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Disponibilização: Eva e Liz

Tradução: Drika, Larissa e Karol


Revisão Inicial: Márcia Vaz e Marcia Costa
Revisão Final: Aline, Márcia Vaz
Leitura Final: Simone
Formatação: Eva Bold
Esse é o lema que Silas Mackenzie, presidente do The Dixie
Wardens MC, tem vivido desde que era um homem jovem.

Agora ele está no caminho da meia-idade, tem três filhos


crescidos e está cobiçando uma mulher que definitivamente deve ficar
longe.

Especialmente uma que sua ex-namorada deu à luz, e tem


somente 29 anos de idade.

Sawyer não é uma menina jovem no coração, apesar de tudo.

Ela já viu o interior de uma cela de prisão por longos oito anos,
e cada um deles foi gasto pagando por um crime que não cometeu.

Silas Mackenzie sabe assim que a vê, que ela já sacrificou o


suficiente.

E talvez... apenas talvez... assim como ele.

É hora de Silas Mackenzie conseguir o que ele merece, e, no


processo, colocar um pouco de felicidade de volta no mundo áspero
de Sawyer, um beijo barbudo de cada vez.
“Bristol, por favor, não vamos fazer isso”! Implorei para minha melhor
amiga.

Bristol olhou para mim com uma sobrancelha levantada.

“As finais acabaram. Você não tem praticado vôlei por dois meses. É
hora de parar de ser tão eremita e ser apenas uma estudante universitária
como o resto de nós.” Balancei a cabeça.

“Não acho que isso é uma boa ideia. Estou enlouquecendo, e não
estou lá ainda. Eu realmente não quero ir.”

Bristol não pareceu impressionada.

“Eu vou, quer você queira ou não. A decisão é sua.” Ela deixou
pairando no ar conforme saiu do nosso dormitório compartilhado,
fechando a porta silenciosamente atrás dela.

“Merda.” Suspirei.

Eu realmente, realmente não queria ir. Mas era mais do que evidente
que Bristol queria.

Eu não era de festas. Estava mais confortável deitada com um bom


livro, em vez de ir a uma festa ou sair com amigos.

Eu amava Bristol com todo o meu coração, e sabia que ela me amava
também.
Éramos amigas por tanto tempo quanto poderia lembrar, e eu sabia
que ela sempre estaria lá para mim.

Mesmo se eu quisesse ser deixada em paz.

Bristol tinha feito o seu melhor para 'me tirar da minha cabeça’, como
gostava de dizer, mas seria bom se eu realmente quisesse estar fora dela.

O que certamente eu não queria.

Eu era uma pessoa muito tímida.

Entre ela e Isaac, meu namorado, eu estava condenada.

Algo que ele provou no minuto seguinte, quando um texto apareceu


no meu telefone.

Issac: Indo para festa com Bristol. É melhor você estar lá.

Porra!

Olhei ansiosamente o novo livro que peguei no supermercado mais


cedo. Suspirei e fui até meu armário, pegando calça jeans, bem como uma
camiseta de alcinhas preta.

Não era nada demais, mas serviria.

Eu não iria lá para impressionar. Estaria lá porque estava sendo


forçada.

“Não, Isaac. Eu não quero mais nenhuma,” disse quatro horas mais
tarde.

Já bebi uma cerveja, e foi muito mais do que eu queria beber.

Eu era um peso leve. Mais do que quatro bebidas e eu não iria acordar
por um tempo muito longo.

E por isso sempre fiquei com apenas uma. Isaac, porém, não parecia
se importar.
“Sério, não quero mais nenhuma!” Eu disse, empurrando-o para
longe.

Depois desta noite acabou isso entre eu e Isaac.

Ele tentou me apalpar publicamente e fazer sexo comigo, o que era


algo que jamais havia feito, e agora era algo que nunca iria fazer.

Ele tentou me fazer jogar “beer pong1,” e quando eu não quis, ele foi
brincar com algumas das outras “coeds2” da faculdade.

Quando bebi aquela primeira cerveja ele pensou que tinha acertado
na loteria e continuou tentando me forçar a tomar mais.

“Você é uma maldita desmancha prazeres, Sawyer. Sai de perto de


mim!” Isaac disse falando arrastado. Eu queria socá-lo, porra.

Repetidamente.

“Bem, acho que vou voltar para casa então.” Eu hesitei. “Você quer
uma carona?” Perguntei.

Seus olhos se estreitaram, e ele deu uma olhada ao redor.

A festa tinha sido uma 'explosão', como ele disse. Eu não sabia se foi
ou não.

No início parecia que havia um monte de gente lá, mas lentamente se


afastaram para fora da sala principal até que tivesse apenas cerca de
quinze pessoas agora lá dentro.

“Sim, eu vou para casa. Deixe-me ter mais uma bebida.”

Eu queria dizer a ele que não, mas eu sabia que era provavelmente a
única maneira que ia sair daqui. Logo estaríamos em sua caminhonete,
depois de tudo.

“Vou chamar Bristol,” disse, andando para longe dele.

Achei Bristol na cozinha fazendo coisas que não pensei que fosse
possível.

Principalmente aquelas "coisas" que as pessoas fazem bebendo de


cabeça para baixo com um tubo enfiado na sua garganta, enquanto alguns

1 Jogo comumente jogado na faculdade envolvendo cerveja e Ping Pong.


2 Uma estudante em uma faculdade que tem alunos do sexo masculinos e femininos.
jogadores de futebol gritam engole, engole, engole várias vezes. Ela não
tinha uma boa aparência fazendo isso, também.

“Hum, Bristol?” Chamei-a preocupada. “É hora de ir, você está


pronta?”

Os jogadores de futebol olharam para mim com curiosidade em seus


olhos.

Eles estavam fazendo isso durante toda a noite, e eu não tinha ideia
do porquê.

Eu não tinha nada de especial, mas estavam olhando para mim como
se eu fosse o maior e mais suculento bife que já tinham visto.

“Bristol?” Chamei novamente.

O jogador de futebol mais próximo finalmente baixou as pernas de


Bristol, e ela caiu no chão, enquanto vomitava cerveja para fora da sua
boca através do seu riso.

Cerveja a cobria da cabeça aos pés.

“Acho que é hora de ir,” eu disse suavemente.

Bristol assentiu, com olhos tão vidrados que eu tinha certeza de que
ela ia cair a qualquer momento.

Com a ajuda dos jogadores de futebol, eu carreguei uma Bristol muito


inquieta, e um Isaac muito sensível em sua grande caminhonete de 750
kg. A caminhonete de Isaac não era minha coisa favorita para dirigir no
melhor dos dias, agora além de ser noite, o tempo estava um pouco
chuvoso, então eu sabia que não seria divertido.

Independentemente da minha apreensão, me sentei no banco do


motorista, puxei a cadeira para que eu pudesse alcançar os pedais e o
volante ficasse mais próximo a mim para que pudesse dirigir.

“Lembre-se, ele puxa para a esquerda,” Isaac disse com a voz


arrastada, debruçado sobre o painel para correr a boca ao longo do meu
pescoço.

Eu me encolhi e o empurrei um pouco fazendo ele cair de volta em


seu próprio assento.

“Deixe-me conduzir, por favor,” disse, suplicante.


Isaac riu quando se virou para Bristol que estava sentada no meio do
banco de trás, olhando para nós de forma inconstante.

“Eu sabia que vocês dariam um grande casal.” Ela aplaudiu, batendo
palmas como se fosse uma foca no Sea World.

Eu queria virar, mas era preciso ambas as mãos para manobrar a


enorme caminhonete de Isaac.

Mencionei que eu odiava dirigi-la? Ela tinha pneus enormes.

Eles eram tão grandes que a parte superior do pneu dava na minha
cintura.

Sua caminhonete era do tamanho de um tanque de guerra com


esteroides.

Seu pai comprou para ele no dia em que completou dezoito anos.

Agora, dois anos mais tarde, ela ainda parecia nova, porque ele
cuidava muito bem do seu 'precioso bebê’.

Ganhei meu primeiro carro, porque eu tinha guardado o dinheiro


desde que comecei a trabalhar aos quinze anos.

Embora meus pais fossem bons comigo, eles não eram ricos.

Na verdade, nem sequer estávamos na classe média. Mesmo agora,


eu estando fora de casa, eles ainda estavam lutando para conseguir dar
conta de todas as despesas pagas.

Eles tinham mais filhos, além de mim, por isso era compreensível.

Mas também era provavelmente por isso que eu estaria em dívida até
os meus cinquenta anos.

Pagar meu bacharelado em enfermagem não era muito fácil. Graças


a Deus existia empréstimos estudantis.

Embora não seriam meus amigos, assim que me formasse.

“Por que você está indo tão devagar, Sawyer? Sinto que estamos
rastejando!” Bristol gritou, inclinando-se sobre o painel.

“Coloque o cinto de segurança ou eu vou parar esta caminhonete,”


disse com todo o veneno que pude.
Nenhum deles jamais usava cintos de segurança, e isso me deixava
absolutamente louca.

Ouvi dois cliques, e me virei com um olhar acusando para Isaac. Ele
sabia minhas regras!

“Por que é tão difícil para vocês seguirem essa regra? Quer dizer,
sério, isso poderia salvar suas vidas se estivéssemos em um acidente!”
Rosnei, virando-me quando vi luzes piscando na minha frente.

Eu não consegui parar.

Um Ford Bronco3 apareceu na minha frente, e fez isso no momento


errado.

Em circunstâncias normais, se ele tivesse feito isso, eu não teria


acertado ele.

Mas eu estava na enorme caminhonete de Isaac, que foi difícil de


segurar porque era muito grande.

Eu também estava dirigindo à noite. Na chuva.

Então, em vez de parar ou mesmo retardar quando pisei no freio, nós


deslizamos.

Em seguida, os freios bloquearam.

Os pneus cantaram.

Isaac, Bristol e eu gritamos.

E nós batemos no Bronco com um estrondo ensurdecedor, de gelar o


sangue. Foi terrível.

Eu vi o branco dos olhos do homem antes que a caminhonete dele


rodasse.

Vi a mulher no banco da frente virar para alguém na parte de trás.

Então, nada.

Absolutamente nada.

3O Ford Bronco foi um carro produzido entre 1966 e 1996 pela Ford Motor Company, com cinco
diferentes gerações. O Ford Bronco foi inicialmente produzido como um concorrente do Jeep cj5,
sendo mais confortável que o mesmo.
Meu cérebro não poderia fazer qualquer sentido do que tinha
acontecido, e não saberia, até dias depois, que eu matei cada pessoa no
veículo.

E foi tudo minha culpa.

SEIS MESES DEPOIS

“Depois de considerar todas as evidencias e ouvir o depoimento da


ré, declaramos a ré culpada das quatro acusações de homicídio culposo,”
o porta-voz do júri, disse.

Meu mundo girou até parar.

Todo o meu tempo.

Todos os meus sonhos.

Se foram.

Cada um deles.

Quatro acusações de homicídio culposo.

Olhei para minha mãe com os olhos cheios de lágrimas.

Ela olhou para mim com a mesma expressão triste.

Fechei os olhos, uma única lágrima deslizando pela minha bochecha.

“Sawyer Ann Berry, você está condenada há oito anos em Huntsville.


Dispensados,” o juiz Abbott declarou, finalizando todo este pesadelo com
a batida do seu martelo.

Meu coração doía.

Eu não conseguia respirar.

Oito anos.
Quando eu sair terei quase trinta anos!

“Não se preocupe, Sawyer. Eu vou tirar você daqui. Nós vamos


recorrer. Eu prometo a você,” o amigo do meu pai e meu advogado, Donald
Barber, prometeu.

Olhei para ele e balancei a cabeça. “Apenas... apenas cuide dos meus
pais. Eles vão precisar de você.”

Ele sorriu para mim, tristemente. “Eu vou, abóbora.”

Minha única esperança, uma vez que o recurso foi negado, era o que
ia fazer em liberdade condicional.

Olhei para minha melhor amiga, que compreensivelmente se sentia


horrível, e meu namorado... Com quem eu não tinha terminado porque
ele se tornou minha rocha. Talvez não tanto como um namorado, mais
como uma grande parte do meu sistema de apoio.

Os dois se tornaram minha única fonte de força através deste


pesadelo. Eu não poderia ter feito isso sem eles.

Eles ficaram comigo, apesar do que eu tinha feito. E não pude


agradecer-lhes.

QUATRO ANOS DEPOIS

“Liberdade Condicional negada.”

Com meus olhos fechados, e meu coração rasgado ao meio, a última


esperança que o segurava inteiro tinha desaparecido.

Provavelmente para sempre.


“Desculpe-me, Silas. Simplesmente aconteceu. Nunca pensei que
voltaríamos a ficar juntos novamente. Mas com Sawyer saindo na próxima
semana, começamos a conversar muito novamente, e chegamos à decisão
que a separação não era algo que nenhum de nós queria,” Reba disse
suavemente.

Minhas sobrancelhas subiram.

“Reba, querida. Nunca tivemos nada exclusivo. Entendo que você iria
querer voltar com seu velho. Inferno, isso é provavelmente porque nunca
fiz nada além de te beijar e passar o tempo com você. Eu sabia que seu
coração pertencia a outro homem.” Balancei minha cabeça, mas levantei
a mão para descansar suavemente no lado do seu rosto.

“Está tudo bem, querida. É hora de colocá-lo em primeiro lugar e sua


garota. Ela é uma mulher adulta agora.”

Reba sorriu para mim, triste.

“Você não conhece Sawyer. Nestes últimos oito anos ela mudou. Ela
não é mais alegre, nem a mesma nerd de livro, feliz. Meu bebê se foi, e ela
precisa de mim. Ela precisa da sua família ainda mais agora do jamais
precisou. Ainda mais... quando ela descobrir sobre Isaac, vai ficar com o
coração partido,” sussurrou.

“O quê?” Perguntei.
Eu realmente não quero saber, mas os irmãos me transformaram em
uma puta fofoqueira.

Sem mencionar que isto foi enorme para nossa comunidade.

Todos sabiam o que tinha acontecido. Sabiam de Reba, seu marido


e seus quatro filhos.

Tinham rezado junto com o resto da cidade para o que tinha


acontecido não piorasse as coisas para a pobre mulher.

Então, Reba tinha que ir e provar que o perdedor que Sawyer achava
que esperava por ela, era um grande pedaço de merda.

“Isaac tem uma mulher grávida,” disse Reba, sacudindo o cabelo para
trás. “Tenho dito a Sawyer há anos para não esperar por Isaac.” Ela
sacudiu os cabelos. “Isaac vai se casar com a mulher na semana que vem.
Porra, na semana depois que está definido para Sawyer sair, nada menos.”

Que maldito covarde de merda.

“Bem, deixe-me saber se você precisar de alguma coisa, está bem?”


Disse a ela suavemente. Reba sorriu.

“Obrigada, Silas. Você é muito doce,” disse, dando-me um abraço. Eu


a abracei de volta e lhe dei um beijo na testa.

“Tenho que ir querida. Deixe-me saber se você precisar de mim.”

Reba assentiu e acenou enquanto montei em minha moto. Arranquei


com um rugido ensurdecedor, passei ao redor do estacionamento indo
direto para o clube. Minha mente vagava para aquela noite a oito anos e
meio atrás.

Eu estava no corpo de bombeiros como voluntário, e cheguei a tempo


de ver as três crianças da caminhonete grande serem levadas para o
hospital por três ambulâncias separadas.

Notei quase imediatamente que os ocupantes do outro veículo não


estavam sendo retirados.

Eles estavam mortos.

Os dois na parte de trás não estavam usando cinto de segurança.


Eles haviam sido ejetados do Bronco. Colocaram lençóis sobre eles
para proteger sua privacidade.

Os dois no banco da frente também estavam mortos. O Bronco tinha


sido esmagado como uma lata de alumínio amassada por uma bota. O
banco do condutor estava no espaço do passageiro, e o sangue podia ser
visto em toda parte.

Às vezes, ser um socorrista não era um trabalho divertido.

Passei pela caminhonete que os atingiu e imediatamente senti o cheiro


da cerveja.

Era óbvio que o Bronco tinha entrado na frente da caminhonete.

Mas os ocupantes da caminhonete estavam bêbados e eles poderiam


ter sido capazes de parar se estivessem sóbrios.

Que porra de bagunça.

Meu telefone tocou, tirando-me dos meus pensamentos e daquela


noite horrível.

“Alo?” Respondi.

Meu capacete tinha uma configuração Bluetooth nele.

Então ri pensando em como eu havia me tornado um otário.

A minha filha tinha comprado o capacete para mim, porque detestava


quando eu me colocava em perigo desnecessariamente.

“Olá pai! Você vai cuidar das crianças para mim este fim de semana?”
Minha filha, Shiloh, perguntou.

Sorri, sabendo que iria fazer sem dúvida. Eu, é claro, tinha que
provocá-la um pouco, porém.

“Todos eles?” Perguntei de brincadeira.

Minha filha riu. “Sim, todos eles. Até mesmo Sam e Sebastian.”

Agora isso eu não podia fazer.

“Você sabe que não posso cuidar de todos eles. Eles vão me comer
vivo.” Eu disse a ela honestamente. Shiloh riu novamente.
“Você não pode pedir para Reba ajudá-lo como ela fez da última vez?”
Questionou.

Eu fiz uma careta enquanto estacionava no clube Dixie Wardens MC.

“Não posso querida. Desculpa. Reba e eu terminamos cerca de vinte


minutos atrás,” informei a ela.

Houve um momento de surpreendido silêncio enquanto minha filha


processava isso.

“Eu pensei que vocês estavam indo bem?” Shiloh perguntou em voz
baixa. Dei de ombros.

“Ela vai voltar com o ex dela. A filha sai em breve.”

Shiloh conhecia a história. Reba foi muito transparente com as lutas


da filha. Todos sabíamos da história.

Eu era novo na área de Benton, então minha filha não estava aqui
quando tudo aconteceu. Ela estava ciente da história, porém.

A cidade ficou presa no passado, revivendo memórias daquela noite,


muitas vezes. Tinha sido uma grande perda para a cidade.

A família que tinha morrido naquela noite estava comemorando a


formatura da sua filha e saíram para tomar sorvete.

Os pais e o namorado da garota tinham saído no Bronco, com o rapaz


dirigindo. Estava chovendo e a visibilidade era horrível, o acidente tinha
sido brutal. Eu lembrava disso claramente.

O resultado abalou a cidade. A menina tinha acabado de ser aceita


na Universidade de Colúmbia para o final daquele mês.

O namorado da menina já estava frequentando a Universidade de


Colúmbia com uma bolsa de estudos para o futebol.

Ele era um quarterback estrela, e a comunidade da faculdade tinha


sentido a sua perda imensamente.

A razão real, porém, que a comunidade continuava falando, era por


causa dos pais.

O pai era um professor na escola secundária, e a mãe era uma


professora na escola primária.
Os mesmos professores que tinham ensinado a menina que matou
aquelas quatro pessoas.

“Ei!” Loki chamou, interrompendo meus pensamentos. “O que você


está fazendo?”

Olhei com surpresa para ver quatro homens olhando em minha


direção. Loki, Trance, meu filho, Sebastian e Cleo.

“Por que raios quer saber o que estou fazendo, rapaz?” Perguntei. Era
uma pergunta decente, embora, e eu daria isso a ele.

Mas eu era o presidente do The Dixie Wardens MC.

Se eu queria sentar na minha moto no pátio do nosso clube na chuva,


então eu porra faria. Simples assim.

“Teve uma ligação para você uns minutos atrás de um homem


chamado Bonus.” Disse Sebastian da varanda.

Eu balancei a cabeça.

Bonus era meu contato / gerenciador.

Eu era um ativo aposentado da CIA, mas ocasionalmente eles tinham


necessidade dos meus... serviços.

Eu não os oferecia levianamente, de modo que sabiam que poderiam


me chamar somente quando realmente fosse necessário.

Eu tinha esse direito.

E a agência sabia disso.

Eu também tinha um filho que odiava não conseguir provar isso.

“Obrigado,” disse, saindo da minha moto e guardando a chave no


meu jeans. Todos eles acenaram para mim quando entrei no clube, indo
direto para meu escritório.

Eu liguei para 'Bônus' de volta imediatamente.

“É sobre o tempo,” o homem do outro lado da linha disse.

Eu ri. “Disse que seu nome era Bonus?”

Lynn riu. “Bem, vocês parecem gostar de pôr apelidos engraçados,


então decidi ter um para ver se eu gostava.”
Revirei os olhos.

“Lynn,” disse, sentando na minha cadeira de escritório e dando socos


no computador. “Que porra você quer?”

Lynn suspirou e recostou-se.

“Você me disse que se o nome de ‘Shovel’ voltasse ao sistema


novamente, era para informá-lo imediatamente. Então aqui está sua
ligação para que saiba diretamente,” Lynn disse secamente.

O ar em meus pulmões congelou, e meus olhos ficaram distantes


quando tentei não vomitar ao ouvir esse nome novamente.

“Conte-me tudo.”
As mãos do oficial Donner corriam ansiosamente por cima do meu
cabelo, fechei os olhos e rezei.

Passei oito anos sem ser estuprada.

Por favor, não deixe isso acontecer nos últimos vinte minutos que estou
aqui.

A briga aconteceu no pátio, e as sirenes começaram a soar, quando


o pessoal de segurança começou a se proliferar pela área.

"Não se preocupe, querida. Talvez possamos nos encontrar lá fora,


fazer disso real,” oficial Donner sussurrou.

Eu queria vomitar.

"Vejo você em breve, docinho," ele disse como um presente de


despedida, então me deixou terminar as malas com meus poucos
pertences.

"Você é bem-vindo, cachorro.” Minha companheira de cela, e segunda


melhor amiga no mundo, lhe disse.

Ruthie Ruthann Comalsky era minha companheira de cela desde que


entrei no mundo maravilhoso da penitenciária feminina Hunstville, há oito
anos.

Ela me protegeu quando os guardas tentaram me estuprar no


primeiro dia que estive ali.
E eu a protegi, quando tentaram fazer isso com ela naquela mesma
noite como represália por me ajudar.

Ruthie estava na prisão porque o marido tentou bater nela até a


morte, e ao invés de aceitar quieta, ela atirou nele enquanto estava fazendo
xixi durante um de seus intervalos de espanca-la.

Algo que quase qualquer um teria feito.

Ruthie tinha trinta e um enquanto eu tinha vinte e nove anos, e ela


ainda tinha quatro meses para cumprir da sua condenação de nove anos.

E me senti horrível deixando-a sozinha. "Ruthie,” disse suavemente.


"Eu sinto muito.”

O rosto de Ruthie derreteu quando me acolheu.

"Vai ficar tudo bem, Sawyer. Eu prometo. Você vai ver,” ela
sussurrou.

Eu deveria saber que quando essas palavras saíram da sua boca, elas
só iriam trazer má sorte.

Essas palavras me deram esperança quando eu sabia muito bem que


não deveria ter nenhuma.

"Saia logo daqui. Já lhe chamaram a mais de uma hora atrás,"


insistiu rapidamente.

Coloquei um último objeto no meu saco de lixo e andei até a única


coisa tinha me salvado nesses últimos oito anos. A única mulher a quem
eu devia minha vida, muitas e muitas vezes.

"Eu amo você, Ruthie,” sussurrei para ela. "Eu vou estar esperando
no dia em que você sair.”

Ela me abraçou apertado.

"Estou ansiosa por isso. Nós vamos experimentar os hambúrgueres


e uma cerveja. Está bem?" Perguntou esperançosamente.

Balancei a cabeça fracamente.

Ela sorriu, e eu lhe deixei para ir.

Ela jogou minha bolsa, então saí atrás do guarda que estaria me
guiando até os portões da frente.
Sentia-me perdida.

Realmente perdida.

Não tinha ideia do que eu faria quando saísse.

Eu sabia que minha mãe estava disposta a me levar para casa..., mas
eu não tinha mais uma casa.

Não mais.

Eu ficaria hospedada em uma casa de recuperação na cidade, para o


grande aborrecimento dos meus pais.

Simplesmente acho que eles não precisam me ouvir à noite, quando


eu acordar dos meus pesadelos.

As cenas que aparecem em minha mente, mais e mais como se


estivesse presa em círculo, noite após noite. Embora, agora, não eram mais
tão horríveis como na noite em que bati contra o Bronco.

Agora havia novos... os mais vivos, que não possuíam oito anos de
memórias.

"Apresse-se, menina,” disse o guarda ao meu lado. "Eles estão prestes


a chegar ao pátio e eu não quero ser pego com as calças na mão.”

Rolei os olhos.

Aparentemente, eu era a parte de 'calças na mão' do seu problema.

Então ele teria que me proteger desde que eu já não era tecnicamente
mais uma presidiária desta ala na prisão.

Embora eu estivesse com pressa também. Eu tinha um encontro com


Isaac. E mal podia esperar para vê-lo.

Fui abençoada por tê-lo. Ele tinha estado lá para mim nos bons e
maus momentos. Como Bristol também. Eles eram dois dos melhores
amigos de sempre.

Chegamos à porta final que me levaria até o último corredor e assim


para fora, e eu juro que meu coração estava prestes a sair fora do meu
peito.

Não necessariamente de felicidade, apesar de tudo.


Mas de medo.

Eu passei oito longos anos presa, e tinha certeza de que jamais seria
a mesma.

Eu sempre seria registrada como uma criminosa. Encontrar um


emprego seria difícil.

Muito difícil.

Eu sabia que minha carreira de enfermeira tinha terminado.

Você não pode ser uma ex presidiária e ser uma enfermeira. Você
precisa ter um registro limpo.

Foda-se, eu teria uma extensa verificação de antecedentes antes de


entrar no programa, em primeiro lugar. Agora, todos os anos que gastei
em meus bacharelados de enfermagem eram inúteis.

Não acredito que haveriam muitos campos médicos que estariam


dispostos a considerar os meus créditos da faculdade.

"Assine aqui.” Ordenou o guarda atrás da janela de vidro,


empurrando um papel na minha direção e um saco com os meus
pertences.

Não havia muito lá.

Um telefone celular antigo que estava tão desatualizado que nunca


seria capaz de ligá-lo novamente, e muito menos usá-lo.

A chave para o meu antigo dormitório... outra coisa que eu não


preciso mais.

Uma carteira com minha habilitação de motorista vencida.

E um relógio.

Era isso.

Essa era a extensão dos pertences que eu tinha agora.

"Aqui estão todos os certificados do seu tempo de serviço na detenção.


Aqui está o dinheiro da fiança do seu correio, bem como um bilhete de
ônibus.” o guarda murmurou.
Sorri. "Eu não vou precisar do bilhete de ônibus, tenho alguém que
veio me buscar.”

Eu não disse à minha mãe o dia exato que estava saindo. Eu queria
sair dessas roupas horríveis em primeiro lugar.

Elas eram minhas, mas elas se encaixam em uma menina de 22 anos,


não em uma de 29 anos como eu. Elas estavam muito apertadas, tinha
quase certeza que se me curvasse o botão na parte da frente das minhas
calças iria estourar e quebrar o vidro na minha frente.

Ele deu de ombros e jogou o bilhete sobre a mesa ao lado dele.

"Obrigada,” murmurei, colocando o relógio. Parecia estranho. Como


muito estranho. Eu não usava joias há oito anos.

Minha barriga deu cambalhotas quando saí pela porta no fim do


longo corredor e me deparei com o sol.

Para encontrar ninguém lá.

Era exatamente isso, o fim da estrada.

Olhei à minha esquerda, notando a enorme cerca vermelha que


marcou meu cativeiro durante os últimos oito anos.

Em seguida, à minha frente para ver o estacionamento muito vazio.

Em seguida, à minha direita, vendo mais do mesmo tijolo vermelho.

Eu não me atrevi a voltar e pedir o bilhete de ônibus ao guarda. Seria


como admitir a derrota. E eu não era a porra de uma desistente. Longe
disso, na verdade.

Com nenhum outro recurso, comecei a andar. A mochila que eu tinha


em meus braços era mais pesada do que o inferno. Considerando os quinze
livros, dois pares de roupas e fotos. Toda a minha vida inteira estava
embalada em um único saco.

Quando cheguei à estrada principal, virei à esquerda, observando os


edifícios ao longe. Esse caminho seria a melhor maneira de ir, pois o outro
lado só tinha árvores.

Aproximadamente dois quilometro meio a pé, deixei meus livros,


despejei-os na primeira lixeira que vi. E fui para a direita no limite da
cidade.
Mesmo que isso me matasse, fui embora e não olhei para trás.

O primeiro restaurante que vi era um Whataburger, e eu


imediatamente me encaminhei para o estacionamento e entrei seguindo
em linha reta até o balcão.

"Posso ajudar?" A mulher atrás do balcão perguntou.

Balancei a cabeça e mordi os lábios enquanto olhava as placas do


menu acima da sua cabeça.

"Umm, quero o número um com apenas queijo e ketchup, por favor.


Batata fritas grandes e uma Coca-Cola,” disse suavemente.

A mulher piscou, olhando-me de cima a baixo, e eu sabia que ela


estava pensando ‘Como você come tudo isso com esse corpo minúsculo?’

Felizmente, ela não disse isso em voz alta. Em vez disso, ela me
entregou um número em um pequeno triângulo laranja.

"Sente-se, vamos levá-lo para você em breve,” disse, sorrindo.

Eu me perguntei se ela sabia que estava vindo diretamente da prisão.

Será que a mochila me entregou? Era bastante simples. Apenas um


saco de lona preto com um zíper preto. Eu poderia ser qualquer um.

"Obrigada,” agradeci suavemente.

Ela assentiu com a cabeça e me entregou um copo que era do


tamanho da minha cabeça.

Pisquei, observando o copo.

Puta merda! O copo era gigantesco.

Encolhendo os ombros, caminhei até a fonte de bebida e olhei para


ela.

"É nova," uma menina, com cerca de doze anos, disse. Ela estava
usando calças capri rosa e uma camiseta rosa florida.

Observei como ela encheu seu copo com gelo, em seguida, começou
apertando botões na tela.
"Você pode colocar o que quiser nele. É muito legal, se você me
perguntar,” ela conversava enquanto enchia seu copo com pelo menos sete
bebidas aromatizadas diferentes.

Um suicídio.

Eu não tinha um desses em anos.

Então, o que eu fiz?

Eu fiz o mesmo, enchendo o meu enorme copo com refrigerante sabor


uva, Dr. Pepper, baunilha, cereja e Coca-Cola.

"Isso é nojento," ouvi alguém dizendo atrás de mim.

No começo não compreendi o que estava ouvindo, mas não demorou


muito para o meu cérebro processar.

"Bristol," disse sem fôlego. "Você veio.”

Ela sorriu. "Eu vim. Cheguei atrasada, sinto muito. Eu pretendia


chegar mais cedo, mas meus filhos tiveram uma crise nesta manhã antes
de eu sair, e isso me atrasou. Quando cheguei no estacionamento o guarda
no portão apontou nessa direção para onde viu você andar. É
compreensível que você quisesse algo para comer.”

Uma lágrima caiu do meu olho quando coloquei a minha bebida e o


saco sobre a mesa mais próxima, e então caí nos braços da minha melhor
amiga, pela primeira vez em oito anos.

Ela cheirava a morangos.

Ela sempre cheirou.

Ela adorava morangos.

E eu tinha esquecido.

Bristol tinha me visitado centenas de vezes nos últimos oito anos,


mas nunca a abracei.

Não éramos autorizadas a tocar.

Para a segurança dos visitantes, desdenho.

"Estou tão feliz que você está fora, querida," Bristol sussurrou a
garganta entupida de lágrimas quando disse isso.
Eu balancei a cabeça. "Não é que eu não esteja feliz que você está
aqui,” disse, afastando-me dela quando meus alimentos chegaram. "Mas
o que você está fazendo aqui? Pensei que Isaac iria me pegar. Pelo menos
isso é o que dizia a sua última carta.”

Bristol olhou para suas mãos.

"Isaac,” ela hesitou. "Isaac tem um monte de coisas para explicar.”

Pisquei.

"O que você quer dizer?" Perguntei enquanto nos dirigíamos aos
nossos lugares. "Ele está tendo problemas no trabalho novamente?"

Isaac trabalhava com seu pai. Seu pai era dono de uma empresa de
petróleo que lhe permitiu ser o grande chefe, enquanto seus homens
faziam grandes somas de dinheiro para ele.

Seu filho também foi privilegiado dessa forma.

Não que Isaac via isso dessa maneira. Ele não gostava que seu pai
fosse o seu chefe. Ele queria ser seu próprio patrão.

O problema era que seu pai dominava o mercado em nossa pequena


comunidade. Qualquer pessoa sabia quem era Doral Roans. Ninguém iria
contra Doral por Isaac. Ele não valia a pena.

Algo que eu estava tentando dizer a Isaac durante anos. Ninguém ia


deixar Doral e começar a fazer negócios com ele, só porque ele era um cara
legal. Doral era o fornecedor dominante neste mercado há anos. Sem
mencionar que ele não era um bom homem, e definitivamente não era um
homem que deixasse de fazer negócios para que seu filho fizesse em seu
lugar.

"Jesus,” disse Bristol, me distraindo. "Você quer que eu vá buscar


outro hambúrguer para você?"

Eu gemia com a forma que os pedaços suculentos enchiam minha


boca, como o céu.

E as batatas fritas! Oh, meu Deus, as batatas fritas. Elas eram


divinas.

"Não,” eu disse, “Provavelmente não vou comer tudo isso.”


Bristol ficou estranhamente silenciosa, apenas fazendo comentários
estranhos sobre as pessoas que passavam pela porta.

"Temos que comprar algumas roupas para você,” Bristol disse, me


surpreendendo.

"Eu não tenho dinheiro para comprar roupas," informei a ela sem
rodeios.

Ela piscou. "Eu tenho dinheiro.”

Balancei minha cabeça. "Você não vai me comprar roupas. Vou pegar
as da casa da minha mãe. Vai ficar tudo bem.”

Ela olhou para a camiseta que eu estava vestindo e ergueu as


sobrancelhas.

"E todas elas vão servir assim em você?" Perguntou


provocativamente.

Olhei para a minha camiseta que estava mais para meia camiseta,
em vez de uma camiseta, e encolhi os ombros. "Ela vai servir por enquanto.
Vou costurar algumas novas, quando chegar em casa.”

Ela encolheu os ombros.

"Temos um apartamento em cima da garagem que eu quero que você


fique,” disse suavemente, olhando para mim com olhos sinceros.

Balancei a cabeça antes que as palavras tivessem terminado de sair


da sua boca.

"Por que não?" Perguntou, cruzando os braços sobre o peito e


sentando em sua cadeira.

"Você não tem nada para compensar, Bristol," disse honestamente.

Ela fechou os olhos. "Se não fosse por mim, você não teria ido àquela
festa em primeiro lugar.”

Eu balancei a cabeça, um pequeno sorriso surgindo em meus lábios.

"Não, mas você me chamaria para leva-la para casa, e eu iria. E o


mesmo resultado seria possível,” respondi a ela.

Ela fechou os olhos.


"Eu quero que você fique. Dallas quer que você fique. Por favor, fique,”
sussurrou.

Dallas era meu irmão mais novo, por exatamente 13 minutos. Ele e
Bristol tinham se aproximado, quando eu fui presa. Bristol perdeu sua
melhor amiga e Dallas perdeu a irmã com quem contava para tudo.

Era inevitável que eles encontrassem consolo nos braços um do


outro. Olhei em seus olhos sinceros e me senti cedendo.

"Você vai me deixar pagar o aluguel?" Perguntei. Um músculo tremeu


abaixo do seu olho direito.

"Sim,” disse muito a contragosto.

"E você vai me deixar tomar conta de você quando eu quiser?"


Perguntei. Ela riu. O som era doce. E eu adorei.

"É claro, sempre que quiser.”

Eu sorri. "Bom. Agora, que tal você me dizer o que está evitando me
dizer?”

Ela olhou para o pedaço de papel que tinha alinhado junto ao meu,
pegou e começou a pica-lo em pedacinhos.

"Isaac,” começou, então parou novamente. Minhas sobrancelhas


subiram.

"Isaac...,” encorajei-a. Ela deixou cair o papel sobre a bandeja e pegou


minhas mãos.

"Isaac está envolvido com outra pessoa. Ele engravidou uma das suas
secretárias e vai se casar com ela na próxima semana,” disse
apressadamente.

Pisquei.

"Você... ele... o quê?” Perguntei espantada. Ela assentiu com a


cabeça.

"Sim, você me ouviu direito,” confirmou. Olhei para o queijo que tinha
caído do meu hambúrguer antes e encolhi.
"Uau,” disse sem surpresa. "Eu sempre pensei que ele iria desistir de
mim... só, não esperava que isso acontecesse no dia em que saísse da
prisão.”

Bristol lambeu os lábios, e eu sabia que ela tinha mais a dizer. Ela só
não queria me machucar mais.

"O que foi?” Perguntei em voz baixa.

Ela respirou fundo, e então me deu força através dos seus olhos
castanhos.

"Ele vem fazendo isso desde o início... Eu só não queria te dizer


quando você tinha bastante coisa para se preocupar,” admitiu ela.

Eu congelei, mas Bristol continuou a falar.

“Nós já discutimos isso há anos... É só que... como você conta a sua


melhor amiga que o homem que ela pensa que vai se casar é realmente
outra pessoa? Você me deu sua vida, e eu devo tudo a você. Se não fosse
por você, eu não teria a minha família agora. E isso parte meu coração,
que algo tão terrível assim tinha que acontecer com você e te impedir de
realizar seus sonhos,” Bristol chorou baixinho.

Eu agarrei a mão dela. "Bristol, eu já lhe disse um milhão de vezes


que não foi sua culpa. Quantas vezes tenho que dizer isso antes de você
compreender? O que aconteceu naquela noite... isso foi tudo minha culpa.
Cada pedacinho. Eu atingi aquelas pessoas. Aquelas pessoas. Eu escolhi
beber. Eu escolhi ir a essa festa com você. Tudo é minha culpa, não sua.
Eu te amo, mas você precisa se dar um descanso. Deixe seu coração
curar.”

Ela olhou para mim com lágrimas nos olhos.

"E quando você vai curar?" Perguntou com força.

Balancei minha cabeça.

Não haveria cura para mim. Não existiria simplesmente.

E isso é tudo o que poderia haver.

Eu existindo, sozinha.
"Eu não tenho muita experiência em escritório ou qualquer assunto
relacionado," disse a recepcionista no consultório do veterinário, onde
estava me apresentando. "Eu sou boa com cães, no entanto.”

A mulher sorriu. "Bem, isso definitivamente é um ponto!"

Eu sorri de volta. O sorriso da mulher era contagioso. O nome dela


era Joanie, e ela me lembrou muito da minha mãe.

"Joanie, eu preciso que você entre no sistema do computador e peça


alguns medicamentos para Diesel de modo que o Sr. Coby possa levá-lo
para casa,” chamou um homem mais velho com um sorriso no rosto.

Eu observei-o caminhar para a pequena área do balcão e entregar a


Joanie um pedaço de papel antes de se virar para olhar para mim. Ele me
ofereceu sua mão.

"Zack Deguzman,” ele apresentou-se.

"Sawyer Berry. Prazer em conhecê-lo. Eu já ouvi muito sobre você,”


apertei sua mão.

"Você é parente de Dallas Berry?" Perguntou.

Congelei por um segundo. Se eu dissesse que estava relacionada com


Dallas, ele saberia exatamente quem eu era, mas de que outra forma eu
poderia explicar como tinha ouvido falar sobre ele?
Não havia nenhuma garantia de que ele não iria me julgar como
outros fizeram.

"Eu sou...” hesitei, procurando uma boa maneira de expressá-lo.


"Sim. Sou Sawyer Berry. A irmã de Dallas.”

Eu poderia dizer o minuto em que ele percebeu quem eu era. Vi a


surpresa em seus olhos, seguido por pena. O que eu não vi, no entanto,
era desgosto.

Algo que vi nos rostos de algumas pessoas quando percebiam quem


eu era e, em seguida, lembravam-se apenas de quem eu tinha matado.

"Ah,” disse ele, balançando a cabeça. "Compreendo. Venha comigo


para a sala de exames para que eu possa ver um dos meus pacientes
favoritos.”

Pisquei surpresa.

"Sério?" Perguntei.

Agora que ele sabia, não agiu de forma diferente, e eu estava


realmente surpresa.

A maioria das pessoas agia de forma diferente, quase como se eu


tivesse uma doença infecciosa depois de ser libertada da prisão.

Corri atrás do Dr. Deguzman, que estava andando rapidamente.

"Puxa, Dr. Deguzman, você tem pernas longas.” Eu respirei quando


chegamos ao espaço muito atrás do escritório.

Seus olhos brilharam quando se virou para olhar por cima do ombro
para mim.

"Me chame de Zack. E prepare-se para um pouco de diversão,” disse,


abrindo a porta lentamente.

No momento em que estava aberta o suficiente, um corpo pequeno e


enroscado escapou, correndo como um míssil marrom direto para mim.

Caí de joelhos e peguei a pequena gracinha antes que ele pudesse ir


mais longe.
"Te peguei,” murmurei, fazendo o cão abanar a cauda animado para
o meu rosto e dei-lhe um beijo. "Você não é apenas a coisa mais fofa que
já vi?"

"Esse é o meu cachorro,” uma voz bonitinha, disse suavemente. Olhei


para um belo par de olhos verdes e sorri.

"Este é o seu cachorro?" Perguntei. "Qual o nome dele?"

"Ele é na verdade é um ela. E seu nome é Lou,” disse ela, cruzando


as mãos sobre o pequeno peito e olhando para mim.

"Uma garota chamada Lou.” Eu assenti. "Entendi.”

Entreguei o cão de volta para ela que colocou os braços finos em torno
do seu corpo balançando e começou a ir de volta para a sala que Zack
tinha fechado uma vez que ele percebeu que eu tinha pego o pequeno feixe
de energia que tinha conseguido escapar.

Abri a porta para ela e me inclinei para parar todos os fugitivos mais
rebeldes. Eu podia ouvir a diversão que eles estavam tendo além da porta,
e, com certeza, consegui pegar mais dois quando tentaram pular para fora.

"Aqui está, papai,” a menina com o cabelo loiro bonito disse ao


homem mais bonito que eu já vi na minha vida.

Ele era literalmente fascinante.

E muito obviamente casado se a aliança de ouro na sua mão, assim


como os três filhos aos seus pés, dissesse alguma coisa.

"Obrigado, querida,” disse o homem, apontando para o chão, onde


queria que ela colocasse o cão.

Dr. Deguzman... Zack... estava no chão, correndo os dedos ao longo


da nuca do filhote aos seus pés.

O cãozinho era preto e pequeno e apenas um pouco menor do que


todos os outros.

A mãe dos cães, uma pastora alemã linda que me fez pensar que ela
era exatamente igual a imagem que todas as pessoas pensavam quando
ouviam 'pastor alemão’, estava no chão no canto da sala, observando as
idas e vindas dos seus filhotes com olhos afiados.

"Esta é Tequila,” disse o homem.


Eu pisquei e olhei para ele. "O que?"

"A cadela. O nome dela é Tequila,” ele disse novamente, esclarecendo


sua informação anterior.

Engoli em seco, tão presa nas duas cores diferentes dos seus olhos,
que eu meio que esqueci de respirar.

Balancei a cabeça em entendimento. "Entendi.”

Seus olhos me estudavam de perto, observando-me enquanto eu


interagia com os cães. Eu tentei o meu melhor para ignorá-lo.

Fora da minha visão periférica, porém, fiquei observando. Ele estava


usando o que a maioria dos motoqueiros usaria, ou pelo menos eu pensei
que ele fosse um, a partir do colete de motoqueiro que usava.

Eu me lembrava vagamente de uma gangue de motoqueiros


aparecendo aqui nas poucas vezes que tinha vindo a Benton, Louisiana
com os meus pais, mas não me lembro deles com essa aparência.

"Bem, todos eles parecem bastante saudáveis, Trance. Não vejo nada
de errado com eles. Eu também acho que eles podem ser desmamados da
sua mãe agora. Isso significa que seu treinamento pode começar assim
que você quiser. Eles são perfeitos,” Zack informou a Trance.

"Merda," Trance disse, suspirando e esfregando o rosto com as mãos.

"Papai triste,” disse o menino.

O menino parecia muito com o pai com seus olhos azuis e cabelo loiro
encaracolado, e você definitivamente poderia dizer que eles eram pai e
filho.

O menor, no entanto, tinha dois anos de idade, no máximo. Porém


não se parecia com seu pai. Meu melhor palpite era que ele se parecia com
sua mãe.

Porque ele era o único com cabelos pretos encaracolados e pele


pálida. Ele parecia uma boneca de porcelana, e atualmente estava me
olhando nos olhos, os seus de um verde mais brilhante que eu já tinha
visto, e meu coração gaguejou em meu peito.

"Papai triste?" Ele me perguntou.


Ele tocou minha bochecha, então se inclinou para frente e jogou os
braços em volta do meu pescoço. Atordoada momentaneamente, eu tive
que esperar alguns segundos para que o meu coração não se quebrasse.

Se eu tivesse um filho, queria que ele fosse apenas como esta criança.
Mas isso não estaria acontecendo para mim, e decidi esquecer.

"Eu não sei por que seu pai está triste, querido. Talvez você devesse
perguntar a ele quando vocês estiverem sozinhos,” disse a ele gentilmente.

Ele me apertou com mais força, depois me soltou e me deu um sorriso


cheio de dentes que consistia de grandes quantidades de baba.

"Biscoito?"

Sorri e balancei a cabeça. "Não, eu não tenho quaisquer biscoitos.”

"Papai tem biscoitos no carro," a menina repreendeu o menino


gentilmente. "E ele lhe disse para não falar com estranhos.”

Eu decidi não assinalar que ela tinha feito a mesma coisa apenas
momentos antes com o cão. Em vez disso, escolhi ficar em silêncio
enquanto me colocava de pé e colocava a alguma distância entre mim e
toda essa fofura.

As crianças... não o homem. Não que ele não era quente como o
inferno. Ele simplesmente não era o meu tipo. Não que eu tivesse mais um
tipo.

Eu pensei que Isaac era o meu tipo todos estes anos... ainda, agora
lá estava eu, com nenhum desejo para qualquer tipo.

"Bom,” disse o motoqueiro. "Eu não posso esperar para compartilhar


esta notícia com Viddy. Ela vai chorar.”

Zack bufou. "Sua esposa vai ter que deixá-los ir eventualmente. Não
irá começar a treiná-los para os policiais em Shreveport e Bossier? Não
pode fazer isso se não começar a dar-lhes um pouco de espaço para
correr.”

O homem suspirou.

"Quando o nosso velho cão, Radar, morreu... ela nunca superou isso.
Ela ainda chora quando vê fotos dele, e está devastada que ele nunca vai
conhecer seus netos,” disse o homem em voz baixa.
"Bem, Trance, eu realmente gostaria de ver esses meninos saindo um
pouco, tendo algum outro tipo de atenção e socializando. Eu havia lhe dito
para trazê-los para a festa de filhotes de cachorro neste fim de semana.
Vai ser bom para eles. Se você decidir aparecer, apenas nos avise um dia
antes, para que possamos ter comida suficiente para todos eles,” disse,
levantando-se e estendendo a mão.

Trance pegou sua mão, deu tapinhas nas costas de Zack e depois se
preparou para sair dizendo: "Tudo bem, pessoal, vamos começar
transportando-os para fora até a caminhonete.”

Um dos sete cães foi abandonado sem a menor cerimônia em meus


braços, e eu sorri para o pequeno nanico que Zack tinha feito arrulhar
mais cedo.

"Eu gosto mais deste, é o mais bonito,” disse para ninguém em


particular.

"Ele está à venda se você o quiser," Trance murmurou quando todos


nós caminhamos para a porta.

"O que? Por quê?” Perguntei.

Eu não tinha acabado de ouvir que ele iria treiná-los para serem cães
da polícia?

"Ele é um tampinha e um preguiçoso. Não será fácil treiná-lo para ser


um oficial K-9. Os outros seis serão. Eles devem se manter unidos. Esse
gosta de ficar ao sol o dia todo. Não estou dizendo que não é uma coisa
boa, mas não é uma característica que faz um bom oficial K-9.” Trance
explicou.

Pisquei. "Sério? Então, quanto você quer por um cão preguiçoso que
gosta de sol e de si mesmo?”

"Você pode ficar com ele por nove centenas de dólares," Trance disse
e começou a coloca-los na parte de trás da caminhonete.

Eu entreguei o que estava em meus braços com relutância. Não havia


nenhuma maneira no inferno que eu poderia pagar novecentos dólares.

"Ah," disse enquanto Trance o pegava sem olhar para o meu rosto.
"Eu não posso fazer isso agora. Além disso, não tenho certeza que meu
irmão quer outro cão em sua casa.”
Ele assentiu. "Se você mudar de ideia, Zack tem o meu número.”

Ele colocou todas as crianças que estavam próximas dentro da sua


grande caminhonete e depois saiu calmamente do estacionamento do
consultório do veterinário e eu os observei sair.

Aquele homem tinha tudo o que eu queria da vida.

E era uma merda que eu nunca teria o que ele tinha.

"Bem, eu adoraria que você assumisse o cargo, Sawyer. É


completamente diferente da sua profissão, mas acho que você realmente
se encaixa bem com a nossa equipe,” disse Zack enquanto saíamos mais
tarde naquela noite.

Eu sorri.

"Obrigada, Zack. Estou ansiosa para passar mais tempo aqui e


ajudar da maneira que eu puder,” disse honestamente. Ele sorriu.

"Por que você não disse nada ao Trance sobre o treinamento de cães?"
Ele perguntou andando com as mãos nos bolsos. "Tenho certeza que ele
poderia usar a sua ajuda.”

Eu fiz uma careta. Expliquei ao veterinário que tinha treinado cães


enquanto estive na prisão. Eu amava essa parte da minha vida, mas eu
estava presa quando fiz isso, e não era um assunto que me sentia
confortável em falar. Pelo menos ainda não.

"Porque ele teria perguntando como aprendi a lidar com cães dessa
maneira,” respondi. "E então ele teria me olhado de forma diferente.”

Zack bufou.

"Ele sabia quem você era sem você dizer a ele. Ele é um policial e um
membro do The Dixie Wars MC. Detesto te desanimar querida, mas todo
mundo sabe quem você é. Você não mudou muito nos últimos oito anos.
Assim que você disse que estava relacionada com Dallas, eu sabia
exatamente quem você era. Mas eu sou velho. Outros que têm um cérebro
mais afiado vão descobrir isso imediatamente. Eu acho que é hora de dar-
se uma pequena pausa. Talvez eles não tenham um problema com isso
como você acha que eles vão ter,” disse Zack, parando ao lado da sua
caminhonete Ford.

Eu admirei sua caminhonete assim que cheguei hoje no


estacionamento. Fazia sentido que o veículo mais caro lá, pertencia a quem
ganhava mais.

Olhei para minha bicicleta que estava encostada ao lado do edifício e


suspirei.

"Que horas você gostaria que eu estivesse aqui?" Perguntei


suavemente, evitando o assunto de dizer às pessoas quem eu era e o que
eu tinha feito, completamente.

"Oito em ponto, Srta. Berry. Tenho alguns potros para verificar na


parte da manhã, e creio que eu gostaria que você viesse junto para me
ajudar.” Respondeu imediatamente.

Dei-lhe um polegar e comecei a andar para minha bicicleta.

Eu tinha um carro há muito tempo atrás, mas quando tive que


arranjar um advogado... o carro teve que ser vendido para pagar
honorários advocatícios.

Agora eu tinha que economizar algum dinheiro novamente para


comprar um novo.

Eu tinha também algum dinheiro guardado, mas as minhas


economias da vida inteira foram afundadas em nosso advogado. Eu estava
literalmente começando do zero.

"Tenha cuidado Srta. Berry," Zack chamou quando comecei a pedalar


para fora do estacionamento. Pelo menos, o exercício seria bom para mim.
Eu não estava ‘gorda’. Longe disso, mas eu não estava 'em forma' também.

Bem... arredondada era uma forma... não apenas a forma que eu


queria.

Eu tinha pedalado quase todo o caminho até a linha do condado


quando vi o primeiro motoqueiro me passar.

Em seguida, um segundo. E um terceiro.

Até que tinha sido ultrapassada por, pelo menos, dez deles.
Pisquei quando eles mantiveram o ritmo comigo quando desci um
monte íngreme impressionante.

Eu tive que caminhar esta manhã por ele, empurrando a bicicleta.


Era muito íngreme para minhas pernas fora de forma.

Um motoqueiro, porém, chamou a minha atenção sobre todos os


outros. Ele era mais velho que o resto.

Ele usava calça jeans que estava tão desbotada que eu tinha certeza
de que seria tão suave como seda. Ele usava também uma camiseta
vermelha sob o mesmo colete de motoqueiro preto que o homem no
veterinário hoje, Trance, estava vestindo.

Seu capacete cobria apenas o topo da sua cabeça, e eu me perguntava


qual era o ponto de usar isso quando cobria apenas metade dela. A parte
inferior era sem importância?

Então pensei sobre o fato de que eu não estava usando um também,


e eu estava indo tão rápido quanto eles e ri para mim mesma, a minha
atenção de volta para a estrada em frente a mim.

Senti as vibrações dos motores em meus dentes conforme eles


diminuíram ainda mais, deixando-me passar, antes de todos eles entrarem
em um estacionamento.

O edifício era muito novo. A parte externa era incrível.

O exterior do edifício era de um material brilhante, o seu estilo era


rústico com madeira emoldurando por toda parte e ele era adornado por
enormes janelas de vidro. Na frente havia uma grande porta de madeira.

Foi então que o painel na frente me chamou a atenção. Halligans e


Handcuffs.

Agradável.

Dallas havia falado sobre o local para mim. Ele tinha escrito sobre o
impacto que este lugar teve na cidade de Benton.

Como isso transformou o local em um paraíso não só para policiais e


bombeiros, mas para toda a comunidade.

Virei a cabeça de volta e continuei a pedalar.

Então comecei a prender a respiração.


Porque eu estava chegando ao local onde tudo aconteceu.

O local exato onde toda a minha vida tinha mudado.

O local onde eu havia tirado a vida de quatro pessoas.

Eu me obriguei a continuar, a não parar, mas os meus pés e minhas


mãos não me obedeciam.

Minhas mãos apertaram o freio, e os meus pés pararam de pedalar.


Eu fiz uma parada na estrada, onde ainda havia, até hoje, flores e quatro
cruz.

E comecei a chorar. Eu não pude me conter.

Meu Deus, eu tinha tirado quatro vidas!

Eu!

Eu era um ser horrível, uma péssima pessoa e não se passou um


único dia em que não quisesse ter sido eu que tivesse morrido naquele dia
em vez deles.

Se eu pudesse voltar a esse momento no tempo, eu teria orado a Deus


para me levar em seus lugares.

Eu teria feito qualquer coisa para trocar de lugar com eles.

Implorei.

Me coloquei de joelhos e implorei.

Não porque eu não queria passar a vida na prisão, pagando por meus
crimes. Mas porque essas quatro pessoas não mereciam morrer.

Sr. e Sra. Neesen eram professores. Eles estavam fazendo a diferença


na vida das crianças.

Sua filha e seu namorado tinham um futuro tão brilhante pela frente
que até o meu sonho anterior de uma carreira de enfermagem não se
comparava.

Eu não havia percebido que eu tinha caído de joelhos até ouvir o


barulho de uma moto novamente. Eu não olhei para cima na esperança
de que, se não me mexesse, ninguém iria me notar.
Eu deveria saber que era um desejo estúpido especialmente quando
olhei para cima para ver a moto parar nem mesmo a um metro de mim.

Era o motoqueiro mais velho, o que eu não conseguia parar de olhar


mais cedo.

E doce Jesus, ele era quente. Ele certamente não parecia 'velho'.

A única razão que eu poderia realmente dizer que ele era "mais velho,”
como eu estava chamando-o, era por causa do seu cabelo.

Ele parecia... sexy. Distinto. Maduro. E muito, muito masculino.

Cabelo sal e pimenta.

A raposa prateada, pensei comigo mesma, até mesmo a barba.

"Você está bem?" O homem falou. Oh Deus, sua voz era sexy.

Profunda.

Sedutora.

"Sim,” funguei, enxugando os olhos com as costas das minhas mãos.


"Estou bem.”

Ele assentiu. "Você caiu?"

Olhei para a minha bicicleta, percebendo por que ele pensava que eu
tinha quebrado algo com a maneira que eu estava chorando e de joelhos e
minha bicicleta em um ângulo estranho de onde tinha caído.

"Não. Eu não caí," disse, olhando para as minhas mãos. "Estou bem.”

Que esse ‘estou bem' era mais para meu benefício do que o seu. Eu
precisava me levantar e sair daqui antes que eu caísse em um desses
humores novamente. O tipo que me sugaria e não me deixaria até de
manhã.

Eu podia sentir o pânico subindo, podia sentir as lágrimas


escorrendo pelo meu rosto, mas eu não podia impedi-las, eu não sabia
como, então eu disse algo estúpido.

"Eu os matei,” sussurrei soluçando.


"Eu sei,” disse a ela.

Ela apertou os olhos fechados, e as maçãs das bochechas, a única


parte do seu rosto que tinha qualquer cor, empalideceu.

"Eu nunca quis," sussurrou. "Quem me dera tivesse sido eu.” Minhas
entranhas se apertaram.

Isto certamente não era como eu queria conhecer a filha de Reba. Eu


esperava que fosse em circunstâncias diferentes.

Talvez, quando ela estivesse visitando a casa do seu pai ou, talvez
enquanto estivesse no supermercado.

Eu não queria lágrimas, elas fazem coisas a um homem, faz ele sentir
pena de coisas que não pode controlar. Faz dizer e fazer coisas que nunca
teria feito se não houvesse lágrimas.

"A vida não funciona assim,” disse a ela, desejando que na verdade,
funcionasse assim, ou pelo menos eu gostaria de saber como fazer
funcionar.

Posso lembrar cinco circunstâncias que eu poderia me oferecer para


estar no lugar da outra pessoa que estava sendo tirada de mim. E nunca
ficou mais fácil.

"Eu sei. Eu sei. Não consigo parar de pensar que, apesar de tudo é
como uma queimadura no meu interior, e uma bala no meu cérebro. E
nunca acaba,” ela sussurrou, inclinando-se para frente de modo que as
mãos estavam cruzadas firmemente em torno do seu estômago.

Não, isso não.

"Você quer uma carona?" Perguntei.

Ela finalmente me olhou nos olhos, e eu senti o choque todo o


caminho através de mim. Ele perfurou meu cérebro e viajou das pontas
dos meus dedos das mãos até os pés.

Seu cabelo escorria pelas suas costas, longo, encaracolado, preto e


abaixo da sua bunda. Era bonito.

Mas o que a fazia absolutamente impressionante eram os olhos, uma


máscara profunda de azul, quase anil.

Seus olhos eram sedutores, e eu me encontrei extremamente


desapontado quando ela desviou o olhar, e voltou a olhar para a cruz. A
cruz que era trocada com cada estação do ano como um relógio.

Novas flores eram colocadas no local uma vez por mês só Deus sabe
por quem, e isso me incomodava, às vezes.

A cidade não esquecia e eu temia que isso significasse coisas ruins


para Sawyer, especialmente quando se tratava de fazer amigos, mais uma
vez.

"Não, eu não quero uma carona,” disse, assustando-me.

"Até onde você tem que ir?" Insisti. Ela apontou na direção.

"Isso é longe.”

Ela deu de ombros, indiferente. Então, sem outra palavra, se


levantou, montou sua bicicleta e partiu.

Ela olhou para trás três vezes antes que estivesse longe demais para
eu vê-la, e amaldiçoei quando olhei para a cruz uma última vez antes de
dar partida na moto com um rugido.

Eu estava indo encontrar Lynn para conversar, sobre a possibilidade


de que Shovel poderia estar perto da cidade. Minha cidade.

A cidade que eu lhe disse que sob nenhuma circunstância ele deveria
aparecer novamente.
Ele esteve na prisão por mais de vinte anos e foi liberado há apenas
dois dias, de acordo com Lynn.

Quando cheguei pela primeira vez no The Dixie Wardens, Shovel era
o vice-presidente.

Ele era o braço direito do presidente, e um homem que


constantemente levava mais e mais drogas através da pequena cidade de
Benton até que chamou a atenção da CIA, bem como da ATF.

A CIA queria um homem lá dentro, e eu fui introduzido como um


prospecto. Trabalhei por um ano inteiro para entrar nesse clube, e tive que
suportar tortura sobre tortura no processo.

E porra, eu odiava cada minuto disso.

Principalmente por causa de um homem chamado Shovel e o fato de


que ele pensava que dar drogas para crianças era um negócio bom para se
fazer.

Sem mencionar que ele era o único a empurrar todas as outras


atividades ilegais. O que significava que eu tinha que fazer coisas ilegais.

Segui a menina a uma distância segura até que estava quase na


estrada para uma subdivisão mais agradável na periferia da cidade.

Quando ela estava em segurança nos limites do seu bairro, parei,


desliguei a moto mais uma vez e peguei meu telefone.

"Sim?" Uma voz masculina respondeu.

"Dixie,” eu disse. "Berry está aí?"

Dallas Berry era irmão de Sawyer, e eu tinha a sensação de que ele


gostaria de saber o que tinha acabado de acontecer.

"Sim, ele e Kettle estão sentados bem aqui," Dixie disse, a música do
bar tocando alto do outro lado da linha.

"Diga a ele que sua irmã precisa dele. Ela está na sua casa.”

"Entendi.”

O telefone clicou, sinalizando o fim da conversa, e eu coloquei o


telefone de volta no bolso antes de subir na moto novamente.
Com um último olhar para o local em que ela desapareceu, coloquei
todos os pensamentos de Sawyer Berry, seus olhos azuis fascinantes e seu
lindo cabelo preto fora da minha mente.

Em vez disso, foquei no que estava por vir.

Três horas mais tarde eu não estava no melhor estado de espírito. Na


verdade, estava pior.

"Isso é tudo que você pode me dizer? Então, ele saiu da prisão, desceu
a rua, entrou em um ônibus, e você não o viu desde então? E sobre o seu
agente da condicional?" Perguntei a ele, apertando a ponta do meu nariz.

Lynn deu de ombros.

"Não o tenho visto também, assim como seu médico.” Lynn confirma.

"Foda-se!" Gritei, trazendo a atenção do bartender para mim.

Eu tinha pilotado duas horas para chegar a este pequeno buraco


chamado Wall Bar, e então passei mais uma hora esperando este
desgraçado chegar aqui. Isso estava realmente me irritando.

Ele tinha acabado de mostrar, e de forma inequívoca, que não tinha


ideia de onde Shovel estava. Tampouco acho que ele podia dispensar
qualquer outro recurso para encontrá-lo.

"Quanto a isso," eu disse, inclinando de volta na minha cadeira. "Diga


a seu chefe que ele vai me ajudar, ou vai se arrepender. Fui claro?"

Isso nunca teria acontecido com o antigo diretor. O novo sentia que
era bom demais para ajudar antigos colegas. Mesmo que eu não fosse mais
tecnicamente um colega dele, não significa que não fazia um trabalho
inesperado aqui e ali.

Ou que eu não poderia chegar ao filho da puta.

"Ele não vai gostar disso," Lynn advertiu.


Dei de ombros. "Eu realmente não dou a mínima. Posso encontrar
Shovel, é claro, mas o velho Crotch Rot4 não vai gostar.”

Lynn revirou os olhos. "Crotch Rot? Você ainda o chama assim?"

Concordei.

Crotch Rot era realmente Crotchet. E ele não gostava muito de ser
chamado Crotch Rot. E era por isso que eu o chamava assim.

Crotchet não gostava de mim e eu não escondia que não gostava dele
também.

Ele era um canalha egoísta que só olhava para si mesmo e seu próprio
progresso na companhia, ao invés dos homens sob suas asas.

"Basta dizer-lhe isso.” Suspirei, levantando e pagando minha conta.


O barman acenou em agradecimento, e Lynn andou comigo até minha
moto.

Olhei para o estacionamento, como eu fazia automaticamente cada


vez que entrava num ambiente diferente, e montei a minha moto.

"Vou dizer a ele, Silas. Mas você vai ter que ter cuidado. Ele não é um
imbecil. Ele não se importa com o que você fez para chegar onde está. Ele
vê você como alguém com mais benefícios. Algo que ele está tentando por
meses," Lynn me disse.

Eu sorri.

Tinham me oferecido a posição de Crotchet mais de uma vez. Se eu


quisesse, podia simplesmente ir e tirar isso dele. E talvez ele precisasse
saber exatamente com o que estava lidando.

"Tudo bem,” eu disse, sorrindo ligeiramente. "Eu vou falar com


Rosenthal.” Lynn piscou. Lentamente.

"Você vai... você vai o quê?" Ele gaguejou.

Concordei firme nessa decisão. Eu considerei várias vezes passar por


cima dele.

Talvez eu devesse fazer isso agora.

4 “Pudim de virilha” Um cheiro realmente ruim e nojento proveniente da buceta de uma mulher ou da
virilha de um homem.
Talvez essa fosse a maneira de cuidar disso... para cortar o mal pela
raiz, antes que chegasse onde eu poderia ver que estava indo e ficando fora
de controle.

"Sim, eu acho que vou fazer isso. Não se preocupe em dizer nada a
Crotchet.”
"Você não pode levar um bebê a um bar," digo em indignação
simulada quando Bristol estaciona em uma vaga em frente ao Halligans
and Handcuffs.

Eu estava fazendo referência a um dos meus filmes favoritos - Sweet


Home Alabama.

"Não é apenas um bar... além disso, é uma hora da tarde,” Bristol


disse enquanto saía.

Já que a caçula de Dallas estava ao meu lado no banco do carro eu


a carreguei para dentro, com cautela.

"O que você disser... não serei eu colocando a criança em perigo,”


murmurei sob a minha respiração.

Quando cheguei à porta da frente, Bristol estava lá segurando a porta


aberta para mim.

Recuei quando o bebê conforto machucou um pouco o meu braço e


entreguei a bebê para a mãe dela. A bebê pesava provavelmente dezoito
quilos, juntando isso com o peso do bebê conforto era o suficiente para
fazê-la pesar muito mais.

Bristol pegou o bebê conforto e atirou-o na dobra do braço como se


fosse uma segunda natureza... Provavelmente por isso que este era seu
segundo filho.
Seu bebê, Latham, estava na pré-escola até as três horas da tarde.
Latham nem me conhecia, e eu era sua tia.

Desliguei esse pensamento antes que pudesse se transformar em algo


pior.

Deliberadamente evitei olhar também para a cruz no caminho para o


trabalho hoje.

Trabalhei somente até o meio-dia hoje, já que Zack estava fora todas
as tardes de sexta-feira, fiquei grata por isso.

Andar de bicicleta e voltar para o trabalho, tendo um turno inteiro de


oito horas, era cansativo.

E era mais do que tinha feito em dez anos; ia levar algum tempo para
me acostumar.

"Só dois?” Perguntou um homem.

Olhei para cima para encontrar o homem por trás do bar, que tinha
uma longa barba branca até o peito, e uma pança que disputaria com um
lutador de sumô, olhando para nós.

"Dois e um bebê. Uma mesa seria bom.” Bristol disse, levantando o


braço que estava segurando o assento de carro.

O homem acenou para uma mesa no meio da sala, e eu sorri. Eu


amei como eles incorporaram todas as lembranças de bombeiro e da
polícia. E era feito com bom gosto, sem ostentação da melhor maneira
possível.

"Este lugar é legal,” disse, sentando em frente de onde Bristol colocou


o bebê conforto de Danni. Bristol tomou seu próprio lugar, e ambas
olhamos o cardápio.

"O que eu posso fazer por vocês, senhoras?" Isso me fez olhar para
cima.

Era o homem. O mesmo do outro dia que tinha parado para se


certificar de que eu estava bem. O que era mais velho.

Lambi os meus lábios.

“Dr. Pepper,” disse bruscamente.


Minha voz soava rouca, como se eu tivesse feito gargarejo com Jack
Daniel e fumado.

O velho sorriu, e eu fiquei maravilhada com sua aparência, mais uma


vez. Eu nunca tinha visto um homem mais velho tão quente como ele.

Ele estava tão bem quanto qualquer outro homem na sala, se não
mais ainda.

"Eu quero uma água com limão," Bristol disse, sorrindo para o
homem.

Senti um impulso irracional de ciúmes quando o homem voltou sua


atenção para ela. "Tudo bem, querida.” Bristol sorriu enquanto o homem
virava e saía, e fiquei imaginando quão bem eles se conheciam.

"Você o conhece?" Perguntei suavemente. Bristol concordou.

"Todo mundo conhece ele. Ele é o dono,” sussurrou de volta.

Meus olhos se arregalaram. "Sério? Quantos anos ele tem?"

"Sempre temos números que divergem. Seu filho, que tenho certeza
que você vai ver por aí, diz que ele está em seus cinquenta anos. Mas o
homem não parece ter mais de quarenta. Ele é muito lindo, e só espero
que Dallas envelheça tão bem assim.”

"Seu cabelo parece daquele homem no comercial... sabe aquele


'Toque de cinza?' Você disse que ele parecia mais velho?" Sussurrei de
volta.

Ela assentiu com a cabeça. "Ele raspou sua longa barba há alguns
meses, o que lhe dava uma aparência um pouco mais velha, sabe? Agora,
ele se parece com a porra de um modelo da capa da Harley Davidson. Eles
poderiam usá-lo em todos os seus anúncios e as mulheres iriam comprar
Harley’s apenas na esperança de que seus maridos se parecessem com
ele.”

Revirei os olhos.

"Ele parece bem agora, no entanto. Eu gosto da barba deste


tamanho.” Sua barba estava cortada rente ao seu rosto, delineando o
queixo, o lábio superior, e meio caminho até suas bochechas, emoldurando
perfeitamente.
Imagino que ela ficaria bem contra o interior das coxas... você sabe...
se eu tivesse que adivinhar.

Eu só tive um amante na minha vida, e isso foi quando tinha


dezessete anos.

E ele tinha cara de bebê.

Foi incrivelmente desanimador e tinha sido a única experiência que


tive... provavelmente para sempre. Que era a parte mais triste.

"O que você quer pedir?" Ela perguntou.

Olhei para o meu menu, percebendo que eles não tinham qualquer
coisa que não fosse frito. Minha boca ficou molhada com a infinidade de
alimentos.

"Filé de frango frito, quiabo frito, batatas fritas e picles fritos.”


Silêncio. Olhei para cima para ver Bristol olhando para mim com os olhos
arregalados.

"Você vai ter um ataque cardíaco,” murmurou, voltando ao seu menu.


Dei de ombros.

"Talvez.”

O que importava?

Eu não tinha vida.

E minha família já tinha provado que conseguiria viver sem mim,


então não havia nada que me prendesse aqui.

“Ela não parece muito diferente.” A voz sussurrada me enrijeceu.

Procurei olhar para o menu e não me preocupar com as duas


senhoras sussurrando sobre mim no corredor.

"Acha que ela teve uma posição dominante na prisão para conseguir
uma folga?" Outra voz sussurrou.

"Não. Ela é muito pequena. Ela provavelmente foi uma daquelas que
ficou no anonimato. Não é na prisão que se pega AIDS facilmente e coisas
assim?" A outra rebateu.
Meus olhos se fecharam e meu rosto ficou vermelho de vergonha.
Sim, era uma boa maneira de se contrair AIDS. A incidência de AIDS era
alta na população masculina.

Não era tão fácil para as mulheres espalharem para outras. Isso não
queria dizer que as mulheres não fazem coisas umas com as outras na
prisão. Mulheres eram tão desesperadas quanto os homens.

Eu não estive com nenhuma mulher, embora.

Eu estava muito mais ocupada me escondendo dos guardas, do que


me preocupando com as outras prisioneiras. Agradeço a Deus por Ruthie,
ou eu seria apenas mais uma em uma lista de mulheres que os guardas
tentaram ferir.

As outras prisioneiras gostavam dessa forma.

Mais atenção em outro prisioneiro significava menos atenção nelas...


Ruthie e eu éramos as mais 'bonitas' de acordo com as outras presas.

Tivemos que nos tornar rápidas, inteligentes e imaginativas para nos


proteger dos guardas.

Eu gostaria de dizer que eram todos perfeitos cavalheiros, mas eles


não eram.

Longe disso.

"Aposto que ela vendeu sua vagina para os policiais que trabalhavam
lá para obter mais privilégios,” a mulher feia continuou. Não aguentei mais.
Levantei da minha cadeira e comecei a correr.

Não percebi que não estava fugindo em direção ao banheiro, até que
cheguei a um corredor que levava a lugar nenhum.

Porra!

Tinha uma linha de portas no fundo do corredor. Uma delas estava


marcada como um armário de suprimentos, a outra como um escritório e
a última não estava marcada.

Em seguida, havia a saída de emergência.

Apesar de que não tive coragem de sair pois havia um aviso


informando que um alarme soaria se a porta fosse aberta.
Lágrimas brotaram da minha garganta, então fui até o fim do
corredor escuro e me virei de costas para a parede antes de afundar sobre
minha bunda, usando a parede atrás de mim como suporte a fim de não
cair.

Envolvi as mãos em torno dos meus joelhos, e enterrei meu rosto em


minhas pernas tentando não chorar. Mas não funcionou.

Lágrimas encharcaram minhas pálpebras fechadas e a respiração


começou a sair entrecortada. Eu o senti mais do que ouvi.

Ele caiu na minha frente e colocou as duas mãos nos meus braços.

"Eu as chutei para fora,” disse a voz profunda e sexy para mim.

"Você não precisa fazer isso,” murmurei em meus joelhos.

“Sim, eu porra preciso. Não quero cadelas assim em meu restaurante.


Foda-se,” o homem disse eloquentemente.

Eu ri através das minhas lágrimas, fungando delicadamente quando


levantei a cabeça dos meus joelhos.

Jesus, o homem estava realmente perto de mim.

"Devemos parar de nos encontrar assim.” Disse a ele, enxugando


minhas lágrimas com as costas do meu moletom.

Ele sorriu, exibindo um sorriso brilhante. O lado esquerdo inclinado


para cima mais do que o direito, com um tom mais de gracejo do que
propriamente um sorriso. Mas funcionou perfeitamente.

"Sua amiga está preocupada,” disse. Fechei meus olhos e inclinei


minha cabeça contra os painéis de madeira atrás de mim.

"Sim, tenho certeza que ela está.” Disse cansada.

Eu estava exausta e sabia que não deveria ter saído hoje.

"Vamos lá,” disse ele, pegando-me pelos meus cotovelos com


facilidade, eu poderia acrescentar e nem sequer se esforçou.

Então levantou suas mãos e enxugou as lágrimas do meu rosto antes


de pousá-las novamente em suas coxas. Pisquei aturdida com sua atitude.

"Obrigada.”
Ele encolheu os ombros. "A qualquer hora.”

Então, com o braço do homem em torno dos meus ombros, fomos


novamente para a parte principal do restaurante e percebi que ninguém
notou.

Nem uma única pessoa.

Eles estavam todos olhando para baixo, fazendo suas próprias coisas,
o que foi surpreendente para mim.

Normalmente, quando uma mulher histérica atravessa o restaurante,


quando volta, você espera que todos a olhem, mas nem uma única pessoa
fez.

Bristol sorriu tristemente para mim quando sentei no meu lugar


novamente.

"A comida sairá em breve," ele murmurou enquanto se afastava. Eu


o assisti ir, impressionada com a forma que os jeans encaixavam no seu
traseiro.

E ainda assim, nem uma única pessoa olhou para cima.

"Puta merda!" Disse Bristol, inclinando-se para frente e capturando


a atenção do homem que tinha acabado de entrar no bar.

Eu levantei minha sobrancelha em questão. "O que?" Ela piscou.

"Você não ouviu?" Ela perguntou surpresa. Eu balancei minha


cabeça.

"Não, o quê?" Perguntei. Ela mordeu o lábio e se inclinou para frente.

"Ele rasgou toda a porra do bar. Essas duas senhoras que estavam
falando sobre você saíram daqui chorando. Ele enviou um dos seus
homens atrás delas para fazê-las pagar a conta!” Bristol me informou.

Pisquei.

"O que ele disse?” Perguntei. Ela sorriu.

"Que você era um ser humano, não um show de ‘circo de merda' e


que todos precisavam 'deixar a menina em paz e lhe deixar viver sua vida’.
Foi incrível!" Ela cantou. “Algumas pessoas olharam para ele, mas todos
rapidamente voltaram para seus pratos e as suas próprias conversas.”
"Uau,” eu finalmente disse.

Bristol concordou. "Silas é famoso. Ele é o maior durão de todos os


durões! Se você vai ter alguém que ficará do seu lado será ele, isso significa
que você terá todo o Dixie Warden Motorcycle Club te protegendo se você
precisar.”

Eu sorri tristemente.

Isso seria incrível... se valesse a pena ter isso.

Mas eu não estava valendo tanto assim, então não estava tendo
esperanças sobre isso.

Qual seria o ponto?

Eles não me conheciam e eles não precisavam.

Eu era inútil.

"Aqui está sua comida, senhoras."

Olhei para cima para ver um outro cara quente distribuir os


alimentos. Parecia que ele não deveria estar entregando nossa comida,
mas sim estar na capa de um calendário de bombeiro.

"Obrigada Kettle," Bristol disse, puxando a comida na frente dela.


"Você não costuma fazer isso. Estão sem pessoal hoje?"

Kettle, esse era realmente o nome dele?

"Sim, Silas demitiu um dos homens hoje, porque ele disse alguma
coisa que ele não gostou,” disse Kettle.

Então, o nome do homem era Silas.

Eu gostei.

Kettle não entrou em detalhes, mas por algum motivo eu só sabia que
o homem tinha sido despedido por ter dito algo sobre mim.

Porra.

"Obrigada,” eu disse, sorrindo para os pratos que foram colocados na


minha frente. Não olhei para o homem, entretanto.

Eu podia sentir seus olhos em mim, me estudando, e eu sabia que


não estava pronta para ser inspecionada tão profundamente.
As lágrimas ainda estavam agarradas aos meus cílios, e eu sabia que
Kettle iria ver através de mim.

Especialmente se o que eu imaginava fosse verdade sobre ele ser


outro membro da Dixie Wardens.

Embora ele não estivesse usando o colete, mas com sua camisa de
bombeiro com calças táticas azuis, eu simplesmente sabia que tinha que
ser uma parte deles.

Minha suspeita foi confirmada momentos depois quando ele saiu.

"Ele faz parte do The Dixie Wardens, também?" Perguntei, estalando


um pedaço de quiabo frito na minha boca.

Bristol assentiu enquanto delicadamente cortava o frango grelhado


em pedaços pequenos.

Meio sem jeito, eu usava minha faca e garfo, cortando o frango frito
na minha frente com um movimento desajeitado.

Veja, não temos alimentos como esse na prisão, o que significava que
eu não tinha usado uma faca em oito anos. Facas de qualquer tipo,
plástico ou metal, não eram autorizadas nas prisões. Nem nada de metal.

Tudo que fosse possível utilizar como uma arma, não era permitido.
Talheres de plástico, principalmente garfos, era tudo o que nos era
permitido usar, não importa o que estávamos comendo.

E, Deus, a comida era horrível.

Gemi quando levei a minha primeira mordida do filé de frango


empanado e frito na minha boca. Tinha gosto de céu e o molho era
delicioso.

Mesmo que ele fosse um pouco abaixo da média, ainda assim acharia
que era o céu. Qualquer coisa era o paraíso comparado com o que eu tive
que engolir por oito longos anos.

Não era nada menos do que eu merecia, embora.

"Você não presta,” Bristol disse, olhando para a minha comida com
um olhar de saudade. Ofereci-lhe uma mordida.

Ela balançou a cabeça.


"Não, estou tentando perder todo o peso que ganhei na minha
gravidez,” disse, apontando para a barriga.

Revirei os olhos.

"Bristol, você não tem mais nenhum peso da gravidez. Você tem
peitos grandes que você está usando.” Informei a ela.

"Sim, eu gosto dos seus peitos. Vamos esquecer sobre a perda de


peso,” meu irmão disse quando se deixou cair no assento ao meu lado
colocando um braço em volta do meu ombro pegando uma batata frita.

Eu nivelei um olhar em sua direção.

"Não coma minha comida. Peça a sua própria,” disse com altivez. Ele
riu e roubou mais fritas. Então eu o espetei com o meu garfo.

"Oww!" Ele gritou, segurando a mão no peito e se afastando de mim.

"Eu disse, não coma a minha comida,” lembrei a ele não muito
gentilmente. Ele estreitou os olhos.

Dei de ombros, não me importando.

Ele não entendia, ninguém entendia.

Não, a menos que você tivesse passado por isso.

Você não percebe o quão preciosa é a liberdade de comer o que você


deseja até você perder. Eles realmente não tinham ideia e espero que
nunca tenham.

"Posso pegar algo para você, Berry?" A voz sexy retumbou do meu
lado.

Olhei para cima quando enfiei um pedaço de picles na minha boca, e


mordi, e foi quando os olhos de Silas se moveram para mim. O picles
rangeu sob os meus dentes, e eu gemi...

Tão bom!

Seus olhos queimaram, e ele desviou o olhar para atender o meu


irmão.

Meu rosto inflamou quando pensei sobre o show que eu tinha


acabado de fazer acidentalmente.
Merda, Sawyer! Você poderia ser mais embaraçosa?

A repreensão ficou em minha mente enquanto eu comia o resto das


minhas batatas fritas e Dallas fazia o pedido da sua comida.

"Eu não posso acreditar que você não esperou por mim,” disse assim
que Silas se retirou.

Eu mantive meus olhos em sua figura recuando até que ele


desapareceu na cozinha para fazer o pedido de Dallas, e sorri.

"O que você está sorrindo?" Perguntou Dallas, colocando o braço em


volta de mim novamente.

Coloquei minha cabeça em seu ombro enquanto apreciava o toque.


Deus, era tão bom ter um toque de um ser humano novamente.

Como eu quis um toque humano, de qualquer forma.

"Eu gosto dele,” murmurei, apontando para Silas, que tinha saído da
cozinha para ficar no bar.

Dallas apertou meu ombro. "Sim, ele é muito legal.”

Eu saí do seu abraço quando Danni, sua filha, começou a chorar.

"Hora do seu almoço, querida.” Dallas disse a Bristol.

Bristol puxou Danni fora do seu bebê conforto e entregou-a para


Dallas com uma mamadeira que ela puxou do saco de fraldas ao seu lado.

Sorri enquanto observava meu irmão com a pequena menina em seus


braços, colocando a mamadeira em seus lábios chorosos.

"Você é tão bonito segurando-a," eu disse, sorrindo para ele ainda


mais.

Ele piscou. "Eu sou bonito o tempo todo. Ser um pai só me faz ainda
melhor.”

Revirei os olhos.

A arrogância!

"Claro, tudo que você disser," disse, mergulhando um pedaço de filé


no molho. Porém, com o canto do meu olho observei o homem por trás do
bar, assistindo Silas em movimento.
A forma como os músculos em seus ombros se projetavam na
camiseta, mesmo com a menor das tarefas como limpar o balcão na frente
dele com um pano branco ou quando encheu uma caneca com cerveja da
torneira.

Lambi meus lábios, e ele olhou para cima a tempo de me pegar


olhando para ele.

Ele piscou e voltou a derramar sua cerveja, mas meu coração


congelou em meus pulmões por ter sido pega.

Merda.

Aquela piscadela, porém, era sexy como o inferno.

Oh cara.

Eu precisava arranjar uma vida.

"Então, o que aconteceu com você na noite passada? Eu fui até o


apartamento da garagem, mas as luzes estavam apagadas," Dallas disse
casualmente.

Casualmente demais.

"Eu fui para a cama," menti.

O que eu realmente fiz foi entrar na banheira cheia de água que


estava tão quente que a minha pele ainda ardia com o calor e tentei ferver
minhas memórias para mantê-las afastadas de mim.

Não funcionou.

Eu sentei na água por duas horas e meia, enquanto olhava para os


meus dedos dos pés iluminados apenas por velas.

E pensei sobre aquela noite e em todas as noites seguintes desde


então. E desejei nunca ter dito sim para sair.

"Oh," Dallas disse, olhando para Danni.

Eu poderia dizer que ele pensou que eu estava mentindo, mas não
me importava. Eu não estava em condições de companhia ontem à noite e
ele não tinha necessidade de me ver assim.

Inferno, eu não queria me ver assim.


"A que horas você tem que ir para o trabalho hoje à noite?" Perguntei,
tentando mudar de assunto.

"Seis. Eu trabalho em turnos esta semana,” respondeu, olhando para


cima, quando sua comida chegou.

Terminei minha refeição e estendi as mãos para minha sobrinha.


Bem quando ela peidou, e depois encheu a fralda com o senhor sabe o quê,
eu hesitei.

"Uhhh,” eu disse. Bristol e Dallas começaram a rir.

"Oh, não,” Dallas disse quando comecei a levantá-la para devolve-la


ao meu irmão. "Você a queria, então agora você tem que cuidar dela. "

Dallas levantou-se e conduziu-me para fora da mesa.

Revirei os olhos, deslizei pelo banco e me levantei. Peguei o saco de


fraldas que Bristol estendeu para mim, o apoiei sobre meu ombro e
seguimos para o banheiro enquanto Danni sorria para mim.

Quando percebi que eles não tinham banheiros com trocadores de


fraldas.

Olhei para a área da pia que também não tinha um espaço para
trocar uma criança, e muito menos apoiar qualquer coisa.

"Estilo familiar minha bunda,” murmurei, abrindo a porta do


banheiro e andei em linha reta para o bar.

Eu soube o momento em que Silas percebeu que eu estava


caminhando em direção a ele, porque seu corpo que estava relaxado,
endureceu.

Então ele se virou na minha direção, cruzou os braços por cima do


balcão e me aguardou chegar próximo a ele.

"Precisa de alguma coisa?" Perguntou, olhando o bebê e o saco de


fraldas. Eu balancei a cabeça.

"Você não tem nenhum lugar para troca de fraldas.”

Era para sair como uma pergunta, mas soou mais como uma
acusação. Ele piscou.
"Huh,” disse, girando e fazendo o seu caminho em torno do bar. Eu o
assisti até que ficou na minha frente.

"Você pode usar o meu banheiro. Tem uma pia grande lá,” disse,
fazendo um gesto com a mão para que eu o seguisse.

Eu o segui a direita no mesmo corredor que me encontrei mais cedo.


Eu podia sentir o cheiro dele próximo a mim, e era maravilhoso.

Como agulhas de pinheiro e couro... este último pode ser explicado


pelo colete de couro que ele usava.

Uma imagem de uma mulher assustadora estava na parte de trás,


com Dixie Wardens sobre a parte superior da figura, e Benton sob a parte
inferior da mesma.

Eu me perguntei se ele era realmente tão importante como todos


falavam.

Duvidei.

Um homem que era suposto ser tão importante não serviria comida
num bar.

Ele contratava pessoas para fazer isso.

Sem mencionar que ele não se misturava com as multidões.

"O banheiro é ali," ele disse, gesticulando para outra porta fechada.

Danni fez um barulho quando viu as luzes acima dos seus olhos, e
eu quase fiz também.

Elas eram muito legais. Ele tinha um lustre em seu escritório. Claro,
o candelabro era feito de garrafas de cerveja e uísque, mas ainda era
bastante impressionante.

"Legal,” disse, gesticulando para a luz sobre minha cabeça. Ele


sorriu.

"Fiz sozinho,” disse, como forma de agradecimento.

Sorri, me impedindo de perguntar: 'você bebeu tudo sozinho,


também?'

Ele estava esperando a pergunta, mas eu não lhe daria a satisfação.


Caminhando para o banheiro, fechei a porta para que ele não visse
nada desagradável e coloquei Danni em cima do mais limpo balcão de
banheiro que já vi.

O banheiro combinava com o escritório. Era bem simples, em granito


preto, azulejos brancos e vaso sanitário branco. Havia um chuveiro
também.

Coisa que eu não esperaria em um escritório de restaurante, mas que


seja.

"Oh, eca.” Eu disse, quando desabotoei o macacão que Danni estava


vestindo.

Merda havia se espalhado pela parte superior da sua fralda e


começado a subir nas suas costas.

Graças a Deus eu estava segurando-a com um cobertor por baixo ou


eu teria isso em cima de mim, também.

"Ei!" Eu chamei. "Você se importa se eu, ah, pegar emprestado o seu


chuveiro por um minuto?"

"Pode. Já que estou aqui vou trabalhar um pouco,” foi sua resposta
resmungando.

Bem, ele provavelmente não resmungou, mas a porta estava fechada,


por isso era inevitável.

Olhei para o chuveiro, então pensei, 'foda-se’. Coloquei ela com o


macacão de bebê e tudo.

Ajustando-a com cuidado no fundo da banheira, liguei o chuveiro e


comecei a lava-la.

"Uau, garota. O que você comeu?" Perguntei.

Ela riu quando usei o sabão de homem que estava na borda para
lava-la completamente e eu soube imediatamente de onde vinha o cheiro
de pinho.

Gostoso.

Até o momento que terminei com Danni, ela cheirava como uma
árvore de Natal com uma pitada de homem e couro.
Era um cheiro muito agradável, então não pude me conter e inalei o
cheiro dela quando a puxei em meus braços, dez minutos mais tarde,
totalmente vestida com um novo conjunto de roupas.

Saí do banheiro com Danni que parecia cansada, aninhada no meu


peito, depois de comer e fazer tanto cocô.

Abri a porta do banheiro silenciosamente, e o que eu vi quando saí


me deu a sensação de borboletas levantando voo na minha barriga.

"Você tem algo parecido com um saco de lixo ou de supermercado


para que eu possa colocar essas roupas? Eu não gostaria de arrastar tudo
isso comigo através do seu bar,” expliquei.

Silas levantou os olhos da sua mesa, e minha respiração ficou presa


na minha garganta. Ele usava óculos empoleirados na ponta do nariz e
quando me viu se levantou e ficou imediatamente em pé.

"Sim, eu acho que tenho um quando trouxe roupas extras, há


algumas semanas,” murmurou, abrindo algumas gavetas.

Ele encontrou o que estava procurando, abriu e depois despejou o


conteúdo sobre a mesa.

Meus olhos caíram sobre as cuecas que estavam por cima, e quase
soltei um gemido. Ele usava cuecas apertadas.

Puta merda.

Doce menino Jesus.

"Aqui está,” disse, estendendo o saco para mim.

Eu peguei, olhei em direção ao banheiro antes de olhar para Danni.

"Você... ahhh ... poderia segura-la?" Perguntei.

Seu comportamento frio derreteu em uma poça de geleia no chão.

"Sim, eu posso fazer isso,” disse, estendendo as mãos apoiando Danni


dormindo nos seus braços musculosos. Percebi que seu pequeno corpo foi
engolido por suas enormes mãos, cicatrizadas.

Ele a embalava contra seu peito habilmente, e fiquei olhando para ele
em silêncio alguns instantes, enquanto ele olhava para o bebê em seus
braços.
"Ela é bonita. Eu nem me lembro quando a minha menina era deste
tamanho,” murmurou. "Minhas netas embora... elas eram fofas como ela.
Agora elas são simplesmente cabeças de merdas.”

Eu tive que rir.

Ele dizia isso sem sacanagem o que realmente não me surpreendeu.


Ele parecia o tipo que dizia o que pensava.

Sorri enquanto empurrava a roupa suja e o cobertor no pequeno saco,


e ainda sorria quando voltei para ver Silas olhando para Danni como se
fosse um pedaço de vidro frágil.

"Quantos filhos você tem?” Perguntei em voz baixa.

Ele levantou quando me viu com as coisas que trouxe comigo e tentou
pegá-las de mim. Balancei minha cabeça.

"Se você não se importar, eu gostaria que você a segurasse enquanto


levo tudo isso para Bristol. Depois vou lavar as mãos,” eu disse
suavemente.

Ele balançou a cabeça e caminhou comigo para o restaurante mais


uma vez.

"Eu tenho três filhos. Eles são todos mais velhos agora. Estou
trabalhando agora em estragar os netos,” ele murmurou baixinho
enquanto caminhávamos pelo corredor escuro, mais uma vez.

Meus sentidos pareciam ficar mais afiados ao ouvi-lo, a forma como


a sua voz ressoava no seu peito, a maneira como ele cheirava.

Eu nunca me senti assim em torno de ninguém na minha vida. Era


uma experiência estranha.

E quando cheguei à mesa onde meu irmão e Bristol estavam, eles não
pareciam se importar que estive com sua filha por mais de vinte minutos
e fiquei muito decepcionada.

Não queria ir embora.

"Obrigado, homem," Dallas disse, quando Silas entregou o bebê para


ele.
Pus o saco de roupa suja no chão e entreguei o saco de fraldas para
Bristol. "Eu tenho que ir lavar as mãos. Há coisas sobre elas que eu prefiro
não pensar.”

Bristol riu, me virei para o lado e não encontrei Silas à vista, ele tinha
desaparecido. Apenas o toque de pinho permaneceu em seu lugar.

Não conseguia descobrir por que estava tão decepcionada, mas eu


estava.

Realmente decepcionada.

Mas não seria a última vez que eu o veria. Nem a última vez que eu
sentiria o cheiro dele.
"Saia da minha frente," rosnei para Crotchet.

Crotchet estreitou os olhos. "Você sabe com quem está falando?"

Sorri. "Sim, sei exatamente com quem diabos estou falando, agora
saia.”

"Você não está autorizado a estar aqui.”

"Crotchet, saia e deixe ele passar," Rosenthal ordenou.

Crotch Rot congelou e virou para onde o chefe do seu chefe estava
atrás dele, ordenando-lhe que se movesse quando não tinha tido a
oportunidade de conhecê-lo ainda.

Todo mundo sabia como Rosenthal se parecia, no entanto. Ele era


famoso... assim como eu era.

"Você ouviu o homem," eu disse calmamente. "Saia.”

Os olhos de Crotch Rot se estreitaram, e ele deu um passo para


frente. "Você não vai conseguir o que deseja. Confie em mim.”

Eu sorri. "Observe-me.”

Crotchet se afastou para que eu pudesse passar, e mal segurei a


vontade de socá-lo no rosto com a palma da minha mão.

Rosenthal não disse uma palavra até estarmos bem longe de


Crotchet.
"Você está fazendo um inimigo que não precisa,” disse Rosenthal
divertido.

Dei de ombros. "Como se eu desse a mínima. Estou velho e pendendo


para o lado dos mortos. Não tenho que agradar a todos mais. Tudo o que
tenho que agradar é a Deus e a mim mesmo... e ele não é nenhum dos
dois.”

Rosenthal riu.

"Você parece não perder nunca a atitude ruim,” Rosenthal retumbou.

Suspirei. "Herdei da minha mãe.”

"Em que posso ajudá-lo?" Rosenthal perguntou conforme chegamos


em seu escritório.

Ele fechou a porta, sentei e esperei por Rosenthal fazer o mesmo


antes de lhe entregar um papel.

O nome de Shovel era a única coisa no papel, mas ele sabia logo de
cara o que eu estava procurando.

"Eu não vi ou ouvi nada dele. Ele ficou fora do radar no momento em
que saiu,” Rosenthal disse antes que eu pudesse dizer-lhe o que queria.

"Eu sei disso.” Eu me inclinei na minha cadeira e cruzei os braços


sobre o peito. "O que eu não sei é porque ele saiu. Não houve aviso prévio.
Nenhuma chamada para me dizer que ele estava fora. Nenhuma menção
de liberdade condicional, na realidade. Por que algo tão importante como
isso passou despercebido? Eu acompanho esse filho da puta uma vez por
semana... então entre a semana passada e esta semana, ele não só saiu...
mas, em seguida, porra desapareceu. Isso é uma coincidência? Porque eu
estou pensando que não é.”

O rosto de Rosenthal endureceu como pedra. "Eu não sei o que você
quer que eu diga a você, Mackenzie. Eu sei que você tem um homem nele.
Quando me tornei ciente da situação, comecei a seguir os passos dele
também, mas eu não tenho nada. Nem uma única pista.”

Inclinei a cabeça para trás e olhei para o teto.

"Preciso lembrá-lo que ele tentou matar meus filhos... a minha


mulher? Razão pela qual ele estava na prisão, em primeiro lugar," disse,
sem me incomodar em olhar para ele.
"Eu sei exatamente o que aconteceu. Eu estava lá com você. Lembra?"
Ele me lembrou não muito gentilmente.

Fechei os olhos e deixei minha mente vagar de volta para aquela


noite. Na noite em que minha vida mudou para sempre.

"Você vai assistir. Assistir enquanto eu a estupro. Assistir enquanto eu


estupro teu filho. Sua filha. Seu outro filho. O outro lixo não vale a pena ...
Eu sei que você não se preocupa com ela ... mas os outros quatro ... sim, eu
sei que vou obter uma reação de você," Shovel sorriu de forma maníaca.

Bile subiu em meu estômago enquanto o observava esfregar uma mão


para cima e para baixo na coxa da minha esposa.

Ela estava drogada.

Shovel drogou todos nós.

Eu confiei na pessoa errada, e agora todos eles estavam prestes a


pagar.

Meu erro provavelmente teria como resultado a morte de tudo que eu


mais amava num só golpe. E não vi nada que eu poderia fazer para me
ajudar a sair dessa situação.

Em seguida, ele esgueirou a mão em sua calcinha, e minhas mãos


cerraram nas minhas costas. Por fora porém, eu parecia calmo.

Deus o ajudasse se ele fosse para os meus filhos, embora. Eu não


poderia fazer isso por muito mais tempo.

Eles nunca deveriam chegar a minha família. Nunca concordei com


isso.

Eu sabia que este momento no tempo iria alterar para sempre o curso
da minha vida. Tudo o que eu tinha que fazer, era matar esse filho da puta.

Podia ser agora... ou poderia ser daqui a vinte anos... mas o filho da
puta morreria. E pelas minhas mãos.
"Entrando violento,” Rosenthal, meu parceiro, disse no meu microfone.
Ele iria chegar aqui rápido, eu sabia disso.

Mas quando Shovel começou a correr a mão na lateral dos rostos dos
meus filhos, eu quase me perdi. Shovel nunca deveria chegar tão perto.

Tudo o que ele deveria fazer era chegar até a porta da frente. Eles
deveriam prendê-lo.... exceto que Shovel tinha minhas outras crianças ...
aquelas que deveriam estar em Galveston, a oito malditas horas de
distância.

Então, o meu parceiro se afastou, e agora o pedaço de merda tinha


todos nós presos e eu impotente para fazer alguma coisa maldita sobre ele.

Toda esta farsa tinha sido fodida.

Eu estava infiltrado há anos agora.

Não era para demorar tanto tempo.

Eu não deveria me casar.

Eu não deveria ter filhos.

E eu com certeza maldita não deveria ter outra esposa.

No entanto, eu fiz cada pedaço disso, pelo meu país porra... e olha onde
eu acabei.

Com quatro das pessoas que eu mais amava neste mundo sob as mãos
de um louco que não podia ver além da sua própria loucura maldita, porra.

Graças a Deus Rosenthal e o resto do meu reforço finalmente chegaram


pela porta fazendo com que Shovel congelasse.

Porque se eles tivessem demorado mais alguns segundos para entrar,


eu teria matado Shovel com minhas próprias mãos e retirado seu coração
com apenas minhas unhas.

"Parado, coloque as mãos para cima!" Rosenthal gritou.

Shovel sorriu, e lentamente levantou as mãos longe da barriga de Sam.

Minha garganta convulsionou enquanto pensava sobre quão pior isso


poderia ter sido, o que ele poderia ter feito para meus outros filhos e um
desejo de vingança quase me sufocou.
"Vejo você no inferno," Shovel disse enquanto Rosenthal e outro oficial
colocavam as algemas nele.

"Não, não vai, porque não há como fugir do inferno que você está indo.
Você irá viver uma vida longa e agradável, em uma prisão de segurança
máxima, sem chance de liberdade condicional, e eu vou ter a certeza que
você desfrute disso.” Sorri.

Shovel me encarou conforme via que eu estava falando sério, e não lhe
poupei outro olhar.

Minha família precisava de mim, mas eu tinha certeza de uma coisa,


eu também precisava deles... mas ainda havia outros no clube como Shovel.

Meu trabalho não tinha acabado... mas meu tempo como um bom e
atencioso pai estava no fim.

E eu pagaria por essa decisão todos os dias para o resto da minha


vida.

"Eu tenho todos os recursos disponíveis, peritos em computadores, e


agente de campo à procura de Shovel. Confie em mim, ele vai ser
encontrado, e quando for, eu vou dá-lo a você,” explicou Rosenthal.

Eu balancei a cabeça e me levantei.

"Crotchet precisa se manter atualizado sobre o meu caso. Você


precisa contê-lo e mantê-lo sob rédea curta e ele precisa compreender com
o que ele está lidando aqui. Talvez seja hora de você compartilhar esses
arquivos com ele,” disse suavemente.

Rosenthal segurou o meu olhar por alguns segundos e então acenou


uma vez.

"Talvez você esteja certo. Eu vou fazer isso depois que você sair.”

Balancei a cabeça e lhe ofereci a mão, que ele pegou. Seu aperto era
tão forte agora como era há trinta anos.
"Tenha cuidado,” disse.

Dei de ombros. "Não tenho nada a perder, amigo. Cuidado não está
no meu repertório.”

Eu tinha perdido tudo há trinta anos... e mesmo agora com metade


dos meus filhos entendendo o que eu tive que fazer, ainda não era
suficiente para desfazer trinta anos de danos e provavelmente nunca seria.
"Temos que parar de nos encontrar assim,” eu disse, me jogando na
cadeira em frente a Silas. Ele piscou.

"Estava aqui primeiro, garota" murmurou, inclinando-se para trás


contra a mesa na qual estava e tomou um gole da sua cerveja.

Ele estava certo. Eu o tinha visto no momento em que atravessei a


porta.

"O que você está fazendo aqui?" Perguntei em voz baixa.

Estávamos quase uma hora de distância da nossa cidade natal, em


um lugar chamado Longview.

Eu sabia por que eu tinha vindo aqui, só não sabia por que ele tinha
vindo.

"Acho que é um pouco indelicado para os seus ouvidos,” ele riu,


tomando outro gole de cerveja.

Meu rosto inflamou quando percebi o que ele quis dizer.

Merda!

"Ahhh,” eu disse, pensando em algo a dizer e nada veio.

Ele sorriu, e os meus mamilos começaram a endurecer.

5 Um termo de gíria para "seios", derivado do ato de piscar.


"É por isso que estou aqui, também. Percebi que eu tinha melhores
chances com um homem que não conhecia minha história de vida,”
murmurei vergonhosamente.

Isto é, eu queria apenas sentir alguma coisa. Depois de um pouco de


bebida, percebi que o álcool só me fez sentir ainda pior sobre mim mesma,
me fez reviver os pesadelos mais e mais até que minha embriaguez
passasse.

Este era o próximo passo lógico, me perder no corpo de alguém por


algumas horas.

Eu estava bem o suficiente, e minha roupa era perfeita. Saltos altos


pretos de quinze centímetros, saia curta e decote baixo.

Era a roupa exata que as mulheres usavam quando queriam pegar


um homem.

Quando ele não disse nada, eu levei isso como minha deixa para sair.

"De qualquer forma... boa sorte,” disse estupidamente. Jesus, mas o


homem não precisa de sorte.

Todos os olhos do sexo feminino na sala estavam cientes de Silas.

Ele estava tão sexy.

Eu podia sentir seus olhos em mim enquanto me afastava,


praticamente sentindo suas mãos ‘fantasmas’ correndo até as laterais das
minhas coxas para alisar minha bunda.

Doce menino Jesus.

Fui direto para o bar e pedi um Jack Daniel com gelo.

Não tinha tempo para vadiar ao redor. Se eu ia ter a coragem de ir


para casa com um homem, teria que ser com um pouco de coragem
líquida.

O barman congelou quando olhou para mim e um sorriso apareceu


no seu rosto.

Eu já me senti suja, então bebi para esquecer e esperei a bebida


trabalhar a meu favor como planejei.
Depois da minha segunda bebida, eu estava finalmente solta o
suficiente para me aventurar até a pista de dança.

Não havia muitas pessoas dançando, mas minha mente tortuosa


estava decidida a dançar.... principalmente porque a pista de dança era
diretamente na frente da mesa que Silas estava, ele não tinha saído de lá.

Não que ele precisasse se mover pois havia um grande número de


mulheres passando por sua mesa.

Algumas tiveram a coragem de se sentar, outras só passaram e


acenaram. Ele, porém nunca acenou de volta, mantendo os olhos sempre
para frente.

As que tiveram a coragem de sentar, ele conversou, mas apenas por


um curto período de tempo.

Ele era intimidante como o inferno, tenho certeza de que elas


perceberam, depois de sentar apenas por pouco tempo.

Andei por entre as mesas no meu caminho para a pista de dança,


consciente que tinha a atenção de muitos homens.

Não a atenção do homem que eu queria, embora, mas só tenho que


seguir em frente e ver onde isso vai dar.

Eu não sou uma pessoa conhecida por boas decisões.

Por isso sabia que não deveria querer ela.

Sabia que isso seria muito ruim em muitos níveis.

No entanto, meu pau e minha mente estavam em completo acordo.

E eu era um grande adepto do destino.


Nós dois estávamos aqui procurando a mesma coisa há uma hora de
distância de nossas vidas normais.

Ela é um bebê.

Ela é mais jovem do que seus filhos.

Ela era mais jovem do que os meus filhos ... mas ela era mais velha,
também.

Ela tinha oito anos de experiência dentro de uma prisão e se havia


uma coisa que eu sabia, era que a prisão muda você, faz você crescer,
mesmo que você não queira.

Era viver ou morrer. Não havia sobrevivência quando você tinha que
observar suas costas vinte e quatro horas por dia, trezentos e sessenta e
cinco dias por ano.

Vi quando ela dançou uma música que eu não ouvia há anos.

Ela moveu os quadris sedutoramente, balançando de um lado para o


outro, deslizando as mãos em seu cabelo.

Os homens na sala foram atraídos por sua dança, mas eles não a
teriam.

Eu teria.

Engolindo o resto da minha cerveja, me movi para fora da mesa,


consciente dos olhos de todos na sala se movendo para mim.

Um homem que estava se levantando para fazer sua jogada em


Sawyer congelou em seu lugar apenas com um simples olhar em minha
direção.

Ele virou e se afastou, considerando ter Sawyer ou uma morte


agonizante, uma vez que olhou nos meus olhos.

Eu me movi atrás dela, logo que a música seguinte começou, e sorri.

Foi perfeito.

Principalmente porque ela parou de dançar e se virou, me vendo de


pé ali atrás dela.

Seus olhos se arregalaram, e ela lambeu os lábios.


Caminhei para frente, parando apenas a alguns centímetros de
distância do seu rosto.

"Você tem certeza disso?" Perguntei em voz baixa.

Ela assentiu com a cabeça. "Sim.”

"Você sabe quem eu sou?" Perguntei.

Ela assentiu com a cabeça. "Eu sei.”

"Você sabe o que eu quero?" Continuei.

Ela assentiu com a cabeça novamente. "Sim.”

"Eu não tenho relacionamentos. E seja o que for, não vai ser corações
e flores. Eu não tenho tempo para isso,” disse novamente.

Ela encolheu os ombros. "Eu não tenho tempo para corações e flores
de qualquer maneira. Isso não é mais para mim.”

Eu não me importei em contradizê-la. Ela merecia os corações e


flores. Mas eu era um idiota egoísta.

Ela estava errada em tantos níveis que eu não podia contar as


maneiras... mas meu pau não parecia se importar.

"Seu carro ou o meu?" Ela perguntou conforme caminhamos além da


porta da frente.

Bufei. Não havia nenhuma maneira de que eu estaria me apertando


naquela lata velha dela.

Eu já tinha visto o carro dela. Era do tamanho de um carrinho de


compras... ou pelo menos era o que parecia.

Era um Volkswagen 1957 Beetle, sua cor parecendo mais uma


sombra de podridão verde.

Escutei Dallas reclamar sobre o carro, há apenas dois dias, depois


que ela comprou com seu primeiro salário.

Apesar que você tinha que fazer o que fosse necessário quando se
trata da sua liberdade.

"Levaremos o meu,” falei enquanto colocava minha mão em suas


costas para conduzi-la para a minha moto. "Mas o meu não é um carro.”
Ela assobiou em uma respiração quando percebeu o que estaria
montando, e vi quando um tremor rolou sobre ela.

"Tudo bem,” ela respirou.

Ela não estava bêbada, isso eu poderia dizer. Longe disso, na


verdade.

Ela estava solta, entretanto.

Solta o suficiente para que não se preocupasse em subir em uma


moto com um homem que tinha provavelmente o dobro da sua idade.

"Estamos indo para uma longa viagem,” disse enquanto ela parava
ao meu lado. "Você quer minha jaqueta emprestada?"

Ela olhou para a minha jaqueta de couro, em seguida, nos meus


olhos, antes de concordar. "Sim, eu gostaria.”

Tirei primeiro meus emblemas, logo em seguida minha jaqueta.

Então envolvi a jaqueta em torno dela e vi como encolheu os ombros


no couro como se fosse um pedaço de seda esfregando ao longo da sua
pele.

Posse revirou em mim quando percebi o quanto gostava dela vestindo


minha jaqueta.

Seu corpo pequeno quase sumiu na jaqueta, mas ela não parecia se
importar.

Empurrando as mangas para cima, ela sorriu antes de caminhar até


a moto e estudá-la.

"Como posso sentar sem mostrar tudo no estacionamento?"

Sorri enquanto caminhava ao lado dela e bati na parte traseira da


sua coxa.

"Ninguém pode ver o que você tem além de mim,” murmurei. "Jogue
a perna por cima.”

Ela levantou a perna, e consegui o olhar mais breve da sua vagina...


que não estava coberta por uma maldita coisa... antes da saia cair e cobrir
tudo de novo.
Mas foi o suficiente para mudar minha mente sobre ir todo o caminho
de volta para minha casa; em vez disso, decidi seguir até a casa segura
que tínhamos em Longview.

Não acho que eu poderia lidar com uma hora na moto com sua buceta
aberta pressionando contra minhas costas.

Nem quero. Agora estava todo ligado na satisfação imediata do meu


desejo, depois de tudo.

Levantando minha perna sobre a moto, montei o assento à sua frente


e liguei a moto com um rugido feroz. Levantei o capacete e ofereci a ela.

"Coloque isso," pedi.

Ela pegou da minha mão e colocou na cabeça, empurrando para


baixo firmemente para encaixar na cabeça.

"Pronto,” sussurrou.

Sorri. "Sim, segure seus peitos.”

Ela gritou de emoção quando fiz meu caminho para sair do


estacionamento do bar entrando no tráfego.

Em cinco minutos de viagem percebi que ela nunca tinha andado de


moto.

E, dez minutos de passeio, decidi ignorar a insistência do meu pau


de tomar conta dele agora, e resolvi ir todo o caminho para casa.

Ela estava se divertindo, e descobri que eu gostava mais quando ela


fazia isso.

Não a tinha visto rir uma única vez como fez enquanto estávamos na
minha moto.

Então, mais uma vez, é por isso que eu montava em primeiro lugar.
Andar de moto era uma experiência libertadora.

Você deixa sua mente vagar e deixa apenas a estrada assumir os seus
problemas mantendo eles à distância.

Era como uma terapia, só que sem o terapeuta, ser medicado, mas
sem as drogas.
Quando chegamos na minha casa, senti como se tivesse uma pessoa
completamente diferente na parte de trás da minha moto comigo.

Não esqueci de como me senti com sua buceta muito gostosa contra
meu traseiro... ou as mãos dela esfregando meu estômago, mas também
me encontrei relutante em sair da moto.

Uma coisa que eu precisava fazer quando finalmente desliguei a moto


depois de para-la perto da minha casa.

"Não sabia que você morava no lago," ela sussurrou, olhando para a
vista que eu tinha.

Estendi minha mão para pegar o capacete que ela me entregou, mas
nem um de nós fez um movimento para descer.

"Eu vivo aqui por alguns anos agora. Meu filho mora do outro lado
do lago.” Disse, gesticulando em direção à casa de Sebastian.

Estava iluminada como o maldito Quatro de Julho, uma coisa que


eu odiava.

Não que alguma vez eu diria isso a ele.

Eu gostava dele estar lá, só não gostava de ver ele perdendo dinheiro
deixando todas aquelas luzes acesas, arruinando a minha vista do
horizonte com todas essas luzes filhas da puta.

O mesmo acontecia na casa de Kettle que era ao lado da de Sebastian.

E eu não queria nem pensar no fato de que seus pais estavam apenas
um pouco para baixo do lado da minha casa, também.

Eu não queria arruinar o meu humor depois de tudo.

Especialmente quando percebi quão doce ela cheirava.

"Você caminha até lá, ou vai de barco?" Ela me perguntou, inclinando


a cabeça no meu ombro e envolvendo as mãos ao redor do meu peito.

"De barco... ou caminhando. Andar levaria mais tempo. O lago se


estende por muitos quilômetros.” Eu disse, apontando para a esquerda.
"O que levaria horas para chegar até lá. E a outra maneira é pelo pântano.
De qualquer forma para sair deste lago, você tem que atravessar pontes.
Então é muito mais fácil pilotar o barco do que qualquer outra coisa.”
A mão dela começou a fazer coisas abaixo da minha barriga, torcendo
minha camiseta em seus dedos, enquanto ela pensava no que eu disse.

Lenta, mas seguramente, ela puxou a bainha da minha camiseta de


dentro dos meus jeans e eu prendi minha respiração quando seus dedos
acariciaram suavemente a pele nua da minha barriga.

Meu pau começou a pulsar no instante em que ela me tocou e eu tive


que agarrar minhas coxas com as mãos para não jogá-la no chão da minha
garagem.

"Você vai me levar para um passeio no lago algum dia? Eu nunca fiz
isso antes,” sussurrou enquanto seus dedos passeavam nos cumes do meu
abdômen.

"Sim,” ressoei, fechando meus olhos quando ela se aproximou mais


de mim, tentando chegar mais perto.

Seus mamilos esfregavam nas minhas costas, me seduzindo. Sua


buceta não estava ajudando tampouco.

"Tem sido realmente muito tempo,” disse, deixando seus dedos


descerem até o cós da minha calça jeans.

Suspirei inadvertidamente, permitindo que as pontas dos seus dedos


mergulhassem abaixo no cós da minha calça jeans, até encontrar os pelos
pubianos em torno do meu pau.

“Eu sei,” disse a ela. “Tem certeza?”

Ela estremeceu com a rouquidão da minha voz, e não pude evitar o


sorriso que surgiu no canto da minha boca.

"Sim, nunca tive tanta certeza na minha vida," ela concordou.

Finalmente deixei sufocar a espera que eu tinha em meus joelhos e


levei minha mão para suas pernas, subindo e descendo as laterais das
suas coxas.

Minha mão viajou até seu joelho e subiu até o quadril, quando ela
finalmente conseguiu juntar coragem para começar a trabalhar com a
fivela do meu cinto.

Suas mãos tremiam, e deixei ela fazer sua coisa, não iria apressá-la
mais do que estava disposta a ir. Mas quando suas mãos puxaram o zíper,
seguido do botão e mergulhou direto para meu pau, eu era o único a
congelar.

Suas mãos pareciam seda contra meu comprimento.

Estava frio, mas isso não importava para o meu pau.

Minhas bolas ficaram altas e apertadas quando ela lentamente


começou a movimentar sua mão pelo comprimento do meu pau,
bombeando rápido e firme.

"Não quero gozar nas calças,” minha voz rachou. "Vamos sair daqui.”

Ela empurrou minha cueca para baixo até que meu pau bateu livre
de seus limites. O cós da cueca preso debaixo das minhas bolas não era o
mais confortável do mundo, mas eu esqueci completamente o desconforto
quando sua mão voltou para meu pau, bombeando e massageando.

"Eu não tenho uma masturbação há mais de vinte anos, mas estou a
dois minutos de gozar.”

Ela riu e me soltou, meu pau apontando diretamente no ar enquanto


ela passava as mãos em meu tórax.

Eu a ajudei na sua exploração, liberando o caminho para ela, tirando


minha camiseta pelo pescoço puxando-a por cima da minha cabeça,
encolhendo os ombros, de modo a torná-lo mais acessível.

Ela suspirou quando pôde sentir meu peito e costas. Suas mãos
viajaram até minha barriga circulando meus mamilos hesitante, em
seguida, correu através dos cabelos no meu peito.

"Nunca pensei que eu iria ficar excitada com pelos no peito, mas eu
realmente gostaria de poder esfregar meus seios contra o seu...”

Ela não terminou seu pensamento antes que eu girasse minha


cintura, passando um braço ao redor dela, e manobrando até que ela
estava sentada sobre a moto novamente, mas na minha frente neste
momento.

Sua bunda descansava no tanque de gasolina, e meu pau estava a


alguns centímetros de onde ele realmente, realmente queria estar.

"O que está te impedindo?” Perguntei, olhando em seus olhos.


O sensor de movimento que tinha ligado a luz quando chegamos na
garagem, desligou e fomos mergulhados na escuridão.

Não fiz mais do que vi, mas ouvi, quando ela retirou sua camiseta,
seguido pelo seu sutiã.

"Eu quero você dentro de mim quando eu fizer,” ela sussurrou.

Meus olhos quase travaram conforme tirei minha carteira do meu


bolso de trás e rapidamente peguei um preservativo do meio dela.

Eu podia ouvir sua respiração acelerar quando me ouviu rasgar o


preservativo e removê-lo da embalagem.

Depois trabalhei ao longo do comprimento do meu pau antes de


puxa-la para frente.

A pele de seu traseiro gritou quando a puxei do tanque de gasolina,


mas ela não reclamou, e eu não poderia ter cuidado nesse momento.

Quando meu pau conheceu a pele lisa da sua buceta, eu assobiei


com o calor que emanava dela.

Mesmo através do látex do preservativo eu podia sentir, e eu nunca


quis mais nada em minha vida, do que sentir pele com pele.

Infelizmente, este velho não era estúpido.

Ela era uma menina inteligente. Ela precisava da garantia de que eu


estava tomando precauções.

Mais tarde, porém, depois que ambos estivéssemos saciados, eu me


certificaria se ela estava no controle da natalidade, então estaríamos
revendo esta situação. Não quero um relacionamento permanente, mas
isto? Bem, vamos apenas dizer que estaria fazendo isso novamente.

Ela gemeu baixinho quando meu pau chegou na sua entrada e depois
engasgou enquanto eu lentamente comecei a enchê-la.

Eu não era um homem pequeno, e ela parecia como se nunca tivesse


tido um pau dentro dela antes.

Se demorasse mais um pouco eu estaria tão pronto para explodir que


seria embaraçoso.
Mas no momento eu estava totalmente dentro das suas profundezas,
e seus seios começaram a esfregar ao longo do cabelo no meu peito, segurei
meu próprio prazer e comecei a me concentrar nela.

"Para trás," pedi.

Ela gemeu e apoiou-se em meu comprimento, mas seguiu as


instruções até que estava aberta diante de mim.

Eu fodia com ela enquanto movia minhas mãos para jogar ao longo
da sua barriga lisa, até encontrar os mamilos duros em seus peitos
bonitos.

Eles eram o tamanho perfeito para as minhas mãos. Não muito


grandes, mas nada desprezível, também.

Belisquei um mamilo e circulei meu polegar em torno do outro,


tentando aprender o que ela mais gostava.

Ela se inclinou com o beliscar, e eu sorri.

Então ela gostava áspero.

Bom, porque eu também.

Realmente áspero.

"Porra, você gosta de um pouco de dor querida?" Perguntei,


beliscando os mamilos agora, com força suficiente para fazê-la gritar.

"Eu... eu acho que sim. É uma sensação boa,” ela sussurrou. "Nunca
me senti assim antes.”

Então, com quem ela esteve, não teve paciência suficiente para
descobrir o que ela gostava. Típico.

Tudo que eu poderia dizer sobre isso é que ele era um filho da puta
preguiçoso.

Eu tomava meu tempo com as minhas mulheres ... e eu


definitivamente faria com Sawyer.

Não havia nenhuma razão na terra de Deus que eu não poderia fazer
minhas mulheres gozarem antes de mim, mesmo se eu tivesse que colocar
meus próprios desejos em espera para realizar os delas.
Belisquei um mamilo com o polegar e o indicador enquanto inclinei e
capturei o outro entre meus lábios, efetivamente me empurrando ainda
mais fundo dentro dela.

Ela gritou. Porque? Poderia ser o fato de que eu estava


profundamente para caralho dentro dela, ou talvez fosse a maneira como
minha barba esfregava sobre a pele sensível do seu peito, eu não sabia.

Mas eu ia perguntar.

Mais tarde.

Neste momento eu estava muito ocupado com a sensação da sua


buceta quente apertando em torno do meu pau, a forma como ela estava
me levando mais profundo do que qualquer mulher nunca tinha sido
capaz.

"Deus, você é muito gostosa,” eu disse a ela entre as sucções.

Suas mãos subiram para o topo da minha cabeça.

Tenho certeza que se eu tivesse cabelo, ele teria sido arrancando com
o seu entusiasmo.

Especialmente com a forma que seus quadris se levantaram para


receber cada um dos meus impulsos, ou como ela estava exalando um
gemido contínuo, em vez de suspiros como se tivesse querendo alguma
coisa e não sabia onde encontrar.

"Eu preciso...,” ela hesitou. "Eu preciso de algo.”

Puxei de repente, feliz com a maneira como ela clamou em desespero


quando eu já não estava dentro dela.

"Precisa do que, querida?" Perguntei, ajudando ela a sentar até que


estava descansando na almofada do assento.

Então lhe ajudei a ficar de pé e a virei até que ela estava inclinada
com os cotovelos apoiados sobre o banco.

Mas pensei melhor, sabendo que eu queria com força, então mudei
até que ela estava inclinada sobre o capô do meu Charger 67.

Seus quadris encontraram o metal frio, e ela inclinou a bunda,


balançando quando disse, "Depressa.”
Fiz uma oração silenciosa para o fato de que ela estava usando esses
saltos altos, o que me permitiu alinhar meu pau na entrada da sua buceta,
e bater dentro.

"Silas!" Ela gritou. "Porra!"

Sorri quando comecei a bater dentro dela. Duro, implacável.

Cada impulso bateu no fim dela, alcançando o seu útero com a


cabeça do meu pau.

Ela não reclamou, no entanto.

Na verdade, ela estava fazendo exatamente o oposto. Empurrando


para trás contra meus impulsos para que eu batesse ainda mais forte.

Minhas mãos estavam provavelmente deixando hematomas em seu


quadril, com a forma que agarrei segurando firme enquanto a peguei forte.

E quando senti suas mãos movendo para minhas bolas e jogar ao


longo da base do meu pau, eu tive que apertar minha barriga para me
impedir de gozar.

Comecei a contar até cem na minha cabeça quando sentia ela


circulando seu clitóris com o polegar, mantendo os dedos sobre minhas
bolas.

E eu nunca fui mais grato quando senti sua buceta começar a se


agitar e ondular em torno de mim.

Quando ela explodiu em um orgasmo, eu finalmente me deixei ir.

Meu gozo explodiu das minhas bolas quando saiu do meu pau,
enchendo a ponta do preservativo com tanta força que eu temia pela
integridade do látex.

Então ela começou a apertar ao redor do meu pau cada vez mais
forte, um longo aperto seguido de outro, e esqueci de tudo ao meu redor.

Depois de alguns segundos eu finalmente voltei a mim.

Eu estava prendendo Sawyer ao lado do meu Charger com o meu


grande corpo, lhe segurando, quando o suor começou a esfriar em nossos
corpos.

"Acho que eu preciso fazer isso de novo... algumas centenas de vezes.”


Eu ri quando agarrei a base do preservativo, me certificando de que
permanecia no local quando puxei para fora dela.

Eu estava curtindo o som da minha retirada, um dos mais sexy que


já ouvi, enquanto sentia sua buceta suculenta tentando o seu melhor para
me segurar.

Ela gemeu quando finalmente saí do seu corpo completamente e


virou de repente batendo sua boca na minha.

"Isso foi incrível,” sussurrou contra os meus lábios.

Bufei. "Você faz um velho como eu parecer como um super-herói


porra,” murmurei contra seus lábios, puxando-a para perto.

Meu pau ainda estava duro pressionado contra o ápice das suas
coxas, então agarrei outro preservativo da minha carteira quando senti ela
começar a rir.

"Vamos entrar e fazer isso em uma cama desta vez,” sussurrou.

"Putinha gananciosa, não é?" Perguntei.

Ela sorriu quando a puxei em meus braços, com a mão debaixo seu
traseiro, e comecei a carregá-la até a porta da garagem.

Suas pernas ficaram em torno dos meus quadris, ajudando a segurar


minhas calças, enquanto eu caminhava.

Fiquei grato por ainda ter minhas calças quando facilmente fui capaz
de tirar minhas chaves do bolso e abrir a porta.

Infelizmente, nós nunca chegamos a cama.

Fizemos isso na mesa da cozinha antes de perder a capacidade de


lutar contra meu pau mais uma vez.
Horas mais tarde finalmente fui capaz de recuperar o fôlego.

"Isso é normal... não acho que foi normal," eu disse, com o olhar
ficando pesado enquanto pensava sobre tudo o que tinha acabado de fazer.

Silas riu com a voz rouca.

"Sim, Sawyer. Isso é normal.”

"Eu acho que você está mentindo... o sexo não pode realmente ser tão
bom o tempo todo. Quer dizer, estou um pouco enferrujada, mas não
lembro de ser assim,” disse a ele.

Seus braços me apertaram, e percebi que ele não gostava de ouvir


sobre o meu 'outro momento’ enquanto estava nua na cama com ele.

"Enquanto fizermos isso, não haverá mais ninguém. Entendeu?" Ele


perguntou em voz baixa.

Foi possível notar um tom velado de ameaça em sua voz, e eu aceitei


prontamente.

"Sim. Eu entendo. E não é como se eu fosse estar fazendo isso


novamente... eu apenas queria para ver se seria bo... "

Congelei no que estava prestes a dizer, mas Silas entendeu.

"Queria ver se o que funcionaria?" Ele perguntou, rolando, então


estava em cima de mim.
Eu balancei a cabeça, não querendo realmente falar porque eu tinha
saído em busca de um caso de uma noite.

"Meu vestido. Eu queria ver se iria pegar os caras como pensei que
iria," menti.

Ele zombou. "Querida, você estava usando uma saia, deveria saber
que qualquer coisa curta, em qualquer mulher, teria atraído a atenção de
um homem. Agora, que tal você parar de mentir para mim e me dizer o que
você realmente queria dizer.”

Parei de pensar sobre o que dizer.

"Estar fora da prisão para mim é.... difícil,” eu finalmente disse.

Seus olhos procuraram os meus.

"Sim.” Ele balançou a cabeça em entendimento. "Vai continuar a ser


difícil.”

Fechei os olhos, não gostando do que ouvi.

"Eu sinto que não mereço estar fora,” admiti. Eu podia sentir seus
olhos quando olhou para mim.

"Por que não?" Ele perguntou suavemente, enquanto alisava uma


parte do meu cabelo da minha testa.

"Eu matei quatro pessoas,” disse, com lágrimas surgindo


imediatamente nos meus olhos.

"O que aconteceu?" Perguntou.

Fechei os olhos. "Eu tinha bebido uma cerveja,” sussurrei, lágrimas


começando a derramar dos meus olhos. "Uma. E arruinou a minha vida.”

Ele piscou. "Você tomou uma cerveja? Só isso?"

Eu balancei a cabeça. "Apenas um único copo cheio.”

"Lembro-me de ler o artigo do jornal. Ele não disse nada sobre apenas
uma cerveja. Dizia que estava bêbada, acima do limite legal de álcool. Você
é uma mulher pequena, mas você não conseguiria ficar bêbada com
apenas um único copo cheio,” ele rugiu, sentando-se e acendendo a luz.

Balancei a cabeça. "Eu não estava bêbada. Na verdade, eu mal estava


tonta. Eu costumava beber um copo de vinho todas as noites na época,
então não era como se eu fosse intolerante ao álcool. Foi apenas um mau
negócio,” sussurrei.

Seu rosto, porém, mostrou sua incredulidade.

"O que a polícia disse? Qual foi o seu nível de álcool no sangue?" Ele
perguntou, sentando-se na cama e jogando as cobertas fora do seu colo.

Observei enquanto ele caminhou até o banheiro e acendeu a luz antes


de fechar um pouco a porta atrás dele.

"Eu nunca soube qual era o meu nível de álcool no sangue, mas,
novamente, não me importava naquele momento. Eu tinha acabado de
matar quatro pessoas, uma das quais com quem me formei.” Informei a
ele.

Ouvi o som dele usando o banheiro, e me perguntei se ele me ouviu.

Mas depois ouvi a descarga do vaso, e o som dele lavando as mãos,


ele saiu com um olhar preocupado no rosto.

"Se você não se importa,” disse timidamente, "Eu gostaria de dar uma
olhada no seu caso.”

Dei de ombros. "Isso é bom. Eu tentei a liberdade condicional depois


de quatro anos. Isso foi o que o meu advogado me prometeu que iria
acontecer. Mas me foi negado.”

Eu fiz uma careta.

Esta negação tinha me magoado.

Muito.

Eu nem sequer sei por que estava dizendo tudo isso a ele.

Ele perguntou, e eu lhe disse coisas que não tinha sequer dito a
minha própria mãe.

"Quem era o seu advogado?" Ele perguntou.

"Um amigo da família.” Disse a ele instantaneamente.

Ele franziu a testa. " O seu amigo da família era um bom advogado?
Não brinque com algo assim. Você precisava do melhor. Não alguém que
se sentia obrigado a ajudá-la.”
"Ele está morto agora, então eu realmente não sei. Pagamos o que
podíamos pagar, que infelizmente não era muito. Não que isso importe
agora, uma vez que está tudo acabado,” eu sussurrei, olhando para as
minhas mãos.

Ele olhou para mim como se tivesse crescido uma segunda cabeça.

"Não é tudo,” ele rugiu, voltando para a cama ao meu lado.

Pisquei. "O que você quer dizer? Eu cumpri meus oito anos.”

"Você está me dizendo que não fica acordada durante noite pensando
sobre o quão horrível você é?" Perguntou.

Eu fechei a minha boca. Eu fazia isso.

"E você não se importa com os cochichos de todos os habitantes da


cidade?" Continuou.

Deitei de volta na cama e pressionei meu rosto no travesseiro.

Eu não quero falar sobre isso.

"Eu não estou ouvindo a sua resposta,” disse com insistência.

Apertei os olhos no travesseiro.

"É compreensível. Matei quatro pessoas. O que você quer fazer, me


agradecer?" Eu revidei, virando a cabeça e olhando para ele entre os
lençóis. Talvez eu devesse ir.

Só que eu não poderia realmente sair, já que tinha deixado o meu


carro a uma hora de distância.

Caralho.

"É melhor você rever essa sua maldita atitude, Sawyer, eu só estou
tentando ajudar. Eu estive na força policial desde que tinha dezoito anos
de idade. Sei uma coisa ou duas sobre leis. E o fato de que você matou
quatro pessoas, enquanto não estava bêbada, porque se jogaram na sua
frente, não é algo que faz você ir para a prisão por oito anos,” ele retrucou.
"Tudo o que eu estou tentando dizer é que não faz sentido, porra. Você
nem mesmo teve um acordo judicial. Eu não consigo descobrir por que
você estava mesmo na cadeia.”

Dei de ombros.
"Eu não sei,” disse, completamente mortificada.

Ele colocou a mão áspera na minha bochecha. "Eu vou investigar...,


mas não foi sua culpa, pelo que me lembro dos destroços. Eles não tinham
as luzes acesas, e eles se jogaram na sua frente. Confie em mim, acho que
algo está faltando aqui, e eu vou descobrir o que é.”

Virei a cabeça para correr meus lábios sobre a palma da sua mão.
"Obrigada, Silas.” Porém, eu realmente não quero que ele descubra nada.

Mas eu poderia dizer pela determinação em seus olhos, que ele não
ia deixar isso de lado.

Além disso, que mal faria?

Silas finalmente mergulhou o quarto na escuridão, e eu fechei os


olhos exausta.

Principalmente devido à forma que eu tinha sido tão bem e


completamente utilizada hoje à noite, mas também em parte devido ao fato
de que eu não posso falar sobre o passado, sobre o que aconteceu sem me
sentir emocionalmente esgotada.

Deus, eu odiava reviver o passado. E, infelizmente, eu fazia todas as


noites nos meus sonhos.

Só espero, que não aconteça esta noite.

Especialmente porque me sentia tão segura nos braços que tinham


acabado de me envolver.

"Vá dormir,” ordenou.

Pressionei meus lábios em seu peito peludo e beijei suavemente antes


de virar para descansar minha cabeça em seu bíceps.

Seus dedos arrastaram pelo meu cabelo e meus olhos começaram a


se fechar. Então, eu estava dormindo.

Meus sonhos me assombrado ainda, mas eu tinha Silas e seu ego


fodão lá para assustá-los esta noite.

O que não percebi, entretanto, é que só lhe dei ainda mais


combustível para a determinação que sentiu em descobrir o que
exatamente tinha acontecido.
Embora eu não tivesse ideia que do que fiz, aparentemente falei
durante meus pesadelos.

Acordei com à luz do sol atravessando as janelas.

Estava enrolada na cama, assustada, quando bati em um corpo


masculino a centímetros de mim.

"Mmmm,” eu disse, me enrolando no peito de Silas. Ele me abraçou


forte, e rapidamente se levantou para sair.

"Onde você vai?" Perguntei sobre um bocejo.

"Tenho que ir ao escritório. E você vai ter que vir comigo agora, ou eu
posso voltar para busca-la na hora do almoço.” Murmurou.

Balancei a cabeça e abri os olhos e minha boca ficou seca quando vi


sua bunda entrando em cuecas apertadas.

Gemi com tristeza, fazendo ele olhar por cima do ombro e piscar para
mim.

"O quê?" Perguntou. Deus, ele parecia tão bom.

Não tinha um centímetro do seu corpo que não estava em perfeita


forma e ele tinha zero de gordura nele.

Isso deveria ser ilegal.

Eu tinha gordura, então ele deveria ter algumas, também.

"Você parece bem.” Eu informei a ele.

Ele sorriu. "Sim, obrigado.”

"Você está bem?" Perguntei, observando enquanto ele deslizou as


calças jeans até as suas coxas grossas bem definidas.

Ele balançou a cabeça. "Bem. Meu cérebro não desligou na noite


passada, então não consegui dormir muito.”
"Isso é por causa do que falamos ontem à noite?" Perguntei.

Ele encolheu os ombros. "Sim e não. Ou, pelo menos, começou com
isso. Então eu não conseguia me desligar, e comecei a pensar em outras
coisas. Mas você quer ficar ou quer que eu te leve até sua casa?"

"E o meu carro?" Perguntei.

"Eu vou levar para você, mais tarde.”

"Eu tenho que estar no trabalho às dez," disse a ele, e com relutância
saí da cama e caminhei nua para o chuveiro.

Ele não me seguiu, e me encontrei muito decepcionada.

Ele parecia diferente hoje.

Mais distante.

Não como ele estava ontem, ou mesmo esta manhã, quando


estávamos dormindo nos braços um do outro nas primeiras horas do dia.

Tomei um banho longo, quente, saboreando o calor da agua sobre


minha pele.

Eu estava dolorida.

Minha vagina parecia que tinha sido socada com um punho.

Silas não era um homem pequeno.

Na verdade, diria que ele estava no lado maior da grandeza.

O que explicava o motivo que minha buceta quis se revoltar quando


passei a barra de sabão deslizando pelas minhas pernas.

Meus seios estavam doloridos, não porque eles tinham sido socados,
mas porque eles tinham sido beliscados.

Vestir uma camiseta hoje será interessante.

O sutiã de renda que tinha usado na noite passada definitivamente


não ia servir. Eu só tinha que ir para casa e colocar um sutiã esportivo
para o dia.

Embora eu tivesse prometido a mim mesma que nunca mais usaria


um desses instrumentos de tortura novamente, desde que era tudo que eu
tinha permissão para usar enquanto estava na prisão, e não conseguia
pensar em nada mais confortável de usar nesse momento.

Especialmente quando a menor gota de água acertava os bicos e


provocava uma picada de dor.

Eu cataloguei o resto dos meus ferimentos.

Hematomas em forma de dedos cercando cada pulso. Marcas de


impressão de mãos se estendia por cada quadril. E chupões no meu peito.

Parecia que eu havia passado por quatro rodadas... não que eu


estivesse reclamando.

Ontem à noite tinha sido apenas o que eu precisava... desde o início


até o momento quando falei sobre o que aconteceu na pior noite da minha
vida.

Esqueci... e senti novamente.

Algo que precisava fazer por quase oito anos.

"Deixei algumas roupas em cima da cama.” Ouvi Silas falar da porta


aberta.

Olhei para ele e o vi olhando diretamente para mim.

"Obrigada,” eu disse. "Mas eu posso usar as minhas.”

Ele riu. "Deixamos lá fora, e elas estão encharcadas. Choveu ontem


à noite.”

"Sério?" Perguntei, surpresa.

Ele assentiu. "Forte.”

"Tudo bem,” disse, sorrindo para ele através do vidro.

Ele olhou para mim por um longo momento, e deixei, pressionando o


peito contra a superfície lisa enquanto encostei minha testa contra o vidro.

Seus olhos pareciam escurecer, mas ouvi a campainha, e ele rosnou.

"Depressa, temos que sair em dez minutos,” ordenou antes de


escapar tão silenciosamente como veio.

Desliguei a água, feliz que estaria agora com o cheiro dele e puxei
uma toalha da prateleira ao lado do chuveiro.
Foi quando estava secando meus seios doloridos que ouvi.

Um som que você nunca, nunca quer ouvir quando está nua na casa
de um homem que mal conhecia.

"Ei, Silas. Estava pensando se você pode emprestar outra cerveja.


Estou fazendo um assado hoje,” minha mãe, Reba Berry, perguntou
docemente do outro cômodo.

Congelei, parando de enxugar o meu seio, e olhei com horror para a


parede.

Eu não sabia que minha mãe e Silas se conheciam.

Eram bastante íntimos para ela lhe pedir uma cerveja, não? Por que
razão Silas não me disse nada na noite passada?

Eu não era um segredo.

Ele tinha que saber que eu era parente dela.

Quer dizer, se ela estava confortável o suficiente para vir aqui assim,
ele tinha que ter visto a semelhança entre nós duas.

Quer dizer, eu parecia com ela.

Cabelo preto longo, a mesma marca de nascimento em nossos


pescoços, quase no mesmo lugar.

O mesmo tipo de corpo.

Ela era eu, e eu era ela.

Somente 30 anos separando nossas idades.

Então, sentei na cama e ouvi a minha mãe falando com Silas sobre
seu assado e meu pai, o tempo todo irritada.

Passou tanto tempo, na verdade, que eu fiquei entediada e comecei a


olhar ao redor.

Então comecei a limpar, porque, sério, qual era o problema em jogar


as roupas no cesto?

Enquanto ouvia minha mãe falar sobre as roseiras que estavam


alinhando a borda da sua propriedade e a maneira que meu pai cozinhou
bife ontem à noite para o jantar, eu comecei a recolher a roupa de Silas.
Comecei com as que estavam no chão, juntando e empurrando para
a cesta que tinha apenas duas coisas nela. Uma única meia, e uma cueca.

Até o momento que terminei, a coisa inteira estava cheia até a borda.

"Silas, meu filho me disse que você o chamou na outra noite quando
viu minha menina na beira da estrada... na cena do acidente. Eu queria
te agradecer. Ela realmente precisa de toda a ajuda que pode ter,” disse,
me fazendo congelar no lugar.

Não pude ouvir a resposta de Silas, mas eu não precisava,


principalmente porque a minha mãe repetiu a sua resposta na íntegra.

"Oh, eu sei que você acha que não fez nada, mas você fez. Dallas disse
que ele a pegou chorando, mas decidiu deixá-la sozinha. Ele também disse
que ela tem bebido bastante. Ele encontra todas as suas garrafas no lixo
na manhã seguinte,” minha mãe disse.

Ele estava revirando meu lixo?

Que porra é essa?

Eu sabia que ele tinha que estar revirando porque eu era a única que
tinha levado a porra dos sacos para o lado de fora.

Ele teria que revirar os sacos para saber que havia garrafas lá. Não é
como se tivesse muitas garrafas.

Está bem, havia algumas, mas não o suficiente para contar como
excesso. Desta vez eu ouvi a resposta de Silas.

“Ela pode beber, Reba. Ela passou oito anos da sua vida sendo
imposto o que ela tinha que fazer. Deixe-a viver a vida sem vocês todos
adivinhando a cada segundo o que ela faz.” Sila a repreendeu suavemente.

Então eu ouvi a abertura da porta de tela e o som distinto de Silas se


afastando.

Ontem, eu me lembrei, ouvi o barulho de guincho e me perguntei


como não tinha ouvido o som quando a minha mãe entrou.

Eu ouvi os dois falando mais um pouco na varanda e decidi ir em


frente e me vestir com as roupas que ele tinha deixado.

Elas pareciam boas e de excelente qualidade.


Todas as minhas roupas eram ainda as que eu usava na escola. O
que significava que eu tinha um monte de coisas que não era mais
aceitável para se vestir com vinte e nove anos de idade.

Eu usava de qualquer forma.

Não era como se tivesse muita escolha.

Talvez eu devesse fazer uma parada num brechó mais tarde. Eles
certamente teriam algo melhor do que tenho vestido ultimamente.

Como a calça e camiseta que ele deixou estendida sobre a cama para
mim.

Olhei através deles e vi que não havia nenhum sutiã ou calcinha.

Então fiz o que qualquer mulher normalmente faria, fui para as


gavetas da cômoda de Silas e abri cada uma delas até encontrar a roupa
de baixo.

Ri quando vi quão alta elas ficaram na minha barriga, rindo o mais


silenciosamente que pude enquanto vestia o jeans.

A calça estava um pouco solta na cintura, mas encaixavam


perfeitamente em qualquer outro lugar.

A camiseta ficou adequada em todos os lugares até a região do seio,


mas não acho que me importava tanto quanto poderia, uma vez que era
apenas uma camiseta justa vermelha e simples.

A única coisa que estava errado era o fato de que eu não tinha sutiã
para cobrir meus seios e a rigidez sobre a área acentuou o fato.

"Ela serve,” Silas falou da porta, fazendo-me saltar e virar.

Eu tive que sorrir quando seus olhos foram automaticamente para os


meus seios. Um homem tão típico.

"Como você passa pela porta da varanda sem ela chiar?" Perguntei,
puxando minha blusa para cobrir minha barriga.

Ele sorriu.

"Magica,” respondeu, caminhando em minha direção.

"Então você sabe quem é minha mãe,” acusei.


Ele assentiu. "Sim.”

"Você me conhecia o tempo todo?" Perguntei.

Ele assentiu. "Sim.”

Ele não estava com vergonha por não me dizer nada. Ele apenas disse
'sim' como se não fosse um grande negócio.

"Ela parecia amigável com você... você convive muito com os meu
pais?" Perguntei. Seus olhos se arregalaram um pouco.

"Não, com o seu pai, não,” disse. "Você está pronta ir?"

Fiquei imaginando o que ele quis dizer com 'não o seu pai', mas ele
tinha ido embora antes que eu pudesse perguntar a ele.

Então o segui descalça, e fiz uma parada quando cheguei à sala de


estar.

"Uau,” disse em reverência. "Isso é legal.”

A sala de estar, cozinha, sala de jantar, e o que parecia ser uma sala
de estudo era todo um enorme espaço aberto.

As paredes eram o que se parecia com reais troncos de arvores,


removidas da casca, e o teto tinha enormes vigas de sustentação ao longo
de todo o ambiente.

Havia um grande sofá de couro marrom no meio da sala, de frente


para o que devia ser a maior tela de TV que eu já vi.

E a cozinha era de morrer.

Armários bonitos de mogno com bancadas de granito preto


completavam o ambiente com a sua adição simples, mas elegante ao
grande espaço.

Tudo isso me fez sorrir para o homem que se parecia com essa
descrição, simples, mas elegante.

Silas estava em pé na pia da cozinha, colocando água em uma


garrafa.

Minha boca ficou seca quando vi o olhar que ele destinou a mim por
cima do ombro.
Sexo e fome.

Nossa.

Dei um passo para trás, e seus olhos mudaram, para curioso.

"Sim, eu coloquei um monte de tempo e esforço neste lugar,” disse,


enroscando a tampa apertada em seu frasco e fazendo o seu caminho em
minha direção.

Pegou minha mão no caminho, e andou falando.

"Eu vou te deixar na sua casa para que você possa mudar de roupa.
Já chamei um dos meus rapazes para buscar seu carro. Deve estar lá na
hora que você sair para o trabalho,” disse me levando para sua garagem.

Eu estava contente que ele me entregou um capacete diferente desta


vez.

Ele cobria o rosto completamente e a única coisa que alguém seria


capaz de distinguir era o meu cabelo..., que coloquei dentro do capacete.

Perfeito

Eu sorri para Silas enquanto ele me observava fazendo isso com um


pequeno sorriso em seu rosto.

"Com vergonha de ser vista comigo?" Perguntou enquanto colocava


seu próprio capacete.

Balancei a cabeça. "Não. Só não quero ver a minha mãe.”

E isso era pura verdade, Deus. Estava cansada de vê-la.

Tudo o que ela falava era sobre a minha prisão e como ela rezou por
oito anos, todos os dias, para que eu saísse inteira.

Sério, eu amava minha mãe mais que tudo, mas eu não gostava dela
me sufocando.

Era como se ela estivesse tentando compensar os oito anos, mas ela
não podia, e em vez disso, sentia como se estivesse me sufocando.

Na verdade, ele parecia aliviado quando eu disse isso.

"Então você não se importa de ser vista comigo?" Perguntou.

Balancei a cabeça. "Não teria saído com você se eu me importasse.”


Ele sorriu, e fui golpeada mais uma vez por sua beleza.

"Suba, docinho,” ele ordenou.

Pisquei para ele, mas ele já estava perdido nele mesmo ao se virar e
começar a subir na moto sem olhar na minha direção novamente.

O que provavelmente era bom, pois assim não viu a forma como ele
me feriu ao me dispensar como tinha acabado de fazer.

Fizemos nosso caminho para fora do seu pequeno refúgio à beira do


lago sem ver minha mãe, ou qualquer outra pessoa.

Inferno, nós não vimos uma única alma até que estávamos a quase
quinze minutos dirigindo.

Eu não tinha notado o quão longe ele morava ontem na viagem para
sua casa, mas agora que era dia e eu podia ver exatamente onde ficava,
fiquei surpresa.

Ele vivia a cerca de 50 minutos de distância da minha casa, percebi,


agora que fizemos todo o percurso.

E quando chegamos na frente da minha casa, eu tinha cerca de


quarenta e cinco minutos para chegar ao trabalho.

Escorregando a perna para fora da moto, fiquei de pé ao lado dela e


me virei para ele, segurando o capacete em sua direção.

Ele balançou a cabeça.

"Mantenha,” disse, olhando nos meus. "Você vai precisar dele mais
tarde.” Pisquei sem entender.

"Por que eu preciso dele mais tarde?" Perguntei.

Ele sorriu, me deixando ver seus belos dentes brancos novamente.

"Porque eu planejo levá-la para um passeio novamente.,” Meu rosto


corou cinquenta tons de vermelho.

Especialmente quando ele começou a acariciar sua moto de uma


maneira amorosa.

"E eu ainda tenho a sua bunda impressa aqui no meu tanque,”


continuou. "Não há nenhuma maneira que eu não quero mais do que tive
ontem à noite.”
Minhas sobrancelhas subiram.

"E quem disse que eu quero mais do que uma noite?" Perguntei,
girando sobre os calcanhares e indo direto para a parte de trás da casa.

O apartamento-garagem era separado do resto da casa, graças a


Deus, porque se eu tivesse que ir para a casa principal, tinha certeza de
que estariam me perguntado por que exatamente, eu estava ofegante e
meu rosto estava tão vermelho.

E não havia nenhuma maneira no inferno que eu diria, vendo como


meu irmão agora relata toda a minha vida para a minha mãe, o que me
lembrou que eu precisava fazer algo.

Retirei meu telefone do bolso, e dei uma pequena olhada por cima do
meu ombro para Silas enquanto virava ao redor da casa.

Era hora do meu irmão ouvir exatamente por que sua espionagem
me irritava.
Quatro horas mais tarde fui direto para o meu escritório assim que
cheguei ao clube.

Lynn tinha me ligado vinte minutos antes e disse que tinha enviado
a informação que eu queria para o meu e-mail, e descobri que eu realmente
queria chegar ao fundo deste caso.

Algo sobre o caso dela estava me incomodando... me chateando até


que eu estava à beira da preocupação.

Sawyer não tinha mentido quando disse que não estava bêbada.

E eu sabia quando as pessoas estavam mentindo. Eu precisava saber


para me manter vivo, como fiz até hoje.

Andei pelo meu escritório e fui direto para o meu computador.


Entrando em meu e-mail seguro, cliquei no primeiro e-mail de Lynn e abri.

O assunto do email era Sawyer Berry.

Os dois primeiros parágrafos foram sobre as particularidades do


caso. Quem esteve envolvido, detalhes sobre a localização, tipos de
veículos, e os nomes dos ocupantes em ambos os veículos.

Nível de álcool: 0,01.

Meu queixo caiu.

Que. Porra. É. Essa.


Peguei meu telefone e liguei para Lynn para confirmar que eu não
estava vendo coisas.

"Alo?" Lynn respondeu três toques depois.

"Preciso que você verifique novamente os números que você me


enviou,” disse sem rodeios. Ele bufou.

"Sabia que você ia perguntar isso; já chequei a DPB6, também. "

"E?" Perguntei, impaciente.

"Mesma coisa. 0,01. É isso,” respondeu imediatamente. Minha


mandíbula apertou.

"Eu preciso que você entre em contato com o advogado e o juiz.


Coloque-me... "

.”.. Já fiz isso. Esses arquivos devem estar em sua mesa até o final
do dia,” ele me interrompeu.

"Obrigado. Você conseguiu alguma coisa sobre o Shovel?" Perguntei


antes de desligar.

"Negativo.” Merda.

"Obrigado, me mantenha atualizado.”

"Manterei,” concordou e desligou. Encarei o arquivo um pouco mais,


ficando mais e mais confuso.

O relatório da polícia indicava claramente o fato de que o Ford Bronco


deslizou na frente da caminhonete Chevy. Também afirmava claramente
que nenhum dos ocupantes do Bronco estava usando cinto de segurança,
o que foi um fator contribuinte para eles serem ejetados do veículo.

Ele afirmava ainda que os dois outros ocupantes do Chevy estavam


bêbados. Tão bêbados que tinham quase duas vezes o limite legal de álcool.

"Mas ela não estava bêbada. Que porra aconteceu aqui?" Perguntei
em voz alta.

6 DPB: Departamento de polícia de Benton. Original: BPD


Sabendo que eu não seria capaz de dormir até que descobrisse mais
sobre isso, peguei meu telefone e chaves da mesa e comecei a caminhar
para fora do escritório, largando toda aquela papelada em cima da mesa.

Acho que isso era um dos benefícios de ser o chefe, no entanto; com
liberdade de fazer qualquer merda que você quisesse, quando quisesse.

Cheguei no DPB menos de cinco minutos depois de deixar meu


escritório e fui direto para o prédio, nem mesmo me importando em dizer
oi para Loki ou Trance enquanto entrava.

Os dois estavam ocupados, entretanto, e nem perceberam quando eu


passei. Andei direto para o escritório do chefe e fechei a porta sem
perguntar.

"Silas,” Burke disse, olhando para mim com nenhuma surpresa em


seus olhos.

Burke e eu nos olhamos. Deixei cair um arquivo em sua mesa, e ele


hesitou apenas brevemente antes de abri-lo com dois dedos.

Inclinando-se para a frente e agarrando seus óculos da mesa,


colocou-os e começou a ler.

Quanto mais lia, mais duro seu corpo ficava até que ficou quase
semelhante a uma estátua.

"Você entendeu,” supus. Ele assentiu.

"Quem era o responsável por este caso?" Perguntei.

Ele olhou para cima, e seus olhos geralmente cinza estavam cheios
de ameaça.

"Harold Dunbar.”

Minhas sobrancelhas franziram. "Ele está morto há oito anos.”

Ele assentiu. "Sim.”

Em seguida, uma inquietante preocupação começou a deslizar pela


minha espinha.

"Quem era o juiz?" Perguntei, sentando-me do outro lado da mesa.


Ele virou-se para o lado e começou a digitar em seu teclado, assim como
eu tinha feito.
"Escobar Giuliani,” respondeu depois de alguns longos momentos.

Meu sangue gelou. "Deixe-me adivinhar... ele está morto.”

Burke sacudiu a cabeça. "Não. Aposentado.”

Minhas sobrancelhas franziram conforme me lembrava de Escobar


Giuliani. Ele era um jovem juiz, e se eu estava pensando no homem certo,
ele tinha feito um grande tumulto quando se aposentou e decidiu iniciar
uma carreira diferente no campo petrolífero.

Na época, não tinha achado estranho.

Eu tinha ouvido falar de policiais e até mesmo alguns professores que


deixaram seus empregos para ir para o ramo do petróleo. Era um negócio
altamente lucrativo. Você ganhava um monte de dinheiro em um curto
espaço de tempo.

Era um trabalho exigente, mas pagava muito, muito bem. Era normal
para qualquer pessoa procurar um trabalho que pagasse mais.

Mas Giuliani já tinha um muito lucrativo – e poderoso – emprego.

E eu não sabia de um único juiz, advogado ou mesmo um médico que


tivessem abandonado seus empregos com altos salários, empregos que
haviam conseguidos com trabalho duro e anos de estudo, para tentar uma
posição no campo petrolífero.

Era contraditório.

"Então, há oito anos, mais ou menos, Giuliani se aposentou?"


Confirmei minhas suspeitas.

Ele assentiu. "Correto.”

"Tudo bem, acho que vou fazer uma pequena viagem para vê-lo. Dê-
me o endereço dele.”

No meu caminho para a saída dez minutos mais tarde, fiz contato
visual tanto com Loki como com Trance, sinalizando-os a me seguir para
fora.

Eles fizeram sem hesitação, Loki terminando uma ligação telefônica,


e Trance trazendo Kosher.
Quando eles me encontraram lá fora, eu tinha meu telefone na minha
orelha e meu segundo filho na linha.

"Preciso que você me encontre em um lugar,” disse sem hesitar. Eu


realmente não me importava se ele tivesse algo para fazer. Sabia que ele
tinha o dia de folga.

E para ser honesto, já tinha abandonado muita merda minha para


ajudá-lo e ele poderia fazer o mesmo por mim.

"Eu estou com as crianças,” disse.

"Ligue para Baylee e leve as crianças para ficar com ela. Vou te
mandar uma mensagem de texto com o endereço. Encontre-me lá em
quarenta e cinco minutos.” Ordenei, e desliguei.

Mandei a ele o endereço por mensagem, sabendo que ele iria chamar
sua esposa, e, em seguida, virei-me para os dois homens à minha volta.

"Algum de vocês se lembra de uma jovem estudante que matou outros


colegas da faculdade e dois professores oito anos e meio atrás?" Perguntei.

Ambos assentiram, mas foram os olhos de Trance que se tornaram


duros.

"Eu a conheci. Ela trabalha na clínica veterinária.”

Eu balancei a cabeça. "Sawyer Berry. A irmã gêmea de Dallas Berry.


A filha de Reba.” Compreensão começou a surgir nos olhos de Loki.

Mas não era o que ele pensava, na verdade, era exatamente o oposto.
Isso não tinha nada a ver com a Reba e tudo a ver com sua filha.

Entreguei a pasta do arquivo para Loki primeiro e dei a Trance uma


cópia que eu tinha feito quando estava no escritório do chefe.

Ambos leram, e eu soube o instante exato em que eles chegaram à


linha onde se lê o nível de álcool.

"Que porra é essa?" Exclamou Trance. Eu não disse nada, esperando


eles terminarem de ler.

"Então você tem um detetive e um advogado mortos, um juiz


desaparecido, e uma menina na prisão por oito anos por um crime que
não cometeu.” Loki finalmente disse, olhando para mim.
Eu balancei a cabeça. "Basicamente.”

"O que você precisa que a gente faça?" Perguntou me entregando o


arquivo.

Acenei para ele. "Guarde isso. Tenho o meu próprio arquivo em casa.
Eu quero que você faça algumas perguntas sobre a morte do advogado.”

"E eu?" Perguntou Trance.

"Você vem comigo. Vou precisar do seu... trabalho manual,” disse,


olhando para Kosher.

Kosher era intimidante pra caralho.

Ele tinha o seu próprio cão treinado da narcóticos há cerca de quinze


anos, e Cujo7, que a meu ver deveria ser o nome mais apropriado para
chamá-lo, eu poderia acrescentar, era intimidante como o inferno. Mas
Kosher vencia Cujo por um quilômetro.

Ele era da cor padrão da maioria dos pastores alemães, mas era do
tamanho de um pônei Shetland com esteroides.

E quando corria, parecia um maldito cavalo árabe correndo atrás da


sua presa inocente, que era exatamente o que eu queria.

"Eu preciso fazer uma pequena parada antes de irmos para lá,” disse,
montando minha moto e ligando-a com um rugido.

Os outros seguiram o exemplo, e logo estávamos no nosso caminho.

"Legal você aparecer,” murmurei para Sebastian. Ele deu de ombros.

"Você não podia realmente esperar que eu simplesmente largasse as


crianças com Baylee no trabalho, certo?" Perguntou.

Dei de ombros. "Você tem uma babá.”

7Cujo: nome de um livro do Stephen King sobre um cão chamado Cujo que enlouquece e mata as
pessoas.
Ele revirou os olhos. "Sim, minha irmã que vive em Kilgore, que é
quase uma hora de distância. Você queria que eu estivesse aqui no prazo
de quarenta e cinco minutos. Fiz o que pude com as limitações de tempo
que você impôs,” ele brincou.

Tanto faz.

"Aqui está o que já temos,” eu disse, dando-lhe o resumo do que


estávamos prestes a fazer.

"Então você acha que esse cara sabe algo sobre o motivo pelo qual
ela foi enviada para a prisão?" Perguntou Sebastian.

"Sim, ou eu não estaria aqui,” disse sarcasticamente.

Sebastian me mostrou o dedo, e Trance bufou baixinho.

"Vamos," pedi a ambos.

Liguei, no meio do caminho, para a propriedade do Sr. Escobar


Giuliani para verificar se ele estava em casa, então não foi surpresa
quando ele abriu a porta.

A casa era modesta. Esperava que um ex advogado/juiz deveria


morar em uma casa mais suntuosa, mas isso era apenas um outro
mistério que eu gostaria de resolver em um futuro muito próximo.

"Sr. Giuliani,” eu disse, oferecendo ao homem a minha mão. Escobar


não a pegou e, ao invés, recuou com a minha visão.

"O que você quer?" Ele perguntou cautelosamente.

"Sawyer Berry," disse.

Ele empalideceu e começou a fechar a porta, no entanto, foi inútil.

Sebastian enfiou o pé e parou a porta antes que pudesse ser fechada


a meros centímetros, e eu empurrei os dois para entrar na residência de
Escobar.

"Eu vou chamar a polícia!" Escobar ecoou em indignação.

"Eu sou a polícia,” murmurei sombriamente.

Bem... polícia... CIA.... mesma coisa, certo?

Escobar empalideceu.
"Ele também é um oficial da lei e trabalha para o Departamento de
Polícia de Benton. Ele está aqui para se certificar de que eu não vá matá-
lo e esconder seu corpo se você fizer ou disser algo que eu não goste,” disse
a Escobar.

Trance bufou e ficou na varanda da frente, fazendo como eu lhe pedi.

Trance não seria necessário a menos que Escobar fizesse algo


estúpido, o que eu esperava que ele não fizesse.

"Eu quero falar com você sobre algumas coisas,” disse, entregando-
lhe uma pasta do arquivo. "Que tal você ler isto e me deixar saber o que
você pensa.”

Ele pegou a pasta do arquivo com relutância e a abriu, empalidecendo


com o que viu.

"Eu... eu... eu não posso fazer isso. Eu tenho uma esposa e filhos ...
por favor!" disse Escobar, tentando me entregar de volta a pasta.

De repente, eu simplesmente não ligava.

E eu não me importava com mais nada.

Movi-me para a frente como uma víbora, atacando Escobar e jogando-


o de costas no chão antes mesmo que ele percebesse o que estava
acontecendo.

A respiração de Escobar saiu com uma lufada quando eu pressionei


a palma nua da minha mão contra o pescoço do homem, segurando-o no
chão enquanto eu falava.

"Diga-me,” disse, apoiando-me nele um pouco. "Diga-me agora, ou,


que Deus me ajude, vou acabar com tudo que é importante para você.”

Ele engasgou quando eu pressionei mais o seu pescoço, em seguida,


lágrimas começaram a encher seus olhos.

"Eu não posso. Ele ameaçou matá-los se eu não obedecesse."


Engasgou. "Você não é o pior dos dois males.”

Eu ri na cara dele. "Você realmente acha isso?" Perguntei.

Ele assentiu. "Então você não vai me dizer uma palavra?" Ele
balançou a cabeça.
Levantei-me até que estava pairando sobre ele, depois fui até uma
fotografia que estava na lareira. "Então, a sua mulher...,” eu disse,
examinando a foto. "Você a ama?"

"Sim,” ele resmungou.

Eu balancei a cabeça. "E o que ela vai fazer quando descobrir que
você tem culpa em colocar uma jovem inocente na prisão por um crime
que ela não cometeu? Será que ela vai ficar chateada com você?" Escobar
não disse uma palavra.

Continuei como se ele tivesse confirmado as minhas suspeitas.

"Você sabe o que aquela pobre garota passou?” Assobiei para ele com
os dentes cerrados.

Recordando os sonhos que ela teve ontem à noite, eu queria enfiar


meu punho na garganta do filho da puta e torcê-lo até que sua mandíbula
se rompesse com a pressão.

Ela tinha acordado não uma, nem duas, mas sete vezes. Ela gritou
de forma tão dolorosa, que eu pensei que algo estivesse realmente errado.

Mas então ela começou a murmurar em seu sono.

A primeira vez tinham sido desculpas por ferir as quatro pessoas que
matou, assim como na quinta e na sétima.

A segunda, terceira, quarta e sexta foram ela dizendo a um atacante


imaginário "por favor, não me estupre. Eu prometo que não vou reclamar
de novo.”

Foi quando eu percebi que ela estava falando sobre os guardas da


prisão.

Tomou um longo tempo esta manhã, mas eu tinha conseguido os


nomes com Lynn, juntamente com o relatório de toxicologia sobre o
acidente.

E eu estava muito grato pela informação, porque, sem dúvida


alguma, havia a necessidade de uma explicação.

"Não,” Escobar gritou. Então eu iluminei ele.


"Ela quase foi estuprada a cada noite por oito anos. Como você acha
que o seu filho ou a sua esposa se sentiriam se isso acontecesse?”
Perguntei, finalmente, olhando para ele.

Escobar virou para o lado de repente e vomitou seu almoço.

Repugnante.

"Eu nunca faria uma coisa dessas, é claro. Inferno, eu pessoalmente


não conheço um único homem nesta terra que faria... ou não conhecia,
até agora,” disse a ele.

Então olhei para os olhos chorosos da esposa de Escobar, que estava


na entrada, e sorri.

"Você ama o pedaço de merda com quem você se casou? Você tem
orgulho desse homem?" Perguntei.

A esposa de Escobar fungou, depois virou os olhos devastados para


o marido. "Eu quero você fora desta casa, agora. Eu quero o divórcio! Diga
adeus aos seus filhos, porque eu não quero você em qualquer lugar perto
deles depois do que você fez!" Gritou para ele.

"Não,” Escobar disse, tentando agarrar sua esposa.

Sua esposa, não previu o movimento como eu previ, e caiu quando


ele agarrou seu tornozelo para impedi-la de sair.

Ela caiu espetacularmente, aliás.

Suas mãos se estenderam para apoiar a sua queda, e eu soube


imediatamente quando uma delas se quebrou devido à forte pressão.

Com nada para suportar seu peso, o resto do seu corpo desabou, e
sua cabeça encontrou a borda da mesinha de centro.

A pele da sua sobrancelha instantaneamente se abriu e o sangue


começou a escorrer do ferimento.

E eu sabia que tinha ele.

"Trance,” chamei enquanto arrastava Escobar para longe da sua


esposa, agora chorando.

Escobar gritou. "Eu não queria fazer isso, Tawny. Eu juro!" Tawny,
no entanto, estava com muita dor para se importar.
"Tire-o daqui!" Ela gritou freneticamente.

Trance, fazendo as honras, levou-o para fora, algemando suas mãos


no caminho. Sebastian e eu imediatamente fomos para o lado de Tawny.

Eu me senti horrível. Não era para terminar deste jeito. Era só para
fazer parecer que ela foi agredida, não realmente ser agredida.

Nós tínhamos a porra de um plano, merda!

"Não se mova, querida. Meu garoto já vai cuidar de você,” eu disse


para Tawny. Ela assentiu com a cabeça, sugando respiração por
respiração.

"Valeu a pena,” respirou. "Eu não posso acreditar que ele deixou isso
acontecer. Tenho vivido uma mentira por mais de oito anos. Eu
simplesmente não posso acreditar nisso.”

Eu sorri para ela, pressionando a palma da minha mão contra seu


rosto.

"O tempo cura todas as feridas, querida. Você apenas tem que dar-
lhe algum tempo,” disse.

Ela sorriu enquanto as lágrimas começaram a fluir pelo seu rosto.


"Obrigada.”

Afastei-me dela quando os paramédicos entraram na sala, e a


rodearam.

Dallas acenou para mim quando nós passamos, e eu acenei de volta,


pensando na mulher pela qual eu estava fazendo tudo isso.

Meu estômago ainda doía.

Esses pesadelos dela não eram brincadeira, e eu ia rastrear cada um


daqueles guardas naquela prisão e dar-lhes seus próprios pesadelos.

"Você tem o direito de permanecer em silêncio," Trance falou


lentamente, recitando a Escobar os seus Direitos.

"Eu quero um advogado,” Escobar gritou em voz alta.

"Você vai ter um... assim que eu fichar você,” disse Trance.
Quando Escobar se moveu, Kosher rosnou ameaçadoramente para
ele, mantendo o merdinha sentado enquanto eu podia ver que ele queria
fugir.

"Se você quiser lidar comigo e não com o sistema penitenciário, deixe-
me saber," eu disse enquanto me dirigia para a minha moto.

Eu não poupei a ninguém um segundo olhar quando minha moto


rugiu para a vida, e eu a coloquei em marcha.

Minha mente estava sobre o que estava por vir.

E isso, meus amigos, era vingança.

Aquela fria, dura e “de arrancar fora o coração do filho da puta” tipo
de vingança. E era uma coisa bonita de se imaginar.
Cheguei em casa do trabalho em um nevoeiro.

Estava chovendo, e fiquei feliz por ter um carro nesse momento.

Esse percurso teria sido difícil na minha bicicleta e no meu carro já


foi ruim o suficiente.

Tive que desviar quatro vezes do meu percurso normal devido à


grande quantidade de água na estrada.

Tentei ligar para o meu irmão, mas na única vez que ele não estava
metido nos meus assuntos, não consegui encontrá-lo.

A chuva era tão ruim que eu mal podia ver através do para-brisa,
apesar dos limpadores estarem em pleno funcionamento.

Parei na calçada em frente à casa de Dallas, irritada em ver a área


toda lotada de carros. Esqueci que ele tinha dito que alguns membros do
corpo de bombeiros viriam hoje.

"Isso explica por que ele não atendeu à minha ligação,” murmurei de
mau humor, então estacionei no único local vago que encontrei, que ficava
duas casas mais abaixo de onde eu deveria ter estacionado.

Meu telefone tocou enquanto eu enfiava as coisas na minha bolsa


para tentar mantê-las secas, mas deixei ele lá.

Iria checar quando chegasse em casa... se ainda funcionasse.


Foi bom eu ter ido ao Wal-Mart quando recebi meu segundo salário
do Dr. Zack.

Agora minha bolsa estava cheia até a borda com as minhas coisas, e
estava com dois sacos de supermercado em cada mão. Saí do carro e bati
a porta atrás de mim, somente então percebendo que tinha deixado as
chaves na ignição.

Merda!

Virei-me e abri minha porta traseira, tirando as chaves


apressadamente.

Desta vez, quando bati a porta, tranquei-a com a chave e comecei a


correr para casa.

Meus tênis ficaram encharcados devido a água que chegava na altura


do tornozelo e descia pela rua ao longo do meio-fio, mas eu continuei, em
uma rápida corrida.

Passei entre todos os carros facilmente, bem como a casa do meu


irmão, desviando direto para a entrada do apartamento-garagem.

Eu me atrapalhei com as chaves mais uma vez na porta do


apartamento, mas ela se abriu sem que eu tivesse feito nada.

"Venha aqui,” Silas ordenou, através da minha surpresa.

Entrei, deixando cair os sacos de supermercado na entrada, quando


passei pelo batente.

"Merda, está caindo um dilúvio lá fora.” Boquiaberta.

Silas bufou.

"Cheguei aqui antes da chuva... acho que é bom estarmos na sua


casa assim você vai poder mudar de roupa... depois,” disse.

Pisquei, mas não por causa da água que escorria do meu cabelo até
meus olhos, mas por surpresa.

"O quê?" Perguntei. Ele sorriu, e eu tremi.

"Com frio?" Perguntou, dando um passo à frente e me despojando do


resto das minhas sacolas.

Balancei a cabeça.
Eu estava com frio.

Mas não foi o frio que me fez tremer, foi o suave som da sua voz
luxuriosamente profunda e a forma como ela parecia deslizar pela minha
espinha.

"O que você trouxe?" Ele perguntou, colocando as sacolas no balcão


e olhando através delas.

"Cerveja e ingredientes para um espaguete,” respondi, indo para os


sacos, guardando a carne, e entregando-lhe duas garrafas de cerveja.

Espaguete era fácil e saciava a fome, mas também poderia ter algo
para o resto da semana como almoço.

Ou teria ... se a energia não acabasse vinte segundos depois.

"Pelo menos a cerveja está fria,” disse Silas.

Ouvi o som distinto da tampa da cerveja sendo retirada e pisquei na


escuridão.

"Com o que você acabou de abrir isso?” Perguntei, atordoada.

De repente, senti a garrafa fria e úmida da cerveja pressionada contra


o meu braço, e a voz profunda e rouca do Silas perto do meu ouvido
dizendo "minhas mãos.”

Engoli em seco, pegando a cerveja, que ainda estava tocando meu


braço. "Obrigada.”

Então, como uma reflexão tardia, eu disse: "Há um abridor de


garrafas penduradas ao lado da pia.”

Silas riu. "Entendi.”

Então ele tirou a tampa da segunda cerveja.

"Vamos tomar um banho,” ele exclamou.

Pulei, virando o rosto para onde tinha ouvido a sua voz.

"Você me assustou,” disse. "E não posso. Você acabou de abrir a


minha cerveja. Se eu entrar no chuveiro, ela vai ficar quente.”

"Então traga-a com você,” disse, segurando meu braço e me puxando


atrás de dele.
"Como você sabe para onde ir?" Perguntei enquanto o seguia. "E como
você está conseguindo evitar todos os móveis da casa?"

Ele não respondeu.

Minha mão parecia minúscula na dele, e me excitei um pouco quando


ele disse: "Tire suas roupas.”

Eu tateei ao meu redor por uma superfície plana, encontrando o que


pensava ser a pia do banheiro, mas não tinha certeza, e coloquei a cerveja
lá.

Então tirei minhas roupas, como foi ordenado.

A camiseta saiu facilmente, logo seguida pelo meu sutiã.

Mas quando fui colocar os meus dedos no cós da calça para tirá-la,
congelei quando senti a quente e úmida boca ao redor do meu mamilo
ereto.

Eu respirei quando a garrafa da cerveja de Silas pressionou contra


as minhas costas, me puxando para ele tentando me aquecer do frio
gelado.

Ele riu quando agarrei sua cabeça.

"Silas,” gemi. "Está frio!"

Ele me soltou, afastando-se do meu peito com um suave 'pop', seguiu


até o chuveiro e ligou.

Senti sua falta imediatamente, choramingando de forma audível,


fazendo-o rir sombriamente.

Recomecei com minhas calças nesse meio tempo, puxando-as com


dificuldade pelas minhas pernas, e deixando-a cair aos meus pés.

Usei meus pés para pisar na bainha de ambos os lados, puxando


minhas pernas livres do jeans apertado e molhado.

Quando empurrei minha calcinha para baixo, senti as mãos de Silas


tocarem meus quadris, enquanto seu pênis nu pressionava contra o meio
da minha bunda.

"Pegue a sua cerveja,” ordenou.

Eu peguei.
No momento em que a segurei em minhas mãos, fui levantada do
chão e colocada no chuveiro, onde a água deliciosamente quente começou
a escorrer sobre o meu peito e pescoço.

Corria pelo meu corpo em ondas quentes, e eu segurava minha


cerveja para cima e longe do chuveiro quando, por trás de mim, as mãos
de Silas começaram a correr pelos meus lados.

Ele estava me lavando, bem como mantendo o seu corpo contra o


meu para me manter quente.

"Como foi o seu dia?" Perguntei.

A pergunta foi imediatamente seguida por um forte estalo de trovão


que me assustou tanto que minhas pernas quase cederam embaixo de
mim.

O braço de Silas ao redor da minha cintura era a única coisa que me


impedia de ‘comer terra’ ... ou o azulejo do chuveiro, de qualquer maneira.

O sabonete na sua mão não teve o mesmo tratamento. Ele caiu em


um baque surdo ecoando no chão aos meus pés e veio para um descanso
na parte oposta da banheira perto do ralo.

"Fácil,” disse ele, trazendo seus lábios para o lado do meu rosto.

Eu tremi mais uma vez quando sua barba correu ao longo do meu
pescoço, e sua palma da mão grande, a que não estava segurando sua
cerveja, segurou meu seio.

"Este foi um trovão bem alto." Consegui dizer.

"Mmm hmm," ele concordou, soltando-me para tomar um gole da


cerveja.

Fiz o mesmo e saboreei o gosto amargo da cerveja. Eu não era uma


grande fã de cerveja até que descobri este tipo em particular.

"Como você gosta da sua cerveja?” Perguntei suavemente, inclinando


a cabeça para trás contra o seu peito.

Um relâmpago surgiu, seguido imediatamente por outro grande


estrondo de um trovão.

"Não sou muito exigente. Sou um homem de cerveja mais escura


mesmo,” ele murmurou, ao colocar a garrafa na borda.
Mordi o lábio quando sua mão esquerda largou meu seio e começou
a descer pela superfície plana da minha barriga.

"Eu amo este tipo," minha respiração falhou.

Sua mão encontrou finalmente os cachos entre as minhas pernas, os


dedos vasculhando os pelos grossos.

"Eu gosto disso,” disse, dando aos meus cachos um puxão suave. Eu
gemi involuntariamente.

Aquela pequena mordida de dor fez meu coração parar no meu peito
e começar a bater mais forte, minha respiração cada vez mais rápida.

Seu pênis ereto estava acariciando o interior da minha coxa,


elevando-se em sincronia com seus movimentos, batendo suavemente
contra os lábios do meu sexo conforme ele balançava seus quadris.

Com as luzes apagadas, cada um dos meus sentidos estava aguçado,


cada toque e respiração tornava-se monumental.

Eu estava tão molhada que, se ele tentasse entrar em mim naquele


exato momento com seu pau enorme, eu o teria recebido com facilidade.

Mas isso não era o que ele estava fazendo naquele momento.

Não.

Ele estava me provocando... me acariciando.

Deixando que suas mãos calejadas examinassem todo o meu corpo,


na frente e atrás. Acariciando meus seios, meu rosto. Deslizando-as pelos
meus braços, sobre o meu pescoço.

"Pegue o sabonete," ordenou bruscamente.

Sua voz rouca ficou ainda mais áspera quando sua excitação
começou a assumir, e eu descobri que gostava bastante disso... do que eu
fazia com ele.

Coloquei minha cerveja ao lado do chuveiro quando me inclinei e


tateei no chão pelo sabão, apoiando minha mão contra a parede na minha
frente para me segurar firme enquanto procurava.

Foi muito bom quando seu dedo longo e grosso empurrou


diretamente na minha buceta sem nenhum aviso.
Engoli em seco, fechando os olhos, enquanto pressionava a minha
bunda contra ele, esquecendo completamente que eu deveria encontrar o
sabonete.

"Sabonete,” ordenou novamente, batendo em minha bunda para dar


ênfase.

Engoli em seco novamente e reiniciei a minha procura pelo sabonete,


parando novamente quando ele passou a usar não dois, mas três dedos
dentro de mim.

"Sabonete,” continuou ele, soando meramente perturbado pelo que


estava acontecendo comigo.

Meu orgasmo estava, de repente, quase lá.

Em um segundo eu estava pensando que ele devia calar a boca sobre


o sabonete, e no próximo, meu orgasmo estava batendo em mim com a
força de um trem de carga.

Eu teria caído para a frente, também, se Silas não tivesse parado de


me dar prazer e me agarrado pelos cabelos e quadril, me arrastando de
volta para ele.

Sua mão deslizou em volta do meu quadril, cobrindo meu sexo e


enchendo-me com dois dedos quando disse: "Você não pegou o sabonete.”

"Foda-se o maldito sabonete,” eu disse, levantando o braço para


envolver o seu pescoço.

"Tsk, tsk,” disse, parando com o movimento lento e contínuo dos seus
dedos. "Há algo que você deve saber sobre mim, querida.”

Fechei os olhos e engoli em seco. "O-o quê?"

De repente, ele me virou bruscamente, minhas costas pressionadas


contra o azulejo frio do chuveiro, e o corpo de Silas pressionado firmemente
contra o meu, me segurando no lugar com apenas a força das suas pernas.

Suas mãos estavam fazendo cócegas para cima e para baixo,


suavemente, nas laterais do meu corpo, seu pau de pé, como uma barra
de aço entre nós, tão duro que parecia doer.

"Quando eu disser para você fazer alguma coisa... Espero que você
faça. Não sou um homem como qualquer um dos outros que você possa
ter conhecido. Eu sou mais velho e firme nas minhas escolhas, espero que
as coisas sejam feitas do jeito que eu quero, e isso significa que você
precisa seguir as minhas instruções. Tudo o que eu faço e digo tem um
propósito e objetivo, e esse propósito é do seu melhor interesse. Assim, a
partir de agora, e de qualquer forma, você irá me obedecer,” ordenou; sua
boca apenas polegadas longe da minha.

Eu deveria estar ofendida, certo?

Só que eu não estava.

De jeito nenhum.

Minha mente estava longe como o inferno.

Mais uma vez os meus problemas foram todos esquecidos conforme


eu me entregava a Silas em uma maldita bandeja de prata.

"Está bem," ofeguei.

Seus lábios pressionaram contra os meus enquanto ele murmurava


contra eles: "Agora, pegue a porra do sabonete.”

Desnecessário dizer que eu caí de joelhos e peguei a porra do


sabonete!

Quando me levantei novamente, com o sabonete na mão, ele guiou


minha mão que o segurava e pressionou-a contra o seu tórax.

"Lave-me," ordenou.

Lambi meus lábios e procurei seu rosto na escuridão. Foi inútil. Eu


mal podia delimitar sua forma, muito menos ver a sua expressão.

Não havia luz alguma no chuveiro, e juntamente com a escuridão da


tempestade lá fora, era inútil tentar, mas eu ainda me esforcei para ver
seu rosto.

Usando ambas as mãos para formar uma boa quantidade de espuma


com o sabonete, comecei em seus ombros, passando minhas mãos sobre
o topo dos seus ombros muito largos, descendo pelos seus braços
musculosos até suas mãos, massageando a espuma sobre cada polegada
da sua pele ao longo do caminho.

Eu circulei cada dedo com a minha mão, trabalhando-os como eu


faria com seu pau.
Quando terminei com a sua mão esquerda, troquei o sabonete para
a minha mão esquerda e passei a trabalhar em sua mão direita.

Ele resmungou quando cheguei ao seu polegar, mas se segurou


enquanto me deixava fazer o meu trabalho.

Sorrindo, cai de joelhos na sua frente e comecei a trabalhar em seus


pés.

Toquei no primeiro que encontrei, e ele me ajudou levantando-o e


segurando-o para que eu pudesse lavar a parte inferior. Repeti o processo
em seu outro pé.

Mudei, então, para a perna, massageando sua volumosa espessura


ao longo do caminho, desde seu tornozelo até sua virilha.

Passando minhas mãos ensaboadas sobre seus quadris, também


encontrei seu pau, duro como uma rocha, com sua cabeça batendo contra
o canto da minha boca enquanto eu me inclinava para lavar seus quadris
e abdômen.

E mesmo agora, o que uma garota tinha que fazer?

Mas quando abri minha boca para levá-lo para dentro, ele pegou meu
cabelo e usou isso para me parar no meio do caminho.

"Ainda não,” rosnou. "Termine.”

Olhei para baixo enquanto um rubor percorria meu rosto, mantendo


a minha boca bem fechada para segurar a risada que ameaçava escapar.

Ele não soltou meu cabelo enquanto eu ensaboava a outra perna.

Ou seja, não confiava em mim para não levar o seu pau de volta em
minha boca.

Não tinha ideia do porque ele pensou que eu era incapaz de seguir
suas instruções.

Não era como se eu fosse uma menina que não tinha nenhum
autocontrole, mesmo quando houvesse um pênis esfregando contra sua
bochecha e a lateral do seu pescoço por dois minutos seguidos.

Quando terminei as pernas e fui para o pau, porém, ele me parou.

"Comece com minhas bolas,” ordenou.


Ficando com as minhas mãos completamente molhadas com a água
que estava batendo nas minhas costas, comecei com suas bolas.

Ensaboando minhas mãos, coloquei o sabonete para baixo ao lado


dos meus joelhos e levantei ambas as mãos lentamente, não querendo
realmente causar nenhum dano indevido às suas bolas, considerando que
eu ainda não conseguia ver porra nenhuma.

Então relâmpagos surgiram no céu, e a vista diante de mim foi


iluminada durante alguns poucos segundos, deixando-me saber que eu
estava a meras polegadas de distância dos seus testículos bem elaborados.

Levantando-me um pouco em meus joelhos, comecei a trabalhar


lentamente o sabonete em suas bolas, sendo extremamente cuidadosa com
os meus esforços.

Meus dedos bateram contra seu pau várias vezes, mas a mão no meu
cabelo nunca apertou, ou seja, ele sabia que foi por acidente.

"Agora meu pau. Fique longe da cabeça com o sabonete por


enquanto.”

Envolvi seu pênis com as duas mãos, sabendo que isso iria me
permitir ficar longe da cabeça por prática.

Empurrei ambas as minhas mãos para frente e para trás ao longo do


eixo do seu pênis duro, surpreendendo-me quando a mão no meu cabelo
apertou e puxou minha cabeça para trás.

Água espirrou no meu rosto e correu em riachos pelo meu corpo


enquanto eu prendia a respiração para não respirar água em meus
pulmões.

"Levante-se,” disse com a voz rouca.

Fiz o que ele pediu, ficando em pé e deixando o sabonete no chão.

Silas veio para a frente, enxaguando o sabão do seu corpo


rapidamente antes que alcançasse a torneira.

A água foi desligada por cima do meu ombro, e ainda com a mão no
meu cabelo, ele me guiou para fora do chuveiro e me parou quando meus
pés tocaram a toalha que eu tinha colocado no chão esta manhã.

Silas me seguiu para fora, parando quando apenas a ponta do seu


pênis cutucou minha bunda.
Em seguida, com relutância, ele soltou o meu cabelo e enrolou uma
toalha ao meu redor.

Agarrei-a, puxando-a em torno de mim com força enquanto o ar frio


batia no meu corpo superaquecido.

Ao ouvir o som distinto de papel alumínio sendo rasgado, virei a


cabeça para seguir o som.

Não acho que Silas sequer se preocupou com uma toalha, porque a
próxima coisa que eu soube era que estava inclinada sobre o vaso
sanitário, minhas mãos apoiadas na parte traseira dele, com Silas me
enchendo por trás.

Engoli em seco, com o grito preso na garganta, quando ele começou


a socar em mim.

Com nada para me segurar, cai em meus cotovelos, descansei minha


cabeça em meus braços cruzados, e mantive o ritmo.

Silas foi implacável. E eu adorei.

Um orgasmo que antes não estava nem próximo de chegar de repente


começou a se construir com cada impulso áspero do seu pau enorme
dentro de mim.

Minha entrada gritou quando a maior parte do seu pênis, finalmente,


fez seu caminho dentro de mim.

Ele encheu-me como nunca antes, indo ainda mais fundo nessa
posição do que ele tinha ido na noite anterior.

Eu o senti em todos os lugares, enquanto ele empurrava dentro de


mim repetidamente, arrastando a cabeça do seu pau sobre os pontos
sensíveis que faziam meus olhos rolarem para trás na minha cabeça e
meus dedos se enrolarem na toalha na qual estava apoiada.

Cada impulso do seu quadril fazia a nossa pele molhada colidir em


conjunto tão alto que até mesmo o trovão da tempestade lá fora não
poderia abafar o som.

Sirenes de tornado começaram a soar, mas nenhum de nós parou ou


mesmo diminuiu o ritmo com isso, tão perdidos um no outro como
estávamos para pensar sobre o mundo a nossa volta.
"Goze agora, Sawyer," ele trincou os dentes cerrados, movendo uma
das mãos dos meus quadris, circulando minha cintura, e trilhando à
direita sobre a minha barriga em seu caminho para baixo.

Quando seus dedos encontraram meu clitóris, me dando exatamente


o que eu precisava, fui jogada em órbita.

Eu gozei intensamente, apertando e pressionando em torno dele com


força.

Um grunhido foi arrancado da sua garganta quando a minha buceta


começou a convulsionar sem descanso, e de repente ele se retirou da
minha buceta ainda se contraindo.

Eu ouvi o som do preservativo sendo arrancada do seu pênis e,


segundos depois, senti os salpicos quentes, molhados, do seu orgasmo
decorando minhas costas e bunda.

"Acho que não terminei a minha cerveja,” eu disse, sem nem mesmo
lembrar quando ou onde eu a coloquei.

Ele riu e eu gritei.

Principalmente porque senti a mordida dos seus dentes em meu


ombro antes dele puxar a toalha do meu aperto e limpar minha bunda.

"Acho que está no chão do chuveiro. Vamos ter que fazer isso
amanhã,” disse, jogando a toalha no chão e me ajudando a ficar de pé.

Virei-me em seus braços e passei os meus ao redor do seu ombro


enquanto as sirenes continuavam a tocar a nossa volta.

"Devemos sair deste apartamento," eu disse a ele.

"Hmm," concordou, me levando para o meu quarto.

Eu senti, o que imaginei ser uma camiseta, bater na minha cara,


seguida por um shorts. Deslizando nos dois, esperei que ele terminasse.

Quando terminou, sua mão estava mais uma vez na minha, e nós
estávamos andando para a entrada dos fundos que levava à garagem de
Dallas.

"Você já esteve aqui antes?” Perguntei, surpresa. Como ele era capaz
de fazer isso sem qualquer luz?
"Não, mas eu tenho uma boa visão noturna, e estava aqui cerca de
uma hora antes de você chegar,” admitiu. Isso fazia sentido.

Obviamente, ele não ficou sentado em sua bunda enquanto esteve


aqui.

Silas não era do tipo de fazer isso.

Tinha minhas dúvidas se ele dormia, já que sempre que o via, ele
estava ou de pé, ou me fodendo ou tinha acabado de me foder.

"Ah," eu disse. "Você acha que há realmente um tornado?"

Ele apertou meu ombro. "Eles não teriam ligado as sirenes se não
tivessem um motivo real para isso. Os alarmes falsos tendem a irritar as
pessoas.”

Meu coração caiu.

Embora tornados não fossem realmente uma coisa "nova" para mim,
eles não eram algo com o qual tive que me preocupar nos últimos oito
anos.

No entanto, onde eu vivo agora é uma área a que os meteorologistas


se referem como "Vale do Tornado.” Houve até uma temporada inteira de
pesquisas dedicada às tempestades que normalmente os produzem.

Quando essas sirenes disparassem, nos ensinaram, desde de uma


idade bem jovem, a procurar imediatamente abrigo em um quarto sem
janelas.

O Texas não tem abrigos subterrâneos anti-furacão como em outras


áreas ao longo do Vale do Tornado, pois o solo é muito denso para ser
cavado.

O som de vidro sendo quebrado fez minha cabeça girar, mas foram
os braços de Silas me envolvendo e me levantando do chão, que fizeram o
meu coração bater a mil por hora.

"O que foi isso?" Engoli em seco, passando os braços em volta do seu
pescoço.

"Granizo,” respondeu, colocando-me em cima do que eu imaginei que


fosse a bancada de trabalho do meu irmão.

Devia estar usando sapatos, pensei comigo mesma.


"Fique aí, enquanto corro e pego os seus sapatos,” ele murmurou
enquanto eu ouvia o barulho das botas voltando para cima.

Fiquei lá, naquela bancada, olhando para o lado de fora do que eu


assumi que era a janela quebrada. As coisas estavam ficando muito ruins
lá fora.

A garagem ao meu redor estava balançando, e tive o pensamento


histérico de que era melhor Dallas ter feito o seguro do local, porque não
me surpreenderia se a coisa toda explodisse comigo dentro.

Em seguida, pensamentos horríveis que provavelmente se a Nova8


estimada de Dallas fosse arruinada por um possível tornado afetaria mais
ele do que se eu fosse ferida.

Mas a volta de Silas me tirou dos meus maus pensamentos.

"Encontrei algumas botas de chuva, percebi que seriam melhores.”

Pensei sobre quais botas de chuva ele poderia estar falando e decidi
que provavelmente eram aquelas que eu não tinha usado em mais de dez
anos.

Não tinha certeza se elas ainda serviriam em mim.

Mas quando Silas deslizou um par de meias facilmente nos meus pés
e, em seguida, me ajudou a colocar minhas botas, percebi que,
surpreendentemente, elas encaixavam. Muito bem, na verdade.

"Você tem uma lanterna, não é?" Eu apontei.

Ele bufou. "Sim, que homem não tem?"

Pensei sobre isso. "Meu pai e irmãos não costumam carregá-las.”

Senti-o inclinar-se em mim, fazendo com que meus seios livres dentro
da camiseta se esfregassem contra o seu colete de couro.

Gemi de contentamento enquanto me aconchegava em seus braços.

"Eu gosto do seu colete.”

"É chamado Cut,” ele murmurou, rindo.

"O que é um Cut?" Perguntei.

8 Nova: um carro antigo chamado Nova.


A tempestade estava piorando. A chuva estava batendo contra o
telhado e o lado da garagem com força, e o som do granizo fora da casa,
em uma ensurdecedora sucessão de “pops,” ecoava pelo espaço.

"Um colete de couro,” brincou.

Ri contra seu peito, virando meu rosto para que pudesse descansar
contra seu pescoço.

Ele resmungou quando beijei sua garganta exposta, mas por outro
lado não se mexeu.

"Brincadeiras à parte, o Cut sou eu. É o meu clube. O patch com a


bandeira branca, é o nome do nosso clube,” disse.

Toquei ao longo das suas costas enquanto ele falava, correndo os


dedos sobre os retalhos enquanto ele explicava o que cada um significava.

"O Patch contém a localização do nosso clube. Nós somos a unidade


de Benton, e temos unidades em todo o sul,” explicou. "Na parte da frente,
em cima do meu coração, está o meu nome, o meu título no clube, e a
cidade novamente.”

Eu sabia que ele estava me explicando isso para me distrair do fato


de que o telhado estava tremendo sobre as nossas cabeças, literalmente.

"Não consigo acredito que Dallas não foi ao menos me verificar,”


murmurei mau humorada.

Ele emaranhou suas mãos no meu cabelo, e olhei para ele... ou onde
eu achava que ele estava.

"Seu irmão é um cabeça de merda. E não acho que ele saiba disso.
Porque se soubesse, não estaria dizendo a seus pais nada sobre o que você
tem feito. Meu palpite é que ele realmente está preocupado, mas não sabe
como lidar com isso. Então, ele se fecha, dizendo a si mesmo que, contando
à sua mãe o que acha que você tem feito, ele está ajudando. O que, na
realidade, não está,” disse. "Talvez seja a hora de você ter uma conversa
com ele. Deixe-o saber que você não gosta de ser vigiada como uma
criança.” Sinceramente eu concordava, e já tinha planejado fazer
exatamente isso.

"Eu estava planejando fazer isso hoje, mas então ele teve esta grande
e extravagante festa,” disse, com um inconfundível aborrecimento no meu
tom. "Eu tive que estacionar na rua.”
Ele abaixou a boca até a minha.

"Bem, então é uma coisa boa que ele não está preocupado, porque eu
poderia foder você exatamente agora, em cima do seu carro, e ele nunca
nem sequer saberia,” disse firmemente, levantando meu corpo fora da
bancada e me colocando no capô do carro.

Eu ri. "Você sabe,” disse enquanto ele tirava meus shorts de mim,
“este carro é o orgulho e a alegria do meu irmão.”

"Bem o orgulho e a alegria do seu irmão está prestes a se tornar o


nosso suporte de foda," murmurou, e então entrou em mim.
Apesar da maneira que Silas foi capaz de manter minha mente longe
da tempestade que se alastrou do lado de fora, a nossa cidade, bem como
as cidades vizinhas, foi severamente atingida.

Duramente.

Dirigi até o trabalho no meu carro agora muito amassado, e entrei no


terreno do escritório do Dr. Zack para ver uma enxurrada de atividades.

Estacionei na parte de trás do estacionamento dos funcionários, e


entrei no escritório, direto em um pandemônio total.

"O que está acontecendo?” Perguntei a Joanie.

Joanie, que estava parada na porta da frente, com suas costas


segurando-a aberta, levantou a cabeça para mim e visivelmente murchou.

"Estamos inundados. Zack me pediu para lhe enviar direto para a


parte de trás, mas você vai ter que andar por fora do edifício. Há tantas
pessoas e cães aqui, agora, que você não será capaz de passar por aqui.”

Dando a multidão uma última olhada, levantei minha bolsa no meu


ombro mais uma vez e comecei a andar pela grama úmida ao redor do
prédio.

O edifício em si era de tijolos simples. Havia somente três janelas em


todo o lugar, o que significava que o escritório de Zack não foi tão atingido
como poderia ter sido.
O caminho para o trabalho hoje foi perigoso. Duas das estradas ainda
estavam alagadas.

Uma estava inacessível devido a uma linha de energia elétrica


derrubada e havia tantos destroços espalhados, que tenho certeza que eu
parecia uma louca com todos os desvios que tive que fazer para contornar
tudo isso.

Não arriscaria passar por cima, porém.

Teria sido exatamente o que eu precisava, passar por cima de alguma


coisa, ficar presa em algo ou bater e não chegar na hora no trabalho.

"Sawyer!" Zack chamou. "Depressa!"

Acelerei o meu ritmo, voltando através do terreno até Zack, que


estava em sua caminhonete.

"Ei!,” disse, parando em sua janela aberta, "O que está acontecendo?"

Ele balançou a cabeça enquanto passava uma mão sobre o rosto


desgastado e cansado.

"O tornado que atingiu Dixie foi muito ruim. Estou indo para lá agora
para ver que tipo de assistência posso oferecer.” Ele apontou para a frente.
"Eu já tenho pessoas trazendo os animais que encontraram. Chamei o meu
antigo parceiro, Bane. Ele vai lidar com a prática e ajudar qualquer um
que chegar hoje. Você quer ir comigo?"

Ele parecia tão esperançoso que eu realmente não poderia lhe dizer
não.

"Sim, claro,” disse, circulando na frente da caminhonete. Sorri


quando vi o Labrador Retriever de Zack, Belly, no banco da frente.

"Ei, meninona," murmurei enquanto a afastei e me sentei ao seu lado.

"Você vai colocá-la de volta em ação?” Perguntei, esperançosa.

Ele assentiu. Belly era um cão policial aposentado. Sua especialidade


era encontrar coisas, do mesmo modo que alguém utilizaria um cão de
caça.

Belly foi ferida há dois anos, durante outra tempestade semelhante a


esta, e foi temporariamente aposentada enquanto voltava à sua boa forma.
Mesmo agora, ela andava com um ligeiro coxear, do acidente que ela
sofreu quando a casa na qual estava procurando desabou ao seu redor.

"Se você vai ajudar, gostaria que ficasse com Belly. Já sei que vou
estar ocupado com um monte de triagem,” Zack disse quando saía do
estacionamento, dando um aceno na direção de Joanie.

"O quê?” Perguntei, surpresa.

Ele assentiu. "Sim, eu vou ficar ajudando com os animais que estão
vindo para o abrigo. Você pode pegar Belly e começar onde a polícia
direcionar vocês, uma vez que seja considerado seguro, claro.”

Puta merda. Belly estava encostada ao quadril de Zack.

Fiquei completamente impressionada que ele iria de bom grado me


dar a responsabilidade sobre Belly.

"Você... você tem certeza?” Perguntei hesitante.

Zack lançou-me um sorriso. "Sim, eu tenho. Você é incrível,


garotinha. Vai se sair muito bem.”

Eu duvidava muito disso, pois nunca tinha visto nada parecido com
este nível de destruição, e estava muito nervosa.

Adicionando a responsabilidade sobre Belly, à mistura, fez me sentir


definitivamente nauseada.

A viagem para Dixie, Louisiana era relativamente curta, menos de


quinze minutos de corrida, o que nos mostrou mais adiante o quão ruim
poderia ter sido para a nossa pequena cidade, quanta sorte tivemos que o
tornado se formou apenas dezesseis quilômetros ao sul.

"Tudo bem,” Zack disse, manobrando para deixar o carro no


estacionamento do banco. "Vamos. Vou apresentá-la ao comandante do
local, e começamos a partir daí, está bem? " Balancei a cabeça, seguindo
Zack e Belly.

Meus olhos, que imagino espelhavam a minha expressão


assombrada, observava tudo ao meu redor enquanto eu assimilava a
destruição.

"Meu Deus,” suspirei. "Oh, meu Deus.”


As árvores que foram arrancadas, eram tão grandes que eu não
poderia abraça-las.

Bancos de jardim, que eram parafusados ao chão, também foram


arrancados e largados como se tivessem sido descuidadamente jogados
para o lado, torcidos em pedaços de metal que não mais se assemelhavam
a bancos e nunca mais o fariam.

Sinais luminosos pendurados desordenadamente em suas hastes,


letras e números faltando nos remanescentes do que uma vez foram os
edifícios do centro da cidade de Dixie.

Apenas um dos edifícios ainda estava de pé, relativamente intacto.

A única coisa que realmente ainda estava lá, eram as estradas e


mesmo elas foram interrompidas em alguns lugares.

"É.… esta não é a minha primeira vez, mas é muito ruim. Aposto que
era um F-3,” Zack murmurou, passando por cima do que parecia ser o
para-choque de um carro.

Meu estômago estava dando nós. Como poderia uma cidade deste
tamanho sequer se reerguer de algo assim?

E se não estava enganada, um F-3 estava no meio de uma escala que


ia até F-5. Meu Deus, não podia sequer começar a imaginar como poderia
ter sido pior.

"Lá está a tenda de comando,” disse Zack, interrompendo minha


contemplação.

Olhei para cima a tempo de ver um grande bombeiro, vestido com


trajes de proteção9, gritando ordens para homens e mulheres.

Eles recebiam as suas ordens e logo em seguida colocavam em


prática as suas atribuições, sem qualquer hesitação.

Então, ele se virou totalmente, e dei de cara com uma versão mais
nova de Silas.

Sebastian, acho que ouvi Silas chamá-lo, mas não tinha cem por
cento de certeza.

9Original: Bunker Gear: trajes com equipamentos de proteção individual, no caso, específico de
bombeiros.
O que ele estaria fazendo aqui?

Então eu vi Silas não muito longe dele com uma menina em seus
braços que parecia ter dois ou três anos, no máximo.

Quando ele deixou minha casa esta manhã após a tempestade ter
terminado, achei sua saída bem repentina. Nunca esperava vê-lo aqui
fazendo isso.

Ele recebeu uma ligação antes de sair.

E estava envergonhada em admitir que pensei que talvez pudesse ser


outra mulher, mas agora estava contente de ver que estava errada.

"Sebastian!" Zack chamou. Sebastian virou-se ao som do seu nome,


e sorriu quando viu Zack.

"Ei, Guzzy. Como está indo?" Sebastian perguntou um tanto


distraído.

"Eu vou ajudar no Old Miller. Eu só queria deixar Belly e Sawyer aqui
com você. Use-as como achar melhor,” disse Zack, oferecendo a Sebastian
a sua mão.

Sebastian a pegou.

"Obrigado,” disse, retornando o aperto de mão. "Eu só tenho a mim


mesmo. Estou em dois departamentos voluntários diferentes, mas como
Dixie foi atingida bem mais que a outra cidade, eu vim para cá. E de
repente me encontrei no comando de tudo.”

Parecia que ele estava fazendo um bom trabalho, no entanto, mesmo


que ele não achasse que deveria ser a pessoa responsável.

"Tudo bem, então. Sawyer, cuide da minha Belly e tome isto,” disse,
passando um pequeno walkie-talkie para mim. "Chame se precisar de
alguma coisa.”

Peguei o walkie-talkie, amarrando-o no meu jeans e peguei a coleira


de Belly, assustada como o inferno e tentando o meu melhor para esconder
isso.

"T- t-tudo bem,” eu disse.

Zack deu um sorriso tranquilizador. "Esses meninos vão cuidar bem


de você. Prometo.” Eu não precisava do seu consolo.
Silas tinha tomado conta de mim muito bem na noite passada... não
que eu fosse dizer isso a ele ou qualquer outra pessoa.

Eu balancei a cabeça com firmeza. "Obrigada.”

Ele sorriu, levantou sua bolsa e começou a se afastar.

Belly deu um suave latido, fazendo Zack se virar e sorrir para sua
amiga antes que continuasse seu caminho.

Virei-me da cena de Zack indo embora para encontrar Silas e


Sebastian me olhando com diferentes graus de surpresa gravadas em seus
rostos.

"O quê?” Perguntei, preocupada.

Silas voltou para o seu telefonema que eu não tinha percebido que
ele estava, virando sem dizer uma palavra.

Sebastian, porém, sorriu.

"Nunca vi Zack desistir de Belly. Ele é normalmente o único a fazer a


busca e resgate com ela,” disse.

Afirmei com a cabeça.

"Eu mesma estou um pouco confusa sobre o porquê dele fazer isso,”
respondi.

Ele encolheu os ombros.

"Ele se culpa. Quando estava procurando por sobreviventes em um


edifício que tinha pegado fogo, começou a balançar com ele e Belly dentro.
Ele permaneceu, e Belly acabou pagando o preço por essa decisão. Ele
acha que não é mais digno de conduzi-la,” Sebastian contou, me levando
adiante.

Eu não sabia o que dizer sobre isso.

"E-ele acha que eu vou ser melhor nisso?" Perguntei de forma


estridente.

Os olhos de Sebastian encontraram os meus. "Ele deve ver algo em


você que o faz acreditar na confiança que ele depositou em você. Não o
desaponte.”
Soou como uma ameaça, e tive que lutar contra o desejo de dar um
passo para trás.

"Preciso de você aqui. Não tivemos ainda a oportunidade de verificar


estas casas. O que queremos que faça é apenas circundar as casas da
melhor forma que puder. Belly deve fazer o trabalho a partir daí,” disse,
apontando para uma parte do mapa que estava em suas mãos.

"Você poderia, sabe, me dizer como chegar lá?" Perguntei. Sebastian


assentiu.

"Pai!" Sebastian chamou por cima do ombro.

Meus olhos se moveram do mapa e do ponto no qual ele queria que


eu fosse para procurar o homem cuja atenção chamava.

Minha respiração ficou presa na garganta quando Silas virou, disse


algumas palavras em seu telefone celular antes de terminar a ligação.

"Sim?" Ele perguntou rapidamente. Sebastian acenou com a mão o


sinal universal de ‘venha aqui’.

Silas, irritado, veio.

Meus olhos caíram na garota que estava segurando. Quanto mais


perto chegava, mais a minha respiração ficava presa na garganta.

Ela se parecia com ele.

Mas quando Sebastian estendeu a mão e puxou a menina dos braços


de Silas, percebi que a menina pertencia a Sebastian, não a Silas.

Meu coração ficou um pouco mais leve, mas não poderia evitar a
pontada de saudade que me acometeu ao ver a menina em seus braços.

"Meu papa,” disse a menina, estendendo os braços para Silas


novamente.

"Não, Blaise. Papa tem que mostrar a essa mulher aonde ir. Você
pode ficar com ele quando voltar,” Sebastian gentilmente repreendeu sua
menina.

Blaise então voltou seus olhos azuis de bebê para mim, e eu fiquei
sem palavras pelo quão bela esta menininha era.
Ela ia ser uma destruidora de corações, quando crescesse, e os dois
homens que estavam neste momento olhando para ela com tal adoração
iriam ficar muito ocupados tomando conta dela.

Alguém chamou o nome de Sebastian, e fui deixada sozinha com o


homem que tinha me segurado durante toda a noite.

"Ei," eu disse, nervosa, girando a coleira de Belly em minhas mãos,


entrelaçando-a com os dedos.

Ele sorriu para mim, aqueles lindos olhos parecendo beber da minha
visão.

"Não achei que iria vê-la tão cedo," disse quando pegou meu braço e
me conduziu para fora da tenda de comando.

Fui atingida novamente pela devastação ao meu redor.

Daqui você podia ver o caminho exato que o furacão desbravou


através desta pequena cidade.

Construções assentadas intactas em ambos os lados do caminho de


destruição, fazendo a devastação dentro desse percurso ainda mais
marcante. Dentro do trajeto do furacão, você mal podia discernir alguma
característica própria dos edifícios que costumavam estar lá.

Mais à frente, vi um sinal para uma escola de ensino médio.

Minha respiração ficou presa quando vi como o tornado tinha viajado


diretamente através do centro da escola.

"Deus," respirei. "Deus.”

Os olhos de Silas viraram-se e baixaram para mim. "Sim, é muito


ruim. Tenho participado de uma série de operações de busca e salvamento
em desastres naturais, mas este, sendo tão perto de casa, está realmente
fodendo com a minha cabeça,” disse quase distraidamente. "Quero dizer,
eu sou voluntário neste corpo de bombeiros. Um corpo de bombeiros que
agora não existe mais.”

Ele apontou para algo que não era nada mais do que uma pilha de
escombros. Tijolo, argamassa e madeira.

Enterrado apontando para cima bem no meio da pilha de escombros


estava o mastro do corpo de bombeiros. Fiquei espantada que ainda
estivesse de pé.
"Merda,” ofeguei. "Onde estavam os caminhões de bombeiros?"

A minha pergunta foi respondida logo em seguida, quando viramos a


esquina. O caminhão de bombeiros em questão estava atualmente apoiado
sobre a sua parte traseira, descansando contra um edifício.

"Logo ali,” disse.

Eu balancei minha cabeça.

"Como vocês vão conseguir removê-lo, sem danificar ainda mais? É


seguro ficar perto?” Perguntei, preocupada, afundando minha mão na
nuca de Belly na base do seu pescoço.

Ela correu o nariz molhado ao longo do meu braço em um silêncio


tranquilizador.

"Há um carro ao lado dele, mantendo-o no lugar.”

"Já verificaram tudo isso?” Perguntei, segurando a minha mão para


indicar a rua que tínhamos acabado de passar.

Silas assentiu. "Sim, o corpo de bombeiros foi o primeiro lugar que


viemos checar, e tudo em um raio de três blocos já foi verificado.”

Ele acenou com a mão para alguém, e eu me virei para encontrar


Trance com seu próprio cão.

"Encontrou alguma coisa?" Silas gritou.

Trance sacudiu a cabeça. "Não.” Silas assentiu e continuou a andar,


ainda segurando meu braço.

Foi surpreendentemente confortável, apesar da maneira como ele o


segurou, como se eu fosse uma criminosa.

Duvidava que ele sequer percebesse o que estava fazendo.

"Nós encontramos mais vivos do que mortos. Seis mortes até agora.
Vinte e quatro salvamentos,” disse.

Seis mortes.

Puta merda.

"Este é o lugar no qual estamos procurando agora. O “X” branco


indica que a propriedade já foi vasculhada. Círculos vermelhos significam
que a propriedade é instável e não se deve chegar perto. Está bem?"
Perguntou.

Eu balancei a cabeça.

"Ligue-me se precisar de mim,” disse. "Se você encontrar alguma


coisa, ou se Belly encontrar algo, basta gritar e eles virão correndo, tudo
bem?"

Balancei a cabeça de novo, de repente, muito nervosa por ficar


sozinha.

"Você vai ficar bem,” disse. "Prometo.”

Então, com um beijo na minha testa, ele voltou pela rua, e fui deixada
com uma cachorra que parecia muito ansiosa para começar.

"Tudo bem, Belly, vamos fazer isso,” eu disse, dando-lhe um tapinha


no traseiro.

Ela lambeu minha mão em resposta, e nós começamos.

Após quarenta e cinco minutos de busca, encontrei a minha primeira


vítima.

Ou, devo dizer, Belly encontrou.

Ela começou a latir como uma louca para uma pilha de escombros,
detritos e sujeira.

"Preciso de ajuda!" Gritei, andando adiante até que eu estava de pé


na frente da pilha. Não sabia o que fazer, no entanto.

Então, cuidadosamente, comecei a retirar pedaços de madeira que eu


conseguia alcançar sem realmente ficar de pé sobre a pilha.

Se houvesse uma pessoa embaixo de tudo isso, provavelmente não


gostaria de mim em pé sobre eles para ajudar a sair.
Tão de repente quanto Belly tinha ficado louca, eu estava cercada por
homens pesados e grandalhões.

Alguns deles usavam roupas de aparência oficial, mas a maioria deles


estavam no que eu assumi tratar-se, provavelmente, do que estavam
vestindo na noite anterior.

"Afaste-se, querida," um velho homem corpulento disse suavemente.

Eu pisquei e olhei para ele. Ele não era 'velho', mas ele também não
era jovem.

Ele era enorme, embora, por isso, obedeci e me afastei para permitir
que os homens trabalhassem.

Foram dez minutos horríveis até que um sapato fosse descoberto,


seguido pelo pé que aquele sapato calçava.

Mas aquele pé não estava se movendo.

Merda.

Por favor, esteja vivo, por favor, esteja vivo, eu cantava na minha
cabeça.

Meu desejo não foi concedido, entretanto.

Quando eles conseguiram descobrir totalmente o corpo do homem,


eu já sabia que ele estava morto.

Sem dúvida, devido ao grande volume de detritos que estava deitado


em cima dele. Esmagando-o.

Então meus olhos se estreitaram com a garrafa que o homem ainda


segurava, mesmo na morte.

"Oh, meu Deus,” suspirei. "Há um bebê lá dentro. Há um bebê!" Eu


não tinha a intenção de soar tão assustada, mas aconteceu.

Um dos homens se virou para mim, o grandão com o cabelo castanho


de estilo moicano; o mesmo que me serviu no Halligans and Handcuffs.

Ele estava vestindo uma camisa do Corpo de Bombeiros de Benton e


estava me olhando como se tivesse crescido uma segunda cabeça em mim.

"Ele tem uma mamadeira na mão,” eu disse desesperadamente.


Ele olhou para baixo, e o som explicativo que saiu dele estimulou o
resto dos homens ao redor em um frenesi.

Eu andei ao redor deles com Belly, dirigindo-me através de um


pequeno caminho entre as pilhas de detritos.

Não sabia como tinha sido feito, mas iria usá-lo.

Belly cheirou e cheirou, andando para lá e para cá, até que parou ao
lado da pilha menor de algo parecido com aparas de madeira e lascas.

E começou a latir.

"Aqui!” Gritei, inclinando-me para pegar um pedaço de madeira. Fui


afastada mais uma vez pelo cara corpulento mais velho e o cara do
moicano.

Ainda não era o bebê. Eu pude perceber no momento em que


retiraram o que parecia ser metade de uma parede.

Era a mãe.

Ela tinha o que parecia ser um urso de pelúcia agarrado com força
contra o peito.

E estava morta, também.

Pude dizer isso quando o cara do moicano pressionou dois grandes


dedos contra a garganta da mulher, logo abaixo do queixo, e depois
sacudiu a cabeça.

"Merda,” assobiei. "Vamos, Belly.”

Duas pessoas mortas em um dia. Definitivamente horrível.

Lágrimas obstruíram minha garganta, e custou tudo o que eu tinha


para impedi-las de cair pelo meu rosto.

Mais uma vez, comecei a procurar na casa, mas não encontrei nada.
Belly e eu, relutantemente, nos mudamos para a próxima casa, ou algo
parecido com o que outrora foi uma casa.

Encontramos mais dois que tinham morrido antes de encontrarmos


o nosso primeiro sobrevivente.

Eu tinha acabado de dar o sinal, e desta vez Trance e o cara do


moicano, bem como o cara grande e forte, apareceram dentro de segundos
após minha chamada. Imediatamente, eles começaram a procurar,
descendo até o fundo dos entulhos e desenterrando um carro da polícia.

O cara dentro estava vivo. Eu podia ver seu peito se movendo.

"Sim,” exclamei, praticamente pulando para cima e para baixo.

Minha excitação chamou a atenção de Trance, e seus olhos estavam


muito mais divertidos desta vez do que na última vez com a mãe morta.

"Continue, menina," ele ordenou, apontando na direção de mais


destruição.

Eu sorri brilhantemente para ele, dando-lhe um tapinha no braço


antes de escapar através de outra pequena separação entre os escombros.

Minutos rapidamente se transformaram em mais uma hora antes de


eu decidir fazer uma pequena pausa.

Embora Belly não parecesse cansada, eu sabia que ela estava quente
e muito provavelmente precisava de uma bebida.

"Vamos, garota. Vamos pegar algo para beber,” eu disse, acariciando


a cabeça amorosamente.

Ela me deu um sorriso de cachorro, empurrando a cabeça dela na


minha mão e fechando os olhos em êxtase, enquanto a língua pendia para
o lado.

Passei o cara do Moicano e disse: "Nós estamos indo pegar um copo


de água.”

Ele olhou para cima e sorriu. “10-410.”

Enquanto eu caminhava de volta para a tenda de comando, onde


assumi que haveria água, percebi o quão longe andamos hoje.

"Eu acho que deveria ter lhe dado água antes, né?" Perguntei à minha
companheira.

"Os cães são criaturas resistentes," o cara corpulento disse enquanto


me alcançava.

Sorri para ele.

10 Código para “Eu entendo sua transmissão”.


"Oh sim, eu sei. Eu costumava trabalhar com eles durante o meu...
antigo emprego,” disse. "Eu sei que são fortes.”

Realmente não queria estragar o clima, dizendo-lhe que costumava


estar na prisão.

Isso era um ‘quebra clima’ imediato, e eu provavelmente tinha que


trabalhar com ele o resto do dia.

Mas no momento em que a tenda de comando e Silas entraram à


vista, o homem tinha desaparecido.

Em um segundo eu estava conversando com o homem, e no próximo


ele estava longe de ser encontrado.

"Estranho,” disse em voz alta. Silas me enxergou no momento em que


fiquei à vista.

"Quem era aquele com você?" Perguntou quando eu estava perto


cerca de uns trinta centímetros dele.

Dei de ombros. "Um homem com quem trabalhei toda a manhã.” Ele
sorriu.

"São duas da tarde agora, Sawyer,” disse com desaprovação,


levantando o dedo para corrê-lo até a ponta do meu nariz. "Você está
bronzeada.”

Dei de ombros. "Não é a primeira vez e não será a última.”

Ele balançou a cabeça ligeiramente, usando um pequeno sorriso,


enquanto eu pegava uma garrafa de água da mesa na frente dele. Peguei
uma tigela cheia de Band-Aids, que estava sobre a mesa, despejei-os fora,
e enchi com água para Belly.

Belly engoliu rapidamente, e me senti ainda pior por negligenciá-la.

"Levante-se,” Silas ordenou.

Eu pisquei os olhos e o encontrei segurando um frasco de protetor


solar com uma boa quantidade já espremido na palma da mão estendida.

Eu estava de pé, tentando não sorrir enquanto ele esfregava a loção


em meu rosto.
Ardeu quando seus dedos tocaram a pele já beijada pelo sol, mas
mesmo assim fiquei parada até que ele terminasse.

Em seguida, suas mãos estavam sobre meu pescoço e braços.

Tremi um pouco quando ele levou o seu tempo esfregando a loção em


minha pele, mergulhando na minha camiseta para passar ao longo das
ondas dos meus seios.

Eu estava ofegante quando finalmente olhei nos olhos de Silas.

Inclinando-me para frente, meus quadris encontraram a


protuberância distinta do seu pênis, e seus olhos queimaram quando
entramos em contato.

Minha boca se abriu, e eu comecei a falar, quando fui interrompida.


Foi como um balde de água fria derramando no meio do deserto.

"Silas!" Uma voz distintamente familiar chamou. "Ajude-me!"

Fechei os olhos e olhei ao redor do corpo grande de Silas para ver


minha mãe correndo até nós com uma caixa de alimentos cheia até a
borda.

"Sawyer! O que você está fazendo aqui?” Perguntou.

Silas permaneceu onde estava enquanto eu o contornava, passando


por cima de Belly que tinha se deitado lá fora na grama, na sombra da
tenda de comando. "Oi, mãe,” disse. "Eu estou aqui ajudando Dr. Zack.”
Ela sorriu.

"Maravilha. É bom vê-la aqui,” sorriu alegremente inconsciente do


que tinha acabado de interromper.

"Reba,” Silas disse quando se virou.

Ele tinha uma prancheta, que pegou da mesa, bem na frente da sua
ereção, e eu virei o rosto para baixo, para a minha mãe não ver o meu
sorriso satisfeito.

Senti um beliscão na minha bunda e me virei para ver Silas olhando


para mim.

Minha cabeça girou para olhar para minha mãe, mas ela estava tão
ocupada tirando comida da caixa que sequer notou a nossa pequena
interação.
Eu ampliei meus olhos para Silas, que apenas sorriu e foi até a mesa.

"O que você trouxe?" Perguntou, pegando algumas coisas das caixas
de isopor.

"Churrasco,” ela sorriu. "Trouxe o seu favorito!"

Seu favorito? E por que, se eles eram apenas vizinhos, ela saberia o
seu favorito?

Eu não sabia nada sobre suas preferências, e eu tive sexo com ele
várias vezes! Bem, eu sabia como ele gostava do seu pau chupado.

O que eu achava bem melhor do que saber se ele preferia peito de


carne picado ou fatiado.

"Também trouxe picles como você gosta,” ela continuou. "Trouxe uma
Coca-Cola, mas também trouxe mais algumas garrafas de água gelada
apenas se necessário.”

Silas pegou o pacote que ela lhe entregou e me jogou um olhar


esquisito, um que estranhamente parecia quase especulador.

Não tinha certeza se ele estava me olhando para avaliar a minha


reação à minha mãe, ou se estava me observando para garantir que eu
não dissesse nada na sua frente.

"Sinto muito, querida. Mas eu não sabia que você estaria aqui,”
minha mãe continuou. "Eu só trouxe comida para Sebastian, Silas e
Blaise.” Então ela conhecia todos eles com a intimidade do primeiro nome.
Bem, agora isso era interessante.

"Tudo bem, eu não estou com fome,” menti.

Estava faminta.

Não tinha percebido duas coisas. Eu tinha perdido o almoço e pulei


o café da manhã, porque queria fazer outras coisas esta manhã, coisas
que envolviam o pau enorme de Silas e minha vagina.

Que foi melhor do que qualquer café da manhã.

"Eu vou dividir com você,” Silas ordenou.

Dei-lhe um olhar que dizia claramente: 'Você pode enfiar esse


alimento na sua bunda.’
Ele me deu outro de volta que disse: ‘Se você não comer um pouco da
minha comida, eu vou bater em você na frente da sua mãe.’

Claramente essa não era uma opção, então relutantemente me


sentei. Ele me entregou um dos seus sanduíches, e peguei sem vontade.

Era enorme, e eu realmente não conseguia imaginar como isso ia


caber em seu estômago, e muito menos dois, mas quem era eu para julgar?

Eu poderia comer um saco inteiro de batatas fritas de uma única vez,


algo que tinha acabado de descobrir que poderia fazer, no dia seguinte
após ter saído da prisão.

Então minha mente enfraqueceu, e sem surpresa, eu não estava mais


com muita fome.

Eu tinha feito um bom trabalho nos últimos dias esquecendo a


realidade que era a minha vida.

Silas era uma boa distração, na verdade, ele era uma grande
distração.

Eu não tive que me embebedar para dormir, por uns bons quatro dias
seguidos, graças a Silas e suas habilidades.

"Então, como você tem estado, querida? Você não parou em casa
recentemente. Estive preocupada com você,” minha mãe disse, pegando
um pequeno recipiente de salada de repolho e começando a comer com um
garfo de plástico.

"Eu estive bem, obrigada,” respondi. "Como está o trabalho?"

Minha mãe trabalhava como enfermeira de apoio no hospital em


Shreveport. Ela era uma enfermeira lá há trinta anos. Ela e meu pai se
conheceram lá, de fato.

Meu pai tinha sido atingido por um motorista bêbado, e ficou no


hospital com um fêmur quebrado.

Minha mãe foi sua enfermeira durante a sua permanência no


hospital, e o resto, como dizem, é história.

"Está bom," minha mãe disse distraidamente.

"Como está o papai?” Perguntei, tentando fazer com que ela tirasse
os olhos de Silas.
Minhas sobrancelhas franziram. Minha mãe estava olhando para
Silas com preocupação.

Por alguma razão desconhecida, eu queria dar um passo à frente de


Silas para bloquear o olhar da minha mãe.

Era ciúme.

Eu estava com ciúmes!

Da minha mãe!

Minha mãe, obviamente, tinha algum tipo de relacionamento com


Silas, o homem com quem eu estava dormindo, e estava começando a
realmente me irritar o fato dela claramente o conhecer melhor do que eu.

"Ele está bem,” disse, finalmente olhando para mim. "Ele está
ocupado no trabalho.” Ela se afastou de mim mais uma vez. "Como está
sua filha, Silas? Ela está indo bem?"

Tudo bem, então ela também conhecia toda a sua família.


Maravilhoso.

"Ela está bem. O marido dela entrou em um pequeno problema há


uma semana durante uma operação da SWAT. Mas ele está bem. Ela está
preocupada com ele como qualquer boa mulher estaria,” Silas disse em
torno das mordidas no seu sanduíche.

Eu realmente não tinha mais muito apetite, e não poderia continuar


assistindo essa interação familiar e confortável entre Silas e minha mãe
por mais tempo.

Coloquei o sanduíche para baixo, com as quatro mordidas que tinha


dado, e deixei sobre o prato de Silas.

"Eu tenho que usar o banheiro," menti. "Já volto.”

Belly se levantou comigo, e eu estava tão grata que poderia beija-la.

Talvez ela pudesse sentir a minha raiva e confusão sobre a situação,


sobre esta amizade que com clareza inconfundível minha mãe e Silas de
alguma forma compartilhavam.

Eu não entendi o que quer que estivesse acontecendo entre eles, e eu


não estava feliz com isso de forma alguma.
Isto significava que eu não tinha planos de voltar depois que
supostamente terminasse de usar o banheiro.

Silas e minha mãe não pararam de falar quando Belly e eu saímos, e


algo sobre isso me enfureceu.

Eles agiram como se tivessem um relacionamento! E não era normal.


Meu pai era um homem territorial, um homem muito territorial.

Quando eu tinha dezesseis anos, minha mãe inocentemente sorriu


para outro homem, e meu pai se descontrolou.

Assim, dado a esse fato, o fato de que minha mãe estava muito ciente
sobre o meu pai, o que diabos então estava acontecendo entre ela e Silas?

Desci a rua para a escola do ensino médio, lembrando que vi vários


voluntários desaparecendo e reaparecendo fora das portas do ginásio, que
estava completamente separado do edifício caído ao seu redor.

Foi onde assumi que era onde os banheiros, que todos estavam
usando, estavam localizados. E eu tinha razão.

De acordo com o homem sentado na parede de tijolo do lado de fora,


eu tinha feito a escolha certa.

"Banheiro?" Perguntei a ele.

Ele assentiu. "Entre e vire à esquerda. Você vai chegar onde você
precisa ir. Basta seguir a fila.”

Ótimo. Exatamente o que eu precisava naquele momento, uma fila.

Mas, infelizmente, era dessa maneira que tinha que ser, então como
uma boa menina, fui ficar na fila esperando a minha vez.

"Todo seu,” a mulher que estava na minha frente disse.

Nós ficamos conversando enquanto esperávamos, sobre o quão louco


o tempo estava desde o primeiro dia do ano.

Algo que eu não tinha testemunhado por mim mesma até cerca de
um mês atrás.

Os meteorologistas previram que este padrão de clima incomum iria


continuar por pelo menos mais 10 dias.
Eu não acho que tenha visto o sol brilhando alto por mais de uma
semana, mas eu ainda consegui uma queimadura solar, mesmo com
nuvens.

Uma vez que terminei no banheiro, peguei a coleira de Belly de onde


eu tinha enganchado e me dirigi até a pia.

Não havia nenhum sabonete, e fiz uma careta, porque tive que usar
apenas água.

"Nojento,” murmurei enquanto caminhava para fora, limpando as


mãos no meu short pois também não havia toalhas de papel.

Sorri em solidariedade mútua às mulheres esperando na fila e


continuei o meu caminho, Belly ao meu lado.

Limpando todos os outros pensamentos da minha mãe e Silas da


minha mente, voltei para a realidade, com o pensamento focado
unicamente em encontrar mais pessoas, esperando que de preferência
vivos.

E Silas poderia chupar isso.


Dezesseis horas mais tarde, eu tinha certeza de que não podia sentir
os dedos dos pés.

Minhas pernas doíam tanto que sinceramente pensei que ia morrer


assim que minhas costas batessem na cama.

E isso não era nem mesmo o pior. Silas estava com raiva de mim. De
mim!

O que diabos eu tinha feito para ele?

Quando ele passou mais tempo conversando com a minha mãe


durante aqueles quinze minutos de churrasco, percebi uma coisa.

Minha mãe e Silas tinham algum tipo de relacionamento.

E isso me irritava não só porque minha mãe era casada, mas também
porque Silas agora estava comigo, e ele não disse uma palavra para mim
sobre ter um relacionamento com a minha mãe.

"Quem era o homem com quem você estava falando essa manhã?"
Silas perguntou novamente.

Aparentemente, eu passei muito tempo com aquele cara mais velho


para o seu conforto.

Eu tinha uma coisa por ele, e não por todo indivíduo mais velho no
planeta.
Não que Silas fosse velho, ou que ele parecesse velho, mas Silas não
via dessa forma.

"Já disse que não sei o nome dele,” disse com irritação. "Ele me
ajudou a levantar os escombros de cima das pessoas. Ele disse adeus esta
noite. E foi isso. Nós não trocamos nomes ou nada.”

"Com um abraço?" Meio que rosnou sob sua respiração. Ele estava
com ciúmes?

Dei de ombros. "Eu não sei. Para dizer a verdade, as últimas vinte e
quatro horas são uma espécie de borrão.”

Então, além de fazer sexo com Silas durante toda a noite, passei um
longo, quente e fisicamente desgastante dia, bem como toda a noite e as
primeiras horas da manhã, a pé, segurando Belly, enquanto ela procurava
através dos resquícios do furacão por vítimas e sobreviventes.

Tive a sorte de estar sentada agora e não caindo de cara nas minhas
panquecas.

Silas poderia ter algo a dizer sobre isso, mas Zack interrompeu-nos
com a sua exclamação de excitação.

"Olhe aqui, garotinha! Você saiu na primeira página,” Zack riu,


jogando o jornal na minha frente.

Sorri quando olhei para o jornal. Era Belly e eu andando ao redor do


terreno da escola secundária.

Foi tirada há somente oito horas. Fiquei surpresa que tinham


conseguido colocar no jornal tão rápido.

"Olha, esse é o cara que eu estava dizendo a você que me ajudou com
aquela senhora,” disse, empurrando o jornal para Silas.

Silas pegou e aproximou a imagem para olhar melhor.

Sorri e virei-me para Zack, que estava sentado no banco na minha


frente.

Estávamos no jantar comendo café da manhã.

Já tinha passado bem mais de vinte e quatro horas desde que dormi
pela última vez e, apesar do cansaço, que compreensivelmente sentia, eu
ainda estava revigorada.
Na verdade, eu me sentia viva pela primeira vez em oito longos anos.

Fazer algo importante, ajudar as pessoas em necessidade, fez-me


sentir como se eu fosse uma pessoa quase decente. Foi o mais próximo
que me senti do meu “eu” antes do acidente até o momento do impacto.

"Filho da puta,” Silas rosnou. "Maldito filho da puta, filho da puta!"


Eu pisquei devido ao uso de tanta profanação.

"Silas, o que está errado?” Perguntei, virando-me para encontrá-lo


em pé, a raiva fluindo para fora dele em ondas que eram quase visíveis.

A minha pergunta chamou a atenção de todos nas mesas vizinhas,


incluindo os membros do seu clube.

"Eu tenho que ir,” o ouvi dizer, e então, sem outra palavra para mim,
ele se virou e praticamente voou direto pela porta da frente do restaurante.

"Que diabos foi isso?” Perguntou Zack.

Peguei o jornal que ele encarou tão atentamente, quase como se fosse
uma bola de cobras venenosas, e olhei para a foto mais uma vez.

Era o homem?

Ele era a razão pela qual Silas tinha ficado tão chateado?

O homem pareceu doce para mim.

Ele me ajudou quase o dia todo.

Que diabos?

Acordei com um corpo deslizando na cama atrás de mim.

Silas.

Silas estava aqui.

Meus olhos turvos abriram ligeiramente, e me virei para olhar para o


despertador.
Eu estava dormindo há nove horas seguidas, mas parecia que só
tinha dormido uma.

Mal conseguia manter os olhos abertos quando Silas enfiou um dos


seus braços debaixo da minha cabeça e envolveu o outro em volta da
minha cintura, me puxando para o seu peito.

"O que está acontecendo?" Perguntei a ele, sonolenta, pontuando a


minha pergunta com um bocejo.

"Shhh,” disse. "Vamos falar sobre isso quando levantarmos.” Aceitei


sua palavra e deixei meus olhos fecharem novamente.

Mas não caí imediatamente de volta no sono.

Pressionada contra o peito de Silas, podia sentir a tensão em seus


ombros, em seu braço que estava agarrado com força, quase rigidamente,
em volta de mim.

Eu podia sentir as batidas do seu coração nas minhas costas,


também.

Lutando contra o sono, abri meus olhos e franzi a testa para ele.

Não havia muita luz no quarto, apenas o que estava vindo do


despertador e do display do DVD player.

"O que está errado, Silas?” Perguntei novamente.

Desta vez, ele não tentou me negar dizendo que estava tudo bem, em
vez disso, tentou me distrair.

Sua boca encontrou a minha, e eu senti o seu desespero.

"Não posso fazer isso de novo. Eu não posso,” ele disse entre beijos.

"Silas,” disse da melhor forma que pude, com a sua boca contra a
minha, ficando preocupada agora.

Mas suas mãos, aquelas suas hábeis, belas e ocupadas mãos,


começaram a trabalhar seu caminho pelo meu corpo.

Uma parou no meu mamilo, puxando-o levemente, a outra desceu


entre as minhas pernas, enquanto sua boca talentosa desceu pelo meu
rosto, meu pescoço e sobre o meu peito devastando meus seios.
Podia sentir a sua preocupação na forma como empurrou seus
quadris entre as minhas pernas, afastando meus joelhos enquanto caía
entre eles.

Mas sua boca, que não tinha parado de trabalhar, de repente,


inverteu a sua jornada voltando à minha boca.

De alguma maneira ele conseguiu puxar seu pênis para fora, abrir
um preservativo e arrastá-lo em seu comprimento, e então ele estava bem
ali, empurrando seu caminho em mim.

Ele segurou meu rosto com ternura quando sua boca encontrou a
minha, sua língua acariciando ao longo dos meus lábios enquanto eles se
separavam.

Arfei em sua boca com a entrada abrupta do seu corpo no meu,


levantando meus quadris para atender a cada impulso do seu pênis.

Firmei meus pés na cama enquanto tentava em vão me aproximar


dele, mas sem ter sucesso.

"Maldição,” ele resmungou, a vibração da sua voz ressoando em meu


peito.

Coloquei minha mão sobre a parte de trás da sua cabeça e a outra


enrolada ao redor do seu pescoço enquanto eu o segurava com força.

Mas com a mesma rapidez que ele entrou em mim, ele saiu e me virou
de bruços. A rapidez do movimento me desorientou por um breve
momento, mas o mesmo não pôde ser dito de Silas.

Ele empurrou-se de volta dentro de mim, tão profundamente que


alcançou o fundo.

Meus olhos fecharam quando dor brilhou através de mim, seguida


rapidamente por êxtase.

Ele estava fora de controle, e eu descobri que gostava disso. Este Silas
era diferente, era um Silas controlador. Me senti mais próxima desse Silas.

Eu poderia dizer que suas emoções estavam andando em uma linha


fina entre o desespero e a luxúria.

Ele estava tentando superar algum demônio sobre o qual eu não


tinha nenhuma pista.
A única coisa que eu podia fazer era me segurar para o que estava
por vir. Algo que fiz curvando meus dedos nos lençóis.

"Toque em sua buceta," ele ordenou. Bem... mais como rosnou.

Era tão sexy.

Fechando os olhos e me abaixando mais para que meu rosto fosse


pressionado contra o colchão, levei uma mão entre minhas pernas e toquei
meu clitóris.

Mas continuei abaixada até que pude senti-lo batendo dentro e fora
de mim, sentindo o alongamento da minha buceta para o seu pênis grande.

Senti a umidade lá, acumulando em torno da minha entrada, e a usei


para lubrificar os meus dedos.

Deslizando-os de volta para o meu clitóris, comecei a trabalhar


freneticamente.

Tive a sensação de que se eu não conseguisse chegar lá rapidamente,


ele gozaria sem mim.

Minhas suspeitas foram comprovadas quando, momentos depois, ele


arfou quando seu pênis começou a sacudir dentro de mim.

Eu gemia quando ele saiu inesperadamente, puxando o preservativo


fora com um estalo agudo. Depois colocou três dedos dentro de mim
enquanto eu continuava a trabalhar o meu clitóris, ajudando-me a atingir
o orgasmo que estava quase em cima de mim. E isso ajudou.

Senti os jorros quentes da sua semente baterem em minha bunda e


minhas costas e, juntamente com a sensação da sua mão calejada
movendo sobre a minha pele, o que eu tinha certeza de que seria um
orgasmo épico começou a se formar na minha barriga.

O sentimento proibido de tudo isso, imaginando ele trabalhar seu


orgasmo atrás de mim e a maneira como ele esfregou seu esperma na
minha pele, realmente me excitou. A mão de Silas parou o seu movimento
nas minhas costas, e gemi em meu travesseiro enquanto ele continuava a
trabalhar seus dedos dentro e fora de mim.

Todas essas sensações colidiram juntas me jogando em linha reta


numa porra de órbita, quando gozei mais forte do que nunca, mais forte
do que eu sequer sabia que uma pessoa poderia!
Meus olhos fechados reviravam, e minha buceta apertou firmemente
em torno dos seus dedos.

Mordi o travesseiro para segurar um grito que teria acordado os


vizinhos, conseguindo assim abafar em um gemido, ao mesmo tempo em
que Silas continuava a bombear os dedos grossos dentro de mim
prolongando o meu orgasmo.

Meu ventre se apertou com tanta força que teria uma distensão
muscular, mas não havia nada que pudesse fazer sobre isso até meu
orgasmo começar a recuar lentamente.

Minha respiração saiu em suspiros irregulares conforme eu desabava


sobre a minha barriga. O sangue martelava em meus ouvidos e pequenas
explosões de luz brilhavam atrás das minhas pálpebras fechadas. Eu não
tinha ideia se algo como o que eu tinha acabado de experimentar era
mesmo possível!

Os dedos de Silas ficaram plantados dentro de mim quando ele se


deitou ao meu lado, pressionando seus lábios contra minha testa. Foram
vários longos minutos antes da minha respiração começar a acalmar e os
tremores pararem de convulsionar através de mim.

"Apesar de que foi fantástico pra caralho,” disse a ele, um pouco


ofegante. "Ainda quero saber o que o deixou assim.”

Ele ficou em silêncio por tanto tempo que tinha certeza que não ia
responder, mas ele me surpreendeu como o inferno quando começou a
explicar.

"Aquele homem que estava ao seu lado durante o dia todo, o que lhe
deu a porra de um abraço, aquele é o homem que arruinou a minha vida.
Ele me destruiu e a tudo o que eu esperava ser. E fez com a porra de um
sorriso no rosto,” disse Silas com emoção.

Comecei a me sentar, mas Silas empurrou seus dedos mais forte


dentro de mim.

"Fique aí,” ordenou ferozmente. Dado o seu tom, senti que seria
prudente ouvi-lo.

"Quem é ele?" Perguntei. "Por que ele é tão mau?"

"Eu tenho que começar desde o início, se for para você entender,”
disse suavemente. "E não é bonito.”
"Diga-me,” insisti, tentando não pressioná-lo.

Ele permaneceu com os dedos perfeitamente imóveis dentro de mim,


mas a coisa toda estava me distraindo como o inferno.

"Quando eu tinha dezoito anos, fui recrutado do exército pela CIA,”


disse ele, sem preâmbulos.

Eu congelei.

Ele estava na porra da CIA? Isso não era apenas para pessoas... que
não eram como ele?

Silas era um cara com bom perfil.

Esses agentes da CIA não eram supostamente pessoas-fantasmas


que ninguém nunca viu?

Quando eu não disse nada, principalmente porque eu não podia


parar minha mente de girar com surpresa, ele continuou.

"Eles me recrutaram me retirando do serviço militar, no momento em


que terminei o treinamento básico. Eu era uma aposta ruim, com uma
péssima postura. Juntei-me aos fuzileiros navais, mas eu tinha uma
tendência a ignorar qualquer tipo de autoridade. Eu estava à beira de ser
expulso, provavelmente à apenas uma reunião com meu comandante
antes de sair, quando fui abordado por alguém. Seu nome era Rotund
Rosenthal,” ele continuou.

Minha cabeça estava girando tentando processar tudo o que ele


estava me dizendo.

Ele foi recrutado pela CIA aos dezoito anos? Sério?

Um jovem de dezoito anos de idade não tem ideia do que quer fazer
da vida, muito menos ser jogado neste tipo de situação.

"Ok, mas se esse for o caso, onde é que aquele cara de hoje se
encaixa?" Perguntei.

"O verão em que conheci a mãe de Sam, Leslie, foi quando comecei a
minha primeira infiltração em um MC que era conhecido por estuprar
mulheres acorrentadas, filmar e vender os vídeos. Eles também tinham
um estábulo lucrativo,” disse, mas eu o interrompi.

"O que é um estábulo?" Perguntei.


Ele riu ligeiramente.

"Um estábulo de prostitutas. Eles também faziam um pouco de


tráfico de coca em conjunto. A primeira vez que vi Leslie foi no dia em que
eles normalmente faziam as farras. Ela estava na mira de um dos meus
'irmãos' quando eu a reclamei. Eu não sabia mais o que fazer. A maldita
missão e toda a sua merda não se preocupavam com algumas baixas. Eles
estavam olhando para a imagem maior. Então, eu fiz o que tinha que fazer,
só queriam me filmar transando com ela, como minha iniciação no clube.
Esse foi o meu teste. E eu passei com louvor,” ele rosnou.

"Você... você a estuprou?” Perguntei, minha respiração novamente


saindo em arfadas. Quando tentei desalojá-lo do meu corpo e me levantar
de joelhos, ele me parou.

"Há uma razão para eu ter você deste jeito,” ele resmungou,
removendo os dedos e me virando de costas sobre o colchão.

Eu rolei, sem fôlego, e engasguei quando ele montou em meus


quadris, sentando-se em cima de mim para me manter no lugar.

"Ouça tudo antes de fazer julgamentos precipitados,” ordenou. Eu


bati minha boca fechada e o encarei.

"Eu não tive escolha. Ou eu fazia isso, ou toda a porra do clube a


estuprava. Eu não tive escolha!" Ele gritou. "E eu não a estuprei, eu a
seduzi. E, em seguida, me apaixonei por ela enquanto estava nisso. Ela
não fazia ideia do por que estava lá. Ela pensou que estava lá para uma
porra de uma festa.”

Eu não disse nada. Talvez ele não tivesse escolha, mas ainda era
errado.

"Esse foi o dia em que Sam foi concebido. Eu mantive Leslie separada
do clube. Apaixonei-me tão perdidamente por ela que eu mal podia
respirar. No entanto, o clube não praticava a monogamia, e isso não era
esperado de mim também. Não querendo que eles ferissem a minha
‘esposa civil’, como a chamavam, eu encontrei Lettie, a mãe de Sebastian
e de Shiloh. Eu tinha uma ‘old lady11’, que era ciente do que se passava no
clube até certo ponto, e então eu tinha Leslie, a minha esposa real aos
olhos de Deus e do governo.”

11 Old Lady: namorada de um motoqueiro, que faz parte do clube.


"Por que você está me dizendo isso?" Engoli em seco, as lágrimas
começando a vazar pelo meu rosto.

"Porque você precisa entender,” disse, curvando-se para pressionar


seus lábios contra meu rosto.

"Porque eu acho que estou me apaixonando por você, quando me


prometido que nunca mais faria isso novamente. Porque machuca pra
caralho.”

Meu coração começou a se agitar, e não resisti de beijá-lo de volta.


Mas eu não podia deixar de sentir que o que ele tinha feito era errado e
que também era errado da minha parte querer estar com ele.

"Eu continuei na CIA. Eles sentiram que era imprescindível eu ficar


no clube, então fiz isso também. Era a minha missão, o meu trabalho, não
uma escolha. Fiz um nome para mim, mas também mantive a CIA
informada sobre o que eu estava ouvindo. Quando Sam tinha três anos,
eu já tinha feito tantos inimigos, que não era seguro eu sair da CIA ou do
clube, que seguiu bem no caminho para se tornar completamente legal. O
clube se tornou minha casa. Mas Shovel... Shovel era um espinho ao meu
lado desde o início, e ele fez questão de me vigiar, de me estudar, numa
rotina diária.” Eu balancei a cabeça, esperando que ele continuasse.

"Ele não gostava de quão rápido eu subi dentro do clube. Odiava que
não fizesse mais o dinheiro que costumava fazer antes de eu aparecer.
Culpou-me por tudo o que tinha mudado desde que eu tinha chegado,”
disse. "O que era verdade. Eu mudei o clube, o tornei meu. Mudei todas
as coisas sobre ele que eram ilegais, e fiz dele um lugar do qual me
orgulhava.”

Eu pisquei, atordoada. Ele tinha feito tudo isso em uma idade tão
jovem.

"Meus filhos continuaram a estar em perigo, apesar de tudo. Por


anos, eu tive que lidar com a merda de Shovel. Ele não iria simplesmente
abandonar tudo. Em seguida, ele machucou o meu menino, o derrubou
com um gancho de direita no rosto. O que eu não encarei de forma gentil,
especialmente quando o rosto de Sam se abriu como uma laranja nos raios
da moto de Shovel. Depois de encher ele de porrada, ele continuou a cavar
mim. Só ficava me atormentando e atormentando e atormentando até que
eu não tive outra escolha a não ser me livrar dele,” Silas disse, rudemente.
Seus olhos encontraram os meus, e eu soube que o que ele teve que
fazer o magoou.

"Eu já estava cheio de seguir ordens da Agência naquele ponto.


Parecia que eu tinha dado a minha vida inteira para eles e não tinha
recebido nada em troca além de sofrimento. Então me aposentei da CIA e
comecei a viver a minha vida como presidente do clube. Aqueles homens
eram meus, e eu ia fazer com eles o que eu bem quisesse. O clube era
muito importante para mim, mas os meus filhos, minha família, eram
muito mais. Shovel era o último membro remanescente dos velhos tempos
do clube que queria que tudo voltasse a ser como era antes. Nós não
estávamos fazendo o mesmo dinheiro que fazíamos antes, mas também
não era algo a ser desprezado. Ele estava chateado com tudo o que eu
representava. Foi o pior erro da sua vida, descarregar a sua raiva de mim
em Sam. Então eu fiz uma ligação. A última.”

Esfreguei minhas mãos para cima e para baixo em suas coxas,


instigando-o a continuar sem dizer uma palavra.

"A CIA montou um plano que iria amarrá-lo de maneira definitiva.


Eles queriam a informação que ele tinha, então ele não iria ser morto. E
não foi. Ele foi preso. Eu o verifiquei todas as semanas desde que foi preso,
mas na semana em que você chegou, ele foi libertado sob fiança sem o meu
conhecimento. E eu sei que ele está aqui. Ele quer vingança contra mim e
o que eu tirei dele,” resmungou, olhando para as mãos.

"E quanto a seus filhos... sua ex esposa... ex namorada. Será que ele
vai tentar machucá-los?” Perguntei em voz baixa.

Surtei em pensar sobre ele protegendo-os, sobre ter sua atenção em


outra mulher, mas eu não poderia viver comigo mesma se não trouxesse o
assunto à tona e algo viesse a acontecer a eles.

"Eu tenho alguns homens trabalhando nisso. Eles têm equipes com
eles, mas não são eles que ele quer. Ele quer a mim. E ele não vai se
contentar com nada menos,” disse, as mãos alisando para cima e para
baixo as minhas costas nuas.

"Shovel... é sórdido. Ele conhece as suas esperanças... os seus


medos. Ele sabe como entrar na sua cabeça. Ele pode ver o que vai te
assustar mais. Para mim ... em todos esses anos... são os meus filhos. Os
filhos que eu não tinha percebido, que ele sequer sabia o quanto eu me
preocupava, uma vez que tinha feito um grande esforço em ignorar e
afastar da minha vida.”

"Então, talvez ele soubesse mais do que aparentava em todos esses


anos, e talvez você devesse realmente começar a observar seus filhos...
deixá-los saber o que está acontecendo,” eu ofereci.

Ele fechou os olhos. "Sim, eu preciso fazer isso. Os meninos são uns
filhos da mãe inteligentes. Eles vão começar a se preocupar com todos os
detalhes de segurança depois disso.”

"Você precisa ligar para eles amanhã, diga-lhes o que está


acontecendo. Eles precisam saber,” insisti mais uma vez.

Ele sorriu para mim tristemente, e meu coração começou a doer.

"Eles só vão me odiar ainda mais,” disse. Olhei em seus olhos e puxei-
o com minha mão em volta do seu pescoço.

"Mas eles não serão mortos, e de tudo que você acabou de me contar,
você não pode realmente causar muito mais danos,” sussurrei. "E, além
disso, você vai ter a mim.”

"Eu vou?" Ele perguntou, virando-me de costas.

Pisquei. "Você vai o quê?"

"Ter você?"

Eu assenti. "Ainda estou aqui, não estou?" Ele deu um sorriso triste.

"Só porque eu não a deixaria ir,” respondeu.

Eu beijei seus lábios suavemente. "Bem, eu não estou gritando ou


discutindo. Isso tem que contar para alguma coisa.”

"Você poderia apenas estar ganhando tempo. Esperando até que eu


adormecesse para fazer a sua saída,” disse.

Minhas mãos desceram para seu pau que estava deitado contra a
minha barriga, que até mesmo flácido, era uma força a ser reconhecida.

Ele cresceu em minhas mãos enquanto eu o acariciava lentamente


para cima e para baixo.

"Sim,” disse. "Mas eu gosto muito de você, para ir embora. Só sei que
se você chegar em um ponto em que tiver que fazer algo semelhante a isso
comigo, eu vou derrubar o céu e a terra para ter você ao meu lado. Não
vou tolerar mentiras em qualquer circunstância, mesmo que seja
supostamente para me proteger. Entendeu?"

Ele sorriu, um sorriso brilhante, que fez pulsar meu coração em meu
peito.

"Sim, entendido!”

"Bom.”

"Bom,” ele sussurrou contra os meus lábios.

Então, deslizou aqueles três dedos de volta dentro de mim, e eu


esqueci de lhe perguntar sobre as persistentes perguntas sobre a relação
dele com a minha mãe que ainda estavam flutuando em volta da minha
cabeça.

Acho que vou deixar para perguntar amanhã.


"Obrigado, cara. Eu agradeço,” disse para o diretor da Penitenciária
Huntsville. Eu queria obter algumas informações por telefone antes de
fazer arranjos para visitar a prisão.

"Você é bem-vindo. Ela chegará aqui em cerca de dez minutos,” disse


o Diretor Walker. “Ela tem que vir pelo lado feminino, o que é melhor,
porque é aí que realizamos as audiências de liberdade condicional. Você
fez um milagre tirando-a de lá. Ela vai ficar extasiada.” O Diretor Walker e
eu tínhamos uma história.

Ele era o Diretor da Penitenciária Estadual de Huntsville desde que


era um jovem de trinta anos de idade. E agora, com sessenta anos, eu o
conhecia tão bem quanto conhecia a maioria dos homens.

Ele era meu informante sobre as idas e vindas de alguns homens que
eu tinha trancado durante o meu tempo com a CIA.

"Alo?" Uma voz de mulher tímida respondeu poucos momentos


depois.

"Ruthann Comalsky?” Perguntei, confirmando que era a pessoa certa.


Ela hesitou.

"Meu nome é Silas Mackenzie. Estou saindo com a Sawyer Berry,”


disse, esperando que atingisse o efeito pretendido.

"Você está brincando comigo,” respirou. "Ela está bem?"

Eu sorri com a compaixão verdadeira e preocupação na voz de


Ruthann, sobre o desejo genuíno de saber como sua amiga estava indo.
Eu examinei Ruthann também. Eu sabia que ela também estava lá
dentro por algo estúpido que não justificava um tempo tão longo.

Foi bom ela e Sawyer serem companheiras de cela. Ambas eram


pessoas realmente decentes, e é uma coisa boa ter alguém que você pode
confiar ao seu lado, lá.

Ruthann tinha sido injustiçada assim como Sawyer, e eu estava


interferindo nisso para que ela saísse agora. Sawyer poderia usar esse
ombro para se apoiar em sua vida.

"Ela está bem, muito bem,” disse. "Mas ela tem sonhos... uns que me
preocupam. E eu quero saber alguns nomes. " Eu poderia dizer que eu a
surpreendi.

"Você é um policial?" Ela perguntou em voz baixa.

"Sim, algo do tipo,” respondi evasivamente.

Ela não precisava saber exatamente o que eu era. Ela só precisava


saber que eu estava retirando-a de lá, e que queria os nomes dos homens
que fizeram Sawyer sofrer por oito anos.

Eu, é claro, podia adivinhar, mas seria mais fácil para Ruthann me
dizer.

"Ela sabe o que você está fazendo?" Ela perguntou em voz baixa. Eu
sorri.

"Não.”

"Bom.”

Meu sorriso cresceu mais amplo.

"Nomes?"

"Donner, Bryant, Holloway e Jones. Eles foram os seus quatro


principais torturadores,” sussurrou.

"Obrigado, querida,” disse. "Vou te ver em breve.”

"O que?" Eu não respondi.

Em vez disso, desliguei e saí do meu escritório, indo em direção à sala


principal do clube. Não fiquei surpreendido de encontrar alguns dos meus
homens.
"Vamos para um passeio comigo, preciso de alguma ajuda... e uma
testemunha,” pedi aos dois homens ao meu lado.

Kettle e Torren olharam para cima, surpresos. Eu tinha acabado de


entrar no clube, e estava chateado pra porra.

E surpreendentemente não sobre Shovel, mas sobre duas outras


pessoas.

"Para onde estamos indo?" Eles perguntaram enquanto me seguiam


sem uma pergunta.

"Huntsville, Texas,” respondi.

"O quê?" Perguntou Kettle.

"Por quê?" Perguntou Torren.

Torren era um homem bom, assim como Kettle, mas tinha uma
sensação de que se eu lhes dissesse, eles não ficariam tão calmos quanto
eu precisava que ficassem quando chegássemos lá.

Ter quatro horas para pensar sobre algo não era uma coisa boa, e
nesta situação, seria uma coisa muito, muito ruim.

Eu tinha receio de que se não tivesse alguém junto, eu não seria


capaz de me impedir de fazer algo que me arrependeria mais tarde. E eu
estava bem estimulado para isso.

Depois de soltar tudo o que eu tinha no meu peito para Sawyer na


noite passada, ela tinha adormecido em meus braços.

E foi perfeito. Absolutamente e totalmente perfeito.

Eu não tinha uma noite onde dormi a noite inteira por anos, mas a
noite passada, eu consegui.

Sawyer foi se tornando rapidamente uma parte muito importante da


minha vida, e eu estava realmente pensando em revelar a nossa relação.

Especialmente depois do modo como ela reagiu à sua mãe me


trazendo o almoço dois dias atrás.

Sawyer não era estúpida, eu sabia. Ela sabia que havia algo entre
nós, ela só não sabia o quê.
E, embora isso tivesse sido na sua maior parte inocente, sobre duas
pessoas solitárias que passam o tempo um com o outro principalmente
por causa da proximidade e conveniência, eu sabia que não seria uma
questão pequena para Sawyer. Seria enorme.

E eu precisava falar com ela sobre isso. Eu pretendia falar com ela
sobre isso esta manhã.

Mas, em seguida, Sawyer gritou em seu sono, assustando-me e


tirando-me do meu contentamento de forma tão dramática que eu sentei
na cama.

Então ela começou a gemer sobre algum guarda chamado Oficial


Donner, e eu soube que tinha que cuidar dele para ela. Não só para ela,
entretanto, mas para mim também.

Algo dentro de mim não se aquietava, sabendo que ela foi abusada
naquela prisão.

E eu aprendi tudo o que eu precisava saber da sua ex companheira


de cela, Ruthann Comalsky, há vinte minutos.

"O que estamos fazendo aqui?" Torren perguntou quando chegamos


na prisão.

Eu saí da minha moto.

"Eu tenho visto alguém," disse, esperando que ainda não perguntasse
quem.

“Mas, é claro.” Torren disse, sempre curioso. "Quem?" Ele perguntou


rapidamente, um sorriso puxando o canto dos lábios.

Revirando os olhos, não respondi.

Não demoraria muito para descobrir de qualquer maneira, eu só não


queria estar disponível para questionamentos quando descobrissem.
Porque eu sabia que eles iriam oferecer suas opiniões, fossem boas
ou ruins.

E agora que eu já estava chateado, não queria ter que defender


minhas escolhas para eles, ficando cada vez mais irritado no processo.

Quando não respondi, eles seguiram para a próxima pergunta.

"Se você não vai responder a isso, então que tal você nos dizer o que
estamos fazendo aqui?" Perguntou Torren novamente.

Infelizmente, eu não poderia responder a isso, também, sem dizer-


lhes.

Então, apenas inalei e disse: "Sawyer Berry foi abusada sexualmente


por oito anos, enquanto estava aqui. Eu quero falar com alguns dos
guardas.” Ambos piscaram.

"Então ela não era apenas uma foda passageira para você?" Torren
perguntou cuidadosamente.

Eu balancei a cabeça. "Não, ela certamente não é.”

"Então é ela?" Perguntou Torren. Dei de ombros, desta vez não


respondendo com um sim ou um não.

Eles devem ter percebido que era um assunto delicado no momento,


então deixaram passar.

"Bem, então, por favor, vamos conversar com os filhos da puta,” disse
Torren.

Eu sorri. Essa era a única coisa boa sobre ter um clube como
retaguarda. Eles eram um bando de irmãos, e nenhuma diferença de idade
entre nós iria mudar isso. Eles me conheciam do mesmo jeito que eu os
conhecia.

E eles perceberam que, se eu estava protegendo Sawyer, tratando-a


como minha, então eles iriam tratá-la como da família também. Eles iriam
protegê-la da mesma maneira que eu protegeria.

"É isso aí, irmão,” Kettle concordou, apoiando seu capacete no guidão
da sua moto.

Eu fiz o mesmo e segui meu caminho para as portas da frente, onde


Walker estava esperando por nós com a porta aberta.
"Você fez o percurso em um bom tempo,” observou Walker.

Balancei a cabeça. "As estradas estavam vazias.”

Ele levantou o queixo para Kettle e Torren, acenando para o


seguirem.

"Diretor?" Um guarda do sexo masculino levantou a sobrancelha,


apontando para nós.

Walker sacudiu. "Não, eles são federais.”

Bem... não tecnicamente.

O guarda acenou com a cabeça e voltou ao seu posto na porta da


frente, os olhos esquadrinhando a parede de computadores na frente dele.

"Eu tenho que dizer," Walker disse enquanto caminhávamos por um


corredor estreito. "Quando você ligou, fiquei surpreso ao ouvir você. Não
vi, nem ouvi de você por mais de cinco anos.” Não, ele não tinha.

Tentei não desgastar minhas boas-vindas para que ele não achasse
que eu só estava lá porque queria ou precisava de algo.

O que eu acho que era tecnicamente verdade, só não queria queimar


uma ponte que eu poderia precisar no futuro.

"Minha garota, ela acabou de sair do lado feminino, e eu ouvi algumas


coisas perturbadoras sobre o que está acontecendo por lá. Não dela
diretamente, mas de fontes externas,” expliquei. "Eu só queria olhar as
suas fitas de vigilância, confirmar as minhas suspeitas antes de explicar o
restante.”

Walker concordou. "Bem, eu olhei para as datas que você me solicitou


durante as quatro horas que você levou para chegar aqui, e vamos apenas
dizer que eu não estou nada feliz com o que vi.” Minhas sobrancelhas
reduziram quando ele parou em um painel de segurança.

Observei quando ele teclou alguns números antes de abrir a porta.


Eu, é claro, memorizei o número instantaneamente. Eu tinha memória
fotográfica, o que era muito útil em momentos como este.

"Não é o que eu vi, por si só, mas o que eu não vi,” ele murmurou,
certificando-se de que a porta foi fechada atrás de nós quatro.
Minhas sobrancelhas franzidas. "E o que você não viu?” Perguntei,
impaciente, cansado de ouvi-lo enrolar e hesitar sobre o que precisava
dizer.

"Nada. Alguém mudou os ângulos das câmeras entre as 19h até as


20h. E você não consegue ver quem fez isso também, por causa dos
ângulos,” ele respondeu, olhando para mim, logo antes de olhar para outra
porta.

Esta era feita de barras de aço e exigiu uma chave real do bolso de
Walker para abri-la.

Eu não podia deixar de ver o quão fácil seria para dominar o diretor.

Embora eu considerasse ele como um amigo, fiquei um pouco mais


do que irritado que ele não estava tomando mais cuidado para se proteger.

Eu ou meus meninos poderíamos tirar a chave dele em trinta


segundos com ninguém mais por perto para nos deter.

"Então você está dizendo que não percebeu que as câmeras saíram
do ar quase ao mesmo tempo todas as noites?" Confirmei.

Ele balançou sua cabeça. "Não. Não todas as noites. Mais como a
cada três dias,” corrigiu.

"Então... Conforme o turno de um guarda específico, correto?"


Perguntei.

Seus olhos se arregalaram um pouco, mas ele balançou a cabeça, em


vez de mentir.

Os oficiais de polícia tinham um código. Protejam os seus parceiros.

E parecia que o diretor e seus guardas tinham um ditado semelhante


pelo qual faziam o seu trabalho.

Desnecessário dizer, que ele respondeu, embora posso dizer que


estava incomodado em fazê-lo.

"Eu tenho quatro guardas nesse bloco de celas que trabalham nesse
turno. Um deles está a cargo das câmaras, e os outros três fazem rodízios
de suas posições no mesmo bloco de celas,” respondeu. "Eu já chamei Jody
Daniels, a guarda encarregada do lado feminino, para trazê-los aqui. Eles
devem chegar dentro de uma hora.”
Eu estava feliz que era no lado masculino onde eram tratadas todas
as coisas legais. A sala do tribunal estava do lado masculino, enquanto
eles compartilhavam uma enfermaria entre os dois.

Uma cerca de tijolos de quinze metros de altura fazia a separação


entre os dois lados, com guardas de segurança em ambos os lados capazes
de monitorar a caminhada entre eles.

Nenhum deles tinha acesso as outras fitas, apesar de tudo. O Diretor


Walker era mais do que apenas um ‘diretor’.

Ele também era um oficial reformado das forças especiais que estava
no comando de ambas as unidades. Ele mantinha uma coleira tão forte
em ambas as unidades que eu estava realmente surpreso que essa coisa
toda passou despercebida a ele.

"Falando do diabo,” Walker murmurou, indo para a sua porta e


abrindo-a.

Eu não olhei para a porta, em vez disso, mantive meus olhos nos
monitores de vídeo na parede de Walker.

Havia uma mulher lá. Possivelmente cerca de trinta e cinco ou


quarenta anos. Ela tinha o cabelo loiro escondido em um coque apertado
na parte de trás da sua cabeça. Seus olhos eram duros, ombros rígidos.

Ela parecia chateada, mas não tinha ainda sequer ouvido o que
tínhamos a dizer, porque aí sim ela ia ficar realmente puta.

"Obrigado por ter vindo, Jody,” disse Walker, estendendo a mão.

Ela pegou, mas seus olhos foram para nós três de pé atrás de Walker.

"O que posso fazer por você? Você sabe que hoje é um dia agitado
para nós. Temos uma detenta cuja liberação estava agendada para daqui
a dois meses, sendo liberada hoje, e eu queria verificar isso,” disse Jody,
cruzando os braços em um movimento defensivo.

Sorri interiormente. Boa sorte com isso. Eu cobri bem meus rastros.

Ruthann estava saindo, a senhorita Jody gostasse ou não. Percebi


que ela estava nervosa.

"Foi relatado por uma prisioneira que ela foi agredida sexualmente.
Nos dias que ela alegou que isso aconteceu, eu vasculhei os dados dos
vídeos de segurança desse período, e eles são inexistentes. Algo foi
colocado na frente da câmera, e o vídeo é um pedaço de papel em branco
por exatamente uma hora,” disse Walker.

Eu assisti o rosto de Jody durante a explicação de Walker, e eu soube


imediatamente que ela não tinha participado das agressões. Ela estava
horrorizada.

"É por isso que você me fez chamar os quatro guardas do turno B?"
Perguntou, horror evidente em sua voz.

Walker concordou. "Sim, é exatamente por isso.”

"Filhos da puta,” ela respirou. "Malditos filhos da puta.”

O telefone do escritório de Walker soou, e eu assisti quando o pegou,


franziu a testa e, em seguida, disse: "Leve o primeiro para a sala de
conferência. Um de cada vez, por favor. Espere um sair antes de deixar o
próximo entrar," Walker instruiu antes de desligar, e cruzar os braços.

"Se todos me seguir, vou levá-los para a sala de conferência e, em


seguida, podemos começar com o interrogatório.”

Quatro horas mais tarde, eu assisti como os quatro guardas do turno,


responsáveis por fazer da vida de Sawyer um inferno, foram carregados na
parte traseira de diferentes viaturas policiais.

Eles estavam sendo levados para a delegacia, onde seriam, então,


interrogados um pouco mais.

Eu tinha planejado um curso de ação diferente quando cheguei, mas


com tantas testemunhas, percebi que nunca seria capaz de fugir com o
que eu realmente queria fazer.

"Calma, Silas. Espero que da próxima vez que falarmos seja em


melhores circunstâncias,” Walker disse quando apertou minha mão uma
última vez.

Depois que ele desapareceu de volta para dentro, deixou apenas nós
três ali de pé, esperando.

Kettle, Torren, e eu estávamos esperando do lado de fora da enorme


parede de tijolos pela liberação de Ruthie.

"Então o que essa garota fez para estar aí?" Kettle perguntou para
passar o tempo.
"Ela matou o marido,” respondi. Houve alguns momentos de silêncio
atordoado enquanto eles digeriam isso.

"E por que você está tentando tirá-la mais cedo? Só porque ela é
amiga da sua garota?" Perguntou Torren.

Não havia acusação em seu tom de voz, apenas curiosidade.

Eles sabiam que havia mais do que isso, então eles esperaram
pacientemente eu explicar.

Dei uma mordida no sanduíche que Torren trouxe da lanchonete da


esquina para mim, mastiguei e, em seguida, expliquei.

"De acordo com uma das conversas que tive com Sawyer, Ruthann
foi espancada, quase até a morte, por seu marido quando os policiais
finalmente resolveram intervir. Ele foi preso sob a acusação de
espancamento, mas menos de duas horas depois, foi solto e voltou a
persegui-la. Ela foi capaz de escapar mais uma vez, mas os policiais não
foram capazes de fazer qualquer coisa até o seu julgamento. A data do
julgamento chegou, e o marido foi liberado com um monitor de tornozelo e
uma observação de ficar longe da sua esposa. Ruthann estava na prisão
porque seu marido tentou espancá-la até a morte, e, em vez de deixar
acontecer, ela atirou nele enquanto ele estava mijando.”

"Bem feito do caralho,” disse Torren.

Balancei a cabeça. "Do caralho, de fato.”

Os olhos de Sawyer estreitaram para mim enquanto eu parava na


parte de trás da casa de Dallas. Ela estava chateada, pelo que poderia
dizer.

Então, mais uma vez, ter uma mulher na parte de trás da minha moto
que não fosse ela parecia ruim.

"Tire seu capacete antes que minha mulher te dê um pontapé na


bunda,” pedi a Ruthie.
Ruthie imediatamente obedeceu, tirando o capacete, que Sawyer
geralmente usava, e sacudindo sua juba selvagem de cabelo vermelho
encaracolado.

Instantaneamente, Sawyer passou de furiosamente puta para


atordoada.

Então, começou a chorar.

Sua mão levantou para a sua boca, e ela cobriu-a quando um grito
escapou dos seus lábios.

Parei finalmente, e desliguei a moto.

Com os dois pés no chão, sorri para Sawyer e estendi minha mão
para Ruthie, que a usou para sair da moto, e logo em seguida começou a
correr em direção a Sawyer.

Sawyer pegou Ruthie, e as duas mulheres caíram de joelhos e


começaram a chorar.

"Parece que você fez bem,” Kettle supôs.

"Parece também que você terá uma boa...” Dei a Kettle um olhar que
poderia murchar suas bolas como passas.

Desnecessário dizer que ele se calou.

Saí da minha moto e fui até as duas mulheres, parando ao seu lado
para olhá-las.

Sawyer estava balbuciando sobre como estava feliz de ver Ruthie.

"Ruthie,” Sawyer lamentou. "Estou tão feliz que você está aqui! Como
você saiu? Achei que você tinha mais de dois meses ainda!”

Ruthie agarrou Sawyer mais apertado. "Seu homem, foi o que


aconteceu. Ele fez um pouco de magia com o Diretor. Eles conseguiram
modificar a minha libertação para hoje. E você deveria ver o quão louco
aquele lugar está agora depois que ele se livrou de quatro guardas. Eles
tiveram que ficar trancados por uma hora cada, porque estavam sendo
interrogados sobre o seu envolvimento. Essa foi a manchete das cinco
horas!" Os olhos de Sawyer se arregalaram, então ela virou o rosto para o
meu, acusadoramente.

"O que você fez?" Ela perguntou.


Quando não respondi rápido o suficiente, ela se levantou e chegou
perto de mim.

"Diga-me,” gritou. Eu tive que conter meu sorriso. Ela era como um
pequeno gato doméstico com sua ferocidade que beirava o suicídio.

Era refrescante ter alguém se levantando para mim. Normalmente,


eles recuavam antes que pudessem chegar muito perto.

"Deu algum trabalho, mas eu comecei a fazer algumas pesquisas


depois de ouvir você chorar sobre isso durante o sono há algumas
semanas. Então, na noite de anteontem, quando você estava dormindo em
meus braços, você falou. Eu consegui dois nomes, e com isso fui capaz de
falar com a sua amiga e conseguir o resto,” expliquei.

"Se você tivesse perguntado," Sawyer sussurrou para mim, me


cutucando no peito com um dedo longo. "Eu teria lhe dito que nunca fui
estuprada.” Eu estreitei os olhos para ela.

"Então vocês não foram violadas... Vocês não foram tocadas de forma
inadequada? Não fizeram nada com você que não queria que fizessem?”
Perguntei com cuidado.

Ela fechou a boca, movendo o rosto de mim para Ruthie.

"Eu lidei com isso... nós lidamos com isso,” ela finalmente decidiu.
Minhas sobrancelhas subiram.

"E o que acontece com todas as outras mulheres? Então vocês se


protegeram... bom. Mas o que acontece com as outras mulheres que não
têm o que vocês tiveram uma com a outra? Onde isso as levaria?"
Retruquei.

Sua cabeça caiu, e seus ombros cederam instantaneamente em


derrota.

"Eu não gosto disso,” ela sussurrou. "Vou ter que ir a uma audiência
no tribunal agora e dizer-lhes o que aconteceu.”

Eu me movi para que a minha mão pudesse tocar seu rosto.

"Porque é a coisa certa a fazer. E isso vai fazer você se sentir melhor
quando eles se forem. E porque você não quer que eu os mate e vá para a
cadeia se você não o fizer,” sussurrei para ela.

Seus olhos se arregalaram.


"Você não faria isso,” ela desafiou cética. Eu sorri.

Eu faria, e ela sabia disso. Não que eu iria para a cadeia.

Eu tinha muitas conexões e sabia demais e poderia incomodar muita


gente se fosse pego, o que não iria acontecer.

Eu era bom demais para ser pego.

"Eu acho que você sabe a resposta para isso,” disse, colocando meus
lábios contra os dela suavemente. "Eu vou te deixar aqui para ficar com a
sua amiga. Vejo você na parte da manhã.”

Ela pressionou seus lábios contra os meus e colocou as mãos nos


meus ombros.

"Obrigada, Silas,” disse com urgência. "Muito obrigada.”

"O que você está fazendo com a minha irmã?" Dallas gritou atrás de
nós.

Porra!
"Eu lhe fiz uma porra de pergunta, seu filho da puta ladrão de
berço12!" Dallas continuou.

"Jesus, Dallas, abaixa a porra do seu tom de voz!" Gritei um pouco


alto demais.

Dallas e Bristol estavam na parte de trás da sua casa, observando


nós cinco, nos avaliando e medindo.

Bem, pelo menos Bristol estava.

Dallas estava chateado com algo que era bastante ridículo.

"Esse é o seu irmão?" Ruthie sussurrou atrás de mim. Olhei para ela
por cima do meu ombro.

"Sim, é um deles, de qualquer maneira. O mais velho dos quatro,”


disse a ela.

Eu ainda tinha que ver os outros três. Eles estavam todos no exército
e cada um estava atualmente atribuído para um lugar.

Cole, Brody e Johnson eram os tipos mais fodões dos fodões que eu
conhecia, e eu estava tão orgulhosa deles que mal conseguia me conter ao
pensar nisso.

Só queria tê-los visto nos últimos oito anos. Cartas escritas à mão
não resolvia às vezes.

12 Namorar ou bater em alguém mais jovem do que você.


Dallas, no entanto, estava compensando a ausência deles nesse
momento. Inquestionavelmente.

"Eu lhe fiz uma porra de pergunta, seu velho do caralho!" Dallas
continuou a gritar.

Meus olhos rolaram para Silas para ver seus olhos sorrindo, mas sua
boca em uma linha fina.

"Eu acho que nós não estamos mais em segredo,” sussurrei. "Talvez
a gente não deva dizer que utilizamos o seu carro como ‘estande de foda'.”

Ele bufou e apontou seus olhos para mim.

"Você não está ajudando,” exclamou.

Dei de ombros. "Eu sempre fui boa em jogar a merda no ventilador.”

"Obviamente,” confirmou Ruthie.

Bristol finalmente largou do marido, com um documento que parecia


oficial em sua mão.

"Hum, isso acabou de chegar para você. Eu tive que assinar por ele.
É do Estado,” disse, entregando-me.

Fiz uma careta, sobrancelhas franzindo, e o peguei dela.

"O que é isso?” Perguntei preocupada.

Da última vez que algo oficial me foi entregue, foi pelas mãos de dois
policiais dizendo que eu estava sendo presa pela morte daquelas quatro
pessoas.

Assustada como o inferno para abri-lo, agarrei-o no meu peito e olhei


para Silas preocupada.

"Está tudo bem. Abra-o,” pediu.

Minhas sobrancelhas subiram. "O que é isso?"

Ele sorriu. "Basta abri-lo.”

Então eu o abri, com o meu irmão fumegando na minha frente, e


Silas, e Ruthie nas minhas costas, me dando um incentivo silencioso.

E o que eu vi no minuto em que meus olhos encontraram o papel me


surpreendeu.
"O que... como... por que...” meu cérebro não estava funcionando. Eu
não conseguia organizar meus pensamentos.

"As acusações contra você foram retiradas, e uma restituição foi


entregue a você por parte do Estado,” disse Ruthie em reverência enquanto
lia sobre o meu ombro. "US$ 25.000 é tudo o que estão lhe dando por
estarem errados? Que porra supostamente isso quer dizer?"

"Eu não entendo o que está acontecendo. Por que eu iria ser
considerada inocente? Eu matei quatro pessoas!" Explodi, surpreendendo
a todos.

"Eu não entendo," Dallas disse, relutantemente, adicionando seus


dois centavos13 na conversa.

"Que tal todos nós irmos para dentro, e eu poderei explicar. Não era
para acontecer até a próxima semana,” disse Silas. "Eu ia preparar todo
mundo antes disso explodir na cara de todos.” Todos o seguiram, até
mesmo os dois caras grandes, Torren e Kettle, também conhecido como o
cara do moicano.

Dallas entrou primeiro, tendo a certeza de atirar olhares feios por


cima do ombro para Silas todo o caminho.

Nós dois o ignoramos.

"Quando você fez isso?" Perguntei a ele, me escondendo dos outros.

Ele encolheu os ombros com indiferença. "Era sobre isso que eu


estava falando no telefone no dia em que você apareceu para ajudar com
os destroços do furacão. Eu estava trabalhando nisso por quase um mês,
tentando descobrir exatamente o que aconteceu.”

Olhei para ele. "Eu matei eles, foi o que aconteceu.”

Ele me pegou pela mão e me levou pela casa de Dallas, como se fosse
dono do lugar.

Deve ser uma habilidade, no entanto, porque ele fez o mesmo no meu
apartamento.

"Sente-se e deixe-me explicar isso, está bem?" Falou.

13 Opinião (s) não solicitada (s)


Relutantemente, eu fiz isso, sentando-me na cadeira que estava de
frente para a sala integrada.

Eu amava esta casa.

Era a mesma casa em que cresci quando era criança.

Meus pais tinham entregado os pagamentos da casa para Dallas


cerca de um ano depois de ter sido presa. Eles haviam mudado o que
restava da família para a casa do lago.

Algo que doeu desde que eu tinha expressado interesse em assumir


os pagamentos da casa, quando eles insinuaram sobre querer se mudar
para o lago, logo que estivéssemos todos fora de casa.

Era mais fácil ter apenas um financiamento de uma casa, de modo


que se mudaram mais cedo.

E doeu quando minha mãe me disse que tinha dado a casa para
Dallas e Bristol.

Doeu fundo e tornou-se uma ferida que nunca vai se curar.

Toda a casa era uma planta de piso aberto. A sala de jantar, cozinha,
sala de estar e entrada eram todos parte de uma única e enorme sala.

Havia quatro quartos, três dos quais nós tínhamos compartilhado


entre cinco crianças.

"Tudo bem, ladrão de berço. Estamos todos aqui,” Dallas rosnou


profundamente em sua garganta.

Instintivamente eu agarrei o objeto mais próximo, que se tratava de


uma almofada, e joguei nele.

Bateu na sua cara, e ele voltou seu olhar em mim.

"Nós não estamos autorizados a jogar coisas na casa,” Dallas disse


sarcasticamente, puxando a almofada em seu peito.

Revirei os olhos. "Quem disse?"

"Minha esposa,” disparou de volta.

Minhas sobrancelhas subiram. "E desde quando a sua esposa tem


qualquer controle sobre mim?"
Seus olhos se estreitaram. "Você não está na sua casa, então você
precisa ter mais respeito.”

Eu tinha certeza que minhas sobrancelhas estavam ainda mais perto


da linha do meu cabelo naquele momento.

"Eu vivi nesta casa mais do que ela. Então, se alguém tem alguma
reclamação sobre os acontecimentos, sou eu. Eu sou a mais velha, afinal
de contas,” reagi.

"Sim, mas a mãe deu a casa para nós, não para você. Eu sou o único
a fazer os pagamentos dessa casa, não você. É aí que você está errada,”
ele exclamou. "Esta casa não é mais sua. E não é desde que você matou
aquelas pessoas.”

Dallas percebeu o que disse quando saiu da sua boca, mas o estrago
já tinha sido feito. Virei meus olhos cheios de lágrimas para o meu Silas e
disse: "Se você puder começar a falar, isso seria ótimo.”

Os olhos de Silas não estavam em mim, apesar de tudo. Eles estavam


em Dallas.

Ele estava agindo como um idiota, e Silas notou. Inferno, todos na


sala notaram.

Ruthie estava sentada no lado da minha poltrona agora, e em algum


momento durante a briga entre mim e meu irmão, Kettle e Torren haviam
migrado para ficar diretamente atrás de mim, dando-me o seu apoio
silencioso.

Não tinha certeza de como eu ganhei o apoio destes dois homens,


mas estava grata.

Eu poderia usar toda a ajuda que conseguisse nesse momento.

"Silas,” disse novamente. Relutantemente, ele virou a cabeça para


mim, e então os ombros.

"O pai do rapaz que estava dirigindo o carro com os Neeson dentro,
Rydel Jones, ficou compreensivelmente chateado, e pagou todos os
envolvidos para se certificar de que você fosse para a prisão pela
quantidade máxima de tempo que poderia,” Silas disse sem hesitar.
"Demorou um pouco, mas eu percebi que o pai do menino estava
completamente envolvido com o governo. Ele conhecia as pessoas certas,
e se certificou de que poderia contornar tudo para que você fosse para a
prisão com base em evidências que não eram realmente viáveis. Você,
embora tecnicamente tivesse algum rastro de álcool em seu sistema, não
estava nem perto o suficiente de ser considerada legalmente ‘bêbada’.
Embora ainda seja tecnicamente 'homicídio culposo', não é algo pelo qual
você deveria ter sido presa. E, uma vez que falei com alguns dos envolvidos,
comecei a ver uma tendência. Segui o rastro do dinheiro, algo que Jones
não fez um trabalho muito bom em esconder.”

"Mas como?” Perguntei atordoada. "E agora?"

"Agora nada. Um juiz já analisou o caso e decidiu a seu favor. Isso é


tudo,” disse, batendo o papel na minha mão. "Apesar de US$ 25.000 não
serem suficiente. Eu vou fazer uma ligação para o advogado do clube. Nós
vamos cuidar disso rapidamente.”

"Então o que... Eu ainda os matei. Não parece certo para mim,” disse
suavemente.

A mão de Silas tocou meu queixo, e eu olhei para cima quando ele
me pediu.

"Isso foi um acidente. Algo que poderia ter acontecido com qualquer
um nesta sala. Posso citar quinze pessoas agora que beberam uma cerveja
no jantar cada vez que saíram para comer. Em seguida, eles dirigiram para
casa. Se for feito com moderação, como você fez naquela noite, então
realmente seria um acidente, se acontecesse algo semelhante ao que
ocorreu com você. Ele se atirou na sua frente. Sem mencionar que estava
chovendo, e eles não estavam com as suas luzes acesas,” ele me informou.
"Pergunte a si mesma, você poderia ter feito algo diferente?" Eu pensei de
volta sobre aquela noite.

Estava muito escuro. A tempestade estava no auge em torno de nós,


e não havia uma única iluminação de rua no local do acidente.

A única coisa que me ajudava a continuar eram os faróis da


caminhonete, e com a quantidade de chuva caindo, havia apenas um
pedaço da estrada em frente que era iluminada.

E o Bronco tinha saído do nada.

Um segundo eu estava gritando com Bristol e o idiota para colocarem


os cintos de segurança, e no próximo eu estava olhando para o capô de
uma caminhonete emergindo na minha frente.
"Eu não sei,” disse. "Realmente não estava...”

Balancei a cabeça, incapaz de articular o que eu queria dizer.

Silas caiu de joelhos na minha frente, e parecia que todos na sala


haviam desaparecido.

"Eu juro para você,” ele disse. "Que você não queria fazer o que fez.
Você sabe, e eu sei disso. Inferno, todos nesta sala sabem disso. Falei com
o chefe de polícia sobre isso, sobre o que tinha acontecido, e ele concorda.”
Ele se inclinou para frente. “O detetive que estava encarregado do seu caso
está morto. O juiz aposentado. Seu advogado está morto. Agora, isso
parece ser uma coincidência para você?"

Pisquei. "Meu advogado morreu de um ataque cardíaco.”

Ele balançou sua cabeça. "Seu advogado morreu de um ataque


cardíaco suspeito. Não houve autópsia realizada nele, de modo que eles
não sabem do que exatamente ele morreu, e há medicamentos aí fora, que
podem parar o coração e fazer parecer um ataque cardíaco.”

"Então... o quê? Tem alguém lá fora que vai tentar me matar agora
que eu sei? E o resto das pessoas nesta sala?” Perguntei preocupada.

"Talvez exatamente agora, um homem esteja emitindo um mandado,”


disse Silas. "Rydel Jones deve ficar sob custódia da polícia.”

Meus olhos estavam arregalados. Como ele tinha conseguido tudo


isso sem eu saber?

Ele sorriu.

"Ex CIA, querida,” sussurrou para que só eu pudesse ouvir. “Apenas


confie em mim. Ele vai perder.” Então eu comecei a chorar.

"Posso tirar a minha licença de enfermagem? Posso terminar o curso?


Eu estava quase na metade!” Sussurrei ferozmente.

E pensar em todos esses anos perdidos. Onde eu estaria agora se


tivesse conseguido terminar? Eu só tinha mais um ano.

Ele assentiu. "Deverá ser autorizado. Não tenho certeza de como


essas coisas funcionam depois disso, ou mesmo quando tudo estará
terminado. Mas sim, você está sendo perdoada, seu registro será
expurgado, você já não tem qualquer registo criminal.”
Olhei para ele e sabia, que se essa coisa horrível não tivesse
acontecido comigo, eu não estaria sentada onde estava naquele momento.

Eu não teria esse homem maravilhoso na minha frente.

Ele pode parecer duro e difícil para todo mundo, desde que eu tinha
ouvido nada menos que vinte pessoas dizendo isso, mas ele era um grande
‘marshmallow’ comigo.

Ele tinha um interior meloso e amolecido que só eu podia ver.

"Eu a.… agradeço a você, Silas," disse. "Muito obrigada.”

Seus olhos queimaram em minha língua quando umedeci os lábios,


e eu pensei ter detectado uma nota de pânico em seus olhos antes que se
apagasse.

"De nada, Sawyer. Eu faria qualquer coisa por você,” disse


asperamente. “Qualquer coisa que você precise, eu vou dar a você se
estiver em meu alcance.”

Horas mais tarde, Ruthie e eu estávamos em um restaurante na


cidade.

E ninguém menos que Isaac e sua nova esposa estavam a duas mesas
em frente a nós.

"Esse é o meu ex que eu pensava que estava ao meu lado o tempo


todo,” sussurrei, inclinando-me para que apenas ela pudesse ouvir. "Mas
descobri, no dia em que saí que ele estava prestes a se casar e tinha um
filho a caminho. Ele estava me traindo abertamente desde que entrei na
prisão.”

"Parece que você se recuperou bem." Os olhos de Ruthie brilharam.


"E com um homem mais velho daquele! Jesus, ele é sexy como o inferno
ou o que?!"

Eu sorri.
Silas era sexy como o inferno.

"Eu sei, meu Deus, como fiquei tão sortuda?” Sussurrei de forma
conspiratória. "E nem o vi chegando! Em um segundo ele estava lá, e eu
não conseguia parar de pensar nele. Via-o em todos os lugares que ia!"

O que ele não sabia, é que ele meio que me salvou. Eu estava bem no
caminho para uma depressão.

E Silas estar lá para me arrancar desse caminho com tanta facilidade


era assustador.

"Então, qual é a história dele?"

"Você nunca vai acreditar nisso, mas acho que ele tinha algum tipo
de relacionamento com a minha mãe,” sussurrei. "E eu não tive a chance
de falar com qualquer um deles sobre isso. Embora eu acho que posso
agora. Dallas não vai manter sua boca fechada sobre nós dois. Minha mãe
e meu pai vão saber, pela manhã, tenho certeza.”

A boca de Ruthie caiu aberta.

"Então você acha que eles estavam tipo... o que... transando? Ele não
parece do tipo que trai.” Eu abstive-me de dizer que ele era desse tipo, que
ele tinha feito isso no passado.

Em seguida, ela pensaria que eu era louca por ainda estar com ele.
Ruthie odiava trapaceiros.

Seu marido, agora falecido, tinha sido um trapaceiro e ela tinha um


aborrecimento irracional com eles.

Ela estimulou o desejo do marido de espancá-la pelo simples fato de


que o confrontou sobre sua traição.

Então eu decidi me afastar desse tópico.

"Eu não sei,” respondi honestamente. "Tenho que falar com ele sobre
isso. Não houve tempo para perguntar. E eu não quero perguntar para a
minha mãe, porque isso é estranho. E se eles tiveram algum tipo de
relação?”

Ela deu de ombros.

Mas antes que ela pudesse dizer qualquer outra coisa a mais, um
pigarro masculino me fez olhar para cima.
Para Isaac.

Oh, eba!

"Sim?” Perguntei com uma sobrancelha levantada.

"Eu pensei em verificar, para ver como você está indo,” disse, os olhos
sorrindo para mim. Pisquei.

"Como eu estou indo?" Perguntei, confirmando o que ele tinha dito.


Ele assentiu.

"Sim, sinto muito, não cheguei a ver você. Eu não tive muita escolha,”
disse, apontando com o dedo para a mulher atrás dele.

Ruthie bufou em sua bebida antes de tomar outro gole, tentando


corajosamente não entrar no meio do que ela sabia que estava prestes a
se tornar uma grande briga.

"Bem, Isaac, acho que eu estou indo muito bem, considerando tudo,”
disse suavemente.

Ele piscou.

"Considerando o que?" Ele perguntou. Foi a minha vez de piscar


novamente.

"Você é realmente tão estúpido, Isaac?” Perguntei lentamente.

Ele franziu a testa. "Do que você está falando? Eu não fiz nada para
você.”

"Deixe-me começar desde o início, então," disse, levantando um dedo.


"Você me forçou a ir a uma festa a oito anos atrás que eu não queria ir, e,
como resultado, eu matei quatro pessoas.” Levantei um segundo dedo.
"Então você me enrola por oito anos, me dizendo que vai esperar por mim
quando eu sair. No entanto, no dia que saio você não aparece, e minha
melhor amiga me diz que você vai se casar com a mulher que você
engravidou.”

Seus olhos se estreitaram. "Um cara tem necessidades, Sawyer.”

Eu ri sem humor.
"Ah, sim, um cara tem necessidades. Claro, eu entendo. Que tal você
ir e ficar com a garota que satisfez as suas necessidades, e me deixar comer
o meu hambúrguer em paz, hmm?” Perguntei maliciosamente.

Seus olhos se estreitaram. "Eu não sei por que você está sendo uma
vadia.”

Paciência nunca foi o forte de Ruthie, e eu estava esperando ela fazer


seu movimento; mas interceptei antes.

"Ahh," repreendi Ruthie, pegando a minha xícara de café das suas


mãos e colocando-a de volta na mesa. "Não vale a pena. E cansei dele de
qualquer maneira.” Ruthie virou os olhos irritados para mim.

"Bem, ele definitivamente não vale a pena,” ela assobiou. "Saia


agora.”

Isaac deu a nós duas mais um longo olhar, antes de se virar e


caminhar de volta para a mulher que estava atirando punhais para mim.
Acenei para ela, divertida antes que ela pensasse que poderia me
intimidar.

Seria preciso muito mais do que um olhar, cadela, para que isso
acontecesse, pensei sem ânimo. Tenho faixa preta em tática de pátio da
prisão. Eu poderia tê-la no chão antes que tivesse a chance de levantar o
dedo que estava apontando para mim.

"Isso foi divertido," Ruthie disse enquanto a garçonete colocava um


milk-shake de chocolate na frente dela.

Ruthie lançou-se sobre ele como um cão faminto.

"Deus,” ela respirou. "Eu esqueci o quão grande essa merda era..” Eu
poderia totalmente entender.

Você apenas começava a apreciar mais as coisas simples da vida após


ser privada delas por qualquer período de tempo.

Por exemplo, ir ao banheiro ou tomar uma ducha.

Não se passou um dia no último mês que eu não fizesse uma oração
silenciosa de agradecimento sobre o fato de que eu agora tinha uma porta
que poderia fechar enquanto estava usando o banheiro.
Você nunca poderia realmente compreender a humilhação de ter que
fazer o número dois na frente de um guarda, a menos que você não tivesse
escolha.

Ruthie e eu tínhamos feito a merda de quase tudo em frente uma da


outra.

Não havia nada que ela pudesse fazer agora que iria me chocar ou
me surpreender.

"Sua Bristol não parecia muito feliz comigo," Ruthie disse uma vez
que tinha tomado quase metade do shake de chocolate.

Eu tinha notado isso também.

"Eu acho que ela está um pouco ciumenta,” disse a ela. "É como se
ela não achasse que eu faria algum amigo ou que algo iria mudar desde o
dia em que entrei lá. Ela retornou exatamente de onde havíamos parado
para o dia em que fui liberada como se nem um único dia não tivesse se
passado. É quase como se ela estivesse com medo de abordar o tema.”

"Ela ainda se culpa" Ruthie finalmente disse, terminando o último


gole do seu shake.

Como ela foi capaz de engolir algo assim, tão espesso e frio, em menos
de três minutos, eu não sabia.

Mas com certeza foi divertido vê-la fazer isso.

"Eu acho que sim e que não. Acho que ela se sente culpada por viver
sua vida quando eu não podia viver a minha. Ela também fica preocupada
que eu fique chateada com o fato que ela e meu irmão se casaram,” disse
a ela.

"Tem certeza que ela não vai se importar se eu ficar com você?"
Perguntou, preocupada.

Eu balancei minha cabeça.

"Não, ela não vai se importar. Então, aquele lugar onde eles estão
vivendo é tecnicamente meu. Algo que Bristol me informou quando me
pegou,” expliquei, trazendo o meu copo de água até meus lábios.

"Eu não quero saber se você não está servindo mais a porra do café
da manhã. Se você não me der alguns dos seus biscoitos, eu literalmente
vou ter uma esposa extremamente grávida irritada. Sério, dois já está bom.
Por favor!" A voz irritada de um homem implorando nos chamou a atenção.

"Não temos mais nada. Sinto muito, senhor,” a senhora atrás do


balcão disse, sem soar com um mínimo de pena.

Ruthie e eu olhamos para cima para encontrar um homem de cabelo


escuro com os olhos ainda mais escuros olhando para a garçonete com
uma careta no rosto.

"Pegamos os últimos,” disse Ruthie, apontando para os biscoitos que


tinham acabado de ser entregues.

Olhei para os pedaços suculentos, e meu estômago roncou.

Nós tínhamos chegado para o café da manhã cerca de dez minutos


antes deles pararem de servir, e nós nunca tínhamos experimentado
qualquer um, portanto, ainda tínhamos que prová-los.

Mas vendo o olhar suplicante nos olhos do homem, eu estava na


mesa e fiz meu caminho para ele com os biscoitos em minhas mãos.

A verdadeira razão de eu ter pensado em lhe dar os biscoitos foi o


colete de couro, ou o que Silas gostava de chamar de 'cut', em suas costas.

Ele era um Dixie Warden e o nome em seu colete denominava-o como


‘Cleo’.

Eu vagamente o reconheci como alguém que tinha visto na sede do


clube onde Silas tinha me arrastado na semana passada, e sabia o que eu
tinha que fazer.

"Com licença,” disse.

Os olhos escuros do homem viraram para mim e, em seguida, caíram


para os biscoitos na minha mão.

"Você pode ficar com eles.”

Seus olhos se estreitaram.

"Por quê?"

Eu mal contive a vontade de bufar.

"Porque você está usando isso,” disse, apontando para o colete, mas
não o tocando. Eu tinha aprendido sobre isso, também.
Aparentemente, os ‘cut’ dos irmãos eram sagrados.

Ninguém deveria tocá-los, a menos que estivessem intimamente


envolvidos com o homem que o usava, tal como outro significado ou uma
“Old Lady,” como Silas tinha chamado.

"Qual é seu nome?" Ele perguntou, estreitando os olhos.

Eu sorri.

"Sawyer Berry.”

Reconhecimento queimou em seus olhos. "Você é do Silas.”

Eu levantei minha cabeça. "Como você sabe disso?"

Ele sorriu. "Toda a porra da cidade sabe. Quando Silas quer que algo
seja conhecido, ele faz com que seja conhecido. Além disso, eu vi você na
sede do clube na semana passada. Obrigado pelos biscoitos.”

Então ele pegou os biscoitos da minha mão, e eu fiquei ali parada


atordoada.

Tinha se passado apenas algumas horas desde que o meu irmão


tinha descoberto sobre nós.

Agora, supostamente, a cidade inteira sabia? Puta merda!


"Tem certeza de que eu deveria estar aqui?" Sawyer sussurrou
preocupada. Eu lhe dei um olhar.

"Por que você não deveria estar aqui?” Perguntei, o riso evidente na
minha voz.

Eu a estava levando para uma festa do clube pela primeira vez, e ela
estava nervosa. Tão nervosa que tinha um aperto de morte na minha mão.

Parei um pouco antes de chegarmos na porta, puxando-a para a


esquerda, e prendendo-a contra a parede ao lado da porta com o meu
corpo.

"Qual é o problema, querida?” Perguntei, enfiando uma mecha do seu


cabelo atrás da sua orelha.

"E se todos eles souberem sobre mim... o que eu fiz?" Ela sussurrou,
com os olhos assombrados.

Coloquei minha mão contra sua pele suave, esfregando a maçã da


sua bochecha com o polegar.

"Então o quê se eles souberem? Você acha que eles são todos santos,
que ninguém lá nunca fez nada de errado?” Perguntei a ela.

Ela fechou os olhos e uma lágrima escorreu pelo canto do olho.

"Eu só quero que eles gostem de mim,” explicou.


Eu balancei a cabeça. "E eles vão. É difícil não gostar de você,
querida. Você é uma boa pessoa; não deixe ninguém lhe dizer o contrário.”

Ela colou o rosto no meu peito, e eu ri.

"Vamos," eu disse, levantando o rosto do meu peito e colocando-a de


pé novamente. "Vamos para dentro para que você possa encontrar a minha
família.”

Ela assentiu, reorganizando suas emoções, e inclinou a cabeça para


trás. Queixo para cima, ombros eretos, andou comigo para dentro do clube
e engasgou.

"Uau, isso é como um teatro coberto," sussurrou. "É isso que você
queria?"

Olhei em volta da sede do clube.

Era um armazém decorado com uma tonelada de poltronas


reclináveis, sofás e cadeiras espaçadas esporadicamente ao redor da sala.

Havia um bar na parte de trás da sala e, um pouco além do bar, ficava


uma enorme quantidade de quartos que os membros do clube poderiam
usar, assim como meu escritório e o de Sebastian.

"Não a princípio, não. Mas cada membro tem sua própria cadeira ou
sofá, e à medida que crescemos em tamanho, a sala apenas continuou
acolhendo mais e mais cadeiras até que isso se tornou tudo o que está
aqui agora. A grande tela na frente veio da necessidade,” expliquei.
"Principalmente porque Dixie quebrou a última quando estava tentando
jogar o Wii.”

Ela olhou para mim, em seguida, um sorriso apareceu no canto dos


lábios.

"Qual deles é o Dixie?" Perguntou.

Olhei em volta até que finalmente avistei Dixie sentado no canto do


bar conversando com Trance.

"Ele está ali,” eu disse, apontando na sua direção.

Ela seguiu meu dedo e sorriu.

"Ele se parece com Papai Noel,” sussurrou.


"Foi isso que eu pensei, também da primeira vez que o vi!” Uma voz
de mulher invadiu nossa conversa, atrás de nós.

Virei para me encontrar olhando para uma mulher loira vestida com
uma camiseta e calça jeans de paramédico.

Ela usava um colete de couro, muito parecido com os que eram


usados pelos homens, mas o dela tinha um patch denominando-a de
Propriedade de Shiva.

Que diabos?

"Você sabe quem é o Papai Noel?” Perguntei, com um sorriso na


minha voz.

Ela piscou. "Seu verdadeiro nome é Dixie Normus.”

"Como em seu ‘pau enorme’14?" Confirmei.

A mulher sorriu. "O primeiro e único. Meu nome é Baylee.”

Eu apertei a mão dela quando Silas disse: "Esta é a esposa de


Sebastian.”

"Ahh,” assenti, soltando sua mão. "Ouvi muito sobre você.”

"Apenas coisas boas, espero. Silas, se importa se eu roubá-la?"


Perguntou Baylee.

Silas deu de ombros e olhou para mim. "Você não tem que ir se não
quiser. Embora elas vão falar sobre você pelas costas se não for.”

14 Trocadilho do autor: Dixie Normous x Dick’s enourmous – mas com a tradução não se percebe o trocadilho…
Pisquei. "Eu, hum... Bem, acho que se você coloca dessa forma...”

Baylee bufou e pegou minha mão, envolvendo o seu braço na dobra


do meu, e desviando com um leve aceno por cima do ombro para Silas.

"Tome conta da minha menina, Baylee," Silas retumbou.

Joguei um sorriso, enquanto corava, por cima do meu ombro para


ele, e ele piscou.

Uma sacudida de desejo correu pela minha espinha, mas foi logo
esquecida quando me virei para ver Baylee levando-me a uma mesa de
mulheres na qual estavam todas olhando para mim com expectativa.

"Senhoras,” Baylee anunciou em voz alta. "Eu gostaria de apresentá-


las à domadora do urso, Srta. Sawyer Berry.” Houve um bando de 'ooooh’
e de ‘ahhh enquanto todas me observavam.

"Então você é a pessoa que deixou Silas em um humor tão bom


ultimamente... Eu nunca o vi desta forma,” uma mulher com um longo
cabelo preto e tatuagens disse descaradamente.

Corei quando suas palavras me atingiram. "Sim, acredito que seja


eu.”

Havia uma mulher, que parecia ser gêmea da mulher tatuada, que
falou em seguida. "Meu nome é Viddy, e esta é minha irmã gêmea, Adeline.
Ela é casada com Kettle, aquele com o moicano. Sou casada com Trance.”

Ela teria continuado, mas eu a interrompi dizendo "Aquele com os


cães!"

A mesa riu coletivamente.

"Eu ia dizer o gostoso com os olhos diferentes,” Viddy riu. "Mas aquele
com os cães é provavelmente melhor.”

"Da esquerda para a direita,” disse Baylee. "Esta é Tru, Rue,


Channing, Adeline e Viddy.” Eu acenei para todas.

"Prazer em conhecê-las,” disse, pegando um assento quando Baylee


puxou um para mim.

"Então o que você faz, Sawyer?" Perguntou aquela que Baylee tinha
apresentado a mim como Tru.
Eu sorri. "Eu trabalho na Clínica Veterinária Deguzman e
Associados. Eu sou uma técnica lá.”

"Ei, é onde nós levamos nossos cães!" Exclamou Viddy.

Balancei a cabeça. "Foi assim que eu soube que você era daquele com
os cães.”

Ela riu. "Bem, isso com certeza faz um enorme sentido.”

"Onde você conheceu Silas?" Aquela chamada Rue perguntou.

Eu virei para ela e disse: "Eu o conheci no Halligans and Handcuffs.”

E assim a noite começou. Elas fizeram perguntas e eu lhes respondi.


Eu não bebi como a maioria delas fez, no entanto.

Meus olhos estavam assimilando tudo ao meu redor, querendo saber


qual era a grande coisa sobre uma 'festa de motoqueiros’ quando
finalmente disse: "Eu pensei que as festas de motoqueiros deveriam
supostamente ser selvagens e fora de controle.”

Adeline bufou. "Provavelmente era assim três anos antes de Baylee


entrar no clube. Agora é tudo sobre a família e os amigos. Eles não ficam
muito selvagens a menos que as outras divisões apareçam.”

"Outras divisões?” Perguntei, tomando um pequeno gole da minha


Dr. Pepper.

Baylee foi quem respondeu.

"O Clube tem diferentes 'divisões',” disse, formando os dedos em


aspas no ar. "Eles são todos membros do mesmo clube, os Dixie Wardens,
com sede em diferentes estados. Todas as divisões têm o mesmo nome, no
entanto. Todos eles vêm uma ou duas vezes por ano para as grandes
festas. Este ano é a nossa vez de sermos os anfitriões, também. No ano
passado, foi a vez da divisão do Alabama, então todos nós fomos para lá
por uma semana.”

Eu balancei a cabeça em entendimento. "Isso é legal. Tipo como uma


grande família.”

Todos elas concordaram com a cabeça. "Sim, essas festas ficam muito
selvagens apenas por causa do grande número de pessoas aqui.”
"Por isso,” Viddy disse, "E pelo fato de que eles não têm os mesmos
limites que os nossos caras têm. Nossa divisão é composta de homens que
são todos funcionários públicos de algum tipo, o que significa que eles
geralmente não fazem nada, obviamente, ilegal, a menos que as coisas
fiquem realmente fora de controle e seja inevitável. Na maioria das vezes,
porém, Silas é muito bom em manter todos os nossos meninos sob
controle.”

Minhas sobrancelhas subiram. "Silas nunca perdeu o controle.”


Todas riram.

"Acho que nenhuma de nós jamais o viu ter mais que duas cervejas,
no máximo. Ele não grita. Amaldiçoa. Briga. Perde a postura. Ele é um
homem completamente bom que só quer que o seu clube se divirta,
enquanto mantém sua merda junta, como fazem,” Baylee admitiu. "E ele
é tão metódico na sua maneira. Eu nunca o vi nenhuma vez vestir
qualquer outra coisa além de jeans, uma camiseta, botas e o seu colete.
Quando há uma festa na piscina em uma das nossas casas, ele está
sempre lá, vestindo a mesma coisa. Às vezes me pergunto se ele não dorme
com essas roupas.”

Foi a minha vez de rir. Eu tinha visto este homem nu.

E eu sabia que ele usava apenas jeans quando estava em casa


relaxando.

Embora tenha percebido que quando as pessoas se aproximavam, ele


sempre escorregava em suas botas e uma camiseta.

Eu nunca o tinha visto bêbado, mas o vi chegar perto.

E ele ria o tempo todo comigo. Era eu quem fazia isso com ele?

Porque, se assim for, eu meio que gostei disso. Gostei da ideia de que
fiz o mesmo com ele, que ele fez comigo.

Eu era uma mulher muito feliz, e eu queria que ele fosse feliz também.

"Então ele não é tão fechado com você?" Viddy perguntou


esperançosamente, antes de levar a margarita até seus lábios.

Balancei a cabeça. "Não. Na verdade, ele é bastante relaxado.”

"Fico feliz em ouvir que você pensa assim, querida,” a voz de Silas
disse com diversão atrás de mim.
Inclinei a cabeça para trás, ficando de cabeça baixo para poder olhar
para ele em pé sobre o encosto da minha cadeira.

Ele tinha ambas suas mãos fortes apoiadas nos lados dos meus
ombros, e estava olhando para mim com um sorriso no rosto.

"Eu só estava dizendo a verdade.” Informei a ele.

Ele piscou e se inclinou até que sua boca tocasse a minha.

"Os meninos querem sair para um passeio. Você topa?” Perguntou.

"Isso não é justo!" Rue gritou. "Eu não posso montar!"

Foi então que ela se levantou e apontou para a barriga, e eu fiquei


surpresa ao ver que ela estava escondendo uma bela e grande barriga de
grávida debaixo da mesa.

Eu nunca sequer teria percebido se ela não tivesse se levantado.

"Cleo foi buscar a caminhonete,” ele respondeu para ela.


"Aparentemente você vai ao médico amanhã cedo de qualquer maneira. E
ele disse que tinha que estar no trabalho às cinco da manhã."

Rue franziu os lábios. "Ele é um mentiroso. Ele só quer me levar para


casa. Você entende o quão difícil foi fazer com que ele me deixasse vir até
aqui?" Ela resmungou, com uma clara irritação em sua voz.

Bufei e me levantei. "Eu vou usar o banheiro,” sussurrei para ele. "E
então, sim," eu disse, pressionando meus lábios contra os dele, "Adoraria
sair para um passeio com você.”

Ele pegou a parte de trás da minha cabeça e forçou minha boca na


sua mais uma vez. "Bom.”

Fechei os olhos e deixei minha mente vagar. Meu rosto pressionado


contra o couro de colete de Silas.

Minhas mãos estavam gentilmente traçando o cós da calça jeans


onde se encontrava com a pele do seu abdômen endurecido.
Minhas coxas e virilha pressionadas firmemente a sua parte traseira.

O barulho do motor era suave, embora fosse alto.

Meus ouvidos já tinham se acostumado com o som da moto, um


contínuo rosnado embalando-me a um lugar tranquilo e feliz.

Silas se inclinou em uma curva na estrada, e meu corpo se inclinou


com o dele. Fiquei impressionada com o quão perto da estrada nos
inclinamos sobre a moto enquanto ele manobrava através da curva.

Silas manipulava sua máquina habilmente.

Era poderosa e bonita, ao mesmo tempo.

Eu amei a forma como a tensão pareceu se esvair dele conforme


avançávamos mais com a moto.

Quanto mais rodávamos, mais relaxada eu ficava porque ele ficava


mais relaxado.

Seus amigos andavam ao nosso redor, um de cada lado, dois na


frente e dois atrás.

As mulheres estavam da mesma forma que eu, embora elas


provavelmente estavam mais acostumadas à maneira como a sua bunda
ficava dormente depois de um tempo.

Na verdade, eu estava tão relaxada enquanto descíamos por mais


uma estrada que quase deixei passar.

Quase.

Aconteceu de eu olhar para Baylee, e imediatamente notar que ela


estava branca como uma folha e seus olhos estavam começando a rolar
para trás.

Dei um aperto no cabelo de Silas para chamar sua atenção, em


seguida, apontei na direção de Baylee.

A resposta de Silas foi imediata, me surpreendendo com a sua reação


rápida.

Instantaneamente, ele manobrou a moto para o lado, chegando mais


perto da moto de Sebastian.
Meu coração estava batendo no meu peito enquanto eu fazia a única
coisa que eu poderia pensar em fazer, considerando que estávamos a 80
km por hora na estrada aberta com nada ao nosso redor.

Estendi a mão e peguei ela, empurrando suas costas contra


Sebastian, em um esforço para mantê-la onde ela deveria estar. Silas
manteve sua moto constante ao lado deles, enquanto ambos diminuíam a
velocidade, permitindo-me manter um controle sobre ela, segurando-a no
lugar na parte de trás da moto de Sebastian.

Sebastian também estava tentando ao máximo mantê-la junto a ele,


enquanto controlava a moto com uma mão, e eu sabia que ela não ia
conseguir.

Ela ia cair.

Ela ia ser rasgada em pedaços pela calçada diante dos meus olhos.

Oh Deus. Por favor não.

Mas um milagre aconteceu.

De alguma forma conseguimos parar.

E, pela graça de Deus, ela ficou no lugar na parte de trás da moto de


Sebastian.

Uma vez que a moto finalmente chegou a uma total parada, soltei um
suspiro como se eu tivesse acabado de correr uma maratona de 80 km.

Eu estava meio fora da moto, a única coisa me segurando era o aperto


de Silas na parte de trás da minha calça jeans e meu aperto em seu colete
na base do seu pescoço.

Minhas coxas estavam gritando, embora, minha mente em total


preocupação enquanto eu rapidamente caía da moto.

Kettle me segurou, porém, parecendo vir de lugar nenhum com


Adeline direto em seus calcanhares.

Eles facilmente retiraram Baylee da moto, e foi então que vi a


quantidade de sangue que saía dela.

Eu podia ver uma ferida em seu pescoço, mas não poderia dizer o que
causou isso, o que diabos tinha acontecido com ela.
"O que está acontecendo?" Perguntei preocupada.

Os próximos trinta minutos foram um borrão.

Ambulâncias chegaram. Policiais apareceram.

Uma ambulância partiu com Sebastian e uma Baylee ainda


inconsciente.

E o policial na nossa frente ficava dizendo as palavras ‘preso’ e


‘obstrução à justiça’ uma vez que não sabíamos o que estava acontecendo.

"Sério, cara,” Silas disse finalmente. "Eu não tenho ideia do que
aconteceu. Estávamos desfrutando de um passeio, e minha mulher
praticamente rasgou a minha cabeça para me avisar que algo estava
acontecendo. Nós paramos, e ela estava assim. Ela tem uma doença,
entretanto, doença de Von Willebrand. É um distúrbio hemorrágico.
Qualquer coisa poderia ter acontecido, e seria mais grave só por causa
disso.”

Eu realmente ouvi Baylee dizer algo sobre ter essa doença hoje à
noite.

Fazia com que ela mal conseguisse funcionar durante seus períodos,
porque o fluxo de sangue vinha em uma quantidade extrema, muito mais
do que o normal.

Ela também me contou sobre o parto da sua filha, Blaise, e como ela
quase perdeu a vida porque eles não conseguiam estancar o sangramento.

"Isso é verdade, ela me contou sobre isso esta noite. Quando olhei
para ela seus olhos estavam rolando para trás em sua cabeça. Teve sorte
que vi quando isso aconteceu, ou ela teria se machucado muito pior,”
sussurrei.

A mãos de Silas apertaram a minha. "Nós realmente gostaríamos de


ir para o hospital para ver como ela está, se você não se importa.”

O oficial estreitou os olhos. "Nós manteremos contato,” disse,


fechando seu livro com um estalo e virando para sair.

"Seu puto,” Silas murmurou sob sua respiração. Apertei sua mão
com mais força.

"Seja agradável," sussurrei.


Ele bufou. "Vamos para o hospital.”

Caminhamos para as motos, onde os outros esperavam, e um dos


prospectos levou a moto de Sebastian de volta para sua casa.

E tudo que eu conseguia pensar era em quão ruim poderia ter sido.

Como ela poderia ter morrido. Como ela poderia até mesmo morrer
agora.

Eu atraio a morte? Era eu?

Perguntas que eu não poderia responder agora encheram a minha


mente. Eu as empurrei de volta para reavaliar mais tarde.

Porque, de verdade, eu tinha um sentimento doentio de que isto não


foi algo tão simples assim. Alguma coisa tinha acontecido.

Eu apenas sabia, de alguma forma, que o pior ainda estava por vir.

"Ei," disse, olhando nervosamente de Sebastian para Baylee.

Sebastian estava sentado na beira da cama de Baylee, com a mão


envolvida na sua.

"Minha heroína,” Baylee resmungou.

Eu ri. "Você está parecendo melhor.”

Sebastian levantou-se, e eu o assisti andar na minha direção. Ele não


parou na minha frente, embora.

Não, ele só parou para colocar seus braços enormes em minha volta
e me levantar do chão.

"Obrigado,” sussurrou rispidamente.

Toquei em seu braço desajeitadamente enquanto tentava respirar


com dificuldade devido ao aperto forte de Sebastian em mim.

"Está tudo bem,” sussurrei. "Ela está bem. Olha para ela.”
Sebastian me colocou de volta no chão quase me sufocando e virou-
se para admirar sua esposa, que estava assistindo ao encontro com um
sorriso no rosto.

"O que?" Ela perguntou depois de um tempo.

"Hum, eu estava apenas lhe dizendo que Silas queria uma palavra
com ele no corredor," eu disse.

Sebastian deu um aperto no meu ombro e se aproximou da sua


esposa, dando-lhe um beijo suave nos lábios.

"Eu estarei de volta em um minuto,” falou com voz rouca contra seus
lábios.

Corei e desviei os olhos, olhando para fora da janela do quarto do


hospital, enquanto esperava eles terminarem.

"Você pode olhar agora,” disse Baylee com diversão.

Olhei para cima para encontrar o quarto vazio, e a porta se fechando


suavemente atrás de mim. Corei mais uma vez.

"Desculpe," disse, jogando minha bolsa sobre a cadeira ao lado da


sua cama.

Ela sorriu e estendeu a mão. Eu a segurei.

"Obrigada,” Baylee sussurrou. "Deve ter sido uma pedra ou algo


assim. Já aconteceu antes, e eu não sabia de forma alguma que estava
sangrando na ocasião, também.”

"Puta merda,” respirei. "Eu meio que imaginava que você tinha um
mau negócio com esta doença, mas isso é uma loucura. Você teve muita
sorte, Baylee!"

Ela teve, mesmo!

Se eu não tivesse visto, ela teria caído direto da traseira da moto de


Sebastian!

"Graças a você," disse suavemente. Toquei sua mão.

"Só não me faça ter que fazer isso de novo, isso assustou a merda
fora de mim,” admiti.
"Baylee,” disse uma voz de homem, da porta. "Juro por Deus, eu não
posso mais tirar meus olhos de você sem você entrar em algum tipo de
problema.”

Eu pisquei e virei-me para o gigante loiro vestindo uma camiseta da


SWAT e calças pretas.

Meu queixo caiu.

Ele era lindo!

Tipo, inacreditavelmente lindo!

"Sawyer Berry, meu irmão, Luke ‘Cabeça de merda’ Roberts," Baylee


disse secamente.

Eu bufei, e depois cobri minha boca quando os olhos do gigante se


viraram para mim.

"Você é ela?" Ele perguntou.

"Eu sou ela quem?” Perguntei em voz alta.

"A menina que salvou a minha irmã,” Luke disse como se eu fosse
uma idiota por ter sequer perguntado.

Dei de ombros, sem dizer nada.

"Deixe-me saber se você precisar de alguma coisa e eu estarei lá. Este


pequeno troço significa o mundo para mim,” disse Luke. "Seu homem disse
que ele queria você.”

Pisquei. "Meu homem?"

Meu cérebro estava frito, porque eu deveria saber que ele quis dizer
Silas.

Eu só não tinha ouvido ninguém se referindo a ele como ‘meu homem’


antes.

"Silas... você sabe, o cara velho com a barba que usa o patch de
presidente em seu colete?" Ele brincou.

Pisquei. "Oh sim.”

Ele suspirou. "Disse que estaria esperando por você na frente.”

Assentindo, me inclinei e dei em Baylee outro abraço.


"Cuide-se,” sussurrei. "Deixe-me saber se você precisar de alguma
coisa.”

Baylee me apertou ainda mais forte e disse: "Obrigada, mais uma vez,
Sawyer.”

Eu balancei a cabeça e lhe fiz um afago na mão. "Vou enviar o


próximo visitante.”

"Diga a quem quer que seja para me trazer uma Coca-Cola!" Ela
ordenou quando cheguei na porta.

Fiz sinal com o polegar e caminhei pelo corredor até a sala de espera,
onde o resto do grupo estava acampado.

Meus olhos foram para a primeira pessoa que vi, que era Adeline.

"Ela quer que o próximo a entrar leve uma Coca-Cola,” disse a ela.

Adeline sorriu. "Vou tomar isso como minha deixa para ir lhe buscar
algo, obrigada.” Concordei, e caminhei até a porta acenando para todos
eles.

"Vejo vocês mais tarde,” disse.

As mulheres acenaram de volta, mas todos os homens se levantaram


e me abraçaram, um a um, deixando-me atordoada.

"Você é uma de nós agora,” disse Trance.

"Obrigada,” Kettle foi o próximo.

"De nada,” eu disse, corando furiosamente, mais uma vez. Tinha


certeza que eu já tinha feito isso não menos do que dez vezes esta noite,
se não mais.

"Você é uma boa garota,” aquele com a garganta cortada disse, cujo
nome me escapou.

"Obrigada,” sussurrei, recuando até minhas costas bateram contra


as portas do elevador.

"Cuide-se,” disse o último, acho que seu nome era Torren. Mas eu
aprendi muitos nomes hoje à noite, que eu não tinha certeza.

Então eu disse um vago, "Vejo vocês mais tarde,” para o grupo como
um todo e desapareci no elevador.
Quando a porta se fechou, eu dei um suspiro de alívio.

Não porque eu estava feliz em ir, mas porque estava feliz por não ter
que ouvir mais os seus agradecimentos.

Eu fiz o que qualquer um teria feito... certo?

Aparentemente, porém, este não foi o caso para os Dixie Wardens.

Hoje à noite eu ganhei o meu direito de estar ao lado de Silas, e eu


simplesmente ainda não tinha percebido isso.
Eu queria matar alguém.

De preferência, com minhas próprias mãos.

Enquanto estava sentado na escuridão ouvindo Sawyer ter ainda


outro pesadelo, eu estava dividido.

Tinha passado uma semana desde que eu tinha ido até Huntsville e
visto os guardas que tinham torturado Sawyer durante anos, serem
presos.

E eu lhe disse na noite passada que todos os quatro tinham sido


libertados sob fiança.

Em seguida, seis horas depois, enquanto dormia, ela começou a ter


pesadelos.

Eu a tinha acordado deles três vezes já, mas no momento em que


seus olhos se fechavam mais uma vez, e ela voltava a dormir, estava de
volta aos pesadelos.

Agora eram três da manhã, e nós dois teríamos que nos levantar em
menos de três horas, e fiquei me perguntando se eu deveria acordá-la de
vez.
O grito de terror que saiu da sua garganta solidificou minha decisão,
então envolvi minha mão em volta do exterior do quadril de Sawyer,
deixando minha mão passear ao longo da sua bunda.

"Sawyer," disse, balançando-a ligeiramente.

"Nããão," ela gemeu. "Por favor. Não faça isso.”

O som da sua dor rasgou através de mim como um atiçador de fogo


quente direto no intestino.

Inclinando-me para que eu pudesse pegá-la completamente em meus


braços, disse: "Sawyer, acorde!" Sawyer sacudiu acordada, tremendo
incontrolavelmente em meus braços.

"O que... o que está errado?" Perguntou com a voz trêmula.

"Diga-me você, querida,” eu disse. "Você não vai se livrar disso se você
não falar sobre isso. Diga-me o que eles fizeram com você.”

Eu podia sentir os cílios de Sawyer vibrarem no meu peito conforme


ela abria e fechava rapidamente.

Então senti a trilha reveladora de lágrimas correr pelo meu peito nu,
e a puxei para mim um pouco mais apertado.

"Diga-me,” insisti.

"Se não fosse por Ruthie, eu seria uma mulher muito diferente agora,”
ela começou.

Em vez de dizer algo, eu só passei a mão pelo seu cabelo. Acariciando-


o levemente em incentivo, pedindo a ela para continuar.

"Eu fiquei na mesma cela que Ruthie desde o primeiro dia,”


sussurrou. "Graças a Deus. Ruthie tinha chegado lá cerca de duas
semanas antes de mim, e ela já tinha sofrido nas mãos daqueles homens.
Eu realmente nunca ouvi sobre o que exatamente foi feito com ela, porque
ela não queria falar sobre isso, mas acho que eles foram muito mais longe
com ela do que foram comigo.”

Fechei minha mão que estava sustentando minha cabeça em um


punho apertado quando ela começou a falar o que eu realmente não queria
ouvir.
"A primeira vez que me encurralaram foi na área de serviço. Eu estava
encarregada de dobrar as toalhas.” Ela engoliu em seco, sua mão pequena
deslizando para cima dos meus músculos abdominais, passeando ao longo
dos cumes e vales do meu peito. "Eu estava inclinada sobre a cesta,
pegando a última toalha, quando um dos guardas veio por trás de mim e
me prendeu contra a cesta. Minhas calças estavam nos meus tornozelos
antes de eu sequer perceber o que estava acontecendo. Quando suas mãos
me tocaram lá, Ruthie se aproximou e começou a gritar, chamando a
atenção de toda a área de serviço, bem como dos guardas fora da área da
lavanderia.” Meus olhos cerraram bem fechados enquanto eu tentava
controlar minha fúria.

"A partir de então, Ruthie e eu cuidávamos uma da outra. Nunca


deixando a outra sozinha, e os guardas não eram corajosos o suficiente
para fazerem com nós duas ao mesmo tempo. Por isso, basicamente,
tínhamos que ficar uma com a outra vinte e quatro horas por dia, sete dias
por semana,” ela continuou. “Mas havia momentos em que ficávamos
separadas. Às vezes ela era designada a um trabalho diferente para o dia.
Quando comecei a trabalhar com os cães, ela não teve permissão para
fazer o mesmo. Foi quando tudo começou a acontecer novamente. Não
para mim, mas para Ruthie. Eu nem sequer percebi que algo estava
acontecendo até cerca de um mês antes de sair. E me senti como uma total
e completa canalha por não ter percebido isso antes.”

Escovei meus lábios em sua cabeça antes de dizer: "Ela estava


protegendo você e deixando-a fazer o que você ama. Você é boa com os
cães.”

Ela era mesmo.

Fiquei impressionado.

Ela poderia facilmente rivalizar com Trance com a sua capacidade


para treinar cães.

As habilidades de Trance, no entanto, estavam focadas na formação


de cães para o serviço policial.

As habilidades de Sawyer eram mais direcionadas para treiná-los


para serem cães de serviço.

Como Belly.
Belly foi treinada para encontrar pessoas nos destroços de uma
tempestade ou de uma catástrofe natural.

Sawyer era uma conhecedora de cães, totalmente natural, e eu


apostava que ela ia começar a levar a sério o treinamento de cães uma vez
que os julgamentos dos guardas fossem para os tribunais e tudo
relacionado a sua acusação fosse resolvido.

"De qualquer forma, não é realmente comigo que você deve se


preocupar. É com Ruthie. Eles apenas me tocaram. Com ela... eu não sei.
Eles fizeram mais com ela, mas não sei exatamente o que, porque ela não
vai dizer. Espero que algum dia ela consiga conversar sobre isso com
alguém.” Sawyer disse cansada.

"Eu quero que você fale com um advogado. Quero que você consiga
mais do Estado do que aqueles vinte e cinco mil que disseram que vão lhe
dar.” Eu disse de repente.

Era algo que vinha pesando em minha mente desde que li a carta que
Sawyer tinha recebido.

"Não sei. Eu realmente não quero começar algo. Eu só quero que


termine,” explicou.

Balancei minha cabeça.

"Vinte e cinco mil dólares não são suficientes. Eles lhe devem um
inferno de muito mais. O salário de um enfermeiro apenas para um ano é
pelo menos o dobro. E pelo que eu imagino, você deve obter pelo menos
cinquenta mil vezes oito anos. Mas o que acho que você deve realmente
fazer é processar o Estado por agressão. Nada disso teria acontecido se
você não tivesse sido presa em primeiro lugar. Você tem que acreditar em
seu Governo. Se eles cometeram um erro como este, eles precisam corrigi-
lo um pouco melhor do que apenas um 'oh aqui tem vinte e cinco mil
dólares. Vá comprar para você uma boa metade de um carro. Lamento
por você ficar erroneamente presa por oito anos’,” disse.

Eu poderia dizer que ela queria revirar os olhos.

Mas eu estava certo.

Se ela tivesse sido uma enfermeira durante oito anos, provavelmente


teria uma casa, um bom carro, e muito mais em seu nome do que apenas
um velho carro batido e um apartamento de garagem.
"Eu vou ligar para o advogado do clube de manhã. Enquanto isso,
que tal eu criar um pouco de distração,” disse, correndo meu queixo
barbudo para cima e para baixo na coluna da sua garganta.

Ela riu e virou o rosto, mas isso só fez seus seios pressionarem ainda
mais em mim.

"Pare,” ela riu, girando em meus braços.

Rolei até que ela estava em cima, montada em minhas coxas.

"Silas,” disse sem fôlego, inclinando-se para baixo até que seu rosto
estava alinhado com o meu.

O brilho fraco da luminária que desviava com os nossos movimentos


iluminava seu corpo escultural, o que fazia meu sangue bombear, com
meu coração batendo em antecipação.

Eu tinha colocado a luminária lá para que Sawyer pudesse fazer o


seu caminho para o banheiro à noite, sem tropeçar em qualquer dos
móveis.

Nunca em um milhão de anos tinha imaginado a visão diante de mim,


mas graças a isso, era uma visão que eu não estaria tão logo esquecendo.

Meu pau, agora duro, tenso por trás da minha cueca, pulsava em
sincronia com o bate-bate-pulsante do meu coração acelerado.

"O quê?" Respondi, me levantando para me esfregar contra ela.

Ela apertou seus lábios suavemente contra os meus, então os puxou


de volta o suficiente para dizer: "Faça amor comigo,” e logo os pressionou
novamente contra o meus, envolvendo sua língua com a minha.

Se uma mulher tivesse dito isso para mim há um mês e meio atrás,
eu teria recusado.

Mas, nesse momento, com a mulher que eu considerava minha, não


hesitei. Nem um pouco.

Passando minhas mãos por seus lados, peguei as pontas da minha


camiseta que ela pegou para dormir, e rapidamente puxei-a para cima
sobre a sua cabeça.

Ela separou sua boca da minha, encolhendo os ombros, fazendo com


que os seios pendurassem para baixo sobre o meu rosto.
"Você está tentando me sufocar com essas coisas?" Perguntei,
brincando quando larguei a camiseta e imediatamente me atraquei com
ambos os seios.

Belisquei e brinquei com seus mamilos enquanto alcançava a mesa


de cabeceira, tirando um preservativo e rasgando-o.

Colocando minha palma da mão em sua barriga, a empurrei para trás


ligeiramente até que caiu de costas na cama.

Eu a segui enquanto abaixava uma parte da minha cueca, permitindo


que meu pau se soltasse. Aterrei meu comprimento nu dentro da umidade
da sua buceta, desejando como o inferno que pudesse simplesmente
deslizar dentro dela sem uma barreira de uma vez por todas.

Infelizmente, uma vez que ela não fazia controle de natalidade pelo
que eu sabia, escorreguei a camisinha incômoda para baixo ao longo do
comprimento do meu eixo e alinhei a cabeça do meu pau revestido de
preservativo na entrada da sua buceta.

Lentamente, enfiei para dentro, a preenchendo até que ela engasgou.

"Silas,” exclamou.

Inclinei-me para permitir que os cabelos do meu peito roçassem nos


seus mamilos inchados, socando meu pau em seu núcleo e saboreando o
seu aperto.

Ela tinha a buceta mais apertada que já tive, e eu não poderia


conseguir o suficiente dela.

Descendo, juntei os dois joelhos em minhas mãos e os pressionei


sobre os seus ombros enquanto lentamente comecei a bombear dentro e
fora dela.

Esta posição me permitiu chegar profundamente dentro dela,


exatamente onde eu gostava de estar.

Meus quadris bombeavam para frente e para trás dentro conforme


sua umidade facilitava meu caminho. A cabeça do meu pau estava batendo
contra o colo do seu útero a cada mergulho.

"Você é tão gostosa,” disse asperamente contra seus lábios.

Ela suspirou, e sua pequena língua quente lambeu a costura dos


meus lábios, fazendo os meus quadris sacudirem.
Ela engasgou com a profundidade das estocadas e apertou minha
bunda com as duas mãos enquanto me pedia para ir mais rápido.

Eu forcei mais conforme socava meu comprimento, cada vez mais


duro.

Meus quadris bateram contra seu traseiro com golpes duros, fazendo
aquele som distinto de socar-socar-socar com nossos corpos colidindo.

Minhas bolas bateram contra a sua bunda com cada impulso, e


quando senti a mão mover para baixo para encontrar sua umidade antes
de se arrastar até seu clitóris, eu sabia que estava lutando uma batalha
perdida.

Meus olhos espremeram bem fechados enquanto eu usava cada


grama da minha força para segurar o meu orgasmo iminente.

Quando seu orgasmo finalmente chegou, eu estava ofegante.

Meus olhos cruzaram com a sua buceta contraindo no meu pau com
o início do seu orgasmo, e gemi de alívio quando eu finalmente gozei.

Impulsos duros e quentes do meu sêmen encheram a ponta do


preservativo.

Eu desejava como o inferno que estivesse gozando dentro dela, mas


isto teria que ficar para outro dia.

"Jesus," Sawyer respirou longos momentos depois. "Eu prefiro isso


do que ter pesadelos.”

Eu ri. "Vou me lembrar disso.”

Puxando para fora do seu calor apertado, tirei cuidadosamente o


preservativo do meu pau e o amarrei com um nó antes de colocá-lo na lata
de lixo ao lado da cama.

Então a puxei em meus braços e rolei até que ela estava deitada
diretamente em cima de mim.

"Vá dormir, querida," pedi.

Ela sorriu e rolou a cabeça para beijar meu peito, logo acima do meu
mamilo.
"Tudo bem, Silas," concordou, estabelecendo-se um pouco perto de
mim.

Meus olhos se fecharam, e eu finalmente soltei um suspiro que não


sabia que estava segurando, no momento em que as palavras saíram da
sua boca.

"Eu amo você, Silas.”

Ela já estava dormindo na próxima respiração, então não ouviu a


minha resposta.

"Eu também te amo, querida.”

"Que lugar é esse?" Perguntou.

Eu levantei minha perna da moto e estendi minha mão para ela, que
a pegou quase que imediatamente.

"Life Flight15,” eu disse. "É meu.”

"Você... você é o dono disso?" Ela perguntou, olhando com admiração


para o enorme helicóptero que estava estacionado no gramado da frente,
ocupando o heliporto e a maioria do lote.

"Sim, eu mesmo. Eu o comprei há cerca de um ano ou mais,” disse a


ela, abrindo o caminho para a porta da frente.

Era muito parecido com uma estação de bombeiros.

"A empresa de Life Flight emprega dez pessoas. Quatro médicos de


voo, quatro enfermeiras de voo e dois despachantes de escritório. Cada
médico trabalha com uma enfermeira, por isso há sempre um de cada em
todos os voos. Os despachantes trabalham em turnos opostos, e nós
usamos um serviço de atendimento especializado em procedimentos
médicos ambulatoriais para cobrir os telefones durante o horário não

15 Life Flight: termo em ingles para: transporte aéreo de saúde.


comercial,” expliquei enquanto fizemos o nosso caminho dentro do cômodo
principal.

Não fiquei surpreso de encontrar Cleo chutando o sofá, e seu


parceiro, na cadeira mais próxima.

Havia um monte de tempo inativo sendo um médico de voo.

Embora fosse inevitável que quando ficava ocupado, você era atingido
com uma tonelada de merda de uma vez só. Nossas chamadas
normalmente vinham em sucessão, uma seguida da outra.

"Garota dos biscoitos!" Cleo gritou, surpreendendo a merda amorosa


fora de mim.

Pisquei e então me virei para Sawyer com sobrancelhas levantadas.

"Por que diabos ele está te chamando disso?" Perguntei.

Sawyer sorriu. "Eu dei a ele os meus biscoitos para sua esposa um
dia desses, quando ele entrou na lanchonete. Eles tinham acabado de
parar de servir o café da manhã, e nós tínhamos pegado o último lote.”

Eu balancei a cabeça em entendimento.

O Pub Diner era um lugar de muitos acontecimentos durante as horas


do café da manhã.

Na maioria das vezes, a fila já estava fora da porta apenas para entrar
e tomar o café da manhã.

Cleo teve sorte que Sawyer estava disposta a desistir desses biscoitos.

Se eu pessoalmente os tivesse, com certeza não teria feito isso.

"Sim, graças a ela, a minha mulher não tentou me matar naquele dia.
Sawyer é uma heroína no meu livro,” Cleo disse enfaticamente.

Revirando os olhos, peguei a mão de Sawyer e a levei para o meu


escritório, fechando a porta atrás de nós.

Eu nem sequer notei os olhos arregalados de Sawyer até que ela


perguntou: "Você não sabe como arquivar documentos?"

Olhei para minha mesa e para as montanhas de papel acumulando


poeira em todas as superfícies disponíveis.
"Eu faço o meu melhor, mas preciso seriamente de uma secretária,"
disse a ela, caindo na minha cadeira e apertando o botão de energia no
meu computador. "Por que você não faz alguma coisa útil?"

Ela riu, o que era a minha intenção.

Ela não tinha sido a mesma desde a noite passada, e foi por isso que
eu a mantive comigo hoje.

Hoje era domingo, então o escritório de Zack estava fechado, e ela


estava de folga.

O que significava que ela teria ficado em casa durante todo o dia
pensando sobre coisas que não poderia mudar, e era por isso que estava
aqui comigo ao invés de ficar em casa sozinha.

"Eu acho que eu poderia tentar ajudá-lo,” disse quando veio por trás
de mim, enfiando os braços em volta do meu pescoço.

Acariciei a sua mão. "Tenho que terminar esta relação da folha de


pagamento, então podemos batizar outro escritório,” provoquei.

Ela bufou e apertou seus lábios contra o meu pescoço.

"Deixe-me saber quando pudermos chegar a isso,” sussurrou.

Virei o rosto na direção dela enquanto guiava seus lábios nos meus
com minha mão em seu rabo de cavalo.

"Seja boa, e eu vou ver o que posso fazer,” disse a ela.

Ela riu contra os meus lábios, e gostei bastante desse som.

"Eu posso fazer isso,” sussurrou. "Eu posso ser muito, muito
boazinha.”

Sim, ela definitivamente podia.

Dentro de uma hora e meia enquanto eu estava trabalhando, ela


arquivou não apenas uma das minhas pilhas de papelada, mas todas elas.
Ela até começou a limpar o meu escritório quando terminou.

E sim, nós batizamos o escritório.

Duas vezes.
O dia seguinte amanheceu chuvoso, mais uma vez.

Eu poderia realmente sair em busca da luz do sol exatamente agora.

As nuvens e a chuva faziam par com as cortinas das janelas de Silas


me lembrando muito sobre estar enjaulada... e o péssimo comportamento
de Silas não estava ajudando o meu humor.

"Ei,” disse Silas, interrompendo meus pensamentos. "Você acha que


pode fazer uma coisa para mim?"

Pisquei. "Claro, o quê?" Ele me entregou uma carta.

"Eu tenho um irmão na Marinha. Ele está implantado agora. Você


acha que pode pegar estas coisas, e alguns extras, para que possamos
enviar um pacote para ele?" Perguntou.

Balancei a cabeça. "Certo. Eu estava indo na Target de qualquer


maneira.”

Eu, claro, o ouvi falando sobre o homem na Marinha.

Sterling, acho que ele disse esse nome.

Ele era um SEAL pelo que eu tinha ouvido através de conversas


corriqueiras.

"O que mais eu deveria pegar para ele?" Perguntei. "E você quer que
já adiante e envie tudo hoje?" Ele olhou distraidamente de algo que estava
lendo.
Parecia um arquivo de caso ou algo assim, mas eu tinha aprendido a
não me meter nos seus assuntos.

Da última vez que olhei para uma das suas pastas de papel marrom,
tinha visto o massacre horrível de um adolescente que foi cortado com....
alguma.

Não queria saber o que havia nesses arquivos, e me resignei a nem


sequer pensar sobre eles.

Eu ainda não tinha certeza exatamente do que ele fazia para viver.

Sabia que ele era um agente da CIA de alguma maneira, mas ele
realmente não chegava a ir a qualquer lugar além do quartel de bombeiros,
da sede do clube dos Dixie Wardens, do Halligans e Handcuffs e do
escritório da Life Flight.

"Envie alguns doces que não derretam,” sugeriu.

"Silas?" Perguntei.

Ele olhou para cima. "Sim?"

Seus belos olhos azuis eram intoxicantes.

"O que é que você faz para viver?" Eu finalmente perguntei.

Ele sorriu. "Eu sou um analista criminal. Sou um freelance, o que


significa que faço isso sozinho, e sou pago como um subcontratado pelas
minhas opiniões e análises especializadas. Eu normalmente recebo os
meus casos da CIA e do FBI. Eu olho para as tendências de atividade
criminosa em todo o país, e eu rastreio usando o programa de software
que desenvolvi. É uma fonte central de informações criminais para todos
os ramos de aplicação da lei. Posso controlar os detalhes de crimes, de
modo que quando um outro crime semelhante ocorre, podemos determinar
se as semelhanças são apenas coincidências ou se o crime está realmente
relacionado com outros crimes. Isso é útil para os investigadores decidir
se um crime é obra de um criminoso em série, um imitador ou uma
coincidência não relacionada.

Minha boca abriu, e eu não podia fazer nada, apenas olhar para ele.

"Você está me zoando.”

Ele balançou sua cabeça. "Não. O que você pensava que eu fazia?"
"Não sei. Eu não sabia que você fazia algo tão específico. Mas você
sempre tem estas pastas,” disse, indicando a pasta de arquivo com um
dedo. “Acho que apenas pensei que você ainda meio que estava na CIA,
mas simplesmente não recebia chamadas.”

Ele sorriu. "Tudo o que tinha que fazer era perguntar.”

Revirei os olhos. "Vou me lembrar disso na próxima vez.”

Andando até ele depois de pegar minha bolsa, pressionei meus lábios
contra os dele.

"Eu tenho que ir ver os meus pais depois do trabalho hoje. Vi minha
mãe sair esta manhã, quando fui pegar o jornal. Ela está chateada, e é
melhor resolver isso antes que fique muito mais complicado.” Ele piscou e
pressionou seus lábios contra os meus novamente.

"Você sabe que sua mãe e eu... nós nunca tivemos nada. Eram
apenas duas pessoas solitárias que passavam o tempo um com o outro,”
ele me disse, segurando sua mão grande na parte de trás da minha cabeça
para que eu não pudesse recuar.

Pisquei. "Na verdade, não, eu não sabia disso. Mas ficava pensando
nisso, no entanto.”

Ele balançou a cabeça, e um sorriso marcou o canto da boca. "Lá vem


você de novo. Querida, tudo que tem que fazer é me perguntar o que for
que você queira saber.”

Dei de ombros. "Oops.”

Colocando um outro beijo na minha boca, ele me deu um tapa na


bunda e disse: "Vá logo, antes que você se atrase,” olhei para o meu relógio.

Merda.

Eu iria me atrasar se não fosse agora.

"Está bem, vou ligar na hora do almoço para ver se você quer alguma
coisa,” disse.

Com um último beijo nos lábios, saí pela porta da frente da casa de
Silas.

Estava usando a caminhonete de Silas porque ele odiava meu carro,


então ignorei o meu e fui direto para a sua Dodge Ram preta.
Não que eu estivesse reclamando. Eu amava esse carro.

E amava que ele quisesse a minha segurança, e era por isso que eu
não tinha dirigido o meu carro em bem mais de uma semana.

Inferno, todas as minhas coisas já estavam na sua caminhonete.

Você sabe, essas pequenas coisas que todo mundo deixa em seus
veículos?

Carregador de telefone. Protetor labial.

Absorvente interno.

Eu olhei no meu retrovisor para ver a silhueta familiar de uma moto


atrás de mim.

Isso não era novidade.

Eles estavam me seguindo por um tempo agora, cortesia de Silas.

Ele pensava que Shovel tentaria vir atrás mim, e quem era eu para
discutir? Eu não conhecia o homem, então tinha que confiar que Silas
sabia o que estava falando.

E lidar com o fato de que um homem me seguia por toda parte que
eu ia 24 horas/7 dias.

Voltando os olhos para a estrada, entrei com a besta enorme no


estacionamento da Target e parei nos fundos.

Eu não estava acostumada a estacionar esse garotão ainda.

Meu telefone tocou enquanto eu deslizava para fora do carro, caindo


em pé levemente.

"Alo?" Respondi, pressionando o botão de bloqueio na chave quando


comecei a andar para a frente do edifício.

"Ei, eu vou atrasar para o almoço. Tenho uma entrevista de emprego,”


Ruthie disse entusiasmada.

Gritei. "Que legal! Onde?"

"Halligans and Handcuffs,” ela respondeu. "Eu tenho certeza que é


um emprego de consolo dado a mim pelo seu homem, mas vou apenas
pegar qualquer coisa neste momento.”
Eu ri. "Confie em mim. Se Silas não achasse que você era qualificada,
você não estaria recebendo uma entrevista. Ele pode gostar de você, mas
ele gosta mais dos seus negócios.”

"Negócios?" Perguntou Ruthie.

Balancei a cabeça, parando ao lado do edifício, então não tinha


ninguém, nem seu irmão, ouvindo a minha conversa.

"Sim, aparentemente ele possui Halligans and Handcuffs, bem como


a Life Flight,” disse a ela. "Embora só descobri alguns dias atrás, quando
me levou com ele para o escritório e me obrigou a arquivar a papelada
enquanto mexia no computador.”

Ruthie riu. "Forçou você a arquivar a papelada? Tenho certeza que


ele fez isso.”

Ri. "Tudo bem, eu fiz isso de bom grado. Independentemente disso,


embora, só descobri sobre o lugar nesse dia.”

"Bem, você só o conhece há uns dois meses. O que você quer fazer,
conhecer a sua história de vida inteira nesse curto espaço de tempo?" Ela
perguntou, rindo.

Suspirei. "Eu tenho que passar na Target. Mas vou ligar para você
mais tarde hoje para contar como foi o encontro com os meus pais!"

Algo pelo qual eu não estava tão ansiosa.

De forma alguma.

"Até mais, chica. Boa sorte,” disse.

Ri quando apertei o botão de 'terminar chamada' e joguei o telefone


na minha bolsa.

Fazendo uma lista mental na minha cabeça das coisas que eu


precisava comprar, rapidamente me dirigi para a porta de entrada,
parando quando cheguei ao canto do toldo na frente.

Parei de repente por que vi meu pai, que não tinha me visto. E ele
estava com uma mulher... uma mulher que não era minha mãe.

E não saberia dizer por que eu parei e ouvi a sua conversa em vez de
dizer ‘Olá’ como eu normalmente teria feito.
Em vez disso, me movi até que eu mal podia ver as costas do meu
pai, mas podia ouvir tudo o que ele estava dizendo para a mulher bonita
de cabelos loiros na frente dele.

"Sinto muito, Judy. Eu não quis enrolar você. Nunca teria feito isso
intencionalmente. É que minha ex-mulher e eu decidimos nos dar uma
segunda chance, e eu queria isso desde que nos divorciamos há seis anos.
Eu sinto muito por magoar você,” meu pai disse, tocando a mulher em
frente a ele no braço.

Meu coração afundou.

"Se você a amava, por que você a deixou?" Esta garota Judy disse
para o meu pai.

Parei atrás da enorme coluna vermelha na parte da frente do Target


e esperei para ouvir sua resposta.

"Depois que a minha filha foi para a prisão, a minha esposa e eu


demos um tempo. E minha esposa decidiu que o tempo devia se tornar
permanente, uma vez que ela e eu tínhamos uma diferença de opinião
sobre as necessidades da nossa filha,” admitiu.

Tudo finalmente fez sentido.

Será que os meus pais iriam me contar algum dia?

Ou eu deveria continuar alegremente sem saber de nada?

Voltar para a caminhonete não foi muito difícil.

Só puxei o capuz por cima da minha cabeça, escondendo minha bolsa


na dobra do meu braço e caminhei lentamente de volta ao carro de Silas.

No momento em que eu estava lá dentro, peguei meu telefone e liguei


para Silas.

Ele foi o primeiro que pensei em conversar, e isso já não me deixava


nervosa.

Porque eu amava Silas.

Mesmo que ele escondesse coisas de mim.

"Você sabia?" Perguntei, lágrimas correndo pelo meu rosto.

"Sabia o que, querida?" Silas perguntou preocupado.


"Sobre os meus pais,” respondi.

"O que têm eles?"

"Que eles se divorciaram," chorei.

Eu poderia dizer que ele fez uma pausa no que estava fazendo. "Sim,
eu sabia.”

Meus olhos se fecharam. "Por que você não me contou? Por que eu
tenho que descobrir escutando uma conversa entre meu pai e sua ex-
namorada na frente da Target?"

Ele limpou a garganta e disse: "Porque não era a minha história para
contar. Eles são seus pais, bebê. Não cabia a mim.”

"Deus,” respirei. "Eles se divorciaram por minha causa.”

"Eles se divorciaram porque eles eram tão teimosos e queriam o


divórcio. Fale com eles. Não tenho respostas sobre o que eles estavam
pensando quando fizeram isso,” disse Silas. "Mas se você falar com eles,
então você vai conseguir as respostas que você precisa. Lamento que
descobriu desta maneira, querida.”

Oh, eu estaria recebendo respostas sim.

Muitas delas.

Meu instinto estava agitado conforme eu caminhava até a porta da


frente dos meus pais seis horas mais tarde.

Olhei ansiosamente por cima do ombro para a casa de Silas, em


seguida, acenei para o homem da moto que estava estacionada debaixo da
árvore no quintal.

Ele acenou de volta, e eu entrei na casa dos meus pais sem bater.

Encontrei minha mãe na pia da cozinha, e meu pai sentado à mesa,


lendo o jornal.
Os dois se viraram em surpresa quando me viram.

"Ei querida,” disse minha mãe. "Você está com fome?"

"Não.” Balancei a cabeça. "Eu não estou.”

Não tinha a intenção que a minha voz soasse tão desesperada, mas
não pude me segurar.

Não consegui parar de pensar sobre o fato de que meus pais tinham
se divorciado.

"O que está errado, querida?" Meu pai perguntou enquanto se


levantava.

Olhei para o meu pai quando ele atravessou a sala em minha direção.

Ele era um homem grande, corpulento, com uma barriguinha que


confirmava seu amor pela cerveja e por bolo.

Mas ele ainda era tão bonito, com o cabelo castanho e seus olhos
castanhos cor de mel.

Ele tinha um sorriso assassino que ainda era o mesmo do dia em que
se casou com a minha mãe.

"Eu... eu ouvi você hoje na Target,” disse, atenta sobre ele e sua
reação.

Ele congelou e olhou por cima do ombro para a minha mãe. Será que
ele tinha dito a ela o que aconteceu?

Essa pergunta foi respondida momentos depois, quando minha mãe


disse: "Você o viu com Judy.”

Eu assenti. "Sim.”

Ela suspirou e desligou a água, agarrando a toalha ao lado da pia e


secando as mãos enquanto ia até a mesa.

"Venha sentar,” ela disse, batendo no assento. "Parece que temos que
conversar um pouco.” Percebi que ela queria falar sobre toda a situação
com Silas também.

Ela estava me ligando desde a noite em que descobri sobre a minha


sentença de prisão ter sido em vão.
Meu irmão tinha uma boca grande e provavelmente tinha dito a
minha mãe no instante em que partimos.

"Que tal nós apenas colocarmos tudo em cima da mesa,” meu pai
disse, sem preâmbulos. "Sua mãe e eu nos divorciamos, porque não
podíamos superar o fato do quanto tínhamos falhado com você. Ela queria
continuar lutando, mas eu a obriguei a parar da única forma que eu podia,
me divorciando dela.”

"O que?" Perguntei com espanto.

Ele assentiu. "Sem ambas as nossas rendas, ela não poderia


continuar, então foi forçada a parar de lutar por uma causa perdida.”

Os olhos da minha mãe encheram de lágrimas.

A cabeça do meu pai caiu. "Nós não poderíamos pagar mais nada.”

"Eu não entendo.” Falei ainda aturdida.

"Sua mãe e eu sempre acreditamos que você era inocente das


acusações, mas não tínhamos nenhuma maneira de parar o que estava
acontecendo. Nós tínhamos usado todas as nossas poupanças de uma vida
inteira, e todo o dinheiro da nossa aposentadoria. Cada centavo que
tínhamos, nós usamos, e simplesmente não podíamos mais fazer isso. Já
era uma vida difícil antes, mas depois disso, com os honorários do
advogado, não poderíamos continuar pois iríamos afundar.” A voz do meu
pai rachou. "Você nunca vai saber como foi verdadeiramente horrível fazer
isso com você... com sua mãe. Mas nós simplesmente não podíamos mais
fazer isso.” Eu fechei os olhos.

"Sinto muito,” sussurrei com a devastação evidente na minha voz.


"Me desculpem.”

Os braços do meu pai me envolveram, quando ele disse "Não foi sua
culpa, e pelo que o seu irmão nos disse, nós realmente estávamos certos
sobre isso não ser culpa sua. Nós amamos você, menina. E cada centavo
e sofrimento valeu a pena. Só gostaria de ter deixado sua mãe se esforçar
mais para que você não tivesse que passar oito anos da sua vida lá.”

Todo esse tempo eu estava evitando-os, e eles sacrificaram tanto!

"Eu sou uma pessoa tão ruim,” sussurrei entrecortada enquanto


segurava o peito do meu pai.
Senti o corpo quente da minha mãe nas minhas costas enquanto ela
apertava seus lábios contra a minha testa. "Não é culpa sua, pão de mel.
Nós dois sabíamos que você não tinha controle sobre o que aconteceu.”

"Eu tenho sido horrível com vocês desde que voltei. Tenho estado tão
retraída em minha mente que não estava pensando sobre como estava
sendo para vocês,” sussurrei, enxugando minhas lágrimas na camisa do
meu pai.

Minha mãe passou a mão pelo meu cabelo como ela costumava fazer
quando eu estava chateada quando era criança.

"Nós entendemos, menina. Entendemos tudo. Tudo. Nós


prometemos,” explicou.

Tive um sentimento que não estávamos mais falando apenas sobre o


jeito que eu tinha tratado eles.

Eu me afastei do meu pai e me virei para minha mãe, tomando uma


respiração profunda.

"Eu o amo,” disse a ela.

Ela sorriu. "Ele é fácil de amar. Estou feliz que ele te ama também.”

"Como você sabe disso?" Perguntei espantada.

"Porque ele veio e falou com a gente sobre suas intenções,” disse meu
pai nas minhas costas.

Engoli em seco. "Ele o quê?"

Meu pai concordou. "No dia em que o seu irmão nos contou sobre
vocês dois, ele veio aqui e nos contou pessoalmente. Então nos deixou
saber como estavam andando as acusações, e como ele estava tentando
convencê-la a procurar um advogado para conseguir uma restituição
maior.” Permaneci muda, pois era tudo o que eu parecia ser capaz de fazer.

"O que estamos inteiramente de acordo. Nós acreditamos que você


deve ser recompensada por todo o dinheiro que você gastou em taxas
legais, bem como o seu financiamento da escola,” minha mãe acrescentou.

Fiz uma careta. Eu tinha esquecido sobre isso.

Mas não me surpreendia que eu ainda tivesse que pagar isso.


Maravilhoso, mais uma coisa que eu tinha que me preocupar em
pagar.

Merda.

"Tudo bem,” disse finalmente. "Vou pensar sobre isso.”

Minha mãe sorriu.

"Bom. Agora, você está pronta para comer uma torta, ou devo esperar
alguns minutos antes de cortá-la? Acabou de sair do forno,” ela sorriu,
claramente esperando me seduzir.

Realmente, não havia outra opção, então aceitei a torta.

E pensei nas maneiras em que eu poderia fazer meus pais casarem


novamente, uma vez que ficou claro que eles estavam vivendo em pecado.
O caminho para Kilgore, Texas não era longo.

O que fez o tempo não passar, no entanto, foi à maneira que Silas
estava agindo.

Eu tinha minhas mãos em volta da sua cintura, mas ele estava


parecendo mais um tronco de árvore pela forma tensa que estava
montando a moto.

Silas estava chateado comigo, porque eu insistia que seus filhos


precisavam saber sobre Shovel ser libertado da prisão.

Fazia duas semanas desde que descobri que as acusações contra


mim foram retiradas.

Meus registros estavam em processo de serem eliminados, e eu


estava em contato com o advogado do clube para me ajudar com o caso de
restituição contra o Estado, que tinha sido ideia do Silas e não minha.

Eu realmente só queria que tudo isso acabasse. Logo.

O homem responsável por tudo havia sido preso e, assim como há


oito anos, a atenção de toda a cidade estava mais uma vez sobre mim e eu
me apavorei.

Lembrou-me uma e outra vez como era a sensação de ter toda a sua
vida analisada como a oito anos atrás, quando as feridas de matar essas
quatro pessoas ainda estavam frescas.
Para não mencionar que eu finalmente o tinha irritado o suficiente
para dizer a sua família que Shovel ainda estava por perto e ainda estava
querendo acabar com ele. Ele poderia estar até mais perto do que ele
imaginava.

Ele não queria preocupar seus filhos desnecessariamente, mas


depois de muita insistência da minha parte, finalmente cedeu. Ele não
precisa estar feliz sobre isso, porém.

E, aparentemente, ele pensou que seria uma boa ideia contar a seus
filhos sobre isso no batismo da sua neta.

Andei ao lado de Silas, olhando com admiração para o edifício a


minha frente.

A igreja era enorme. Era velha e bela e tão... grande.

"Tem certeza que está tudo bem eu estar aqui?" Perguntei a Silas
nervosamente.

Silas assentiu. "Sim, acho que é hora de você conhecer todos os meus
filhos. Não vai ser fácil, então é hora de simplesmente arrancar o curativo
e fazê-lo. "

Não concordo.

Pelo que ele me disse, seus filhos eram todos da minha idade.

Eu era mais jovem do que seus dois filhos mais velhos. Sua filha
tinha a minha idade, seu aniversário era apenas dois meses após o meu.

"Qual neta está sendo batizada?" Perguntei mais uma vez. Ele me
disse mais cedo, mas não conseguia lembrar o nome dela. Todos eles
começam com um 'P.'

"Phoebe,” disse de novo, não pestanejando para o meu esquecimento.


Ele parecia quase preocupado, como se não quisesse estar aqui.

O que eu não conseguia entender era... por quê? Estes eram seus
netos, pelo amor de Cristo.

Então descobri cerca de dez minutos mais tarde, quando localizou


seu primeiro filho, Sam.

Ele era alto e construído como Silas, muito parecido com seu pai.
Ele tinha cabelo preto, no entanto, em comparação com o sal e a
pimenta de Silas.

Ele também tinha barba, mas a de Sam era um pouco mais curta do
que a do Silas.

No momento em que Sam viu Silas, seu comportamento mudou.

Não mais feliz como estava, falando com uma mulher mais velha na
frente dele, mas completamente fechado e pouco acolhedor.

Silas se aproximou de mim, e eu tinha o desejo de envolve-lo em meus


braços e pará-lo antes que ele chegasse muito perto de Sam.

Mas Silas não tinha medo, e andou até Sam sem qualquer hesitação
em seu passo.

Mas os olhos de Silas foram para a mulher quando parou em frente


a eles. "Leslie,” Silas disse, acenando com a cabeça ligeiramente. "Como
vai?"

Oh, merda!

Esta era a sua ex esposa, a mulher que eu não conseguia parar de


me comparar.

Desde a noite que ele me contou o que tinha acontecido com sua ex,
eu estava um pouco insegura.

Eu sabia que Silas se preocupava com Leslie.

Profundamente.

Ele foi perdidamente apaixonado por ela. Ainda estava?

Olhando para o rosto de Silas, eu não poderia dizer. Estava ilegível.

Ele fazia isso quando não queria que suas emoções fossem expostas.
Ele era bom nisso também, era como estar de frente a uma maldita parede.

Era difícil avaliar Silas, por vezes, por causa da sua capacidade de
desligar, literalmente, fechar cada emoção única que ele estava sentindo.

Outras pessoas mostram a sua ira com as suas palavras ou seu


comportamento.
Você não iria perceber que Silas estava mesmo louco até que ele desse
o primeiro soco.

"Silas, ” disse Leslie, acenando com a cabeça para ele. "Eu te vejo
mais tarde, filho. ”

Silas observou quando ela se afastou, e depois voltou para o seu filho
quando não podia mais vê-la.

"Sam, eu preciso falar com você por um minuto, ” Silas falou


suavemente. Seu filho, Sam, olhou para ele e falou.

"Eu não tenho tempo, ” respondeu imediatamente, nem mesmo


dando a seu pai a chance de explicar por que ele precisava falar.

Rangi os dentes com a acusação no tom do homem. Sério, quem não


tem tempo para o seu próprio pai?

Levei muito tempo para convencer Silas a vir falar com Sam.

"Não vai demorar mais que um minuto. Eu preciso de você para


reunir James e Sebastian, também, ” Silas continuou como se Sam não
tivesse dito uma palavra.

"Foda-se," o homem gritou. "Vou encontrá-lo novamente em dez. ”


Então passou por nós, nem mesmo reconhecendo-me em tudo.

"Isso foi divertido, ” disse sem humor.

Silas olhou para mim e piscou.

"Eu sei, ” ele disse. "Sente-se aqui, e eu vou estar de volta logo que
puder. ”

Sentei-me no banco na parte de trás da igreja que rapidamente


encheu e olhei para as minhas mãos em contemplação.

Eu conhecia Sebastian, é claro, ele tinha ido muitas vezes com seus
filhos e esposa para ver Silas.

Os outros dois, Shiloh e Sam, eu ainda não havia conhecido, e pelo


que tinha visto até agora, não fiquei impressionada.

Não tinham se passado nem dois minutos quando duas mulheres se


aproximaram.
Uma tinha cabelos longos e encaracolados, enquanto a outra tinha
um curto cabelo castanho.

Eu sabia quem eram instantaneamente a partir das imagens na casa


de Silas.

A esposa de Sam, Celene, e a filha de Silas, Shiloh.

Shiloh era casada com o homem loiro que eu podia ver através da
sala assistindo nós três.

"Oi, ” eu disse suavemente quando elas se sentaram. As duas


sorriram, embora, a loira mais do que a morena.

"Ei, ” disse Celene. "Como está indo? Estou feliz que você pôde vir. ”

"Ugh, obrigada. ” Falei meio sem jeito.

Vim porque Silas parecia nervoso como o inferno, e eu não quero que
ele vá a algum lugar que não seja bem-vindo.

“Nós não sabíamos que você estava vindo... ou que você estava
namorando o meu pai... até cerca de dois minutos atrás. Desnecessário
dizer que estamos um pouco surpresos. Você é muito jovem, ” disse Shiloh,
sentando e cruzando os braços, não segurando quaisquer comentários que
ela achasse necessário dizer.

Ela era uma mulher bonita, mas não me surpreendeu.

Silas não tinha filhos feios, não, sendo lindo como ele era.

E depois de ver sua ex-mulher, não era de admirar que Shiloh fosse
tão bonita.

"Farei trinta em aproximadamente uma semana, ” Informei a ela.


Trinta não era jovem. Não por muito tempo.

Shiloh levantou uma sobrancelha. "Você sabe que meu pai tem
cinquenta e quatro, certo?"

Pisquei, então assenti. "Sim, eu sei disso. ”

"E você ainda está com ele?" Shiloh falou com incredulidade.

"Hum, sim? ” Falei, uma pergunta no meu tom.


Qual era a grande coisa sobre eu ainda estar com ele? Eu o amava.
O fato de que ele tinha vinte e quatro anos a mais não mudava isso.

"Então... quais são suas intenções?" Perguntou Celene.

Olhei para ela e sorri. "Você sabe, meu pai me disse que Silas disse a
ele suas intenções ontem. Então, ter suas filhas me fazendo a mesma
pergunta apenas um dia mais tarde, é meio engraçado. ” Cheyenne sorriu
levemente.

"Sim, eu posso ver que seria. Mas você ainda não respondeu à minha
pergunta.”

Dando de ombros, disse, "Eu o amo.”

Os olhos de Shiloh estreitaram, mas, surpreendentemente, ela não


disse nada de negativo na minha admissão.

"É melhor ser boa para ele,” sussurrou.

Felizmente, Silas voltou vinte minutos mais tarde, porque eu estava


quase no fim com as duas mulheres sentadas no banco ao meu lado.

"O que aconteceu com sua barba?" Sua filha perguntou


abruptamente.

Silas sentou. Então os olhos de Shiloh se viraram para mim


acusadores. O que estava errado com a sua barba?

"Raspei,” disse, sem explicação.

Shiloh piscou. "O que quer dizer, você raspou? Você teve aquela
barba durante anos, e depois, de repente, quando você começa a sair com
ela, desaparece?" Eu pisquei.

"Humm, ele já estava assim quando eu o conheci," informei


amavelmente.

Shiloh voltou seu olhar para mim.

"Eu não perguntei para você,” resmungou.

Eu fechei minha boca e virei o rosto para o lado.

Uau. Apenas Uau. Eu nem deveria estar aqui, certo?

"Acho que vou ao banheiro," disse, levantando rapidamente.


Eu não tinha certeza quando a cerimônia deveria começar, mas
percebi que agora era a hora de ir.

Talvez se eles tivessem algum tempo sozinhos poderiam trabalhar o


que estava acontecendo entre eles.

Nem as duas mulheres, nem Silas, queixaram-se quando saí do


banco, e eu estava contente.

Jesus. Eu estava realmente começando a duvidar da minha


sanidade.

E o pobre Silas, não admira que o homem fosse solitário, sua própria
família sequer gosta dele!

O que era loucura para mim, porque ele era um homem de honra, de
um coração enorme e disposto a dar uma mão a qualquer um que
precisasse.

Balançando a cabeça, me movi intencionalmente pelo corredor da


igreja que estava enchendo rapidamente e fui direto para o banheiro.

Eu realmente não tenho que usá-lo, mas usaria.

Poderia até mesmo fazer uma caminhada em volta do terreno.


Possivelmente pegar uma carona de volta para Benton.

Certamente Silas poderia cuidar de si mesmo, certo?

Corri até o banheiro, lavei as mãos e conferi a minha maquiagem,


que parecia muito bem, mesmo depois de andar de moto por mais de uma
hora.

No momento em que voltei para a igreja a cerimônia já tinha


começado há dez minutos, então fechei a porta silenciosamente atrás de
mim e peguei um lugar na parte de trás.

Cheyenne e Sam estavam na frente, segurando uma menina de


quatro ou cinco anos entre eles.

Ela estava vestida toda de branco, e seus olhos estavam arregalados


quando olhou para o padre na sua frente.

Minha mente vagou enquanto a cerimônia continuava, e antes que


eu percebesse, todos ao meu redor estavam em pé e fizeram uma oração
final sobre Pru... ou era Piper?
Inferno, eu não sabia.

Estava tudo bem pensar "inferno" na igreja?

O Senhor sabia que não precisava de quaisquer marcas a mais na


minha alma negra.

Eu tinha quase certeza, Deus olhava para pessoas como eu.

Olhei para a enorme cruz de madeira pendurada na frente da igreja


em cima do púlpito, e pensei sobre onde minha vida tinha me levado, nos
últimos dois meses.

Eu estava com medo além da crença no dia em que fui libertada, com
medo de que ia ficar sozinha para sempre, sem-teto e sem emprego.

Agora, eu estava praticamente vivendo com um homem, o homem


que eu estava apaixonada, mas não foi formalmente dito ainda.

Estava em um trabalho que eu amava, com animais que amava ainda


mais.

E eu tinha minhas duas melhores amigas ao meu lado. Uma das


quais era casada com meu irmão gêmeo. Meus pais estavam felizes e
juntos mais uma vez.

A única coisa que estava faltando na minha vida eram os meus outros
três irmãos, e todos iriam estar em casa logo, de acordo com as cartas que
tinha recebido deles.

E então havia aquelas acusações criminais, as que foram


recentemente retiradas.

Eu sinceramente não poderia pedir mais nada.

Ah, retiro o que disse, eu queria mais. Eu queria me casar com Silas.

Eu queria filhos... crianças que eu sabia que provavelmente nunca


iriam acontecer.

Queria uma casa para chamar de minha, uma que Silas e eu


construíssemos juntos.

Queria um bom carro. Eu queria acordar todas as manhãs ao lado


do amor da minha vida.

E eu queria que Silas fosse esse homem. Eu queria tudo.


"Ei,” alguém interrompeu meus pensamentos.

Pisquei e virei para encontrar Sebastian de pé ao meu lado.

"Sim?" Perguntei.

Ele balançou a cabeça em toda a sala. "Meu pai pediu para pegar
você.”

Sorri. "Está bem. Onde é que ele me quer?"

Sebastian sorriu. "Meu palpite seria ao lado dele, de uma forma ou


de outra.”

Balançando a cabeça, andei ao lado do grande homem que era


inteiramente muito bom para olhar para seu próprio bem.

Embora, em minha opinião, ele não tinha nada do Silas.

Com os bonitos cabelos levemente grisalhos, aqueles grandes braços


volumosos, a barba cortada e aparada, aqueles lábios deliciosos, o
estômago forte, sexy, e aqueles olhos.

Ele realmente tinha uma aparência de tirar o folego, e eu ainda não


conseguia descobrir o que ele viu em mim.

Especialmente observando ele agora em pé no sol assim, um sorriso


brilhante no rosto.

Ele me tirou o fôlego.

Uma vez que cheguei ao lado de Silas, ele estendeu a mão para mim,
e meu coração pulou uma batida.

Sebastian desapareceu, e éramos apenas nós dois sob o sol do meio-


dia brilhante.

"Onde você se meteu?" Disse os olhos cheios de preocupação.

Eu teria lhe respondido, mas uma voz rude cortou nossa conversa
como unhas em um quadro negro.

"Você é um idiota, e espero que a sua cara apodreça,” uma mulher


gritou para Silas.

Uau!

Bem, isso foi duro!


Mas, falando sério, todo o maldito dia estava cheio de todos tratando
Silas como merda!

Primeiro, seu filho, e agora essa mulher.

Que porra estava acontecendo?

"Eu não entendo,” disse. "Do que ela está falando?” Perguntei em voz
baixa, olhando para Silas.

Silas pendurou a cabeça como se tivesse o peso do mundo sobre seus


ombros.

"Isso,” disse, mantendo a cabeça baixa. "É a minha ex. E parece que
ela estava apenas conversando com minha ex esposa.”

Eu sabia sobre a ex-mulher, a 'ex' era novo para mim, entretanto.

Também não conseguia descobrir o que estava fazendo ali.

"Acho que elas não se dão bem,” supus.

Ele riu sem graça. "Não, eu acho que não. É compreensível.”

Sim, a partir da explicação que ele me deu sobre os dois, era


compreensível, e eu provavelmente o odeio um pouco também.

Poderia ajudar se Silas explicasse o que tinha acontecido e por que


ele agiu assim, mas ele não o fez.

Ele pensou que estava fazendo um favor por não dizer nada para elas,
ou informando-as sobre o porquê.

"O que sua ex-namorada está fazendo aqui?" Perguntei.

Silas balançou a cabeça. "Nenhum palpite. Mas tento não ter muita
coisa a ver com ela se eu puder evitar.”

Eu não tinha nada a dizer sobre isso.

Pelo que Silas tinha me contou da sua ex, ela tinha uma razão para
justificar seu comportamento arrogante, e eu não poderia dizer que não
faria exatamente a mesma coisa se estivesse nessa situação.

Gostaria de pensar que eu era uma pessoa melhor do que isso, mas
agora Silas era o meu mundo.
Eu estaria perdida se descobrisse que ele me traiu com sua esposa
ao lado... que eu nem tinha percebido que ele tinha.

Querendo mudar de assunto, perguntei: "Como foi a conversa com


Sam e James?" Sua boca cerrou e os músculos fortes da sua mandíbula
começaram a apertar.

"Não foi boa. Eles estão irritados e com razão,” respondeu. "Não
gostam que eu tenha homens sobre eles sem seu conhecimento.”

Eu me perguntei se deveria ter dito qualquer coisa sobre isso, mas


ele suspirou. "Eu precisava dizer a eles, é apenas difícil dar ao meu filho
mais munição contra mim,” Silas finalmente admitiu. "E eu sinto muito
trazer você, quando não queria. Ficar bravo com você era mais fácil do que
dizer-lhes que Shovel está de volta.” Pisquei.

Eu nunca sequer pensei que era difícil para ele, apenas pensei que
ele não achava que seus filhos precisavam saber.

Nunca passou pela minha cabeça que ele estava com medo de ouvir
o que seu filho iria dizer.

"Você quer dançar?" De repente soltei.

Ele olhou para mim. "No sol?"

"Não há música," disse defensivamente.

Ele riu. "Eu vou dançar com você, querida. Apenas não aqui.”

Eu sorri. "Onde então?"

Seu rosto ficou perto do meu, tão perto que eu podia praticamente
saborear seus lábios no meu próprio. "Quando chegarmos em casa.
Prometo.”

Casa.

Gostei da maneira como ele disse isso... quase como se ele tivesse
resolvido me manter permanentemente ao seu lado.

"Parece bom,” ofeguei, fechando a distância até nossas bocas.

"Ewww," uma garotinha gritou. "Vovô está beijando uma menina!"

Olhei para ver uma cabeça loira nos observando com desgosto em
seu rosto.
"Pru, querida. Não é muito agradável gritar," Silas repreendeu sua
neta mais velha suavemente.

A menina sorriu, e eu não pude deixar de sorrir também.

"Parece que você tem a mão cheia com essa," provoquei.

Ele sorriu. "Espere até conhecer o resto deles.”

"Você não é a garota que matou quatro pessoas, porque você estava
bebendo e dirigindo?" Perguntou Sam.

Não senti nenhuma condenação em sua voz, mas não doeu menos.

Ele poderia muito bem ter empurrado um atiçador de fogo quente na


minha coluna vertebral, porque isso era praticamente o efeito que isso
tinha sobre mim.

"Sim,” disse suavemente. "Fui eu quem matou essas quatro pessoas.”

Sam piscou surpreso por eu lhe responder com sinceridade, acho.

"Hmm,” disse, sem saber o que dizer sobre isso.

"Você não foi para a prisão por doze anos?" Perguntou Shiloh.

Balancei minha cabeça. "Oito.”

"Deixe-a em paz,” Sebastian ordenou, sentando-se. "O pai vai ficar


puto se você a machucar.” Sorri para Sebastian. Ele era um cara tão bom.

"Nós estávamos apenas fazendo algumas perguntas," Shiloh


defendeu.

Seria rude se eu me levantasse e saísse?

Silas tinha me pedido para esperar na mesa onde estava sentada,


mas eu realmente não queria estar aqui agora.

"Como você está autorizada a beber? Você não deveria, você sabe,
abster-se?" Shiloh continuou.
Fechei os olhos. Talvez eu devesse.

Mas, novamente, se eu não bebesse não seria capaz de lidar com as


duas crianças podres estragadas de Silas, então.

"Eu preciso usar o banheiro,” disse suavemente.

Levantei-me e caminhei cuidadosamente para longe deles, tentando


o meu melhor para não correr.

Fiquei surpresa ao encontrar Silas no meu caminho, e em vez de me


deixar ir ao banheiro, ele pegou minha mão e me levou para fora.

"Vamos,” insistiu.

"Você não vai dizer adeus?" Perguntei desanimada.

"Por que eu faria?" Ele perguntou. "Não é como se eles estivessem


sentindo a minha falta mesmo ou qualquer coisa.” Meu coração doía por
ele.

"Vamos para casa,” confirmei, andando com ele para a sua moto e
ignorando a reação da minha bexiga por não conseguir usar o banheiro.

Uma vez que estávamos na sua moto, ele fez um gesto para alguém
nas sombras, um dos seus homens, adivinhei, e montou na moto.

Oferecendo-me sua mão, subi atrás dele e envolvi minhas mãos ao


redor da sua cintura quando a Harley começou a rugir.

Minha pele formigava enquanto eu sentia os músculos do seu


estômago se apertarem enquanto ele lentamente começou a acelerar para
frente.

Suspirei em êxtase, fechei os olhos e saboreei meu tempo sozinha.


Minha mente estava uma bagunça.

Olhei por cima do meu ombro quando outro barulho chamou minha
atenção, e sorri quando vi Sebastian e sua esposa, Baylee, diretamente ao
nosso lado.

Bem, não completamente sozinha mais.

Mas acho que, neste momento, ter Sebastian ao nosso lado não era
tão ruim, afinal.
Silas poderia precisar do nosso suporte, e eu estaria oferecendo até
que ele não o quisesse mais, porque Silas precisava de um amigo.

Ele precisava de alguém para o defender e ter sua lealdade, mas para
ele e somente ele.

Isso é o que um homem como Silas precisa em uma mulher.

Apoio.

Amor.

Aceitação.

E sorte a dele, eu tinha tudo isso para ele... e muito mais...


"O que você está fazendo?" Perguntei em voz alta enquanto seguia
Silas.

Sua cabeça não estava lá hoje, e estava preocupada com ele. Estava
preocupada com ele por um tempo agora.

Ele não era o mesmo homem que conheci, e temia que tudo estivesse
pesando. Meus problemas. Seus problemas. Todo mundo em problemas
no clube.

E o pior era que ele tinha agido diferente desde que voltamos do
batizado ontem.

Não conseguia descobrir por que ele tinha completamente ignorado


tudo o que eu tinha dito.

Era como se ele estivesse sofrendo ou algo assim, e eu estava


determinada a chegar até o fundo da questão.

Então, quando ele disse que tinha que ir tirando um pacote de seis
cervejas da sua geladeira no caminho, eu o segui. Ele não teve algum
tempo sozinho, uma vez que estávamos juntos. Nós não estamos juntos o
tempo todo, mas isto parecia diferente do seu habitual.

E seguir ele não foi fácil e eu não fiz isso muito bem, poderia
acrescentar, principalmente porque ele estava em uma moto em
comparação com o meu carro.
Ele poderia deslizar através do tráfego como uma enguia
escorregadia. Eu, por outro lado, seguia tão lentamente que mal podia me
manter próxima a ele.

Quando chegamos à estrada quarenta e cinco minutos mais tarde,


ficou mais fácil.

Fiquei pelo menos dez carros atrás dele em todos os momentos,


porque sabia que ele ia sumir num piscar de olhos se não o fizesse.

A única razão que sabia para onde ia, era que poderia vê-lo virar pelo
menos três cruzamentos a minha frente.

Então eu o segui o melhor que pude, olhos digitalizando ao meu


redor.

Finalmente, peguei um vislumbre dele parando no que pensei ser um


cemitério, mas não conseguia dizer, já que estava tão longe.

Mas minhas suspeitas foram confirmadas poucos minutos depois,


quando me aproximei por trás da sua moto.

Silas estava longe de ser visto, no entanto.

Então saí e comecei a andar, triste com as centenas de sepulturas


que estavam no cemitério.

Era um velho cemitério.

Algumas das lápides que passei no caminho eram de 1800.

Eu andei talvez mil metros ou algo assim, cheguei no topo de uma


colina, quando o vi.

Ele estava sentado em uma cadeira de acampamento, uma que tinha


três pés e formava um triângulo.

Ele tinha uma cerveja na mão e estava de costas para mim.

Então vi o colete claramente nas suas costas, um enorme e


assustador fantasma, como uma mulher com aqueles olhos
estranhamente coloridos olhando para mim.

Além de curiosa, mas sabendo que ele queria ficar sozinho, me virei
em meus calcanhares e saí, dando-lhe a privacidade que eu sabia que ele
queria.
Bem... não privacidade... só não me queria. E não doeu tanto quanto
eu pensei que doeria.

Mas fiz um telefonema.

"Alo?" O homem do outro lado da linha respondeu.

"Ei," eu disse. "Aqui é Sawyer.”

"Eu sei,” disse o homem impaciente.

Olhei para o telefone para me certificar de que tinha ligado para quem
eu pensei que tinha ligado, e fiquei surpresa ao descobrir que sim.

"Umm," disse, hesitante, agora que ele tinha respondido tão


sucintamente. "Seu pai está em um cemitério bebendo cerveja em uma
lápide. Eu deveria estar preocupada?"

Houve silêncio do outro lado por um longo tempo antes de Sebastian


finalmente limpar a garganta.

"Qual cemitério?" Ele perguntou finalmente.

Olhei para o sinal que estava por cima de mim e disse: "Bayou Road.”
Sua inalação rápida era audível através da linha telefônica, e comecei a
me preocupar.

"Devo ir ver como ele está?" Perguntei ansiosamente.

"Não. Deixe-o em paz. Estaremos aí em breve.”

Não tive a chance de perguntar quem ‘nós’ era, porque ele desligou
na minha cara antes que eu pudesse dizer qualquer coisa.

Foram mais de vinte minutos sentada no capô do meu carro, olhando


para a rua, e estava tentando decidir se eu partia ou não, quando os vi
chegar.

Pareciam centenas de motocicletas, mas era mais como dez.

Sentei-me e olhei para trás para onde eu podia ouvir o barulho vindo,
e sorri quando vi seis homens.

Eles pararam atrás de mim, cada um deles vestindo o mesmo que eu


tinha visto Silas colocar antes de sair de casa.

"Ei,” disse Sebastian.


"Oi," respondi de volta.

Ele me deu um longo olhar. "O que você está fazendo aqui?"

"Eu, uhhh... Segui ele.”

"Você o seguiu?" Isso veio do homem grande, Kettle.

"Ele não deixa você simplesmente segui-lo,” disse Trance.

Dei de ombros. "Talvez ele não tenha me visto.”

O loiro, Loki, com a cicatriz assustadora na garganta bufou, trazendo


minha atenção para ele.

Eu não sabia bem ainda, mas poderia dizer que ele estava rindo de
mim.

"O quê?" Perguntei. Ele sorriu, mostrando uma fileira de dentes retos,
brancos.

"Nada. Só acho engraçado que ache que ele não sabia que você
estava seguindo-o," o homem explicou.

Dei de ombros. "Bem, ele não disse nada, e eu estou aqui durante
quarenta minutos agora, acho que, pelo menos, teria um olá ou um 'foda-
se' dele se soubesse que estou aqui.”

Isso me rendeu alguns olhares severos, mas era o de seu filho, o que
me pegou de surpresa.

"Por que sinto como se não estivesse recebendo toda a verdade de


você?" Ele perguntou. "Onde você foi busca-lo se você estava seguindo-o?"

Eu poderia muito bem dizer ‘casa do seu pai’ para ele, mas não tinha
certeza de que ele sabia que eu estava hospedada na casa de Silas. Eles
sabiam que estávamos em um ‘relacionamento’, mas não que eu estava
vivendo com ele.

Não que houvesse muito de um relacionamento, nós transávamos.


Isso era a essência do nosso relacionamento.

"Bem, eu tenho que ir. Vejo vocês mais tarde,” disse, saindo do capô
e dando a volta no carro.

Caí no assento e estava feliz que eles saíram do meu caminho sem eu
ter que pedir.
Acenando para eles, sai de volta para a estrada de terra, fiz um
retorno em um terreno baldio e comecei a voltar da mesma forma que vim,
atrás de mim, o prospecto me seguindo.

Eu estava feliz que Silas não estaria sozinho.

Eu apenas desejava que tivesse o tipo de relacionamento onde


poderíamos falar sobre o que estava acontecendo um com o outro, porque
eu adoraria saber que ele estava bem.

"Suas meninas estão indo muito bem,” eu disse a Tunnel. "Seu


pequeno estará começando a escola em breve. Apenas a creche, mas é
escola, no entanto.”

Tomei outro gole da minha cerveja, consciente dos olhos que estavam
em mim a partir do topo da colina.

Ela não tinha sido muito discreta quando me seguiu. Ela era boa,
sim, mas não treinada. E não era boa o suficiente para enganar olhos
experientes.

Mas ela ficou longe, e por isso eu estava grato.

Este era o tempo que eu usava para relaxar.

Eu tento vir aqui toda sexta à noite, chova ou faça sol, e compartilhar
uma cerveja com Tunnel Morrison, o homem que eu não pude evitar que
morresse.

Isso marcou oito irmãos que eu tinha perdido, desde que entrei como
o presidente da Dixie Wardens MC, e este me feriu dez vezes mais do que
todo o resto.
Túnel ainda era muito jovem. Jovem demais.

E ele tinha deixado uma esposa e uma criança pequena para trás.

Embora tivesse acontecido a pouco mais de dois anos, a morte dele


ainda era motivo de lamentar sua perda até agora.

Principalmente porque a culpa foi minha.

Eu deveria ter feito algo... deveria ter descoberto que a cabecinha de


merda de uma menina tinha sua mão em tudo.

Mas eu não descobri... e isso me custou.

Isso me custou um amigo muito bom e um buraco no meu coração.

Doía cada vez que via a mulher e o filho de Tunnel sem ele, ver o
quanto eles estavam lutando.

Quando comecei a vir aqui, foi porque eu precisava do consolo e a


paz que este certo pedaço da história me dava, para tomar uma cerveja
com um amigo.

Mas então, continuei vindo e ninguém sabia.

Bem, ninguém tinha conhecimento até agora.

Agora, essa mulher tola que não sabia como me deixar sozinho tinha
me seguido, e eu sabia que era apenas uma questão de tempo antes que o
resto deles chegassem.

Ouvindo o barulho revelador do carro de Sawyer arrancar, e os


barulhos bruscos por todo o caminho da estrada, finalmente respirei
fundo, grato que ela tinha me deixado com meus demônios.

Eu tinha um monte de demônios, tantos que era difícil respirar, às


vezes.

Sawyer foi lentamente me ajudando a derrotá-los, um por um, até


que eu pudesse respirar profundamente mais uma vez ... e dormir durante
toda a noite.

O barulho de grama triturada me fez virar para ver Kettle, Sebastian,


Loki, Trance, Torren, e Cleo andando em minha direção. Ouvi quando eles
chegaram, mas não tinha certeza de que eles viriam aqui comigo. Suspirei
em aborrecimento.
"Vocês sabem que eu venho fazendo isso há meses, e um telefonema
da minha mulher tem todos vocês aqui como se tivessem o direito de estar
aqui... e beber a minha cerveja. Perfeito.”

Os homens pegaram seus assentos na grama ao meu lado, cada um


tomando uma cerveja do meu refrigerador sem perguntar.

"Se soubéssemos que havia uma festa, teríamos vindo nos juntar a
você," Cleo murmurou sombriamente.

Olhei para o homem silencioso, surpreso que ele foi o primeiro a dizer
qualquer coisa. Cleo era um observador.

Ele esperava até que tivesse todos os fatos antes de agir e,


geralmente, era um dos últimos a meter o nariz onde não devia.

"Se eu quisesse que vocês se juntassem a mim, eu teria chamado


vocês.” Eu disse honestamente.

"Então... ela é sua mulher?" Meu filho bastardo intrometido


perguntou.

Olhei para ele, sentado em frente ao túmulo do Tunnel, e


assenti. "Sim, ela é minha.”

"Você vai se casar com ela... ter bebês com ela? Você percebe que ela
tem apenas trinta certo? Ela vai querer ter filhos, " disse na defensiva.

E não em minha defesa também. Em defesa de Sawyer.

"Eu vou casar com ela, sim. Mas não estou tão certo sobre a parte de
crianças. Eu sou um homem velho, afinal" Admiti. "Mas isso é algo que eu
e ela vamos discutir.”

"Sam e Shiloh disseram bastante merda para ela na noite passada,”


disse Sebastian.

Os outros ficaram em silêncio enquanto eu digeri isso.

"O que eles disseram... e fizeram?" Perguntei.

"Apenas a merda habitual. Colocando seus narizes onde não


pertencem, fazendo-lhe perguntas sobre o seu passado para perturbá-la,"
Sebastian me informou.

Minha mão apertou ao redor da minha cerveja.


"Eu vou falar com eles,” disse. "Informá-los que eles estão prestes a
ter uma nova madrasta que é mais jovem do que eles.”

Todos riram. "Você vai fazê-la a sua Old Lady?" Torren perguntou
descaradamente.

Levantei a cerveja aos meus lábios. "Claro.”

"Depois de pegar Shovel?" Perguntou Sebastian.

"Sim, sem chance dele descobrir sobre ela, ele vai pensar que ela não
significa tanto para mim uma vez que não tem o meu nome cobrindo suas
costas. Ou, pelo menos, essa é a minha esperança,” eu disse.

"Nós estamos procurando por ele nas últimas quatro semanas. Você
não pode colocar sua vida em espera enquanto tenta encontrá-lo,” disse
Kettle.

Kettle parecia triste por um momento, e eu olhei para ele para medir
suas palavras.

Kettle perdeu o seu filho quando foi implantado e ele não era o mesmo
homem, até que se casou com a sua mulher, Adeline.

Adeline tinha mudado Kettle para melhor, dando-lhe um novo sopro


de vida no processo.

"Eu sei,” disse. "Eu só preciso de mais algumas semanas.”

"Por que apenas mais algumas semanas?" Perguntou Trance


curiosamente.

Eu sorri.

"Porque eu tenho um plano,” informei-os.

"E esse seu plano tem a ver com o cachorro que você acabou de
comprar de mim?" Trance continuou.

Eu sorri. "Não, isso foi para Sawyer. Ela gostou dele e não tem
realmente parado de falar sobre ter um, um dia.”

“Ahh,” disse Trance. “Bem, posso levar o seu quando sair da


academia de polícia e deixar o de Cleo amanhã. Com certeza é bom saber
que ele está indo para um bom lar.”

" O que quer dizer, com meu? "Cleo falou assustado.


O grupo começou a rir da nota de pânico no rosto de Cleo.

"Eu já tenho um cachorro!"

"Sim, e de acordo com sua esposa, você está prestes a ter mais um!"
"Uau, isso é uma grande festa,” disse Ruthie ao meu lado. Balancei a
cabeça e peguei sua mão, puxando-a comigo.

Hoje era o dia em que um dos membros do clube voltava para casa
da guerra.

Ele era um SEAL da Marinha e tinha sido implantado no Iraque há


quase um ano.

Hoje seria o seu primeiro dia de volta, e o clube tinha programado


uma grande festa tentando lhe mostrar o quão animado eles estavam com
ele em casa.

Nunca o conheci, mas lhe enviei um pacote de cuidados e bem... eu


tinha comprado a cueca do homem.

"Você já foi em uma dessas antes?" Ela sussurrou, sua mão


apertando a minha.

"Uma vez," disse a ela. "Mas esta é maior por causa de todos os outros
membros chegando. Eles estão fazendo em um armazém pelo amor de
Cristo. Você acha que já fui a uma dessas?"

Ela riu. "Bem observado.”

"O meu problema é que chamei esse homem a mais de uma hora,
para dizer a ele que eu estava chegando, e estaria aqui, exatamente neste
momento... então onde ele está?"
Rígidos braços fortes envolveram a minha cintura, e de repente fui
jogada sobre um ombro como se eu fosse um saco de grãos.

"Estou bem aqui, garotinha. Exatamente onde disse que ia estar,”


Silas provocou, sacudindo-me ligeiramente.

Virei meu olhar sobre Ruthie quando ela começou a rir como uma
selvagem, sua mão ainda segurando a minha.

"Cale sua boca.” Gritei para ela.

Ela bufou. "Isso não funcionou no primeiro dia em que te conheci e


definitivamente não funciona agora. Então tente algo diferente.”

Mostrei-lhe o dedo antes de me virar e ir com Silas para o interior do


edifício.

"Onde estamos?" Perguntei a Silas.

Sua mão grande alisou para cima e para baixo a parte de trás da
minha coxa, ficando perigosamente perto da minha intimidade, mas parou
apenas quando começou a ficar interessante e me pôs em pé.

"Você é a única que me trouxe aqui,” Silas disse secamente. Eu acenei


minha mão no ar, como para dispensá-lo.

"Quero dizer, eu sei onde estamos. O que queria saber era o que é
esse lugar?" Esclareci.

Ruthie ficou atrás de mim quando nós entramos no espaço enorme.

"E porque há um ringue de boxe no meio dele?" Perguntei em voz alta.


Silas parou e me explicou

"Este é o lugar onde normalmente temos nossas noites de luta,” disse,


pegando a minha mão e me conduzindo através da multidão de pessoas.

Todos estavam em diferentes trajes.

Havia, é claro, as putas... ou puta de clube como Silas gostava de


chamá-las. Eram as mulheres que pairavam em volta do clube e
esperavam conseguir alguma coisa ... talvez uma emoção rápida ou mesmo
apenas curtir uma festa com um grupo de motoqueiros.

Em seguida, havia pessoas como eu, old lady’s, algumas antigas pela
aparência dos patches de propriedade sobre as suas costas. Elas estavam
usando jeans e camiseta, principalmente. Uma ou duas usavam um
vestido.

Em seguida, havia os homens... os motoqueiros, e eles estavam aqui


em abundância.

Era um mar virtual de couro preto cobrindo os ombros dos homens


em diferentes idades e tamanhos.

“Vocês têm uma luta esta noite?" Perguntei, um pouco surpresa que
não tinha ouvido falar sobre isso ainda, e estava com Silas há bem mais
de dois meses agora.

"Sim,” disse Silas. "Nós não tivemos uma em alguns meses. O tempo
não tem ajudado muito ultimamente. Cada vez que uma está programada
para acontecer, começa a chover. E o armazém não é tão impermeável,
para não mencionar que o estacionamento é de grama. Eu não quero uma
multidão de pessoas presas aqui com seus carros.”

Isso certamente não seria bom. Bufei. Sempre tão honesto, este era
Silas.

"Está chovendo agora...” disse a ele o óbvio.

Ele apertou minha mão um pouco.

"Sim, mas isso foi planejado há um ano. Não é como se eu pudesse


apenas mudar. Nós apenas temos que ter cerca de centenas de baldes para
capturar toda a água. Felizmente, temos prospectos para esvaziá-los e
substituí-los quando necessário,” disse, apontando para um prospecto
fazendo exatamente isso. "E a festa vai continuar por quase toda a
noite. Esperamos que a chuva pare e eles possam sair quando chegar a
hora. "

"Quem é esse?" Ruthie engasgou do meu lado.

Segui a direção do seu olhar para um homem que eu nunca tinha


conhecido antes, o que não era surpreendente quando havia cerca de
quinhentas pessoas aqui, e eu só conhecia cerca de cinquenta delas.

"Esse é o meu irmão, Sterling,” disse Silas com um sorriso na


voz. "Ele é a razão pela qual estamos celebrando esta noite. Chegou em
casa depois de outra implantação.”
"Isso," disse, apontando para o homem que era absolutamente
impressionante. "É Sterling?"

Eu tinha comprado cuecas para esse homem!

"Vamos, eu vou apresentá-lo,” disse, puxando-me atrás dele,


contornando um balde de vez em quando, enquanto andava. Chegamos e
fomos obrigados a parar em frente de uma multidão, mas o vozeirão de
Silas fez efeito.

"Movam-se,” Silas ordenou a dois homens.

Eles não estavam vestidos com seus patchs de motoqueiro, por isso
acho que Silas falou com eles desse jeito.

O homem que viemos conhecer viu Silas e sorriu.

Seu olhar seguiu o braço de Silas para baixo até que me encontrou e
sorriu amplamente antes de passar para Ruthie de mãos dadas comigo.

Ela apertou minha mão com força uma vez que seus olhos bateram
nela, e eu mal sufoquei um sorriso enquanto observava a troca de olhar
entre eles.

Finalmente seus olhos se moveram para trás, e Silas avançou.

"Sterling, esta é a minha mulher, Sawyer. Sawyer, Sterling. Sterling,


Ruthie; Ruthie, Sterling.”

Simples, mas eficaz, assim como Silas.

Sterling era lindo.

Alto, com braços musculosos levando até os ombros


largos, profundos olhos verdes e um confuso cabelo loiro caindo sobre os
olhos escondendo um rosto que era a própria definição de robustamente
bonito.

Sua barba era muito bonita, também.

O homem de pé diante de mim sorriu quando deu dois passos


enormes em minha direção e depois me pegou em um abraço de urso.

"Obrigado pelas cuecas" disse enquanto continuou a apertar o ar dos


meus pulmões com a ferocidade do seu abraço. "Eu realmente precisava
delas. Elas são agora as minhas favoritas, devido ao fato de que não me
irritam.”

Eu ri, batendo em suas costas sem jeito já que ainda estava presa
por seus braços.

"De nada. Ninguém gosta de se irritar.” Ri.

Ele me colocou para baixo em meus pés, e virei para Ruthie.

"Esta é a minha melhor amiga, Ruthie.” Olhei para Ruthie, que estava
usando uma expressão de olhos arregalados.

Os olhos de Sterling foram todos para a minha amiga também, não


pude deixar de sorrir.

Ruthie era linda, incrivelmente assim.

Ela tinha cerca de um metro e cinquenta e oito, perfeita, envolta em


um belo arco de felicidade e sol e tinha o cabelo encaracolado que
completava perfeitamente seu estilo.

Hoje ela usava um pouco de sombra, mas era o delineador


esfumaçado e os olhos verdes que os faziam parecer esmeraldas.

E serei amaldiçoada se seus esfumaçados olhos esmeralda não


estavam focados no homem que olhava fixamente para ela.

Ele não se moveu, nem ela, por tanto tempo que comecei a me
preocupar, mas, em seguida, Sterling sorriu e estendeu a mão.

Ruthie demorou muito para responder, e senti que era algo


fundamental na sua cura.

"Bem,” disse, voltando a olhar para Silas. "Qual é o próximo?"

"Silas vai lutar com Stone," Sterling falou ao meu lado.

Pisquei, virando-me para ver Sterling olhar para um homem do outro


lado da sala encostado em um dos bares.

"O que? Mas, mas... por quê?" Perguntei gaguejando preocupada.

Minha mão agarrou a de Silas, que olhou para mim com ar divertido.
"Porque é tradição os presidentes dos clubes lutarem para ver quem
fica para sediar o evento no próximo ano,” disse Sterling. "Stone é o
vencedor em sua estação e Silas o vencedor na dele.” Pisquei.

"Então, você perdeu no ano passado?" Perguntei.

Ele balançou sua cabeça. "Não. No ano passado, um tornado


destruiu a sede do clube dos irmãos do Alabama, por isso fomos lá por
uma semana e os ajudamos a consertá-la. Ele ganhou no ano passado. Era
para ser aqui,” Sterling ofereceu amavelmente.

Eu balancei a cabeça. "Está bem, entendi.”

Virando para Silas eu disse: "Quando é que essa luta acontece? E que
tipo de luta é essa?"

"Boxe, principalmente. E em cerca de 15 minutos,” respondeu,


pegando uma cerveja da bandeja de uma garçonete levando-a aos lábios.

"Você não deveria estar reabastecendo seu corpo com um Gatorade


ou algo assim, em vez de uma cerveja?" Perguntei.

Ele piscou para mim. "Querida, eu sou velho demais para essas
bebidas eletrolíticas. Agora estou bebendo porque o meu fígado
provavelmente iria se revoltar se não o fizesse.”

"Meu pai não sabe quando recuar,” disse uma voz lacônica do nosso
lado.

Eu sorri para Sebastian e virei para abraçá-lo.

"Como está Baylee?" Perguntei.

Ele sorriu e me abraçou de volta antes de me deixar ir e apontar na


direção do bar onde os braços de Baylee estavam gesticulando
freneticamente em sua frente enquanto ela falava animadamente com uma
mulher que eu nunca tinha visto.

Ela tinha um cabelo vermelho que ia até a cintura e um sorriso fácil.

Quando me virei para Silas, seu olhar estava em algo do outro lado
da sala.

"Silas,” disse. "Quando é que eles vão começar a cozinhar?"

"Em alguns minutos, eu acho,” deu de ombros.


"O que há de errado?" Perguntei-lhe. Ele deu de ombros novamente.

Algo estava errado. Eu só não sabia o que era.

Alguma coisa tinha mudado nos últimos minutos, e eu queria saber


o que era.

Sorrindo para os meus sapatos, de repente peguei sua mão e comecei


a puxá-lo junto comigo em direção ao seu escritório, deixando Ruthie para
conversar com Sterling.

"Leve-me ao seu escritório," pedi. Ele foi, mas eu poderia dizer que
estava relutante.

No momento em que chegamos ao interior, eu o empurrei para dentro


até que poderia fechar a porta.

Acendi a luz, em seguida, caí de joelhos na frente dele.

"Sawyer," Silas rosnou.

Eu olhei para ele para ver seu rosto ainda gravado em pedra.

Ele não queria falar? Bem, eu não o forçaria.

"Este não é o momento,” resmungou mais uma vez. Eu o ignorei.

Alcancei a fivela do cinto e o desfiz rapidamente.

A fivela de metal soou alto enquanto eu rapidamente removi o cinto


e joguei-o em algum lugar atrás de mim.

Eu vi o movimento da mão em suas costas e ouviu-o grunhindo


quando pegou o que assumi que era a arma que ele mantinha na parte
baixa das costas.

Ops.

Independentemente disso, comecei a trabalhar em suas calças,


puxando o zíper para baixo.

"Merda,” assobiou.

Então puxei a cueca e a calça jeans até os joelhos.

Seu pênis mole caiu livre dos seus limites, e eu lambi meus lábios
enquanto olhava maravilhada com o quão grande ele era, mesmo em seu
estado amolecido.
Um desafio?

Olhando para cima, sorri para Silas.

Ele olhou.

"O que está errado, Silas?" Perguntei, inclinando-me para arrastar


minha língua ao longo da cabeça do seu pau.

No momento em que a minha língua encontrou sua pele, seu pau


empurrou.

Mantendo contato com os olhos, me inclinei para frente e suguei todo


o seu pênis em minha boca.

Nunca tinha sentido o quanto ele era suave.

Bem, eu senti antes, não era incomum sentir seu pacote enquanto
passava minha boca e mãos nele quando queria sentir o quanto ele estava
excitado por mim. O que posso dizer? Eu amo o seu pau.

Nunca o tive na minha boca, enquanto estava meio amolecido, macio.

Esta foi a primeira vez que fui capaz de obter todo o seu pau na minha
boca, e eu o saboreava.

Só que ele ainda não estava ficando duro.

Ele estava recitando o ABC ou algo para não ficar duro?

"O que? Devemos pegar um pouco de Viagra ou algo assim?" Eu


provoquei, chupando suas bolas. "Você é muito velho para precisar deles?"

Senti como se tivesse acabado de assumir minha vida em minhas


mãos quando disse isso.

Nervosa como o inferno, eu finalmente olhei em seus olhos ardentes.

"Você quer saber o que há de errado?" Ele perguntou, gentilmente


cobrindo meu rosto com suas mãos.

Concordei, embora com relutância, pois agora ele tinha um aperto


firme no meu cabelo que já estava doendo, e nem sequer puxou.

“Meu problema, querida, é que você estava conversando com um


homem, tocando-o, abraçando-o, permitindo-lhe colocar as mãos em
você,” ele disse suavemente. "Você é minha. Não dele. Ele não pode ter
você assim.”

Eu ri. "Silas, seu nome não está tatuado em mim. Você não tem o
direito de dizer quem eu posso ou não posso abraçar. Prometo que não vou
ser porra de qualquer outra pessoa, mas há ocasiões em que eu quero
abraçar outras pessoas do sexo masculino e do sexo feminino.”

"Chupa meu pau,” disse, puxando meu cabelo até que meu rosto
estava descansando contra seu pênis ainda flácido.

Abri a boca, mas em vez de colocar seu pau na minha boca, ele
colocou as bolas lá.

"A coisa sobre mim,” disse. "É que tenho total controle sobre minha
mente e corpo. Eu não sou um garotinho para brincadeiras. Se eu quero
te foder, eu vou me permitir ficar duro. Se eu não quiser, foda-se, isso não
vai acontecer. Agora, lamba as minhas bolas.”

Quando eu não estava fazendo com a rapidez que ele esperava de


mim, ele puxou meu cabelo e gemi.

Deus, eu era uma prostituta.

Isso não deveria me excitar, esse lado dominador dele, mas foda-se,
se eu não estava pingando.

Poderia dizer que minha calcinha estava encharcada.

E a próxima coisa seria meu jeans, e eu realmente não queria que


isso acontecesse.

Ainda tinha que caminhar por um bando de motoqueiros e suas


mulheres e eu não acho que conseguiria esconder isso deles.

"Eu disse lamber," ele rosnou, puxando meu cabelo novamente.

A outra mão estava segurando seu pênis longe do meu rosto, o que
lhe permitia ver os meus olhos e boca.

Eu podia ver seu pau endurecendo com o canto do meu olho, mas
meu olhar ficou em Silas.

Seus olhos eram duros e inflexíveis.

Meus olhos se estreitaram, e em um ato de desafio eu suguei.


Ele assobiou e puxou com força meu cabelo.

"Cadela,” rosnou.

Removendo as bolas da minha boca, ele substituiu-as com o seu pau.

Seu agora duro pênis. Muito duro.

Engasguei com ele no momento em que tinha quinze centímetros em


minha boca. Eu não era uma especialista em dar boquete.

Acontece que eu tinha um inferno de um reflexo de vômito, algo que


Silas tinha conhecimento por um tempo agora.

Desta vez, porém, ele não se importava que estivesse me fazendo ter
ânsia.

Ele estava forçando seu pau duro em minha boca, fazendo com que
meus olhos ficassem cheios de água.

Fiquei surpresa que eu realmente gostei desse lado dele, como ele
estava me forçando para levá-lo.

Era quase como se ele estivesse me forçando a apreciá-lo também.

Ele sempre foi tão cuidadoso comigo, com medo de que ele iria me
assustar.

E eu queria mais dele, mas não tinha ideia de como dizer a ele que
eu queria mais, não sabia exatamente o que mais eu queria.

Aparentemente, Silas sabia, porque ele estava dando para mim


naquele momento.

"Me chupa,” disse.

Mantendo os olhos sobre ele, comecei a chupar e não tinha certeza o


quão duro era para chupar, embora.

Duro? Suave? Macio, como eu chupo um picolé ou duro como um


vácuo?

Fui com isso médio... como se eu fosse trabalhar um canudo


enquanto bebia um milk-shake.

Que, aparentemente, foi a escolha certa porque ele rosnou sua


aprovação.
"Boa menina,” disse, empurrando seu pênis dentro e fora da minha
boca agora, usando meu cabelo como alavanca.

Eu cantarolei. Seu aperto aumentou.

Depois de alguns longos momentos assim, de repente me vi com o


rosto para baixo sobre a mesa.

"A porta,” disse, ouvindo a mudança do som quando ele tirou com
força minha calça para baixo sobre a minha bunda.

Olhei para a porta nervosamente, tentando lembrar se eu tinha


trancado ou não.

Mas isso foi esquecido quando a gaveta ao meu lado foi aberta e eu
ouvi o barulho de uma embalagem de preservativo. A visão dele
deslizando-a para baixo do seu comprimento duro limpou todos os meus
pensamentos sobre a porta estar ou não fechada.

Minha camiseta foi rapidamente empurrada sobre meus ombros e


agora estava reunida ao redor do meu pescoço. Senti seu pau escovar
contra mim quando se alinhava com a minha entrada antes dele bater
dentro.

"Você não se preocupava com a porta antes, quando você estava


tentando usar a sua boca em mim para me fazer conversar. Não se
preocupe com isso agora, também,” ordenou, empurrando seu
comprimento dentro e fora de mim com tanta força que eu tinha quase
certeza de que meus quadris estariam feridos amanhã onde eles estavam
conectando-se com a borda da mesa.

Minha cabeça caiu para a frente até a minha testa estar descansando
contra o calendário grande em sua mesa que tinha rabiscos viris de Silas
sobre ele.

Meus seios estavam esfregando deliciosamente contra a borda do


calendário, fazendo meus mamilos endurecerem a cada impulso.

"Foda-se," gritei, sentindo meu orgasmo começar a construir.

Silas rosnou. Então a porta se abriu.

Olhei para o rosto assustado de alguma mulher que eu nunca tinha


conhecido antes na minha vida, a boca aberta quando o meu orgasmo veio
através de mim.
Meus olhos se fecharam por vontade própria, e vagamente ouvi Silas
gritar com a mulher, mas eu estava muito presa no meu orgasmo que
estava derramando sobre mim como larva de vulcão quente derretida para
me preocupar com qualquer outra coisa.

Minhas mãos apertaram a borda da mesa, e os meus dedos curvaram


em minhas sapatilhas.

Minha cabeça virou para que eu pudesse respirar, e meus músculos


do estômago começaram a queimar.

Silas grunhiu alto atrás de mim, e suas investidas se tornaram ainda


mais ásperas até que ele parou.

Seu pênis começou a pulsar e saltar dentro de mim, e as mãos sobre


meus quadris apertando cada vez mais forte, certamente estaria
ostentando contusões lá.

Eu estava descendo lentamente de um orgasmo que quase converteu


minha religião a qualquer coisa que adore Silas Mackenzie como um Deus,
então realmente não me importava que eu parecia uma vítima de trauma
naquele momento.

"Eu te disse,” disse depois de longos momentos.

"Me disse o que, querida?" Ele perguntou.

Meus olhos estavam pesados quando eu disse, "Que nós deveríamos


ter trancado a porta.”

Ele riu quando saiu de mim, e fiquei onde estava apoiada


pesadamente em cima da sua mesa.

"Você sabe,” disse. "Eu já tenho um tempo duro o suficiente


pensando em você quando estou trabalhando. Agora tudo que vou ser
capaz de pensar é a maneira que você se inclinou sobre a mesa.”

Eu ri e me levantei, a minha vagina ferida deliciosamente por um uso


áspero.

"Não posso dizer que isso me incomode,” admiti, curvando-me para


puxar as calças para cima e sobre a minha nudez.

Ele me observou enquanto colocava o cinto de volta através dos laços


de sua calça jeans, em seguida, estendeu a mão para a arma que tinha
estado ao lado do meu rosto todo o tempo.
Colocou de volta na parte baixa das costas, em seguida, apertou o
cinto para baixo.

"Você não vai abraçar homens até que eu possa conseguir o meu anel
em seu dedo,” ordenou.

Minha boca caiu aberta.

"O quanto isso é sério?" Perguntei um pouco histérica.

Eu nem estava pensando no fato de que um dos homens que abracei


era seu filho.

Seu filho casado, e o outro homem tinha acabado de voltar da


implantação.

Ele piscou. "O quanto eu quiser que seja.”

Com isso, ele deixou o escritório, olhando para mim para me oferecer
um sorriso.

Cabeça de merda.

Querendo saber se ele esperava que eu o seguisse, fiz isso, embora


muito mais lentamente do que ele havia pensado.

Quando me dirigi para a sala principal ele estava falando com Sterling
e Sebastian.

Seus olhos seguiram o meu movimento no meio da multidão, e eu


olhei para ele, povoando um sorriso no canto dos lábios.

"Qual é o problema?" Ruthie perguntou quando me sentei no banco


ao lado dela.

"Silas me irrita," disse a ela. As outras mulheres na mesa congelaram.

"O quê?" Perguntei a elas.

"Nada,” disse Viddy. "É só que Silas é tão agradável para todos,
mesmo que ele seja um pouco assustador. Eu não posso ver como ele iria
irritá-la.” Revirei os olhos.

As mulheres do Dixie Wardens MC pensam que Silas anda sobre a


água.

Ele não anda.


"Bem,” um homem gritou pelo alto-falante. "É hora de lutar!"

Apertei os lábios e virei para encontrar todos aglomerados em torno


do ringue, onde Silas e o homem chamado Stone estavam aquecendo.

Silas entregou sua cerveja sobre as cordas para uma mulher que
estava lá, e de repente tive a irracional vontade de ir arrancá-la de suas
mãos.

Ela não merecia ficar com sua cerveja!

"Whoa, tigresa. O que te deixou tão irritada?" Perguntou Viddy.

"Aquela mulher que está ao lado do ringue, a que pegou a cerveja de


Silas. Quem é ela?" Perguntei.

Os olhos de Viddy viraram naquela direção, mas foi Adeline que me


respondeu.

"Essa é Tattie. Ela é a.... 'cabide'. Acho que você sabe o que isso
significa,” respondeu.

"Hmm," disse. "Ela dormiu com Silas?"

A mesa acalmou. "Umm, não sabemos. Silas é muito discreto sobre


seus relacionamentos. Eu não sei dizer se ele fez ou não. "

"Hmmm,” disse, saí da minha cadeira e caminhei em direção ao


ringue sem outra palavra para elas.

Eu não estava acostumada a ser irracional.


O único homem que já namorei não me preocupou muito em tudo.

Inferno, Isaac tinha dormido e engravidado, outra mulher enquanto


nós deveríamos estar juntos, e eu não tinha reagido com mais que um
'foda-se'.

Mas Silas entregar sua cerveja a uma garota vestida em um vestido


sem alças e sapatos de vadia me fez praticamente homicida.

Empurrando através da multidão, parei quando cheguei à borda do


ringue, e me aproximei até que peguei um pouco da corda.

Tattie me olhou com um olhar malévolo, e eu não pude evitar o sorriso


que atirei para ela quando Silas me viu e imediatamente levantou a mão
para o homem que estava em pé na frente dele, Stone.

"Sim?" Ele perguntou, caminhando até mim. Eu corri minha mão


sobre a sua camiseta.

"Você não vai tirar sua camiseta como Stone fez?" Provoquei.

Ele olhou para sua camiseta, em seguida, para Stone, antes de voltar
para mim. "Eu não quero distraí-lo com o meu físico.” Eu ri.

Era um daqueles que borbulhava no fundo da minha barriga, que


fazia meu interior doer.

Deus, eu amava esse homem e seu senso de humor.

"As meninas Dixie estão falando que você é muito retraído. Elas
acham que você não sabe como deixar ir e relaxar," disse, circulando meu
dedo ao redor do colarinho da camiseta.

Ele piscou, então, fez a minha boca ficar completamente seca quando
recuou e puxou a camiseta de seus ombros.

Um bom puxão na parte de trás do colarinho e ele tinha a coisa toda


passando por seus braços e chegando na base das suas mãos.

Suspirei quando dei uma boa olhada em seu peito. Tão musculoso de
dar água na boca.

"Aqui, segure isso para mim,” me pediu. "E recue para que você não
se machuque.”
Estendi a mão para a camiseta e trouxe-a até meu peito, tentando me
inclinar o máximo possível sobre as cordas para oferecer-lhe meus lábios.

"Boa sorte,” eu disse antes dele me beijar.

Gemi em sua boca quando ele me deu um forte, e se afastou,


deixando-nos ofegantes.

"Obrigado,” murmurou, voltando-se para encarar Stone.

Fazendo uma careta, desci e estava ao lado de Tattie, ignorando a


carranca que ela tinha em minha direção.

Além disso, meus olhos estavam grudados ao homem na minha


frente em seus sensuais jeans que parecia ser do tempo em que ele deveria
ter a muito tempo os jogado fora.

Ele tinha uma arma no coldre em suas costas, e me perguntei por


que ele não tinha tirado.

Era provável que ele nunca tirava. Ou, pelo menos, não fazia quando
eu estava por perto.

Ele dormia com ela debaixo do travesseiro à noite e mantinha-a até


quando íamos para a cama, ou quando tomávamos um banho.

Mas nunca era a pouco mais do que alguns metros de distância. Eu


mesmo senti-a sempre enquanto me inclinava contra ele quando
estávamos na moto.

Eu admirava suas costas como sempre fiz.

Ele tinha datas em numeral romano em seu ombro, três delas, que
eu imaginei que eram dos seus filhos.

Ele tinha uma tatuagem de caveira no bíceps, e uma bandeira dos


Estados Unidos logo abaixo disso.

E ele era sexy.

Oh, tão sexy.

"Você sabe que ele fica entediado facilmente, certo?" Titty... qualquer
que seja seu nome, disse.

Eu a ignorei e mantive meus olhos em Silas quando o homem no meio


do ringue com a camisa de juiz levantou a mão e começou a falar.
"Não puxem o cabelo, arranhar, armas, facas, agarrar as bolas, ou
palmadas. Pronto?” O juiz falou.

Ambos os homens acenaram, sorrindo, e tudo que eu podia fazer era


bufar.

Agarrar as bolas ou palmadas? Quer dizer, eles realmente tinham que


escrever isso nas regras?

Nos acenos de ambos os homens, o juiz levantou a mão e disse:


"Iniciar.”

Pisquei, quando o punho de Silas disparou e conectou imediatamente


com o rosto de Stone.

"Ohhh," eu disse, colocando as mãos sobre minha boca enquanto


meu estômago dava um nó. Isso tinha que doer.

E não acabou, porque Stone retornou o favor dois segundos mais


tarde.

Então eles começaram a dar porrada um no outro.

"Isso dói?" Sussurrei, fazendo uma careta quando ele assobiou uma
respiração através dos dentes cerrados.

"Não mesmo. Eu não sei o que iria dar-lhe essa ideia,” disse
sarcasticamente.

"Ele provavelmente precisará de pontos," disse Rue do meu lado.

"E, possivelmente, um novo rosto,” Baylee brincou do meu outro lado.

"Não sei sobre isso,” Kettle resmungou. "Tenho certeza que ele está
bem feliz como está.” Eu ri.

"Sim, eu tenho certeza que ele está,” disse, inclinando-me para ele.
Suas mãos foram ao redor da minha cintura e me puxaram para perto.

"Então, eu tenho uma pergunta a fazer.”


Inclinei-me, consciente de que as mulheres ao meu lado não se
moveram e agora estavam inclinando-se, também.

"Sim,” perguntei com uma risada.

"Então... o que estará fazendo... nos próximos cinquenta anos?"


Perguntou com indiferença.

Eu inalei rapidamente, mas seus olhos cintilantes me fizeram


suspeitar de que ele estava indo perguntar em seguida.

"N-nada,” disse. "P-porquê?"

Ele não poupou às mulheres ao meu lado um olhar quando manteve


seu olhar em mim, com os olhos inchados procurando os meus, eu sei que
eles iriam doer pelos próximos dias.

Mas seus olhos estavam apenas em mim quando ele disse, "Porque
eu quero que você seja minha mulher. Na frente da minha família, os meus
amigos, meu clube, quero que você saiba que eu te amo, e eu quero que
você seja minha para sempre.” Eu estava chorando e nem sequer percebi
isso.

Chorando muito.

Ele se inclinou para frente até que meu rosto estava em suas mãos,
e os seus olhos azuis estavam olhando para os meus.

"Você tem alguma coisa a dizer?" Perguntou depois de um tempo.

Balancei minha cabeça.

"Não,” sussurrei.

"Nem mesmo um sim?" Confirmou.

"Sim.”

"Sim, o que?"

"Sim, eu tenho algo a dizer.”

"Bem?" Ele perguntou, soando como se estivesse começando a perder


a paciência.

"Você está me pedindo para casar com você... ou apenas estar com
você para sempre?"
Ele sorriu e apertou o lábio partido contra o meu.

"Um pouco de ambos.”

"Então sim.”

"Sim para qual?"

Eu ri.

"Sim para ambos.”

Gritos, assobios, aplausos e vaias explodiram atrás de mim, e me virei


para encontrar cada um dos Dixie Wardens MC, trovejando sua aprovação.

Eu ri através das minhas lágrimas quando joguei minhas mãos em


volta do pescoço de Silas.

Não demorou muito para que as duas mulheres ao meu lado fizessem
o mesmo, e demos a Silas um grande abraço sanduíche.

"Eu também te amo,” sussurrei em seu ouvido.

Ele resmungou e esfregou o rosto barbudo contra a pele sensível no


interior do meu pescoço.

"Bom,” murmurou. "Porque isso é uma espécie de exigência.”

"Homem mandão.”

"Você sabe que você gosta,” ele sussurrou em meu ouvido.

Tremi quando essas palavras penetraram meu cérebro.

No entanto, eu não poderia discordar. Nem um pouco.

Eu gostei!
Acordei com um anel no meu dedo e um colete de couro semelhante
ao de Silas do meu tamanho ao meu lado. Na parte de trás era um patch
afirmando que eu era a 'Propriedade de Silas’. Eu estava em maldito
êxtase.

Embora não tenha sido o mais romântico dos gestos, eu sabia que
ele realmente quis dizer isso.

Ele fez o colete.

Ele tinha me dado um anel.

Ele queria tudo, e estava tão feliz que eu poderia estourar.

Havia cerca de um milhão de coisas que poderiam dar errado na noite


que eu decidi sair com meus amigos, e não poderia citar uma única coisa
que eu ansiava mais do que olhar para frente depois que fui condenada à
prisão.

Agora, porém, tenho a minha vida inteira pela frente.

Se alguém tivesse me dito que eu teria Silas esperando no fim do


túnel como meu prêmio para fazer isso, nunca teria acreditado.

Por quê?

Porque as pessoas como Silas simplesmente não existem.

Eles não eram reais.


Ou pelo menos é o que eu pensava.

Mas Silas era real. E ele era realmente meu, e só meu.

E ele era tudo o que eu nunca sequer ousei sonhar.

Levantando-me, nua como no dia em que nasci, coloquei o colete e


sorri para quão suave o couro ficava contra a minha pele.

E ele se encaixa perfeitamente.

Abotoei os três botões da frente, andei até a cômoda que tinha sido
destinada a mim e coloquei uma calcinha.

Ela era de um rosa quente e dizia ‘Pink! ‘ na parte traseira.

Ela era do ensino médio, é claro, mas ainda se encaixava.

E eu não era exigente.

Praticamente pulei para fora do quarto de Silas e comecei a andar


pela casa com um sorriso estúpido na cara.

"Silas!" Gritei quando passei pelo corredor indo em direção a cozinha


derrapando em uma parada imediata à vista de toda o ambiente cheio de
Dixie Wardens.

"Merda.” Gritei, correndo de volta para fora da cozinha.

Podia ouvir o riso me seguindo enquanto eu corria de volta para o


quarto e batia a porta atrás de mim.

Fui direto para o banheiro e liguei a água, aquecendo o chuveiro.

Tirei o colete, o pendurei cuidadosamente na porta e alisei a minha


mão sobre ele, o tempo todo meu rosto queimando com todos aqueles
homens me vendo em nada, mas apenas com minha calcinha e um colete
que mal cobria meus seios.

"Merda,” ri. "Esse homem precisa me avisar quando as pessoas estão


entrando na casa!" Eu não ouvi o barulho deles entrando, de qualquer um.

E o lugar de Silas não era tão grande, eu teria sido capaz de ouvi-los,
a menos que eles estivessem intencionalmente quietos.

"Homem idiota não avisa uma mulher quando... ei!" Gritei quando me
virei e vi Silas olhando para mim com uma expressão divertida no rosto.
"Você estava dizendo...,” ele falou.

Eu ri, colocando minha mão sobre meu peito, onde meu coração batia
e tentava sair do meu peito.

Seus olhos foram até o meu peito nu, e vi suas pupilas dilatarem
quando ele começou a se mover para a frente.

Coloquei minha mão para detê-lo, mas ele a ignorou, andando em


volta da minha mão aproximando-se de mim até que minhas costas
batessem na porta do chuveiro com um ruído surdo.

"Nós não podemos.” Tentei, sabendo que havia cerca de cinco homens
na cozinha que provavelmente estavam muito cientes do que estava
acontecendo aqui.

"Você vai aparecer do nada, vestindo o que estava vestindo, e espera


que eu não toque você?" Ele perguntou, empurrando sua dureza em mim
com seu corpo.

Minhas costas nuas estavam geladas do vidro frio fazendo com que
os meus mamilos respondessem a isso.

E Silas não perdeu isso quando trouxe as duas mãos e gentilmente


segurou cada um em cada mão.

Meus lábios se separaram em um gemido suave enquanto eu


observava seus olhos se movendo para cima dos meus seios e se
conectando com meus olhos. "Então, sem queixas?" Perguntou. "Você
disse que sim?" Gemi quando ele beliscou os mamilos.

"Eu não estava ciente de que você tinha me feito uma pergunta," eu
ofegava.

Sua resposta ao meu comentário era beliscar as pontas dos meus


mamilos enquanto puxava um pouco para baixo, levando-me a seguir o
seu movimento e pressionar o meu corpo ainda mais no dele.

"Silas!" Engoli em seco.

"Você estava dizendo?" Ele pediu, soltando meus mamilos e


deslizando as mãos pelo meu corpo até descansarem contra os meus
quadris.

Balancei minha cabeça. "Não posso responder até perguntar.”


Ele rosnou. "Isso está certo?"

Eu balancei a cabeça. "Está certo.”

E então ele caiu de joelhos na minha frente, puxando a minha


calcinha até meus tornozelos.

"Eu não acho que ouvi direito,” continuou.

Eu vi quando ele se inclinou para frente e pressionou um beijo casto


contra cada um dos meus quadris antes de olhar para mim, observando
enquanto suas mãos deslizavam acima das minhas panturrilhas subindo
todo o caminho até as minhas coxas.

Mordi o lábio quando olhei para ele e vi quando lentamente se


inclinou e deu um beijo em cima do meu osso púbico, logo acima dos lábios
do meu sexo.

Sua barba fez cócegas no meu clitóris enquanto seus polegares


viajaram para baixo e para dentro, me espalhando aberta para que sua
língua pudesse agradar minha buceta.

Engoli em seco e instintivamente espalhei minhas coxas para ele, e


aproveitando empurrou dois dedos grossos dentro de mim e curvando-os
para a minha frente.

"Foda-se!" Resmunguei, meus quadris saltando quando ele


lentamente bateu os dedos contra esse ponto sensível dentro de mim.

O vapor do chuveiro estava começando a encher o pequeno banheiro,


e eu podia ver a silhueta do meu corpo no espelho quando as palavras
começaram a aparecer através do vapor no vidro.

Obrigado pelo show.

"Silas,” disse, puxando sua cabeça para longe de mim. "Você escreveu
isso?"

Ele se afastou, seus lábios brilhando com minha excitação, olhando


por cima do ombro para onde os meus olhos estavam direcionados e
congelou completamente.

Seus músculos apertaram quando saltou de repente longe de mim,


recolhendo uma toalha da prateleira ao lado do chuveiro e envolveu-a em
torno de mim.
"Vista-se,” ordenou, andando até a porta e puxando-a aberta.

O tom da sua voz me disse que isto claramente não era apenas um
dos modos de Silas agir, e corri para fazer o que ele instruiu.

Ele estava sério, todo o seu comportamento me dizia isso, e eu não


estaria perdendo tempo. Corri para o quarto e me vesti. Rapidamente.

E foi uma coisa boa que fiz, também, porque dentro de dois minutos
ele voltou ao quarto com algum tipo de caixa eletrônica em sua mão, todos
os homens que estavam na cozinha seguindo atrás dele.

Me sentei com cautela na cama, fugindo para o meio e cruzando as


pernas na minha frente enquanto puxei meus joelhos para cima com força
no meu peito.

Passando os braços em volta dos meus pés, vi quando cada um


metodicamente procurou no quarto, movendo as coisas e fazendo uma
bagunça colossal em sua busca para encontrar o que quer que eles
estivessem procurando.

"Aqui," ouvi Kettle gritar.

Pisquei e vi quando Silas se dirigiu para o armário, que ficava entre


o banheiro e o quarto.

"Filho da puta! O maldito filho da puta estava na minha casa!" Silas


rosnou baixo.

Olhei para as minhas mãos, lembrando todas as coisas que eu tinha


feito na sala com Silas.

Quando, o que eles tinham encontrado, tinha chegado?

Estava lá desde o início? Ou só desde a noite passada?

O que ele enfrentaria?

"Parece muito novo," Trance disse, inspecionando o que parecia ser a


menor câmera do mundo.

"Entrada de uma bateria também. Tem um cartão de memória


aqui. Parece ser um daqueles que ele teria que voltar para verificar a
filmagem.”
Fiquei aliviada ao ouvir a notícia, era definitivamente melhor do que
a alternativa de ser vigiada por um dispositivo remoto que permite que a
pessoa que o colocou acesse a qualquer momento que quisesse.

Agora, a minha esperança era que ele tivesse colocado muito


recentemente e ainda não tinha vindo verificar.

O que era uma esperança realista, dado o fato de que eu sabia com
certeza que a empregada limpou o espelho do banheiro quando ela estava
aqui.

"Você sabe,” eu disse, interrompendo a conversa intensa que estava


acontecendo na minha frente. “A empregada veio na última terça-feira, e
eu sei com certeza que ela limpou o espelho do banheiro. A nota que
estava à esquerda no espelho do banheiro foi levada. Lembra-se Silas?"

Seus olhos ficaram longe por um minuto enquanto ele pensava de


volta na nota.

Eu tinha deixado com pressa naquela manhã quando ele estava no


barco de pesca no meio do lago.

Então eu corri dentro da casa como uma galinha com a cabeça


cortada à procura de um pedaço de papel para dizer-lhe que o meu telefone
estava morto e estava indo pegar meu carregador no trabalho. Na minha
pressa para sair, escrevi uma nota no espelho do banheiro sabendo que
ele iria vê-lo.

Ela ficou lá por dois dias até que a empregada veio e limpou a casa,
uma vez que, aparentemente, Silas nem sequer possui um frasco de limpar
vidros.

Lembro-me de ficar com vergonha ao pensar nela lendo o que eu


tinha escrito: Vou para o escritório para buscar o meu carregador. Sua
bunda parece sexy em seu barco.

Eu não tinha sido realmente capaz de vê-lo de onde estava, mas eu


sabia que seria um fato, então escrevi para ele sabendo que ia fazê-lo
sorrir.

"Isso foi terça-feira,” disse Silas, os olhos de novo longes quando


olhou para a câmera na mão. "Hoje é domingo.”

Eu balancei a cabeça, mas não disse nada.


Então Silas levou a mão para trás e jogou a câmera pela sala,
quebrando-a quando bateu contra a parede.

Pedaços de vidro e plástico espalharam-se pelo chão, e eu fechei os


olhos, sabendo que Silas estava preocupado.

Silas preocupado é igual Silas de mau humor.

Algo que eu viria a reconhecer, uma vez que nos conhecemos e


começamos a namorar.

"Você pode simplesmente... tirá-la daqui um pouco? Pegue o barco,”


Silas disse, puxando suas mãos para cima para passar em sua cabeça.

Sebastian balançou a cabeça e se afastou, caminhando até o armário


e tirando um par de sapatos.

Ele atirou-os na cama ao meu lado e eu escorreguei-os para os meus


pés, observando o peito de Silas quando ele retraiu respiração por
respiração.

Nunca seus olhos se voltaram para mim, e eu sabia que a melhor


coisa que eu poderia fazer, em seguida, seria ir embora.

Levantando-me, andei entre os homens grandes e volumosos que


estavam tomando o espaço do nosso quarto e parei na frente do meu
homem.

"Então, eu tenho que chamá-lo de Old man?" Sussurrei,


pressionando meus lábios contra sua forte mandíbula.

Ele finalmente olhou para mim, e seus músculos imediatamente


suavizaram.

"Sim, você tem,” ele disse simplesmente.

"Eu te amo.”

Seus olhos se fecharam.

"Eu também te amo, razão pela qual isso me irrita, que eu tenho que
tirá-la daqui, enquanto nós investigamos isso ,”rosnou.

Abracei-o ao redor da barriga.

"Não me deixe lá por muito tempo. Seus netos são endiabrados. " Eu
provoquei.
Ele deixou escapar uma risada. "Eles são os piores depois do seu pai.”

"Ei!" Sebastian disse, indignado.

Eu sorri e pressionei meus lábios nos dele.

"Esteja a salvo.”

Mal sabia eu que aquelas palavras me assombrariam horas mais


tarde.

"Você tem que dizer a ela, Sebastian. Ela vai descobrir isso
eventualmente.” Baylee sussurrou assustada.

Acordei de um sono quase que instantaneamente, mas os meus anos


de prisão tinham finalmente afiado minhas habilidades de falsificação do
sono.

Aprendi mais com eles agora espionando sua conversa enquanto eu


fingia estar dormindo em vez de acordar e exigir que me digam o que estava
acontecendo de imediato.

Ou, pelo menos, foi assim que consegui o máximo de informações a


partir de Sebastian.

Baylee, provavelmente, me diria o que quer que fosse que eu queira


saber.

Meu estômago estava em nós enquanto ouvia os dois discutindo não


muito longe de mim.

"Mas não sabemos de nada. Temos apenas a sua moto em pedaços


de merda. Ele está longe de ser encontrado,” disse exasperado.

Mas eu ouvi a sugestão de medo nele e sabia o que era o medo quando
ouvia, acredite.

Sebastian estava preocupado com alguma coisa.


"Sim, mas se a moto de Silas foi destruída assim, então o mais
provável é que Silas também. Mesmo que ele não estivesse na verdade, no
local do acidente," Baylee sussurrou um pouco alto demais, mais uma vez.

Desta vez, eu sabia que ela estava tentando me acordar, então sentei
apenas abrindo os olhos de uma vez e apoiei meus pés no chão ao lado do
sofá.

"Diga-me,” sussurrei.

Sebastian estava do outro lado da sala encostado a uma parede na


cozinha.

Baylee estava diretamente em frente a ele em pé ao lado da ilha da


cozinha olhando para ele como se fosse o valentão da escola.

Suspirando, Sebastian se inclinou para frente até que ambos os


cotovelos descansaram na bancada antes de dizer: "O pai caiu da moto
entre Longview e Kilgore. Ele saiu sozinho, enquanto estávamos todos
ocupados por volta das cinco da tarde, e não temos notícias dele desde
então.”

Meu coração gelou quando olhei para Sebastian, esperando além da


esperança de que ele iria me dizer que estava brincando, ou que diria que
eles sabiam exatamente onde ele estava.

Mas ele não o fez.

"Você não tem qualquer GPS ou qualquer coisa sobre ele?" Perguntei
preocupada.

Sebastian balançou a cabeça. "Não.”

"Mas... mas... o que vamos fazer? Você vai procurá-lo? "

Sebastian assentiu. "Nós estamos procurando por ele desde que


percebemos que nos deixou. Kettle que encontrou a moto dele. Eu tenho
alguns amigos trabalhando em sua procura, mas o pai é normalmente
aquele que usa seus contatos para encontrar as pessoas que
precisamos. Não temos certeza para onde ele iria a partir daqui.”

Minha mente correu quando lutei contra a bile subindo na minha


garganta.

"Você não pode encontrar as pessoas para quem ele trabalhou e falar
com eles?” Perguntei preocupada.
Sebastian balançou a cabeça. "Não. Estivemos procurando. Eu
nunca soube nada sobre o negócio do meu pai. E nem uma vez, em todos
os anos que estive vivo, ele deu um deslize.”

Com minha cabeça completamente atordoada falei: "Eu... eu preciso


ir para casa. Eu preciso pensar. Talvez eu possa chegar a algo. Talvez ele
tenha me deixado um bilhete.”

Sebastian olhou para Baylee com piedade, e não aliviava sua


preocupação sobre mim.

Bem, ele poderia apenas pegar a piedade e enfiá-la.

Eu sabia que ele não iria simplesmente ir embora sem me avisar.

Eu sabia.
"Esse tiro que sua nora levou era para você. Eu tive sorte que você
pensou que era uma pedra que a atingiu. Pensei que você poderia ter
adivinhado isso, mas você é um fodido. Você está ficando mole com a sua
idade," Shovel disse maliciosamente. "Você quase a perdeu e teria sido
tudo sua culpa. Todos esses anos que você os protege, e no fim não teria
válido de nada.” Eu não conseguia respirar.

Não por causa do que ele estava dizendo, apesar disso estar
ajudando, mas porque tinha certeza de ter quebrado as costelas quando
caí da moto e depois de ter levado várias porradas afundando através do
tecido dos meus pulmões.

Eu tinha acordado quase uma hora atrás, e tudo que Shovel tinha
feito desde então foi falar sobre os velhos tempos.

Ele atirando em Baylee era novo, porém.

Nós realmente pensamos que o corte em seu pescoço fosse devido a


uma pedra, ou algo que voou para cima levando um pedaço da sua carne,
apesar de que o sangramento nunca fez sentido para mim, embora.

Agora, sabendo que Shovel tinha atirado nela com um rifle sniper,
porra, fazia sentido.

"Então o que você vai fazer comigo?" Perguntou Shovel.

O que eu ia fazer com ele? Eu era o único que estava amarrado a uma
cadeira maldita.
Bem, a verdade é que eu queria ser amarrado, eu sabia que ele ia me
levar se lhe desse a chance e era por isso que eu tinha saído para um
passeio sozinho.

Eu sabia que ele não iria resistir à tentação, afinal ele era apenas
uma pessoa.

Eu tinha os braços esticados para cima, amarrados a um ferro acima


da minha cabeça.

Mas ele tinha cometido um erro ao não amarrar meus pés.

Eu não iria escapar... ainda, eu esperaria até que tivesse a minha


chance.

Ou possivelmente mais cedo se Sawyer encontrasse o bilhete que eu


deixei.

"Você sabe que arruinou a minha vida,” Shovel disse conversando,


pegando um canivete e tirando a sujeira debaixo de suas unhas com ele.

Eu levantei uma sobrancelha. "Eu arruinei, não é?"

Ele assentiu. "Leslie ia ser minha. Ela ia ser a minha


recompensa. Mas então você veio, reivindicando ela e pulando através de
cada armadilha que joguei em você, e a levou embora de debaixo do meu
nariz. Tinha meus olhos nela desde que eu tinha dezesseis anos, e você
arruinou isso.” Isso era novo para mim.

Eu tinha acabado de ver Leslie entrar, e eu não tinha sido capaz de


fazer qualquer outra coisa, a não ser salvá-la.

Foram seus olhos, a inocência neles. Fui atraído por isso.

Ela me chamou com apenas um olhar que foi a razão pela qual eu
me apaixonei por Sawyer também.

Agora, porém, eu sabia que ela não era nada como Leslie, ela era mais
forte.

Ela era alguém que eu nunca na minha vida iria me enganar sobre
ela. Ela sabia tudo sobre mim, e eu sabia que nunca manteria uma coisa
maldita escondida dela.

Inferno, agora que eu tinha Sawyer, percebi o quanto eu não amava


Leslie, porque o que eu sentia por Sawyer, eu sabia, era o verdadeiro amor.
Era inabalável.

Este amor... iria resistir ao teste do tempo.

Ela me pegou, e eu a tenho.

Antes dela, a cada maldita noite, eu sonhava como minha vida


poderia ter sido.

Agora, com Sawyer nela, eu sonho em como nossa vida será.

Eu não me prendo ao passado mais.

Eu era agora um cara com um futuro.

E eu sabia que Shovel não tinha percebido isso ainda.

Porque ele não estaria falando para mim agora sobre Leslie. Ele
estaria tentando me irritar por ameaçar Sawyer.

Porque se ele queria me ver quebrar, bastaria fazê-lo.

Ele tinha feito isso antes.

Muitas, muitas vezes.

"Então você continuou arruinando minha vida limpando meu clube,


me fazendo perder todo esse dinheiro. Minhas dívidas de jogo ficaram fora
de mão, homem, e cada maldito dia, todos os dias, eu me preocupava em
como iria pagar esses filhos da puta de volta. Você resolveu isso para mim
me mandando para a prisão, apesar de tudo. E eu pensei que não seria
tão ruim, exceto quando a minha liberdade condicional foi negada vez após
vez, e eu finalmente percebi que algo não estava certo. Então, eu tinha
algumas pessoas que começaram a investigar para mim. E o que encontro
quando meu povo começou a cavar no meu clube? Eu achei você... a porra
do presidente... vivendo numa boa enquanto eu sofria dia após dia, "
Shovel falou com raiva, empurrando seu rosto para o meu.

Meu corpo paralisou, e eu não me movi um único milímetro.

Eu não tinha espaço para me mover, mas, principalmente, era porque


eu não ia recuar me afastando dele. Eu nunca vacilei.

Não com ele, nem com ninguém.

"Você arruinou sua própria vida, seu pedaço de merda. Você poderia
ter ficado assim como o resto de nós, mas você escolheu fazer uma
bagunça do caralho. Eu limpei a sua merda. O que eu não fiz, mas deveria
ter feito, era te matar. Então eu não estaria nesta situação agora,” rosnei.

Shovel sorriu.

"Você sabe, eu assisti você dirigir ao Huntsville,” ele disse


levemente. "Segui atrás de você todo o caminho.”

Congelei, meus olhos levantando para olhar diretamente em seus


olhos.

"Sim?" Perguntei, voz firme.

Ele não revelou exteriormente o que estava sentindo, o que não me


fez sentir nada calmo internamente.

"Sim. Então eu fiz alguma investigação sobre por que você estava
lá. Encontrei quatro homens que estão chateados como o inferno que eles
perderam seus empregos,” ele disse levemente. "Assim, convidei-os para
voltar comigo.” Então as portas por trás de Shovel abriram e quatro
homens entraram na sala.

Cada um tinha uma caixa em suas mãos.

"E eles têm algum entretenimento para você. Cada vez que você
deixar de mostrar uma reação ao que eles lhe mostrar," Shovel disse,
tirando um cano de chumbo. "Vou apresentar-lhe este cano de chumbo. E
nós vamos fazer você falar, mesmo se tivermos que matá-lo. " Eu duvidava
disso.

Seria preciso uma intervenção divina para me fazer reagir a qualquer


coisa.

Porque, enquanto eu sabia que eles não tinham Sawyer, então eles
não tinham nada.

Ela estava a salvo e isso era tudo que importava.

"Esta é a imagem que eu peguei do nosso primeiro encontro,” disse o


primeiro homem.

Ele tinha o cabelo desgrenhado loiro que caía sobre a cabeça em uma
porra de um tufo confuso. Ele tinha olhos marrons escuros, mas não
frios. Não frios o suficiente para passar minhas defesas.

A imagem, no entanto, não era algo que eu queria ver.


"Tiramos fotos dela todos os dias durante oito anos,” continuou o
homem.

Eu apertei minha mandíbula com força quando ele me mostrou a


primeira imagem.

E eu literalmente senti gosto de sangue quando mordi minha língua


para não dar a essa conversa um pedaço da minha mente.

"Bem, se isso não te afeta.... e sobre esta?"

Acho que não tenho o controle de ferro que eu imaginava, foi a última
coisa que pensei antes de uma raiva fervente me cegar, quando vi uma foto
de Sawyer desfeita sendo violada pelo pervertido na minha frente.

E, embora eu desmaiei quando o cano de chumbo de Shovel desceu


sobre minha cabeça, braços ainda amarrados acima da minha cabeça, eu
tinha orgulho no fato de que o homem de pé na minha frente agora tinha
uma faca em seu coração, cortesia da que deslizou para fora da minha
bota.

"Ohh," Shovel disse, balançando a cabeça. "Isso foi muito, muito


estúpido.”

A única coisa que me segurava era a corda em torno dos meus pulsos,
e eu disse: "Sim, sim, filho da puta.”

A última coisa que ouvi antes de sucumbir à inconsciência foi:


"Amarre os pés do fodido.”
"Eu tenho esta nota...” Eu disse, entregando a nota a Sebastian.

Seu irmão Sam estava na sala com ele, e os dois estavam olhando
para a mesa de Silas com todos os processos abertos que Silas tinha
deixado na frente deles.

Sam e Sebastian olharam para cima, seus olhos tão parecidos com o
do pai que meu coração doeu um pouco.

"Que nota?" Sam estalou. Entreguei-a para ele.

"O que é isso?" Perguntou, com os olhos olhando a nota rapidamente.

"Bem, no outro dia quando Silas e eu estávamos na cama...”

"E o que você está dizendo é pertinente para o que estamos passando
agora, ou podemos ignorar essa história?" Sam estalou.

Apertei os olhos com força, mas foi Cheyenne que o colocou na linha.

"Sam, eu sei que você está preocupado, mas ser um pau para a
mulher não vai ajudar. Deixe-a falar, " Cheyenne rosnou para o marido.

Os olhos de Sam fecharam, e quando eles abriram novamente percebi


que ele realmente estava preocupado, e cobrindo sua preocupação com
uma má atitude.

Assim como seu pai fazia.

"Continue. Sinto muito,” disse rispidamente.

Dei de ombros. "De qualquer forma, nós estávamos falando sobre


jogos por algum motivo, e se ele conhecia um grande jogador que nos
ensinaria que tipo de jogada teríamos que realmente fazer para ganhar de
qualquer 'bookmakers' na área. Quando ele disse que sim, pedi-lhe para
me dizer onde eu poderia encontrar um, em tom de brincadeira, no caso
de eu precisar de um. E ele me disse que tudo o que eu teria que fazer era
olhar triste enquanto jogava na mesa de pôquer no Horseshoe.”

Sebastian assentiu. "Tudo bem.”


"Por isso, continuamos conversando, mas eu finalmente consegui
uma resposta séria e ele me falou que o nome de um apostador da área
era 'Black Jack'. Como um monte de pessoas ainda lhe devia uma tonelada
de dinheiro e que ele não era um homem para se enganar. Ele disse que
tinha visto Shovel espancar pessoas quase até a morte por suas dívidas de
jogo, enquanto ele estava limpando o clube,” expliquei. "Quando eu lhe
perguntei se Shovel ainda devia dinheiro a este homem, ele disse que
sim. E se Shovel fosse inteligente, ele nunca iria voltar aqui. Porque este
cara 'Black Jack' conhece cada vida da parte de baixo na cidade, e se ele
ficasse sabendo que ele estava de volta, Black Jack deixaria seu exército
subterrâneo saber, e eles o encontrariam num piscar de olhos. E é isso
que a nota diz.”

Os olhos de Sam foram para a nota.

"21. Shovel. Horseshoe," Sam leu. "Então, ele nos quer indo até Black
Jack no Horseshoe e, o que... pedir para Black Jack? "

Eu balancei a cabeça. "Sim, eu acho que isso é exatamente o que ele


quer que você faça.”

Sam deu de ombros, como fez Sebastian.

"Não tenho mais nada.”

Noventa minutos depois, eu já tinha roído a minha última unha


quando os dois homens voltaram para casa depois de uma viagem rápida
para as mesas de Black Jack.

"Você estava certa,” disse. "O Velho Black Jack estava muito feliz ao
ouvir que Shovel estava de volta à cidade. Aparentemente, Shovel não deve
só dinheiro a Black Jack, mas ele também teve um tipo de mão boba com
a mulher de dele anos atrás. Ele quer que Shovel saiba que ele não se
esqueceu. "

Ai. Isso seria ruim para Shovel.


Mas se isso me levasse a Silas, eu não me importaria com quem
sofresse no processo.

"E? Onde está Silas?" Perguntei preocupada.

Sebastian balançou a cabeça. "Vai levar algum tempo, Sawyer.”

Eu queria gritar que Silas não tinha tempo! Eu mal consegui me


segurar.

Eu sabia que ambos estavam conscientes, tanto quanto eu estava,


que ele não tinha um monte de tempo. Especialmente desde que ele
provavelmente teve um acidente de moto antes de cair nas mãos daquele
homem.

E eu só sabia que ele estava com Shovel, não havia outra explicação
para isso.

Fechei os olhos e pensei sobre onde Shovel poderia estar.

Eu disse o que pensava e era uma ideia brilhante, mas Sam atirou-a
para baixo quase imediatamente.

"E sobre o antigo clube que vocês costumavam ter. Onde é


isso? Shovel não tem estado fora da prisão muito tempo, aposto que ele
não teve tempo para reabastecer seu suprimento de dinheiro. Então, onde
ele iria que não custaria muito dinheiro? ” Perguntei.

"Este é o velho clube,” explicou Sebastian. "E o único lugar que tem
habitação de baixa renda é pela interestadual. Mas esse foi o primeiro
lugar que fomos, quando nós começamos a olhar.”

"Merda," Exalei. "Isso é péssimo.”

Ambos os homens concordaram, e foi então que percebi que éramos


os únicos na sala. Muitos dos caras tinham ficado comigo enquanto Sam
e Sebastian foram para o cassino. Agora eles se foram.

"Onde todos foram?" Perguntei. Os homens não se preocuparam em


olhar para cima.

"Eles estão olhando por aí. Mas você apareceu com algumas ideias
realmente boas, por isso fiquei aqui para ajudá-la a refrescar sua memória
na esperança que você se lembre de algo que possa ajudar,” Sam disse.

Balancei a cabeça em entendimento.


"Tudo bem então, me diga o que é que você precisa de mim para ver
todos vocês lá fora, procurando por ele. Eu vou ficar onde quer que você
diga que eu fique," disse a eles.

Os dois homens se entreolharam, mas foi Sam quem falou.

"Você sabe, nós não estamos realmente acostumados a lidar com a


compreensão das mulheres, mas o que realmente precisamos que você
faça é ficar no clube até um novo aviso,” explicou Sam.

Eu balancei a cabeça, imediatamente levantando-me para ir até o


quarto onde rapidamente arrumei as malas. Eu estava de volta à sala de
estar dentro de cinco minutos.

"Quando estiver pronto," eu disse.

Ambos agiram de forma semelhante e tão parecidos com o pai que


me bateu o quão perto eles poderiam ser, mas ainda não eram.

Será que eles sequer sabem o quanto Silas os ama?

Decidi perguntar-lhes durante o silêncio que continuou na


caminhonete.

"Vocês sabem o quanto o seu pai os ama?" Perguntei hesitante.

A van que passou por nós ia a pelo menos, 20 quilômetros por hora
acima do limite de velocidade, e a assisti, enquanto esperava que os dois
homens na minha frente respondessem.

A minha pergunta foi recebida com silêncio. Nenhum dos dois disse
uma palavra.

"Ele fala sobre todos vocês. Ele está tão feliz que vocês estão
felizes. Fala sobre suas crianças, e como vocês incluíram ele em suas vidas
quando ele não merecia isso. Ama suas esposas. O amor vem do fato de
que vocês são melhores pais do que ele foi. Ele é tão orgulhoso as vezes
que fico com medo dele estourar. Ele tem fotos de vocês em seus
escritórios. Será que vocês sabem disso?" Perguntei com a voz trêmula.

Não sei por que eu estava dizendo a eles tudo isso, mas estava com
medo, muito medo.

E eu queria que eles percebessem o que poderia estar faltando se ele


não fosse encontrado vivo e seguro.
Eu sabia que Sebastian percebia melhor do que Sam, mas nenhum
deles teve um relacionamento realmente aberto com Silas, o que só me fez
muito triste. Eles não tinham ideia do que estavam perdendo.

Eu amava muito o meu pai e eu sabia que, se tivesse passado pela


mesma situação que Silas, ele teria feito a mesma coisa maldita num
piscar de olhos.

O telefone de Sam tocou, e ele não olhou quando enfiou a mão no


bolso para puxá-lo para fora, logo quando nós entramos na estrada que
levava ao clube.

Se ele apenas tivesse dado uma olhada ao fazer isso ele nunca teria
visto o corpo sendo jogado para fora das portas traseiras de um furgão. A
mesma van que tinha quase nos ultrapassado no início da viagem em sua
pressa para chegar antes de nós.

Mas ele fez.

E graças aos seus reflexos rápidos, ele foi capaz de parar a tempo
para impedir sua caminhonete de passar sobre o corpo que tinha sido
lançado para fora em frente à sede do clube.

Meus olhos fecharam enquanto respirava rapidamente com o coração


acelerado em meu peito.

E quando tentei sair, me disseram para ficar parada, pois ambos


saíram para olhar o homem que tinha sido lançado.

E eu sabia pelo olhar em seus rostos, a devastação que os levou


completamente, que era Silas.

Quebrado, machucado e sangrando.

Fechei os olhos enquanto lágrimas frescas, e não as primeiras de


hoje, começaram a derramar pelo meu rosto.

Eles estavam fora por tanto tempo que eu não aguentava mais, e
rapidamente abri a porta traseira e circulei ao redor da frente, onde os dois
homens estavam inclinados sobre um Silas inconsciente.

"Ele está vivo?" Sussurrei.

Sebastian olhou para cima. "Sim.”

Ele não disse mais nada, mas não precisava.


Eu sabia que era ruim. Muito ruim.

Eu poderia dizer só de olhar para ele.

Ele não tinha uma parte em seu corpo que não estivesse coberta de
sangue ou sujeira.

Sua camiseta estava rasgada, e quase desintegrada em alguns


lugares.

Suas botas estavam faltando.

Seu rosto tão golpeado e ferido que ele estava irreconhecível.

Seu cabelo manchado de vermelho com a quantidade abundante de


sangue derramado.

E ele não abriu os olhos.

Meu telefone estava na minha mão, e eu tinha o 911 na linha antes


mesmo de perceber o que tinha feito.

Entreguei o telefone para Sebastian quando pediram para falar com


alguém que sabia onde estávamos exatamente, e, finalmente, caí de
joelhos ao lado do amor da minha vida.

"Silas,” sussurrei.

Ele não se moveu. Não reagiu.

Eu coloquei minhas mãos em um lado do seu rosto, sentindo a


umidade pegajosa sob meus dedos, mas não reagi como normalmente
faria.

Em vez disso, me inclinei sobre ele e rezei.

Rezei para que ele ficasse bem.

E sabia instintivamente que seria um longo caminho para a sua


recuperação.

Porque quando ele acordasse, estaria dolorido pra caralho, e inferno,


dobrado em vingança.

E seria muito, muito duro mantê-lo lá sabendo que havia pessoas lá


fora tentando matá-lo.
"Vocês sabem que vão ter que cuidar disso, certo? Porque se vocês
não fizerem isso, ele vai matar quem quer que seja e provavelmente se
matar no processo," sussurrei para os dois.

O sorriso de Sam era um pouco irritante quando ele disse, "Oh, nós
vamos cuidar disso. Não preocupe a sua cabecinha sobre isso, Sawyer.”
QUATRO HORAS MAIS TARDE

"Você o encontrou?" Perguntei ao meu irmão.

Sebastian olhou por cima do seu telefone e sorriu. "Peguei ele. Vamos
fazer ao filho da puta uma visita.” Eu andei até minha esposa, onde ela
estava sentada nos assentos de plástico da sala de espera.

Ela tinha a mão de Sawyer na dela enquanto ambas olhavam para as


portas brancas onde o médico tinha vindo mais cedo para nos informar
que ele estava errado no que tinha pensado, e eles precisavam de mais
tempo do que eles originalmente avaliaram para examiná-lo
completamente e nos dar uma precisa situação do seu estado.

Que foi mais de duas horas atrás, e eu estava ficando ansioso.

Ansioso para encontrar o homem responsável por quase matar meu


pai.

E, eu tinha que admitir, dizer ao meu pai que eu estava triste por ser
um idiota.

Eu sabia que ele não merecia isso... agora.

Eu tive uma longa conversa com minha mãe depois do batismo da


minha filha, e eu agora sabia o que eu não queria saber então.

Que, do jeito do meu pai, ele me amava.


Todos os anos em que eu pensei que meu pai era uma pessoa ruim,
ele estava realmente cuidando de mim.

Me protegendo.

Fazendo a mesma coisa que eu teria feito se estivesse em sua posição.

E isso era uma pílula amarga para engolir.

Eu sabia que estava correndo contra o tempo para corrigir isso, e


levaria muito esforço da minha parte para curar esse abismo entre nós.

Mas a primeira coisa que eu faria seria cuidar do filho da puta que
fez isso com ele. Que ameaçava sua família, pondo a mim e minha família
em perigo.

"Acho que deveríamos ir," Sebastian disse ao meu lado quando eu


cheguei e parei na entrada da sala de espera. "Não há como dizer quanto
tempo isso vai demorar, e se não nos apressarmos não haverá nada
restando dele após Black Jack fazer sua coisa.”

Foda-se.

Eu sabia disso.

Eu tinha ouvido a conversa sobre que pessoa era 'Black Jack'.

Sabia que ele era um pouco menos de salgado em suas relações com
as pessoas que lhe fizeram mal.

Eu não tinha ouvido uma única história sobre ele que indicava que o
homem era capaz de qualquer tipo de misericórdia em sua retribuição.

"Tudo bem, vou encontrá-lo lá na frente em dez,” disse, entortando o


dedo para a minha esposa.

Minha vida.

Ela levantou depois de dar um tapinha na mão de Sawyer e começou


a caminhar em minha direção.

Mesmo depois de todo esse tempo, ela ainda me tirava o fôlego.

"Ei," ela sussurrou, andando direto para os meus braços.

Cruzei os braços em torno dela. "Nós estamos indo. Me mande um


texto se você tiver qualquer notícia. "
Ela olhou nos meus olhos com aqueles olhos castanhos dela e
sorriu. "Não seja preso.”

Sorri para ela. "Oh, eu não vou ser preso. Confie em mim, querida. "

Ela riu e apertou seus lábios contra os meus. "Vá. Volte seguro para
mim. "

Pressionei meus lábios contra a testa dela e balancei a cabeça. "Vou


voltar, oh minha querida esposa.”

Ela bateu na minha bunda quando me virei para sair, e joguei-lhe


uma piscadela por cima do ombro, passando meu irmão que estava
falando com a sua própria mulher como eu fiz.

Ele parou apenas quando cheguei ao elevador, juntando-se a mim e


descemos o elevador em silêncio.

Nós não falamos nada todo o caminho para o quarto de hotel que
Black Jack disse que Shovel estava ocupando, também.

Estávamos perdidos em nossa própria contemplação de nossas vidas.

E, em conjunto, nós entramos no quarto com armas em punho.

Shovel correu para fora da cama, pegando a arma, mas não teve
sucesso.

Eu o peguei com uma bala na palma da mão. Sebastian estava sobre


ele no próximo segundo, e como verdadeiros bons irmãos, nos revezamos
batendo a merda absoluta fora dele.

Infelizmente, não fomos os únicos que queriam ação, e nos afastamos


para permitir que alguns dos The Dixie Wardens entrassem em ação.

Três corpos inconscientes bateram no chão ao nosso lado, e eu me


virei para encontrar três dos quatro guardas que atacaram Sawyer ao
longo dos anos, deitados ali onde Cleo os tinha jogado sem a menor
cerimônia.

"Pegamos eles tentando fugir na parte de trás do hotel,” ele


murmurou, cruzando os braços sobre o peito.

"Como você os trouxe aqui?" Perguntei.


Cleo sorriu. "Arrastei-os pelos seus pés, um por um. Black Jack
encontrou-me no canto e ajudou.”

Virei-me para encontrar 'Black Jack' olhando para a sala com olhos
desapaixonados.

Ele estava observando enquanto Torren e Sterling tinham a sua vez.

"Não posso acreditar que ele pensou que não podia ser
encontrado. Porra, Silas tentando fazer tudo sozinho, eu lhe disse
semanas atrás, se ele precisasse de mim, tudo o que tinha a fazer era
perguntar," Black Jack murmurou.

"Qual é seu nome real?" Perguntei, olhando para o homem ao meu


lado.

O homem nem sequer hesitou.

Sorrindo, ele disse: "Lynn.”

"Você trabalha com o meu pai, não é?" Perguntei, não realmente
surpreso.

Ele assentiu. "Por um longo, longo tempo agora.”

"Você é realmente um apostador?" Perguntou Sebastian.

Ele encolheu os ombros. "Quando eu preciso ser.”

"O que você vai fazer com ele?" Perguntei, indicando o homem que
tínhamos acabado de arrebentar com as nossas próprias mãos.

Black Jack, também conhecido como Lynn, apenas sorriu. "Oh, eu


não estou feito com ele ainda. Você vê, menino, você tem que aquecê-
lo. Dando a ele um simples olho preto em comparação com a surra que ele
está prestes a receber de mim. Ele apareceu e fez algo realmente estúpido,
ferir um homem que tem me mantido a salvo todos estes anos. Se não
fosse por Silas e o grande coração dele, ele teria sido morto há muito
tempo, isso é o que eu penso. Foi tudo por causa de uma promessa que
ele fez para um menino de doze anos de idade, que ele nunca iria ferir o
homem novamente.” Jesus. Meu pai e seu grande coração.

Foda-se, eu vou ter que rastejar seriamente.

Eu tinha sido aquele menino de doze anos de idade que Shovel pegou
e machucou e meu pai bateu seriamente nele.
E quando eu o peguei fazendo isso, lhe pedi para parar e prometer
nunca machucá-lo novamente.

Ahh, a ingenuidade da mente de um garoto de 12 anos de idade.

"Bem, considere o pedido rescindido. Faça o que você precisa fazer.”

Com isso, Sebastian e eu deixamos o quarto de hotel e dirigimos de


volta para o hospital, mais uma vez em silêncio.

E nós nos sentamos, juntamente com os nossos entes queridos, e


esperamos.
Acordei quando algo suave tocou meu rosto.

Pisquei os olhos abertos e percebi que tinha caído no sono na cadeira


novamente.

Meu pescoço estava dolorido.

Me estiquei, empurrando os braços por cima da minha cabeça.

Eles colidiram com algo duro e eu engasguei, sentando-me na minha


posição.

E olhei diretamente nos olhos do meu irmão, o irmão que não deveria
estar aqui ainda.

Johnson era um colírio para os olhos.

"Johnson," ofeguei, levantando-me e me atirando em seus braços.

Johnson me pegou e me puxou com força em seu peito, enterrando


seu rosto no meu pescoço enquanto me abraçava apertado.

"Deus, eu perdi tanto de você!" Engoli em seco enquanto as lágrimas


começaram a rolar pelo meu rosto. "Como você chegou tão rápido?"

"Emergência familiar. Chamei meu CO e disse-lhe o que


aconteceu, ele me disse para sair mais cedo,” disse. "Eu precisava
conhecer este homem que todo mundo fala tanto.”
Engoli em seco e virei-me para encontrar o rosto arrebentado de Silas
olhando para mim com o seu sorriso de sempre, inclinado no canto da
boca.

"Silas,” respirei, soltando Johnson e correndo para o seu lado.

Silas sorriu para mim, em seguida, seus olhos foram até meu irmão.

"Que bom que você chegou em casa,” disse ele asperamente.

Sua voz soava como se tivesse acabado de fazer gargarejo com


cascalho, então eu imediatamente estendi a mão para o meu copo de água
e trouxe-o para ele, aproximando dos seus lábios.

Ele revirou os olhos para mim, mas mesmo assim bebeu tudo até o
fim.

Ele tinha estado fora por quase um dia e meio, graças a todos os
analgésicos e antibióticos rolando através do seu sistema.

Não admira que ele estava com sede.

"Obrigado,” disse. "Você está bem?"

Eu sorri, colocando minha mão em sua bochecha.

"Eu estou perfeitamente bem, graças a você. Você, por outro lado,
não está tão bom," disse a ele.

Ele tinha oito costelas quebradas, um pulmão perfurado, e ele agora


estava sem o baço.

"Qual é o veredicto?" Ele perguntou.

Sentei-me suavemente na borda da cama, consciente da forma que


Johnson nos examinou, mas ficou silencioso.

"Você teve algum sangramento interno. Eles tiveram que remover o


baço. Seu pulmão quase foi puncionado. Felizmente, porém, não foi. Você
tem oito costelas quebradas. Que não é surpreendente, considerando que
você estava todo batido em preto e azul. Ah, e eu tenho certeza que seu
nariz está quebrado.”

Ele sorriu. "Eu ainda tenho todos os meus dentes? "

Eu balancei a cabeça. "Sim.”


Ele exalou. "Bem, pelo menos é algo bom.” Assenti.

"Quanto tempo eu estive fora?"

"Pouco mais de 24 horas,” respondi. Ele assentiu.

"Como estão meus filhos?" Perguntou.

Eu sorri para Silas. "Eles estão todos bem. Assustados e preocupados


com você, mas bem.”

Ele riu, mas, em seguida, tão rapidamente fez uma careta. "Eu sei
que é uma mentira.”

Eu balancei minha cabeça. "Realmente, eles estiveram entrando e


saindo daqui pelo último dia e meio, Silas. Até Sam.”

Ele respirou fundo e suspirou.

"Bastou-me quase morrer para tê-los aqui,” ele riu sem graça. Olhou
para o homem ao meu lado. "Que irmão é você?"

Johnson cruzou os braços e sorriu seu sorriso habitual.

"O melhor.”

Silas riu suavemente, consciente da dor, mas que não o impediu de


mostrar a sua felicidade.

"Este é Johnson. O fala mansa da família. Ele é o mais fácil dos meus
irmãos para se dar bem," Informei ao meu futuro marido.

Silas ofereceu sua mão para Johnson e ele pegou, Johnson porém
não suavizou seu aperto em tudo, dando a Silas um aperto de mão
dolorido.

Não, Johnson agarrou duro e balançou forte, e eu podia ver Silas


estremecer, mas ele deixou isso acontecer.

"Johnson," repreendi meu irmão. "Vá a merda e me deixe sozinha por


um minuto.”

Johnson sorriu impertinente. "Ele teria feito o mesmo comigo, as


posições apenas foram invertidas.”

Silas assentiu. "Sim, eu teria.”


Empurrei o ombro do meu irmão. "Vá. Diga a morena na recepção
que ele está acordado, sim?"

Johnson concordou. "Claro, irmãzinha.”

Revirei os olhos, ao vê-lo sair do quarto, mas realmente não estava


triste com ele e sim muito feliz. Eu estava tão feliz que poderia estourar.

Com os meus dois outros irmãos em casa, e eu seria mais feliz do que
poderia me lembrar de estar em anos.

"Agora que ele se foi, você pode ir em frente e me dizer tudo. Qual é a
situação que você não me disse,” Silas disse no momento que Johnson
saiu.

Olhei para ele, estudando seu rosto e corpo.

"Seus filhos bateram forte em Shovel. E, três dos quatro guardas


que... bem, você sabe... também foram cuidados pelo clube. Esse cara
Black Jack, no entanto, ele realmente veio através disso, " Informei a ele.

O homem sorriu. Amplamente.

"Bom,” disse, inclinando a cabeça para trás e fechando os


olhos. "Bom.”

"Sr. Mackenzie,” disse uma enfermeira, apressando-se para o quarto


com um enorme computador na frente dela. "Como você está se sentindo?"

Eu gostei da enfermeira de Silas. Ela era a mesma enfermeira do dia


anterior.

"Estou bem,” disse, não admitindo estar com dor.

"Ele não pressionou a bomba de morfina ainda, e eu tenho certeza


que ele está com dor," disse a ela, sabendo que Silas nunca iria admitir
isso.

Berty, a enfermeira, assentiu. "Entendi. Mackenzie, isto é uma


bomba de morfina. Você pode pressioná-la se a luz vermelha estiver
acesa." Ela indicou um botão que Silas poderia segurar na mão e mostrou
a ele.

A luz vermelha apagou, e Silas olhou. "Não se preocupe. Você não


pode se automedicar. Ele só vai permitir que você o pressione a cada
quinze minutos, entendeu?"
Silas assentiu. "Bom. Eu tenho alguns medicamentos para lhe dar, e
eu posso tirar o seu cateter se você estiver se sentindo bem.”

Silas assentiu novamente.

"Excelente. Vamos cuidar do cateter, em primeiro lugar,” disse,


retirando algumas luvas roxas e colocando. "Senhora, se você puder
sair...”

"Ela não vai a lugar nenhum,” Silas falou.

Berty piscou para mim. "Tudo bem, então, vamos fazer isso.”

Eu vi como, com as mãos capazes, ela rapidamente e eficientemente


removeu o cateter de Silas.

Sorri colocando as mãos sobre a minha boca quando vi o quão


desconfortável ele ficou em ter as mãos da mulher perto do seu pau.

"Não é engraçado,” ele murmurou uma vez que ela terminou.

Levantei os olhos rindo para pegar seu olhar irritado, e encolhi os


ombros. "Eu sinto muito. Não consegui me segurar.”

“Ele não se sente bem tendo alguém o tocando que não seja você.”
Resmungou.

Berty sorriu, mas não olhou para cima ao lavar as mãos.

Avancei até que eu pudesse colocar meus lábios nos dele. "Eu te
amo.”

Ele sorriu. "Também te amo, querida.”

E mesmo que ele ainda estivesse ferido e tivesse alguma coisa para
curar, eu sabia que tudo ia ficar bem.

Porque Silas teria certeza que ficasse assim.

Ele nunca pararia de lutar por mim, e eu faria o mesmo por ele.

Porque eu o amava e ele me amava.

Era tão simples como isso.


"Eu não posso acreditar que você está me obrigando a fazer isso!"
Sawyer resmungou baixinho quando fizemos o nosso caminho para o
tribunal.

Dei de ombros. "Precisa ser feito. Você merece isso.”

Ela suspirou e parou de protestar, embora eu poderia dizer que ela


ainda estava tão chateada agora quanto tinha estado anteriormente.

Eu contratei um advogado para cuidar do caso de restituição da


Sawyer.

O estado tinha dado outra oferta de US $ 50.000. No entanto, eu


ainda sentia que não era suficiente.

Especialmente considerando como mesmo depois de ser libertada da


prisão há seis meses, levou completos quatro meses para as pessoas nesta
cidade absorverem o conhecimento de que ela tinha sido injustamente
condenada e sentenciada, e mesmo assim todos ainda olhavam para ela
de forma diferente. Quebrou meu coração cada vez que vi como isso a
afetou e como ela tentou enterrar e esconder a sua mágoa.

Tinham se passado quatro meses desde que eu tive meu traseiro


chutado por Shovel, e ainda me sentia como merda alguns dias.
Foi mais difícil me recuperar agora em comparação com o período
que o meu corpo era mais novo.

Mas eu tinha a ajuda de uma bela mulher, que estava feliz e fazendo
algo que amava, treinando cães.

Ela e Trance se uniram depois que Trance viu o quão bem ela havia
treinado seu filhote de cachorro, e eles estavam agora em seu caminho
para a construção de um centro de treinamento de cães, um próspero
negócio para pessoas de toda a Região do Arkansas, Louisiana e Texas.

"Não é só para você, sabe. O governo comete erros como pessoas reais
fazem. Se eles cometeram um erro com você, então eles precisam perceber
que você não está bem. Eles não podem simplesmente dar-lhe cinquenta
mil e deixar por isso. Você realmente não pode colocar um preço sobre os
anos da sua vida que perdeu, mas se você pudesse, certamente não seria
uns míseros cinquenta mil," disse a ela, mostrando o meu sentimento
sobre o assunto.

Ela revirou os olhos. "Tanto faz.”

Eu sabia que ela queria, no entanto, assim como eu, mas estava com
medo.

Com medo de que ela não iria conseguir o que sentia que merecia.

Com medo de que ela iria receber ainda mais atenção por matar
quatro pessoas do que já teve.

Com medo de que ela iria ser humilhada pelo tribunal.

Todas essas preocupações eram muito justificadas, mas isso não


muda o fato de que ela precisava fazer isso. "Eu vou estar bem aqui,”
sussurrei. "Então, depois disso vamos ficar bêbados.” Ela virou-se para
mim e riu.

"Estamos casando amanhã. Você certamente não vai ficar bêbado no


dia anterior, eu quero que você tenha uma boa aparência para as fotos,”
disse, sacudindo a cabeça.

Pisquei para ela. "Querida, eu pareço bem, não importa o que


faço. Ficar bêbado na véspera do nosso casamento não vai mudar esse
fato.” Ela bufou.
"Tudo o que você disser Silas. Não acho que você pode invadi-lo,
porém. Você disse para mim que está ficando muito velho para esta merda
apenas esta manhã,” ela brincou.

Parei e virei seu rosto para mim.

"Isso foi porque você queria ter relações sexuais dois minutos depois
que eu gozei. O que exatamente você espera que eu faça? Não tenho quinze
anos mais!" Ri.

Ela riu, e eu queria espancá-la.

Mas tive meu pau bloqueado na hora, pois meu grupo de crianças
intrometidas aproximou-se nesse exato momento.

"Pai, sério? Você não pode falar sobre isso em um tribunal! Para não
falar que tudo o que você acabou de dizer ecoou pelas paredes,” disse
Shiloh, suas bochechas pintadas de vermelho.

Eu sorri.

"É mesmo?" Perguntei, oferecendo um braço para Sawyer e outro


para Shiloh.

"Sim, é isso mesmo,” Shiloh resmungou.

"Eu não acho que já ouvi esta regra,” disse Sam atrás de mim. "E
você?"

"Não,” Sebastian confirmou.

Eu ri quando Shiloh começou a virar para dar a seus irmãos um


pouco da sua ira, mas eu a segurei firme e andei a dois passos deles para
o tribunal onde estávamos programados para estar em menos de cinco
minutos.

"Eu não posso acreditar que tenha chegado a isso," Shiloh disse,
balançando a cabeça enquanto pegava seu assento.

Sawyer se sentou ao lado dela, e eu me sentei no final, Sebastian e


Sam encheram metade dos assentos diretamente atrás de nós enquanto
esperavam suas esposas chegarem.

"Eu não posso acreditar que todos eles estão aqui." Sawyer
murmurou, olhando para trás.
Segui seu olhar, olhando por cima do ombro para os homens
enchendo os lugares atrás dos meus meninos.

Os Dixie Wardens MC eram formidáveis em toda a sua glória.

Cada um deles usavam seus cuts, orgulhosamente declarando-os


como membros dos Dixie Wardens.

Eles estavam recebendo a atenção não apenas de nós, mas de todo o


tribunal.

"Eles te amam, o que posso dizer?" Perguntei, olhando ao redor. E


eles amavam.

Sawyer se encaixou bem com as outras mulheres.

Ela ajudava onde podia, oferecendo seu apoio a todas as outras old
ladies.

Ela ajudou a cuidar dos seus filhos, treinou seus cães, e até mesmo
ajudou com recados.

Ela era energia pura, aquela que lutava como uma gata pelos seus
amigos motoqueiros, sempre lá quando você precisava dela.

E eu amava tudo dela.

Amei que ela amava meu clube tanto quanto eu a amava.

"Isso vai ser muito, muito bom... ou muito, muito ruim,” murmurou
baixinho.

Eu sorri e olhei para a frente quando o oficial de justiça fez o seu


caminho até a frente da sala.

"Todos de pé,” ele ordenou.

Nos levantamos e esperamos pela decisão que afetaria o resto da vida


de Sawyer.
"Não posso acreditar que você recebeu tudo o que você pediu," Shiloh
gritou de emoção para Sawyer no dia seguinte.

Revirei os olhos.

A celebração na noite passada tinha se transformado de uma


pequena parte com um pouco mais de uma centena de Dixie Wardens para
em algum momento após a meia-noite, para mais ou menos mil se
contássemos as famílias que pertenciam aos Dixie Wardens dos estados
vizinhos.

Agora eu era um homem casado, e o anel no meu dedo não tinha


nada a ver com o amor que tinha por Sawyer no meu coração.

Enrolando meu braço em torno da minha esposa, eu a apertei em


meu peito e disse: "Você acha que eles vão sentir a nossa falta por uma
hora?"

Assustada, ela virou-se para mim e perguntou: "Por quê?"

Essa era a minha mulher. Sempre pronta para pensar o pior das
coisas.

Inclinando-me, deixei meus lábios passearem por sua orelha quando


disse, "Então eu posso te foder. Fiquei me perguntando o que você tem sob
o vestido desde que te vi nele vinte minutos atrás.” Mas antes que ela
pudesse responder seus irmãos estavam lá.

Finalmente conheci os dois últimos, Cole e Brody, e gostei bastante.

Na verdade, eu gostava de todos os seus irmãos, mesmo que eles não


tivessem nenhum problema em ameaçar a minha masculinidade a cada
chance que tivessem.

"Hora do bolo!" Brody gritou em voz alta, mesmo que estivéssemos


todos de pé ali.

Reba revirou os olhos, "Sério, Cole?"

"Eu sou Cole. Esse é Brody," Cole disse a sua mãe, exasperado.

"Basta esperar até que você tenha seus próprios filhos, então me diga
se você se importa em misturar os seus nomes," Reba resmungou. "Agora,
vamos lá, minha menina. É hora de cortar o bolo.” Reba era a nossa
improvisada planejadora do casamento.
No início, tinha começado como apenas algo pequeno, mas
rapidamente se transformou em um pequeno show quando percebemos
quantas pessoas estavam chegando.

Sawyer estava feliz que ela não teve que lidar com isso.

Ela tinha coisas mais do que suficientes no seu prato sem ter que se
preocupar com isso também.

"Espere!" Disse o fotógrafo. "Eu preciso tirar uma foto de família! Eu


não quero que você tenha bolo em seu traje de casamento!" Suspirei.

A minha filha tinha insistido no fotógrafo de casamento, e embora eu


não achasse que foi uma boa ideia, estava bem com os convidados fazendo
com suas próprias câmeras, e depois enviando para mim em um e-mail ou
algo assim.

Este cara era um mala com um chicote.

Embora, tinha quase certeza que as imagens ficariam espetaculares.

Mas eu estava ficando cansado de ter o homem me dizendo quando


beijar e não beijar a minha esposa.

Onde colocar as minhas mãos porra, e como eu deveria olhar para


ela.

Nossa família foi se preparando para tirar fotos e Gasten, o fotógrafo


disse:

"Uhh, eu não sei como vou ser capaz de conseguir todos vocês na
foto," ele finalmente admitiu.

Olhei para trás vendo meus filhos e suas famílias. Em seguida, a


família de Sawyer. E finalmente, o resto dos Dixie Wardens e suas famílias.

"Esta é a nossa família. E nenhum deles é melhor que o outro e não


deixe nenhum de fora ou eu vou enfiar meu pé na sua bunda seu idiota,”
disse. "Talvez você poderia fazer uma panorâmica ou algo assim?"
Adicionei como uma reflexão tardia.

Acabou por ser uma imagem muito legal.

Uma que gostaria de admirar pelo resto da minha vida.


MAIS TARDE NAQUELA NOITE

"Sua mãe é uma maldita capataz de escravos,” gemi, finalmente, indo


para a cama.

Suspirei quando Sawyer me seguiu.

"Sawyer," eu disse, criando finalmente coragem para pedir-lhe o que


esteve em minha mente por meses.

"Sim?" Perguntou, seu rosto pressionado no meu peito.

"Você quer ter filhos?"

Eu não sabia se eu queria mais, mas também não sabia se eu não


queria.

Eu só queria que ela fosse feliz, e se isso significava uma criança para
ela, então estaria muito bem em fazer isso por ela.

"Sim, um ou dois,” admitiu. "Nós vamos começar com esse, em


primeiro lugar.”

Meus pulmões congelaram e minha respiração ficou presa no meu


peito.

"Diga de novo?" Perguntei com cuidado.

Eu podia sentir seu sorriso contra o meu peito.

"Sim. Você ouviu direito. Exatamente oito semanas,” disse. "Eu ia


dizer-lhe amanhã, no churrasco. Esta noite era para ser apenas para nós."

Meus braços foram ao redor dela, e eu a puxei para perto.

"Eu vou morrer de um ataque cardíaco tentando correr atrás de outra


criança," eu disse a ela no meu medo.

Ela suspirou.
"Silas, você é a pessoa com 54 anos de idade mais em forma que eu
já conheci. Conquiste o inferno sobre isto,” disse em exasperação.

Pensei novamente na noite que eu imaginava que tínhamos


concebido... foi a única vez que eu gozei sem preservativo desde que
tínhamos estado juntos.

Tinha sido a noite em que oficialmente fui liberado para o trabalho


depois do meu ‘acidente’.

Em nossa exuberância para comemorar e ser capaz de foder minha


mulher sem culpa na consciência eu tinha feito e esquecido a minha
primeira regra da porra.

Proteção.

E eu gozei dentro da sua buceta apertada, quente, sem um segundo


pensamento.

Agora, porém, pensando no que aconteceu percebi que eu não estava


nem um pouco chateado.

Na verdade, estava muito animado!

Não podia esperar para educar uma criança da maneira que eu


sempre quis.

E apesar dos meus outros filhos estarem bem, se me fosse permitido,


eu ainda queria uma segunda chance.

E ela estava aqui, em meus braços.

"Eu te amo, Sawyer," disse à minha esposa.

Ela cantarolou em satisfação.

"Eu também te amo.”

E nós adormecemos assim, eu segurando a mulher dos meus sonhos


em meus braços e os braços dela me envolvendo.

E nem um pesadelo nos perturbou durante toda a noite.


"O que você está fazendo?" Perguntou uma voz atrás de mim.

Joguei a última foto capturada da tortura de Sawyer nas mãos dos


quatro guardas, que tinham sido tiradas durante cada ataque no tempo
dela na prisão, para o pequeno fogo que eu tinha criado no lado da minha
casa suspirando quando ela se enrolou e queimou em cinzas.

"Estou me livrando de algumas coisas que precisam ir.” Disse a


Dallas. "Por que você está atrasado?"

Dallas e Bristol estavam em nossa casa enquanto seus pais estavam


fora em férias.

Seus pais tinham se casado novamente pelo juiz de paz há um mês


com toda a sua família em volta. Esta era a sua segunda lua de mel. Algo
que eles se recusaram a fazer até eles assistirem o casamento da sua filha.

Dallas sorriu. "Eu fui expulso por minha esposa, porque ela quer
embrulhar meu presente de aniversário.”

Balancei a cabeça. "Sim, isso tende a acontecer quando elas acham


que você não viu as faturas do cartão de crédito e sabe exatamente o que
elas compraram para você. "

Dallas e Sawyer tinham restaurado a sua amizade, e seu vínculo era


ainda mais forte agora.

Dallas estava em minha casa, com sua família, pelo menos uma vez
por semana, quando chegava em casa do trabalho, e vice-versa.

E eu estava feliz em vê-los felizes.

Família era amor, e você nunca poderia ter amor suficiente,


especialmente alguém como Sawyer.

"Eu nunca disse obrigado," Dallas disse depois de alguns longos


momentos de silêncio.

Virei meu olhar para o dele.


"Para o quê?,” falei, me perguntando o que eu tinha feito para ganhar
um agradecimento dele.

"Por ajudá-la quando eu deveria ter estado lá fazendo o mesmo. Por


estar lá para ela, mostrando-lhe que ela valia a pena e, em seguida, fazer
o que fosse preciso para fazê-la feliz.” Dallas disse suavemente. "Eu a amo
como um louco, e agradeço a Deus todos os dias que ela esteja bem depois
de sair desse buraco do inferno.”

Dallas tinha ficado durante uma noite comigo para jogar pôquer,
quando nós escutamos Sawyer gritar de dentro do quarto.

Dallas ficou mortalmente branco quando escutou o que ela estava


dizendo em seu sono, e depois disso ele fez de sua missão na vida levá-la
a procurar a ajuda que ela precisava.

Eu não tinha discordado dele.

Eu vinha tentando durante meses convencê-la a ir falar com alguém


sobre isso.

Depois de uma longa conversa com seu irmão sobre o que estava
acontecendo em seus sonhos, Dallas tinha finalmente sido capaz de
convencê-la a fazer algo que eu não tinha sido capaz de realizar em meses.

Depois disso Sawyer tinha voltado a dormir. Ainda me lembro do que


ele me falou na época:

"Você apenas tem que jogar a carta da pena. Funcionou toda vez
quando eu queria o último cookie,” falou piscando para mim.

"Mas isso só funciona porque eu sou seu irmão mais novo e eu tenho
feito isso por quase trinta anos agora.”

"Ela não quebrou, e ela luta todos os dias. Você foi capaz de levá-la
para sessões de aconselhamento quando eu não fui," admiti. "Eu poderia
estar dizendo o mesmo agora.”

Seus olhos se fecharam, e eu tinha certeza que ele tinha algo mais a
dizer, e de repente gritou: "Você não me disse que ela estava grávida!"

Eu sorri e olhei para o fogo na minha frente enquanto Dallas ficava


em silêncio ao meu lado.

"Deus o ajude, cara. Porque eu mal posso lidar com os meus próprios
filhos.”
E, por alguma razão a admissão do homem ao meu lado não me
preocupava muito.

Na verdade, ele só me deu a motivação que eu precisava para ser o


que eu nunca tinha sido antes... um bom pai e marido.

Algo que meus outros filhos nunca tinham chegado a conhecer de


mim, mas algo que eu passaria o resto da minha vida tentando fazer com
esse. Algo que essa criança que Sawyer carregava em seu ventre, saberia
de mim a partir do momento em que ele ou ela desse sua primeira
respiração.

A promessa que eu iria manter até o meu último suspiro.

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