordo com as suas características
principais (FONTENELE, 2015).

De acordo com Storpirtis et al. (2008), existem diversos tipos


de custos importantes para a contextualização da farmácia
hospitalar, utilizados para melhores análises dentro da profis-
são, sendo eles:

• Custos diretos: são alguns dos principais custos, estando relacionados aos
produtos, serviços e às atividades exercidas, com localização muito ampla
e de fácil aceitação.
• Custos indiretos: não possuem relação direta com as principais atividades
de produção. Todos os gastos nesse ponto são divididos entre outras áreas
do hospital.
• Custos intangíveis: têm um grau de dificuldade relacionado à sua
mensuração.
• Custos fixos: estão relacionados àqueles que não possuem alteração e não
têm dependência a nível hospitalar.
• Custos variáveis: podem variar de acordo com as demandas dos hospitais
e das instituições ligadas a insumos e medicamentos.

A relação entre custos, benefícios, medicamentos e insumos devem estar atrelados


à parte financeira. A partir disso, é possível se adequar ao perfil de cada situação,
verificar e estudar as principais viabilidades e tentar entender o que precisa ser
mudado ou acrescentado às políticas públicas de saúde (BRASIL, 2001).

Legislação farmacêutica
Um dos pontos mais importantes do mundo farmacêutico é a área da legislação, onde
o profissional terá em seu aparato um mundo de informações referentes a diversas
legislações que abrangem a profissão farmacêutica como um todo, algo importante
para todos (CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA, 2022). Pensando nesses pontos,
é importante que o profissional conheça um pouco das principais legislações que
temos atualmente. Abaixo, serão descritos alguns exemplos de legislações e suas
finalidades dentro da profissão, sendo elas:

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Legislação farmacêutica

Tipo Específico Características

Lei n.º 12.401, de 28 de abril de Lei que trata da assistência e da incorporação de


2011 tecnologia no Sistema Único de Saúde (SUS).

Decreto n.º 7.508, de 28 de junho


Decreto que trata da organização do SUS.
de 2011

Portaria GM/MS n.º 204, de 29 de Portaria que trata de recursos e financiamentos


janeiro de 2017 para ações de serviços e saúde.

Portaria GM/MS n.º 1.554, de 30 Portaria que trata de regras de financiamento e


de julho de 2013 componentes na assistência farmacêutica.

Portaria n.º 344, de 12 de maio Lei que trata das substâncias e dos
de 1998 medicamentos sujeitos ao controle especial.

RDC n.º 20, de 5 de maio de Resolução da Diretoria Colegiada (RDC) que trata
2011 de medicamentos antimicrobianos.

Lei n.º 13.021, de 8 de agosto de Lei que trata dos exercícios e da fiscalização da
2014 profissão farmacêutica no Brasil.

Fonte: elaborado pelo autor (2023).


#pratodosverem: o quadro apresenta algumas leis e portarias da legislação
farmacêutica.

Por conta do crescente aumento de novas políticas públicas na área da saúde, o


número de legislações passa por atualização, e as informações vão ficando mais claras
e objetivas, principalmente porque o mercado exige que os profissionais farmacêuticos
estejam antenados com as mudanças ocorridas (STORPIRTIS et al., 2008).

Isso está envolvido em diversos setores como prefeituras e nos Estados, sendo
pertinente a cada órgão trabalhar para que tudo esteja de acordo com o esperado
(PIOLA; VIANNA, 1995).

Dessas legislações citadas, as principais são a Portaria n.º 344, que trabalham única
e exclusivamente com substâncias que precisam de controle especial e necessitam
de receituário médico, em que existem casos de pacientes e até de profissionais da

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saúde que comercializam substâncias, sendo considerado crime no Brasil (MOTA;
FERNANDES, COELHO, 2008).

Atenção
É importante relatar que a dispensação de medicamentos
psicotrópicos sujeitos ao controle especial acontece por meio
de receituários diferentes nas seguintes cores: branco, amarelo
e azul. A dispensação varia de acordo com a substância que o
paciente irá utilizar.

Outra legislação importante é a RDC n.º 20, que trata da importância da prescrição,
do uso e da dispensação de antimicrobianos no Brasil, sendo de extrema importância
que o profissional farmacêutico entenda que a dispensação só pode ser realizada
com receita, não podendo ser dispensada uma quantidade superior ao que está
prescrito no receituário médico (NAVA et al., 2022).

Em termos de legislação que abrange a profissão farmacêutica, temos a Lei n.º 13.021,
que trabalha com a prática farmacêutica. É importante que você, como estudante de
farmácia, entenda a profissão. Saiba que ela só pode ser exercida por aqueles que
já possuem diploma e carteira do conselho, sendo importante que o diploma esteja
registrado e seja reconhecido oficialmente no Brasil. Caso seja estrangeiro, deve ser
revalidado conforme as leis da República brasileira (CRF, 2022).

Legislação e saúde

Fonte: Freepik (2023).


#pratodosverem: imagem de um martelo jurídico, de um estetoscópio e de
cápsulas de medicamento, demonstrando a importância das três áreas para o
profissional farmacêutico.

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O exercício profissional sem a carteirinha do Conselho Regional de Farmácia
(CRF) infringe qualquer legislação e é considerado crime contra a ordem pública.
Qualquer pessoa pode registrar a denúncia, não sendo possível que o processo
seja arquivado pela pessoa que denunciou ou pelo profissional que foi denunciado
(PIRES; GUERRA; DANTAS, 2015).

Marketing farmacêutico
Na área farmacêutica, temos outro campo de extrema importância e que está em
todos os lugares: o marketing. Esse termo é muito utilizado em diversos locais, sendo
definido como o processo de criação, distribuição, promoção e precificação de bens,
serviços e ideais para facilitar a satisfação nas relações de troca com clientes e
desenvolver e manter relações favoráveis com stakeholders, com a inclusão de um
ambiente dinâmico (AZEVEDO; ALMEIDA; GUIMARÃES, 2019).

Marketing farmacêutico

Fonte: Freepik (2023).


#pratodosverem: descrição do mix de oportunidades com o marketing farma-
cêutico.

Reflita
É possível entender bem de marketing sendo farmacêutico, em
que a profissão dá essa liberdade ao profissional de compreender
melhor determinados pontos. Para isso, leia este artigo, que
fala um pouco sobre o marketing farmacêutico e as possíveis
interferências.

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No mercado farmacêutico, temos a inserção do marketing como forma de ajudar na
divulgação de marcas, de produtos e inovar o seu portfólio como forma de atrair
novos clientes, mas isso está atrelado a vários outros caminhos, estando eles à
parte da farmacoeconomia, da saúde pública e de medicamentos (CARSONI; AVIGO
JUNIOR, 2018).

Nesse segmento, temos diversos pontos de estudo do marketing, sendo um deles o


de propagandista, o profissional farmacêutico, o publicitário ou de outra profissão
ligada à área comercial, que faz a divulgação e a comercialização de medicamentos,
que são oferecidos em consultórios, hospitais, clínicas e indústrias, com o intuito de
oferecer o melhor produto para os clientes, explicando os benefícios e a sua utilização
(AZEVEDO; ALMEIDA; GUIMARÃES, 2019).

A administração precisa, em primeiro lugar, estabelecer um sistema de informação para


descobrir as verdadeiras necessidades dos clientes, e, em seguida, usar a informação
para criar produtos satisfatórios (MOURA; SANTOS JÚNIOR, 2019). No ambiente
farmacêutico não é diferente. Para satisfazer os objetivos do cliente, além dos seus,
uma organização também precisa coordenar todas as suas atividades. Isso pode exigir
a restruturação de operações internas, incluindo produção, marketing e outras funções
do negócio, o que requer que a empresa se adapte a um ambiente externo variável,
incluindo expectativas mutáveis do cliente (CARSONI; AVIGO JUNIOR, 2018).

Manter relacionamentos positivos com os clientes é um objetivo importante para os


profissionais de marketing. Por conta disso, temos o chamado relacionamento de
marketing, tendo relação com longo prazo e mutuamente benefícios (KOTLER, 2005).

Na área farmacêutica, o marketing de relacionamento tenta construir boas relações


de troca entre compradores e vendedores, reunindo dados úteis de todas as formas
de contato com clientes e analisando-os para entender melhor as necessidades
desejadas por cada cliente, sendo que a área de farmácia é muito ampla e necessita
de bons investimentos, de melhoria na promoção de produtos e incentivo à melhor
tomada de decisão da escolha do produto (AZEVEDO, 2019).

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Conclusão
Entre os conteúdos apresentados, é possível entender os gastos públicos com
a aquisição de medicamentos, melhorias na área da saúde para a população e,
principalmente, o respeito com o cidadão, que necessita de um atendimento mais
humanizado.

As práticas clínicas são importantes, pois tendo como norteamento a legislação, o


profissional terá autonomia para seguir em frente com o seu trabalho, mantendo-se
sempre em dia com a legislação, sob pena de sofrer sanções éticas dentro do CRF,
na qual as práticas ilegais voltadas para o marketing farmacêutico também podem
gerar sanções penais.

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Referências
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