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VAZ
Capítulo 01
Capítulo 02
Capítulo 03
Capítulo 04
Capítulo 05
Capítulo 06
Capítulo 07
Capítulo 08
Capítulo 09
Capítulo 10
Capítulo Um || A carta
Que estou tentando o meu melhor, eu estou fazendo de tudo para ficar bem. Eu
estou tentando o meu melhor, mas todos os dias fica mais difícil e eu estou segurando
minha respiração, eu estou segurando minha respiração até que eu possa dizer todas as
palavras que quero dizer do meu coração ♪
Anson Seabra - Trying My Best
Você abraça, abraça toda a escuridão que eu conhecia, você cria, algo além de
mim tão lindo. Quando te vejo, sei que preciso de você, eu sei que preciso que você deixe
você apagar, apague todas as trevas que eu conhecia. Eu não consigo parar de me
apaixonar, caindo por você, se apaixonando por você, caindo para você ♪
FRND - Erase
Porque você me abraça como uma mulher, de uma forma que eu nunca senti antes
e isso me faz querer continuar, e isso me faz querer ser toda sua. Caras da minha idade
não sabem como me tratar, não sabem como me tratar... Caras da minha idade não sabem
como me tocar, não sabem como me amar bem... ♪
Hey Violet - Guys My Age
Me leve à loucura, use meu corpo à noite toda. Me faça sentir como da última vez,
faça ter gosto de amor. Me leve à loucura, sou sua até meu coração parar. Desista de tudo
mais uma vez, desista de tudo por amor ♪
Allie X – Downtown
Eu, eu estou tão apaixonado por você. O que quer que você queira fazer, por mim
está tudo bem, pois você me faz sentir novinho em folha e eu quero passar minha vida com
você. Não tem sido igual desde que, amor, desde que nos unimos. Amar você eternamente,
é o que eu preciso, deixe-me ser aquele para quem você vem correndo.
Let's Stay Together - Al Green
E eu quero beijar você, fazer você se sentir bem, estou tão cansado de dividir
minhas noites. Eu quero chorar e eu quero amar, mas todas as minhas lágrimas foram
desperdiçadas em outro amor, outro amor. Todas as minhas lágrimas foram
desperdiçadas... ♪
Tom Odell - Another Love
Eliah abriu um largo sorriso, assim que atravessou a porta, Josué, seu
sobrinho, tinha vindo correndo em sua direção e pulou em seus braços. Rindo
animado, a criança tinha um carrinho de brinquedo em suas mãos.
— Como vai, garotão? — Eliah começou a dizer, mas foi
interrompido por Monalisa, que vinha correndo de dentro de casa atrás do
filho.
— Josué, quantas vezes eu já disse para você não correr! Ah, olá,
Eliah! — Monalisa disse, oferecendo um sorriso para o irmão. — Amora não
veio com você? — Ela questionou, ao notar que o irmão havia chegado
sozinho.
— Ela pediu desculpas e disse que iria se atrasar um pouco, ela tinha
que entregar um trabalho na faculdade. — Eliah começou a se explicar,
enquanto colocava o sobrinho no chão.
— Então ela já voltou às aulas? — Monalisa questionou, enquanto
que com um pano limpava o nariz do filho que tinha começado a escorrer.
— Sim... E ela teve sorte do professor dela concordar que ela fizesse
um trabalho para repor os dias perdidos na lua de mel — falou Eliah,
enquanto seguia sua irmã pela casa até a cozinha.
— Falando da lua de mel, como foi tudo? — Quis saber Monalisa.
Eliah abriu um largo sorriso nesse momento.
— Foi incrível! — Ele disse sem dar mais detalhes. — Assim que
terminarmos de desempacotar e arrumar tudo na nova casa, iremos convidá-
los para um jantar de adultos.
— Uau, um jantar sem precisar ouvir a Galinha Pintadinha por
horas... Seria esse meu sonho de consumo? — brincou Monalisa, caminhando
até a geladeira e pegando uma cerveja para o irmão. — Peça pra Naná te
levar pro banho. — Ela disse encarando o filho mais velho que ainda os
seguia.
Naná era o modo que seu filho e outros membros da família se
referiam à dona Nadir, mãe de Monalisa e Eliah. Uma mulher forte e
guerreira, que após a morte do marido, quando seus filhos ainda eram jovens,
ela arregaçou as mangas e fez de tudo um pouco para manter os filhos bem
cuidados e alimentados.
Até que uns anos depois, ela conheceu Gabriel, um médico recém-
formado, e também viúvo que tinha um filho de dois aninhos na época,
Guilherme, mas que acabou por se apaixonar por sua própria diarista. Dona
Nadir tinha suas dúvidas no início, ela era uma jovem mãe viúva, quase dez
anos mais velha que ele, e uma mulher do campo sem muito estudo, enquanto
ele era homem da cidade, de boa família.
No fim, Gabriel acabou contornando a Dona Nadir e se tornou o
padrasto dos seus filhos, na época Monalisa tinha apenas quatro anos e Eliah
tinha dez anos.
Gabriel tinha sido um ótimo padrasto e um bom marido para Naná,
apelido que tinha sido dado pelo enteado de Dona Nadir, Guilherme, quando
ele ainda era bem pequeno e tinha dificuldade para dizer o nome da madrasta.
Foi Gabriel que reparou no interesse de Eliah pela computação e
robótica, e o incentivou, pagando vários cursos para o rapaz e tudo mais. Foi
graças a isso que Eliah acabou conseguindo uma vaga numa grande empresa
de Tecnologia e Robótica e, aos vinte e oito anos, se tornou o sócio mais
jovem do lugar.
— Mamãe está aí? — questionou Eliah.
— Sim — respondeu Monalisa. — No segundo andar, ela disse que ia
colocar a Estella pra dormir pra mim.
— E o Gabriel?
— Ele foi ao aeroporto, o Gui tá chegando e ele foi buscar o filho.
— Então vamos ter toda a família hoje — comentou Eliah.
— Acho que sim... Edgar falou que talvez viesse também. — Ela
disse, falando do primo. — E você, mocinho, direto pro banho! — Monalisa
ordenou ao filho.
Josué até fez uma cara de quem queria discutir com a mãe, mas o
olhar furioso dela o impediu.
— Mas eu queria brincar com o tio — disse Josué, enquanto encarava
Eliah, fazendo um olhar pidão.
— Você precisa é de um banho mocinho, isso sim! — Monalisa
insistiu.
— A gente brinca mais tarde — respondeu Eliah, enquanto se
agachava na altura do pequeno rapaz.
Josué o encarou por alguns segundos, mas logo fez um gesto de
concordância, e foi em direção ao pai.
— Eles crescem cada dia mais rápido — disse Eliah, vendo o
sobrinho se afastar.
— Quer um? Leva pra casa! — reclamou Monalisa sem muita
paciência, para depois abrir um largo sorriso. — Apesar que logo você e
Amora terão o de vocês! — disse Monalisa, olhando furiosa para o irmão. —
E eu ainda não acredito que vocês não iam contar pra gente.
— Você ainda acredita nesse boato sem sentido? — Eliah comentou,
sem muito humor.
— Então ela realmente não está grávida? — disse Monalisa.
— Não, ainda não — disse Eliah, abrindo um sorriso de lado,
tentando disfarçar sua tristeza.
— Mas vocês tem planos futuros para isso... — respondeu Monalisa,
deixando escapar um pequeno sorriso ao ver o olhar do irmão.
— Amora falou em um time de futebol — falou Eliah, se divertindo
com a fala. — Você consegue imaginar isso? — Ele brincou.
— E você pensa em quantos? — Monalisa questionou, enquanto ia
com o irmão até a área da piscina, onde ocorreria o churrasco da família mais
tarde.
Eliah abriu um largo sorriso, enquanto pensava na pergunta da irmã.
— Não sei ao certo... — Eliah começou a dizer, caminhando até a
área onde ficava a churrasqueira e Estevan, onde seu cunhado assava algumas
carnes. — Talvez dois, ou três... Ei, Estevan, tudo bem por aí? — Eliah disse,
enquanto cumprimentava o cunhado.
— Dois ou três o quê? — Estevan questionou, confuso com a
conversa de sua esposa e cunhado.
— Filhos! — Eliah se explicou, enquanto Monalisa seguia em direção
à Estevan e dava um rápido beijo no marido.
— Então são trigêmeos? — Estevan questionou, enquanto virava a
carne do churrasco.
— Na verdade, pelo visto Amora não está grávida — falou Monalisa.
— Ela não está? Então, qual era a daquela conversa toda rolando no
casamento? — Quis saber Estevan.
Eliah fechou a cara nesse momento.
— Boatos. — Ele disse sem dar mais detalhes.
— Sério? — exclamou Estevan surpreso.
— Pelo visto a gente contou com o bolo assando no forno antes do
bolo estar lá! — brincou Monalisa, rindo de toda a situação. — Mamãe vai
ficar desolada! — Ela disse encarando o irmão mais velho.
— Vocês contaram isso à mamãe? — questionou Eliah, fazendo um
olhar sério em seu rosto.
— Eu, não, mas alguém contou sobre a suposta gravidez da Amora
para a tia Cornélia. — Monalisa explicou.
— E a gente sabe que nada é segredo quando chega nos ouvidos da tia
Cornélia — respondeu Estevan, achando divertida toda aquela situação.
— Alguém consegue segurar a língua da tia Cornélia, por acaso? —
questionou Eliah, deixando escapar um suspiro e dando um gole em sua
cerveja.
— Você acha mesmo que alguém consegue? Lembro que por causa
dela, o Estevan soube que eu estava grávida da Estella antes que eu tivesse a
chance de contar a ele — reclamou Monalisa sem muita paciência. — Eu
amo a tia Cornélia, mas nunca mais chamo ela pra ir comigo para fazer um
teste de laboratório — disse Monalisa, um pouco furiosa.
— Não importa como eu soube, querida, o importante é que a Estella
está aqui entre nós e ela é uma criança linda — disse Estevan, fazendo com
que Monalisa abrisse um largo sorriso e fosse na direção do marido, para lhe
dar um beijo apaixonado.
— Vocês realmente vão ficar se agarrando na minha frente? — Eliah
comentou, sem muito humor.
— Sim! — disse Monalisa. — E se não quer segurar vela, pode ir
agarrar a Amora — disse ela, abrindo um sorriso de lado, enquanto
provocava o irmão.
— O problema não é isso, é que você ainda é minha irmãzinha... —
respondeu Eliah. — Você pode ter trinta anos já, mas sempre vai ser a
menininha de tranças que corria pra mim quando ralava os joelhos — falou
Eliah, se divertindo ao lembrar daquela época. — Não é legal ver um
marmanjo enfiando a língua na sua garganta! — brincou.
Monalisa apenas mostrou a língua para o irmão e deu outro beijo no
marido.
— Vou ver se a mamãe precisa de ajuda com as crianças. — Ela disse
e foi logo se afastando, deixando seu irmão e marido para trás.
— Fiquei sabendo que vai ter um simpósio importante em breve, para
vocês nerds da tecnologia — comentou Estevan, enquanto dava uma olhada
nas asinhas de frango.
Eliah deu um gole em sua cerveja e acenou que sim com a cabeça.
— Sim, vai ser no Rio de Janeiro.
— Você vai?
— Sim, é uma ótima oportunidade de fazer negócios, você sabe. —
Eliah comentou.
— Ela vai estar lá, você sabe. — Estevan o lembrou.
E por ela, Estevan queria dizer Sheila, a ex de Eliah, a mulher que
todos juravam que ele jamais superaria, não até seu casamento com Amora.
— Eu sei, a empresa dela vai apresentar um novo projeto. Ela é a
cientista chefe, parece. — Eliah comentou, dando de ombros.
— E o que Amora achou de você ir para um simpósio por uma
semana com sua ex?
Eliah bufou com a pergunta do cunhado.
— Eu não vou com Sheila, ela simplesmente vai estar lá, não tem
nada demais nisso... E eu não contei ainda à Amora.
— Se não tem nada demais, então por que não disse à sua esposa? —
Estevan questionou.
Eliah apenas ficou em silêncio e não disse mais nada.
Capítulo Oito|| Ciúmes
Diga, por que estou agindo assim? Você não está fazendo nada errado, estou louca.
São 5 da manhã, te esperei ontem à noite. Você disse que tinha ficado muito bêbado,
cansei. Então, você quer que eu seja honesta contigo, disse que queria cada pedaço de
mim. Você não quer me escutar essa noite. Eu simplesmente viro e digo boa noite, você
não liga, você está distante, você não escuta, você prometeu que não mudaria, que seria o
mesmo, mas está diferente ♪
Gone Away - H.E.R