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Capítulo um
Olhando para o cano do seu rifle a laser, Ari Wilder tinha seu alvo em
vista. Seu dedo coçou para apertar o gatilho, mas sabia melhor do que
ninguém que o tempo era tudo. O tiro tinha que ser dado no momento certo e
não feito às pressas. Deitado em cima de um telhado nas proximidades,
estudou o homem jovial que estava prestes a matar.
A festa estava em pleno andamento. Era um evento de caridade
black-tie, uma contribuição para a missão dos desabrigados no lado oeste de
Força Blackburn. O próprio alvo parecia interessado em se embebedar e estar
nu com, pelo menos, duas fêmeas, uma em cada braço. Ari revirou os olhos.
Enquanto tinha que se esforçar para ter encontros, com o cara simplesmente
era diferente.
Ari olhou para sua pulseira. Mais dois minutos e finalmente poderia
disparar nesse cara e ir para casa. Seu menino brinquedo da semana estava
provavelmente se perguntando onde estava de qualquer maneira. Passaram-se
alguns dias desde que chamou o seu amante a tempo parcial, simplesmente
porque Bella ficou com ele sobre algo a ver com o trabalho. Soltou um suspiro
quando Bella entrou em sua mente. Era uma grande dor na bunda para ele,
mas provavelmente teria terminado com ela, apesar de sua atração por
homens. Franziu a testa para a ideia, esfregando o dedo ao longo do gatilho.
Seu hábito irritante de lealdade superavam seus sentimentos. Enquanto ela o
irritava mortalmente, seu pai deixou claro que todos os seus filhos deveriam
tratá-la como parte da família. Bella queria uma família própria. Nunca
admitiria a ninguém, mas a mulher era sua kryptonita.
— Ah, vamos. Merda. — Ari encontrou-se de mau humor pensando
em Bella. Para tornar as coisas mais complicadas, ela estava apaixonada por
Brice, que não sentia o mesmo por ela. Ari não a amava da mesma forma, mas
se importava com ela. Mais do que realmente queria.
Antes que pudesse parar o trem na linha da memória, na encosta
abaixo dos trilhos, o passado veio em seus pensamentos. Quase vinte anos
atrás, seu pai encontrou sua mãe durante uma missão na Bretanha. Ela estava
em estado terminal e foi deixada para morrer junto com sua jovem filha nas
mãos de um louco. De alguma forma, seu pai determinou que elas poderiam
viver com eles. Foi a única vez que Ari viu seu pai agir com o coração. Alguma
coisa em Bella e sua mãe suavizou o velho. Ele as trouxe para viverem no
complexo. Ari não entendia isso, mas seu pai tinha sentimentos reais pela mãe
de Bella. Nunca viu o homem chorar em toda a sua vida, exceto no dia em que
a mãe de Bella faleceu. Enquanto não entendia muito sobre a situação, passou
aquele dia consolando Bella. A coisa estranha sobre os sentimentos era a falta
de lógica para eles. Não tinha nenhuma razão para gostar de Bella e muitas
vezes tentou provar que realmente não gostava, mas ele era leal a uma causa.
Por alguma razão, seu pai trouxe a menina para o complexo e para suas vidas.
Era o suficiente para Ari aceitá-la, mesmo que os dois brigassem sempre que
podiam.
Checou sua pulseira novamente. Com o objetivo de estar disponível,
poderia ser encontrado facilmente a qualquer momento. Mas, isso não era o
problema. A pessoa que os contratou deu instruções específicas. Ficava irritado
quando tinha que obedecer ordens.
Suspirando, Ari assistiu o alvo através de sua mira a laser.
Ultimamente, seu pai estava lhe dando umas porcarias de casos. Ele gostava
que fosse limpo, chegar-entrar-sair sem provações, mas com Brice saindo do
negócio da família para ser o guarda-costas do líder político da Força Blackburn
e seu amante, precisava fazer o que seu pai pedia a ele. Isso significava que
os outros casos tinham que esperar.
A paciência não era uma virtude. Era uma dor na bunda quase todos
os dias e não tinha tempo para isso. Quanto menos tempo gastava para fazer
um trabalho, mais permanecia vivo e fora da cadeia.
Os pobres estúpidos fodidos geralmente não sabiam o que os atingia
também. Ele tinha que dar-lhes isso. Sem brigas. Sem implorar por sua vida.
Buum e eles partiam. Bem, pelo menos nesses casos. Brice teve uma história
diferente um tempo atrás quando conheceu seu atual amante. Ari não poderia
imaginar jamais fazer do seu alvo seu sabor da semana, mas ele
definitivamente não era seu irmão.
Olhando fixamente pelo visor da sua mira, viu quando um homem se
aproximou do seu alvo. Conversaram por alguns segundos antes de um olhar
de pânico encher o rosto do seu alvo. Segundos depois o alvo caiu morto. Ari
se sentou, olhando para o rosto do assassino. Um olhar do homem bonito e
uma chuva repentina de lasers foram disparados contra ele. Ele agarrou seu
armamento e rolou, fazendo o seu melhor para ter cobertura. Uma vez que
estava livre e limpo, correu, pulando para o prédio ao lado, antes de tomar as
escadas de saída ao lado. Nunca outro assassino tomou seu alvo antes, e isso
definitivamente lhe deu complicações que não queria ter que lidar.
Foda-se tudo para o inferno.
Não só as complicações incluem o assassino desconhecido, mas o
assassino o viu. Ele tinha um novo alvo agora. Ambos tinham. O primeiro a
matar o outro era o vencedor.
Foda dupla.
Ari ficou nas sombras, com o coração acelerado. Queria pegar o cara
sem ser visto no processo. Mesmo para um idiota, ele se vestia com gosto
impecável. O assassino saiu do prédio como se nada tivesse acontecido. Ari viu
quando ele foi para um veículo preto e tirou o paletó do smoking. Sua camisa
saiu junto. Debaixo usava uma camiseta preta que acentuava seus grandes
bíceps. O homem fez uma pausa, se virando ligeiramente e olhando na direção
de Ari. Ele o sentiu e isso não era uma coisa boa. Ari caminhou para trás,
ficando nas sombras para que não fosse visto. Tinha pelo menos dois dias para
matar o outro assassino ou sua bunda estaria em apuros. Merda.
O apartamento que alugou para o trabalho estava apenas a dois
quarteirões de distância e Ari recuou para casa. Brice sempre usava casas
seguras que poderia mascarar do mundo exterior, mas Ari preferia a melhor
cobertura para se esconder da vista de todos. Entrou no prédio, parando
brevemente para verificar sua correspondência. Disse olá para algumas
pessoas quando jogou a arma por cima do ombro. Seu disfarce era de militar
para a maioria dos moradores não pensar muito sobre estar carregando um
rifle a laser em torno do edifício.
As escadas pareciam ser uma opção melhor do que o elevador.
Poderia estar bem consciente do seu entorno, sem sucumbir à derradeira
surpresa do outro lado das portas de um elevador. Tinha suas chaves e abriu a
porta do apartamento, encontrando algum conforto em estar fora de perigo no
momento. Tirou seu transmissor de acesso instantâneo e encontrou o
holograma de seu irmão Race.
— Tenho um problema sério.
Seu irmão se sentou ao lado de sua bebida.
— Como essa merda poderia ser novidade? O que fez dessa vez?
— Outro assassino seguiu o meu alvo e foi bem sucedido. Também
deu uma boa olhada em mim no processo.
— Porra, Ari. Isso é um erro de principiante. Tem feito essa merda
por quanto tempo?
Ari soltou um suspiro.
— Sim, estraguei tudo. Pode me ajudar com isso ou não?
— Quem era o assassino?
— Não tenho ideia.
Race lhe deu o mesmo olhar que dava a Jai, o namorado de Brice,
quando fazia muitas perguntas. Era um olhar de aborrecimento e pouca
paciência. Ari estava fodido. Sabia disso. Ficou apenas preocupado em
reclamar do seu trabalho estúpido e não fez um trabalho minucioso de
conhecer seus parâmetros. Deveria conhecer todos dentro daquele prédio,
incluindo o assassino. Isso definitivamente faria o seu trabalho mais fácil
agora.
— Pedirei a Bella uma pesquisa sobre assassinos conhecidos por aqui.
Verei se ela consegue encontrar qualquer conversa sobre figurões fazendo o
seu caminho no mundo. É um tiro no escuro, mas podemos ter sorte. Até
então, você é o alvo, Ari. Se ele o vir novamente, vai matá-lo e se você o
encontrar, é melhor fazer a mesma merda. Esta situação não é boa.
Não me diga. Desconectou Race e colocou o seu transmissor de
acesso instantâneo sobre a mesa diante dele. Sim, esta não é a melhor
situação para se estar. Seu pai fez algo semelhante quando outro assassino
tentou tomar o seu alvo e isso terminou com um enorme banho de sangue.
Apesar de tudo, Ari não estava desesperado o suficiente para pedir ajuda ao
seu pai. Ou proteção. Tinha que, pelo menos, tentar sair dessa bagunça.
Ari não ficou sentado nem cinco minutos quando Bella apareceu no
seu transmissor. Ele soltou um suspiro e respondeu a ela.
— Vejo que perdeu o toque, figurão. — Bella arqueou uma
sobrancelha para ele. — Erro Rookie 101. Seu pai iria matá-lo com suas
próprias mãos se descobrisse.
— Há algo que queira?
— Os assassinos de alto nível na área são: Dax Myer e Beckett
Dekker. Se o cara que conheceu é Dax, então pode lidar com ele sem muito
esforço. Agora se for Beckett, diria parabéns você fodeu a sua missão.
Beckett Dekker. Já ouviu falar desse nome, mas não conhecia a
pessoa. Antes que pudesse perguntar, Bella lhe enviou imagens dos dois
homens. O primeiro não era o assassino na festa de hoje à noite. O segundo, o
que o ferrou, era.
Fodam-se todos no inferno e voltem.
— A partir do olhar em seu rosto, suponho que seja Beckett.
— O que sabe sobre ele?
— Treinado por Marquise. Ele é parte da organização da família real.
É completamente quente e completamente foda. Ouvi dizer que ele é cruel.
Ari esfregou a testa.
— Pontos fracos?
Ela sorriu.
— Sexo?
Ari franziu a testa.
— Então, só tenho que transar com ele até a morte?
Ela riu.
— Eu faria.
Ele revirou os olhos.
— Você é uma dor, sabe disso?
— Ei, é melhor ser bom para mim. Estou ajudando a salvar sua
bunda.
— É parte do trabalho. — Desde que ela estava substituindo Brice nas
missões, tinha que trabalhar com ela. Preferia Race, mas Race estava com
problemas pessoais ultimamente. — Preciso ir. Se descobrir uma fraqueza real
para mim, me envie uma mensagem.
Despediram-se e ele desligou, encerrando a conversa. Sentado à
mesa por um momento, Ari pensou sobre a situação em que estava. Não
levaria muito tempo até seu pai descobrir. Seriamente duvidava que Bella o
defenderia, mas ela já o surpreendeu antes. Porém, não esperaria sentado.
Precisava encontrar esse cara e precisava fazer isso rápido.
Vozes no corredor chamaram sua atenção para a porta. Era tarde da
noite em um prédio de apartamentos que estava mais ou menos vazio. Ari
olhou para o seu traje e decidiu tirar a camisa e os sapatos antes de ir ver
quem estava fazendo todo esse barulho.
Quando abriu a porta, congelou. Beckett estava conversando com a
vizinha idosa que vivia à direita de Ari. Ao som da abertura da porta, Beckett
encontrou o olhar de Ari e reconhecimento encheu o seu rosto. Quanto tempo
seu pior pesadelo viveu do outro lado do seu maldito corredor?
****
O primeiro instinto de Beckett foi pegar sua arma, mas a doce
senhora que sempre fazia pão de fermento da maneira antiga estava ao lado
dele, conversando sobre as desventuras de seu gato. Poderia matar pessoas
para viver, mas não matava inocentes ao acaso porque simplesmente estavam
no lugar errado na hora errada. Não era um sociopata.
Beckett olhou para o peito nu de seu novo alvo e suspirou. Era uma
pena que teria de matar esse belo exemplar de um homem. O corpo de Ari era
tonificado e bronzeado. Ele passou um pouco do limite com as pontas claras
em seu cabelo castanho-claro, mas ele puxou o olhar com uma quantidade
extrema de sensualidade. O pênis de Beckett se contraiu com o pensamento
de aproveitar um pouco antes de terminar o serviço. As chances disso
acontecer eram bem poucas.
— Querido, preciso voltar para dentro. Meu programa vai começar e
não quero perdê-lo. Tenha uma boa noite. — Sorriu para Beckett e ele sorriu
de volta. Esperou que ela entrasse antes de se concentrar em Ari.
— Então, como é que vamos fazer isso? — Beckett se encostou à
porta do apartamento. — Você pega a sua arma e eu a minha? Duelo?
Ari lhe deu um olhar entediado.
— Como se você fosse ganhar.
— Já ganhei. Seu alvo está morto por minha causa.
— Por que fez aquilo?
Beckett sorriu.
— Como se fosse te dizer.
A missão era muito simples para ponderar. Ele foi convidado a
participar do jantar de caridade e estava convenientemente sentado ao lado do
homem que foi contratado para matar. Fez isso no prazo de trinta minutos e
com as próprias mãos. O que diabos Ari estava fazendo com uma mira a laser
no telhado do outro lado da rua, ele não sabia.
— Quem o contratou? — Perguntou Beckett.
— Como se fosse te dizer. — Foi a vez de Ari sorrir.
— É justo. — Beckett estendeu a mão para um aperto de mão. — Que
ganhe o melhor.
Ari olhou para sua mão estendida.
— Oh, ganharei.
Beckett lambeu os lábios. Não sabia o havia sobre Ari, mas seu pênis
com certeza gostava dele. Também se encontrou sorrindo muito mais do que
deveria. Só tinha dois dias para matar o outro homem e o único pensamento
que cruzava sua mente era como conseguiria transar com ele antes disso.
Precisava ficar concentrado antes que acabasse morto.
Beckett recuou, voltando para o seu apartamento e iniciou o
temporizador da sua pulseira. Se Ari fosse bom em seu trabalho, estaria vindo
atrás dele e ele só tinha uma chance de acertar. Pegou a arma mais próxima
que tinha e se dirigiu para a porta da escada de incêndio.
Segundos depois, um grande estrondo veio de sua porta da frente e
Ari estava ali, arma na mão, olhando para ele. Beckett respirou fundo e
disparou, antes de escalar o prédio. Bateu no chão em cinco segundos e foi
para a esquerda quando Ari enviou um tiro atrás dele. Sim, passou muito perto
quando o laser aqueceu sua orelha direita. Não o atingiu, mas esteve muito
bem perto para o seu conforto.
Ele correu para a noite, indo em direção a sua casa segura. Se Ari
fosse estúpido, o seguiria. Beckett alertou sua esquipe que viria atrás. Se
Beckett não matasse Ari, sua equipe o faria. Era uma questão de tempo antes
que isso acontecesse.
A casa segura ficava a quatro quarteirões de distância e escondida da
vista de todos. Beckett olhava para trás periodicamente para ver se Ari o
estava seguindo. Uma vez que tivesse certeza de que não teria a cabeça
decepada por uma arma laser, ele parou e falou em sua pulseira.
— Atualizar?
— Ele te seguiu. Deixe-o andar para a armadilha.
Beckett soltou um suspiro de alívio e esperou nas sombras. A noite
estava bastante clara. A escuridão era sua amiga e ele adorava. O trabalho
veio tão fácil para ele que acabou fazendo uma grande confusão. Nada saía
sem um contratempo neste negócio. Especialmente quando a sua reputação de
ser bom e cruel despertava o interesse oculto. Inferno, não sabia de onde o
zumbido vinha, mas queria rejeitá-lo antes que fosse pego.
Ari era muito quente, embora. Apenas ouviu falar dele em seu
treinamento. Seu pai, Mitch, era muito rigoroso com ele. Tinha certeza de que
o homem tinha um coração negro, frio e não consciente. Inicialmente, queria
trabalhar para ele, mas Mitch não contratava ninguém de fora da sua família.
Era suposto ser o cão superior e imaginou que seus filhos estavam bem perto
de ser o segundo na linha.
— Você tem um visual? — Beckett falou em sua pulseira.
— Um visual do quê? — O barítono suave veio de trás dele, fazendo
com que cada nervo em seu corpo ganhasse vida. Seu pênis endureceu
instantaneamente. Beckett engoliu.
— Não vou deixar você me matar. — Seu dedo esfregou o gatilho de
sua arma.
— Acho que tem problemas maiores do que isso. — Levantou a arma
e deu um tiro na escuridão. — Parece que estamos em sua armadilha e esses
homens que você chama de sua equipe nos querem mortos.
Capítulo dois
Ari tentou ignorar o calor vindo de Beckett. A noite caiu fria e uma
tempestade iminente parecia proeminente no horizonte. Era o clima perfeito
para se aconchegar com alguém na frente da lareira sem a porra de uma
preocupação no mundo.
Em vez disso, Ari se encontrou desviando de feixes de laser enquanto
lutava para sobreviver à confusão da noite.
— Não me querem morto. — Beckett comentou. — Só estão
disparando por sua causa. Não vão me matar.
— Continue a pensar assim com lasers voando para a sua cabeça. —
Ari respondeu ao fogo e explodiu alguns dos capangas que vinham atrás deles.
Tinha que haver pelo menos uma equipe com vinte deles e estava com pouca
energia para o seu armamento. — Tem uma maneira de sair deste buraco do
inferno?
Ari pegou Beckett antes que um laser arrancasse fora o seu braço.
Se fosse atingido por uma espingarda sônica, seria melhor se estivesse morto.
Beckett bufou um suspiro.
— O bosque. Há um túnel que passa por toda parte. Deve dar
cobertura suficiente para uma fuga. — Beckett estendeu a mão para Ari e o
empurrou. — Vá.
Ari se dirigiu para a floresta, notando que Beckett não o seguiu
imediatamente. O cara ainda pensava que seus próprios homens só queriam
Ari. Poderia ser culpa dele ter sido pego, mas poderia ler os sinais como um
livro. Os homens de Beckett o queriam morto e provavelmente usaram Ari
para conseguir.
— Merda. — Beckett murmurou. — Não estão parando.
— E precisamos de proteção. — Ari olhou para a luz que indicava a
energia na sua arma. — O túnel é inútil. Estão esperando por isso. Pegue essa
maldita pulseira e me siga.
Beckett hesitou.
— Por que o seguiria?
— Porque sou seu único aliado agora. — Ari olhou para ele no escuro.
— Ou fique aqui. Realmente não me importo.
— Talvez esse fosse o plano. — Beckett levantou a arma e a apontou
para Ari. — Talvez o plano fosse levá-lo para longe de tudo antes de te matar.
Ari bufou.
— Não vai me matar.
— É mesmo? Por que não?
Ari se abaixou e colocou a mão sobre o pau duro de Beckett e o
apertou levemente.
— Porque quer me foder e tenho certeza de que não gosta de
cadáveres.
Galhos de árvores estalaram quando botas pisaram sobre eles. A
unidade inteira estava se aproximando. Por mais que Ari gostasse de sua
posição no momento, precisavam se esconder. Pressionou o dedo contra os
lábios de Beckett e arrastou o outro homem para um esconderijo eficiente
antes de ver alguns homens passando. Havia mais ou menos vinte homens,
pelos cálculos de Ari, era um número pequeno em comparação com o que
testemunhou passando por eles. Uma frota inteira de homens invadiu a área
arborizada, sua natureza quase robótica, suas únicas intenções era matá-los.
— Qual é a sua posição? — Perguntou uma voz na pulseira de
Beckett. Eles queriam saber onde estava. Ari sacudiu a cabeça e Beckett puxou
a pulseira e a jogou fora.
— Temos, aproximadamente, dez minutos para encontrar um lugar
decente para nos esconder. — Ari apontou na direção oposta que os homens
iam. — Estou supondo que toda a sua merda está comprometida. Tenho uma
casa segura cerca de seis quilômetros de qualquer maneira. Deve ser
suficiente para nos cobrir enquanto peço ajuda.
Sabia que Race ficaria puto. Estava irritado o suficiente por ter que
trabalhar com Bella. Ambos, provavelmente, já deveriam ter informado o seu
pai sobre a situação e toda a realidade, ele só queria ter Brice ao seu lado
novamente. Era incrível como o irmão mais velho se tornou uma muleta para
ele em poucos meses que fora libertado da prisão. Viveu sete anos sem ele,
mas trabalharam juntos em missões e era como se nunca tivesse se
ausentado.
Ari foi em frente. Não era a melhor casa segura que tinham, mas era
boa o suficiente. Infelizmente, era a mais próxima de sua localização atual e
levaria uns bons trinta minutos ou mais para chegar lá a pé.
Não andaram por cinco minutos antes que começasse a chover. As
árvores fizeram pouco para protegê-los da chuva, mas Ari era um guerreiro
treinado e um pouco de água não iria matá-lo. Soltou um suspiro de
frustração. Agora mesmo poderia estar dentro do seu sabor da semana sem
ter que se preocupar com nada. Em vez disso, estava andando pela floresta
densa que cobria mais da metade da Força Blackburn, em um esforço para
salvar o seu traseiro de um exército de assassinos que queria matá-lo.
— Age como se estivesse chateado. — Observou Beckett. — Se
alguém merece ficar puto, sou eu. Quero esses desgraçados mortos.
— Sim, bem, isso faz de nós, dois. Realmente não confio em você e
vou levá-lo para a segurança fornecida por minha família. — Ari olhou para ele.
— Deveria deixá-lo cuidar de sua própria bunda.
— Olha, se esse é o problema, então posso cuidar de mim mesmo.
Vou descobrir isso por conta própria.
Ari riu.
— Sim? O que exatamente acha que vai fazer? Não tem recursos.
Não tem nada. Não pode lutar contra todos eles sozinho. Precisa de mim.
Beckett puxou sua camisa e limpou a água do seu rosto.
— Sim, mas sou descartável para você.
Ari sabia disso. Beckett ter sido traído trabalhou a seu favor. Não só
tinha algo a oferecer a seu pai quando o fogo do inferno chovesse em cima
dele por ter estragado tudo, mas tinha algo para protegê-lo das pessoas que
tentavam matá-lo. Era um ganha-ganha agora, mesmo que Beckett lutasse
contra a idéia.
— Bem, isso é algo que com que terá que lidar.
— Eu quis dizer o que disse lá atrás. — Beckett apoiou as mãos nos
quadris molhados. Sua camisa estava ensopada com a chuva e grudando no
corpo tonificado muito agradável. — Não vou deixar que me mate.
— Pode não ter uma opção. — Ari continuou a andar para a casa
segura. — Além disso, se quisesse você morto, estaria morto. Agora, preciso
de informações.
Galhos estalaram no meio da chuva que caía em torno deles e Ari
girou em torno, completamente alerta. Agarrou o braço musculoso de Beckett,
ambos ouvindo atentamente o som que poderia ser uma ameaça. Parte de ser
um assassino é conhecer a área e detectar alterações no ambiente. Ari cresceu
fazendo a sua formação na floresta com seus irmãos. Conhecia essa área como
a palma da sua mão e sabia que alguém estava fechando o cerco sobre eles.
Ele foi para a esquerda para alterar o caminho sabendo que, com a
umidade da chuva, pistas lamacentas estavam sendo deixadas para trás. Era
necessário encobrir seu rastro e dar o inferno fora dali. Ari silenciosamente fez
sinal para que Beckett o ajudasse e juntos cobriram suas trilhas. Sensores
infravermelhos não encontrariam o calor de seus corpos na frieza da noite
molhada. O exército estava caçando-os e, eventualmente, os encontraria. Era
uma questão de tempo.
A casa segura, felizmente, ficava logo em frente e uma vez que a
encontrou, Ari afastou a camuflagem para que pudessem entrar. Pressionou o
polegar no teclado de bloqueio e depois de uma varredura rápida, a porta de
aço se abriu e Ari entrou. Falou e as luzes se acenderam enquanto Beckett
entrava no domínio escondido.
— Que cheiro é esse? — O nariz de Beckett enrugou quando Ari
escondeu a casa segura novamente do mundo exterior.
— Não sei. Nunca usei está. Estive preso por um tempo.
Ari puxou a camisa molhada sobre sua cabeça e a atirou para baixo
ao lado da porta com um plop. Depois chutou as botas. Beckett o assistiu,
nada mais que luxúria enchia seus olhos. Ari teve que admitir que estava
interessado no homem. No entanto, estava com problemas suficientes e não
precisava adicionar mais ao seu prato.
— Então, estamos apenas ficando nus agora? — Beckett comentou
secamente.
— Estou. — Ari olhou para ele quando deslizou o zíper da braguilha
para baixo. — Estou cansado de usar roupas molhadas e particularmente não
gosto do atrito.
Ari deixou seu olhar percorrer o homem.
— É tímido?
Beckett bufou.
— Nem um pouco. Pode lidar com ver algo que não pode ter?
Ari bufou e deslizou suas calças para baixo.
— Não mais do que você.
Nu, Ari assistiu Beckett focar no seu pau. Não era o tipo de desfilar o
que tinha, mas não era exatamente o tipo que evitava isso também. Seu
interesse em Beckett não poderia afetar a sua unidade. Deus, como é que se
encontrou nessa posição? Em quaisquer outras circunstâncias teria ido para
casa, fodido Beckett e estado num inferno de muito mais feliz em estar ao
redor do cara. A indiferença era a melhor opção. Pelo menos até que
terminasse o que precisava fazer.
Levantou a pilha de roupas e a levou até a rampa da lavanderia.
Esperava como o inferno que houvesse algo decente para usar no armário
motorizado no quarto. Caso contrário, teria que pedir a Bella para lhe trazer
roupas o que não era uma conversa que queria ter com ela.
— O que exatamente devo vestir? — Beckett o seguiu pelo corredor.
Ari foi para o painel do armário e sorriu quando viu o seu nome.
Apertou o botão e o armário motorizado abriu, exibindo sua gama de
equipamentos. Pegou uma camiseta e calças pretas, juntamente com um novo
par de botas pretas.
— Qual é o seu tamanho? — Virou-se para ver Beckett de pé atrás
dele meio-duro e completamente fodível inclinado contra a porta.
— Qualquer coisa vai servir.
Ari lambeu os lábios e selecionou a mesma roupa para Beckett. Se
vestir tão rápido quanto possível era a melhor opção para eles. Havia
problemas reais que precisavam ser tratados mesmo que tivessem conseguido
se esconder por agora. Não poderiam ficar aqui para sempre. Entregou a
Beckett algumas roupas e pegou roupas de cama.
— Desde que, provavelmente, vamos morrer, não é exatamente uma
má idéia ceder e foder um ao outro a noite. — Beckett colocou sua roupa ao
lado de Ari. — Você sabe. Uma última foda antes da morte.
Ari puxou as calças e arqueou uma sobrancelha para o outro homem.
— Por que iria querer foder meu inimigo?
— Como somos inimigos? — Beckett perguntou, irritado. — Eles nos
querem mortos. Somos nós contra eles, estamos do mesmo lado.
Ari puxou sua camisa.
— Não deveria ter trabalhado hoje à noite. Não deveria estragar
minha missão. Eles sabiam que, se o colocassem contra mim, seria uma
batalha até a morte. A questão não é realmente por que me querem morto,
mas por que querem você morto.
Beckett puxou a camisa sobre a cabeça, escondendo seu delicioso
corpo da vista de Ari. Nunca tinha lhe ocorrido por que motivo o seu próprio
povo se voltou contra ele. Ari sabia que ele era a porra do peão no jogo
estúpido.
— Está certo. — Beckett franziu os lábios. — Sou o problema aqui.
Preciso descobrir tudo.
Ari suspirou.
— Não o traria aqui se não planejasse ajudá-lo. Deixe-me fazer uma
chamada para a pessoa mais irritante da terra e vamos sair daqui.
Beckett olhou para ele.
— Quem é a pessoa mais irritante sobre a terra?
Ari saiu do quarto e voltou em direção à área de estar.
— Vai encontrá-la em breve.
****
Beckett sorriu quando Bella entrou pela porta. Ela era uma mulher
bonita com o cabelo louro elegante e olhos azuis tentadores. A partir de sua
pesquisa, sabia que ela era irmã de Ari, embora não se parecia nada com ele.
— Bem, vejo que não precisa mais dos relatórios sobre os pontos
fracos de Beckett. — Bella caminhou em direção à pequena mesa para o outro
lado da sala.
— Cale a boca, Bella.
Desde que Ari a chamou, ficou de mau humor. Beckett viu como ela
se sentou em frente a ele, sorrindo como se o seu mau humor a divertisse.
— Os boatos nas ruas são de que a família Real quer o Marquise
morto. E está indo atrás de qualquer um e todos os associados de Marquise.
Isso explicava muito.
— Por que querem matar o Marquise? Ele produziu alguns dos
melhores assassinos do Rei durante décadas. Bons assassinos trazem grandes
quantias de dinheiro.
Bella soltou um suspiro.
— Marquise não é o único treinador trabalhando para eles. Há um
cara novo na cidade. Diablo. Aparentemente, ele gosta de usar melhorias
genéticas para deixar seus assassinos mais poderosos do que um ser humano
médio. Também os coloca em um estado hipnótico. A injeção lhes permite ter
controle total sobre seus súditos. Na verdade, seria genial se não estivesse
tentando exterminar a concorrência.
— O que vamos fazer? — Perguntou Beckett.
Bella estava focada em Ari.
— Brice e Jai nos encontrarão aqui. Race e Mitch estão vindo
também. Diablo declarou guerra e cabe a nós lutar contra ele.
Ari lhe deu um olhar cético.
— Está sugerindo seriamente que os seres humanos normais, mesmo
os fodões como nós, devem ir contra um exército geneticamente modificado de
assassinos altamente letais? Está louca porra?
Bella balançou a cabeça, revirando os olhos em aborrecimento.
— Não. Precisamos invadir o composto de sua organização e puxar a
tomada dos seus assassinos.
— Porra, isso soa muito melhor.
Beckett foi até o distribuidor de bebida e selecionou uma garrafa de
água.
— Não é uma má idéia. Você me tem. Conheço o composto como a
palma da minha mão. Cresci lá. Treinei lá. Sou sua melhor chance de se dar
bem nisso.
Antes que Ari pudesse dizer qualquer coisa, a porta foi aberta.
Beckett levou a bebida aos lábios quando um dos irmãos de Ari entrou com o
líder da Força Blackburn ao seu lado. Se já não soubesse que Jai Chastain
estava namorando um dos homens Wilder, provavelmente teria se assustado
um pouco.
— Deixe para Ari colocar um exército inteiro atrás da sua bunda. —
Brice bateu seu irmão na parte de trás.
— Já era hora de voltar para o negócio da família, Brice. Senti tanto
sua falta.
Brice sorriu.
— Ficaria chocado se fosse verdade, idiota.
Brice se moveu em direção a Bella e a ergueu do seu assento.
Sentou-se com ela em seu colo e os braços em torno dela.
— Bella, que saudade. Como posso me acostumar a não tê-la
irritando minha bunda a cada cinco segundos?
Ela bufou um suspiro, tentando soltar seus braços.
— Vocês são uns idiotas.
Jai se sentou na única cadeira vazia na mesa.
— Nem todos nós. Gosto de você, Bella. Não acho que seja irritante.
Brice apertou o rosto contra suas costas, rindo.
— Não tem estado em torno dela tempo suficiente.
— Pode tirá-lo de cima de mim? — Bella perguntou a Jai. — Nós já
passamos por toda a coisa de bater e moer e não deu certo. Definitivamente
não vai funcionar agora.
Beckett fez uma careta.
— Bater e moer? Vocês não são irmãos?
Ari, Brice e Bella voltaram sua atenção para ele. Em uníssono,
disseram:
— Claro que não.
Jai riu, olhando para ele.
— É uma longa historia.
A testa de Beckett franziu.
— Pensei que Mitch não contratava ninguém de fora da família para
trabalhar para ele.
Os quatro trocaram um olhar. Brice deixou Bella ir e alisou suas mãos
ao longo de seus braços. Bella se ocupou com seu dispositivo de informações
portátil e Jai manteve sua atenção sobre Brice. Ari foi o único que severamente
olhou para ele.
— Como sabe informações sobre a minha família? — Perguntou Ari.
Beckett coçou o dedo.
— Perguntei para Marquise quando terminei minha formação. Mitch
tem uma reputação e queria fazer parte da equipe. Marquise me disse que ele
não contratava ninguém, só se fosse família.
Eles compartilharam outro olhar. Ari não parecia muito emocionado
com sua resposta. Beckett levantou a garrafa de água aos lábios.
Definitivamente era o estranho aqui. Não tinham nenhuma razão para confiar
nele e ele não tinha razão para tentar fingir que se encaixava. Era o peão
agora.
— Podemos confiar nele? — Jai finalmente perguntou.
Bella apertou os lábios.
— Considerando sua reputação, seria algo estúpido, mas ele
realmente não tem muito poder agora. Nossos inimigos o querem morto e se
tentar compartilhar nossos segredos, nós o mataríamos.
— Sim. — Ari falou, o que surpreendeu Beckett. — Podem confiar
nele.
— Esse é o seu pau falando ou seu cérebro idiota? — Perguntou
Brice.
— Ele teve várias oportunidades de atirar em mim esta noite e não
fez. — Ari se recostou na cadeira. — Não quer nos prejudicar. Acho que quer
prejudicá-los.
Todos olharam para Beckett. Ele engoliu em seco. Nada como colocar
pressão sobre ele.
— Não gosto de pessoas me enganando. E é uma posição perigosa,
pois sei seus segredos.
Jai esfregou a testa.
— Race vai querê-lo morto.
— Mitch também. — Bella colocou o dispositivo de lado. — Se arriscar
o meu pescoço por você e me trair, nem mesmo o próprio Deus poderá salvá-
lo de mim. Entendeu?
Beckett assentiu. Não estava inteiramente com medo dela. Poderia
lutar por si mesmo, mas sabia, sem dúvida, que ela teria toda a família Wilder
a ajudando e isso era algo que não podia assumir sozinho.
Ari sorriu.
— Então acho que estamos prontos para Race e papai aparecerem.
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Beckett era perfeito e Ari não sabia por que diabos esperou tanto
tempo para tê-lo nu. Concedido, estava correndo para lidar com a sua vida e
de sua família, mas essas eram questões pequenas. Deslizou seus dedos para
dentro do canal apertado de Beckett e esticou a abertura estreita. Quente e
apertada. Empurrou seus dedos dentro dele, se inclinando para pressionar um
beijo em suas costas. Foda, o homem tinha um gosto bom. Não sabia o que
diabos era, mas queria adorá-lo com a língua. Talvez, se sobrevivessem aos
acontecimentos dos próximos dias, poderia ter a oportunidade de descobrir.
— Quero te provar. — Beckett comentou. — Pode ter a minha bunda
o quanto quiser, mas quero seu pau entre meus lábios primeiro.
Ari engoliu saboreando o sentimento. A necessidade intensa era algo
novo para ele. Teve seu quinhão de amantes. Alguns machos, algumas fêmeas
e nunca teve o desejo de explorá-los para saber do que gostavam e depois
lhes dar. Inferno, na maior parte do tempo era um bastardo egoísta e apenas
tomava, sem se importar se lhes deu qualquer coisa. Mas, não entendia por
que Beckett era diferente. Talvez fosse a coisa de vida ou morte acontecendo
ou o fato de que ambos iriam para a batalha, mais cedo ou mais tarde. Seja
qual for o motivo, não negaria o sentimento. Queria Beckett e ao mesmo
tempo, Beckett queria dar o que ele queria.
— Tome-o. — Ari se inclinou e o beijou antes de rolar para suas
costas. A maldita cama tremeu com seus movimentos e agarrou os lençóis
para evitar cair sobre sua bunda no chão.
Beckett esfregou o polegar ao longo da cabeça do pênis de Ari.
— Deveria te provocar como fez, mas acho que você não gostaria
muito.
Ari bufou.
— Você não gostou?
— Não neste momento. — Debruçou-se sobre ele e o engoliu.
Nirvana quente e molhado o cercou e tudo o que Ari podia fazer era
gemer. Pensou sobre a forma como Beckett provou em sua própria língua. A
forma como o seu corpo se contraiu enquanto o explorava. O homem é
fodidamente delicioso e sua língua má estava colocando-o através da mesma
tortura agradável que Ari lhe deu. Ari segurou a cabeça de Beckett enquanto
sua boca trabalhava ao longo do seu pênis, os fios curtos do cabelo eram
surpreendentemente suaves sob seus dedos. A forte mão masculina segurou
as bolas de Ari, enquanto a outra agarrou seu pênis pela base. Uma mão se
moveu para cima, a boca faminta de Beckett se moveu para baixo até que o
pênis de Ari bateu no fundo de sua garganta.
— Quanto de tortura é um jogo justo? — Ari perguntou, sua
respiração superficial e forte. Beckett se afastou e o olhou.
— Um pouco mais. — Beckett olhou para o pênis de Ari enquanto sua
mão manteve um ritmo constante.
— Do que você gosta? — A língua de Beckett banhou o comprimento
do pênis de Ari.
— Está indo muito bem assim.
Seu amante riu e o envolveu novamente. O aperto da boca de
Beckett no pau de Ari o deixou na borda. Suas bolas doíam com a necessidade
de gozar e queria que acontecesse dentro de Beckett. Brincar estava sendo
divertido, mas seu desejo ficou sério. O jogo acabou.
— Chega. — Ari empurrou os ombros de Beckett e seu amante
encontrou seu olhar quando seu membro deslizou de sua boca. Ari se moveu
para trás dele, agarrando seus quadris e o puxando contra o seu pau molhado.
— Vou te foder forte. É melhor agarrar a alguma coisa.
Beckett balançou sua bunda.
— Vá em frente.
Ari pegou seu pênis e pressionou contra a bunda de Beckett,
empurrou com força suficiente para fazer o outro homem suspirar. O canal
apertado cercou a ponta do seu pênis, enquanto segurava os quadris de
Beckett. Ari respirou profundamente e empurrou fundo, sentiu a aceitação do
corpo de Beckett quando se encaixou totalmente dentro com um impulso
longo. Mal esperou antes de se retirar e empurrar forte novamente. Beckett
agarrou os lençóis, suspiros suaves saíam de seus lábios com cada movimento.
Ari manteve sua promessa. Trepou com ele como um homem enlouquecido e
não diminuiu o ritmo punitivo de suas estocadas até que seu pênis
esvaziou dentro do homem. Caiu em cima do seu amante, sentindo o cheiro de
suor e sexo. Compartilharam um sexo selvagem e estavam completamente
satisfeitos. Beckett olhou para ele quando rolou para o lado.
— Já foi passivo?
Ari piscou algumas vezes.
— Algumas vezes. Por quê?
— Mais cedo, seu irmão disse isso e parecia completamente revoltado
com a ideia. Eu me perguntei se isso era uma coisa de família: ser sempre o
ativo.
Ari sorriu e fechou os olhos.
— Meu irmão é um idiota. Verá em breve, quanto mais tempo estiver
ao seu redor.
Beckett estendeu a mão, acariciando o peito de Ari.
— Se sairmos dessa vivos, vai me deixar ser o ativo com você? — Ari
se inclinou e o beijou. Beckett entreabriu seus lábios e chupou a língua de Ari.
Seu gosto era erótico e o ligou como uma droga. Como poderia se encontrar
caindo pelo seu inimigo? Quando Ari se afastou, Beckett olhou em seus olhos.
— Não é uma resposta, mas vai servir por agora. — Moveu-se, puxando o
cobertor debaixo dele e cobriu sua metade inferior.
Ari o olhou por um tempo. Não entendia muito o que estavam
fazendo. Isso começou como curiosidade então mudou para o desejo. Gostou
do homem desde o primeiro momento que o viu, perigosamente sexy em um
smoking. Seus sensuais olhos castanhos e seu sorriso com perfeitos dentes
brancos que brilhavam na iluminação da rua. Inclinou-se e o beijou novamente
antes de se mexer um pouco para puxar o cobertor sobre si mesmo.
— Se sairmos vivos, tenho certeza de que estará muito perto de fazer
o que diabos quiser de mim. — Ari se virou de lado ficando de costas para
Beckett. A mão de Beckett esfregou o braço de Ari.
— Não é divertido se, pelo menos, não colocar uma pequena luta.
Ari sorriu e colocou a mão sobre a de Beckett.
— Guarde a luta para o campo de batalha, amante. É onde ela é
necessária.
Os lábios quentes de Beckett pressionaram contra a nuca de Ari.
— Mas, você é tão sexy quando está irritado. Esteve fodidamente
irritado durante toda a noite e agora que está feliz, é estranho.
Ari puxou a mão de Beckett sobre o seu lado e uniu seus dedos.
— Dê-me um pouco de tempo e estarei de volta à maneira que gosta
de mim.
O som do ronco sexy de Beckett foi a última coisa que ouviu antes de
adormecer num sono tranquilo.
****
Beckett acordou primeiro e sorriu quando viu Ari. Ontem a noite foi
ótima. Menos a ameaça de morte e queria se deleitar com aquele momento um
pouco mais. No entanto, seu estômago roncou pela falta de comida e precisava
urinar. Depois de fazer o seu negócio no banheiro, saiu do quarto para
encontrar algo para comer. Bella estava sentada à mesa solitária e olhou para
cima de seu dispositivo quando o ouviu caminhando em direção a ela.
— Ficou toda a noite? — Perguntou Beckett.
— Não. — Bella olhou para o quarto. — Cheguei aqui há algumas
horas. Não queria te acordar. Race deve estar aqui em breve.
Beckett foi para a pequena máquina de alimentos e apertou o botão
para uma pilha alta de panquecas. Observou quando Bella olhou para ele.
— Você e Ari não se dão bem? Ou é um esforço fraterno?
Bella olhou para sua virilha e uma ligeira coloração cobriu suas
bochechas.
— Poderia colocar algumas roupas? — Beckett percebendo um pouco
tarde que estava num par de shorts. Ele deu um passo atrás de uma cadeira.
Bella suspirou. — Ari e eu temos um relacionamento estranho. Ele sempre
esteve lá para mim ainda que me odiasse desde o dia em que me mudei para
a casa de seu Pai. Não o entendo ás vezes.
Beckett se inclinou na cadeira em frente a ele.
— Dormiu com ele?
Bella não olhou para cima.
— Está perguntando por alguma razão ou ciúme?
— Perguntei para saber se isso seria um problema. Está apaixonada
por seu irmão ou trepou com ele?
Bella bufou.
— Ari e eu nunca dormimos juntos. Brice e eu não fomos tão longe
também. No caso de não ter percebido, no entanto, os homens gays não
gostam do que tenho para oferecer.
Beckett sorriu:
— Você tem alguém?
— Não. — Ela olhou de volta para baixo, desviando seu olhar.
— Quer que lhe apresente alguém? Conheço várias pessoas.
Bella olhou para ele.
— Se conhece varias pessoas, então por que estamos salvando o seu
traseiro?
Bom ponto.
A máquina de alimentos apitou e Beckett recuou para obter a sua
refeição. Apertou o botão para uma caneca quente de café fumegante e levou
os dois para a mesa. Bella olhou para ele em aborrecimento e revirou os olhos.
— Não sei por que está tão ofendida com o meu pênis. — Seus olhos
se estreitaram. — A menos que não esteja nesse tipo de coisa.
O queixo dela caiu e as bochechas avermelharam. Beckett riu
quando voltou para o quarto para encontrar algo para se cobrir. Pegando o
primeiro par de calças que viu, os puxou, olhando brevemente por cima para o
homem sexy ainda dormindo na cama. Sim, provavelmente deveria colocar
algumas roupas ou iria se envergonhar por andar por aí com uma ereção.
Voltou para a área principal da casa segura e se sentou na frente de Bella para
comer sua comida. Race entrou na casa segura e arqueou uma sobrancelha
para os dois juntos à mesa.
— Eu estava nu, mas ela me fez colocar algumas roupas. — Race riu
e pegou o assento vazio. — Bella é tímida. Ela não aprecia pênis como o resto
de nós.
— Então você é lésbica? — O riso de Race o surpreendeu. As
bochechas de Bella coraram ao ponto em que quase se desculpou. Ela não
disse nada e ele não sabia o que dizer a ela.
— Do que está rindo? — Ari veio pelo corredor vestindo um short e
coçando a cabeça enquanto olhava para eles.
— Seu amante sugeriu que Bella é lésbica. — Race continuou rindo
como se fosse a coisa mais engraçada que já ouviu. — Deus, na verdade,
estou começando a gostar dele.
Ari olhou para Bella.
— Eles são idiotas, Bella. Não lhes dê ouvidos. — Beckett olhou para
ela e por um segundo viu uma lágrima escapar de seu olho. Ela a golpeou para
longe e se levantou.
— Deixe-me saber quando Brice chegar aqui.
Ari suspirou e se sentou à mesa enquanto ela fugia para o banheiro.
— Por que tem que fazer isso? — Resmungou com os braços cruzados
sobre o peito.
— Oh, como se você nunca a provocasse.
— Eu não a fiz chorar. — Seus olhos rolaram para Race.
— Esqueci. As lágrimas de Bella são sua kryptonita.
Ari olhou para Beckett.
— Não o encorajei. Só fiz uma pergunta. — Defendeu-se Beckett.
Ari se inclinou para trás com o braço apoiado na cadeira ao lado dele.
— Ela não é lésbica. Ela é virgem. Meu pai não permite
relacionamentos no negócio, então ela não consegue experimentar o que todos
nós fazemos numa base regular desde que vive com ele.
Beckett se concentrou em sua comida.
— Mitch é tão protetor assim?
— Sim. Matei seu namorado depois de um encontro e Brice pode ter
assustado alguns caras para longe dela.
— Todos tem tesão por ela, mas ela não leva isso adiante. — Race
acrescentou.
— Não tenho tesão por ela. — Ari rosnou para ele. Race olhou
debaixo da mesa.
— Realmente? Porque seu pau diz algo diferente.
Ari resmungou:
— Você é um idiota de merda.
— Você foi o único para quem ela correu quando foi rejeitada por
Brice. Você age como se estivesse chateado porque não está atraído por ela
sexualmente.
Eu tentei... Ari soltou um suspiro.
— Podemos parar de falar sobre isso? Basta deixá-la em paz.
Beckett observou em silêncio enquanto comia. Ari estava
desapontado por não estar sexualmente atraído por Bella? Isso era
interessante. Tomou um gole de café e se virou para Ari.
— Acha que há comida suficiente para você? — Disse olhando para
Ari. — Trabalhei em seu apetite na noite passada.
Race sorriu.
— E você, grande irmão, disse que não enfiaria seu pênis nele. —
Seus olhos rolaram para Ari.
— Está me irritando esta manhã. — Ari rugiu.
—Tenho certeza de que posso colocar esse olhar severo de cabeça
para baixo. — Beckett colocou um pedaço de panqueca em sua boca e sorriu.
Provocá-lo era divertido.
— Quando Brice chegará aqui? Precisamos planejar e repassar o que
todos faremos hoje à noite.
— Ele faz o que quer, quando quer. Sabe disso. — Race se recostou
na cadeira.
Ari levantou e foi até a máquina de alimentos.
— Descobriu alguma coisa na noite passada?
Race suspirou.
— O composto vai ser uma cadela para invadir.
— Mas, é possível. — Comentou Beckett. — Bella tem as plantas
baixas e de onde precisamos ir.
Race olhou por cima do ombro.
— Isto é, se ela decidir conversar conosco novamente.
Ari sacudiu a cabeça.
— Vá pedir desculpas.
— Por quê? — Race se inclinou para frente. — Ela é muito sensível.
— E você é um idiota. — Ari pegou sua comida e a levou para a
mesa.
— Está bem. — Race concordou. — Tudo por causa da paz na família.
Ari olhou para Beckett depois que Race desapareceu de vista.
— Está certo de que podemos fazer isso?
Beckett assentiu.
— Não será fácil, mas não é completamente impossível.
Brice entrou na casa segura e se juntou a eles na mesa.
— Onde estão todos?
— Race foi se desculpar com Bella por ser um idiota. — Ari apontou
para o corredor. — Vá trabalhar sua magia.
Brice suspirou.
— Por que não podem passar sem uma babá? Fiquei sete anos longe
e você manteve tudo isso junto. Estou de volta a poucos meses e porra...Vocês
realmente não podem viver sem mim.
— Ah, nós amamos você, Brice. — Ari gemeu entre uma mordida de
sua comida. — Deveria se sentir feliz porque precisamos de você.
Brice bufou.
— Me sentiria feliz se crescessem. — Brice saiu para corrigir o
problema com Bella, deixando Beckett e Ari sozinhos novamente. Beckett se
levantou para se livrar do seu prato vazio e da caneca antes de retornar para a
mesa novamente. Inclinou-se e deu um beijo na bochecha de Ari.
— Vai dar tudo certo.
Ari o observou por um momento.
— Está confiante sobre isso?
— Claro. — Beckett se levantou até sua altura máxima. — Sempre
alcanço o meu objetivo. — E o faria. Era mortal quando necessário e essa era a
sua marca. Marquise lhe ensinou que a crueldade era a única maneira de
permanecer vivo no negócio. Esperava que Ari e seus irmãos tivessem a
mesma mentalidade ou todos estariam fodidos.
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Oito
Epílogo
Fim