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DESTRAVANDO

3 Conselhos e 10 exercícios para


superar o medo de falar em público
Não é preciso mais citar dados estatístico-científico para
demonstrar que o medo de falar em público é considera-
do o maior medo que uma pessoa pode ter, maior até do
que o medo de morrer.

Com o avanço da tecnologia: videoconferências que


substituíram os telefones, a necessidade de maior pre-
sença nas redes sociais, etc., a necessidade de superar o
medo da audiência e de desenvolver a competência de se
expressar “de um para muitos” se tornou crucial para o
crescimento profissional e até mesmo para a autoestima
da pessoa.

Até os mais experientes oradores sentem algum tipo de


ansiedade antes de uma apresentação. Isso é natural do
ser humano e nos deixa em estado de alerta. O problema
ocorre quando esse medo trava a pessoa, impedindo-a
de expor suas ideias ou de se expressar da melhor forma,
parecendo muito menos competente do que realmente
é... perdendo oportunidades e muitas vezes destruindo
sua autoestima.

Se você chegou até este e-book é porque, muito provavel-


mente, você se considera nesse imenso grupo de pesso-
as e quer mudar isso, seja porque quer mostrar todo seu
potencial, ser mais assertivo e porque não aguenta mais
pessoas menos capazes aproveitarem oportunidades só
porque conseguiram falar no momento certo e você não.

Esses são apenas alguns exemplos de motivos que eu


mesmo tive para superar o medo de falar em público,
alcançar sucesso na carreira de Procurador e realizar um
grande sonho que foi de me tornar Palestrante e Treina-
dor Comportamental.

E aí está a grande notícia: é possível superar o medo de


falar em público!

Uma observação primordial, não é objeto deste e-book


compartilhar dicas de oratórias, de como estruturar uma
palestra, pois de nada lhe adiantaria isso se você trava
antes mesmo da apresentação, ou sequer encara o desa-
fio, ou mesmo se esquece, durante o discurso, de pontos
essenciais, mal consegue olhar para a audiência, etc.

Não é nosso objetivo ensinar você a fazer uma apresen-


tação espetacular, mas sim ajudar você a conseguir fazer
uma apresentação ou concluí-la conforme planejou, com
mais naturalidade e espontaneidade, sem ter a sensação
de que o coração saíra pela boca.

Para tanto, vamos nos valer de alguns procedimentos de


comunicação e da Programação Neurolinguística para
você começar a superar crenças e ansiedades limitantes,
acessar estados de recursos e mudança de paradigmas e
consequentemente de atitude mental.
DOIS CONSELHOS
PARA MUDANÇA DE
PARADIGMAS
1) Não se preocupe em perder o medo de falar em público

O medo é uma das emoções primárias e, com certeza,


determinante para a sobrevivência da espécie humana.
De modo bem objetivo, diante de um perigo ou situação
interpretada como ameaçadora, a emoção do medo co-
loca nosso cérebro no modo “lutar ou fugir”, uma reação
física automática, que faz com que nosso organismo li-
bere substancias químicas, especialmente a adrenalina,
aumente o batimento cardíaco, acelere a respiração, e
contraia a musculatura, além de outras reações.

Costumo dizer que o medo é bom, pois como uma emo-


ção, palavra formada pelo prefixo latino ex (fora, para
fora) e pelo latim motio (ação de mover) do verbo movere
(mover), tem no seu sentido etimológico o significado de
“tirar de dentro de si”. Ele te leva à ação!

Gosto muito da Definição do Professor Luiz Machado, se-


gundo o qual “uma emoção é forte reação a estímulos
que geram respostas como o amor, o medo, o entusias-
mo, o fervor, a ‘raça’, isto é, espírito de luta, disciplina, de-
terminação, empenho, coragem e envolvem alterações
fisiológicas como preparação para a ação”.
A emoção do medo, sob controle, não só te impulsiona a
agir como o prepara para agir da melhor forma.

O medo só se torna ruim quando ele te paralisa, trava,


colocando você em estado de não recursos ao invés de
estado de recursos.

É por isso que falamos em superar o medo, e não o eli-


minar, pois, é uma emoção que nos acompanha desde
do princípio, e é automática. O que devemos aprender a
fazer é manter o equilíbrio e tirar proveito do movimento
e do estado de alerta que ela nos coloca para agir, e agir
bem.

Mesmo os mais experientes oradores sentem uma pe-


quena ansiedade antes de uma apresentação. O que faz
um orador excelente não é a ausência de medo, e sim
muita preparação, estudo e muita prática.

Essa simples mudança de paradigma, porque não dizer


uma crença, já tira de sob suas costas um fardo pesadís-
simo, que lhe permite dar os primeiros passos rumo à
superação do medo de falar em público.

2 – Não se trata de você

Aqui vai uma afirmação muito importante, e a tenha sem-


pre em mente antes de uma palestra, de uma live ou de
gravar um vídeo para as redes sociais: “não é sobre você,
é sobre o seu público, a sua audiência”.

Pare e pense um pouco sobre os pensamentos que vêm


a sua cabeça diante da situação, da oportunidade de falar
em público, muito provavelmente surgirão auto indaga-
ções do tipo: e se eu não conseguir? Se eu fracassar? E se
eu não agradar? E se as pessoas rirem de mim? O que eu
faço se eu der vexame? Se eu travar?

Talvez não seja o seu caso em específico, mas para a maio-


ria das pessoas que têm medo de falar em público o foco
é todo direcionado para a própria pessoa. Esquece-se do
que é mais importante: a mensagem e o público, ou seja,
que a mensagem chegue ao seu público.

É lógico que o desejo de consideração e reconhecimento


é inerente ao ser humano. Porém, o simples fato de di-
recionar o foco para a audiência e entregar a sua mensa-
gem a eles já provoca em certa medida esse sentimento,
inclusive de gratidão.

Lembre-se, é sobre o outro, não é sobre você! Essa cren-


ça já o afasto do medo do julgamento, pois, se deixar de
lado o ego, perceberá que, em essência, as pessoas não
estão ali para te julgar, elas estão para satisfazer algum
interesse dela. E elas não só querem, como torcem para
que você entregue o que prometeu entregar a elas!
EXERCÍCIOS PARA AJUDAR
VOCÊ A SUPERAR O MEDO
DE FALAR EM PÚBLICO
Uma observação preliminar se faz necessária, pois inteli-
gência emocional não se refere a não ter emoções, e sim
a saber lidar com as emoções, e à busca do desenvolvi-
mento do equilíbrio e competências pode se dar por téc-
nicas próprias e por meio de técnicas da PNL.

Programação Neurolinguística – PNL, na definição de seu


cocriador, Richard Bandler, é:

“O estudo da estrutura da experiência subjetiva do ser


humano e o que pode ser feito com ela.”

Este conceito, conquanto preciso do ponto de vista téc-


nico, e baseado na pressuposição de que todo compor-
tamento tem uma estrutura e que esta pode ser desco-
berta, modelada e mudada (reprogramada), não revela
a importância da PNL para os fins a que se destina este
e-book que não é direcionado para practitioners de PNL.

Numa definição mais simples de Getúlio Bernasque, po-


rém mais adequada à nossa pretensão, temos que:

“PNL é o estudo de como representamos a realidade


em nossas mentes e de como podemos perceber,
descobrir e alterar esta representação para atingirmos
resultados desejados”.

E, parafraseando Getúlio Barnasque, o que eu espero


de você leitor, futuro Mente Triunfante de Destravada, é
que entenda “como o nosso sistema neurológico (NEU-
RO) representa a realidade, como perceber e usar isto
através da  linguagem  (LINGUÍSTICA) e da comunica-
ção não verbal e como ajudar as pessoas a organizar
esta informação para atingir metas específicas (PRO-
GRAMAÇÃO)”.

Nota-se, portanto, que a PNL se vale de padrões de lin-


guagem, da fisiologia e do pensamento para modelar a
excelência. No nosso caso, programar-se para superar o
medo e/ou vergonha de falar em público e comunicar-se
sem inibição e com naturalidade,

E o que significaria modelar a excelência?

Modelagem, segundo Joseph O`Connor, em seu Manual


de Programação Neurolinguística, é “o processo de dis-
cernir a sequencia de ideias e de comportamentos que
permite a alguém realizar uma tarefa”. É “a base da
PNL”.

Daí a importância de falarmos de PNL para superar o


medo de falar em público?

Sim! Porque podemos alterar o seu padrão de linguagem,


mental (pensamos e crenças) e a sua fisiologia para atin-
gir o seu objetivo modelando comportamentos e atitudes
mentais de quem já fala, e bem, em público.
MODELAGEM
Comecemos pela modelagem da fisiologia!

Fisiologia diz respeito à parte física de uma pessoa, isto é,


a sua postura, os seus padrões de respiração, a sua ten-
são muscular, a sua tonalidade.

É um ponto super importante, pois não só os seus esta-


dos mentais afetam a sua fisiologia (e vimos acima algu-
mas maneiras pelas quais o medo age em nosso corpo),
como conforme a PNL, o inverso também é verdadeiro: a
sua fisiologia afeta o seu estado mental. Se mudar a sua
fisiologia, as suas representações internas e o seu esta-
do mudam.

Desse modo, a fisiologia é a ferramenta mais poderosa


que possuímos para mudar instantaneamente de estado.
E, acredite, a preparação emocional e mental é imprescin-
dível para o desempenho ótimo em qualquer atividade.

Agora, sejamos objetivos, como estamos falando de mo-


delagem como técnica de superação do medo de falar
em público, temos de buscar a fisiologia que apoia a ati-
tude mental positiva do orador e o leve a falar com tran-
quilidade e desenvoltura, fluidez.

Segue então, o primeiro exercício que você deve realizar


se superar o medo de falar em público é um objetivo sé-
rio para você:
Exercício 1:
A) Faça uma lista de oradores, comunicadores que você
admira, com pelo menos três nomes, com estilos e carac-
terísticas diferentes. Procure assistir alguns vídeos, pales-
tras dessas pessoas em ação, observe e anote a fisiologia
de cada um deles.

B) Compare, agora, com a sua fisiologia nas vezes que


fez uma apresentação, seja um trabalho de escola, uma
palestra ou a gravação de um vídeo, como ficou sua fisio-
logia momentos antes e durante a sua exposição.

Depois de ter feito essa autoanálise, e somente depois de


ter feito, confira no final do e-book que colocamos alguns
exemplos de fisiologia que induz ou mantém um estado
emocional de recursos que permite ao orador transmi-
tir sua mensagem com maestria, bem como de fisiologia
que sustentam atitudes mentais negativas e trava ou pre-
judica o desempenho da pessoa. Porém, vá até lá apenas
depois de fazer o seu exercício completo e tirar suas pró-
prias conclusões, ok?

A respiração é também muito importante para a fisiolo-


gia e consequentemente para o estado emocional. Isso
porque quando nós estamos ansiosos ou estressados em
demasia nós inconscientemente contraímos a respiração.
Desse modo, uma das mais eficazes formas de trazer os
estresse e a ansiedade para níveis normais, adequados,
é justamente relaxar por meio da respiração consciente e
profunda. Não é objetivo deste e-book aprofundar nesse tó-
pico, portanto, fica como sugestão, que você busque meios
de aprender um pouco mais sobre técnicas de respiração.

Prosseguindo, em regra, as pessoas sob o domínio do


medo de falar em público mantém uma fisiologia asso-
ciada com pensamentos e crenças negativas, as famosas
crenças limitantes. E por causa desse medo e concentra-
ção interna nas próprias inseguranças produzem compor-
tamentos frustrantes que retroalimentam essas crenças,
intensificando e mantendo-a num círculo vicioso.

Nessa esteira, portanto, propomos um segundo exercício


de modelagem.

Exercício 2:
A partir do estudo das pessoas daquela mesma lista do
primeiro exercício, escreva o que você pensa que essas
pessoas acreditam sobre elas mesmas como oradoras,
comunicadoras, sobre expressar-se oralmente para um
grupo pequeno, médio ou grande de pessoas; que tipos
de pensamentos vêm às suas cabeças antes de uma apre-
sentação.

A) Faça, na sequência, uma lista das suas crenças e dos


pensamentos que dominam você antes de uma apresen-
tação e compare (fique tranquilo, essa lista lhe será útil
nos exercícios seguintes):
É lógico que alguns pensamentos simplesmente surgem
e não dá tempo de bloqueá-los. Por isso, seria de pouca
ou nenhuma utilidade dizer para você não pensar nega-
tivo. O que fazer então? Você deve estar se perguntando,
não é mesmo?

Então vamos para o exercício número 3!

Exercício 3:
Simples, se os pensamentos negativos vierem, metafori-
camente, acolha-os, agradeça-os pela intenção de te pre-
servar e por manifestar o seu objetivo de fazer sempre
bem-feita as coisas. E diga a eles (na verdade a você mes-
mo), por exemplo, que você se prepara cada vez melhor; e
o que tem a dizer é realmente importante, que tem muito
valor, mais até do que o seu próprio desempenho.

Pronto para testar na prática?

Feche os olhos e se imagine prestes a ser chamado para


iniciar sua apresentação em público (reunião, palestra,
aula, live, etc), e observe como fica sua respiração, o seu
corpo, e identifique os pensamentos negativos e, imedia-
tamente, acolha cada um deles a medida que forem sur-
gindo, agradeça-os na forma acima sugerida, encare-os,
porém, sem negá-los, sem lutar contra eles e faça auto-
afirmações positivas sobre sua preparação, sobre o que
tem a dizer, sobre a contribuição que vai dar e perceba
o quanto tudo fica ajustado, harmônico e tranquilo, seu
corpo se expandindo numa postura de confiança, integri-
dade e leveza. Abra os olhos e descrevas o que ficou no
lugar:

Exercício 4:
Como já dissemos, de uma certa maneira, normalmente
o foco nas próprias inseguranças nos leva a buscar o que
queremos evitar. O problema é que para isso, necessa-
riamente, pensamos justamente no que não queremos.
Daí que você deve inverter essa sistemática, direcionando
seu foco naquilo que você quer. Tenho certeza que você
quer se sentir confiante ao falar em público, ser altivo, as-
sertivo e carismático, expressando-se com desenvoltura
e leveza. Vamos lá?

Feche os olhos, e visualize-se em ação nesse estado, como


se estivesse vivendo ele agora. Veja, ouça e sinta a você
mesmo confiante ao falar em público, altivo, assertivo e
carismático, expressando-se com desenvoltura e leveza
tal desempenho.

Imagine-se logo após a apresentação, com o sentimento


de superação e realização; sinta a felicidade, a alegria de
ter feito o discurso, de receber a gratidão das pessoas
pela importância de sua mensagem – faça uma emotiza-
ção do resultado.

Como sugestão para aprovar ainda mais os exercícios an-


teriores, como é recomendável que o faça de olhos fecha-
dos, você pode, primeiramente, gravar como se estivesse
aplicando-o a você mesmo, e depois deixe-se conduzir
por você mesmo fazendo exercício de olhos fechados.
Terminado, escreva nas linhas acima o que sentiu, qual
ou quais foram os insights, etc.

Exercício 5:
Por fim, identificar as crenças limitantes como você fez no
exercício 2 já é um grande passo, pois a mera conscien-
tização da sua existência é fundamental para sua “repro-
gramação”. Porém, é preciso efetivar essa “reprograma-
ção” de fato, e vai aqui duas formas que você pode fazer
isso:

A) Ridicularize as crenças limitantes, exagere mesmo. Por


exemplo, se você fica dizendo para si mesmo que não
consegue falar em público (crença de capacidade) pode
ridicularizar dizendo: que idiotice, claro que consigo, se
até o papagaio da minha avó fala quando tem um (não é
coincidência, minha avó materna tem um papagaio, que
estava no seu auge quando eu era criança), quanto mais
eu, que tenho um aparelho fonador perfeito, sou estu-
dioso, articulado e domino o assunto!

B) Transforme todas as frases negativas, que represen-


tam os pensamentos e crenças limitantes, em frases afir-
mativas e as leia para si mesmo mantendo uma fisiologia
correspondente. Por exemplo, uma frase do tipo “falar
bem em público é um dom inato, isso não é para mim”
(crença de possibilidade) pode ser trocada por: todo ser
humano é capaz de falar, e bem, em público, desde que
pratique e acredite no que está falando e especialmente
em si mesmo (concomitantemente, assuma a fisiologia
que você acredite ser a de uma pessoa confiante).

Antes de prosseguirmos para a próxima técnica de PNL, é


conveniente dizer que não se pode aprofundar nos pro-
cedimentos de modelagem, reprogramação de crenças
e emotização da forma como fazemos no nosso treina-
mento: Destrava – superando o medo de falar em públi-
co – mas temos certeza de que se você realizar os exer-
cícios com comprometimento e afinco, aliado à técnica
seguinte, você alcançará resultados extraordinários e o
propósito deste e-book será atingido.

ANCORAGEM E ESTADO
DE COQUETEL

Estado Estado
Atual desejado
Não basta descobrir qual o seu padrão de comportamen-
to para ser dominado pelo medo e alterá-lo e ou repro-
gramá-lo, a partir da modelagem de grandes oradores,
reprogramação de crenças ou aprender a se colocar em
estados de recursos. É preciso que essa mudança para
melhor, não obstante possa ser gradual, seja definitiva e
o novo padrão de comportamento se torne automático.

Para fixar o novo padrão de comportamento, a PNL usa


a ancoragem.

E no intuito de ajudar você a construir um padrão de su-


peração do medo de falar em público e de autoconfiança
para se expressar com desenvoltura para sua audiência,
seja em uma palestra ou seja on-line, adaptaremos uma
técnica denominada “Estado de Coquetel” utilizada por
Terry Bragg, em artigo publicado na Anchor Point Ma-
gazine, edição de janeiro de 1996, e republicada no blog
Golfinho em 08/12/2004, que remete aos ensinamentos
de Dorothy Sarnoff, que foi uma renomada consultora de
oratória.

Assim, ele diz especificamente que:

A abordagem de Sarnoff para falar é similar a  atitu-


de  mental positiva que é conveniente quando nos
socializamos nas festas e coquetéis. Realmente o orador
entra num «Estado de Coquetel» quando estiver fazendo
uma apresentação. Por exemplo, uma pessoa pode ir
a uma festa onde se senta num canto e não fala com
ninguém. Se alguém se aproxima dela, ela resmunga
as respostas com uma carranca. Essa pessoa pode ficar
bem aborrecida na festa, e ir para casa pensando que as
pessoas na festa eram pouco amáveis.

Por outro lado, essa pessoa pode ir para a mesma festa


com uma proposta diferente. Agora, ela toma a iniciati-
va de se aproximar dos outros e iniciar uma conversa. A
pessoa provavelmente irá se divertir e descobrir muitas
pessoas interessantes na festa. A diferença está na atitu-
de mental da pessoa, não na festa.

Falar em público é igual a um coquetel. Se você conside-


ra que falar em público é uma atividade desagradável,
ela será uma experiência horrível. Se você considera falar
em público como uma oportunidade de se relacionar de
uma maneira significativa com outras pessoas, ela será
uma experiência divertida. A diferença está na sua abor-
dagem.

Existem quatro elementos para o  Estado  de Coquetel.


Esses elementos são convenientes para a superação do
falar em público. O ritual preapresentação em público
usa o Estado do Coquetel e é útil na preparação mental
para falar. Ele usa âncoras espaciais para ajudar o orador
a entrar no Estado do Coquetel antes do ato de falar.

Mas o que é âncora e ancoragem em PNL? E como ela pode


ser usada nesse contexto?

Valendo mais uma vez da objetividade conceitual de Jo-


seph O’Connor, âncora é “qualquer estímulo que evoque
uma resposta. Âncoras mudam nosso estado. Podem
ocorrer naturalmente ou ser estabelecidas de forma
intencional” por meio da ancoragem “processo de as-
sociar uma coisa a outra”.

Ou seja, você pode ancorar o estado desejado a um es-


tímulo externo ou interno (visual, auditivo, cinestésico e
espacial), de modo que esse estímulo possa ser acionado
propositalmente como um gatilho para se colocar no es-
tado ancorado.

A finalidade aqui é ancorar o Estado que Coquetel para


que você possa entrar nesse estado e superar o medo de
falar em público e possa fazer sua palestra, sua live ou o
seu vídeo, sem estresse, com leveza e confiança e se di-
virta com tudo isso.

No curso Destrava, ensinamos e incentivamos o uso de


todos os tipos de âncoras. Aqui, disponibilizaremos uma
âncora espacial. Âncoras espaciais, associação dos esta-
dos mental e físico com espaços físicos, são muito efeti-
vas.

Nós usaremos três: o círculo fisiológico, a passagem pe-


los quatro (04) cantos do Diamante do Estado Mental, e
por fim o círculo do contexto.

Faremos um a um, e depois faremos os três na sequên-


cia, unindo-os num único processo, para que você possa
se colocar no Estado de Coquetel, ou seja, estado de re-
cursos, sempre que precisar ou quiser falar em público.
Exercício 6:
Círculo Fisiológico

Neste passo, o objetivo é usar uma âncora espacial para


aprender e fixar a fisiologia de falar em público.

Pronto?

Imagine um círculo na sua frente. O diâmetro desse cír-


culo deve ser espaçoso o suficiente para que possa en-
trar nele e ficar de pé, em posição e com as pernas firmes
e entreabertas de modo que distribua o peso do corpo
igualmente nos pés, numa postura equilibrada. Essa cir-
cunferência do círculo pode ser formada por um feixe de
luz, por uma corda, etc, o que você imaginar. Agora, entre
nesse círculo e assuma a fisiologia indicada de falar em
público.
Agora, dentro do círculo, imagine que existe um barbante
que prende um balão cheio de gás hélio atado no topo da
sua cabeça. Sinta o balão puxando levemente para cima
o topo da sua cabeça. Depois, perceba a sua respiração.
Inspire profundamente e expire devagar e sinta um rela-
xamento fluindo pelo seu corpo. Ao inspirar expanda seu
abdome inferior a partir de um ponto a cerca de cinco
centímetros abaixo do seu umbigo; e para soltar o ar dei-
xe seu abdome ir retornando a posição normal natural-
mente.

Continue inspirando por alguns instantes e mantenha a


fisiologia de falar em público, tome posse dela e observe
como ela se expande naturalmente intensificando esse
estado fisiológico e passa a fazer parte do seu ser dentro
do círculo.

Nesse ponto, saia do círculo e da fisiologia.

Escreva em uma folha ou lembrete do celular, a data e


o local em que realizará uma apresentação em público,
fazer aquela live ou gravar aquele vídeo que há tempos
está deixando para depois:

O objetivo aqui não é só que você se desafie assumindo


um compromisso consigo mesmo, mas também quebrar
o estado para testar a âncora.

Feita a quebra do estado, agora, imagine novamente o


círculo fisiológico a sua frente e com uma passada firme
entre nele e sinta automaticamente a sua fisiologia mu-
dar para a de falar em público.
Exercício 7: Diamante do
Estado Emocional
Dorothy Sarnoff, conforme observado por Terry Bragg,
ensinava que os oradores devem enviar “vibrações” posi-
tivas para o seu público. Vibrações que irão ajudar você a
“expressar para a audiência a alegria, o prazer, a tranqui-
lidade, a empatia e a sua autoridade”.

Essas vibrações podem ser emitidas pela exteriorização


das seguintes afirmações:

; Eu estou contente de estar aqui.

; Eu estou contente de vocês estarem aqui.

; Eu me interesso por vocês.

; Eu sei o que eu sei.

Essas afirmações, feitas com sinceridade e comprometi-


mento, proporcionam uma sensação de alegria, de sim-
patia, de ser atencioso, de confiança e de convicção. Ao
adotar esses estados mentais, certamente, superará o
medo e a ansiedade de falar em público, como aumenta-
rá a probabilidade de se divertir quando durante, de se
sentir realizado durante a sua apresentação.

Vamos lá?
Imagine um diamante com quatro cantos, que re-
presenta uma posição pela qual você irá passar.
(vide figura abaixo).

Posição

4ª Diamante do 2ª
Posição estado mental Posição


Posição

Concentre-se e entre na posição um do diamante, e bus-


que na sua memória um momento, uma situação na qual
você estava com ou diante de um grupo de pessoas e que
nessa mesma ocasião você estava realmente feliz, satis-
feito, de estar com elas. Se você não conseguir lembrar,
você pode imaginar essa situação. Não precisa ser, ne-
cessariamente, uma ocasião em que você estava falando
em público. Reviva plenamente essa experiência, ou seja,
sinta-a como se estivesse fisicamente lá, e enquanto você
reexperimenta esses sentimentos diga para si mesmo “eu
estou contente de estar aqui”.

Depois, caminhe para a posição 2. Enquanto estiver nes-


sa posição, lembre-se de um momento com um grupo de
pessoas e de nessa ocasião você estar contente deles es-
tarem com você. Mais uma vez, não precisa ser um situa-
ção em que está falando em público. Pode ser um evento
social ou reunião de família. Enquanto você revive essa
experiência, diga para você mesmo “eu estou contente
que vocês estão aqui”.

Em seguida, caminhe para a posição 3, e neste espaço,


do mesmo modo que nas posições anteriores, resgate
uma situação em que estava com um grupo de pessoas,
porém, busca uma ocasião em que você se interessou
profundamente pelas outras pessoas que estavam com
você. Reviva essa experiência com se estivesse aconte-
cendo agora e enquanto isso, diga a si mesmo “eu me
interesso por vocês”.

Por fim, caminhe em direção a posição (4). E, nesse último


espaço, reviva uma situação na qual você sabia que sabia
sobre o seu assunto. Você não tinha nenhuma dúvida de
que você sabia a sua matéria. Enquanto estiver nesse es-
paço, revivendo como se fosse agora a certeza de saber o
que sabe, diga para você mesmo “eu sei que eu sei”.

Saia então do diamante pela diagonal.


Exercício 8: Círculo
do Contexto

No Círculo do Contexto, você se imagina falando na fren-


te da sua audiência.

Se você necessitar de um impulso extra, repita as frases


do Diamante do Estado Mental até se sentir contente de
estar falando para esse grupo com confiança, com sim-
patia e de se interessar por eles.

Imagine o círculo à frente, entre nele e imediatamente


e imediatamente traga a fisiologia e todos os recursos
dentro de si e olhe para sua audiência como se estivesse
diante dela agora. Nesse estado de confiança, veja o que
está vendo, ouça o que está ouvindo e sinta o que está
sentindo! Intensifique está sensação de estar bem diante
do seu público.
Exercício 9: Unindo as
três âncoras espaciais
como técnica para
preparação para falar
Para se colocar em estados de recursos antes de uma
apresentação (e é lógico que você pode, e é recomendá-
vel que o faça mesmo sem ter uma apresentação mar-
cada, repetidas vezes) entre no seu Circulo Fisiológico e
adote a  fisiologia  apropriada. Em seguida, mantendo a
fisiologia, caminhe em cada um dos cantos do Diamante
do  Estado  Mental e repita a frase associada à respecti-
va posição. Perceba a sensação de você estar entrando
no  estado  mental  associado  com cada canto, e ao final
em Estado de Coquetel.

“Leve essa atitude mental com você quando chegar a sua


hora de falar. Você estará menos propenso de ficar com
medo quando você está contente de estar lá e quando
você preza a audiência que lá está.

A sua condição de falar em público melhora se você se


interessa pela sua audiência, e se você tem a confiança
de que sabe aquele assunto.”

Por fim, traga consigo todos  esses recursos do Círculo


da Fisiologia e do Diamante do Estado Mental e entre no
Círculo do Contexto, e visualize-se falando em público no
contexto que deseja (palestra, aula, reunião, live, grava-
ção de um vídeo) usando todos esses recursos, com a
fisiologia adequada e em estado de autoconfiança, entre-
gando com desenvoltura a sua mensagem, interessado
pela sua audiência, etc., e total recursos, falando com
desenvoltura e leveza e se divertindo e sentindo-se ple-
namente realizado.

Etapa 1
Círculo da
fisiologia

Etapa 2


Posição
Eu estou contente de estar aqui

4ª Diamante do 2ª
Posição estado mental Posição
Eu sei Eu estou contente de
o que sei vocês estarem aqui


Posição
Eu me interesso
por vocês

Etapa 3
Círculo do Entre no círculo levando para
contexto o contexto da fala todos os recursos.

Visualize: Imagine-se comunicando


com a sua audiência
Conclusão
Conquanto o medo de falar em público seja um proble-
ma comum para inúmeras pessoas, você pode facilmente
superá-lo, seguindo os dois conselhos para mudança de
paradigma e realizando com seriedade, comprometimen-
to, dedicação e disciplina para fazer mais de uma vez, de
forma ativa, os exercícios propostos neste e-book. Nesse
sentido é que propomos o décimo exercício.

Exercício 10: Refaça os


exercícios.
Todos os dias por, no mínimo vinte e um (21) dias, da se-
guinte forma:

; Faça os exercícios de 1 a 5 mais três vezes, no 7º,


14º e 21º dias contados de hoje;

; Faça os exercícios 6 a 9 durantes os próximos 7


dias, a partir do 8º dia, faça somente o exercício 9
até o 21 dia;

; Depois do 21º faça quando entender necessário.

Retomando os conselhos iniciais para caminharmos para


o final, ao acolher a emoção do medo como algo inerente
e essencial ao ser humano, ao invés de querer eliminá-la
da sua vida; entender que não se trata de você, que é so-
bre o outro; e a partir daí tomar a decisão de reprogramar
pensamentos e crenças que o limitavam quanto a falar
em público; modelar os comportamentos e atitudes men-
tais de oradores que você admira; mudar seu estado por
meio da fisiologia e ancorar estados de recursos e acio-
ná-los conscientemente, você poderá superar o medo de
falar em público e começar a se apresentar com alegria,
simpatia, confiança, convicção e sem perder o interesse
pelos que estão lhe assistindo e principalmente no que
você se dispôs a entregar para ela, que tenho certeza,
será de muito valor para elas.

Por falar em entregar, você deve estar se perguntando:


Mas não eram três (03) conselhos e 10 exercícios para
superar o medo de falar em público? Cadê o terceiro con-
selho? Lá vai então!

3º Conselho para superar o medo de falar em público

De nada adiantará você aplicar todas as técnicas, fazer e


refazer todos os exercícios se você não praticar falar em
público.

Todo grande orador, comunicador só se tornou o que é


porque praticou apresentando e praticou mais ainda para
se apresentar. Não se iluda, a excelência no desempenho
será proporcional ao seu número de apresentações, as-
sim como a superação do medo.

Portanto, aja! Exponha-se! Fale muito! E continue a falar.


Comece pequeno, devagar. Programe pequenas pales-
tras, e vá aumentado. Grave um vídeo e compartilhe com
as pessoas de sua confiança, às vezes, nem compartilhe.
Assuma uma postura diferente nas reuniões e aproveite
toda oportunidade para expressar sua opinião ou ponto
de vista de forma sincera; ensine algo que aprendeu aos
seus familiares e vai se desafiando.

Não é feio começar pequeno, feio é não começar! E é mui-


to doloroso perder oportunidade por causa de um medo
que você pode superar. E isso, como quase tudo na vida,
é uma questão de DECISÃO.

Espero que, com este e-book, eu possa ter ajudado a você


a decidir superar e dar os primeiros para transformar o
medo em desejo por falar em público, aproveitar as opor-
tunidades, mostrar ao mundo quão grande é o seu po-
tencial e viver uma vida plena.

Conte sempre comigo.


Um forte e intenso abraço!
Ronaldo Dutra.
Ah, antes de
terminar de vez ...
Já que você aguentou até o final, segue os exemplos de
respostas do primeiro exercício:

Em regra, um orador desinibido e confiante adota a se-


guinte fisiologia: fica numa posição ereta, cabeça para
cima e ombros retos e, quando de pé, distribui distribuí-
do igualmente o peso do corpo nos pés. Olhar firme, po-
rém sereno e normalmente sorri, sem perder o contato
visual com o público. Se movimenta com firmeza e respi-
ra naturalmente. Por sua vez, as pessoas dominadas pelo
medo de falar em público, olham fixamente para baixo,
os ombros ficam caídos e elas assumem uma posição de-
sequilibrada, normalmente concentrando peso em um
dos pés, movimentando o outro ou cruzando-o à frente,
e mantem um semblante quase que sombrio, etc.

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