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Ari Wilder estava tendo um dia ruim.

Sua missão foi interceptada por


um companheiro assassino e inimigo, Beckett Dekker, e ele logo descobre que
um exército de assassinos geneticamente modificados estão atrás dele.
Relutantemente, se vendo obrigado a pedir ajuda a Beckett, Ari está
determinado a completar a missão de sua vida: parar o exército e permanecer
vivo no processo. Não é uma tarefa fácil, ainda mais estando tão perto de
Beckett e tentar permanecer completamente desinteressado.
Beckett soube que Ari era diferente no momento em que o conheceu.
Nada poderia tê-lo preparado para a química intensa ou o desejo imediato.
Enquanto trabalham juntos para deter o exército, Beckett percebe que deve
quebrar todas as regras e, potencialmente, isso pode lhe custar qualquer
chance com Ari para o bem de salvar o planeta.
Ambos homens foram forjados para a guerra, mas há calor suficiente
entre eles para consumi-los. Ari e Beckett poderão resolver suas diferenças e
transformar um dia ruim no melhor dia de suas vidas?
Guerreiro Mortal
Bad Boys Assassinos 2
Lexie Davis

Capítulo um

Olhando para o cano do seu rifle a laser, Ari Wilder tinha seu alvo em
vista. Seu dedo coçou para apertar o gatilho, mas sabia melhor do que
ninguém que o tempo era tudo. O tiro tinha que ser dado no momento certo e
não feito às pressas. Deitado em cima de um telhado nas proximidades,
estudou o homem jovial que estava prestes a matar.
A festa estava em pleno andamento. Era um evento de caridade
black-tie, uma contribuição para a missão dos desabrigados no lado oeste de
Força Blackburn. O próprio alvo parecia interessado em se embebedar e estar
nu com, pelo menos, duas fêmeas, uma em cada braço. Ari revirou os olhos.
Enquanto tinha que se esforçar para ter encontros, com o cara simplesmente
era diferente.
Ari olhou para sua pulseira. Mais dois minutos e finalmente poderia
disparar nesse cara e ir para casa. Seu menino brinquedo da semana estava
provavelmente se perguntando onde estava de qualquer maneira. Passaram-se
alguns dias desde que chamou o seu amante a tempo parcial, simplesmente
porque Bella ficou com ele sobre algo a ver com o trabalho. Soltou um suspiro
quando Bella entrou em sua mente. Era uma grande dor na bunda para ele,
mas provavelmente teria terminado com ela, apesar de sua atração por
homens. Franziu a testa para a ideia, esfregando o dedo ao longo do gatilho.
Seu hábito irritante de lealdade superavam seus sentimentos. Enquanto ela o
irritava mortalmente, seu pai deixou claro que todos os seus filhos deveriam
tratá-la como parte da família. Bella queria uma família própria. Nunca
admitiria a ninguém, mas a mulher era sua kryptonita.
— Ah, vamos. Merda. — Ari encontrou-se de mau humor pensando
em Bella. Para tornar as coisas mais complicadas, ela estava apaixonada por
Brice, que não sentia o mesmo por ela. Ari não a amava da mesma forma, mas
se importava com ela. Mais do que realmente queria.
Antes que pudesse parar o trem na linha da memória, na encosta
abaixo dos trilhos, o passado veio em seus pensamentos. Quase vinte anos
atrás, seu pai encontrou sua mãe durante uma missão na Bretanha. Ela estava
em estado terminal e foi deixada para morrer junto com sua jovem filha nas
mãos de um louco. De alguma forma, seu pai determinou que elas poderiam
viver com eles. Foi a única vez que Ari viu seu pai agir com o coração. Alguma
coisa em Bella e sua mãe suavizou o velho. Ele as trouxe para viverem no
complexo. Ari não entendia isso, mas seu pai tinha sentimentos reais pela mãe
de Bella. Nunca viu o homem chorar em toda a sua vida, exceto no dia em que
a mãe de Bella faleceu. Enquanto não entendia muito sobre a situação, passou
aquele dia consolando Bella. A coisa estranha sobre os sentimentos era a falta
de lógica para eles. Não tinha nenhuma razão para gostar de Bella e muitas
vezes tentou provar que realmente não gostava, mas ele era leal a uma causa.
Por alguma razão, seu pai trouxe a menina para o complexo e para suas vidas.
Era o suficiente para Ari aceitá-la, mesmo que os dois brigassem sempre que
podiam.
Checou sua pulseira novamente. Com o objetivo de estar disponível,
poderia ser encontrado facilmente a qualquer momento. Mas, isso não era o
problema. A pessoa que os contratou deu instruções específicas. Ficava irritado
quando tinha que obedecer ordens.
Suspirando, Ari assistiu o alvo através de sua mira a laser.
Ultimamente, seu pai estava lhe dando umas porcarias de casos. Ele gostava
que fosse limpo, chegar-entrar-sair sem provações, mas com Brice saindo do
negócio da família para ser o guarda-costas do líder político da Força Blackburn
e seu amante, precisava fazer o que seu pai pedia a ele. Isso significava que
os outros casos tinham que esperar.
A paciência não era uma virtude. Era uma dor na bunda quase todos
os dias e não tinha tempo para isso. Quanto menos tempo gastava para fazer
um trabalho, mais permanecia vivo e fora da cadeia.
Os pobres estúpidos fodidos geralmente não sabiam o que os atingia
também. Ele tinha que dar-lhes isso. Sem brigas. Sem implorar por sua vida.
Buum e eles partiam. Bem, pelo menos nesses casos. Brice teve uma história
diferente um tempo atrás quando conheceu seu atual amante. Ari não poderia
imaginar jamais fazer do seu alvo seu sabor da semana, mas ele
definitivamente não era seu irmão.
Olhando fixamente pelo visor da sua mira, viu quando um homem se
aproximou do seu alvo. Conversaram por alguns segundos antes de um olhar
de pânico encher o rosto do seu alvo. Segundos depois o alvo caiu morto. Ari
se sentou, olhando para o rosto do assassino. Um olhar do homem bonito e
uma chuva repentina de lasers foram disparados contra ele. Ele agarrou seu
armamento e rolou, fazendo o seu melhor para ter cobertura. Uma vez que
estava livre e limpo, correu, pulando para o prédio ao lado, antes de tomar as
escadas de saída ao lado. Nunca outro assassino tomou seu alvo antes, e isso
definitivamente lhe deu complicações que não queria ter que lidar.
Foda-se tudo para o inferno.
Não só as complicações incluem o assassino desconhecido, mas o
assassino o viu. Ele tinha um novo alvo agora. Ambos tinham. O primeiro a
matar o outro era o vencedor.
Foda dupla.
Ari ficou nas sombras, com o coração acelerado. Queria pegar o cara
sem ser visto no processo. Mesmo para um idiota, ele se vestia com gosto
impecável. O assassino saiu do prédio como se nada tivesse acontecido. Ari viu
quando ele foi para um veículo preto e tirou o paletó do smoking. Sua camisa
saiu junto. Debaixo usava uma camiseta preta que acentuava seus grandes
bíceps. O homem fez uma pausa, se virando ligeiramente e olhando na direção
de Ari. Ele o sentiu e isso não era uma coisa boa. Ari caminhou para trás,
ficando nas sombras para que não fosse visto. Tinha pelo menos dois dias para
matar o outro assassino ou sua bunda estaria em apuros. Merda.
O apartamento que alugou para o trabalho estava apenas a dois
quarteirões de distância e Ari recuou para casa. Brice sempre usava casas
seguras que poderia mascarar do mundo exterior, mas Ari preferia a melhor
cobertura para se esconder da vista de todos. Entrou no prédio, parando
brevemente para verificar sua correspondência. Disse olá para algumas
pessoas quando jogou a arma por cima do ombro. Seu disfarce era de militar
para a maioria dos moradores não pensar muito sobre estar carregando um
rifle a laser em torno do edifício.
As escadas pareciam ser uma opção melhor do que o elevador.
Poderia estar bem consciente do seu entorno, sem sucumbir à derradeira
surpresa do outro lado das portas de um elevador. Tinha suas chaves e abriu a
porta do apartamento, encontrando algum conforto em estar fora de perigo no
momento. Tirou seu transmissor de acesso instantâneo e encontrou o
holograma de seu irmão Race.
— Tenho um problema sério.
Seu irmão se sentou ao lado de sua bebida.
— Como essa merda poderia ser novidade? O que fez dessa vez?
— Outro assassino seguiu o meu alvo e foi bem sucedido. Também
deu uma boa olhada em mim no processo.
— Porra, Ari. Isso é um erro de principiante. Tem feito essa merda
por quanto tempo?
Ari soltou um suspiro.
— Sim, estraguei tudo. Pode me ajudar com isso ou não?
— Quem era o assassino?
— Não tenho ideia.
Race lhe deu o mesmo olhar que dava a Jai, o namorado de Brice,
quando fazia muitas perguntas. Era um olhar de aborrecimento e pouca
paciência. Ari estava fodido. Sabia disso. Ficou apenas preocupado em
reclamar do seu trabalho estúpido e não fez um trabalho minucioso de
conhecer seus parâmetros. Deveria conhecer todos dentro daquele prédio,
incluindo o assassino. Isso definitivamente faria o seu trabalho mais fácil
agora.
— Pedirei a Bella uma pesquisa sobre assassinos conhecidos por aqui.
Verei se ela consegue encontrar qualquer conversa sobre figurões fazendo o
seu caminho no mundo. É um tiro no escuro, mas podemos ter sorte. Até
então, você é o alvo, Ari. Se ele o vir novamente, vai matá-lo e se você o
encontrar, é melhor fazer a mesma merda. Esta situação não é boa.
Não me diga. Desconectou Race e colocou o seu transmissor de
acesso instantâneo sobre a mesa diante dele. Sim, esta não é a melhor
situação para se estar. Seu pai fez algo semelhante quando outro assassino
tentou tomar o seu alvo e isso terminou com um enorme banho de sangue.
Apesar de tudo, Ari não estava desesperado o suficiente para pedir ajuda ao
seu pai. Ou proteção. Tinha que, pelo menos, tentar sair dessa bagunça.
Ari não ficou sentado nem cinco minutos quando Bella apareceu no
seu transmissor. Ele soltou um suspiro e respondeu a ela.
— Vejo que perdeu o toque, figurão. — Bella arqueou uma
sobrancelha para ele. — Erro Rookie 101. Seu pai iria matá-lo com suas
próprias mãos se descobrisse.
— Há algo que queira?
— Os assassinos de alto nível na área são: Dax Myer e Beckett
Dekker. Se o cara que conheceu é Dax, então pode lidar com ele sem muito
esforço. Agora se for Beckett, diria parabéns você fodeu a sua missão.
Beckett Dekker. Já ouviu falar desse nome, mas não conhecia a
pessoa. Antes que pudesse perguntar, Bella lhe enviou imagens dos dois
homens. O primeiro não era o assassino na festa de hoje à noite. O segundo, o
que o ferrou, era.
Fodam-se todos no inferno e voltem.
— A partir do olhar em seu rosto, suponho que seja Beckett.
— O que sabe sobre ele?
— Treinado por Marquise. Ele é parte da organização da família real.
É completamente quente e completamente foda. Ouvi dizer que ele é cruel.
Ari esfregou a testa.
— Pontos fracos?
Ela sorriu.
— Sexo?
Ari franziu a testa.
— Então, só tenho que transar com ele até a morte?
Ela riu.
— Eu faria.
Ele revirou os olhos.
— Você é uma dor, sabe disso?
— Ei, é melhor ser bom para mim. Estou ajudando a salvar sua
bunda.
— É parte do trabalho. — Desde que ela estava substituindo Brice nas
missões, tinha que trabalhar com ela. Preferia Race, mas Race estava com
problemas pessoais ultimamente. — Preciso ir. Se descobrir uma fraqueza real
para mim, me envie uma mensagem.
Despediram-se e ele desligou, encerrando a conversa. Sentado à
mesa por um momento, Ari pensou sobre a situação em que estava. Não
levaria muito tempo até seu pai descobrir. Seriamente duvidava que Bella o
defenderia, mas ela já o surpreendeu antes. Porém, não esperaria sentado.
Precisava encontrar esse cara e precisava fazer isso rápido.
Vozes no corredor chamaram sua atenção para a porta. Era tarde da
noite em um prédio de apartamentos que estava mais ou menos vazio. Ari
olhou para o seu traje e decidiu tirar a camisa e os sapatos antes de ir ver
quem estava fazendo todo esse barulho.
Quando abriu a porta, congelou. Beckett estava conversando com a
vizinha idosa que vivia à direita de Ari. Ao som da abertura da porta, Beckett
encontrou o olhar de Ari e reconhecimento encheu o seu rosto. Quanto tempo
seu pior pesadelo viveu do outro lado do seu maldito corredor?
****
O primeiro instinto de Beckett foi pegar sua arma, mas a doce
senhora que sempre fazia pão de fermento da maneira antiga estava ao lado
dele, conversando sobre as desventuras de seu gato. Poderia matar pessoas
para viver, mas não matava inocentes ao acaso porque simplesmente estavam
no lugar errado na hora errada. Não era um sociopata.
Beckett olhou para o peito nu de seu novo alvo e suspirou. Era uma
pena que teria de matar esse belo exemplar de um homem. O corpo de Ari era
tonificado e bronzeado. Ele passou um pouco do limite com as pontas claras
em seu cabelo castanho-claro, mas ele puxou o olhar com uma quantidade
extrema de sensualidade. O pênis de Beckett se contraiu com o pensamento
de aproveitar um pouco antes de terminar o serviço. As chances disso
acontecer eram bem poucas.
— Querido, preciso voltar para dentro. Meu programa vai começar e
não quero perdê-lo. Tenha uma boa noite. — Sorriu para Beckett e ele sorriu
de volta. Esperou que ela entrasse antes de se concentrar em Ari.
— Então, como é que vamos fazer isso? — Beckett se encostou à
porta do apartamento. — Você pega a sua arma e eu a minha? Duelo?
Ari lhe deu um olhar entediado.
— Como se você fosse ganhar.
— Já ganhei. Seu alvo está morto por minha causa.
— Por que fez aquilo?
Beckett sorriu.
— Como se fosse te dizer.
A missão era muito simples para ponderar. Ele foi convidado a
participar do jantar de caridade e estava convenientemente sentado ao lado do
homem que foi contratado para matar. Fez isso no prazo de trinta minutos e
com as próprias mãos. O que diabos Ari estava fazendo com uma mira a laser
no telhado do outro lado da rua, ele não sabia.
— Quem o contratou? — Perguntou Beckett.
— Como se fosse te dizer. — Foi a vez de Ari sorrir.
— É justo. — Beckett estendeu a mão para um aperto de mão. — Que
ganhe o melhor.
Ari olhou para sua mão estendida.
— Oh, ganharei.
Beckett lambeu os lábios. Não sabia o havia sobre Ari, mas seu pênis
com certeza gostava dele. Também se encontrou sorrindo muito mais do que
deveria. Só tinha dois dias para matar o outro homem e o único pensamento
que cruzava sua mente era como conseguiria transar com ele antes disso.
Precisava ficar concentrado antes que acabasse morto.
Beckett recuou, voltando para o seu apartamento e iniciou o
temporizador da sua pulseira. Se Ari fosse bom em seu trabalho, estaria vindo
atrás dele e ele só tinha uma chance de acertar. Pegou a arma mais próxima
que tinha e se dirigiu para a porta da escada de incêndio.
Segundos depois, um grande estrondo veio de sua porta da frente e
Ari estava ali, arma na mão, olhando para ele. Beckett respirou fundo e
disparou, antes de escalar o prédio. Bateu no chão em cinco segundos e foi
para a esquerda quando Ari enviou um tiro atrás dele. Sim, passou muito perto
quando o laser aqueceu sua orelha direita. Não o atingiu, mas esteve muito
bem perto para o seu conforto.
Ele correu para a noite, indo em direção a sua casa segura. Se Ari
fosse estúpido, o seguiria. Beckett alertou sua esquipe que viria atrás. Se
Beckett não matasse Ari, sua equipe o faria. Era uma questão de tempo antes
que isso acontecesse.
A casa segura ficava a quatro quarteirões de distância e escondida da
vista de todos. Beckett olhava para trás periodicamente para ver se Ari o
estava seguindo. Uma vez que tivesse certeza de que não teria a cabeça
decepada por uma arma laser, ele parou e falou em sua pulseira.
— Atualizar?
— Ele te seguiu. Deixe-o andar para a armadilha.
Beckett soltou um suspiro de alívio e esperou nas sombras. A noite
estava bastante clara. A escuridão era sua amiga e ele adorava. O trabalho
veio tão fácil para ele que acabou fazendo uma grande confusão. Nada saía
sem um contratempo neste negócio. Especialmente quando a sua reputação de
ser bom e cruel despertava o interesse oculto. Inferno, não sabia de onde o
zumbido vinha, mas queria rejeitá-lo antes que fosse pego.
Ari era muito quente, embora. Apenas ouviu falar dele em seu
treinamento. Seu pai, Mitch, era muito rigoroso com ele. Tinha certeza de que
o homem tinha um coração negro, frio e não consciente. Inicialmente, queria
trabalhar para ele, mas Mitch não contratava ninguém de fora da sua família.
Era suposto ser o cão superior e imaginou que seus filhos estavam bem perto
de ser o segundo na linha.
— Você tem um visual? — Beckett falou em sua pulseira.
— Um visual do quê? — O barítono suave veio de trás dele, fazendo
com que cada nervo em seu corpo ganhasse vida. Seu pênis endureceu
instantaneamente. Beckett engoliu.
— Não vou deixar você me matar. — Seu dedo esfregou o gatilho de
sua arma.
— Acho que tem problemas maiores do que isso. — Levantou a arma
e deu um tiro na escuridão. — Parece que estamos em sua armadilha e esses
homens que você chama de sua equipe nos querem mortos.
Capítulo dois

Ari tentou ignorar o calor vindo de Beckett. A noite caiu fria e uma
tempestade iminente parecia proeminente no horizonte. Era o clima perfeito
para se aconchegar com alguém na frente da lareira sem a porra de uma
preocupação no mundo.
Em vez disso, Ari se encontrou desviando de feixes de laser enquanto
lutava para sobreviver à confusão da noite.
— Não me querem morto. — Beckett comentou. — Só estão
disparando por sua causa. Não vão me matar.
— Continue a pensar assim com lasers voando para a sua cabeça. —
Ari respondeu ao fogo e explodiu alguns dos capangas que vinham atrás deles.
Tinha que haver pelo menos uma equipe com vinte deles e estava com pouca
energia para o seu armamento. — Tem uma maneira de sair deste buraco do
inferno?
Ari pegou Beckett antes que um laser arrancasse fora o seu braço.
Se fosse atingido por uma espingarda sônica, seria melhor se estivesse morto.
Beckett bufou um suspiro.
— O bosque. Há um túnel que passa por toda parte. Deve dar
cobertura suficiente para uma fuga. — Beckett estendeu a mão para Ari e o
empurrou. — Vá.
Ari se dirigiu para a floresta, notando que Beckett não o seguiu
imediatamente. O cara ainda pensava que seus próprios homens só queriam
Ari. Poderia ser culpa dele ter sido pego, mas poderia ler os sinais como um
livro. Os homens de Beckett o queriam morto e provavelmente usaram Ari
para conseguir.
— Merda. — Beckett murmurou. — Não estão parando.
— E precisamos de proteção. — Ari olhou para a luz que indicava a
energia na sua arma. — O túnel é inútil. Estão esperando por isso. Pegue essa
maldita pulseira e me siga.
Beckett hesitou.
— Por que o seguiria?
— Porque sou seu único aliado agora. — Ari olhou para ele no escuro.
— Ou fique aqui. Realmente não me importo.
— Talvez esse fosse o plano. — Beckett levantou a arma e a apontou
para Ari. — Talvez o plano fosse levá-lo para longe de tudo antes de te matar.
Ari bufou.
— Não vai me matar.
— É mesmo? Por que não?
Ari se abaixou e colocou a mão sobre o pau duro de Beckett e o
apertou levemente.
— Porque quer me foder e tenho certeza de que não gosta de
cadáveres.
Galhos de árvores estalaram quando botas pisaram sobre eles. A
unidade inteira estava se aproximando. Por mais que Ari gostasse de sua
posição no momento, precisavam se esconder. Pressionou o dedo contra os
lábios de Beckett e arrastou o outro homem para um esconderijo eficiente
antes de ver alguns homens passando. Havia mais ou menos vinte homens,
pelos cálculos de Ari, era um número pequeno em comparação com o que
testemunhou passando por eles. Uma frota inteira de homens invadiu a área
arborizada, sua natureza quase robótica, suas únicas intenções era matá-los.
— Qual é a sua posição? — Perguntou uma voz na pulseira de
Beckett. Eles queriam saber onde estava. Ari sacudiu a cabeça e Beckett puxou
a pulseira e a jogou fora.
— Temos, aproximadamente, dez minutos para encontrar um lugar
decente para nos esconder. — Ari apontou na direção oposta que os homens
iam. — Estou supondo que toda a sua merda está comprometida. Tenho uma
casa segura cerca de seis quilômetros de qualquer maneira. Deve ser
suficiente para nos cobrir enquanto peço ajuda.
Sabia que Race ficaria puto. Estava irritado o suficiente por ter que
trabalhar com Bella. Ambos, provavelmente, já deveriam ter informado o seu
pai sobre a situação e toda a realidade, ele só queria ter Brice ao seu lado
novamente. Era incrível como o irmão mais velho se tornou uma muleta para
ele em poucos meses que fora libertado da prisão. Viveu sete anos sem ele,
mas trabalharam juntos em missões e era como se nunca tivesse se
ausentado.
Ari foi em frente. Não era a melhor casa segura que tinham, mas era
boa o suficiente. Infelizmente, era a mais próxima de sua localização atual e
levaria uns bons trinta minutos ou mais para chegar lá a pé.
Não andaram por cinco minutos antes que começasse a chover. As
árvores fizeram pouco para protegê-los da chuva, mas Ari era um guerreiro
treinado e um pouco de água não iria matá-lo. Soltou um suspiro de
frustração. Agora mesmo poderia estar dentro do seu sabor da semana sem
ter que se preocupar com nada. Em vez disso, estava andando pela floresta
densa que cobria mais da metade da Força Blackburn, em um esforço para
salvar o seu traseiro de um exército de assassinos que queria matá-lo.
— Age como se estivesse chateado. — Observou Beckett. — Se
alguém merece ficar puto, sou eu. Quero esses desgraçados mortos.
— Sim, bem, isso faz de nós, dois. Realmente não confio em você e
vou levá-lo para a segurança fornecida por minha família. — Ari olhou para ele.
— Deveria deixá-lo cuidar de sua própria bunda.
— Olha, se esse é o problema, então posso cuidar de mim mesmo.
Vou descobrir isso por conta própria.
Ari riu.
— Sim? O que exatamente acha que vai fazer? Não tem recursos.
Não tem nada. Não pode lutar contra todos eles sozinho. Precisa de mim.
Beckett puxou sua camisa e limpou a água do seu rosto.
— Sim, mas sou descartável para você.
Ari sabia disso. Beckett ter sido traído trabalhou a seu favor. Não só
tinha algo a oferecer a seu pai quando o fogo do inferno chovesse em cima
dele por ter estragado tudo, mas tinha algo para protegê-lo das pessoas que
tentavam matá-lo. Era um ganha-ganha agora, mesmo que Beckett lutasse
contra a idéia.
— Bem, isso é algo que com que terá que lidar.
— Eu quis dizer o que disse lá atrás. — Beckett apoiou as mãos nos
quadris molhados. Sua camisa estava ensopada com a chuva e grudando no
corpo tonificado muito agradável. — Não vou deixar que me mate.
— Pode não ter uma opção. — Ari continuou a andar para a casa
segura. — Além disso, se quisesse você morto, estaria morto. Agora, preciso
de informações.
Galhos estalaram no meio da chuva que caía em torno deles e Ari
girou em torno, completamente alerta. Agarrou o braço musculoso de Beckett,
ambos ouvindo atentamente o som que poderia ser uma ameaça. Parte de ser
um assassino é conhecer a área e detectar alterações no ambiente. Ari cresceu
fazendo a sua formação na floresta com seus irmãos. Conhecia essa área como
a palma da sua mão e sabia que alguém estava fechando o cerco sobre eles.
Ele foi para a esquerda para alterar o caminho sabendo que, com a
umidade da chuva, pistas lamacentas estavam sendo deixadas para trás. Era
necessário encobrir seu rastro e dar o inferno fora dali. Ari silenciosamente fez
sinal para que Beckett o ajudasse e juntos cobriram suas trilhas. Sensores
infravermelhos não encontrariam o calor de seus corpos na frieza da noite
molhada. O exército estava caçando-os e, eventualmente, os encontraria. Era
uma questão de tempo.
A casa segura, felizmente, ficava logo em frente e uma vez que a
encontrou, Ari afastou a camuflagem para que pudessem entrar. Pressionou o
polegar no teclado de bloqueio e depois de uma varredura rápida, a porta de
aço se abriu e Ari entrou. Falou e as luzes se acenderam enquanto Beckett
entrava no domínio escondido.
— Que cheiro é esse? — O nariz de Beckett enrugou quando Ari
escondeu a casa segura novamente do mundo exterior.
— Não sei. Nunca usei está. Estive preso por um tempo.
Ari puxou a camisa molhada sobre sua cabeça e a atirou para baixo
ao lado da porta com um plop. Depois chutou as botas. Beckett o assistiu,
nada mais que luxúria enchia seus olhos. Ari teve que admitir que estava
interessado no homem. No entanto, estava com problemas suficientes e não
precisava adicionar mais ao seu prato.
— Então, estamos apenas ficando nus agora? — Beckett comentou
secamente.
— Estou. — Ari olhou para ele quando deslizou o zíper da braguilha
para baixo. — Estou cansado de usar roupas molhadas e particularmente não
gosto do atrito.
Ari deixou seu olhar percorrer o homem.
— É tímido?
Beckett bufou.
— Nem um pouco. Pode lidar com ver algo que não pode ter?
Ari bufou e deslizou suas calças para baixo.
— Não mais do que você.
Nu, Ari assistiu Beckett focar no seu pau. Não era o tipo de desfilar o
que tinha, mas não era exatamente o tipo que evitava isso também. Seu
interesse em Beckett não poderia afetar a sua unidade. Deus, como é que se
encontrou nessa posição? Em quaisquer outras circunstâncias teria ido para
casa, fodido Beckett e estado num inferno de muito mais feliz em estar ao
redor do cara. A indiferença era a melhor opção. Pelo menos até que
terminasse o que precisava fazer.
Levantou a pilha de roupas e a levou até a rampa da lavanderia.
Esperava como o inferno que houvesse algo decente para usar no armário
motorizado no quarto. Caso contrário, teria que pedir a Bella para lhe trazer
roupas o que não era uma conversa que queria ter com ela.
— O que exatamente devo vestir? — Beckett o seguiu pelo corredor.
Ari foi para o painel do armário e sorriu quando viu o seu nome.
Apertou o botão e o armário motorizado abriu, exibindo sua gama de
equipamentos. Pegou uma camiseta e calças pretas, juntamente com um novo
par de botas pretas.
— Qual é o seu tamanho? — Virou-se para ver Beckett de pé atrás
dele meio-duro e completamente fodível inclinado contra a porta.
— Qualquer coisa vai servir.
Ari lambeu os lábios e selecionou a mesma roupa para Beckett. Se
vestir tão rápido quanto possível era a melhor opção para eles. Havia
problemas reais que precisavam ser tratados mesmo que tivessem conseguido
se esconder por agora. Não poderiam ficar aqui para sempre. Entregou a
Beckett algumas roupas e pegou roupas de cama.
— Desde que, provavelmente, vamos morrer, não é exatamente uma
má idéia ceder e foder um ao outro a noite. — Beckett colocou sua roupa ao
lado de Ari. — Você sabe. Uma última foda antes da morte.
Ari puxou as calças e arqueou uma sobrancelha para o outro homem.
— Por que iria querer foder meu inimigo?
— Como somos inimigos? — Beckett perguntou, irritado. — Eles nos
querem mortos. Somos nós contra eles, estamos do mesmo lado.
Ari puxou sua camisa.
— Não deveria ter trabalhado hoje à noite. Não deveria estragar
minha missão. Eles sabiam que, se o colocassem contra mim, seria uma
batalha até a morte. A questão não é realmente por que me querem morto,
mas por que querem você morto.
Beckett puxou a camisa sobre a cabeça, escondendo seu delicioso
corpo da vista de Ari. Nunca tinha lhe ocorrido por que motivo o seu próprio
povo se voltou contra ele. Ari sabia que ele era a porra do peão no jogo
estúpido.
— Está certo. — Beckett franziu os lábios. — Sou o problema aqui.
Preciso descobrir tudo.
Ari suspirou.
— Não o traria aqui se não planejasse ajudá-lo. Deixe-me fazer uma
chamada para a pessoa mais irritante da terra e vamos sair daqui.
Beckett olhou para ele.
— Quem é a pessoa mais irritante sobre a terra?
Ari saiu do quarto e voltou em direção à área de estar.
— Vai encontrá-la em breve.
****
Beckett sorriu quando Bella entrou pela porta. Ela era uma mulher
bonita com o cabelo louro elegante e olhos azuis tentadores. A partir de sua
pesquisa, sabia que ela era irmã de Ari, embora não se parecia nada com ele.
— Bem, vejo que não precisa mais dos relatórios sobre os pontos
fracos de Beckett. — Bella caminhou em direção à pequena mesa para o outro
lado da sala.
— Cale a boca, Bella.
Desde que Ari a chamou, ficou de mau humor. Beckett viu como ela
se sentou em frente a ele, sorrindo como se o seu mau humor a divertisse.
— Os boatos nas ruas são de que a família Real quer o Marquise
morto. E está indo atrás de qualquer um e todos os associados de Marquise.
Isso explicava muito.
— Por que querem matar o Marquise? Ele produziu alguns dos
melhores assassinos do Rei durante décadas. Bons assassinos trazem grandes
quantias de dinheiro.
Bella soltou um suspiro.
— Marquise não é o único treinador trabalhando para eles. Há um
cara novo na cidade. Diablo. Aparentemente, ele gosta de usar melhorias
genéticas para deixar seus assassinos mais poderosos do que um ser humano
médio. Também os coloca em um estado hipnótico. A injeção lhes permite ter
controle total sobre seus súditos. Na verdade, seria genial se não estivesse
tentando exterminar a concorrência.
— O que vamos fazer? — Perguntou Beckett.
Bella estava focada em Ari.
— Brice e Jai nos encontrarão aqui. Race e Mitch estão vindo
também. Diablo declarou guerra e cabe a nós lutar contra ele.
Ari lhe deu um olhar cético.
— Está sugerindo seriamente que os seres humanos normais, mesmo
os fodões como nós, devem ir contra um exército geneticamente modificado de
assassinos altamente letais? Está louca porra?
Bella balançou a cabeça, revirando os olhos em aborrecimento.
— Não. Precisamos invadir o composto de sua organização e puxar a
tomada dos seus assassinos.
— Porra, isso soa muito melhor.
Beckett foi até o distribuidor de bebida e selecionou uma garrafa de
água.
— Não é uma má idéia. Você me tem. Conheço o composto como a
palma da minha mão. Cresci lá. Treinei lá. Sou sua melhor chance de se dar
bem nisso.
Antes que Ari pudesse dizer qualquer coisa, a porta foi aberta.
Beckett levou a bebida aos lábios quando um dos irmãos de Ari entrou com o
líder da Força Blackburn ao seu lado. Se já não soubesse que Jai Chastain
estava namorando um dos homens Wilder, provavelmente teria se assustado
um pouco.
— Deixe para Ari colocar um exército inteiro atrás da sua bunda. —
Brice bateu seu irmão na parte de trás.
— Já era hora de voltar para o negócio da família, Brice. Senti tanto
sua falta.
Brice sorriu.
— Ficaria chocado se fosse verdade, idiota.
Brice se moveu em direção a Bella e a ergueu do seu assento.
Sentou-se com ela em seu colo e os braços em torno dela.
— Bella, que saudade. Como posso me acostumar a não tê-la
irritando minha bunda a cada cinco segundos?
Ela bufou um suspiro, tentando soltar seus braços.
— Vocês são uns idiotas.
Jai se sentou na única cadeira vazia na mesa.
— Nem todos nós. Gosto de você, Bella. Não acho que seja irritante.
Brice apertou o rosto contra suas costas, rindo.
— Não tem estado em torno dela tempo suficiente.
— Pode tirá-lo de cima de mim? — Bella perguntou a Jai. — Nós já
passamos por toda a coisa de bater e moer e não deu certo. Definitivamente
não vai funcionar agora.
Beckett fez uma careta.
— Bater e moer? Vocês não são irmãos?
Ari, Brice e Bella voltaram sua atenção para ele. Em uníssono,
disseram:
— Claro que não.
Jai riu, olhando para ele.
— É uma longa historia.
A testa de Beckett franziu.
— Pensei que Mitch não contratava ninguém de fora da família para
trabalhar para ele.
Os quatro trocaram um olhar. Brice deixou Bella ir e alisou suas mãos
ao longo de seus braços. Bella se ocupou com seu dispositivo de informações
portátil e Jai manteve sua atenção sobre Brice. Ari foi o único que severamente
olhou para ele.
— Como sabe informações sobre a minha família? — Perguntou Ari.
Beckett coçou o dedo.
— Perguntei para Marquise quando terminei minha formação. Mitch
tem uma reputação e queria fazer parte da equipe. Marquise me disse que ele
não contratava ninguém, só se fosse família.
Eles compartilharam outro olhar. Ari não parecia muito emocionado
com sua resposta. Beckett levantou a garrafa de água aos lábios.
Definitivamente era o estranho aqui. Não tinham nenhuma razão para confiar
nele e ele não tinha razão para tentar fingir que se encaixava. Era o peão
agora.
— Podemos confiar nele? — Jai finalmente perguntou.
Bella apertou os lábios.
— Considerando sua reputação, seria algo estúpido, mas ele
realmente não tem muito poder agora. Nossos inimigos o querem morto e se
tentar compartilhar nossos segredos, nós o mataríamos.
— Sim. — Ari falou, o que surpreendeu Beckett. — Podem confiar
nele.
— Esse é o seu pau falando ou seu cérebro idiota? — Perguntou
Brice.
— Ele teve várias oportunidades de atirar em mim esta noite e não
fez. — Ari se recostou na cadeira. — Não quer nos prejudicar. Acho que quer
prejudicá-los.
Todos olharam para Beckett. Ele engoliu em seco. Nada como colocar
pressão sobre ele.
— Não gosto de pessoas me enganando. E é uma posição perigosa,
pois sei seus segredos.
Jai esfregou a testa.
— Race vai querê-lo morto.
— Mitch também. — Bella colocou o dispositivo de lado. — Se arriscar
o meu pescoço por você e me trair, nem mesmo o próprio Deus poderá salvá-
lo de mim. Entendeu?
Beckett assentiu. Não estava inteiramente com medo dela. Poderia
lutar por si mesmo, mas sabia, sem dúvida, que ela teria toda a família Wilder
a ajudando e isso era algo que não podia assumir sozinho.
Ari sorriu.
— Então acho que estamos prontos para Race e papai aparecerem.

Capítulo Três

— Eu quero saber por que tem outro assassino sentado à mesa? —


Race apontou para Beckett. — Disse-lhe para matá-lo e o traz para casa para
brincar? Você é estúpido?
Bella olhou para Brice, que sacudiu a cabeça. Ari podia acalmar Race,
assim como Bella podia acalmar Mitch. Cada um deles tinha o seu lugar na
família e Ari sabia que Race ficaria chateado, mas estava certo de que podia
explicar e ficar bem com seu irmão mais novo.
— Beckett vai nos ajudar a invadir o composto dos Reis e desativar
os o programa.
Race bufou.
— Só porque ele é o seu brinquedo de foda não significa que vai nos
ajudar a fazer uma coisa maldita.
Ari franziu os lábios. Race estava no modo irritadiço. Sabia que
alguma merda pessoal estava acontecendo, mas quando Race não podia deixar
cair a bomba então era algo completamente diferente. Race mal dizia duas
palavras em qualquer ocasião normal.
— Não é meu brinquedo de foda. — Ari podia ver a raiva furiosa de
seu irmão. — O que diabos está errado com você?
— Estou chateado por estar nesta bagunça do caralho. — Race
incisivamente olhou para ele. — Você estraga tudo, Ari. Todo mundo sempre
tem que salvá-lo de alguma coisa e geralmente sou eu.
— Pare com isso. — Bella finalmente interveio contra o conselho de
Brice. — Ari não estragou tudo.
Race se virou para ela.
— Quem diabos te perguntou alguma coisa?
Ela cruzou os braços sobre o peito.
— Precisa se acalmar.
— Olhe aqui, princesa, só porque foi fodida por Brice e Ari tem tesão
por você, isso não significa merda nenhuma para mim. Mantenha sua maldita
boca fechada ou nós dois teremos um problema que não quer.
Ari franziu a testa para ele.
— Desde quando tenho tesão por Bella?
Race riu.
— Vai se sentar aí e me dizer que não queria matar aquele cara que
ela estava namorando? O que não podia suportar.
A mandíbula de Bella caiu.
— Está brincando comigo?
Ari apoiou as mãos nos quadris.
— Você está bêbado, Race. Você nunca bebe e está bêbado. O que
diabos está acontecendo?
Race bufou e foi para a máquina de comida.
— Foda-se, Ari. Você é um idiota de qualquer maneira.
Brice ficou observando seu irmão passar.
— Onde está o papai?
Race fez um barulho rude.
— Disse para ir me foder e lidar com isso. Assim como sempre faz.
Ari esfregou a testa.
— Onde está meu transmissor IA?
Beckett entregou a ele com um olhar de preocupação em seu rosto.
— Você está bem?
— Tudo bem. — Ari pegou a IA e puxou o holograma do seu pai. — O
que está acontecendo? Por que não veio com Race?
— Porque ele é um maldito babaca. — Race comentou.
Mitch soltou um suspiro.
— Não estamos trabalhando muito bem juntos agora. Estou bastante
confiante em sua capacidade de lidar com isso sem mim.
Mitch Wilder era um homem misterioso. Ari percebeu isso sobre o seu
pai desde que sua mãe o deixou no complexo quando tinha quase quatro anos
de idade. Nunca viu o homem expressar qualquer tipo de emoção, exceto no
breve momento em que Bella e sua mãe entraram em sua vida. Com o olhar
estoico permanente no lugar, seu pai poderia ser lido como um livro aberto.
Estava chateado, mas definitivamente não estão disposto a vir aqui para salvar
o traseiro do seu filho.
Ari desceu o corredor com o dispositivo.
— O que está acontecendo com você e Race?
— Seu irmão me culpa pela morte trágica do seu amante. Essa água
já passou por debaixo da ponte. Ele se embebedou e entrou furioso no meu
composto. Acho que me disse para me foder mais vezes do que pode contar.
— Ele não pode trabalhar assim, pai.
— Sei disso. Ele afirma que quer sair do negócio. Começou a chorar
como uma menina. — Mitch se recostou na cadeira. — Imaginei que estaria
melhor com você do que comigo.
De todos eles, Ari e Race se davam melhor. Eram mais próximos e
tinham estado em uma boa quantidade de missões juntos. Trabalhavam bem
juntos e tinham as costas uns do outro. Ari sabia que ajudar Race a superar
tudo o que aconteceu com seu amante era algo que precisava fazer. O ideal
seria depois que ganhasse alguma garantia de que sua vida não estaria em
perigo.
— Será que o mataria se realmente se preocupasse com seus filhos?
Importa-se com a Bella, mas não poderia se importar menos sobre a sua
própria carne e sangue porra.
Ari desligou antes que Mitch tivesse tempo para responder e se
juntou a família na sala principal novamente. Race se isolou longe de todos de
mau humor, enquanto observava o que estava na tela.
— Quero te fazer uma promessa.
Race o ignorou.
— Prometo que se me ajudar com o meu cenário atual, vou ajudá-lo
a corrigir o seu. Se isso significa ir atrás do papai, então estou nisso.
Race levantou a cabeça.
— Ele lhe contou o que aconteceu?
Ari soltou um suspiro.
— Você acha que ele é o responsável pela morte do seu amante.
— Atual. Amante atual. — Race desviou o olhar. — Porra, eu o amava
e o pai nunca suportou ver ninguém feliz. Emoções são perigosas no nosso
trabalho. Está tudo bem Brice amar Jai e sair do negócio da família, mas eu
não. Não fui preso. Não fiquei sete anos fora desta merda. Ainda sou útil e não
estou autorizado a sair. Ele matou a única coisa que importava na minha vida.
A única coisa que me fez querer deixar essa merda pra trás.
Ari podia ver a dor do seu irmão. Race nunca falou sobre sua vida
pessoal, mas se isso trouxe para fora o lado falante do seu irmão tranquilo,
então deve ter sido muito ruim. Ari se sentou no sofá ao lado do seu irmão.
Não sabia o que dizer ou o que fazer. Race odiava o mundo agora e foi
incrivelmente egoísta da parte de Ari lhe pedir ajuda quando estava lidando
com sua própria merda. Mas, no entanto, era o que tinha que fazer.
— Bella, me consiga um T-29. — A cura milagrosa para a embriaguez
estava em um frasco com uma agulha na ponta pronta para ser injetada. —
Vou te dar uma dose e depois que estiver sóbrio, vamos resolver a ameaça
imediata a minha vida. E uma vez que sobrevivermos, vamos todos ajudá-lo
com a sua.
Race sacudiu a cabeça.
— Não pode trazê-lo de volta.
Ari pegou o frasco de Bella.
— Não. Mas, vamos descobrir alguma coisa. Prometo.
Ele enfiou a agulha na perna de Race e empurrou a injeção. Seu
irmão empurrou e fechou os olhos enquanto o líquido percorria suas veias.
Levou apenas alguns minutos para neutralizar o álcool e limpá-lo de seu
sistema. Ari deu a agulha usada para Bella e viu quando Race deslizou como
um peixe fora da água no sofá.
Ele escorregou para o chão e piscou para Ari.
— Prefiro continuar bêbado.
— Ainda está meio bêbado. — Ari se levantou e estendeu a mão. —
Estava pronto para chutar o seu traseiro.
Race bufou.
— Não neste planeta.
Bella alisou as mãos ao longo de seus bíceps.
— Você está bem?
Race assentiu. Ele estava de volta ao seu antigo eu mesmo que Ari
ainda pudesse ver a dor que sentia nas profundezas escuras de seus olhos.
Seu pai era um idiota e se o que Race disse era verdade, então merecia ter
seu traseiro chutado.
— Tudo bem. — Ari foi até a mesa. — Temos um mapa do composto
e Beckett vai nos guiar até a sala de controle. Precisamos fazer um
reconhecimento do perímetro e ver em que tipo de ambiente estamos nos
metendo. Beckett é quem vai realmente incapacitar os assassinos. Para chegar
a esse ponto, podemos ter que derrubar o Diablo, seja quem for esse.
— Certo. — Race cruzou os braços sobre o peito. — Não confio nele,
tanto quanto posso atirar nele. Levá-lo até lá é como estar no meio de um
campo e lhes pedir que atirem você com um laser. Ele é um grande risco.
— Nós discutimos isso. — Brice comentou. — Ari diz que é confiável.
Race bufou.
— Bem, nem todos nós enfiamos o nosso pau nele, enfiamos?
Desculpe-me por não ter o mesmo nível de confiança.
— Não fiz isso. — Ari olhou para o irmão.
— Ah, então recebeu? — Race fez uma cara chocada.
— Nenhum dos dois. — Ari gemeu. — Por que todo mundo acha que
transei com ele? Não sou Brice. Não misturo negócios com prazer. Inferno,
estive correndo por minha vida nas últimas horas. Quase fui baleado na cabeça
por lasers e em todas as outras partes do meu corpo. Quando teria tempo para
pensar sobre trepar com ele?
— Quando mostrei a foto dele. — Bella comentou.
— Quando estavam na floresta juntos. — Comentou Brice.
— Quando estávamos nus. — Beckett entrou na conversa.
Todo mundo olhou para Beckett e Race apontou o polegar em direção
a ele.
— Veja.
Ari revirou os olhos.
— O plano é esse. Se quiser ir, então tudo bem. Se for a merda de
frango para me ajudar, então fique fora do meu caminho. Vou dormir um
pouco e vamos retomar isso amanhã ao anoitecer.
****
Beckett seguiu Ari para o quarto e fechou a porta atrás de si.
— Então, foder está completamente fora de questão? — Ari fez uma
careta e Beckett riu. — Estou cansado. Vim descansar, com você.
Ari olhou para a pequena cama.
— Duvido que seja grande o suficiente para nós dois.
— Bem, é a única que temos. — Beckett passou a mão sobre o rosto.
— Acha que isso vai funcionar?
— Suponho que sim. Vai chegar um ponto em que terá que se
escolher. Não haverá muito espaço para se mover, a menos que queira beijar
o chão. Já aviso, vou rir.
— Quis dizer a missão. — Beckett sorriu para ele e Ari fez uma
careta.
— Contanto que não nos traia. — Ari se sentou na cama e
desamarrou as botas. — Neste momento não me importo se faz ou não faz.
Preciso de férias desta vida. A morte não pode ser tão ruim.
Beckett sabia que a família de Ari o perturbava. Poderia não deixar
transparecer, como provavelmente estava acostumado a fazer, mas a situação
com Race e a situação entre ele e seu pai pesava em sua mente em cima de
todo o resto.
— Acho que não está bem. — Beckett estava sentado na beira da
cama e desfez as botas. — Sua família é uma loucura.
Ari deitou para trás com um braço atrás da cabeça.
— E você queria trabalhar voluntariamente para o meu pai.
Ele se estabeleceu ao seu lado.
— Sim, bem, esse pensamento passou. Seus irmãos acham que nós
estamos nos enroscando no momento.
— Eles sabem melhor.
Beckett sabia que não deveria ficar ofendido, mas a falta de interesse
de Ari realmente começou a incomodá-lo. Poderia ser que sua mente estivesse
focada em terminar com o pesadelo dos assassinos modificados ou realmente
não estava interessado. De qualquer maneira, Beckett não gostou. Poderia,
pelo menos, tentar mais uma vez.
— Não sou contra isso, você sabe. — Beckett estava com a mão
sobre o estômago.
— Deixou isso bem claro durante toda a noite.
Beckett estreitou os olhos.
— Não sou seu tipo?
Ari riu.
— Você é pior que Jai. Realmente é. Não é de admirar que Race não
goste de você.
Beckett se sentou.
— Estou supondo que é um insulto.
Ari envolveu sua mão grande em torno de braço de Beckett e o
arrastou de volta para o colchão.
— Cale a boca. — As longas pernas de Ari se entrelaçaram com as de
Beckett enquanto ficavam lá, deitados juntos na cama, o silêncio era quase
ensurdecedor. Ari pressionou o rosto na curva do pescoço de Beckett. Sua
respiração quente acariciou sua pele fornecendo um delicioso conforto que
Beckett gostou. Talvez o sexo não fosse o que precisavam hoje à noite. Afinal
de contas, estavam correndo por suas vidas e dormir era uma idéia muito
melhor.
— Bella sugeriu que te fodesse até a morte. — Ari murmurou. Sua
língua deslizou para fora e provou a pele de Beckett. — Isso é plausível?
— Sua família fala demais sobre me foder.
Ari levantou a cabeça.
— Bella não é da família.
— Certo. — Beckett olhou em seus olhos. — O que estou perdendo
aqui?
Ari soltou um suspiro e se sentou para puxar a camisa sobre a
cabeça. Beckett percorreu os deliciosos músculos de seu tórax e abdômen com
os olhos. Não sabia o que havia sobre o homem, mas o maldito era quase
perfeito.
— Bella e eu realmente não nos damos bem. — Ari se moveu para
ficar de frente. — Estava perto de me casar com ela por lealdade, mas nos
odiamos. Teria sido desastroso e todos sabiam disso. Ela procurou conforto nos
braços de Brice, que fodeu regiamente com ela. Não sei se é terrível na cama
ou não sabe o que fazer com as mulheres, mas ela voltou a chorar.
Beckett observou quando Ari baixou as calças. Seu pênis saltou para
frente em um convite para ele. A noite inteira Ari o insultou. Mas, não estava
fora de alcance. Queria saboreá-lo. Levá-lo. O olhar de Beckett vagueou para
cima até que encontrou o olhar de Ari. O outro homem levantou uma
sobrancelha arrogante em questão e Beckett lambeu os lábios.
— Vê algo que quer? — Perguntou Ari, completamente arrogante e
seguro de si.
Beckett deu de ombros.
— O sexo não era uma prioridade para você mais cedo. O que
mudou?
— Quem disse que alguma coisa mudou? — Ari se ajoelhou na cama
ao lado dele.
— Durmo nu.
Beckett bufou.
— Claro que sim. Com um pau duro.
Ari sorriu e se moveu sobre ele.
— Para um assassino mau, com certeza faz beicinho quando não
consegue o que quer.
Beckett abriu a boca para responder quando Ari beijou seus lábios,
selando-os. Oh Deus. Seu gosto era melhor do que Beckett imaginou. A língua
de Ari deslizou entre os lábios de Beckett, degustando, explorando. Seu pênis
engrossou, endurecendo mais do que já esteve durante toda a noite. Gemeu
de prazer enquanto suas mãos percorriam o corpo de Ari. Músculos duros
jaziam sob a pele lisa.
A boca de Ari rasgou a de Beckett quando empurrou sua camisa para
cima. Um som baixo na garganta de Ari preencheu o silêncio, enquanto
Beckett jogava a sua camisa para o lado. Suas mãos seguiram para as calças,
mas Ari o deteve.
— Deixe-me.
Os longos dedos de Ari desabotoaram a braguilha e puxaram o zíper
sobre a ereção de Beckett. Beckett vaiou quando seu pênis estalou livre. Ari
lambeu um caminho ao longo do seu estômago, ignorando completamente o
seu prêmio. Beckett estava em chamas. Sofria por algum alívio, mas parecia
que Ari queria provocá-lo e torturá-lo antes de Beckett receber o que desejava.
— Gosta de brincar com a sua presa, não é? — Beckett observou
enquanto um sorriso lento se espalhou pelo rosto de Ari. Foda-se, o homem
era lindo. Tinha linhas duras e bordas ásperas, mas quando sorria, seus olhos
se iluminavam. Quando estava excitado, nas profundezas escuras de suas íris
azuis a paixão queimava.
— Se queria um orgasmo rápido, deveria ter usado a sua mão em vez
de me incitar. — Ari sacudiu a ponta da língua sobre o mamilo plano de
Beckett. — Não provoque se não pode lidar com isso.
Beckett suspirou quando os dentes afiados de Ari levemente
mordiscaram sua carne sensível. Cada gota do seu ser queria assumir o
controle. Empurrar Ari contra o colchão e enfiar seu pênis profundamente
dentro do seu traseiro apertado. Estava pensando sobre isso durante toda a
noite, mas o olhar no rosto de Race quando pensou em Ari recebendo estalou
em sua mente. Ari nunca foi passivo. Para Beckett, não era um negócio tão
grande. Não se importava de ter aquele glorioso pau batendo nele, mas queria
o mesmo prazer que o seu amante. Pelo menos enquanto estivessem juntos,
pelo tempo que fosse.
Perdido em pensamentos, um raio cruzou os olhos de Beckett quando
a boca de Ari finalmente envolveu o seu pênis. Não estava prestando atenção
à realidade quando suas fantasias sobre Ari o dominaram. Agora o guerreiro
sexy estava chupando-o, arrastando sua língua ao longo do seu pau grosso
como se fosse a melhor coisa que já experimentou em sua vida. Beckett jogou
a cabeça para trás e empurrou seus quadris para frente, dirigindo seu pau
mais para baixo na garganta de Ari. A umidade quente era insuportável.
— Devagar. — Ari murmurou. — Deixe-me aproveitar você.
Beckett observou quando Ari puxou as calças para baixo o suficiente
para que sua boca pudesse provar as bolas de Beckett.
— Ah, foda-se.
Língua quente de Ari lavou sua carne sensível, seus lábios levemente
chupando quando continuou a brincar. Gotas de suor pontilhavam a testa de
Beckett quando agarrou os lençóis abaixo dele. Ari se ergueu brevemente,
para puxar as calças para fora. As pernas de Beckett se abriram implorando
para que Ari o chupasse.
— Por favor. — Beckett agarrou seu pau e o inclinou para Ari.
O maldito homem sorriu.
— Role.
Beckett estava ofegante enquanto tentava compreender o que Ari
disse. Sem esperar, Ari o ajudou a virar para o seu estômago e puxou seu
traseiro para o ar. Um longo dedo escorregou entre suas bochechas enquanto
Ari continuou a explorar o corpo de Beckett.
— Não vou aguentar muito mais. — Beckett agarrou o travesseiro na
frente dele. — Foda-me.
Em vez disso, Ari espalhou as bochechas de Beckett e a ponta
molhada de sua língua pressionou contra a entrada apertada. Suas bolas
doíam, apertadas enquanto Ari continuou sua provocação. Deslizou a língua
para cima e para baixo, pressionando levemente a ponta contra a abertura.
Beckett fechou os olhos, oscilando à beira do prazer. Essa língua quente e
molhada se movia para baixo sugando suas bolas doendo de novo para cima e
Beckett viu estrelas. Seu corpo inteiro ficou tenso quando seu orgasmo se
derramou dele, o prazer tão intenso que balançou todo o seu corpo. Ari chegou
ao redor e segurou o pau de Beckett, acariciando, puxando forte e rápido
enquanto o seu orgasmo diminuía aos poucos.
Beckett caiu contra o colchão, seu corpo inteiro gasto. Poderia morrer
agora e ainda seria um homem feliz, porra.
— Nem sequer pense em ir dormir. — Ari raspou os dentes ao longo
do traseiro firme de Beckett antes batê-lo levemente. — Não estamos nem
perto de terminar.

Capítulo Quatro

Beckett era perfeito e Ari não sabia por que diabos esperou tanto
tempo para tê-lo nu. Concedido, estava correndo para lidar com a sua vida e
de sua família, mas essas eram questões pequenas. Deslizou seus dedos para
dentro do canal apertado de Beckett e esticou a abertura estreita. Quente e
apertada. Empurrou seus dedos dentro dele, se inclinando para pressionar um
beijo em suas costas. Foda, o homem tinha um gosto bom. Não sabia o que
diabos era, mas queria adorá-lo com a língua. Talvez, se sobrevivessem aos
acontecimentos dos próximos dias, poderia ter a oportunidade de descobrir.
— Quero te provar. — Beckett comentou. — Pode ter a minha bunda
o quanto quiser, mas quero seu pau entre meus lábios primeiro.
Ari engoliu saboreando o sentimento. A necessidade intensa era algo
novo para ele. Teve seu quinhão de amantes. Alguns machos, algumas fêmeas
e nunca teve o desejo de explorá-los para saber do que gostavam e depois
lhes dar. Inferno, na maior parte do tempo era um bastardo egoísta e apenas
tomava, sem se importar se lhes deu qualquer coisa. Mas, não entendia por
que Beckett era diferente. Talvez fosse a coisa de vida ou morte acontecendo
ou o fato de que ambos iriam para a batalha, mais cedo ou mais tarde. Seja
qual for o motivo, não negaria o sentimento. Queria Beckett e ao mesmo
tempo, Beckett queria dar o que ele queria.
— Tome-o. — Ari se inclinou e o beijou antes de rolar para suas
costas. A maldita cama tremeu com seus movimentos e agarrou os lençóis
para evitar cair sobre sua bunda no chão.
Beckett esfregou o polegar ao longo da cabeça do pênis de Ari.
— Deveria te provocar como fez, mas acho que você não gostaria
muito.
Ari bufou.
— Você não gostou?
— Não neste momento. — Debruçou-se sobre ele e o engoliu.
Nirvana quente e molhado o cercou e tudo o que Ari podia fazer era
gemer. Pensou sobre a forma como Beckett provou em sua própria língua. A
forma como o seu corpo se contraiu enquanto o explorava. O homem é
fodidamente delicioso e sua língua má estava colocando-o através da mesma
tortura agradável que Ari lhe deu. Ari segurou a cabeça de Beckett enquanto
sua boca trabalhava ao longo do seu pênis, os fios curtos do cabelo eram
surpreendentemente suaves sob seus dedos. A forte mão masculina segurou
as bolas de Ari, enquanto a outra agarrou seu pênis pela base. Uma mão se
moveu para cima, a boca faminta de Beckett se moveu para baixo até que o
pênis de Ari bateu no fundo de sua garganta.
— Quanto de tortura é um jogo justo? — Ari perguntou, sua
respiração superficial e forte. Beckett se afastou e o olhou.
— Um pouco mais. — Beckett olhou para o pênis de Ari enquanto sua
mão manteve um ritmo constante.
— Do que você gosta? — A língua de Beckett banhou o comprimento
do pênis de Ari.
— Está indo muito bem assim.
Seu amante riu e o envolveu novamente. O aperto da boca de
Beckett no pau de Ari o deixou na borda. Suas bolas doíam com a necessidade
de gozar e queria que acontecesse dentro de Beckett. Brincar estava sendo
divertido, mas seu desejo ficou sério. O jogo acabou.
— Chega. — Ari empurrou os ombros de Beckett e seu amante
encontrou seu olhar quando seu membro deslizou de sua boca. Ari se moveu
para trás dele, agarrando seus quadris e o puxando contra o seu pau molhado.
— Vou te foder forte. É melhor agarrar a alguma coisa.
Beckett balançou sua bunda.
— Vá em frente.
Ari pegou seu pênis e pressionou contra a bunda de Beckett,
empurrou com força suficiente para fazer o outro homem suspirar. O canal
apertado cercou a ponta do seu pênis, enquanto segurava os quadris de
Beckett. Ari respirou profundamente e empurrou fundo, sentiu a aceitação do
corpo de Beckett quando se encaixou totalmente dentro com um impulso
longo. Mal esperou antes de se retirar e empurrar forte novamente. Beckett
agarrou os lençóis, suspiros suaves saíam de seus lábios com cada movimento.
Ari manteve sua promessa. Trepou com ele como um homem enlouquecido e
não diminuiu o ritmo punitivo de suas estocadas até que seu pênis
esvaziou dentro do homem. Caiu em cima do seu amante, sentindo o cheiro de
suor e sexo. Compartilharam um sexo selvagem e estavam completamente
satisfeitos. Beckett olhou para ele quando rolou para o lado.
— Já foi passivo?
Ari piscou algumas vezes.
— Algumas vezes. Por quê?
— Mais cedo, seu irmão disse isso e parecia completamente revoltado
com a ideia. Eu me perguntei se isso era uma coisa de família: ser sempre o
ativo.
Ari sorriu e fechou os olhos.
— Meu irmão é um idiota. Verá em breve, quanto mais tempo estiver
ao seu redor.
Beckett estendeu a mão, acariciando o peito de Ari.
— Se sairmos dessa vivos, vai me deixar ser o ativo com você? — Ari
se inclinou e o beijou. Beckett entreabriu seus lábios e chupou a língua de Ari.
Seu gosto era erótico e o ligou como uma droga. Como poderia se encontrar
caindo pelo seu inimigo? Quando Ari se afastou, Beckett olhou em seus olhos.
— Não é uma resposta, mas vai servir por agora. — Moveu-se, puxando o
cobertor debaixo dele e cobriu sua metade inferior.
Ari o olhou por um tempo. Não entendia muito o que estavam
fazendo. Isso começou como curiosidade então mudou para o desejo. Gostou
do homem desde o primeiro momento que o viu, perigosamente sexy em um
smoking. Seus sensuais olhos castanhos e seu sorriso com perfeitos dentes
brancos que brilhavam na iluminação da rua. Inclinou-se e o beijou novamente
antes de se mexer um pouco para puxar o cobertor sobre si mesmo.
— Se sairmos vivos, tenho certeza de que estará muito perto de fazer
o que diabos quiser de mim. — Ari se virou de lado ficando de costas para
Beckett. A mão de Beckett esfregou o braço de Ari.
— Não é divertido se, pelo menos, não colocar uma pequena luta.
Ari sorriu e colocou a mão sobre a de Beckett.
— Guarde a luta para o campo de batalha, amante. É onde ela é
necessária.
Os lábios quentes de Beckett pressionaram contra a nuca de Ari.
— Mas, você é tão sexy quando está irritado. Esteve fodidamente
irritado durante toda a noite e agora que está feliz, é estranho.
Ari puxou a mão de Beckett sobre o seu lado e uniu seus dedos.
— Dê-me um pouco de tempo e estarei de volta à maneira que gosta
de mim.
O som do ronco sexy de Beckett foi a última coisa que ouviu antes de
adormecer num sono tranquilo.
****
Beckett acordou primeiro e sorriu quando viu Ari. Ontem a noite foi
ótima. Menos a ameaça de morte e queria se deleitar com aquele momento um
pouco mais. No entanto, seu estômago roncou pela falta de comida e precisava
urinar. Depois de fazer o seu negócio no banheiro, saiu do quarto para
encontrar algo para comer. Bella estava sentada à mesa solitária e olhou para
cima de seu dispositivo quando o ouviu caminhando em direção a ela.
— Ficou toda a noite? — Perguntou Beckett.
— Não. — Bella olhou para o quarto. — Cheguei aqui há algumas
horas. Não queria te acordar. Race deve estar aqui em breve.
Beckett foi para a pequena máquina de alimentos e apertou o botão
para uma pilha alta de panquecas. Observou quando Bella olhou para ele.
— Você e Ari não se dão bem? Ou é um esforço fraterno?
Bella olhou para sua virilha e uma ligeira coloração cobriu suas
bochechas.
— Poderia colocar algumas roupas? — Beckett percebendo um pouco
tarde que estava num par de shorts. Ele deu um passo atrás de uma cadeira.
Bella suspirou. — Ari e eu temos um relacionamento estranho. Ele sempre
esteve lá para mim ainda que me odiasse desde o dia em que me mudei para
a casa de seu Pai. Não o entendo ás vezes.
Beckett se inclinou na cadeira em frente a ele.
— Dormiu com ele?
Bella não olhou para cima.
— Está perguntando por alguma razão ou ciúme?
— Perguntei para saber se isso seria um problema. Está apaixonada
por seu irmão ou trepou com ele?
Bella bufou.
— Ari e eu nunca dormimos juntos. Brice e eu não fomos tão longe
também. No caso de não ter percebido, no entanto, os homens gays não
gostam do que tenho para oferecer.
Beckett sorriu:
— Você tem alguém?
— Não. — Ela olhou de volta para baixo, desviando seu olhar.
— Quer que lhe apresente alguém? Conheço várias pessoas.
Bella olhou para ele.
— Se conhece varias pessoas, então por que estamos salvando o seu
traseiro?
Bom ponto.
A máquina de alimentos apitou e Beckett recuou para obter a sua
refeição. Apertou o botão para uma caneca quente de café fumegante e levou
os dois para a mesa. Bella olhou para ele em aborrecimento e revirou os olhos.
— Não sei por que está tão ofendida com o meu pênis. — Seus olhos
se estreitaram. — A menos que não esteja nesse tipo de coisa.
O queixo dela caiu e as bochechas avermelharam. Beckett riu
quando voltou para o quarto para encontrar algo para se cobrir. Pegando o
primeiro par de calças que viu, os puxou, olhando brevemente por cima para o
homem sexy ainda dormindo na cama. Sim, provavelmente deveria colocar
algumas roupas ou iria se envergonhar por andar por aí com uma ereção.
Voltou para a área principal da casa segura e se sentou na frente de Bella para
comer sua comida. Race entrou na casa segura e arqueou uma sobrancelha
para os dois juntos à mesa.
— Eu estava nu, mas ela me fez colocar algumas roupas. — Race riu
e pegou o assento vazio. — Bella é tímida. Ela não aprecia pênis como o resto
de nós.
— Então você é lésbica? — O riso de Race o surpreendeu. As
bochechas de Bella coraram ao ponto em que quase se desculpou. Ela não
disse nada e ele não sabia o que dizer a ela.
— Do que está rindo? — Ari veio pelo corredor vestindo um short e
coçando a cabeça enquanto olhava para eles.
— Seu amante sugeriu que Bella é lésbica. — Race continuou rindo
como se fosse a coisa mais engraçada que já ouviu. — Deus, na verdade,
estou começando a gostar dele.
Ari olhou para Bella.
— Eles são idiotas, Bella. Não lhes dê ouvidos. — Beckett olhou para
ela e por um segundo viu uma lágrima escapar de seu olho. Ela a golpeou para
longe e se levantou.
— Deixe-me saber quando Brice chegar aqui.
Ari suspirou e se sentou à mesa enquanto ela fugia para o banheiro.
— Por que tem que fazer isso? — Resmungou com os braços cruzados
sobre o peito.
— Oh, como se você nunca a provocasse.
— Eu não a fiz chorar. — Seus olhos rolaram para Race.
— Esqueci. As lágrimas de Bella são sua kryptonita.
Ari olhou para Beckett.
— Não o encorajei. Só fiz uma pergunta. — Defendeu-se Beckett.
Ari se inclinou para trás com o braço apoiado na cadeira ao lado dele.
— Ela não é lésbica. Ela é virgem. Meu pai não permite
relacionamentos no negócio, então ela não consegue experimentar o que todos
nós fazemos numa base regular desde que vive com ele.
Beckett se concentrou em sua comida.
— Mitch é tão protetor assim?
— Sim. Matei seu namorado depois de um encontro e Brice pode ter
assustado alguns caras para longe dela.
— Todos tem tesão por ela, mas ela não leva isso adiante. — Race
acrescentou.
— Não tenho tesão por ela. — Ari rosnou para ele. Race olhou
debaixo da mesa.
— Realmente? Porque seu pau diz algo diferente.
Ari resmungou:
— Você é um idiota de merda.
— Você foi o único para quem ela correu quando foi rejeitada por
Brice. Você age como se estivesse chateado porque não está atraído por ela
sexualmente.
Eu tentei... Ari soltou um suspiro.
— Podemos parar de falar sobre isso? Basta deixá-la em paz.
Beckett observou em silêncio enquanto comia. Ari estava
desapontado por não estar sexualmente atraído por Bella? Isso era
interessante. Tomou um gole de café e se virou para Ari.
— Acha que há comida suficiente para você? — Disse olhando para
Ari. — Trabalhei em seu apetite na noite passada.
Race sorriu.
— E você, grande irmão, disse que não enfiaria seu pênis nele. —
Seus olhos rolaram para Ari.
— Está me irritando esta manhã. — Ari rugiu.
—Tenho certeza de que posso colocar esse olhar severo de cabeça
para baixo. — Beckett colocou um pedaço de panqueca em sua boca e sorriu.
Provocá-lo era divertido.
— Quando Brice chegará aqui? Precisamos planejar e repassar o que
todos faremos hoje à noite.
— Ele faz o que quer, quando quer. Sabe disso. — Race se recostou
na cadeira.
Ari levantou e foi até a máquina de alimentos.
— Descobriu alguma coisa na noite passada?
Race suspirou.
— O composto vai ser uma cadela para invadir.
— Mas, é possível. — Comentou Beckett. — Bella tem as plantas
baixas e de onde precisamos ir.
Race olhou por cima do ombro.
— Isto é, se ela decidir conversar conosco novamente.
Ari sacudiu a cabeça.
— Vá pedir desculpas.
— Por quê? — Race se inclinou para frente. — Ela é muito sensível.
— E você é um idiota. — Ari pegou sua comida e a levou para a
mesa.
— Está bem. — Race concordou. — Tudo por causa da paz na família.
Ari olhou para Beckett depois que Race desapareceu de vista.
— Está certo de que podemos fazer isso?
Beckett assentiu.
— Não será fácil, mas não é completamente impossível.
Brice entrou na casa segura e se juntou a eles na mesa.
— Onde estão todos?
— Race foi se desculpar com Bella por ser um idiota. — Ari apontou
para o corredor. — Vá trabalhar sua magia.
Brice suspirou.
— Por que não podem passar sem uma babá? Fiquei sete anos longe
e você manteve tudo isso junto. Estou de volta a poucos meses e porra...Vocês
realmente não podem viver sem mim.
— Ah, nós amamos você, Brice. — Ari gemeu entre uma mordida de
sua comida. — Deveria se sentir feliz porque precisamos de você.
Brice bufou.
— Me sentiria feliz se crescessem. — Brice saiu para corrigir o
problema com Bella, deixando Beckett e Ari sozinhos novamente. Beckett se
levantou para se livrar do seu prato vazio e da caneca antes de retornar para a
mesa novamente. Inclinou-se e deu um beijo na bochecha de Ari.
— Vai dar tudo certo.
Ari o observou por um momento.
— Está confiante sobre isso?
— Claro. — Beckett se levantou até sua altura máxima. — Sempre
alcanço o meu objetivo. — E o faria. Era mortal quando necessário e essa era a
sua marca. Marquise lhe ensinou que a crueldade era a única maneira de
permanecer vivo no negócio. Esperava que Ari e seus irmãos tivessem a
mesma mentalidade ou todos estariam fodidos.
Capítulo Cinco

A escuridão da noite o atormentou. O composto estava


misteriosamente em silêncio e quase o provocava. As grandes paredes ao
redor da fortaleza tinham sensores de monitoramento para alertar sobre
quaisquer possíveis intrusos no lugar. Ari sabia que deveria ter feito o
reconhecimento por si mesmo, mas tinha confiança em seu irmão. Race
geralmente não errava e prestava atenção em mais detalhes do que qualquer
outra pessoa na sua família. Realmente esperava que seu irmão pegasse tudo
o que fosse necessário para a última noite. Nada era pior do que surpresas. Ari
bufou com seu pensamento. Tudo sobre a missão foi uma surpresa.
— Só tem cinco minutos para sair daquela parede. Se estiver em
qualquer lugar perto dela quando os sensores voltarem, estará morto. — A voz
de Bella soou alta e clara na sua orelha.
Ari lançou os olhos para Beckett.
— Qual será à distância?
Beckett sorriu e o homem não poderia parecer mais sexy. Ari lambeu
seus lábios tentando se concentrar. A última coisa que precisava era ter sua
mente focada na coisa errada e matar ambos.
— Assim que ultrapassarmos o muro... — Beckett disse enquanto
media a distância. — Existem sensores em todos os lugares, assim como
minas terrestres. São difíceis de ver no escuro, mas se pisar em uma, vai cair
o inferno sobre nós.
Ele assentiu. Tinham cinco minutos para escalar a parede e se manter
fora de vista no processo. A missão se tornou uma das mais difíceis que já
participou. Ari apertou a corda e olhou de relance para Beckett que olhava de
volta.
— O quê? — Ari perguntou, continuando com o seu trabalho.
Beckett encolheu os ombros.
— Momentaneamente distraído.
— Não. — Ari olhou para o topo da parede de quase nove metros. —
Não há tempo para distrações.
Beckett puxou a corda.
— Sim. Bem, não costumo trabalhar com alguém.
Para Ari, trabalhar com alguém era mais difícil do que trabalhar
sozinho. Preocupava-se constantemente se a outra pessoa cometeria um erro
desnecessário na sua linha de trabalho. Ele e seus irmãos trabalhavam bem
juntos. Foram treinados por anos em cada cenário possível, tanto a nível
individual como em grupo. Foi a sua queixa principal quando seu pai trouxe
Bella a bordo. Bella era um curinga. Deu uma olhada em Beckett. Enquanto
completamente capaz, Beckett era um curinga, também.
— Sabe se estamos fazendo certo?
Odiava não saber o que estava do outro lado. Estudou os mapas e
imagens de satélite que Bella conseguiu para ele. Estudou as plantas do andar
para saber que rota tomar e como cair fora se algo acontecesse. Race, Brice e
Bella estavam no perímetro externo com capacidade limitada de resgate se
algo acontecesse. Não havia nenhum plano B, Ari percebeu. Teria que fazer o
trabalho ou morrer tentando.
— Está pronto? — perguntou Bella no fone de ouvido.
— Lembre-se de que é uma abertura de cinco minutos. É tudo o que
posso fazer.
Ari arrumou a garra de escalar e esperou a liberação para prosseguir.
Beckett estava a poucos metros dele, ambos prontos para escalar a parede.
Uma vez que chegassem ao topo, tinham um período curto de tempo para
mudar a direção e descerem antes que os sensores voltassem. Era uma tarefa
difícil, mas apenas o começo de um desafio ainda mais difícil.
— Os sensores estão fora.
Ari jogou a garra sobre o topo da parede e puxou. Uma vez
enganchada, começou a subir. Beckett fez o mesmo, subindo a parede como
se estivesse andando na rua. Quando chegaram ao topo, a espessura de cinco
metros forneceu a eles um estreito espaço para reajustar seus equipamentos e
começar a descida. Ari se ajustou e começou, fazendo o outro lado em menos
de um minuto. Beckett o seguiu, puxando a garra do topo. Ambos deixaram o
equipamento fora de vista antes de Ari finalmente se virar para ver o composto
pela primeira vez.
Era maior que o do seu pai. O Rei e seus familiares certamente
tinham dinheiro e gastaram uma boa quantidade na construção da fortaleza
perfeita. Beckett agarrou o braço da Ari apontando para o chão.
— Sensores de alerta para intrusos. Estão por toda parte. Cuidado.
O jogo de amarelinha parecia interminável. Cada etapa teve de ser
calculada e com as suas grandes botas esteve perto de ultrapassar os limites.
Beckett se movia como um ninja. Ari não podia evitar a curiosidade de saber
se ele foi treinado para fazer isso. Talvez fosse por isso que este cara, Diablo,
queria todos os homens treinados por Marquise mortos. Eles sabiam muito e
não poderiam ser manipulados com uma injeção.
— Os sensores estão voltando. Por favor, me diga que se afastaram
da parede.
A voz do Bella tinha uma ligeira preocupação que seria comovente se
não estivesse no meio de uma missão altamente letal.
— Área livre. — Ari disse em sua pulseira.
Beckett o olhou de relance. Falar era desnecessário. Beckett deixou
claro que a segurança do lugar pegava todo e qualquer movimento. Ondas
sonoras eram as mais fáceis de encontrar.
— Atualize quando puder.
Beckett foi o primeiro a alcançar a porta do edifício. Ele informou que
a segurança geral do lugar não se preocupava muito com os intrusos
internamente. Se pudessem escalar o muro e alcançar o prédio passando pelos
sensores de alerta, então podiam caminhar pela porta da frente sem
problemas.
E estava certo.
Beckett soltou suspiro suave e se virou para Ari. A escuridão dentro
estava mais intensa que a de fora sem o suave brilho da lua sobre eles. Ari
passou por todos os sensores infravermelhos com Beckett, sabendo que, não
necessariamente disparariam um alarme se fossem vistos, mais gravariam sua
existência no sistema de segurança. Teria que ser incrivelmente corajoso para
invadir o composto e tentar derrubar o chefe da equipe de assassinos, mas
como muitos casos de merda do seu pai, este definitivamente se adaptava a
Ari muito bem. Afinal de contas, não o chamavam de guerreiro por nada.
— O centro de controle fica em uma desses três salas. — Beckett
apontou para a primeira. — Vamos começar por aqui.
Durante o interrogatório, Beckett informou que não havia uma sala
de controle no composto. Sabia que havia três áreas restritas, mas onde
estavam se metendo ainda era um mistério. Ari estava preparado para o pior.
Seus irmãos costumavam provocá-lo sobre todas as armas que transportava e
as bombas de fumaça para dissuadir as pessoas de persegui-lo. Por
experiência, salvaram sua pele mais de uma vez.
Beckett procurou na porta por qualquer tipo de sensores. Não havia
nada. Chegou à porta e abriu. Ari apontou uma lanterna para dentro e viu que
a sala misteriosa não era nada além de um armário de zelador. Deu um
confuso olhar a Beckett antes do homem fechar a porta.
A sala número dois era a próxima. Ficava no lado oposto do corredor
e parecia mais intrigante. Ari olhou ao redor, seus instintos em alerta.
Ninguém estava no prédio. Era uma empresa ultra-secreta que controlava
guerreiros mortais que eram soltos na cidade, mas não se via ninguém.
Ninguém a protegia. Ele agarrou o braço de Beckett.
— Tem algo errado. — Respirou fundo para acalmar seus nervos. —
Não há ninguém por perto.
Beckett lambeu os lábios.
— Ah, eles estão por aí. Você não quer encontrá-los.
Ari lutou com a idéia quando Beckett abriu a porta. Uma varredura
rápida com lanterna em torno do quarto revelou algum tipo de câmara de
tortura. Ari notou um sistema de restrição e diversos dispositivos, incluindo
eletrodos para infligir dor. Beckett engoliu em seco e saiu da sala, fechando a
porta atrás dele.
— Motivo número um, você não tem um motivo.
— Acho difícil de acreditar que ninguém está protegendo a sala de
controle. — Olhou ao redor. — Parece fácil demais. E quando parece fácil
demais, costuma ser uma armadilha.
Beckett olhou com ele.
— Como se fosse matar um alvo?
O cabelo na parte de trás do pescoço de Ari se arrepiou. Beckett deu
um passo para trás e uma luz vermelha começou a piscar na outra
extremidade do corredor. Pelo que sabia, Ari estava preso. Tinha sido pego e
não havia nada para salvá-lo. Estava dentro das linhas inimigas e
completamente preso.
Assassinos vieram de ambos os lados do corredor e prenderam Ari
em questão de segundos. Beckett simplesmente ficou parado, vendo quando o
arrastaram para dentro da sala de tortura e o amarraram ao dispositivo que
parecia diabólico.
Beckett ficou de lado quando um homem mais velho entrou no
quarto, com um sorriso satisfeito no rosto. Ari caiu direitinho na armadilha.
Que todos se fodam.
— Bem, bem, bem. Se não é um dos infames rapazes Wilder.
O homem mais velho sorriu enquanto mantinha o seu olhar sobre
Beckett.
— Ari, né?
Beckett não olhou de volta. Ficou de lado, braços dobrados como o
covarde que era. Ari estava com tanta raiva, que provavelmente era uma coisa
boa que estivesse amarrado.
— Bom trabalho, Dekker. — O homem mais velho bateu o dedo
contra o queixo. — Tire tudo. Quero todas as suas armas e todo o
equipamento tático.
Beckett veio em direção a Ari, hesitante. Não encontrou os olhos de
Ari enquanto o desarmava de tudo o que carregava. Em seguida segurou a
camisa de Ari e a rasgou do seu corpo.
— Está morto.
Beckett finalmente olhou para cima e com as mãos abriu as calças de
Ari.
— Confie em mim. — Sussurrou.
Ari se empurrou contra ele, furioso, as correntes o seguraram no
lugar. Com as calças fora de seu corpo, deixando-o pronto para o que fosse
que este homem sem nome queria fazer.
— Ah. — O velho olhou para ele com aprovação.
— É difícil acreditar que Mitch é o responsável pela criação deste belo
espécime masculino. Se não fosse seu filho, repensaria meus planos para você.
Beckett estava de lado.
— Posso ser dispensado agora?
O velho sorriu.
— Não quer ficar e assistir?
Beckett limpou sua garganta.
— Sinceramente, não. Não torturo, mato. Sabe disso.
O homem mais velho assentiu.
— Bem. Deixe-me apreciar o presente que me deu em particular.
Foi para uma mesa próxima e pegou um flogger¹ com várias caudas,
significava que tiraria sangue. Ari assistiu Beckett sair do quarto, o covarde,
deixando-o nas mãos deste lunático.
— Quem é você? — Ari perguntou.
O homem mais velho sorriu.
— Muitos me chamam de Diablo. — Olhou para Ari com uma
escuridão doente enchendo seus olhos. — Seu pai me chamava de Santo.
Mitch nunca falou de mim?
Ari franziu a testa.
— Por que meu pai mencionaria você?
O homem bufou e recuou o flogger.
— Porque matei o alvo do todo-poderoso Mitch há treze anos.
O chicote atingiu a pele de Ari, mas em seus ouvidos soou a
informação que Diablo lhe deu. Este era o cara que ficou frente a frente com
seu pai. O único cara que Mitch não matou.

Capítulo Seis

Beckett saiu da sala com calma e sacudiu a cabeça de um lado para o


outro. Cinco minutos. Isso era tudo o que tinha para desativar o controle sobre
os assassinos. Durante todo o planejamento de poucas horas atrás, sabia que
não poderiam entrar e apertar um botão sem as coisas ficarem sangrentas e
pessoas acabarem mortas. Era bom no que fazia, mas não era bom o
suficiente para assumir todo um exército de assassinos geneticamente
modificados. Foi quando bolou um plano envolvendo o Diablo. Conseguiu que o
velho tirasse os assassinos da sua cola e, em troca, lhe entregaria Ari. Foi uma
boa ideia no momento. Ari poderia suportar um pouco de dor. Deus sabe quais
habilidades ele havia conseguido por ter sido treinado por Mitch. Isso deu a
Beckett tempo suficiente para chegar à sala de controle sem ter que lidar com
Diablo e seu exército. Uma vez que estivesse lá, poderia desativar o controle e
então tirar Ari dessa confusão.
Beckett esperava que seu plano maluco funcionasse. Chegou à sala
de controle e localizou quatro sensores. Um velho truque que Marquise lhe
ensinou para desativar a segurança servia como uma luva nessas situações.
Ele escaneou o punho da camisa sobre os sensores e os deixou registrar o
sinal. O sistema do computador entraria em atividade, mas não alertaria
ninguém por não estar autorizado. Passou pelo primeiro obstáculo e foi para o
próximo. A porta estava definitivamente bloqueada e não por algum ferrolho
frágil. Era biônico, o que significava que teria que enganar o sistema para
entrar ou ter o código genético para ser reconhecido pelo sistema. Beckett foi
com enganar o sistema. Se alguém estivesse monitorando a sala de controle,
saberiam agora que havia um intruso lá. Uma vez que abriu a porta, encontrou
telas enormes que cobriam três paredes com várias atividades acontecendo
em cada uma delas. Assistiu um soldado matar uma mulher inocente em rua
pública e rapidamente correu para o sistema principal para descobrir como
pará-lo.
Respirando fundo, lembrou-se do que Bella lhe disse. Para desarmar
o sistema precisaria que ele entrasse em curto. Ou puxar o plugue. Nenhum
seria fácil. Não era um nerd da informática e definitivamente não estava
atualizado sobre os avanços para assassinos em formação. Não sabia se
acabar com o sistema mataria os homens ou se eles seriam libertados da
escravidão colocada sobre eles. De qualquer maneira, precisava fazê-lo e ainda
teria que conseguir tirar ele e Ari dali.
Começou a digitar no teclado e nada aconteceu. Uma luz vermelha
piscou e sabia que dentro de instantes, teria visitantes. Beckett puxou sua
arma e começou a disparar laser nas telas. Danificou-as, mas não parou o
programa. Estava correndo contra o tempo. Apontou o laser para um suporte
preso a parede e atirou nele. O sistema entrou em colapso, alarmes
começaram a soar. O som era tão ensurdecedor que não ouviu os passos atrás
dele. Com o canto do olho, viu homens correndo para a sala e Beckett atirou
com seu laser neles. Três foram para baixo e provavelmente mais estavam
vindo. Tirou o disco de dentro do sistema e o guardou no bolso antes de sair
correndo da sala.
Diablo estava próximo.
Dentro da sala, Ari estava uma confusão sangrenta. Beckett sentiu
um aperto no peito por deixá-lo nas mãos de um louco, mas não podia deixar
isso impedi-lo de completar a missão. Bateu em Diablo na parte de trás com a
coronha do laser e o velho caiu no chão. Beckett alcançou algumas algemas e
algemou seus pulsos a um gancho no chão antes de correr para Ari.
— Não fique chateado comigo agora. — Beckett o soltou, odiando
cada segundo que o sangue escorria do corpo de Ari. — Você está bem?
Consegue andar?
Ele acenou com a cabeça uma vez e Beckett entrelaçou os dedos nos
de Ari, puxando-o para fora da sala. Usando seu laser, atirou nos três homens
vindo em direção a eles e empurrou Ari para o corredor. Ari pegou a arma
extra no quadril de Beckett e ajudou a atirar nos assassinos que vieram depois
deles.
Uma vez que se livraram deles, Beckett sugou uma lufada de ar
fresco.
— Não vamos voltar pela frente. Há uma tirolesa na parte de trás e
será mais fácil do que ter que escalar a parede.
Beckett lançou um olhar para Ari, que simplesmente o encarou.
— Eu sinto muito, mas tive que fazer isso para conseguir chegar na
sala de controle. Voltei para você. Não te deixaria lá com ele.
Ari olhou para a direita.
— Onde está a tirolesa?
Beckett o levou para a parte de trás do complexo e subiram a escada
até a tirolesa enquanto a busca por eles aumentava. Sentiu como se estivesse
fugindo da prisão com os holofotes e os cães latindo à distância. Mostrou a Ari
a tirolesa e pegou as alças.
— Segure-se em mim.
Ari passou os braços em torno de Beckett e pela primeira vez
desde que o resgatou, Beckett pode ver o estrago que Diablo fez. Ele beijou
levemente o lado da cabeça de Ari e saltou da borda, enviando-os para a
escuridão. Ari apertou os braços envolta dele e naquele momento, Beckett
desejou que tivesse lidado com isso de forma diferente. Provavelmente não se
recuperariam disso, e havia uma boa possibilidade de que se Ari não o
matasse, Race ou Bella fariam por ele.
Reduziram a velocidade até parar e Beckett soltou as alças. Ele e Ari
correram e se esconderam entre as árvores. Ele conhecia a área, mas também
sabia que existiam armadilhas por todos os lados. Não estavam longe o
suficiente do complexo para estarem seguros ainda.
— Está bem para andar?
— Por quê? Diablo me chicotear não fazia parte do seu plano?
Beckett lambeu os lábios.
— Não havia outra maneira de entrar naquela sala de controle. Eu o
sacrifiquei por cinco minutos para salvar o planeta. Deveria me agradecer por
isso.
— Agradecer! — Ari explodiu. — Está brincando comigo porra?
Beckett esfregou a testa.
— Não estamos seguros ainda. Nós realmente não precisamos falar
sobre isso até estarmos longe deste lugar. Ele vai atirar em nós e atirando pra
valer. Precisamos sair daqui.
— E para onde diabos acha que deveríamos ir?
Beckett suspirou.
— Sua casa segura?
Ari bufou.
— Está bem longe daqui e estou fodidamente nu.
— Tem mais de uma. Sei que tem.
Ari revirou os olhos.
— Eu deveria atirar em você agora.
Beckett sabia que não iriam a qualquer lugar com isso entre eles. Ele
puxou sua arma e a entregou a Ari.
— Vá em frente.
Ari não a pegou. Em vez disso, ele se afastou de Beckett, indo em
direção ao sul. Beckett o seguiu silenciosamente, ambos fazendo o seu melhor
para se manterem silenciosos enquanto caminhavam pela floresta.
— Está tudo bem? — A voz desconexa de Bella veio pelo fone de
ouvido.
Ari levou o pulso aos lábios.
— Sim. Encontre-nos na casa segura.
Beckett sentiu um pouco de alívio quando Ari usou a palavra nós.
Pelo menos não tinha planos de excluí-lo por agora de qualquer maneira. Eles
caminharam pelo o que pareceu uma eternidade. O terreno era áspero e as
pernas expostas de Ari ficavam batendo nos ramos espinhosos. Ele não se
queixou embora. Ele simplesmente continuou sem dizer uma palavra a
Beckett.
A casa segura foi uma surpresa quando finalmente a encontraram. Ari
a destrancou e deixou que entrassem. Bella, Race e Brice esperavam por eles
quando chegaram. Bella engasgou quando viu Ari e imediatamente correu para
ele.
— O que aconteceu?
Ari sacudiu a cabeça.
— Estou bem. Preciso de um banho e algumas roupas.
— Eu tenho um pouco de pomada para esses cortes. — Bella correu
para a bolsa e tirou um tubo de alguma coisa. — Elas vão curar rapidamente.
Ele a pegou e seguiu pelo corredor lateral em direção ao que Beckett
pensava que fosse o banheiro. Ele engoliu em seco, sentindo a tensão na sala
enquanto três pares de olhos se voltavam para ele, todos à espera de
respostas.
— Consegui desligar o sistema. Diablo não pode mais controlar o
exército de assassinos. Não geneticamente de qualquer maneira.
Bella estendeu a mão e Beckett enfiou a mão no bolso para pegar o
disco. Ele o entregou para ela e encontrou os olhares decididos dos irmãos de
Ari. Ele respirou fundo. Não estaria dizendo nada.
— Quer fazer isso do jeito fácil ou do jeito difícil? — Race cruzou os
braços sobre o peito.
Beckett lambeu os lábios.
— Fizemos o que precisava ser feito.
— Então por que diabos meu irmão está espancado como o inferno,
sangrando e nu, enquanto você não tem não tem um arranhão e está
completamente vestido? — Brice estava com tanta raiva que mal conseguia
pronunciar as palavras.
Beckett soltou um suspiro reprimido.
— Fomos surpreendidos. Tive que resgatar Ari. Não é tão ruim quanto
parece.
— Não é tão ruim quanto parece? — Race deu alguns passos para
mais perto dele. — Que tal eu te espancar, aí pode me dizer se não é tão ruim
quanto parece.
— Deixem ele em paz. — A voz de Ari veio do corredor. — Beckett
me resgatou de Diablo.
Ari tinha colocado em um par limpo de shorts, embora tenha
dispensado o chuveiro. Ele se juntou a eles na área principal, se sentou no sofá
grande e esperou para que se juntassem a ele.
— Diablo é um antigo rival do Pai. Ele está chateado com o Pai e quer
continuar a sua rivalidade. Ele me queria morto, mas resolveu me açoitar
primeiro. Beckett chegou a tempo para me salvar de algumas técnicas cruéis
de tortura.
— Por que estavam separados? — Race se sentou no sofá ao lado
dele. — O plano era irem juntos e ficarem juntos caso algo como isto
acontecesse.
— Sim, bem, a sala de controle estava bloqueada e a única forma de
entrar era chamar a atenção para longe dela. Eu fui com Diablo, enquanto
Beckett foi destruir o sistema.
Beckett assistiu os irmãos de Ari quase acreditando nele. Ele manteve
sua traição para si mesmo e Beckett não podia deixar de se perguntar o
porquê. Fora do complexo, ele estava furioso. Sabia que corria o risco de
perder Ari, mas Beckett estava pensando somente na missão. Fazer o que
fosse necessário para eliminar o alvo. Uma grande parte dele se arrependeu de
ter entregado Ari, mas ao mesmo tempo, tentou dizer a si mesmo que foi
treinado por toda a sua vida para fazer isso. A missão vinha em primeiro lugar.
A humanidade em segundo. Não deu certo embora. Ari não era apenas
alguém. Ele era diferente, e Beckett estragou tudo.
Bella se juntou a eles.
— Informei Mitch. Ele está a caminho.
Race foi o primeiro a reagir.
— Por que diabos fez isso?
— Porque ele precisa saber o que aconteceu. O bastardo doente
machucou Ari. Por que eu não diria a Mitch?
Race revirou os olhos.
— Porque lidamos com a nossa própria merda sem correr chorando
para o Papai quando as coisas explodem.
— Todos vocês choram para Mitch e ele sempre diz para vocês se
virarem. Desta vez ele realmente vai ajudar e não querem sua ajuda. Vocês
estão todos fodidos.
— Sim, e adicionar Papai a mistura não vai torná-lo melhor. — Race
parecia completamente enojado com a ideia.
Beckett encontrou o olhar de Ari e se perguntou o que ele achava. Ele
parecia entender o raciocínio de Beckett, mas isso não significava que não
havia danos entre eles. Honestamente, não sabia se havia um ”eles” mais.
Anteriormente fizeram sexo, embora tivessem conversado sobre repetir a
experiência depois que o sistema fosse desativado. Duvidava seriamente que
Ari quisesse estar perto dele agora e provavelmente não no futuro.
Ari mudou de posição no sofá e respirou fundo.
— Estou indo ao médico conseguir alguns curativos antes do pai
chegar. A última coisa que preciso é dele esfregando na minha cara que não
consegui me defender.
Antes de Ari sair, um homem que só poderia ser o infame Mitch
entrou na casa segura com uma carranca no rosto.
— O que diabos está acontecendo? Está dizendo que esse cara,
Diablo, é aquele que matou o meu alvo vários anos atrás?
Ari esfregou a testa.
— Isso foi o que ele disse. Ele é o Santo. Pensou que me matar
acrescentaria algum divertimento a sua rivalidade.
Todo o comportamento de Mitch mudou quando Ari mencionou o
nome do cara. Ele olhou fixamente para seu filho, observando os cortes de
chicote deixados para trás.
— Ele fez isso?
Ari olhou para baixo. Ele tinha sangrado no sofá de cor creme.
— Sim. Teve grande prazer nisso, também.
De acordo com as crianças Wilder, Mitch não era um homem
carinhoso. Beckett ouviu falar de algumas das coisas que ele tinha feito ao
longo dos anos e inicialmente o admirou por isso. Assassino. Implacável.
Intenso. Era o melhor no negócio e todos sabiam disso. Mas, a partir da
história de Race e a reação de Ari, Beckett sabia que Mitch não mostrava muito
apoio aos seus filhos. Enquanto ele não conhecia seu próprio pai, Marquise era
a coisa mais próxima que teve de um e ao menos, ele o elogiava por um
trabalho bem feito. Não conseguia essa vibe de Mitch. Mitch parecia como se
quisesse matar alguém e Beckett não tinha certeza se era Ari ou Diablo.
— Será que completou a missão? — Mitch finalmente perguntou.
— Está brincando comigo porra? — Race se levantou, cara a cara com
seu pai. — Ele o espancou e está preocupado com a missão? Você é um
bastardo doente. O que diabos está errado com você?
Brice se colocou entre eles, puxando Race para trás.
— Sente-se. — Ele empurrou seu irmão, não muito gentilmente, em a
uma cadeira próxima.
— Não estou morrendo, Race. Estou bem. — Ari se levantou do sofá e
fez um movimento para passar por seu pai. — Nós completamos a missão,
mas Diablo ainda está vivo. Tenho certeza de que estará vindo atrás de nós,
então acho que de uma alguma maneira estraguei tudo uma segunda vez.
Mitch agarrou o braço de Ari quando tentou passar por ele.
— Isso é problema meu. Não deveria ter deixado você ir para lá por
conta própria. Me desculpe.
Beckett observou quando Ari ficou visivelmente chocado. Brice e Bella
tinham uma aparência de choque em seus rostos pelo seu pedido de
desculpas, enquanto Race simplesmente rosnou no canto.
— Sou um guerreiro. Não quebro fácil.
— Sim. Eu suponho. — Mitch deixou Ari ir. — Puxou isso de mim.
Ele se virou para Bryce e Race.
— Digam-me tudo o que sabem sobre ele.
Ari olhou para Beckett antes de sair da sala. Beckett decidiu segui-lo,
em vez de ficar com a família. Ari entrou em um quarto agradável, franzindo a
testa quando Beckett o seguiu.
— Não disse a eles que te traí. — Beckett se sentou na beirada da
cama. — Por quê?
— Eles te matariam. — Ari escorregou seus shorts de seus quadris. —
Se alguém vai fazer isso, serei eu.
Ele virou seu belo traseiro para longe e desapareceu dentro do
banheiro. Beckett ficou sentado ali por um momento, ouvindo a queda da água
da ducha. Ele sabia que tinha algumas bundas para beijar. De pé, ele
descartou todo o seu armamento. Sua roupa foi a próxima. Não sabia o que o
futuro reservava, mas estava tentaria compensar a sua decisão.
O banheiro era típico considerando a decoração elegante do resto da
casa. Ari estava no fluxo lavando o sangue e suor do seu corpo. Beckett abriu
a porta e entrou.
— Deixe-me ajudar. — Disse Beckett, girando Ari para encará-lo. Os
numerosos jatos fizeram um grande trabalho massageando e aliviando a
tensão e Beckett aproveitou a oportunidade para passar a mão suavemente ao
longo dos vergões de Ari. — Precisa entender. Eu sabia que poderia lidar com
isso e sabia que iria tirá-lo de lá. Se tivesse dúvidas, teria feito algo diferente.
— Poderia ter me dito.
— Precisava que me odiasse. A autenticidade da minha traição tinha
que ser real ou ele teria suspeitado de algo. — Beckett alisou a mão ao longo
do estômago de Ari. — Além disso, não tinha certeza de que poderia fazê-lo
até que você começou a questionar a falta de pessoas ao redor. Disse a mim
mesmo que você sabia que algo estava errado e que tínhamos que fazer algo
drástico para conseguir completar a missão.
— Sabia que eu poderia lidar com isso?
Beckett não chegou a encontrar seu olhar.
— Sim. Você pode lidar com qualquer coisa e faz isso com uma calma
que nunca vi antes.
— Sabia o que ele fazia naquele quarto?
— Ouvi rumores. — Beckett engoliu. E não foram bons.
Ari abaixou a cabeça.
— Está brincando comigo porra?
Beckett afastou a mão.
— Eu não ia demorar mais do que cinco minutos. Sabia que cinco
minutos era muito tempo para você, mas se fizesse ou não fizesse o trabalho,
estaria voltando para você. Isso nunca esteve em questão.
Ari sacudiu a cabeça.
— Não sei o que te dizer agora.
Beckett deu um passo para trás e encostou-se à parede do chuveiro.
— Eu sei. Me desculpe. Gosto de você e tive que correr esse risco
para completar a missão. Gostaria que pudesse entender.
A água foi desligada e Ari saiu do box. Beckett viu quando ele entrou
em um tubo de secagem e o ligou. Observou Ari por um momento antes de
decidir que precisava lhe dar algum espaço. A confiança foi quebrada entre
eles e duvidava que algum dia seria restaurada. Beckett voltou para o quarto e
decidiu encontrar algumas roupas limpas. Talvez, ir embora fosse o melhor a
fazer agora.
Capítulo Sete

Ari cuidou de suas feridas e se deitou na cama. Não tinha nenhum


desejo de se levantar e fazer qualquer coisa. Bella bateu na porta e entrou
sem esperar pela sua resposta.
— Você está bem?
— Estou bem.
— Sabe que Mitch está lutando por você. Ele, Race e Brice foram
atrás do Diablo.
— Apenas outra maneira de demonstrar que sou fraco.
Ela se sentou na cama ao lado dele.
— De modo nenhum. Acho que foi necessário um tremendo
autocontrole para não esmurrar Beckett.
Ari fez uma careta.
— Por que iria querer fazer isso?
Ela estreitou os olhos.
— Ele nos contou o que aconteceu. Acho que Race estava pronto para
agarrar o pescoço dele, mas Mitch o segurou antes que conseguisse.
Ari revirou os olhos.
— Beckett não sabe fodidamente como seguir um plano.
— E isso faz dele perfeito para você. Você nunca segue o plano.
Ari sentou-se.
— Você está bem com o que ele fez?
Ela respirou fundo.
— Nenhum pouco. Mas, entendo. Você é durão, Ari. Mitch estava
certo quando disse que puxou isso dele. Também é um burro teimoso.
— Outra coisa que puxei dele?
Bella sorriu.
— Você disse isso, não eu.
Ela o abraçou. Ari estava com tanto frio, tinha esquecido como era ter
a sensação do corpo de alguém o cobrindo com calor. Esfregou as costas dela
e colocou seu rosto em seu ombro.
— Onde está Beckett?
— Não sei. — Bella se sentou. — Se o homem é algo parecido com
você, provavelmente foi até o Diablo sozinho, fazendo Mitch, Brice e Race irem
atrás dele. Vamos esperar que não comecem a atacar um ao outro. Race
estava muito chateado.
Ari se moveu para a beira da cama.
— Preciso de umas férias.
Colocou as suas roupas e se dirigiu para o arsenal. Assim que
terminou de se armar, encontrou Bella na sala de comando. Ela estava sentada
à mesa brincando com seus equipamentos tecnológicos. Ari se aproximou e
beijou o topo da cabeça dela.
— Irei ver em quantos problemas eles conseguiram se meter. Vai
ficar aqui?
Bella acenou com a cabeça.
— Estarei aqui segurando as pontas se alguém precisar de alguma
coisa. Além disso, Mitch me disse que não queria que chegasse a nenhum
lugar perto do Diablo.
Ari assentiu. Seria melhor mesmo. Saiu da casa segura e voltou para
o complexo da família Real. Não sabia como tinham conseguido invadi-lo
novamente, mas precisava ficar alerta para o caso de qualquer coisa dar
errado.
Entendeu o raciocínio de Beckett, mesmo que não gostasse. Estava
acostumado a trabalhar com seus irmãos e os métodos de outra pessoa o
enervavam. Brice teria ido com armas em punho e, provavelmente, acabaria
fazendo todos morrerem. Race era mais calmo, mas desistiria da missão em
favor de Ari. O apego pessoal teria se tornado um problema com eles e Mitch
pregava fortemente sobre os perigos de um envolvimento emotivo neste
negócio. Nenhum de seus irmãos o teria sacrificado como um chamariz para
fazer o que fosse necessário. Ari tinha que admitir, não gostava da ideia de ser
usado como sacrifício, mas se isso significasse que o exército seria derrotado,
seria uma coisa boa.
Não estava agradecendo a Beckett, no entanto.
Quanto mais se aproximava do composto, mais alto o barulho se
tornava. Havia de fato uma guerra acontecendo e precisava ver no que diabos
estaria se metendo. Ari olhou para uma árvore e suspirou. Ele e seus irmãos
costumavam subir em árvores o tempo todo quando eram mais jovens. Foi o
prefácio de escalar edifícios e acostamentos usando uma corda. Ao que parece
teria que fazer isso novamente, uma vez que era a única opção viável, alta o
suficiente e escondida da vista.
— Assim como andar de bicicleta. — Murmurou.
Caminhou até a árvore, percebendo um pouco tarde demais que tinha
vários quilos de músculo a mais agora do que naquela época. Foi necessário
algum esforço, mas subiu alto o suficiente para ver o que estava acontecendo.
— Bella? — Ari falou em sua pulseira.
— Sim?
— Pode me dizer o que está acontecendo? Só vejo o caos, mas não
tenho um bom ponto de vista do composto.
Esperou ouvindo os zaps altos dos lasers e os estalos do tiroteio.
Saber qual lado sairia vencedor tornou-se mais difícil quanto mais tempo
assistia. Tentou se lembrar do trajeto antes de ter sido preso e açoitado. O
corredor levava para a sala de controle. Não faria sentido para Diablo se
esconder, mas se o homem soubesse que Mitch estaria chegando,
provavelmente iria querer fazer um banho de sangue infernal disso. Não podia
imaginá-los lutando perto do centro de controle, mas recordando o layout do
composto, realmente não sabia onde começar a procurar.
— Ok. — A voz de Bella soou em seu fone de ouvido. — Pelo que
posso dizer, via satélite, dois homens estão lutando pra valer no centro da
fortaleza. Se deslocar o ponto de vista, posso ver duas pessoas em combate
no lado oposto do edifício e o que parece alguém está amarrado na
extremidade norte. Há uma lâmina de aparência desagradável em sua
garganta. — Bella respirou. — Quem diabos é esse?
Ari viu onde precisava estar e pesou suas opções sobre como chegar
lá. Sensores estavam presos a parede. A corda da tirolesa, obviamente, ia em
direção reta. Não sobravam muitas opções para invadir o composto.
— Ari, quem é essa pessoa? Por favor, me diga que não é Brice ou
Race.
Se tivesse que adivinhar, era Beckett. Apenas esse pensamento fez o
seu estômago se apertar.
— Preciso encontrar uma maneira de chegar lá. Diga-me como
entrar.
— Onde está?
— Em uma árvore. Lado norte.
— O quão alta é esta árvore?
Ari olhou para cima e viu que um ramo pairava sobre o composto,
cerca de 3 metros acima da parede. Ele pegou a corda que tinha trazido e orou
a qualquer entidade sagrada que isso fosse o suficiente para levá-lo em uma
peça até o chão.
— Preciso de olhos no primeiro edifício. Que tipo de combate estou
enfrentando?
— O infravermelho mostra vários combates. Sei que não pode ser
inteiramente eles contra nós, então estou assumindo que estão lutando entre
si? Por que fariam isso?
Não sabia, mas descobriria em breve. Ari jogou a corda e a amarrou
em torno do ramo estendido. Puxou-a para testar a sua segurança e, depois a
deixou suavemente suportar seu peso. Virou-se para a parte superior da
parede e soltou a corda do outro lado. Eram quase dois metros até o chão.
Tomando uma respiração profunda, deslizou para baixo pela corda e caiu de pé
quando chegou ao fim. Imediatamente, puxou uma granada de gás e a jogou
na direção da luta. O gás foi projetado para desativar a modificação dos seres
humanos, seja ele qual for. Nesta circunstância, deu a Ari um caminho de
fumaça em direção à porta, escondendo-o dos assassinos lutando.
Uma vez lá dentro, foi para a sala de tortura. Alguns monstros
doentes tinham Beckett na mesma posição que Ari esteve momentos antes,
coberto de sangue e apagado com a intensidade da tortura. Não precisou de
muita inteligência para ver que os eletrodos foram usados e esse pensamento
o irritou. Ari atacou um dos homens com o seu laser e bateu o punho várias
vezes no outro. Sangue espirrou em seu rosto enquanto esmurrava o cara. A
modificação genética deveria ter se desfragmentado quando Beckett roubou o
disco. Que diabos estava acontecendo aqui?
Outro assassino entrou em posição de luta e Ari se virou para dar isso
ao homem. Desta vez não estava amarrado e iria se defender. Eles podiam
malditamente contar com isso. Quando os homens estavam mortos, virou-se
para Beckett. Seu corpo mole estava pendurado ali, sem vida. Pânico tomou
conta do seu peito. Tocou o pulso e sentiu uma batida fraca contra o seu dedo.
Uma enorme onda de alívio o encheu quando começou a desligar os eletrodos.
Beckett gritou, acordando. Seus olhos estavam arregalados de medo antes de
reconhecer Ari. Ele soltou uma respiração instável.
— Você tinha que conseguir ser apanhado. — Ari sacudiu a cabeça
enquanto desfazia as amarras. — Se queria um cavaleiro de armadura para
salvá-lo, poderíamos ter economizado tempo e energia e desempenhado este
cenário no quarto. — Franziu a testa. — Tirando os eletrodos.
Beckett riu levemente.
— O que está fazendo aqui?
— Salvando o seu traseiro. — Ari atirou as algemas da perna para o
lado. — Bella o viu pelo scanner de infravermelho do satélite.
Beckett lutou para ficar em pé e Ari passou o braço em torno dele.
— Vamos. Vamos sair daqui.
Beckett deu um passo e engasgou de dor. Ari segurou todo o seu
peso enquanto lutava para manter um agarre no corpo sangrento e suado de
Beckett. Os bastardos doentes tinham cortado as solas dos seus pés e Ari se
controlou o máximo que podia para não fazer chover o inferno sobre esse
lugar.
Inclinou-se ligeiramente e levantou Beckett em seus braços. Iria tirá-
los desse lugar de uma forma ou de outra. O levou para fora do caos e sentou-
se. Precisava envolver seus pés para que os dois pudessem correr,
atravessando essa confusão.
Rasgou a camisa de seu peito e dividiu o tecido ao meio. Beckett viu
quando Ari amarrou um de seus pés em um sapato improvisado, antes de
fazer o mesmo com o outro.
— Vai doer como o inferno, mas temos que correr. — Ari olhou em
seus olhos. Beckett era muitas coisas, mas um traidor não era uma delas.
Inclinou-se e beijou os lábios sangrentos de Beckett. Confusão encheu seu
rosto bonito.
— E a sua família?
Ari lutou com uma resposta. Em vez disso, falou em sua pulseira.
— Bella, onde estão os outros?
— Não tenho visão clara de nenhum, mas estou supondo que os dois
lutando no edifício sul são Mitch e Diablo. Também estou assumindo que Race
e Brice fazem parte da luta no pátio principal.
— Não tem nenhuma comunicação clara com eles? — Ari latiu, puto
por sua família ser tão descuidada.
— Eles partiram daqui com armas em punho. Não acho que um plano
B fosse uma prioridade no momento. — Bella suspirou. — Mitch estava
chateado com o que aconteceu com você. Sei que não vai acreditar em mim,
mas ele estava pronto para rasgar a cabeça de Diablo quando viu o que lhe
fez.
— Guarde isso para quando não estivermos sendo alvejados, Bella. —
Ari olhou ao redor. Sabia que seu pai estava chateado. Se foi ou não pelo que
aconteceu com ele, isso estava fora de questão. Tirou outra granada e a
atirou. — Corre.
Beckett correu como se os cães do inferno estivessem perseguindo-o,
e Ari percebeu que provavelmente estavam. Deu o seu melhor para correr
através do pátio principal, pelo menos o suficiente para cobrir Beckett, até que
chegou à plataforma onde estava a tirolesa. Viu Brice lutava com um soldado e
o cobriu. Brice virou a cabeça, seu laser apontado para Ari.
— Merda, o que está fazendo aqui?
— Precisamos sair. — Agarrou Brice e o empurrou na direção da
corda. — Vá com Beckett. Ele está lá em cima esperando. Vou encontrar Race
e papai.
— Você não vai sozinho.
Ari o deteve.
— Quer ficar aqui e discutir ou quer me ouvir e dar o fora daqui vivo?
Brice não disse nada quando recuou até a tirolesa. Race apareceu em
seu campo de visão e veio ajudá-los a afastar os assassinos. Droga, essas
merdas eram como coelhos na primavera. Começou com dois e se
multiplicaram em quatro diante dos seus olhos. Race tinha um corte em seu
ombro e Ari o agarrou, empurrando-o para a corda.
— Vá. Irei encontrar o pai.
— Pai pode cuidar de si mesmo.
— Não dou a mínima. Vá. Brice e Beckett estão lá. Certifique-se de
que fiquem bem.
Race hesitou.
— Está bem o suficiente para lutar sozinho?
Ari riu.
— Estive planejando isso durante toda a noite. Vá.
Seu irmão relutantemente foi para a corda e Ari se virou, correndo
em outra direção para que pudesse encontrar seu pai. Ainda havia muita
comoção e deu o seu melhor para deslizar através dela. Os assassinos estavam
aparentemente entretidos lutando uns com os outros, então caminhar por eles
não desencadeou nenhum ataque contra Ari.
O edifício estava escuro e tinha pouca luz para guiá-lo. Ouviu o
barulho de espadas e os grunhidos da luta acontecendo na sala ao lado. Por
que seu pai escolheu uma espada como arma, Ari não sabia. Franziu a testa
assistindo o combate. Seu pai estava se mantendo muito bem contra Diablo.
Havia muitas regras incutidas nele sobre o negócio de assassinato.
Uma delas era que você lidava com os seus próprios problemas e matava seus
próprios alvos. Se tentasse matar Diablo, isso seria um grande problema, de
acordo com seu pai. Isso era tudo besteira pra ele, mas ninguém se importava
com o que pensava.
Apesar de não ser tão bom em combate corpo-a-corpo como Brice,
era muito bom em explodir coisas. Ari tinha uma granada sobrando e a atirou
à esquerda de Diablo. A distração era o que Mitch precisava, desferiu um golpe
empalando Diablo sem nenhuma misericórdia. A sala se encheu de fumaça
branca conforme Ari disparava contra alguns assassinos na entrada. Mitch
cambaleou na direção dele, sua espada ensanguentada na mão.
— O que diabos está fazendo aqui?
— Vim salvar o seu traseiro, velho. — Ari passou o braço em torno
dele e o segurou. — Está bem?
— Sim.
Antes de Ari ver o que os atingiu, Diablo veio com força total com
uma espada e esfaqueou Mitch na parte de trás. Mitch caiu com Ari girando ao
redor, sua arma laser na mão, e atirando em Diablo. Não parou de disparar até
que a sua arma descarregou, aliviou ligeiramente seu aperto no gatilho. O que
restou de Diablo era uma pilha queimada e Ari finalmente olhou para Mitch.
Puxou a espada e o buraco sangrou continuamente. Ari estendeu a mão para
ele e Mitch empurrou.
— Vá.
Ari fez uma careta.
— Não vou te deixar.
Mitch respirou fundo.
— Não está me deixando. Estou lhe ordenando para ir. Vá.
Ari levantou, pânico enchendo-o.
— Por que tinha que escolher uma fodida espada? Não sabe como as
armas são eficientes neste mundo de merda?
— Não zombe dos meus métodos. — Mitch riu, segurando seu lado. O
sangue começou a escorrer pelo canto da boca de Mitch e Ari queria matar
Diablo mais uma vez. — Vai, Ari.
— Quero saber uma coisa. — Ari se ajoelhou na frente dele. — Você
matou o namorado de Race para mantê-lo neste negócio?
Mitch balançou a cabeça.
— Mandei o namorado de Race para um esconderijo. Está na
Bretanha a salvo das pessoas que tentaram matá-lo. Essas pessoas não são
como eu. Talvez possa dizer isso a ele. Ele vai ouvi-lo.
Ari olhou ao redor.
— E tudo isso? Era parte da sua antiga rivalidade com Diablo? Bella
me contou sobre isso. Você foi e acabou se matando por minha causa?
Mitch deu-lhe um sorriso irônico.
— Ninguém mexe com a minha família.
Ari lhe deu um tapa no ombro.
— Velho estúpido. Estúpido.
Seu pai se deitou e olhou para o teto.
— Cuide de Bella. Todos vocês.
Isso nunca foi uma opção. Ari sabia disso desde uma tenra idade.
— Qual era o acordo entre você e a mãe dela?
Mitch sorriu.
— Sua mãe era minha irmã. Foi a única mulher neste planeta que me
amou apesar das minhas falhas. — Ele respirou fundo. — Ela não podia ter
filhos, então adotou Bella. E me fez prometer cuidar dela. Filho, ela é da
família.
Ari se sentia uma merda. Mais botas pisaram nos corredores e sabia
que havia uma pequena janela de oportunidade para sair. Mitch sabia disso
também.
— Vá.
Ari partiu. Chateado como estava, olhou para o pai uma última vez
antes de se virar e sair. O caminho de volta para a plataforma foi um borrão.
As pessoas vinham na sua direção e se defendeu com armas de fogo e outras
coisas. Subiu na plataforma e jogou o explosivo que manteve no bolso. A
maldita coisa era suficiente para sacudir o planeta e sabia que isso significava
um fim rápido para todos os seus problemas.
Enviou-a voando e deslizou para baixo pela corda. Atrás dele, o
composto sacudiu enquanto explodia. Sua família o esperava na plataforma e
ele os agarrou, incitando-os a correr. E eles fizeram. Correram até suas coxas
queimarem, seus olhos lacrimejarem e suor derramar por todos os poros em
seu corpo. Ari não parou de correr até cair no chão, Beckett e Race deram o
melhor deles para fazê-lo levantar.
Lágrimas encheram seus olhos e correram o resto do caminho em
silêncio. Pela primeira vez desde que entrou em colapso, percebeu que
estavam na casa segura.
— Vá para dentro. Diga a Bella para ajudá-lo. — Race disse a
Beckett. — Nós o temos.
Race se ajoelhou ao lado dele, sem dizer nada, enquanto Ari
lentamente se recompôs. Seus olhos ardiam. Tinha certeza que precisaria de
algumas chuveiradas para conseguir tirar o cheiro de sua pele. Olhou para
baixo e viu sangue cobrindo seu estômago.
— Você está ferido? — Perguntou Race.
— Não. — Ari se sentou.
Brice passou a mão sobre o rosto.
— Vou pegar um pouco de água. Estarei de volta.
Depois que ele saiu, Ari focou em Race.
— Papai não matou seu amante. Ele está na Bretanha sendo
protegido das pessoas que querem vê-lo morto.
Race piscou algumas vezes.
— Isso é o que ele disse?
— Ele disse que você ia me ouvir.
Race soltou um suspiro.
— Bastardo do caralho.
Ari se levantou e limpou as mãos em suas calças.
— Bella também é nossa prima, mais ou menos. Bev é irmã de papai
e a adotou porque não poderia ter filhos. Ele quer que todos nós cuidemos
dela.
Race bufou.
— Isso nunca entrou em questão.
Ari deu de ombros.
— Só quis confirmar.
Race apertou seu ombro.
— Bem, desde que a sua vida está segura agora, vai manter a sua
promessa e me ajudar com o meu problema? Aparentemente, tenho que ir
para a Bretanha.
Ari riu.
— Sim. Deixe-me dormir um pouco e será a primeira coisa que
vamos fazer amanhã.
Race parou e puxou Ari para um abraço. Choque o encheu, Race não
era a pessoa mais carinhosa na família. Nenhum deles era, na verdade. Não
disse nada quando se afastou. Simplesmente continuou andando para a casa
segura e abriu a porta.
— Oh meu Deus. — Bella se levantou da mesa e caminhou até Ari e
Race. — O que aconteceu? Você está machucado? Seu estômago está
sangrando.
Ari a abraçou, porque sabia que ela precisava desse gesto. Eles
podiam não se dar muito bem, mas Bella estava prestes a ter o seu mundo
virado de cabeça para baixo novamente.
— Estou bem. Não dói nada. Talvez um pouco. — Beijou o topo de
sua cabeça e a empurrou para longe.
Ela olhou para trás.
— Onde está Mitch?
Brice veio por trás dela.
— Tenho isto. Vá cuidar de si mesmo.
Aliviado, Ari encontrou o olhar de Beckett e foi até ele. Em vez de
fazer perguntas das quais não queria as respostas, se inclinou e beijou o
homem como se a sua vida dependesse disso. Considerando todas as coisas,
talvez dependesse.

Capítulo Oito

Beckett e Ari voltaram para o seu apartamento. Enquanto seu corpo


já viu dias melhores, ainda podia se mover muito bem. Ari não falou muito
sobre o que aconteceu. Ele simplesmente puxava Beckett para um beijo de vez
em quando.
— Bella me deixou usar um pouco dessa pomada que ela colocou em
você. É ótima. A maior parte da dor se foi. — Beckett sentou ao lado de Ari no
sofá com uma tigela de sopa em sua mão.
— Bom. — Ari estava assistindo televisão.
Beckett olhou para ele.
— Quer falar sobre isso?
— Não.
Certo. Beckett soprou sua sopa quente.
— Quer foder?
Ari realmente lhe deu um pequeno sorriso.
— Mais tarde.
Beckett esfregou a coxa.
— Não tem que ser durão agora.
— Sou fodão o tempo todo. — Ari se inclinou e o beijou. — Estou
bem, realmente. Por favor, não me faça falar sobre tudo o que aconteceu esta
noite. Estou exausto e minha mente não pode se concentrar em mais isso.
Beckett deu tomou uma colherada de sua sopa.
— Portanto, nada de propostas para fazer amor?
Ari riu.
— Como diabos fomos acabar juntos?
Limpando a boca, Beckett deu de ombros.
— Destino.
Ari se levantou e deu a volta no sofá e foi para a cozinha. Beckett o
assistiu programar a máquina de comida sabendo que seu estômago estava
um merda, mas ele precisava comer alguma coisa. Beckett pensou em sugerir
a sopa, mas Ari escolheria um sanduíche em vez disso. Quando ele voltou com
um sanduíche, Beckett riu para si mesmo.
Comeram em silêncio. Um show de comédia estava passando e eles
meio que só ficaram prestando atenção a ele. Beckett ainda estava com um
pouco de dor muscular, mas seus ferimentos estavam basicamente curados.
Desejava que houvesse algo igualmente milagroso como o creme que Bella lhe
deu, para que pudesse apagar alguns dos outros acontecimentos daquela
noite.
— Vamos. — Beckett esfregou os olhos. — Nós dois precisamos
dormir um pouco.
— Dormir como em descansar ou dormir como em fazer sexo? —Ari
perguntou com uma sobrancelha arqueada.
— Ambos. — Ele se levantou. Uma coisa pode levar a outra.
Beckett se moveu em torno do sofá e Ari suspirou.
— Dormir é um bom começo.
Ari se levantou e foi atrás dele, ambos entrando no quarto ao mesmo
tempo. Ari puxou Beckett de volta e bateu seus lábios contra os de Beckett.
Ele pode não saber tudo o que havia para saber sobre Ari, mas lutar o inferno
por suas vidas fez com que todas as outras coisas parecessem menos
importantes. Aprenderia tudo com o tempo. Neste momento, a única coisa que
importava era estar com ele.
Ari segurou suas bochechas e estreitou os olhos.
— Tem certeza disso? Quer dormir, mas o sexo está parecendo ser
uma idéia melhor para você.
Beckett zombou e lambeu os lábios.
— Pode passar a noite toda ao meu lado e não me tocar?
Rindo, Ari disse:
— Não mais do que você.
— Talvez eu não possa ficar ao seu lado sem tocá-lo.
Ele beijou o pescoço de Ari, lambendo sua pele quente e salgada. Ele
cheirava fracamente a sabão. Seu cabelo ainda estava úmido do banho e
Beckett gostou do olhar desalinhado. Seu guerreiro polido não estava tão
certinho.
— Quero você. — Beckett suspirou contra o seu pescoço. — Por
favor, deixe-me tê-lo.
Em vez de dizer qualquer coisa, as mãos de Ari foram para os calções
de Beckett e ao empurrou para baixo. Sua boca pressionou beijos quentes ao
longo do ombro e peito de Beckett. Algumas cicatrizes ainda estavam visíveis e
Ari levou o seu tempo conhecendo cada uma com a suave pressão dos seus
lábios. Era quase o suficiente para fazer Beckett desmoronar.
Ari se afastou e empurrou seus próprios calções para baixo, trazendo
Beckett de volta à realidade. Adorava ver seu homem nu. Os músculos duros e
a pele bronzeada o tinham pronto para cair de joelhos em adoração completa.
Ele mal tinha quaisquer marcas desse dia. Seu pênis se projetava, a ponta o
convidando para prova-lo. Beckett ficou de joelhos e puxou Ari para ele
engolindo todo o seu comprimento em um movimento. A única coisa melhor do
que ver seu homem nu era sentir o seu gosto.
Puro desejo cru revestiu a língua de Beckett enquanto trabalhava a
boca ao longo do pau de Ari. Chupou forte amando ter cada pedacinho
delicioso do homem entre os lábios. Ansiava por ele como jamais ansiou por
outro. Agarrou as nádegas firmes de Ari e o segurou enquanto Ari fodia a sua
boca. Cada movimento empurrou o pau de Ari contra a traseira de sua
garganta. A haste grossa estava dura e pulsando, mas Beckett tinha certeza de
que ele precisava disso ainda mais. Ari apertou os dedos no cabelo de Beckett
e se agarrou a ele.
Quando Ari gozou, Beckett aliviou o seu aperto. Seu amante
bombeou, derramando sêmen quente em sua língua enquanto prazer o
percorria. Beckett assistiu, apreciando a vista depois de tudo o que aconteceu.
Ari merecia ser feliz, mesmo que fosse apenas por um momento. Ele soltou
Beckett e escorregou de seus lábios. Imediatamente o clima mudou e Beckett
se levantou para puxar Ari contra ele.
Beckett não tinha certeza de que qualquer um deles compreendia
plenamente sua conexão. Queria estar envolto por Ari, ser consumido por ele.
Não podia falar por Ari, mas tinha certeza de que seu amante sentia algo
semelhante, se não fosse o mesmo que ele. Entender o que Ari passou esta
noite foi uma luta, embora pudesse ver um pouco de dor nos olhos do seu
amante. Ari se agarrou a ele por um tempo. Não havia necessidade de dizer
nada. Beckett simplesmente o segurou, confortando-o da única maneira que
sabia.
Depois de um tempo, Beckett comprimiu os lábios contra o pescoço
de Ari e o beijou.
— Quando disse que faria a coisa toda de me amarrar no quarto,
estava brincando?
Ari não disse nada por um momento e Beckett se perguntou se ele
tinha adormecido. Quando finalmente se afastou, humor brilhava em seus
olhos.
— Você estava amarrado, golpeado e atormentado e um pequeno
comentário que fiz te excitou. Não tem vergonha?
Beckett pensou sobre isso.
— Bem, foi você que colocou a idéia sexy de me amarrar e me foder
na minha cabeça... — Ele deu de ombros. Estendeu a mão para Ari e passou a
mão ao longo da bochecha do seu amante. — Você me excita. Não tem ideia
de quantos cenários sexuais para experimentarmos consegui imaginar nas
últimas vinte e quatro horas. Estou feliz que esteja falando comigo e não
chutando a minha bunda para a calçada.
Ari riu e olhou para a cama.
— Pensei sobre isso.
— Eu sinto Muito. Se houvesse qualquer outra maneira de fazê-lo
com segurança, teria feito. Espero que acredite em mim.
Ari passou os braços em torno de Beckett e beijou os lábios do seu
amante.
— Eu acredito. Não estou mais irritado. Além disso, o olhar em seu
rosto quando me encontrou, disse mais do que qualquer coisa que saiu da tua
boca.
Beckett sentiu algum alívio. Foi uma decisão precipitada que fez por
conta própria. Não foi particularmente uma que quisesse ter feito, mas
precisou. Não havia outra maneira. Estava feliz que Ari, aparentemente,
entendeu isso.
Ari lhe deu um sorriso sexy.
— Vamos usar uma das suas ideias sujas esta noite ou ainda vamos
fazer o que pediu ontem à noite na cama?
Beckett alisou suas mãos pelas costas de Ari.
— Noite passada. Quero essa bunda. — Beckett apertou o traseiro de
Ari para provar o seu ponto. — Vamos adiar a ideia de estar amarrado por
mais uma noite. Precisamos estar bem descansados para essa cena.
— Eu estou bem com isso. — Ari se inclinou para beliscar os lábios de
Beckett. — Eu meio que quero ser preenchido por você de qualquer maneira.
Beckett entendia. Ele deslizou um dedo entre as bochechas firmes de
Ari e roçou sua pequena entrada apertada. Sua boca foi para os mamilos do
seu amante sexy e chupou. Ari era um sonho. Definitivamente um sonho que
não queria que acabasse.
— Tem lubrificante?
— Gaveta.
Beckett se virou para procurá-lo. Uma vez que encontrou, puxou Ari
na frente dele prendendo-o entre seu corpo e a cama. Ari descansou as mãos
ao longo do colchão macio e mexeu sua bunda para Beckett.
— Não me provoque. — Beckett bateu levemente no traseiro de Ari.
— Droga. Eu poderia me acostumar com isso.
Ari baixou a cabeça com um gemido.
— Será que pode se apressar?
Beckett sorriu para si mesmo.
— Agora, por que eu iria querer fazer isso?
Ele esguichou um pouco de lubrificante em seus dedos e os colocou
entre as bochechas de Ari. Por experiência, sabia que Ari não deixou que
muitos homens transassem com ele. Beckett poderia dizer pela maneira que
Race reagiu à sugestão dele e a hesitação de Ari de deixar Beckett chegar tão
longe. Empurrou seus dedos dentro dele.
— Ah, inferno. Quente e apertado. Meu pau vai caber perfeitamente.
Posso nunca querer sair.
— Vai ser difícil sair se ainda nem entrou.
O tom arrogante do Ari fez Beckett rir. Impaciência irradiava dele e
Beckett amou cada momento. Beckett abriu as nádegas e pressionou a ponta
do seu pênis contra a entrada apertada.
— Vai queimar se eu não trabalhar aos poucos.
— Eu não me importo. — Ari disse ofegante. — Foda-me.
Beckett pressionado para dentro, esticando-o com a ponta do seu
pênis. Ari engasgou antes de gemer de prazer. Beckett se retirou e
impulsionou novamente indo um pouco mais longe. Não tinha idéia de como
seria bom sentir o calor de Ari envolto em torno dele e Beckett se sentiu
impotente. Violou o anel de músculos e deslizou completamente para dentro. O
grunhido gutural de Ari ecoou quando ambos sentiram. Ele agarrou os quadris
de Ari e beliscou seu ombro.
— Vire-se. Quero vê-lo enquanto te fodo.
Beckett se retirou e esperou Ari se virar. Rastejando sobre a cama,
Beckett levantou a bunda do sua amante e alinhou seu pênis com a entrada
apertada. Empurrou e viu prazer transformar as feições de Ari. Ele disse que
queria ser preenchido por Beckett e com o melhor de sua capacidade, Beckett
lhe daria isso. Inclinando-se sobre ele, chupou a língua de Ari em sua boca.
Retirou seu pau e empurrou novamente. Ari se agarrou a ele,
erguendo a bunda para que Beckett pudesse ir ainda mais fundo. Cada impulso
foi forte e levou Beckett profundamente. O suor escorria pelo seu peito.
— Bom pra caralho. — Beckett olhou nos olhos de Ari quando ergueu
sua bunda. Ari apertou seu traseiro enquanto flexionava e empurrava dentro
dele. Cada movimento teve seu pênis esfregando a glândula de Ari, dando
prazer ao seu amante. O pau de Ari endureceu novamente quando os dedos de
Beckett agarraram os lençóis ao lado do corpo do seu amante. Ele empurrou
forte, quase freneticamente enquanto Ari o consumia. Pertencia a este homem.
Soube a partir do momento em que se beijaram pela primeira vez.
Beckett beliscou os lábios de Ari, lambendo-os enquanto transava
com ele. Definitivamente não havia nada romântico enquanto faziam amor.
Não esta noite de qualquer maneira. Ari bombeou seu pênis com a mão
enquanto Beckett transava forte com ele. Imaginou que Ari queria apenas se
esquecer de tudo por um momento e Beckett estava feliz em ajudar. Ele
pressionou o rosto contra o pescoço de Ari quando o seu prazer aumentou.
— Ah, foda-se. — Beckett disse ofegante, seu controle escorregando.
Ari apertou sua bunda em torno dele enviando tiros de prazer por sua espinha.
Este homem seria a sua morte. Ele mergulhou com golpes curtos e fortes até
que o prazer o alcançou e todo o seu corpo tensionou com a força dele. Ari
grunhiu quando gozou, respingos de sêmen caindo no seu abdômen e peito. A
visão só fez com que Beckett o enchesse com o seu próprio prazer.
Beckett caiu em cima dele, pressionando seu rosto contra o pescoço
de Ari. Sentiu o cheiro cru de sexo e do seu homem. Adorou. Deu um beijo no
ombro de Ari e se retirou completamente dele. Ari ficou lá na cama e jogou um
braço sobre os olhos.
— Se pudéssemos, votaria para que ficássemos assim para sempre.
— Beckett se apoiou ao lado de Ari, de frente para ele. Seu dedo limpou o
líquido pegajoso que pontilhavam o peito do seu amante. — Você e eu. Assim.
O tempo todo.
Ari finalmente moveu o braço de seus olhos, mas não chegou a olhar
para Beckett.
— Acha que ele foi atrás de Diablo por mim?
Beckett suspirou. De todos os momentos para falar sobre isso...
Tentando se concentrar nas necessidades de Ari em vez de na euforia
provocada pelo sexo perfeito, Beckett decidiu responder honestamente.
— Não sei. — Ele beijou o braço de Ari. — Seu pai era um bastardo
louco mais do que ouvi falar. Sei que eu fui atrás do Diablo por você e só te
conheço há um par de dias. Não é tão difícil pensar que o seu pai foi por você
também.
Ari soltou um suspiro reprimido.
— Filho da puta estúpido.
Ele se sentou e Beckett perguntou:
— Ele ou eu?
Ari não respondeu imediatamente quando pegou alguns tecidos para
se limpar.
— Estava chateado com você por deixar que ele me amarrasse e me
chicoteasse, mas entendo o raciocínio. Provavelmente teria feito a mesma
coisa. A missão vem antes de qualquer outra coisa. Mas, meu pai não tinha o
porquê de estar lá. Não era a sua batalha para lutar.
— Era seu antigo rival.
Ari se virou para ele. Raiva irradiava de cada parte dele. Seus dedos
apertaram os lençóis ao lado de sua coxa.
— Então ele foi por ele.
Beckett se apoiou nos cotovelos.
— O que está querendo aqui? Quer que eu te conforte ou brigue com
você? Quer saber, deixe-me saber o que diabos quer que eu faça.
Ari se levantou e deslizou os dedos pelos cabelos.
— Eu não sei o que quero porra.
Beckett sabia o que fazer. Ele não tinha pai. Não tinha família. A
única pessoa com quem se preocupava estava em pé diante dele, perturbado
com o que aconteceu e tentando o seu melhor para esconder isso de todos,
inclusive de si mesmo. Ari não queria se importar. Beckett podia ver isso. Viu a
mesma atitude quando o resgatou da sala de tortura.
Sentando-se, balançou as pernas para fora da cama.
— Deixe-me dizer o que eu sei.
Ari se virou para ele.
Seu pai disse que você é exatamente como ele. Desde que é um
assassino e um guerreiro, não é a pessoa mais carinhosa. Mostrar emoções é
mostrar fraqueza. Faz o que for preciso para completar a missão. É lógico que
o seu pai age da mesma maneira. Ele se importava. Era um osso duro de roer,
mas se importava. Acredito que ele foi te vingar e acredito que conseguiu.
Ari cruzou os braços sobre o peito.
— Realmente acredita nisso?
— Sim. — E acreditava. — Mitch não te criou para ser quem é se não
tivesse um pingo de humanidade. Tem que acreditar nisso.
Ari esfregou os olhos.
— Estou tão cansado, mas não quero dormir.
Beckett deslizou até os travesseiros na cama e puxou as cobertas
sobre ele.
— Pode deitar aqui. Comigo.
Ari voltou para a cama e passou os braços em torno de Beckett. Sua
cabeça estava no colo de Beckett e Beckett ternamente acariciou suas costas.
Tão cansado como estava, não tinha vontade de dormir também. Queria mais
do que qualquer coisa fazer Ari se sentir melhor.
Beckett passou os braços ao redor do seu amante.
— Eu sinto Muito. Por tudo.
Ari não disse nada e Beckett o segurou por um tempo assim. Nenhum
dos dois dormiu enquanto a noite passou por eles. Ari, eventualmente, se
afastou dele e entrou debaixo dos cobertores.
— Me desculpe, pensei que fosse um traidor. — Ari sussurrou do seu
travesseiro. — Você ainda foi atrás dele, por mim. Diablo não me torturou
como fez com você. Você está bem? Disse que não era nada, mas ainda tem
vergões em seu corpo.
Beckett deslizou a mão ao longo do braço de Ari.
— Estou bem.
— Obrigado por me resgatar. — Ari estava lutando com suas
emoções. — Em mais de um sentido. Tenho estado me afogando em meus
pensamentos desde que tudo aconteceu. De alguma forma, estar com você me
mantém na superfície.
Beckett entrelaçou os dedos nos de Ari. Seu homem sexy estava
vulnerável e isso quase quebrou seu coração.
— Bem, não vou a lugar nenhum. Está preso comigo.
Ari se enrolou ao seu lado, com os dedos entrelaçados aos de Beckett
e fechou os olhos. Beckett o observou por um momento, sorrindo enquanto Ari
finalmente dormiu. Ele era difícil, complicado, sexy e adorável, tudo ao mesmo
tempo. Beckett se deitou contra os travesseiros sorrindo. Era um homem de
sorte e passaria muito tempo apreciando esse fato com Ari.

Epílogo

Ari entrou na sala de jantar do composto do pai. A sala foi projetada


para acomodar toda a família e mais alguns. Era também o lugar onde a
família se reunia para discutir os negócios. Beckett veio com ele, oferecendo
todo o suporte que poderia pedir. Ele o entendia melhor do que ninguém. Era
um dom raro e especial que Ari amava e apreciava. Brice e Jai já estavam
esperando por eles. Brice abraçou Ari em saudação antes de sorrir e apertar a
mão de Beckett.
— Onde está Bella? — Ari perguntou tomando um assento na mesa
de jantar.
— Estou aqui. — Bella entrou com olhos inchados e vermelhos de
tanto chorar. — Brice acha que preciso de uma babá e que não posso ficar aqui
sozinha.
Ela definitivamente viu dias melhores. Seu cabelo loiro estava
desarrumado e despenteado. Ela usava uma camiseta e bermuda simples em
vez do seu traje habitual preto e cinza do uniforme de combate. Ela dispensou
a maquiagem e, pela primeira vez em um longo tempo, Ari viu sua beleza
natural. Passou tanto tempo brigando com ela que mal conhecia a verdadeira
Bella.
Ari deslizou sua cadeira para trás.
— Venha aqui.
Bella hesitou antes de ir até ele. Ele passou os braços em volta dela e
a abraçou firmemente. Flashbacks de anos atrás encheram sua mente, de um
tempo em que passava o dia inteiro limpando suas lágrimas. Ari sabia que se
não tivesse prometido ajudar Race, faria o mesmo por ela agora. Ela chorou
suavemente em seu ombro e ele simplesmente a abraçou. Supôs que, apesar
de suas convicções, de certa forma, ela era como uma irmã. Isso meio que
parecia estranho quando um de seus irmãos tentou transar com ela, mas, no
entanto, nada aconteceu. Pelo menos foi o que disseram.
Quando se sentou em seu colo, ela olhou em seus olhos.
— Eu não preciso de uma babá. Diga a ele.
Ari estendeu a mão para enxugar as lágrimas.
— Todos nós precisamos de babás, Bella. Você foi nossa babá por
quanto tempo? Deixe um de nós tomar conta de você.
Ela balançou a cabeça.
— Nenhum de vocês gosta de mim.
— Isso não é verdade. — Brice foi o primeiro a responder. — De onde
tirou uma idéia dessas?
— Eu gosto de você, muito. — Beckett comentou.
Ari sorriu com o comentário do seu amante. Beckett poderia fazer
alguém se sentir melhor. Inferno, Ari se sentia melhor só por estar ao lado
dele. Bella não parecia acreditar nele embora. Seu histórico não era dos
melhores. Ele a confortou quando ela precisava dele, mas lhe deu um inferno
todas as outras vezes. Parte dele se sentia mal sobre isso agora.
— Não quero ser a terceira roda. — Bella olhou para suas mãos como
se fossem as coisas mais interessantes do planeta. — Posso cuidar de mim
mesma.
Ari zombou.
— Você não é a terceira roda. Os Wilders cuidam um dos outros. Olhe
para Brice. Não fazia mais parte dos negócios da família e mesmo assim veio
resgatar a minha bunda. É o que fazemos. Não é a terceira roda ou um fardo
para nós, Bella. Você é uma Wilder. Todos nós gostamos de você.
Quando ela não disse nada, Beckett entrou na conversa.
— Eu não sei sobre Jai com Brice, mas eu preciso de ajuda para
manter Ari fora de problemas. Você sabe como são esses homens Wilder.
Teimosos e rebeldes. Acho que é a única que consegue domá-los.
Provavelmente porque você tem anos de experiência na nossa frente.
Bella se virou para ele.
— Só está dizendo isso para me fazer sentir melhor. O dois fodem
como coelhos a cada chance que têm. Você o tem muito bem domado.
Beckett sorriu.
— Talvez, mas você é parte da família de Ari. Isso significa que é
parte da minha família e eu quero que venha morar com a gente. Não sei bem
onde, mas não vou aceitar um não como resposta.
— O mesmo vale para mim. — Jai entrou na conversa. — Não te
conheço há muito tempo, mas te considero da família. Pode ficar com a gente
se quiser.
Ela encontrou o olhar de Ari e ele sorriu para ela.
— Entre Jai e Beckett, nunca mais estará sozinha novamente.
Desista.
Ela revirou os olhos e se levantou.
— E o que sobre este lugar? O que vamos fazer sobre isso? Ainda
será um negócio de família?
As perguntas que Ari não queria responder. Bella era muito melhor
em administrar as coisas que Ari ou qualquer um de seus irmãos. Ela fez
algum trabalho de campo, mas era o cérebro por trás da operação. Mitch iria
querer mantê-la dessa maneira.
— Se você administrá-lo, sim. — Ari puxou sua cadeira até a mesa e
pegou um rolo da bandeja na frente dele. — Race e eu faremos o trabalho
sujo. Beckett pode trabalhar com a gente. Nós ainda somos uma família.
— Quero voltar, também. — Brice olhou para Jai antes de continuar.
— Meus irmãos idiotas serão mortos sem mim. Mas, apenas a tempo parcial.
Não acho que tenho o vigor para sair em missão após missão como costumava
fazer.
— Veja, estamos todos juntos nisso. — Ari mordeu um pedaço de
rolo. — Brice, eu, Beckett e Race.
— Eu também. — Jai comentou. — Posso ajudar para que as coisas
funcionem. Tenho alguns anos de experiência.
— Ari riu. — Isso não é um conflito de interesses?
— Nah. Meu prazo está chegando e acho que é hora de seguir em
frente. Brice e eu podemos nos mudar para o composto. Posso ajudar Bella a
administrar as coisas enquanto os bad boys fazem o trabalho sujo. — Ari deu
de ombros.
— Não é uma má idéia.
— Onde está Race? — Perguntou Brice. Bella suspirou.
— Ele está a caminho da Bretanha. O idiota está indo no escuro e eu
não tive energia para impedi-lo. — Ari suspirou.
— Parece que não estou tirando férias depois de tudo. — Beckett
passou a mão ao longo da coxa de Ari.
— Acho que estamos partindo hoje à noite?
Bella se sentou em uma cadeira.
— Provavelmente. Preciso encontrar o idiota antes que se meta em
confusão. Disse a ele para esperar, mas ele não me escuta, assim como todos
vocês. Tem alguma idéia de quão grande esse planeta é? Ele disse algo sobre
Mitch manter seu amante seguro? Vou começar a procurar nas casas seguras
que temos lá. Gostaria de ter mais para seguir em frente.
Ari olhou para Beckett.
— Já fez algum trabalho na Bretanha?
— Sim. Principalmente nas terras do norte, mas estive em muitas
missões ao redor.
— Bom. Você assume a liderança sobre este assunto. — Ele sorriu.
— Funcionou da primeira vez, mas, por favor, não me sacrifique novamente.
Todos ao redor da mesa riram. Beckett revirou os olhos.
— Como se pudesse desistir de você.
Ari sorriu e se inclinou para beijá-lo. Pela primeira vez no que
pareceu uma eternidade, estava feliz. Feliz por estar com sua família e feliz por
estar com Beckett. Sabia que a estrada à frente não seria fácil, mas
enfrentariam. Com Beckett ao seu lado e sua família tendo suas costas, sentia
como se pudesse enfrentar o universo. Apesar de tudo, era uma sensação
maravilhosa.

Fim

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