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Fisiologia da termorregulação

A capacidade de regular a temperatura corporal, característica


especial dos animais homeotérmicos, é exercida pelo hipotálamo.
Este é informado da temperatura corporal por neurônios que
funcionam como termo receptores. A termorregulação está
associada à homeostase da temperatura corporal do organismo, e o
controle da temperatura é exercido através de mecanismos do SNA
Simpático. Os seres humanos são homeotérmicos, ou seja, mesmo
sob grandes variações de temperatura ambiental, a nossa
temperatura central (interna) sofre variação mínima. A temperatura
ideal do corpo humano é de 36,5 a 37 graus Celsius. A temperatura
ambiente confortável para o ser humano gira em torno de 20 a 35
graus.
Existe um ponto de ajuste interno, no qual o corpo estabelece como
sendo o ideal. Temos receptores, que são sensores que percebem
as variações da temperatura, comparam isso com o ponto de ajuste
hipotalâmico e ativam vias efetoras para corrigir os parâmetros.
Para que consigamos manter a temperatura corporal estável, temos
que produzir ou ganhar tanto calor quanto perder.

Mecanismos de troca de calor entre o corpo e o ambiente

 Irradiação: emissão de calor;


 Condução: transferência direta de calor;
 Convecção: substituição do meio já equilibrado;
 Evaporação: sudorese;
Mecanismos fisiológicos para regulação da
temperatura

1. Controle Vasomotor: A pele sofre maior variação de


temperatura. A irrigação da derme altamente variável e
controlada pelo SNA Simpático. Os capilares superficiais são
regulados através da constrição das arteríolas aferentes que
chegam nesse leito capilar. E no caso de uma vasodilatação,
chega mais sangue no leito. Desse modo, como o sangue é
aquecido nas regiões mais internas do corpo, quando ele
passar nas regiões mais próximas à pele, ele libera esse calor
para o meio. Ou seja, em ambientes quentes, temos
vasodilatação, e isso favorece a troca de calor entre o corpo e
o meio. Em ambientes frios, ocorre o inverso, ocorre a
vasoconstrição, o que impede que o corpo perca calor para o
ambiente.
2. Piloereção: O mecanismo de arrepio, com os pelos eriçados
é uma forma de tentar aprisionar o ar quente próximo a
superfície da pele, evitando que esse ar seja deslocado, a fim
de permitir o aquecimento daquela região. Quando a
convecção desse ar é impedida, não existe substituição dessa
camada de ar “quente” por uma camada de ar “fria” que
possivelmente poderia se deslocar para essa área da pele.
Esse mecanismo é obtido através da inervação simpática que
chega até os músculos piloeretores.

3. Glândulas Sudoríparas e Sudorese: Estimulação das


glândulas sudoríparas pelo Sistema Nervoso Simpático
colinérgico e pela adrenalina circulante. As células que
formam a parede do túbulo na base secretam Na+ (sódio),
que por ser um íon carregado positivamente, atrai Cl- (cloreto)
para a luz dessa glândula. Por meio da osmose, a água
também passa do meio intracelular para o extracelular, e se
encontra na luz do túbulo. Esse líquido preenche o túbulo e
vai subindo em direção ao poro da glândula voltado para o
meio externo. No ducto dessa glândula ocorre reabsorção dos
íons, entretanto, essas células são impermeáveis à água. E a
água não sofre osmose para dentro das células de volta.
Dessa forma, esse líquido vai ser escoado até o poro, e
liberado no meio externo. Em ambientes muito quentes, o
ritmo da sudorese é aumentado, e na maioria das vezes, por
se tratar de um ritmo rápido, a reabsorção iônica no ducto da
glândula fica prejudicado. Desse modo, o líquido expelido pelo
canal é exosmótico devido ao aumento acentuado da
sudorese.
TERMOGÊNSE: PRODUÇÃO DE CALOR PELO
ORGANISMO

Energia em forma de calor gerada pelo organismo e é diretamente


proporcional à taxa de metabolismo corporal. O metabolismo basal
produz calor de forma contínua, e o metabolismo adicional pode ser
por meio de: atividade muscular; efeito da Tiroxina; efeito da
estimulação simpática (adrenalina e noradrenalina); aumento da
atividade química celular. Produção interna do calor proveniente do
metabolismo celular e da contração muscular .
TERMORECEPTORES:

São neurônios especializados em distinguir às variações na


temperatura tanto ambientais quanto corporais internas. Podem ser
sensíveis ao calor ou ao frio.

Termoreceptores periféricos: Na superfície externa (pele): são


adaptativos, possuem maior grau de disparos conforme maior for a
variação da temperatura. Na superfície interna: (mucosas digestória
e respiratória).

O caminho da sensibilidade térmica até chegar


à consciência no córtex descreve o seguinte
percurso:

1. Receptores térmicos são ativados, e a transdução do sinal é


iniciada por canais iônicos presentes na membrana de terminações
nervosas livres através e uma família de proteínas chamadas de
“termoTRP”, que compõe canais iônicos sensíveis à temperatura. A
partir daí um potencial de ação é iniciado no neurônio primário. O
corpo desse neurônio encontra-se no gânglio da raiz dorsal da
medula espinal, e esse neurônio do tipo pseudo unipolar penetra na
medula e vai fazer sinapse homo lateralmente com um segundo
neurônio situado no corno posterior da medula.

2. O segundo neurônio dessa via cruza para o lado oposto na


comissura branca da própria medula e ascende por meio do trato
espinotalâmico lateral para o tálamo.
3. No tálamo esse segundo neurônio faz uma sinapse com um
terceiro neurônio presente no núcleo ventral póstero lateral do
tálamo, que emite fibras direcionadas ao córtex.

4. A mensagem então, chega até o córtex sensorial, mais


precisamente no giro pós central onde essa sensação de frio vai ser
processada e identificada.

HIPOTÁLAMO COMO CENTRO INTEGRADOR DA


TERMOREGULAÇÃO

Termo receptores centrais: Alteração da temperatura percebidas


diretamente no sistema nervoso. Temperatura sanguínea chegando
ao encéfalo: região pré-óptica e hipotálamo anterior.

REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL

O hipotálamo funciona como um termostato capaz de detectar as


variações de temperatura do sangue que por ele passa e ativar os
mecanismos de perda ou de conservação do calor necessários à
manutenção da temperatura normal. Existem no hipotálamo dois
centros frequentemente denominados:

centro da perda do calor, situado no hipotálamo anterior (ou pré-


óptico): Estimulações nesse desencadeiam fenômenos de
vasodilatação periférica e sudorese, que resultam em perda de
calor

e o centro da conservação do calor, situado no hipotálamo


posterior: estimulações no segundo resultam em vasoconstrição
periférica, tremores musculares (calafrios) e até mesmo liberação
do hormônio tireoidiano, que aumentam o metabolismo o qual gera
calor.

O hipotálamo é a região onde está determinado qual o ponto de


ajuste corporal. O hipotálamo é o grande centralizador do controle
termo regulatório do corpo. Na área pré-óptica localiza-se o órgão
vascular da lâmina terminal, no qual não existe barreira
hematoencefálica, e que funciona como um sensor especializado
em detectar sinais químicos para termorregulação.

O hipotálamo anterior ativa mecanismos de dissipação de calor:


vasodilatação cutânea; sudorese; respiração ofegante. O
hipotálamo posterior ativa mecanismos de conservação de calor:
vasoconstrição cutânea; tremor muscular; sensação de calafrio e
tremor involuntário com a finalidade de produzir calor.
RESPOSTA AO AUMENTO DA TEMPERATURA: precisamos
dissipar calor

Ativamos neurônios simpáticos pós ganglionares colinérgicos. Os


neurônios pós ganglionares simpáticos liberam noradrenalina, só
que nesse caso de resposta ao aumento da temperatura, nós
ativamos os colinérgicos. Eles vão provocar secreção de suor e
vasodilatação sanguínea cutânea.

RESPOSTA À DIMINUIÇÃO DA TEMPERATUA: precisamos


reter/gerar calor

Ativamos os neurônios simpático adrenérgicos. Provocando vaso


constrição dos vasos superficiais da pele e acionamento da
gordura marrom, capaz de promover a termogênese. Além disso
ativamos a divisão somática motora, o que irá promover a
produção de calor através do tremor.

Referências Bibliográficas:

1. AIRES, Margarida M. Fisiologia, 5°edição, 2018,
Guanabara Koogan-RJ
2. GUYTON, A.C.; HALL, J.E. Tratado de Fisiologia Médica.
11ª ed. Rio de Janeiro, Elsevier Ed., 2006
3. MACHADO, Ângelo B. M. Neuroanatomia funcional. 2 ed.
São Paulo: Atheneu Editora, 2007

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