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INTERVENÇÃO PSICOPEDAGÓGICA RELACIONADA A TRANSTORNOS DE


APRENDIZAGEM

Sharliene Araújo da Encarnação¹

RESUMO

O presente artigo aborda a Intervenção psicopedagógica relacionada a transtornos de


aprendizagem. O objetivo central é compreender a atuação do psicopedagogo nesse
contexto, destacando sua importância como agente facilitador e promotor da
aprendizagem para indivíduos que enfrentam essas dificuldades. Através de uma
revisão bibliográfica e análise de estudos de caso, exploramos as diferentes
ferramentas e métodos utilizados pelo psicopedagogo na avaliação abrangente das
habilidades, dificuldades e necessidades educacionais dos indivíduos com
transtornos de aprendizagem. Discutimos a importância de entrevistas, observações,
testes e análise documental como formas de coletar informações relevantes para o
diagnóstico. Além disso, investigamos as estratégias e técnicas de intervenção
psicopedagógica, visando o desenvolvimento de habilidades compensatórias e a
adaptação do ambiente de aprendizagem. Abordamos a importância da parceria entre
psicopedagogo, professores e famílias, assim como a colaboração com outros
profissionais, como psicólogos e fonoaudiólogos, para uma abordagem
multidisciplinar efetiva. Destacamos também a relevância das adaptações curriculares
e do uso de tecnologias assistivas como recursos para apoiar a aprendizagem dos
indivíduos com transtornos de aprendizagem. Espera-se que este trabalho contribua
para ampliar o conhecimento sobre os transtornos de aprendizagem e ofereça
subsídios para profissionais da área, educadores e familiares, visando aprimorar a
prática psicopedagógica e promover uma educação mais inclusiva e efetiva para
esses indivíduos.

Palavras-chave: Intervenção, psicopedagogia, transtornos, avaliações.

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¹ Graduada em pedagogia. Email: sharliene1108@gmail.com
1. INTRODUÇÃO

O processo de aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento integral


de qualquer indivíduo, e quando se trata de transtornos de aprendizagem, é
necessário um olhar especializado para compreender as dificuldades enfrentadas por
algumas pessoas nesse contexto. Os transtornos de aprendizagem, como dislexia,
discalculia e disgrafia, afetam significativamente a capacidade de adquirir e utilizar
habilidades acadêmicas básicas, como leitura, escrita e cálculos matemáticos.
De acordo Scoz (1992) “a psicopedagogia estuda o processo de aprendizagem
e suas dificuldades”. Nesse contexto, a atuação do psicopedagogo desempenha um
papel crucial na avaliação, diagnóstico e intervenção desses transtornos. A avaliação
psicopedagógica permite identificar as necessidades educacionais específicas de
cada indivíduo, compreendendo suas dificuldades, habilidades e potencialidades. A
partir disso, é possível realizar um diagnóstico preciso, fornecendo um panorama
abrangente do quadro de transtorno de aprendizagem e suas características
individuais. “Fundamenta-se na observação e na análise contextualizada e pode ser
considerada também um trabalho clínico, na medida em que requer investigação,
análise, olhar e escuta” (Bastos, 2015, p.47).
Com isso intervenção psicopedagógica busca promover o desenvolvimento de
estratégias compensatórias, adaptando o ambiente de aprendizagem e utilizando
recursos adequados para atender às demandas do indivíduo com transtorno de
aprendizagem. Segundo Bossa (2011), o trabalho psicopedagógico institucional é
preventivo e dispõe de um olhar sob várias vertentes, por exemplo os aspectos:
estrutura física e a interação humana no processo de aprendizagem. Através de
abordagens individualizadas e metodologias específicas, o psicopedagogo trabalha
em parceria com o aluno, professores e famílias, visando superar as dificuldades e
maximizar o potencial de aprendizagem. Como nos diz Neves:
A psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em
conta as realidades interna e externa da aprendizagem, tomadas em
conjunto. E, mais, procurando estudar a construção do conhecimento em toda
a sua complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os aspectos
cognitivos, afetivos e sociais que lhe estão implícitos (NEVES, 1991 apud
BOSSA, 2007, p. 21).

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2. METODOLOGIA

Este estudo foi realizado seguindo os critérios de pesquisa básica, do tipo


exploratório com abordagem qualitativa, que consiste no aprofundamento do objeto
estudado. Segundo Gil (2008), a pesquisa exploratória “visa proporcionar uma visão
geral de um determinado fato, do tipo aproximado”. Empregando ainda a pesquisa
bibliográfica, para investigação das teorias abordadas.
Para Severino (2007), a pesquisa bibliográfica é aquela que se realiza a partir
do registro disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos, como livros, artigos, teses etc Utilizou-se também fontes secundarias a
leitura de artigos científicos relacionados ao tema, sempre que necessário buscou-se
obras originais de autores disponíveis na internet.

3. RESULTADOS E DISCUSSÕES

3.1 Definição e características dos transtornos de aprendizagem

Os transtornos de aprendizagem são condições neurológicas que afetam a


aquisição e o uso de habilidades acadêmicas essenciais, apesar de uma inteligência
normal, oportunidades educacionais adequadas e ausência de outros fatores
limitadores. Esses transtornos podem persistir ao longo da vida e impactar o
desempenho escolar, profissional e emocional dos indivíduos. Diana Hudson afirma
sobre as Dificuldades de Aprendizagem Específicas:

As DAEs mais comuns que podem ser encontradas nas salas de aula
tradicionais são:
• Dislexia: problemas de leitura, escrita e ortografia;
• Discalculia: problemas com números;
• Disgrafia: problemas físicos com escrita a mão;
• Dispraxia: problemas de movimento e coordenação;
• Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (Tdah): baixa
capacidade de concentração, comportamento agitado e impulsivo;
• Transtornos do Espectro Autista (TEA), como a Síndrome de Asperger:
dificuldades sociais e de comunicação, constrangimento na interação social,
discurso factual desprovido de imaginação e preocupação com interesses
muito restritos;

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• Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC): preocupações e medos
infundados (obsessões) que levam a padrões repetitivos de comportamento
(compulsões). (HUDSON, 2019, p.15)

Cada transtorno possui características distintas que podem impactar


significativamente a vida acadêmica e emocional das pessoas afetadas.
A dislexia é um transtorno de aprendizagem que envolve dificuldades
específicas na leitura. Indivíduos com dislexia podem ter dificuldades em decodificar
palavras, fluência de leitura e compreensão de textos. Além disso, podem apresentar
dificuldades na ortografia, como erros frequentes, e leitura lenta e com erros.
A discalculia é um transtorno específico de aprendizagem em matemática.
Indivíduos com discalculia podem ter dificuldades em entender e manipular conceitos
numéricos, realizar cálculos matemáticos básicos, como adição, subtração,
multiplicação e divisão, além de problemas em reconhecer e lembrar fatos
matemáticos, como tabuadas.
A disgrafia é um transtorno que afeta a escrita manual. Pessoas com disgrafia
podem ter dificuldades em escrever de forma legível, apresentando problemas na
caligrafia, espaçamento inadequado entre as palavras e dificuldades na organização
e estruturação do texto escrito.
A dispraxia, também conhecida como transtorno do desenvolvimento da
coordenação, é um transtorno neuromotor que afeta a coordenação motora global e
fina. Pessoas com dispraxia podem ter dificuldades em planejar e executar
movimentos voluntários, como amarrar cadarços, pegar objetos ou escrever de forma
legível.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é caracterizado
por dificuldades na manutenção da atenção, impulsividade e hiperatividade.
Indivíduos com TDAH podem apresentar dificuldades em manter o foco em tarefas,
seguir instruções, controlar im
pulsos e gerenciar seu tempo de forma eficiente.
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um transtorno do
neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, interação social e padrões de
comportamento. Indivíduos com TEA podem apresentar dificuldades na comunicação
verbal e não verbal, interação social atípica, interesses restritos e repetitivos, além de
sensibilidades sensoriais.

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O Transtorno Obsessivo-Compulsivo (TOC) é um transtorno de ansiedade
que se caracteriza pela presença de obsessões e compulsões. As obsessões são
pensamentos, impulsos ou imagens intrusivas e persistentes que causam ansiedade
significativa, enquanto as compulsões são comportamentos repetitivos ou atos
mentais realizados em resposta às obsessões, com o objetivo de reduzir a ansiedade.

3.2 Processo de avaliação psicopedagógica

A avaliação psicopedagógica abrange diversos aspectos para compreender a


natureza das dificuldades de aprendizagem apresentadas pela criança e determinar
se são resultado de distúrbios específicos ou de outros fatores emocionais, cognitivos
ou sociais. Para isso, são coletados dados sobre a natureza das dificuldades,
investigação de quadros neuropsiquiátricos, condições familiares, ambiente escolar e
oportunidades de estimulação oferecidas à criança. Do ponto de vista de Fernández
(1991, p. 92):
A presença da família no diagnóstico, à medida em que ajuda a observar mais
rapidamente a existência de significações sintomáticas localizadas em
vínculos em relação ao aprender, permite realizar diagnósticos diferenciais
entre sintoma (problema de aprendizagem-sintoma) e problemas de
aprendizagem-reativos.

Além disso, a avaliação busca levantar o repertório infantil em relação às


habilidades acadêmicas e cognitivas relevantes para a dificuldade de aprendizagem.
Isso inclui o conhecimento do profissional sobre o conteúdo acadêmico e a proposta
pedagógica aos quais a criança está exposta, investigação de repertórios
relacionados à aprendizagem (como atenção, hábitos de estudo, solução de
problemas, desenvolvimento psicomotor, linguístico, etc.) e avaliação de pré-
requisitos e/ou condições que facilitem a aprendizagem dos conteúdos.
Outro aspecto importante da avaliação é a identificação de características
emocionais da criança, estímulos e esquemas de reforçamento aos quais ela
responde, bem como sua interação com as exigências escolares. Isso auxilia na
compreensão de como fatores emocionais podem estar influenciando o processo de
aprendizagem.
A psicopedagogia se ocupa da aprendizagem humana. Como se preocupa
com o problema da aprendizagem, deve ocupar-se inicialmente dos
processos de aprendizagem. E se preocupa como se aprende, como esta
aprendizagem varia evolutivamente e está condicionada por vários fatores,
como se produzem as alterações na aprendizagem, como reconhecê-las,

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tratá-las e preveni-las. Adquire características específicas a depender do
trabalho clínico e preventivo. (OLIVEIRA, 2019, p. 06)
A avaliação psicopedagógica é um processo dinâmico, pois é nesse momento
que são tomadas decisões sobre a necessidade ou não de intervenção
psicopedagógica. Ela envolve a realização de entrevistas iniciais com os pais ou
responsáveis pela criança, análise do material escolar, aplicação de diferentes
atividades e testes para avaliar o desenvolvimento, áreas de competência e
dificuldades apresentadas. Durante a avaliação, podem ser realizadas atividades
matemáticas, provas para avaliação do nível de pensamento e outras funções
cognitivas, leitura, escrita, desenhos e jogos, dependendo das necessidades e
características da criança.
Oliveira em seu livro “Sessões Psicopedagógicas Passo a Passo” expõe e
alguns caminhos para realização das sessões psicopedagógicas:
Maria Lúcia Weiss indica o seguinte caminho:
1. E.F.E.S.
2. Entrevista de Anamnese.
3. Sessões lúdicas centradas na aprendizagem.
4. Complementação com provas e testes.
5. Síntese diagnóstica – Prognóstico.
6. Entrevista de devolução e encaminhamento.
Transtorno da Clínica psicológica – segue o modelo médico
1. Anamnese (história de caso).
2. Testagem de provas pedagógicas.
3. Laudo (síntese das conclusões e prognóstico).
4. Devolução (verbalização do laudo) ao paciente e/ou aos pais.
Jorge Visca indica o seguinte caminho:
1. E.O.C.A (levantamento do 1º sistema de hipóteses, definições das linhas
de investigação, escolha de instrumentos).
2. Testes (levantamento do 2º sistema de hipótese e investigação).
3. Anamnese – verificação e decantação do 2º sistema de hipóteses,
formulação do 3º sistema de hipóteses).
4. Elaboração do informe psicopedagógico.
Edith Rubstein indica o seguinte caminho:
1. Entrevista com a Família.
2. Contatos anteriores à consulta.
3. Escuta do motivo da consulta.
4. História de vida ou anamnese.
5. Entrevista com o sujeito.
6. Escuta do motivo da consulta.
7. Instrumentos escolhidos pelo psicopedagogo com base nas necessidades.
8. Devolutiva ao sujeito.
9. Contato com a escola (Prévio ao finalizar).
10. Contato com outros técnicos.
11. Devolutiva e encaminhamento. (OLIVEIRA, 2021, p.10)
Vale ressaltar que não existe um padrão único que sirva para todos os casos,
pois cada indivíduo possui características e demandas diferentes. É importante que o
psicopedagogo esteja aberto e flexível para adequar as sessões de acordo com a
realidade e necessidades individuais de cada pessoa.

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A adaptabilidade é uma habilidade fundamental do psicopedagogo, que deve
ser capaz de ajustar suas intervenções de acordo com as particularidades e objetivos
específicos de cada pessoa. Isso inclui considerar o perfil de aprendizagem,
interesses, motivação e nível de desenvolvimento do indivíduo.
Ao personalizar as sessões, o psicopedagogo pode selecionar estratégias,
materiais e atividades que sejam mais relevantes e eficazes para atender às
necessidades específicas da pessoa. Essa abordagem individualizada permite uma
intervenção mais significativa, que valoriza as potencialidades e busca superar as
dificuldades de forma personalizada.

3.3.1 Métodos e instrumentos utilizados na avaliação


psicopedagógica de transtornos de aprendizagem

Os métodos e instrumentos busca identificar e compreender as dificuldades


específicas que um indivíduo apresenta em seu processo de aprendizagem. A
avaliação busca investigar os aspectos cognitivos, emocionais, sociais e pedagógicos
que podem influenciar negativamente o desempenho acadêmico do aluno. Com base
nos resultados da avaliação, o profissional pode fornecer orientações específicas aos
educadores e familiares, além de planejar intervenções e adaptar práticas
pedagógicas para promover o progresso e o sucesso acadêmico do aluno.
Na avaliação psicopedagógica de transtornos de aprendizagem, são utilizados
diversos métodos e instrumentos:
1. Entrevistas: Entrevistas estruturadas ou semi-estruturadas são conduzidas
com pais, professores e o próprio aluno para obter informações sobre o histórico
escolar, comportamento, dificuldades e habilidades do indivíduo.
2. Observação direta: O profissional realiza a observação direta do aluno em
diferentes contextos, como sala de aula ou sessões de intervenção, para identificar
comportamentos, estratégias de aprendizagem e interações sociais.
3. Testes psicopedagógicos: São utilizados testes específicos que avaliam
habilidades cognitivas, acadêmicas e socioemocionais do indivíduo. Alguns exemplos
incluem:
- Testes de inteligência, como o WISC-IV (Escala de Inteligência Wechsler
para Crianças) ou o WAIS-IV (Escala de Inteligência Wechsler para Adultos).

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- Testes de habilidades acadêmicas, como o Teste de Desempenho Escolar
(TDE) ou o Teste de Leitura e Escrita (TLE).
- Testes de processamento cognitivo, como o Teste de Memória de Trabalho
(TMT) ou o Teste de Atenção Concentrada (TEACO).
4. Questionários e escalas: São instrumentos estruturados que utilizam
perguntas padronizadas para avaliar características específicas do indivíduo, como
sintomas de transtornos de aprendizagem, comportamento adaptativo ou habilidades
socioemocionais. Exemplos incluem o Questionário de Conners e a Escala de
Comportamento Adaptativo Vineland.
5. Análise de produções e trabalhos escolares: O psicopedagogo analisa os
trabalhos e produções escolares do aluno para identificar padrões, dificuldades ou
áreas de competência, relacionados à leitura, escrita, matemática ou outras
habilidades acadêmicas.
6. Avaliação do ambiente escolar: O ambiente escolar também é avaliado para
compreender sua influência nas dificuldades de aprendizagem do aluno. Isso pode
envolver a análise de práticas pedagógicas, materiais didáticos, estratégias de ensino
e o suporte disponível para alunos com necessidades especiais.

3.3 Contribuição da avaliação psicopedagógica no diagnóstico


diferencial de transtornos de aprendizagem

A contribuição da avaliação psicopedagógica no diagnóstico diferencial de


transtornos de aprendizagem é significativa. Por meio de uma abordagem abrangente,
a avaliação considera múltiplas dimensões da aprendizagem, incluindo habilidades
acadêmicas, processos cognitivos, comportamentais e socioemocionais. Utilizando
instrumentos específicos, como testes validados, a avaliação busca identificar
características distintas de cada transtorno de aprendizagem. Segundo Weiss (2004,
p.27):
Todo diagnóstico é, em si, uma investigação, é uma pesquisa do que não vai
bem com o sujeito em relação a uma conduta esperada. Será, portanto, o
esclarecimento de uma queixa, do próprio sujeito, da família e na maioria das
vezes, da escola. No caso, trata-se do não-aprender, do aprender com
dificuldade ou lentamente, do não-revelar o que aprendeu, do fugir de
situações de possível aprendizagem.

Além disso, a observação direta do comportamento e desempenho do indivíduo


em diferentes contextos, juntamente com informações coletadas por meio de

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entrevistas com pais, professores e outros envolvidos no processo educacional,
contribui para uma visão mais completa das dificuldades e habilidades do indivíduo.
A avaliação psicopedagógica também compara os resultados obtidos com
critérios diagnósticos estabelecidos, presentes em manuais de classificação de
transtornos, como o DSM-5 ou o CID-11. Essa comparação permite identificar se o
indivíduo atende aos critérios específicos de um determinado transtorno de
aprendizagem, auxiliando no diagnóstico diferencial.
De acordo Beauclair (p.31) 2011, “o psicopedagogo necessita deste constante
movimento de olhar novos horizontes e caminhos para trilhar, para abrir espaços não
só objetivos, mas também subjetivos, onde a autoria, e a autonomia de pensamento
seja concreta possibilidade.
Ao fornecer um diagnóstico diferencial preciso, a avaliação psicopedagógica
possibilita um planejamento de intervenções mais direcionadas e efetivas. Isso
permite que sejam adotadas estratégias personalizadas e adaptadas às necessidades
específicas do indivíduo, promovendo seu desenvolvimento acadêmico e
socioemocional.

3.4 Impacto da avaliação psicopedagógica na elaboração de estratégias de


intervenção personalizadas

A avaliação psicopedagógica desempenha um papel fundamental na


elaboração de estratégias de intervenção personalizadas para alunos com transtornos
de aprendizagem. Por meio da avaliação, são obtidas informações detalhadas sobre
as habilidades, dificuldades, características e necessidades específicas de cada
indivíduo. Essas informações direcionam o planejamento de intervenções eficazes e
adaptadas às particularidades de cada aluno, visando promover seu desenvolvimento
acadêmico e socioemocional.
A avaliação psicopedagógica fornece uma visão abrangente das habilidades
cognitivas, emocionais, sociais e pedagógicas do aluno. Com base nessa
compreensão aprofundada, os profissionais podem identificar os pontos fortes do
aluno e suas áreas de dificuldade. Essas informações são cruciais para a elaboração
de estratégias de intervenção que sejam direcionadas e alinhadas às necessidades
específicas de cada indivíduo.

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Ao conhecer as características e necessidades do aluno, a equipe
psicopedagógica pode selecionar e implementar intervenções e recursos adequados.
Essas estratégias podem incluir a adaptação de materiais educacionais, a utilização
de metodologias diferenciadas, o fornecimento de suporte individualizado e o
estabelecimento de metas realistas e alcançáveis. Além disso, a avaliação
psicopedagógica pode indicar a necessidade de intervenções complementares, como
terapias específicas (fonoaudiologia, psicoterapia, terapia ocupacional, entre outras).
A personalização das estratégias de intervenção é essencial para atender às
necessidades individuais dos alunos com transtornos de aprendizagem. Cada aluno
é único e requer uma abordagem adaptada às suas características específicas. A
avaliação psicopedagógica fornece informações precisas que permitem o
planejamento de intervenções efetivas e adaptadas às particularidades de cada
indivíduo, maximizando suas oportunidades de sucesso na aprendizagem.
Portanto, a avaliação psicopedagógica desempenha um papel crucial ao
fornecer informações que direcionam o planejamento de intervenções personalizadas
para alunos com transtornos de aprendizagem. Essa abordagem individualizada
contribui para um apoio mais eficaz e adequado, visando potencializar o
desenvolvimento acadêmico e socioemocional desses alunos.

CONCLUSÃO

A avaliação psicopedagógica desempenha um papel crucial na identificação e


intervenção de transtornos de aprendizagem. Por meio dessa avaliação, é possível
obter uma compreensão abrangente das habilidades, dificuldades, características e
necessidades específicas de cada aluno. Isso permite uma detecção precoce dos
transtornos de aprendizagem, possibilitando intervenções e suporte adequados desde
o início.
A avaliação psicopedagógica não apenas identifica os transtornos de
aprendizagem, mas também fornece informações essenciais para o planejamento de
estratégias de intervenção personalizadas. Com base nos resultados da avaliação,
profissionais podem desenvolver intervenções adaptadas às necessidades individuais
de cada aluno, incluindo adaptação de materiais, planos de ensino individualizados e
técnicas de ensino diferenciadas.

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Além disso, a avaliação psicopedagógica permite o acompanhamento contínuo
do progresso do aluno, possibilitando ajustes e modificações nas estratégias de
intervenção conforme necessário. É um processo dinâmico que visa promover o
desenvolvimento acadêmico, socioemocional e a inclusão educacional dos alunos
com transtornos de aprendizagem.
Através da avaliação psicopedagógica, é possível proporcionar um ambiente
de aprendizagem mais adequado e inclusivo, maximizando as oportunidades de
sucesso acadêmico e pessoal para esses alunos. A intervenção baseada em uma
avaliação abrangente e precisa tem o potencial de transformar a vida desses
indivíduos, capacitando-os a superar as dificuldades de aprendizagem e alcançar seu
pleno potencial.
Portanto, a avaliação psicopedagógica desempenha um papel fundamental na
identificação precoce e intervenção eficaz dos transtornos de aprendizagem,
proporcionando suporte adequado e personalizado aos alunos. É uma ferramenta
valiosa para promover a inclusão e garantir que todos os alunos tenham acesso a uma
educação de qualidade, independentemente de suas dificuldades de aprendizagem.

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