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Abordagem da pessoa com febre e síndrome febril

A temperatura corporal é regulada pelo hipotálamo, que recebe sinais dos nervos periféricos,
que detectam a temperatura da pele, e do sangue que irriga a região. O centro
termorregulador no hipotálamo mantém a temperatura corporal dentro da faixa normal,
equilibrando a produção de calor pelo corpo com a dissipação de calor pela pele e pulmões.

Em condições normais, a temperatura corporal fica entre 36,5°C e 37,5°C. Variações diárias,
conhecidas como ritmo circadiano, podem ocorrer, com temperaturas mais baixas de manhã e
mais altas à tarde. Valores acima de 37,2°C de manhã ou 37,7°C à tarde podem indicar febre.
Durante doenças febris, essas variações diurnas geralmente persistem, mas em níveis febris.

A temperatura retal é geralmente 0,4°C mais alta do que a temperatura oral, enquanto as
leituras do esôfago distal refletem melhor a temperatura central. Os termômetros de
membrana timpânica medem o calor radiante do tímpano e do canal auditivo, sendo ajustados
para fornecer valores próximos aos das temperaturas centrais.

Em mulheres menstruadas, a temperatura pode diminuir nas duas semanas antes da ovulação
e aumentar cerca de 0,6°C após a ovulação, permanecendo elevada até o início da
menstruação. A amplitude do ritmo circadiano permanece a mesma durante a fase lútea.

A febre é uma elevação da temperatura corporal que ocorre devido a um aumento


no ponto de ajuste hipotalâmico. Isso significa que o corpo "define" uma temperatura
mais alta como seu novo normal, semelhante a ajustar um termostato para uma
temperatura ambiente mais alta em um quarto.
Quando o hipotálamo aumenta o ponto de ajuste, os mecanismos de conservação de
calor são ativados, incluindo a vasoconstrição (redução do fluxo sanguíneo nas
extremidades, levando a uma sensação de frio) e os tremores musculares (aumento
da produção de calor pelos músculos). Essas respostas ajudam a elevar a temperatura
corporal. A febre é geralmente acompanhada por outros sintomas, como calafrios e
arrepios.
Quando a temperatura sanguínea atinge o novo ponto de ajuste, o hipotálamo mantém a
temperatura corporal nesse nível usando os mesmos mecanismos de equilíbrio de calor
que em uma pessoa sem febre. Quando o ponto de ajuste é reduzido, o hipotálamo ativa
mecanismos de perda de calor, como a vasodilatação (aumento do fluxo sanguíneo na
pele) e a transpiração.
A hipertermia, por outro lado, é um aumento descontrolado da temperatura
corporal que ocorre quando o corpo não consegue dissipar o calor adequadamente.
Isso pode acontecer devido à exposição ao calor externo ou à produção excessiva de
calor interno, como durante o exercício intenso em ambientes quentes. A hipertermia
não envolve o ajuste do ponto de ajuste hipotalâmico e não está relacionada à
presença de pirogênios (moléculas que causam febre).
É importante distinguir entre febre e hipertermia, pois a hipertermia pode ser
potencialmente fatal e não responde aos medicamentos antipiréticos. Os
antipiréticos, como o ácido acetilsalicílico ou o paracetamol, podem reduzir a febre, mas
não têm efeito sobre a hipertermia. A pele de uma pessoa com hipertermia geralmente
está quente e seca, enquanto em febre, a pele pode estar fria devido à vasoconstrição.

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