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CENTRO UNIVERSITÁRIO UNIREDENTOR

FONOAUDIOLOGIA - 6º PERÍODO

ARIANE FONSECA SILVA - 2001131


EDUARDA BARROS MACHADO - 0032977
ESTER MACHADO GONÇALVES RIBEIRO - 2000621
JÉSSICA TAVARES DA SILVA E PAIVA - 2001142
JOZIVANE MACHADO VEIGA QUARESMA - 2001422
LARISSA FERREIRA DE SOUZA- 2000652
RENATA DA SILVA NEVES - 2000809
THAMIRIS FERREIRA FIALHO - 2000842
VITÓRIA GARCIA DA SILVA NUSS - 2000957

TRANSTORNO DA FALA: DISPRAXIA

Itaperuna

2022
ARIANE FONSECA SILVA - 2001131
EDUARDA BARROS MACHADO - 0032977
ESTER MACHADO GONÇALVES RIBEIRO - 2000621
JÉSSICA TAVARES DA SILVA E PAIVA - 2001142
JOZIVANE MACHADO VEIGA QUARESMA - 2001422
LARISSA FERREIRA DE SOUZA- 2000652
RENATA DA SILVA NEVES - 2000809
THAMIRIS FERREIRA FIALHO - 2000842
VITÓRIA GARCIA DA SILVA NUSS - 2000957

TRANSTORNO DA FALA: DISPRAXIA

O seguinte trabalho busca


explicar o transtorno da fala em
adultos com Dispraxia. O qual
tem como principal objetivo
demonstrar o conceito, os tipos,
sintomas e tratamentos.
Ressaltando as atividades
práticas que remete a terapia
fonoaudiológica. Patologia da
Linguagem II, Graduação em
Fonoaudiologia, Centro
Universitário Redentor.

Professora: Janaína Breitas da Silva

Itaperuna

2022
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO…………………………….…………………………………………….…4

1.1 JUSTIFICATIVA…………………………………………………………...……………. 5

1.2 OBJETIVOS……………………………………………………………...………………5

1.2.1 GERAL………………………………………………………………………………… 5

1.2.2 ESPECÍFICOS………………………………………………….……………………..5
2 CONCEITO………………………………………………………………………….……...6
3 TIPOS………………………...……….……………………………………………….……6

4 SINTOMAS………..……………………………………………………………….……....8

5 TRATAMENTO……………………………………………………………...………...…...9
6 ATIVIDADES PRÁTICAS PARA A TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA …..…….… 11
7 CONCLUSÃO…………………………...………………………………………………..13
8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS……………………………………………….…. 15
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1. INTRODUÇÃO

O termo Dispraxia é caracterizado por um dano acentuado no planejamento


da coordenação motora, ou seja, uma perda da capacidade de executar movimentos
voluntários com um determinado fim, apesar dos sistemas neuromusculares
permanecerem intactos. Esse distúrbio pode ser causado por uma lesão sutil ou falta
de desenvolvimento na área motora do cérebro, podendo acontecer de forma
isolada ou simultâneo aos quadros de afasia (mais comum na afasia de Broca) e/ou
nas disartrias.
Por muito tempo questionava-se sobre os termos utilizados para descrever a
Dispraxia ou Apraxia de fala. No decorrer dos anos muitos termos foram dispostos
como afasia motora desenvolvimental, a praxia articulatória, dispraxia verbal,
distúrbio do planejamento oro-motor, entre outros. Essa controvérsia foi gerada
graças aos prefixos “a” que significa ausência/perda e “dis” pela dificuldade/desvio.
Mas em 2007 o termo “Apraxia de fala'' foi consolidado e se conserva até hoje como
o mais utilizado, visto que integra todas as manifestações do quadro, desde as de
origem congênita, adquirida, associada a uma causa específica ou desconhecida.
A dificuldade do indivíduo com apraxia está no planejamento e na
programação dos movimentos voluntários, ou seja, ele sabe o que o que quer falar e
possui iniciativa comunicativa, no entanto, não consegue efetivar a programação das
sequências de posturas particulares dos órgãos fonoarticulatórios (OFAS), para
assim, realizar os fonemas pretendidos na ordem correta para a articulação da fala.
A partir do momento em que a programação da fala está afetada, o indivíduo
manifesta uma produção oral específica da apraxia. É caracterizada por modificação
de articulação e prosódia, acredita-se que outras funções essenciais para a
produção da fala como a respiração, ressonância e fonação, possam também estar
afetadas. Indivíduos com esse transtorno manifestam discurso incompleto, forçado,
podendo apresentar dificuldades para localizar a posição correta para a produção
dos fonemas. Os erros articulatórios pioram conforme aumenta a dificuldade do
planejamento motor, como palavras mais extensas, articuladas em regiões
posteriores, palavras usadas com menor frequência, são emitidas com mais erros.
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Em toda tarefa de fala, o indivíduo tem compreensão dos seus erros e busca se
automonitorar. Dessa maneira, a apraxia possui particularidades que a diferem de
outros distúrbios da comunicação como a modificação da fala em execução
voluntária e involuntária. Por exemplo, se um indivíduo apráxico repete uma
expressão já aprendida, como recitar uma oração, contar sequência de números ou
cantar uma música, apresenta precisão articulatória, com discurso sem erros e sem
esforço. Porém, quando é submetido a linguagem oral sob avaliação, de forma
voluntária, não consegue produzi-las ou emite palavras desconexas.

1.1 Justificativa

O seguinte trabalho busca compreender a dispraxia em adultos e idosos,


demonstrando conceito, tipos, sintomas e a importância da terapia. Neste contexto,
os fonoaudiólogos podem conhecer um pouco mais da patologia demonstrada, e
melhorar seus prospectos de tratamento na terapia. Por meio de reflexão, análise e
discussão, o trabalho visa levar conhecimento sobre a patologia, bem como técnicas
terapêuticas para graduandos de fonoaudiologia e toda comunidade
fonoaudiológica, tendo como base artigos científicos para elucidar a importância da
fonoaudiologia na dispraxia.

1.2 Objetivos

1.2.1 Geral

● Conhecer por meio de estudos bibliográficos a patologia Dispraxia, como


transtorno de fala voltado ao adulto e idoso.

1.2.2 Específicos

● Apresentar a importância da reabilitação fonoaudiológica em casos de


Dispraxia da fala;
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● Relatar de forma detalhada o conceito, os tipos, sintomas e tratamentos


referente ao respectivo transtorno de fala, a fim de promover um bom
desenvolvimento;
● Sinalizar as propostas terapêuticas relacionadas aos aspectos clínicos para
reabilitação da fala.

2. CONCEITO

As nomenclaturas Dispraxia Verbal, Dispraxia do Desenvolvimento ou Apraxia


de Fala, são frequentemente usados ​para indicar um déficit ou ausência da
habilidade de sequencializar controles motores necessários para o posicionamento
correto dos articuladores durante a produção voluntária da fala.
Dessa forma, pode interferir na produção dos sons de fala, como o
sequenciamento em sílabas ou palavras e em alguns casos pode estar associada a
dificuldades como inflar a boca, projetar rapidamente a língua, fazer mímica oral, etc.
Essas dificuldades independem da vontade do indivíduo, pois os erros na articulação
são inconsistentes, possuindo produções distintas de um mesmo alvo em diferentes
momentos, diminuição do coeficiente de variação temporal da fala e o aumento do
coeficiente temporal das pausas.
As etiologias desse distúrbio da fala englobam acidentes vasculares
encefálicos (AVE), doenças degenerativas, traumas e tumores. Isso ocorre pelo fato
de que essas áreas são responsáveis por processar e integrar as informações para
que a mensagem a ser transmitida se converta em uma sequência de impulsos
neurais, que irão contrair os músculos apropriados no tempo adequado para a fala.

3. TIPOS

A dispraxia, como já vimos, é um transtorno neurológico no qual a pessoa tem


dificuldade para coordenar os movimentos do corpo, podendo haver dificuldade em
manter o equilíbrio, a postura e dificuldade para falar. Ela também é conhecida como
TDC (Transtorno do Desenvolvimento da Coordenação).
Essa condição costuma ser mais observada durante a infância, em que as
crianças com dispraxia são, muitas vezes, consideradas como “crianças
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desajeitadas”, pois costumam quebrar objetos, tropeçar e cair sem motivo aparente.
No entanto, é possível também que se desenvolva nos adultos, especialmente
devido a um AVE ou traumatismo craniano. Dependendo do tipo de movimentos
afetados, a dispraxia pode ser classificada em:
Dispraxia de Fala ou Verbal, ou ainda Dispraxia Oromotora: Há uma
inadequação do planejamento motor para a execução de movimentos dos sons da
fala. A fala dispráxica apresenta inconsistências, possuindo produções diferentes de
um mesmo alvo em diferentes momentos. Ou seja, o sujeito produz sons distintos
para expressar a mesma palavra, apesar de saber o que ele quer dizer é difícil
produzir sons inteligíveis.
Dispraxia Motora ou Ideomotora: É caracterizada por dificuldades para
coordenar os músculos e realizar movimentos, interferindo em atividades do dia a
dia, como por exemplo: vestir, comer, andar, pular, correr, desenhar, pintar, escrever,
usar talheres e escovar os dentes etc. Em alguns casos, também está associada à
lentidão para fazer esses movimentos simples; a principal dificuldade encontra-se no
acompanhamento da cadeia de movimentos necessária à realização dessas ações.
A dificuldade ocorre apenas no nível motor, podendo o sujeito executar a ação
corretamente na imaginação.
Dispraxia Espacial ou Construtiva: Carateriza-se por uma desorganização do
esquema corporal e da relação do indivíduo com o espaço; É um tipo de dispraxia
em que o sujeito tem dificuldades em entender as relações espaciais e agir de
acordo com elas. Por exemplo, um indivíduo terá problemas ao fazer uma cópia de
uma imagem ou organizar essa imagem/ seriação. Ele tem como base dificuldades
visuoconstrutivas, ou seja, as pessoas com esse déficit apresentam falhas para
elaborar desenhos e/ou construções tridimensionais, tarefa que exige habilidades
visuais e planejamento motor.
Dispraxia Postural: O indivíduo expressa dificuldade para manter uma postura
correta, seja estando de pé, sentado ou caminhando, por exemplo, podendo ser
notada a realização de movimentos sem fluidez e pouco ritmado.
Dispraxia Ideacional: É caracterizado pelo fato de que o problema não está apenas
no nível motor, mas que o sujeito apresenta dificuldades em planejar, no nível da
ideia, a sequência de movimentos necessários para executar uma ação específica.
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4. SINTOMAS

A dispraxia possui sintomas diversos que em sua maioria costumam aparecer


na infância, quando a mesma começa a querer falar. As partes que são afetadas
podem se referir a aspectos motores, verbais e espaciais, no adulto/idoso não é
diferente e podem apresentar dificuldades em realizar tarefas do cotidiano e
rotineiras, como: dirigir, executar tarefas domésticas, cozinhar, entre outras. Tais
dificuldades, podem ter impactos na coordenação motora grossa e fina, lateralidade,
comunicação e fala, movimentos oculares, percepção, aprendizagem, pensamento e
memória, emoções e comportamento.

● Dificuldades em realizar movimentos voluntários;


● Coordenação motora desarmônica;
● Problemas com a orientação espacial;
● Dificuldade em realizar tarefas como: escrever, desenhar e traçar uma reta;
● Dificuldades para organizar seu pensamento;
● Dificuldades na fala, contudo, nem todos os pacientes diagnosticados com a
Dispraxia têm a função verbal afetada. Na maioria dos casos pode vir com
algum distúrbio associado ao transtorno;
● Coordenação motora grossa e fina em déficit quando utilizadas para alguma
tarefa;
● Vagarosidade para realizar algumas atividades que exigem coordenação
motora (vestir uma roupa, ficar sentado, pular, entre outras).
● dificuldade de equilíbrio;
● má postura;
● fadiga;
● falta de jeito;
● dificuldades na fala;
● problemas de percepção;
● má coordenação nas mãos e olhos.
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5. TRATAMENTO

Inicialmente será realizada a anamnese, que é o processo de coleta de


dados, com o objetivo de conhecer melhor o paciente e o ambiente ao qual está
inserido. O fonoaudiólogo quando realiza uma anamnese bem feita, entende melhor
o caso, e, consequentemente compreende com mais precisão as ferramentas de
avaliação que serão necessárias para avaliar o paciente.
No protocolo de avaliação de apraxia de fala, devemos avaliar se o paciente
possui uma apraxia não-verbal ou apraxia verbal. Para a avaliação específica deve
realizar uma observação detalhada das manifestações de fala, sendo assim, a fala
deve ser gravada e analisada quanto ao tipo e prevalência de erros. O
fonoaudiólogo pode gravar a fala e posteriormente efetuar a transcrição e verificação
dos erros, como a substituição, reiteração, antecipação, metátese, omissão,
repetição, acréscimo, entre outros. Vale ressaltar que a análise do tipo e prevalência
de erros é um aspecto essencial para a verificação da gravidade da apraxia e
também de indícios sobre o prognóstico da reabilitação do paciente.
Na avaliação, devem ser usadas palavras de distintas complexibilidades, isto
é, palavras monossilábicas, dissilábicas, trissilábicas e polissilábicas. Deve-se
investigar a probabilidade do paciente emitir frases e de ser compreendido com
transtorno de fala apresentado por ele. Quando o paciente apresenta apraxia de fala
grave que o impede de emitir palavras, recomenda avaliar a probabilidade de o
paciente emitir sílabas isoladas e com pista visual do avaliador. E propomos uma
emissão de sílabas com fonemas plosivos anteriores, médios e posteriores, que
muitas vezes são fáceis de visualizar e, consequentemente, produção.
O plano terapêutico, são estratégias de tratamento com o objetivo de
promover a melhora do quadro do paciente. Sendo assim, é necessário considerar
as particularidades de cada paciente, as características do seu transtorno, suas
limitações, seus conhecimentos e habilidades. Na terapia fonoaudiológica, é
essencial que o fonoaudiólogo converse com o paciente sobre todos os
procedimentos a serem realizados, ao invés de simplesmente executá-los. E os
pacientes devem ser acompanhados por uma equipe multidisciplinar, composta por
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fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, entre outros


profissionais.
A família exerce um papel primordial na terapia fonoaudiológica. Dessa forma,
o fonoaudiólogo deve realizar orientações sobre o transtorno e explicar os objetivos
por trás de cada proposta terapêutica. E é essencial que a família favoreça uma
rotina comunicativa com o indivíduo, sendo assim, o fonoaudiólogo pode sugerir
algumas atividades que sejam prazerosas e envolvam a comunicação, desde que
sejam viáveis. Por exemplo: Fazer uma lista de compras, ler trechos de livros, jornais
e revistas, ligar para amigos/familiares, jogar tabuleiro e cartas, cozinhar, regar e
cultivar plantas, ouvir músicas ou rádio, entre outros.
A apraxia da fala pode apresentar-se em graus variados, ou seja, desde o
mais leve caracterizado como um distúrbio articulatório, até o mais severo, quando
existe ausência completa ou quase total da fala. A apraxia de fala é um dos
tratamentos mais difíceis para transtornos de fala e linguagem, em razão de uma
alteração da articulação, geralmente complicada de ser reabilitada e normalmente os
procedimentos terapêuticos são longos.
É importante traçar um plano terapêutico para a patologia do paciente que
será baseada em uma abordagem propriamente motora, com objetivo de auxiliá-los
na programação da articulação dos órgãos fonoarticulatórios para a produção
correta dos fonemas e fala, conquistando o controle voluntário da articulação. A
evolução do tratamento na apraxia de fala geralmente é lenta, necessitando de um
alto empenho do terapeuta e do paciente para a realização dos exercícios que
requerem muitas repetições ao longo do dia e das sessões terapêuticas.
A reabilitação dependerá de alguns fatores que irão influenciar na evolução,
como, a origem da apraxia; o relacionamento dos processos fisiológicos e
linguísticos, o tempo do ocorrido até a procura do terapeuta; o conhecimento e a
experiência do terapeuta; atitudes e experiências do paciente.
O tratamento irá se basear em atividades repetitivas e intensivas seguindo um
grau de complexidade. Trabalhar com a estimulação das palavras que tem um
significado na vida do paciente e palavras que ele utiliza no dia-a-dia será uma
proposta terapêutica de suma importância. O paciente precisa entender o processo
da sua fala e fazer o monitoramento da mesma, para uma melhor percepção auditiva
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e visual de sua fala/articulação.


Podemos observar em pacientes com apraxia de fala a distorção e/ou
repetições de palavras ou sons; Dificuldade na pronúncia correta das palavras;
Dificuldade na articulação de palavras ou frases mais compridas; Uso excessivo de
formas não verbais na comunicação; Problema na coordenação e habilidades
motoras finas; Afetamento no equilíbrio; Mal coordenação olho-mão; Dificuldade em
tarefas diárias que envolvam movimento; Fala acelerada ou monótona; Esforços na
produção articulatória.

6. ATIVIDADES PRÁTICAS PARA A TERAPIA FONOAUDIOLÓGICA


O paciente apráxico consegue pensar no que quer dizer, porém não consegue
converter o pensamento em palavras, ou seja, é como se tivesse uma falha na
comunicação entre o cérebro e os músculos responsáveis pela fala. Sendo assim,
um dos principais objetivos da terapia fonoaudiológica é ajudar esse paciente a
recuperar o controle voluntário para programar a posição correta dos órgãos
fonoarticulatórios. Posto isto, o método de pistas multissensoriais é um dos mais
bem-sucedidos em adultos e crianças com dificuldade na aquisição de sons da fala.
Dessa forma, o fonoaudiólogo irá fornecer pistas para a produção de sons usando
mais de um meio sensorial (por exemplo, apresentação simultânea de pistas táteis,
auditivas e visuais).
O cérebro gerencia diversas funções cognitivas essenciais para a execução
de tarefas do dia a dia, na maioria das vezes tudo funciona de uma forma tão
automática que a gente não se dá conta de que há um órgão dedicado a processar e
interpretar as informações que chegam pelos nossos sentidos. Segundo Baddeley
(1992) a Memória Operacional é um sistema cerebral que possibilita a estocagem e
a manipulação temporária da informação necessária para atividades complexas
como linguagem, compreensão, aprendizado e raciocínio. Os jogos cognitivos
mantém, reabilita e desenvolve novas habilidades cerebrais, além de entreter e
divertir o indivíduo, desafiando a mente. Possibilitando o desenvolvimento da
agilidade mental, percepção, processos criativos, atenção, concentração e memória,
desenvolvendo ou recuperando funções cognitivas. Na reabilitação de indivíduos
com apraxia de fala, torna-se fundamental a estimulação cognitiva, visto que para a
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programação correta da fala é necessário que o cérebro envie os estímulos


necessários para os músculos responsáveis pela articulação da fala .
A música está associada à linguagem, através dos múltiplos elementos
existentes nela, é possível fortalecer e ampliar a intensidade vocal, projeção,
controle do uso da voz, maior consciência dos fonemas, conectividade entre as
sílabas e palavras, aumento do tempo de fonação, melodia, prosódia, ritmo, assim
contribuindo de forma eficaz no prognóstico do paciente com apraxia de fala. O
fonoaudiólogo pode utilizar a Terapia de Entonação Melódica (TEM), desenvolvida
na década de 1970, usada também no tratamento da apraxia de fala, é
fundamentada na entonação de sons, palavras ou sentenças cotidianas,
acompanhadas de batidas, toques na mão do paciente, seguindo uma hierarquia de
etapas promovendo o cantar para a fala.
As frases podem ser cantadas ou entoadas, oferecendo mais tempo para o
planejamento e execução motor comparado a linguagem falada normal, sendo
capaz de tornar a produção mais fluente e propiciar treinos menos exigentes. A
redução da velocidade do canto, permite que o paciente com apraxia de fala tenha
mais tempo para planejar e executar os sons, possibilitando o prolongamento de
vogais, desta forma aumentando a informação proprioceptiva para o paciente. Por
meio da percepção musical experiências agradáveis são ativadas, também o circuito
de motivação e recompensa do cérebro, que estão relacionadas a liberação de
dopamina, neurotransmissor associado ao prazer, motivação e recompensa.
Outra abordagem interessante a ser citada como atividade prática para
terapia fonoaudiológica na Dispraxia são os exercícios oromiofuncionais.
Sabe-se que a terapia miofuncional tem por objetivo a modificação muscular,
entretanto entende-se que apesar disso, para se realizar um exercício
oromiofuncional que visa a modificação muscular é preciso de uma programação e
idealização do movimento. Sendo assim, o objetivo dessa atividade terapêutica
proposta é estimular a práxis oral focando na dispraxia, de forma que para
realização do exercício já é necessário programar o movimento e que
consequentemente já auxilia no estímulo para programação do movimento da fala, o
que se encontra danificado na apraxia de fala.
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7. CONCLUSÃO

À guisa de conclusão, faz-se necessário referenciar o que fora tratado acima


neste trabalho.
Deste modo, a dispraxia consiste em um prejuízo na programação da
coordenação motora. E, se tratando de um estudo voltado aos transtornos de fala, a
dispraxia ou apraxia de fala podem se conceituar por déficit ou ausência da
habilidade de sequencialização dos controles motores necessários para o
posicionamento correto dos articuladores durante a produção voluntária da fala.
Na maioria dos casos, a etiologia desse transtorno está voltada para o
acometimento de outras desordens, tais como acidentes vasculares cerebrais,
doenças degenerativas, traumas e tumores cerebrais, desde que a localização
dessas lesões centrais sejam nas áreas responsáveis pela sequencialização dos
comandos motores necessários envolvidos na produção da fala.
O que ocorre nesta patologia é justamente um dano nas áreas
responsabilizadas pela integração e processamento das informações. E, dessa
forma, a mensagem a ser transmitida não se converte, de maneira correta, em uma
sequência de impulsos neurais, gerando, consequentemente, uma inconsistência na
contração dos músculos necessários para produção da fala.
Sendo assim, o indivíduo com apraxia de fala possui a consciência do que
quer falar assim como, a intenção de se comunicar, porém, apresenta dificuldade na
programação para realizar, de modo preciso, a contração dos músculos envolvidos
nos órgãos fonoarticulatórios, causando uma incoerência no som da fala produzida e
consequentemente nos fonemas executados.
Vale ressaltar que tal incoerência motora independe da vontade do indivíduo
acometido, pois se tratam de movimentos inconsistentes que podem ser executados
de modos diferentes em momentos distintos, reforçando a questão da execução
voluntária e involuntária, de modo que o movimento pode sair automático, no
entanto, não voluntário, corroborando assim uma característica importante da
apraxia de fala.
No que compete à sua classificação, a dispraxia pode ser dividida em
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diferentes tipos e que estará relacionada ao tipo de movimento afetado, podendo ser
dispraxia de fala ou verbal, também classificada em dispraxia oromotora, dispraxia
motora ou ideomotora, dispraxia espacial ou construtiva, dispraxia postural e
dispraxia ideacional.
Aspectos motores, verbais e espaciais são aspectos afetados na dispraxia
como um todo. Os sintomas da dispraxia envolvem pontos dentro dos já citados,
como exemplo, déficits na coordenação motora fina e grossa, problemas na
orientação espacial, dificuldades na fala, entre outros.
No que tange ao tratamento da patologia ressalta-se a importância primordial
de se levar em consideração a particularidade de cada paciente, as características
específicas do transtorno, a ciência do transtorno por parte do terapeuta e os
acometimentos específicos do paciente. Além disso, o tratamento desse transtorno
de fala requer uma equipe multidisciplinar, composta por fonoaudiólogo, terapeuta
ocupacional, psicólogo, fisioterapeuta, entre outros. Possuindo uma abordagem
propriamente motora, a fim de conquistar o controle voluntário da articulação, o
tratamento se baseará principalmente em atividades repetitivas e intensivas, com
evolução lenta, implicando na necessidade de muitas sessões, no caso do
fonoaudiólogo, e principalmente o comprometimento da parte do paciente na
realização dos exercícios propostos.
Destaca-se ao final o papel essencial do fonoaudiólogo como profissional
apto à promoção da comunicação assertiva. O fonoaudiólogo poderá apresentar
propostas terapêuticas envolvendo pistas visuais, táteis, verbais, auditivas,
cognitivas, dentre outros, para enfatizar a organização e planejamento dos gestos
articulatórios, além de propostas terapêuticas que envolvam músicas, jogos para
estimulação da linguagem e habilidades cognitivas assim como bombardeamento
auditivo e visual, focando na repetição.
Em suma, este trabalho tem por objetivo trazer o tema dispraxia focado na
dispraxia verbal, como transtorno de fala, abordando o conceito, tipos, sintomas e os
respectivos tratamentos no que se refere ao papel do fonoaudiólogo e as possíveis
propostas terapêuticas envolvidas na reabilitação do transtorno. Levando
primordialmente em consideração a promoção à saúde e comunicação como um
todo do paciente acometido.
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PERNAMBUCO, Leandro de A.; ASSENÇO, Ana Manhani C. Fonoaudiologia: Avaliação e


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https://apraxiabrasil.org/textos-sobre-afi/dispraxia-ou-apraxia-de-fala/

https://doi.org/10.1590/S1413-65382115000300009

https://doi.org/10.1590/S1516-80342008000200015

https://institutoneurosaber.com.br/o-que-e-e-o-que-envolve-a-dispraxia/

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