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Copyright © 2020 by HADASSA M.

VAZ

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Título: Um Casamento Inesperado


Autor: Hadassa M. Vaz
Revisão: Juliete Vasconcellos
Capa e Diagramação: Queen Designer / Hadassa M. Vaz
Imagem Capa: Freepik

Todos os direitos reservados, no Brasil, por Editora Sekhmet. editorasekhmet@gmail.com


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PLAYLIST DO LIVRO

♪♫ Anson Seabra - Trying My Best


FRND - Erase ♪♫
♪♫ Hey Violet - Guys My Age
Allie X – Downtown ♪♫
♪♫ Al Green- Let's Stay Together
Tom Odell - Another Love ♪♫
♪♫ H.E.R- Gone Away
Daniel Caesar - Get You ♪♫
SUMÁRIO DO LIVRO

Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo Um || A carta

Que estou tentando o meu melhor, eu estou fazendo de tudo para ficar bem. Eu
estou tentando o meu melhor, mas todos os dias fica mais difícil e eu estou segurando
minha respiração, eu estou segurando minha respiração até que eu possa dizer todas as
palavras que quero dizer do meu coração ♪
Anson Seabra - Trying My Best

Eliah retirou seu casaco preto do corpo, e colocou sobre a poltrona em


sua sala, estendeu seus músculos para aliviar a tensão sobre eles, enquanto
abria os abotoadores de sua camisa social branca.
O homem, de pele negra e um metro e oitenta e nove de altura, passou
a mão sobre sua barba rala e caminhou até o bar em sua sala, pegando uma
garrafa de bebida para si e, caminhando até uma confortável poltrona
marrom, se sentou no local, enquanto abria uma garrafa de vodka e colocava
um pouco no copo para si.
Eliah ainda não acreditava em tudo que tinha acontecido até ali, a
ficha ainda parecia não ter caído e o engasgo que ele sentia dentro de si
parecia difícil de engolir, mas era real, seus amigos estavam mortos.
Eliah Ferreira e Jonathan Costa eram amigos desde que Eliah tinha
dezoito anos, quando Jonathan tinha se mudado para a casa ao lado de sua
família em um bairro burguês da grande São Paulo.
Quando notaram que frequentavam os mesmos lugares e que viviam
se esbarrando por aí, se sentaram para uma conversa qualquer envolvendo
muita pizza de calabresa e cerveja gelada, saíram dali amigos.
Isso tinha sido há dezoito anos. Eles tinham seguido próximos todos
aqueles anos, até mesmo quando Jonathan acabou descobrindo que havia
engravidado sua namorada, Larissa, quando tinha apenas dezessete anos e
decidiram se casar naquele ano.
Amora, a filha do amigo, nasceu no ano seguinte.
E, apesar de todos os pesares, Jonathan e Larissa tinham seguido
firmes todos aqueles anos, muitas vezes fazendo malabarismo com o
dinheiro, mas conseguiram cuidar e educar a pequena Amora, agora não tão
pequena. Ela faria dezenove aquele ano, ele se lembrou. O amigo tinha
comentado dias atrás que pensava em dar um carro de presente à filha.
Infelizmente, havia ocorrido uma fatalidade. Um motorista bêbado
atingiu o carro da pequena família semana passada, e hoje havia sido o
enterro de Jonathan e Larissa, a filha do casal havia sobrevivido, apesar de
que tinha passado alguns dias internada no hospital e teve que engessar a
perna.
Ele a tinha visto mais cedo, no funeral.
Os cabelos loiros dela tornavam sua aparência ainda mais pálida, o
corpo magro e franzino aumentava em Eliah a sensação que ela seria soprada
para longe se um vento mais forte soprasse, tanto que ele havia se
aproximado da jovem e colocado seu casaco sobre ela naquele momento.
Amora então o encarou, seus grande olhos castanhos, que pareciam
como de um cervo assustado, um pouco avermelhado pelas lágrimas, e o
agradeceu. No final do evento, ela havia se aproximado, apoiada por uma
enfermeira que a ajudava e o entregou o casaco novamente.
Ela parecia tão frágil naquele momento, que Eliah gostaria de poder
dizer algumas palavras de conforto à garota, mas o que um homem com a
idade dele poderia dizer a uma jovem? Ao longo de seus trinta e seis anos,
Eliah tinha ido a vários funerais, visto a morte e a encarado mais vezes do
que gostaria.
Perdido em seus pensamentos, o homem respirou fundo e trouxe o
copo de bebida para perto de si.
— A você, meu amigo! — Eliah disse, erguendo o copo translúcido
com a bebida, e apontando para uma foto sobre a lareira da sala em que
estavam ele e Jonathan em uma viagem de pesca que haviam feito anos atrás.
Ainda se sentindo um pouco amargo com toda a situação, ele deu um
grande gole, sentindo a bebida descer rasgando e o aquecendo por dentro.
Seus olhos então pousaram no grande envelope pardo na mesa de café à sua
frente, ele havia recebido o mesmo mais cedo do advogado de Jonathan,
aparentemente era uma carta do amigo, que ele tinha escrito para ser aberto
em caso de sua morte.
Eliah ainda não tinha conseguido abrir a mesma, ele simplesmente
aceitou o envelope, o colocou sobre sua mesa e se encaminhou em direção ao
funeral de seu grande amigo, mas agora, retornando para casa, o mesmo
envelope parecia encará-lo, como se perguntando quando teria coragem de
abri-lo.
Respirando fundo, e esfregando sua testa, devido a uma pequena dor
de cabeça que havia surgido entre seus olhos, Eliah estendeu seu braço e
puxou o envelope para si.
— O que será que você deixou escrito aqui, Jonathan? — Ele se
perguntou, com um pequeno sorriso de lado em seus lábios. — Você sempre
gostou de um bom mistério, não? — comentou o homem consigo mesmo,
finalmente abriu e puxou de lá de dentro um papel branco, que logo Eliah
percebeu ser uma carta.
Ajustando sua posição na poltrona, Eliah começou a ler.

"Fala, meu velho!


Se está lendo isso, significa que eu dei nó na pipa, cantei para subir,
fui chamado pelos anjos... Parti dessa pra melhor. Eu espero que você saiba
que está tudo bem, pra ser sincero, eu não tenho a intenção de partir tão
cedo, mas se acontecer, e talvez aconteça, quero que você saiba que eu fico
feliz e em paz porque eu tive uma vida incrível até aqui.
Sim, as coisas não foram fáceis. Ser pai tão jovem foi um desafio, mas
também foi uma das maiores dádivas que eu recebi na vida, graças à Amora
meus dias se encheram de noites sem dormir, cólicas infantis, fraldas sujas e
a dificuldade em fazer o bebê comer, mas também se encheram de risos,
daqueles momentos únicos que ela simplesmente me abraçava e dizia que me
amava.
Eu também não posso esquecer da Larissa, que esteve do meu lado
para o bom e o ruim, aquela que foi minha companheira de jornada, amiga,
mãe e amante.
Ser pai e marido dessas duas mulheres foi a maior sorte grande que
eu já tive na minha vida. E elas são preciosas para mim, Eliah, são as coisas
mais belas e lindas que eu já tive.
Por isso que eu te escrevo essa carta com um pedido: cuide de ambas
por mim. Eu não vou estar mais presente para elas, e eu só posso contar com
você, meu amigo, nesse momento.
Cuide delas por mim, por favor.
E se por acaso, eu e Larissa partirmos ao mesmo tempo, então, por
favor, dê ainda mais atenção à Amora, ela vai precisar, muito! Eu confio em
suas boas escolhas e decisões.
Adeus, meu amigo, se o além existir, eu espero encontrá-lo um dia do
outro lado."

Eliah respirou fundo, e secou as lágrimas que caíam de seus olhos,


prometendo a si mesmo e a Jonathan que cumpriria o último desejo do
amigo, e faria todo o possível para proteger a sua filha.
Capítulo Dois || Case-se comigo

Na verdade, Eliah estava tentando descobrir o que fazer com o que


tinha descoberto mais cedo, ele não sabia como reagir sobre os sentimentos
da garota sobre si, e achava que era importante dizer a ela que ele era um
homem velho demais para ela e que deveria se concentrar em outros caras de
sua idade.
Ele só não sabia como dizer isso.
Além disso, momentos mais cedo o médico de Amora havia
conversado com Eliah sobre o quadro depressivo que a jovem parecia estar
desenvolvendo, e o quão importante era tentar manter a mente dela distraída e
focada em outros assuntos, sim, era necessário que ela entendesse e aceitasse
a morte dos pais, mas não era muito saudável se sua mente se focasse só
nisso.
— O que te deixaria feliz nesse momento? — Eliah perguntou,
curioso se havia algo que pudesse fazer pela jovem.
— Qualquer coisa? — Amora questionou, mordendo o lábio inferior,
um pouco tímida.
— Contanto que não seja ilegal... — disse ele, abrindo um sorriso de
lado. — Qualquer coisa — disse o moreno, piscando na direção de Amora.
A jovem ficou em silêncio por alguns segundos, enquanto refletia na
pergunta de Eliah, até que ela deixou escapar num suspiro, um desejo muito
secreto de seu coração.
— Que você se casasse comigo! — falou a jovem, se perguntando de
onde tinha tirado coragem para aquelas palavras.
— Como? — perguntou Eliah, surpreso.
— Ah, não, não... — Se apressou em negar a garota. — Só esqueça
isso, por favor — pediu ela, envergonhada de suas palavras naquele momento
e escondendo sua cabeça debaixo da coberta, sem coragem para encarar Eliah
naquele momento.
Eliah apenas deixou escapar um suspiro e analisou as palavras da
garota.
— Amora, eu sou... bem... — Ele pigarreou um pouco. — Eu sou
velho demais para você, há outros homens, mais próximos da sua idade... —
dizia para ser interrompido por um sussurro envergonhado da garota.
— Eu não gosto deles, eu gosto de você. — Ela disse, deixando à
mostra um pouco do seu rosto, e Eliah pôde notar que a garota voltou a corar
profundamente.
Ele não pôde evitar achar um tanto quanto doce. Muitas mulheres
usavam um falso blush, mas a menina à sua frente parecia honesta em cada
gesto.
— Se continuar a corar dessa forma e me olhar assim, vou me sentir
na obrigação e tentado a flertar com você, e eu não acho que isso seria certo
— falou Eliah, sendo honesto sobre o que pensava.
— Por que não? Nós dois somos maiores de idade e solteiros —
apontou Amora, ainda se escondendo um pouco na coberta.
O homem jogou a cabeça para trás e riu divertido.
— Você diz isso, mas está usando uma coberta para se esconder de
mim — disse Eliah, apontando para a garota.
Amora então respirou fundo e saiu debaixo da coberta, encarando o
homem fortemente.
— E agora? Qual desculpa vai dar dessa vez? — Amora rebatou e
Eliah ficou sem palavras naquele momento. — Você me acha feia?
— Isso não é o caso aqui, Amora, eu...
A garota olhou fortemente para ele.
— Você me acha feia? — Ela insistiu, o encarando.
— Não, não acho — admitiu Eliah, deixando escapar um suspiro.
Sim, Amora era uma jovem linda, mesmo agora com a aparência
pálida e frágil, ele ainda a considerava uma garota bonita, mas aí estava a
questão: Amora era uma garota, não uma mulher.
— Então, qual o problema?
— Você ainda é uma garota! — disse Eliah, um certo tom paternal em
sua voz. — E eu já sou um homem, você entende isso? — perguntou
erguendo uma sobrancelha.
Amora apenas corou fortemente e assentiu com a cabeça.
— Então por que não me torna uma mulher? — questionou ela,
enquanto tentava se munir de coragem.
— Como assim? O que está sugerindo? — questionou Eliah.
— Se o problema é eu ainda ser uma garota, então me ensine, me
torne uma mulher. — Amora respondeu, de modo sério, e depois assumiu
uma expressão ainda mais calma. — Por favor, só podemos tentar? — Ela
pediu.
— Amora, eu... — Eliah começou a dizer.
— Por favor! — Ela insistiu e o homem deixou escapar um suspiro.
— Eu sou mais velho que você.
— Eu sei disso.
— E eu não estou apaixonado por você. — Ele a lembrou.
— Sim, eu sei, mas posso te conquistar se você me dar a chance.
— Aceitar seu pedido não quer dizer que não nos divorciaremos
depois. — Ele falou, a encarando fortemente.
— Tudo bem, eu vou fazer você não querer me deixar ir embora —
respondeu Amora, um tanto quanto confiante.
Eliah apenas ficou em silêncio e deixou escapar um suspiro.
— Isso é um sim? — Amora perguntou, curiosa.
Eliah acenou que sim com a cabeça.
— Sim, isso é um sim — disse o homem, simplesmente. — E eu devo
estar louco para concordar com esse seu pedido — disse num suspiro.
Amora abriu um largo sorriso, o maior e mais feliz desde que seus
pais tinham morrido.
— Só precisamos de algo para selar nosso acordo. — Ela falou.
— O quê?
— Isso.
Então, munida de uma coragem que ela nem sabia possuir, Amora se
lançou sobre Eliah e o beijou.
Capítulo Três || A Festa

Você abraça, abraça toda a escuridão que eu conhecia, você cria, algo além de
mim tão lindo. Quando te vejo, sei que preciso de você, eu sei que preciso que você deixe
você apagar, apague todas as trevas que eu conhecia. Eu não consigo parar de me
apaixonar, caindo por você, se apaixonando por você, caindo para você ♪
FRND - Erase

Dois meses depois

O grande dia tinha chegado, contrariando as expectativas de Eliah,


que esperava que Amora fosse querer um casamento grande e pomposo, ela
tinha sugerido só irem ao cartório e oficializarem a união.
Eliah acabou sendo aquele que foi contra a corrente e disse que eles
deveriam ter uma pequena cerimônia e uma festa, mesmo que para poucas
pessoas, ele insistiu que o primeiro casamento de Amora devia ser algo que
ela se lembrasse, mesmo considerando a forma que tudo estava acontecendo,
no que ela tinha respondido que não era seu primeiro casamento, mas o
único. Eliah não disse nada sobre isso e eles simplesmente concordaram em
realizar a festa dois meses depois, e bem ali, estavam eles.
Para ser sincero, naqueles últimos dois meses, em muitos momentos
Eliah se questionava se tinha feito o certo em aceitar a proposta de Amora,
afinal, o que um homem de trinta e seis anos como ele faria com uma menina
de dezenove? Além disso, ele não tinha muita certeza de que, quando
Jonathan tinha pedido que ele cuidasse de sua família após sua morte, ele
tinha em mente Eliah se casando com sua filha.
Havia dias que ele se sentia como um velho sujo, um ladrão de berço,
mas sempre que ele tentava levantar a questão, Amora assumia uma
expressão triste e magoada e ele não tinha coragem de ir em frente com sua
decisão de terminar tudo.
Ele estava fazendo o certo, não estava?
— Quem diria, Eliah Ferreira se casando, isso sem dúvida foi bastante
inesperado — disse Edgar, seu primo e padrinho naquele dia, dando um leve
tapa em seus ombros.
— Sim, bastante inesperado... — concordou Eliah. — Para todos nós
na verdade — sussurrou baixinho a última parte para si mesmo.
— Depois de todo o desastre com a Sheila, achei que nunca mais
fosse ouvir a palavra casamento e compromisso ser associada ao seu nome.
Eliah apenas fechou a cara ao ouvir Edgar o lembrar sobre Sheila, sua
ex. As coisas não tinham terminado bem entre eles, e boa parte havia sido por
sua culpa, Sheila queria levar o relacionamento para outro nível, ela começou
a falar em filhos e casamento, e ele não estava pronto para isso na época, o
relacionamento azedou após isso.
Depois que terminaram, Eliah só então notou que ele realmente queria
uma vida assim com Sheila, ele havia se preparado para pedi-la em
casamento, apenas para descobrir que enquanto ele se decidia sobre o
próximo passo, ela havia começado a sair com outro cara.
Não havia muito que pudesse fazer sobre isso na época, ele era mais
jovem e idiota. Odiar sua ex porque ela seguiu em frente seria muita
babaquice, então ele fez a coisa certa e saudável para ambos, pediu desculpas
à Sheila e ambos seguiram em frente.
Depois de Sheila, nenhum de seus outros relacionamentos, ao longo
dos oito anos seguintes, pareciam ser o certo para se levar ao nível seguinte, e
Eliah já estava conformado com a ideia de que ia ser um eterno solteirão. Não
só ele, como toda sua família, então, sim, todos tinham ficado surpresos
quando ele anunciou que iria se casar, porque até então, eles nem sabiam que
ele estava namorando.
Bom, ele não estava.
Mas seria muito complicado explicar à sua família sobre aquele
casamento repentino se ele dissesse que estava fazendo isso por um favor a
um amigo morto, e porque uma garota de dezenove anos tinha conseguido
dobrá-lo em seus argumentos.
E bem, ali estava ele, buscando ser positivo com toda aquela situação.
Para ser honesto, ele não sabia que fim daria àquela história, mas ele poderia
se esforçar para fazer funcionar, além disso, a ideia de poder ter uma família
era muito atraente para Eliah. Sua irmã mais nova, Monalisa, já era casada
fazia nove anos e ele tinha dois sobrinhos que amava de paixão: Josué de
cinco anos e Estela de apenas três.
Sempre que estava junto das duas crianças, Eliah sabia que um dia
queria ter os próprios filhos, era um desejo antigo seu, mas ele nunca pensou
conseguir isso com nenhuma de suas ex-namoradas, talvez Amora fosse sua
chance de ser pai.
Por falar nisso, Amora queria filhos? Ele não sabia! Nunca tinha
perguntado a ela. O que deveria fazer agora?
— Onde você vai? — perguntou Edgar, vendo o primo sair do quarto
onde estavam se arrumando para o casamento, que aconteceria em uma
fazenda no interior de São Paulo, em Itatiba.
O local do casamento era em uma pousada rural localizada numa
paisagem tranquila e naturalmente bela. Cercada por sítios em que plantavam
diversos tipos de frutas, era o lugar ideal para quem queria se divertir,
descansar e se acalmar do grande burburinho e da poluição do ar e sonora das
grandes cidades.
O local possuía suítes especiais para parentes ou padrinhos que
queriam pernoitar na pousada após a festa. Eliah e seu primo se arrumavam
em um cômodo, e a noiva e suas damas de honra se arrumavam em outro.
— Preciso ver a noiva — respondeu Eliah, enquanto seguia firme em
direção ao corredor.
— Você está louco? — questionou Edgar. — Você não pode ver a
noiva antes da hora, teu louco. E aquelas mulheres não vão nem mesmo te
deixar entrar.
— É importante. Preciso saber sobre nossos filhos.
— Como assim? — perguntou Edgar, correndo atrás do primo. — Sua
noiva tá grávida? É por isso que vão se casar tão rapidamente? São gêmeos?
— Ele perguntou, entendendo de modo completamente errado a fala de Eliah.
— Sua noiva está grávida? — questionou Monalisa, que surgia do
outro lado do corredor, ouvindo a conversa de seu primo e irmão. — Você
contou à mamãe sobre isso?
— Vocês estão me atrapalhando — disse o moreno, entredentes, indo
bater na porta do quarto de Amora e suas madrinhas.
— Você sabe que precisa contar à mamãe sobre isso, não? —
perguntou Monalisa, ainda ao lado de Eliah. — Tenho que avisar a
cerimonialista, para mudar suas bebidas para algo não alcoólico durante o
brinde. Afinal, faz mal pro bebê.
— Bebê? Que bebê? — perguntou Estevan, o marido de Monalisa,
que tinha vindo atrás da esposa falar sobre a filha deles de três anos que
estava chorando querendo a mãe.
— A noiva do Eliah está grávida — respondeu Monalisa, pegando a
filha no colo, que logo se acalmou.
— E são gêmeos — falou Edgar logo em seguida.
— Uau, parabéns, cunhado! — parabenizou Estevan.
— Ela não está grávida! — respondeu Eliah, categórico, já nervoso
com a intrusão de toda a família.
— Quem está grávida? — perguntou Amora, abrindo a porta após
toda comoção do lado de fora, já maquiada e com o cabelo arrumado, mas
ainda sem ter colocado o vestido, vestida num robe.
— Você está grávida! — respondeu Eliah, um pouco confuso e
perdido em toda a situação.
— Viu, eu disse que ela estava grávida! — exclamou Edgar.
— Vou avisar a cerimonialista. Estevam, querido, segure a bebê um
pouco mais — falou Monalisa, entregando a jovem Estela para o marido
novamente, e caminhando para longe.
— Como assim? — perguntou Amora, confusa.
— Ela não está grávida! — insistiu Eliah, mas inutilmente, pois sua
família já tinha se afastado e agora as damas de honra, suas primas e algumas
amigas de Amora encaravam os dois dentro do quarto, comentando sobre a
tal gravidez de Amora. — Desculpe, a situação saiu do controle. Podemos
conversar? — Eliah pediu.
Amora assentiu que sim e pediu que as meninas saíssem do quarto
rapidamente para que eles conversassem, sem saber que isso só fomentaria
ainda mais os boatos da noiva estar grávida.
— O que é toda essa história de gravidez? — Amora perguntou
quando ficaram a sós.
— Apenas uma confusão... Amora, eu quero ser pai no futuro, eu
gosto de crianças. — Eliah disse de repente.
— Ótimo! — A garota respondeu, com um sorriso nos seu lábios.
— Só vai dizer isso?
— Você quer ser pai e eu adoraria ser a mãe dos seus filhos, acho que
isso resume tudo. Se o seu medo é que eu não goste de crianças, saiba que eu
as adoro! — Amora explicou. — E podemos ter um time de futebol por mim!
— brincou.
— Um time de futebol é muito. — Eliah respondeu. — Bem... — Ele
pigarreou. — Vou deixar você e as meninas terminarem de se arrumar —
disse já saindo do quarto, mas antes de sair, olhou novamente para Amora. —
A propósito, você está linda!
Amora corou rapidamente e sorriu. Eliah saiu do quarto, ele tinha um
boato para destruir antes que crescesse ainda mais.
Capítulo Quatro || Ensine-me a ser uma mulher

Porque você me abraça como uma mulher, de uma forma que eu nunca senti antes
e isso me faz querer continuar, e isso me faz querer ser toda sua. Caras da minha idade
não sabem como me tratar, não sabem como me tratar... Caras da minha idade não sabem
como me tocar, não sabem como me amar bem... ♪
Hey Violet - Guys My Age

Se Eliah tinha conseguido controlar os boatos? Nem perto disso. Pelo


contrário, toda vez que ele tentava explicar ou consertar a situação, a pessoa
fazia de conta que tinha entendido e depois comentava com as demais que
tinha uma certeza ainda maior que a noiva estava grávida.
Histórias sobre a gravidez, e serem gêmeos, alguns disseram até que
eram três bebês e outras fofocas como Amora já ter estado grávida antes de
Eliah, mas a gravidez não ter vingado na primeira vez, e por isso Eliah estava
tão cauteloso sobre essa e não queria que espalhassem até o período de três
meses, começaram a circular pelo redor, dando um ar trágico e romântico à
história dos dois.
Se Eliah soubesse sobre essas fofocas, provavelmente teria um
aneurisma. Mas enfim, todo boato é assim, quanto mais você tentava negá-lo,
mais força ele ganha... Era uma pena que o homem não fizesse noção dessa
lógica estranha e distorcida.
Apesar de tudo isso, e de Amora ter brindado com, o que ela reparou,
ser suco de uva na hora das fotos e brindes, a festa tinha sido linda.
E exaustiva!
Por isso, Eliah não se surpreendeu nem um pouco quando encontrou
Amora completamente apagada na cama do quarto de núpcias depois que ele
saiu do banho. Ela realmente estava bem cansada após todos os eventos
daquele dia, e honestamente, ele não estava com pressa para a primeira vez
deles em algo mais íntimo.
Eles tinham acabado de se casarem, e ainda estavam se conhecendo,
poderiam ir com calma até a intimidade.
Bem, e ele achava que Amora tinha o mesmo pensamento... Só
achava, porque ele iria perceber no dia seguinte que as coisas não eram bem
assim.
Primeiro, porque ela não parecia ter ficado nenhum pouco feliz ao
perceber que havia praticamente desmaiado na cama em sua noite de núpcias,
e Eliah teve que usar bastante psicologia para reverter a situação, dizendo a
Amora que eles teriam outras noites, ela não precisava se preocupar com isso.
Só que Amora estava sim preocupada com isso!
Ela tinha se depilado aqueles dias, se preparado fisicamente e
mentalmente para sua noite de núpcias, tido altos sonhos úmidos em sua
mente com aquele chocolate/pedaço de mau caminho que agora era seu
marido, e na primeira chance de desfrutar do seu parquinho de diversões
privado... ela desmaiou na cama.
Isso era injusto em tantos sentidos, que Amora nem queria pensar
muito. Eliah era um verdadeiro pedaço de mal caminho, uma carne suculenta
sendo balançada na sua frente, enquanto ela, um tigre faminto. Seria loucura
esperar que ela não tentasse dar uma boa mordida.
Além disso, depois daquele beijo incrível no hospital, e que tinha
servido de inspiração para novos sonhos molhados de Amora, ela e Eliah não
tinham voltado a se beijar. Em grande parte porque ela tinha passado aqueles
dias no hospital, fazendo consultas e se recuperando, e quando saiu, ela ficou
presa com a correria do casamento.
Para não dizer que não houve um beijo, houve mais dois só, mesmo
assim, tinha sido um breve selinho, e o outro, um beijo na testa.
Ela não queria selinhos!
Ela queria amassos!
Do tipo que deixariam suas calcinhas molhadas e seus seios
intumescidos, queria a língua de Eliah dentro da sua boca... e em outras
partes do seu corpo também.
Só havia uma solução para aquilo tudo, ela precisava tomar a
dianteira e fazer o primeiro movimento. E foi exatamente o que Amora fez!
Assim que Eliah saiu do banheiro da suíte, vestido com um robe e
caminhando até a cama, onde o café da manhã estava posto em uma mesa
próxima, a garota se preparou para dar o bote. Ela aguardou que Eliah se
sentasse na mesa, e então, saindo da cama, ela engatinhou até ele e, antes que
ele pudesse impedi-la, Amora se sentou sobre Eliah na cadeira, com suas
pernas abertas, deixando seu centro bem alinhado ao dele.
Sua camisola acabou subindo com o movimento, mas ela nem ligou e,
antes que Eliah pudesse dizer algo, Amora o puxou para um beijo quente e
sensual, suas mãos deslizando para dentro do roupão dele fazendo-o sentir os
músculos do corpo dela. Ela se sentia tão quente naquele momento, que tinha
a impressão de que estava numa sauna, todo seu corpo ardia e pulsava,
implorando por mais, e ela não pôde evitar rebolar contra o colo dele,
gemendo contra a boca de Eliah ao sentir o pênis dele, que começava a ficar
ereto e a roçar contra um ponto especifico do seu corpo.
Ainda que ela estivesse de calcinha no momento, o roçar entre seus
corpos era o suficiente para atiçar a garota.
— Amora... — Eliah começou a dizer, mas foi interrompido por um
beijo ainda mais afobado da garota.
— Por favor. — Ela insistiu, mordiscando o pescoço dele.
— Não precisamos ser tão íntimos agora.
— Eu sei, mas eu quero.
Notando que ele ainda parecia estar lutando com uma decisão dentro
de si, Amora rebolou novamente contra o colo, ouvindo um gemido escapar
dos lábios de Eliah.
— Você prometeu, lembra? Me ensinar a ser uma mulher. — Ela o
lembrou, com um olhar pidão em seu rosto.
Eliah ainda tentou manter a compostura, incerto sobre sua próxima
ação, ele ainda sentia que era errado transar com Amora, mesmo ela sendo
sua esposa, em respeito ao seu amigo, mas todo seu pensamento foi para o
além, quando ela rebolou novamente sobre o colo dele e deixou escapar um
gemido.
— Por favor, Eliah... Eu quero.
— O que você quer? — Ele perguntou, a encarando fortemente,
enquanto se sentia engolindo em seco.
— Eu quero você dentro de mim — respondeu Amora de modo
provocante.
Eliah apenas ficou em silêncio e deixou escapar um gemido rouco.
— Você não consegue sentir? — Amora perguntou. — Eu estou
molhada por você. — Ela sussurrou no ouvido dele.
Eliah sentiu sua respiração acelerar, e levou sua mão até a calcinha
dela, puxando a peça de pano para o lado e verificando a suposta umidade de
Amora com um dedo, e não pôde evitar gemer ao sentir ela pingado.
— Merda! — Eliah praguejou, e segurando Amora a levou até a
cama, jogando-a sobre a mesma, enquanto a encarava com um olhar de lobo
faminto. — Você me provocou para isso — disse, enquanto abria o robe e
ficava nu.
Amora abriu um largo sorriso, lambendo os lábios ao notar o corpo nu
do homem à sua frente, a pele negra, os músculos de seu corpo, seu membro
grosso e já ereto na direção dela.
— Me coma! — pediu.
— É pra já! — Eliah respondeu indo até ela na cama.
Capítulo Cinco|| Lua de Mel

Me leve à loucura, use meu corpo à noite toda. Me faça sentir como da última vez,
faça ter gosto de amor. Me leve à loucura, sou sua até meu coração parar. Desista de tudo
mais uma vez, desista de tudo por amor ♪
Allie X – Downtown

Amora suspirou e gemeu alto ao sentir a língua de Eliah em seu


centro úmido, ele a lambia e chupava de tal forma, que ela sentia que acabaria
rouca ou completamente louca. Além disso, ele usava seus dedos largos junto
de sua língua habilidosa e Amora sentia como se estivesse derretendo sobre a
cama, ela já tinha perdido a conta de quantas vezes Eliah a tinha feito vir.
Eliah a estava preparando, a alargando e lubrificando antes de
realmente envolver seu pênis no interior quente e úmido dela, ele queria ter
certeza que não a machucaria com seu tamanho. E bem, ele não queria se
gabar, mas sabia que era um cara avantajado, e ele também sabia que
mulheres virgens precisavam serem acalmadas e bem lubrificadas antes de
qualquer ação real, mas ele precisava confessar que cada gemido de Amora ia
direto pro seu pau, que tremia em antecipação, ao sentir o quão quente e
úmida ela estava.
— Por favor, Eliah. — Ela implorou, com uma voz rouca.
A voz dela soava tão sexy naquele momento, era uma mistura de
rouquidão e desejo, suas palavras quase sussurradas porque ela estava com a
respiração agitada demais no momento para falar corretamente.
— O que você quer, querida? — Eliah questionou, levantando sua
cabeça e encarando a visão esbaforida e suada de Amora.
Ela lhe parecia tão linda naquele momento, ali toda descabelada, sua
boca marcada pelos beijos anteriores e por ela própria ter mordido seus lábios
em alguns momentos, seu corpo completamente nu e aberto para a
exploração dele, seus seios descendo e subindo rapidamente com o ritmo de
sua respiração desenfreada.
— Você, só você! — Ela falou e o puxou para cima, beijando-o e
sentindo seu próprio gosto na boca dele.
O beijo entre eles foi intenso e muito sensual, havia um desejo
enorme, uma luxúria que escorria por seus corpos e os embriagava
completamente.
Eliah levou seu dedo até o interior de Amora, para checar se ela
estava úmida o suficiente, e então, lentamente, após guiar seu pênis até o
local, começou a penetrá-la. Ele precisava ir bem devagar, porque mesmo
com toda a lubrificação, Amora ainda estava bem apertada e ele podia ver, no
rosto dela, que ela sofria um pouco com seu tamanho, mas era um trabalho
bem complicado, porque seu corpo todo pulsava com o desejo de se afundar
até o final do corpo dela.
— Você está bem? — perguntou a encarando enquanto o suor
escorria em sua testa e ele controlava o impulso de movimentar seu quadril.
— Sim, pode continuar... — Ela falou, mas ele podia notar que ela
ainda tinha um pouco de dor.
Eliah então abaixou sua cabeça e beijou Amora, fazendo com que ela
se concentrasse no beijo e não na dor que sentia em seu baixo ventre. Quando
ele finalmente a empulhou até o final, Eliah gemeu com sua voz rouca,
enquanto Amora suspirou, perdida em um misto de dor e prazer.
— Você está bem? — Ele perguntou novamente.
— Sim, só por favor, não se mexa agora... — Ela pediu, tentando se
acostumar com a estranha invasão. — Você pode se mexer agora, mas bem
devagar, sim? — Ela pediu e Eliah concordou com um acenar de cabeça.
Ele então começou a se movimentar e, pouco a pouco, Amora sentiu
que a dor era substituída por uma sensação estranha, mas ainda assim era
uma que ela gostava. Depois de um tempo, Amora voltou a gemer, perdida
nas sensações e pulsações que sentia por todo seu corpo.
— Vá mais rápido... — Ela pediu num gemido e Eliah acelerou seus
movimentos.
Um tempo depois, Eliah sentiu que não poderia mais suportar toda
aquela agonia, e puxando uma perna de Amora para cima, colocando-a em
seu ombro, ele ajustou seu ângulo e começou a se mover ainda mais rápido
que antes, ambos presos num frenesi tão antigo quanto o tempo, até que o
corpo deles finalmente perderam as forças, e Eliah gozou dentro de Amora
com um gemido gutural enquanto ela arranhava suas costas.
Após sair de Amora, Eliah respirou fundo por alguns momentos,
ambos com as respirações frenéticas e arfadas, até que ele finalmente sentiu
que poderia voltar a se movimentar.
Ele então saiu da cama, foi até o banheiro e voltou com um pano
úmido, começando a limpar Amora, delicadamente.
— Você está bem? — Ele perguntou outra vez.
— Sim... Tudo foi... Uau! — Amora respondeu, o que fez com que
Eliah abrisse um pequeno sorriso. — Podemos tentar de novo? — Ela pediu,
um pouco tímida.
Eliah abriu um largo sorriso e, inclinando-se na direção dela, a beijou.
— Mais tarde, você deve estar um pouco dolorida agora —
respondeu. — Além disso, temos que nos arrumar.
— Temos? — Amora perguntou confusa.
— Pensei que quisesse sua lua de mel. — Eliah a lembrou, enquanto
encarava a figura preguiçosa de Amora sobre a cama, naquele momento, ela
parecia um grande gato manhoso.
Ao se lembrar que eles iriam para Fernando de Noronha por uma
semana para curtirem a lua de mel, Amora abriu um largo sorriso e pulou da
cama, correndo para o banheiro, mas logo voltou e olhou Eliah pelo vão da
porta.
— Eu vou tomar meu banho, mas você pode se juntar a mim se
quiser. — Ela o convidou, um pouco tímida.
O homem riu e, caminhando até Amora, a beijou, o que fez com que
ela sorrisse e juntos entraram no chuveiro. O banho deveria ter sido rápido,
mas acabou demorando mais do que previsto, não que ambos tivessem
reclamado, pois aproveitaram aquele tempo para brincarem e explorarem
ainda mais o corpo um do outro, ainda que eles não tivessem ido até o fim do
ato, toda a exploração e brincadeira foi o suficiente para deixar um sorriso no
rosto de ambos.
Saindo da pousada, ambos pareciam bem mais leves e felizes, e
Amora não pôde deixar de concordar com a fala que sua amiga tinha dito
uma vez "um bom orgasmo faz maravilhas ao humor da gente".
Oh, céus, e ela já podia imaginar todo os orgasmos futuros que Eliah
seria capaz de lhe proporcionar. O homem era um espetáculo na cama e, para
sua sorte, era todinho dela, para ela usar e abusar... E era isso que ela faria.
Eliah reparou no sorriso safado de Amora em sua direção, mas não
comentou nada, apenas riu divertido da situação e a ajudou a colocar as malas
no carro. Dali eles voltaram para a capital e, de lá, pegaram um voo sem
escalas em Guarulhos para a ilha de Fernando de Noronha.
Capítulo Seis|| Intimidade

Eu, eu estou tão apaixonado por você. O que quer que você queira fazer, por mim
está tudo bem, pois você me faz sentir novinho em folha e eu quero passar minha vida com
você. Não tem sido igual desde que, amor, desde que nos unimos. Amar você eternamente,
é o que eu preciso, deixe-me ser aquele para quem você vem correndo.
Let's Stay Together - Al Green

Passar a lua de mel em Fernando de Noronha sem dúvida era uma


garantia de que seria uma viagem romântica. Não era à toa que o lugar era um
dos destinos de lua de mel mais desejados no Brasil, principalmente pela
tranquilidade e, claro, pelas belezas naturais da ilha.
Às vezes, durante os passeios de barco que faziam, Eliah e Amora
conseguiam se encontrar com os golfinhos, que muitas vezes seguiam
acompanhando o barco.
Eles tinham escolhido ficar em um hotel que era reconhecido por ser
um refúgio romântico, ficava próximo da praia Cacimba do Padre e além
disso, o hotel estava rodeado por muito verde. O casal tinha acabado por
escolher ficar em uma das Villas, que em vez de quartos comuns, contava
com um ambiente ainda mais lindo, com suas portas balcão e varandas
maiores.
O quarto era bastante confortável, onde se via uma cama king size,
além de ar-condicionado, TV a cabo, frigobar, cafeteira e wi-fi, não que eles
tivessem feito muito uso do último, porque quando não estavam aproveitando
as maravilhas da ilha, ou procurando se conhecerem um pouco mais —
afinal, eles não tinham conversado muito no passado como um casal, e havia
muito que um não sabia sobre o outro —, eles aproveitavam para se
conhecerem de um modo mais íntimo e picante.
Sim, Amora precisava concordar novamente com a amiga, orgasmos
eram divinos e alguém que sabia como te ajudar a chegar até lá, tornava tudo
muito melhor.
Todo aquele período que passaram juntos tinha ajudado a criar uma
maior intimidade entre ambos, um conhecendo um pouco mais sobre as
manias, defeitos e jeitos de cada um.
Eliah, por exemplo, era super animado e agitado pela manhã,
querendo sair para correr e se exercitar, enquanto Amora parecia se arrastar
como um caracol nas primeiras horas do dia. O dia de Eliah sempre
começava com um café preto, de preferência com pouco açúcar, já Amora
preferia sucos e frutas, não gostando tanto do sabor do café, ainda que
bebesse um pouco da bebida escura de vez em quando.
Os dois tinham uma mania ferrenha por organização, o que acabou
sendo um ponto em comum entre eles, mas às vezes divergiam sobre qual era
a melhor maneira de organizar tudo, no fim, eles decidiram que cada um era
responsável por sua parte do armário, cuidando de suas roupas e itens
pessoais da melhor forma que convinha a cada um.
Outro detalhe é que normalmente à noite, Amora ficava animada para
fazer as coisas, sair, comer em lugares diferentes e fazer passeios, enquanto
Eliah estava mais calmo nesse momento.
Logo eles entenderam que um era mais matutino e o outro mais
vespertino, e começaram a pensar em formas de conciliar tudo isso. Amora
procurava ir correr com Eliah sempre que possível, e ele procurava ceder
algumas vezes em sair à noite com ela, não era uma solução cem por cento
perfeita, mas era a que funcionava para os dois.
No hotel também tinham várias redes distribuídas pelo jardim, que
eram ótimas para deitar ou relaxar, além das maravilhosas jacuzzis ao ar
livre, posicionadas ao lado de charmosos gazebos e uma bela piscina, onde
era possível se deliciar com os petiscos e drinks servidos no local.
No cardápio do restaurante, havia, claro, muito peixe fresco, frutos do
mar e carnes selecionadas e, entre os pratos tradicionais mais famosos, estava
o peixe na telha, que ambos acabaram adorando.
Tornando a experiência ainda mais incrível, era possível solicitar um
cardápio especial para ser servido na beira da piscina, além de que as diárias
incluíam café da manhã à la carte, com tudo fresquinho, chá da tarde e um
lanche especial para quando eles saíam em seus passeios.
A praia do Cacimba do Padre, que era próximo ao hotel, era
considerada uma das melhores praias da América do Sul para surfe. Ela tinha
uma larga faixa de areia e um mar lindíssimo, que estava bem calmo naquela
época, mas que Eliah contou à Amora, não costumava ser assim nos períodos
de ondas agitadas, que eram de Dezembro a Março.
Era nesse período que ocorriam alguns campeonatos de surfe por ali,
e costumava ficar bastante movimentada, já que era o principal local que os
surfistas da ilha iam para pegar algumas ondas.
Não tinha muitos surfistas naquela época e, ao contrário de Eliah que
sabia surfar e por isso sabia sobre a praia. Amora era um desastre em cima de
uma prancha, mesmo o marido se oferecendo para lhe dar umas aulas básicas,
ela recusou, até porque tinha certeza que ia acabar pagando um grande mico e
evidenciando ainda mais sua falta de equilíbrio.
Na verdade, sua falta de equilíbrio tinha gerado várias situações
divertidas e engraçadas entre eles, porque normalmente Amora estava
tropeçando e caindo pelos locais, e Eliah tinha que sempre vir ao seu socorro,
até o ponto que ele insistiu que ela permanecesse ao seu lado, para que ele
pudesse impedir qualquer acidente, o que tornava tudo ainda mais engraçado,
afinal, Amora era praticamente uma formiga, com seu um metro e cinquenta
e cinto, perto do um metro e oitenta e nove do marido.
Ainda que Amora não estivesse interessado em surfar, tinha valido
super a pena a visita ao lugar, porque era nessa praia que ficava o Morro Dois
Irmãos, duas pedras gêmeas que eram considerada o símbolo de Noronha.
Era através da Cacimba que também era feito o acesso à Baía dos Porcos,
uma das praias mais famosas do Brasil.
A praia era bem grande e ficava um pouco afastada do comércio
principal da ilha, por isso, aceitando as recomendações do hotel e do próprio
Eliah, Amora tinha levado guarda-sol, água, protetor e tudo mais que ela
fosse precisar durante o dia, pois seria difícil encontrar um lugar para
comprar essas coisas ali por perto.
A Baía dos Porcos tinha sido um evento e local à parte. Ninguém que
fosse a Fernando de Noronha deixaria de visitar este paraíso, apesar de que
seu acesso também não era, infelizmente, pra todos... De qualquer forma, de
perto ou de longe, ela era linda para ser fotografada.
A praia só era acessível pela Praia da Cacimba e, ainda assim, na
maré baixa. Na travessia era preciso estar sempre atento, até para ir na hora
exata da maré baixa para conseguir usufruir e voltar. Tinha muitas pedras na
estrada, e eles acabaram levando aquelas sapatilhas de trilha antiderrapante
para andar na água, até para ter estabilidade e poder acompanhar nas trilhas.
Em vários momentos no caminho, Eliah tinha que parar e ajudar Amora,
ainda assim, tinha sido uma experiência incrível e as piscinas naturais eram
lindas. Claro, Amora aproveitou para tirar muitas fotos.
Sim, aquela semana em Fernando de Noronha havia sido incrível.
Capítulo Sete|| Evento Social

E eu quero beijar você, fazer você se sentir bem, estou tão cansado de dividir
minhas noites. Eu quero chorar e eu quero amar, mas todas as minhas lágrimas foram
desperdiçadas em outro amor, outro amor. Todas as minhas lágrimas foram
desperdiçadas... ♪
Tom Odell - Another Love

Eliah abriu um largo sorriso, assim que atravessou a porta, Josué, seu
sobrinho, tinha vindo correndo em sua direção e pulou em seus braços. Rindo
animado, a criança tinha um carrinho de brinquedo em suas mãos.
— Como vai, garotão? — Eliah começou a dizer, mas foi
interrompido por Monalisa, que vinha correndo de dentro de casa atrás do
filho.
— Josué, quantas vezes eu já disse para você não correr! Ah, olá,
Eliah! — Monalisa disse, oferecendo um sorriso para o irmão. — Amora não
veio com você? — Ela questionou, ao notar que o irmão havia chegado
sozinho.
— Ela pediu desculpas e disse que iria se atrasar um pouco, ela tinha
que entregar um trabalho na faculdade. — Eliah começou a se explicar,
enquanto colocava o sobrinho no chão.
— Então ela já voltou às aulas? — Monalisa questionou, enquanto
que com um pano limpava o nariz do filho que tinha começado a escorrer.
— Sim... E ela teve sorte do professor dela concordar que ela fizesse
um trabalho para repor os dias perdidos na lua de mel — falou Eliah,
enquanto seguia sua irmã pela casa até a cozinha.
— Falando da lua de mel, como foi tudo? — Quis saber Monalisa.
Eliah abriu um largo sorriso nesse momento.
— Foi incrível! — Ele disse sem dar mais detalhes. — Assim que
terminarmos de desempacotar e arrumar tudo na nova casa, iremos convidá-
los para um jantar de adultos.
— Uau, um jantar sem precisar ouvir a Galinha Pintadinha por
horas... Seria esse meu sonho de consumo? — brincou Monalisa, caminhando
até a geladeira e pegando uma cerveja para o irmão. — Peça pra Naná te
levar pro banho. — Ela disse encarando o filho mais velho que ainda os
seguia.
Naná era o modo que seu filho e outros membros da família se
referiam à dona Nadir, mãe de Monalisa e Eliah. Uma mulher forte e
guerreira, que após a morte do marido, quando seus filhos ainda eram jovens,
ela arregaçou as mangas e fez de tudo um pouco para manter os filhos bem
cuidados e alimentados.
Até que uns anos depois, ela conheceu Gabriel, um médico recém-
formado, e também viúvo que tinha um filho de dois aninhos na época,
Guilherme, mas que acabou por se apaixonar por sua própria diarista. Dona
Nadir tinha suas dúvidas no início, ela era uma jovem mãe viúva, quase dez
anos mais velha que ele, e uma mulher do campo sem muito estudo, enquanto
ele era homem da cidade, de boa família.
No fim, Gabriel acabou contornando a Dona Nadir e se tornou o
padrasto dos seus filhos, na época Monalisa tinha apenas quatro anos e Eliah
tinha dez anos.
Gabriel tinha sido um ótimo padrasto e um bom marido para Naná,
apelido que tinha sido dado pelo enteado de Dona Nadir, Guilherme, quando
ele ainda era bem pequeno e tinha dificuldade para dizer o nome da madrasta.
Foi Gabriel que reparou no interesse de Eliah pela computação e
robótica, e o incentivou, pagando vários cursos para o rapaz e tudo mais. Foi
graças a isso que Eliah acabou conseguindo uma vaga numa grande empresa
de Tecnologia e Robótica e, aos vinte e oito anos, se tornou o sócio mais
jovem do lugar.
— Mamãe está aí? — questionou Eliah.
— Sim — respondeu Monalisa. — No segundo andar, ela disse que ia
colocar a Estella pra dormir pra mim.
— E o Gabriel?
— Ele foi ao aeroporto, o Gui tá chegando e ele foi buscar o filho.
— Então vamos ter toda a família hoje — comentou Eliah.
— Acho que sim... Edgar falou que talvez viesse também. — Ela
disse, falando do primo. — E você, mocinho, direto pro banho! — Monalisa
ordenou ao filho.
Josué até fez uma cara de quem queria discutir com a mãe, mas o
olhar furioso dela o impediu.
— Mas eu queria brincar com o tio — disse Josué, enquanto encarava
Eliah, fazendo um olhar pidão.
— Você precisa é de um banho mocinho, isso sim! — Monalisa
insistiu.
— A gente brinca mais tarde — respondeu Eliah, enquanto se
agachava na altura do pequeno rapaz.
Josué o encarou por alguns segundos, mas logo fez um gesto de
concordância, e foi em direção ao pai.
— Eles crescem cada dia mais rápido — disse Eliah, vendo o
sobrinho se afastar.
— Quer um? Leva pra casa! — reclamou Monalisa sem muita
paciência, para depois abrir um largo sorriso. — Apesar que logo você e
Amora terão o de vocês! — disse Monalisa, olhando furiosa para o irmão. —
E eu ainda não acredito que vocês não iam contar pra gente.
— Você ainda acredita nesse boato sem sentido? — Eliah comentou,
sem muito humor.
— Então ela realmente não está grávida? — disse Monalisa.
— Não, ainda não — disse Eliah, abrindo um sorriso de lado,
tentando disfarçar sua tristeza.
— Mas vocês tem planos futuros para isso... — respondeu Monalisa,
deixando escapar um pequeno sorriso ao ver o olhar do irmão.
— Amora falou em um time de futebol — falou Eliah, se divertindo
com a fala. — Você consegue imaginar isso? — Ele brincou.
— E você pensa em quantos? — Monalisa questionou, enquanto ia
com o irmão até a área da piscina, onde ocorreria o churrasco da família mais
tarde.
Eliah abriu um largo sorriso, enquanto pensava na pergunta da irmã.
— Não sei ao certo... — Eliah começou a dizer, caminhando até a
área onde ficava a churrasqueira e Estevan, onde seu cunhado assava algumas
carnes. — Talvez dois, ou três... Ei, Estevan, tudo bem por aí? — Eliah disse,
enquanto cumprimentava o cunhado.
— Dois ou três o quê? — Estevan questionou, confuso com a
conversa de sua esposa e cunhado.
— Filhos! — Eliah se explicou, enquanto Monalisa seguia em direção
à Estevan e dava um rápido beijo no marido.
— Então são trigêmeos? — Estevan questionou, enquanto virava a
carne do churrasco.
— Na verdade, pelo visto Amora não está grávida — falou Monalisa.
— Ela não está? Então, qual era a daquela conversa toda rolando no
casamento? — Quis saber Estevan.
Eliah fechou a cara nesse momento.
— Boatos. — Ele disse sem dar mais detalhes.
— Sério? — exclamou Estevan surpreso.
— Pelo visto a gente contou com o bolo assando no forno antes do
bolo estar lá! — brincou Monalisa, rindo de toda a situação. — Mamãe vai
ficar desolada! — Ela disse encarando o irmão mais velho.
— Vocês contaram isso à mamãe? — questionou Eliah, fazendo um
olhar sério em seu rosto.
— Eu, não, mas alguém contou sobre a suposta gravidez da Amora
para a tia Cornélia. — Monalisa explicou.
— E a gente sabe que nada é segredo quando chega nos ouvidos da tia
Cornélia — respondeu Estevan, achando divertida toda aquela situação.
— Alguém consegue segurar a língua da tia Cornélia, por acaso? —
questionou Eliah, deixando escapar um suspiro e dando um gole em sua
cerveja.
— Você acha mesmo que alguém consegue? Lembro que por causa
dela, o Estevan soube que eu estava grávida da Estella antes que eu tivesse a
chance de contar a ele — reclamou Monalisa sem muita paciência. — Eu
amo a tia Cornélia, mas nunca mais chamo ela pra ir comigo para fazer um
teste de laboratório — disse Monalisa, um pouco furiosa.
— Não importa como eu soube, querida, o importante é que a Estella
está aqui entre nós e ela é uma criança linda — disse Estevan, fazendo com
que Monalisa abrisse um largo sorriso e fosse na direção do marido, para lhe
dar um beijo apaixonado.
— Vocês realmente vão ficar se agarrando na minha frente? — Eliah
comentou, sem muito humor.
— Sim! — disse Monalisa. — E se não quer segurar vela, pode ir
agarrar a Amora — disse ela, abrindo um sorriso de lado, enquanto
provocava o irmão.
— O problema não é isso, é que você ainda é minha irmãzinha... —
respondeu Eliah. — Você pode ter trinta anos já, mas sempre vai ser a
menininha de tranças que corria pra mim quando ralava os joelhos — falou
Eliah, se divertindo ao lembrar daquela época. — Não é legal ver um
marmanjo enfiando a língua na sua garganta! — brincou.
Monalisa apenas mostrou a língua para o irmão e deu outro beijo no
marido.
— Vou ver se a mamãe precisa de ajuda com as crianças. — Ela disse
e foi logo se afastando, deixando seu irmão e marido para trás.
— Fiquei sabendo que vai ter um simpósio importante em breve, para
vocês nerds da tecnologia — comentou Estevan, enquanto dava uma olhada
nas asinhas de frango.
Eliah deu um gole em sua cerveja e acenou que sim com a cabeça.
— Sim, vai ser no Rio de Janeiro.
— Você vai?
— Sim, é uma ótima oportunidade de fazer negócios, você sabe. —
Eliah comentou.
— Ela vai estar lá, você sabe. — Estevan o lembrou.
E por ela, Estevan queria dizer Sheila, a ex de Eliah, a mulher que
todos juravam que ele jamais superaria, não até seu casamento com Amora.
— Eu sei, a empresa dela vai apresentar um novo projeto. Ela é a
cientista chefe, parece. — Eliah comentou, dando de ombros.
— E o que Amora achou de você ir para um simpósio por uma
semana com sua ex?
Eliah bufou com a pergunta do cunhado.
— Eu não vou com Sheila, ela simplesmente vai estar lá, não tem
nada demais nisso... E eu não contei ainda à Amora.
— Se não tem nada demais, então por que não disse à sua esposa? —
Estevan questionou.
Eliah apenas ficou em silêncio e não disse mais nada.
Capítulo Oito|| Ciúmes

Diga, por que estou agindo assim? Você não está fazendo nada errado, estou louca.
São 5 da manhã, te esperei ontem à noite. Você disse que tinha ficado muito bêbado,
cansei. Então, você quer que eu seja honesta contigo, disse que queria cada pedaço de
mim. Você não quer me escutar essa noite. Eu simplesmente viro e digo boa noite, você
não liga, você está distante, você não escuta, você prometeu que não mudaria, que seria o
mesmo, mas está diferente ♪
Gone Away - H.E.R

O Simpósio de Tecnologia e Medicina era um grande evento


acadêmico realizado anualmente, nesses simpósios havia sempre uma grande
reunião de pessoas que durante um período de tempo tratavam de um tema
específico, a fim de alcançar avanços em sua elucidação. Era sempre
composto por pessoas com alto grau de conhecimento no tema a ser tratado e
que aproveitavam o tempo da melhor maneira possível.
O simpósio que Eliah iria dessa vez era um evento empresarial de
grande porte, e os mais variados especialistas da área de Tecnologia e
Informação iriam se reunir em palestras para desenvolverem juntos teorias
sobre o tema enquanto alguns inscritos, normalmente alunos de faculdade do
tema escolhido do ano, ou pessoas que se interessavam pela área assistiam.
Todas as palestras, dadas por especialistas, seriam divididas durante a
semana. Eliah também sabia que nesse ano no evento haveria um modelo de
mesa-redonda, onde participantes debateriam entre si e as discussões
contariam com um mediador.
Ele sabia sobre isso porque havia sido convidado para ser um dos
mediadores da mesa-redonda daquele ano.
Todo o modelo de mesa-redonda ocorreria num formato de workshop,
ou seja, teria como objetivo detalhar, aprofundar o assunto discutido daquela
vez de uma maneira mais prática. A dinâmica da sessão seria dividida em três
momentos: exposição, discussão — em grupos ou equipe — e conclusão.
Naquele ano eles iriam discutir sobre novas tecnologias no tratamento
de câncer, e haveria temas de debate sobre a imunoterapia no Câncer e
Inovação em Fármacos. A medicina associada à tecnologia em busca da cura
de doenças era um dos temas em que a empresa de Eliah estava interessado, e
ele ainda mais.
Seu pai tinha morrido de câncer, infelizmente, quando ele era criança.
Com o passar dos anos, ele tinha acompanhado de perto o desenvolvimento
da ciência e tecnologia reunidas em busca de uma cura para a doença, e fora
aí onde tinha conhecido Sheila.
Na época ela era uma estudante de biomedicina com foco em análise
molecular e que estava trabalhando junto com outros alunos como assistentes
sobre uma pesquisa de células troncos, e ele tinha começado a trabalhar
na TEC Inside como um dos pesquisadores sobre novas máquinas que
facilitariam os trabalhos dos médicos.
Bom, isso tinha sido há doze anos, muita coisa tinha mudado de lá
para cá. Ele não esperava se reencontrar com Sheila novamente, até porque
não era sempre que suas duas áreas de pesquisas se conectavam.
Ele também tinha escutado de colegas próximos e amigos em comum
que ela tinha se divorciado recentemente, após oito anos de casamento.
Honestamente, ele não sabia como lidar com a notícia que ela estava solteira
novamente, ele queria ter uma resposta fácil, mas não havia.
Seu casamento com Amora estava indo muito bem, e ele não queria
colocar isso a perder, mas a antecipação de se reencontrar com Sheila estava
mexendo com seus nervos, e ele sabia que Amora havia notado, mas ele não
sabia como explicar isso à esposa.
Sheila Campos havia sido alguém muito importante no seu passado,
alguém com o qual ele sentia ter uma dívida, ele havia quebrado o coração da
ex-namorada no passado, sabia muito bem disso, e a culpa ainda o corroía em
vários momentos.
Mas ele não sabia como abordar o assunto com Amora, e isso fazia se
sentir como se estivesse fazendo algo errado, mesmo que não tivesse mais
nenhuma intenção amorosa sobre sua ex.
Céus, eles tinham se separado já fazia nove anos, quase uma década,
Sheila provavelmente não era mais a mesma, e nem ele.
Seria idiotice considerar que as coisas entre eles continuariam de onde
eles pararam, ou que ambos ainda se sentiam da mesma forma um sobre o
outro.
Não, ele não tinha nenhuma intenção em ter um caso com Sheila ou
algo assim, mas sim, ela ainda mexia com ele devido as memórias de um
passado distante e ele ficava um pouco nervoso em revê-la, até porque
sempre se sentia um lixo pela forma que havia tratado a mulher no passado,
só que ele não fazia a menor ideia de como abordar o assunto com sua atual
esposa.
Talvez fosse melhor não dizer nada, Amora saber ou não sobre Sheila
estar no simpósio não deveria ser um problema. Por que arriscar seu
casamento, que estava indo muito bem, para levantar um assunto que apenas
causaria mal-estar entre os dois, mas que afinal era apenas uma situação
passageira?

Eliah deixou escapar um suspiro cansado, enquanto observava o


apartamento finalmente concluído, eles tinham terminado de arrumar todas as
louças da cozinha, e após quase três semanas, o apartamento do casal
finalmente estava pronto.
No começo eles tinham discutido bastante sobre onde seria o melhor
local para morarem, já que Amora não se sentia confortável em morar na casa
onde tinha crescido e agora estava cheia de memórias de seus pais, memórias
com as quais ela ainda não sabia se conseguia lidar.
Eles também não achavam que seria uma boa morar no antigo
apartamento de Eliah, já que ficava muito fora de mão para Amora e a
faculdade de veterinária que ela estava fazendo.
No fim, eles escolheram encontrar um novo apartamento, um que
ficasse a caminho do trabalho de Eliah e um pouco mais próximo da
faculdade dela.
No fim, o apartamento escolhido era com 81m², tinha uma suíte
master com closet e varanda com churrasqueira. Além disso, todo o prédio
ainda tinha uma infraestrutura de lazer completa.
Era um apartamento com três dormitórios, sendo um deles uma suíte
que acabou ficando como quarto do casal. Os outros dois quartos, um ficou
para visitas e o outro para um escritório de Eliah, mas que futuramente eles
poderiam transformar em quarto de bebê. Além disso, tinha duas vagas
demarcadas, o que era perfeito na concepção de Eliah.
Eles decidiram seguir um conceito moderno e clean na decoração da
casa, já que ambos concordaram que nesse não havia excesso de informação.
Tudo no apartamento era prático, e a pureza nas linhas proporcionava uma
sensação de amplitude.
As cores escolhidas haviam sido as neutras, bastante cinza, branco e
preto, para os pontos de cores muito azul claro e um amarelo suave. Os
materiais dos móveis em sua maioria eram de madeira, todos organizados
numa boa disposição e poucos acessórios que trazia um ar de modernidade
para a casa.
O apartamento quase possuía alguns aspectos que alguns poderiam até
se confundir com o estilo de decoração minimalista, porém, ao contrário do
minimalista, no estilo clean se utilizava objetos decorativos com maior
intensidade.
O que era perfeito, pois assim eles tinham praticidade e beleza
reunidas numa combinação interessante.
— Eu acho que é isso. — Eliah comentou, olhando para a cozinha. —
Finalmente acabamos!
Amora riu divertida e bateu palmas, feliz por finalmente terem
concluído a mudança.
— Cansado? — Ela perguntou.
— Sim, acho que eu vou tomar um banho. — Eliah comentou. —
Você sabe onde estão as toalhas, ainda não me lembro onde guardamos elas!
Amora abriu um sorriso e depositou um beijo nos lábios de Eliah.
— Por que não faz assim, vai indo pro banho e eu levo a toalha até
você... E quem sabe eu possa me reunir com você. — Amora ofereceu, com
um sorriso malicioso.
Eliah apenas ergueu uma sobrancelha e deu um tapa de leve na bunda
da garota.
— Ei! — exclamou Amora.
— Só conferindo o material. — Eliah brincou.
Amora deixou escapar um bufo contrariado e começou a empurrá-lo
em direção à suíte do casal.
— Vai indo, eu já te encontro.
— Beleza.
Amora terminou então de guardar os últimos copos, enquanto Eliah
tinha ido tomar um banho na suíte do casal. Decidida a se juntar ao marido no
banho, Amora rapidamente pegou duas toalhas no closet da suíte, saindo de
lá feliz e cantando uma música qualquer.
Foi quando seus olhos pousaram em alguns papéis próximos à cama,
numa mesinha de canto. Curiosa, ela foi dar uma olhada e viu que se tratava
de papéis sobre o tal simpósio que Eliah iria dali duas semanas no Rio de
Janeiro.
Ela teria facilmente ignorado os mesmos se não fosse um nome que
saltou aos seus olhos na lista de palestrantes anunciadas: Sheila Campos.
Ela reconhecia aquele nome, ela tinha o ouvido várias vezes no
passado e conhecido a mulher uma vez quando Eliah a levou até sua casa,
para apresentar ao seu pai.
Amora também se lembrou que seu pai tinha comentado uma vez com
sua mãe: "É uma pena que as coisas não deram certo entre eles, eu realmente
achava que Sheila era a única mulher capaz de levar o Eliah ao altar."
Respirando fundo, Amora procurou ignorar aquele aperto no seu peito
e aquela sensação incômoda que ela reconheceu logo como ciúmes.
Por que Eliah não tinha dito nada sobre Sheila estar no simpósio?
Amora procurou ignorar aquele sentimento ruim dentro do peito e
caminhou até o banheiro, ela esperava sair de lá rapidamente, mas logo Eliah
a puxou para dentro do chuveiro e a beijou.
Ela queria ficar furiosa com ele, perguntar sobre Sheila, mas quando
ele começou a tocar seus seios e beijar seu pescoço, esses pensamentos foram
empurrados para o fundo da sua mente, enquanto ela se deixava levar pela
bruma de desejo que nublava suas ideias.
Capítulo Nove|| Fazer as pazes

Apesar da seca e da fome, dos desastres naturais, minha garota


sempre esteve do meu lado. Reinos podem cair, anjos podem chamar, nada
disso me faria ir embora. Toda vez que olho nos seus olhos, eu vejo, você é
tudo que eu preciso. Toda vez que eu entro um pouco, eu sinto... Ooh, quem
diria que um dia eu teria você só pra mim? ♪
Daniel Caesar - Get You

Amora se revirou na cama, novamente, sem conseguir pegar no sono.


Uma parte de si queria simplesmente cutucar Eliah e obrigar ele a falar com
ela, mas ela se sentiria uma idiota se ele simplesmente fizesse pouco caso de
sua preocupação.
Ela queria perguntar o que estava acontecendo, porque ele parecia tão
tenso nos últimos dias, ainda que ele tivesse tentado disfarçar, mas ela tinha
medo de estar sendo uma paranoica ciumenta.
Ela ficava se perguntando mentalmente, por que ela estava agindo
assim, afinal? Até onde ela sabia, Eliah não estava fazendo nada errado, então
provavelmente era sua insegurança que a estava deixando louca.
Olhando para o relógio ao lado da cabeceira da cama, ela viu que já
era quase três da manhã e ela ainda não tinha conseguido pegar no sono.
Respirando fundo, ela se virou contra as costas de Eliah e o abraçou
forte.
— Me diga que nada mudou entre nós, por favor. — Amora disse
num sussurro baixo. — Você prometeu que não mudaria, que seria o mesmo,
mas está diferente. — Amora comentou, apertando ainda mais seu abraço. —
Eu não sei o que faria se eu te perdesse, por favor, só não vá embora!
Então, de repente, Eliah se virou, seus olhos abertos e fixos no rosto
de Amora, que se assustou por um momento. Eliah então deixou escapar um
suspiro e depositou alguns beijos nos olhos de Amora.
— O que está acontecendo? Por favor, só me conte. — Eliah pediu.
Amora ainda hesitou por alguns segundos, mas finalmente começou a
falar.
— Você disse que eu deveria ser sempre honesta contigo, disse que
queria cada pedaço de mim... Era verdade? — Ela questionou, um pouco
nervosa.
— Sim, era. — Eliah disse, olhando firme para Amora.
— E se um pedaço de mim for o de uma mulher ciumenta e insegura?
— Ela questionou.
— Como assim?
— Eu vi os nomes dos palestrantes do simpósio. — Amora admitiu.
— Sheila é uma delas. — Ela disse e mordeu seu lábio inferior.
Eliah ficou em silêncio por alguns segundos e depois deixou escapar
um suspiro.
— Sinto muito. — Ele disse por fim. — Eu deveria ter contado, só
não sabia como — admitiu.
Amora então escondeu seu rosto, colocando sua cabeça contra o peito
de Eliah, buscando proteção.
— Você ainda gosta dela? — Ela perguntou, um pouco tímida e sem
muita coragem de ouvir a resposta.
Eliah balançou a cabeça que não, mas ao notar que Amora não tinha
visto seu gesto, ele vocalizou o que pensava.
— Não, não mais. — Ele disse. — Eu não vou mentir, Sheila foi
alguém muito importante no meu passado...
— Meu pai disse que você queria pedir ela em casamento. — Amora
falou num sussurro.
— Sim, eu queria. — Ele respondeu honesto e viu uma expressão
triste nos olhos dela. — Mas eu queria, é passado. Eu não quero mais...
— E se você ainda sentir algo quando reencontrar ela?
— Isso não é possível. — Ele respondeu, categórico.
— Tem certeza? — Amora insistiu, insegura.
Eliah então acendeu a luz do abajur ao seu lado e olhou sério para a
loira.
— Eu não sou um cara muito vocal sobre os meus pensamentos, então
não sei se terei coragem de falar sobre isso novamente, então, por favor,
preste atenção. — Eliah pediu.
— Tudo bem. — Amora assentiu, um pouco tímida e curiosa sobre o
que ele teria a dizer.
Eliah respirou fundo e começou a falar:
— Não há nenhuma chance ou possibilidade de voltar a acontecer
algo entre mim e Sheila. — Ele disse. — Eu não sou mais o cara que eu era
naquela época, e nem ela. Ambos mudamos muito, o que é compreensível,
faz nove anos desde o fim do nosso namoro.
— Eu entendo. — Amora falou num sussurro.
— Além disso, eu não preciso dela, eu tenho tudo que eu preciso aqui.
— Ele disse de modo honesto. — Aqui e com você, Amora.
Amora levou alguns segundos para compreender o que Eliah tinha
dito, mas quando a ficha finalmente caiu, ela abriu um sorriso enorme e pulou
em cima dele, o beijando.
— Então você me ama?
— Eu gosto do que temos. — Ele respondeu, sentindo suas orelhas
ficarem um pouco vermelhas, o que Amora logo notou.
— Então você me ama? Vai, admite! — Amora insistiu. — Admita,
eu ganhei. Fiz você se apaixonar por mim! — Ela disse rindo e divertida.
Então, de repente, Eliah ficou sério e Amora se viu engolindo em
seco, até porque ele a empurrou sobre a cama, se posicionando sobre ela e
abrindo suas pernas com seus joelhos.
— Sim, você ganhou! — Ele admitiu. — Mas eu acho que posso
tornar essa vitória, a minha própria.
— Como? — Ela perguntou, engolindo em seco.
Eliah então abriu um largo sorriso e se inclinou na direção de Amora.
— Assim! — Ele disse e começou a beijá-la, enquanto suas mãos
adentravam a parte de cima do pijama de Amora e acariciava os seios da
garota, fazendo com que ela gemesse em abandono.
Eliah então retirou a blusa do pijama de Amora e, após se animar com
a visão dos seios dela, ele abaixou sua boca e começou a sugá-lo, enquanto
sua mão brincava com o outro seio da loira.
— Céus, isso é tão bom! — Amora gemeu, sentindo uma umidade
começar a se formar em sua calcinha.
Eliah de repente abaixou sua mão e adentrou a calça do pijama,
introduzindo um dedo dentro de Amora e sentindo sua umidade.
— Céus, você tá tão molhada! — Ele gemeu. — Abra mais suas
pernas para mim — ordenou Eliah, o tom de sedução evidente em sua voz,
enquanto ele depositava pequenos beijos sobre o pescoço dela, acrescentando
um segundo dedo ao primeiro e continuando com seus movimentos de vai e
vem. — Você gosta disso, não? Gosta dos meus dedos dentro de você,
safada? — Ele disse em um tom provocante.
— Céus... — gemeu Amora em seus braços. Ela então o puxou para
um beijo para abafar o seu gemido, enquanto ele continuava a masturbá-la.
— Sabe o que vai ser melhor? — Ele perguntou.
— O quê? — Amora questionou.
— Minha língua em você ou meu pau dentro de você! — Eliah disse e
fez com que a loira gemesse ao imaginar a situação. — Me diga, você quer?
Minha língua ou meu pau dentro de você? — Ele perguntou, em um tom
provocante, enquanto mordiscava e sugava o lóbulo esquerdo da orelha de
Amora.
— Céus, sim!
— Então, implora! — Eliah disse, a olhando de modo sério, ao
mesmo tempo que se afastava rapidamente da loira e se livrava do seu
pijama, expondo seu membro grosso e ereto, o que fez com que a loira
passasse a língua sobre seus lábios, o que fez com que Eliah risse.
— Por favor, coloca esse seu pau grande e grosso dentro de mim. —
Ela implorou, o que fez com que Eliah abrisse um largo sorriso.
— Então retira suas roupas de baixo e abre bem as pernas para mim.
— Ele disse, a olhando de modo predador.
Amora rapidamente fez o que ele pediu, tirando a calça de seu pijama
e calcinha ao mesmo tempo, de tão ansiosa que estava, abrindo suas pernas
logo em seguida.
Eliah gemeu ao ver o quão molhada ela estava e inseriu um dedo
dentro.
— Sua bucetinha tá tão molhada e apertadinha... É pra mim, querida?
— Ele disse, em um tom sexy.
— Sim, sua, toda sua! — gemeu Amora.
— Se é minha, eu posso fazer o que quiser com ela então, não? —
Eliah questionou, enquanto roçava seu pênis na entrada, sem realmente
penetrá-la, deixando Amora louca.
— Por favor...
— Por favor o quê, querida? — Eliah questionou.
— Me coma! — Amora pediu, sem um pingo de vergonha. — Coloca
esse pau dentro de mim...
— Seu pedido é uma ordem.
Então ele a penetrou, fazendo com que os dois gemessem no
processo.
Nenhum dos dois dormiu naquela madrugada, mas eles não
reclamaram do fato, pelo contrário, apesar do cansaço no dia seguinte, os dois
estavam bastante felizes.
Capítulo Dez|| Epílogo

Dois anos depois


Amora abriu um largo sorriso para Andreia, enquanto a via entrar pela
nave, ela estava tão linda vestida de noiva, que por um momento Amora se
lembrou do seu próprio.
Já tinha se passado dois anos desde aquela data, mas às vezes, Amora
sentia como se ainda fosse ontem, e agora ali estava ela, no casamento do
primo de Edgar com sua noiva Andreia.
Ela ficou surpresa quando o primo de Eliah finalmente pediu a
namorada de anos em casamento, segundo o marido, havia um bolão rolando
por entre os membros da família sobre quando o rapaz daria esse passo e
levaria o relacionamento a um outro nível, afinal, ele e Andreia estavam
juntos há cinco anos e todos sabiam que Andreia queria se casar... E, bem,
Edgar também, mas ele tinha muito medo de fazer o pedido ao pai da noiva.
Parecia que o pai de Andreia era um militar das antigas, o que tinha deixado
o novo levemente assustado.
Mas enfim, ali estavam todos, e Eliah tinha cumprido sua promessa e
era o padrinho do casamento do casal, assim como Edgar havia sido do dele.
Amora também foi chamada para ser madrinha, mas ela se recusou,
porque achou que não ficaria bem nas fotos com seu enorme barrigão de
grávida, então Monalisa tinha entrado junto do irmão.

— Finalmente Edgar resolveu que estava na hora de se amarrar —


disse Eliah enquanto trazia as bebidas para ele e Amora, que o aguardava na
mesa, sentada junta de sua cunhada, Monalisa, e do marido dela, Estevan.
— Eu sempre achei que o Edgar fosse o primeiro a se casar entre
vocês dois — comentou Estevan.
— E no fim, você, maninho, foi o primeiro — disse Monalisa,
sorrindo para o marido enquanto apontava para o irmão.
— Porque tinha uma loira muito linda que me prendeu de tal forma
que eu não quis mais me soltar — disse Eliah, sorrindo para a esposa
enquanto cariciava a barriga da mesma, grávida dos primeiros filhos do casal.
— E para quando são os bebês? — Monalisa perguntou. — Ainda não
acredito que vocês terão gêmeos!
— Provavelmente para Agosto — respondeu Amora. — Eliah
acredita que foi toda a fofoca anterior da família dizendo que eu estava
grávida de gêmeos, os céus devem ter ouvido.
— E eu acho que minha teoria faz total sentido — respondeu Eliah, se
sentando junto aos demais.
— Já escolheram os nomes? — Estevan perguntou.
— Sim. — Nesse momento Amora abriu um largo sorriso. —
Concordamos em chamá-los de Rodrigo, em homenagem ao pai do Eliah...
— E Jonathan, em homenagem ao pai da Amora — completou Eliah.
— São belos nomes! — Monalisa disse, com um sorriso agradável.
— Sim, são sim — respondeu Eliah e então depositou um beijo rápido
nos lábios de Amora.
Eram nomes perfeitos.

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