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Homeostase

Aprenda como organismos mantêm a homeostase, ou um ambiente interno


estável.

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Principais pontos
Homeostase é a tendência a resistir a mudanças a fim de manter um
ambiente interno estável, relativamente constante.

Homeostase normalmente envolve ciclos de retroalimentação


negativa que neutralizam mudanças de várias propriedades de seus
valores-alvo, conhecidos como pontos de ajuste.

Em contraste com a retroalimentação negativa, a retroalimentação


positiva amplia seus estímulos iniciadores, em outras palavras, eles
movem o sistema para longe de seu estado inicial.

Introdução
Qual é a temperatura no local em que você está agora? Eu chutaria que
não deve ser de aproximadamente 98,6 ∘ F/ 37,0 ∘ C. Mesmo assim, a
temperatura do seu corpo costuma estar muito próxima desse valor. Na
realidade, se a temperatura do seu corpo não permanece entre limites
relativamente estreitos—de cerca de 95 ∘ F/ 35 ∘ C a 107 ∘ F/ 41,7 ∘ C—as
consequências podem ser perigosas ou até mortais.1

A tendência a manter ambiente interno estável e relativamente constante é


chamada de homeostase. O corpo mantém a homeostase para muitos
fatores, além da temperatura. Por exemplo, a concentração de vários íons
no seu sangue deve se manter estável, bem como o pH e a concentração
de glicose. Se estes valores ficam muito altos ou baixos, você pode ficar
muito doente.

A homeostase é mantida em muitos níveis, não só o nível do corpo todo


como para temperatura. Por exemplo, o estômago mantém um pH que é
diferente dos órgãos ao seu redor, e cada célula mantém as concentrações
de íons diferentes do fluido circundante. A manutenção da homeostase em
cada nível é fundamental para manter a função global do corpo.

Então, como a homeostase é mantida? Vamos responder a esta pergunta


olhando para alguns exemplos.

Manutenção da homeostase
Sistemas biológicos, como aqueles do seu corpo, estão constantemente
sendo empurrados longe de seus pontos de equilíbrio. Por exemplo,
quando você se exercita, seus músculos aumentam a produção de calor,
elevando a sua temperatura corporal. Da mesma forma, quando você bebe
um copo de suco de fruta, a glicose no seu sangue sobe. A homeostase
depende da capacidade do seu corpo de detectar e se opor a estas
mudanças.

A manutenção da homeostase geralmente envolve ciclos de


retroalimentação negativa. Esses ciclos agem em oposição
ao estímulo ou ao sinal de entrada que o dispara. Por exemplo, se a
temperatura do seu corpo está muito elevada, a retroalimentação negativa
irá agir para trazê-la novamente para baixo para o valor normal, ou valor-
alvo, 98,6 ∘ F/ 37,0 ∘ C.

Como isso funciona? Primeiro, a alta temperatura será detectada


pelos sensores — células nervosas com terminações em sua pele e
cérebro — e retransmitida para o centro de controle regulador de
temperatura do seu cérebro. O centro de controle irá processar as
informações e ativar efetores — tais como as glândulas sudoríparas —
cujo trabalho é se opor ao estímulo diminuindo a temperatura do corpo.

Crédito da imagem: modificado de Homeostasis: Figure 1 por OpenStax


College, Anatomy & Physiology, CC BY 4.0

Claro, a temperatura do corpo não só oscila para cima do seu valor-alvo —


ela também pode cair para baixo deste valor. Em geral, circuitos
homeostáticos envolvem pelo menos dois ciclos de retroalimentação
negativa:

Um é ativado quando um parâmetro — como a temperatura do corpo


— varia para cima do ponto de ajuste e é projetado para trazê-lo de
volta para baixo.

Um é ativado quando o parâmetro varia para baixo do valor de ajuste e


é projetado para trazê-lo de volta para cima.

Para tornar essa ideia mais concreta, vamos dar uma olhada nos ciclos de
retroalimentação opostos que controlam a temperatura do corpo.

Respostas homeostáticas na regulação da


temperatura
Se a sua temperatura corporal ficar muito quente ou muito fria, os
sensores na periferia e no cérebro informam ao centro de regulação de
temperatura do seu cérebro — em uma região chamada hipotálamo — que
sua temperatura se desviou do seu ponto de ajuste.

Por exemplo, se você tem se exercitado bastante, sua temperatura


corporal pode subir para cima de seu ponto de ajuste, e você precisará
ativar mecanismos para se refrescar. O fluxo sanguíneo para a sua pele
aumenta para acelerar a perda de calor em seus arredores, e talvez você
também comece a suar para que a evaporação do suor da sua pele ajude
a diminuir sua temperatura. Respiração pesada também pode aumentar a
perda de calor.

Crédito da imagem: Homeostasis: Figure 4 por OpenStax College,


Biology, CC BY 4.0

Por outro lado, se você está sentado em uma sala fria e não está vestindo
roupas quentes, o centro de temperatura no cérebro precisa desencadear
respostas que o ajudem a se aquecer. O fluxo de sangue para sua pele
diminui e você pode começar a tremer para que seus músculos gerem
mais calor. Você também pode ficar arrepiado — para que os pelos do seu
corpo se levantem e mantenham uma camada de ar perto de sua pele — e
aumentar a liberação de hormônios que atuam para aumentar a produção
de calor.

[As respostas homeostáticas podem afetar o comportamento?]


Notavelmente, o ponto de ajuste não é sempre rigidamente fixado e pode
ser um alvo em movimento. Por exemplo, a temperatura do corpo varia ao
longo de um período de 24 horas, de mais alta no final da tarde para a
mais baixa no início da manhã. 2  Febre também envolve um aumento
temporário do ponto de ajuste da temperatura para que respostas
geradoras de calor sejam ativadas em temperaturas mais altas do que o
ponto de ajuste normal. 3

Distúrbios na retroalimentação perturbam a


homeostase
A homeostase depende da retroalimentação negativa. Então, qualquer
coisa que interfira no mecanismo de retroalimentação pode — e
provavelmente irá — perturbar a homeostase. No caso do corpo humano,
isso pode levar à uma doença.

A diabetes, por exemplo, é uma doença causada por um defeito na


retroalimentação envolvendo o hormônio insulina. Esse defeito na
retroalimentação dificulta ou impossibilita o corpo de diminuir o alto nível
de açúcar do sangue (glicemia) para valores saudáveis.

Para entender como a diabetes ocorre, vamos olhar alguns conceitos


básicos de regulação da glicemia. Em uma pessoa saudável, os níveis
glicêmicos são controlados por dois hormônios: insulina e glucagon.

A insulina diminui a concentração de glicose no sangue. Depois de uma


refeição, os níveis de glicose no sangue aumentam, ativando a secreção
de insulina pelas células β pancreáticas. A insulina age como um sinal que
ativa as células do corpo, como adipócitos e células musculares, para que
usem a glicose como combustível. A insulina também faz com que a
glicose seja convertida em glicogênio — uma molécula armazenadora —
no fígado. Ambos os processos retiram a glicose do sangue, levando a
uma diminuição da glicemia e redução na secreção de insulina,
recuperando a homeostase do sistema.
Crédito da imagem: modificado de The endocrine pancreas: Figure 2 por
OpenStax College, Anatomy & Physiology, CC BY 4.0

O glucagon faz o oposto: ele aumenta a concentração de glicose no


sangue. Se você não se alimentar por algum tempo, seu nível de glicose
vai diminuir, o que ativa a liberação de glucagon por um outro grupo de
células pancreáticas, as células α. O glucagon age no fígado, fazendo com
que o glicogênio seja quebrado em glicose e liberado na corrente
sanguínea, levando a um aumento nos níveis de glicose no sangue. Isso
reduz a secreção de glucagon e recupera a homeostase do sistema.

Diabetes acontece quando o pâncreas de uma pessoa não consegue


produzir insulina suficiente, ou quando as células do corpo param de
responder à insulina, ou ambos. Sob essas condições, as células do corpo
não conseguem assimilar glicose rapidamente, de forma que o nível de
açúcar no sangue permanece alto por um longo período após uma
refeição. Isso acontece por dois motivos:
Células musculares e adiposas não recebem glicose ou combustível
suficiente. Isso pode deixar as pessoas cansadas e levar ao desgaste
dos tecidos muscular e adiposo.

Glicemia elevada causa sintomas como excesso de urina, sede e até


desidratação. Com o passar do tempo, pode levar a complicações
mais severas.4,5

Ciclos de retroalimentação positiva


Circuitos homeostáticos geralmente envolvem ciclos de retroalimentação
negativa. A principal característica da retroalimentação negativa é que ela
contrapõe-se a uma alteração, trazendo o valor de um parâmetro — como
a temperatura ou a glicemia — de volta aos seus valores normais.

Alguns sistemas biológicos, entretanto, usam ciclos de retroalimentação


positiva. Ao contrário do ciclos de retroalimentação negativa, ciclos de
retroalimentação positiva ampliam o sinal inicial. Ciclos de
retroalimentação positiva geralmente ocorrem em processos que precisam
ser impulsionados para se completarem e não quando o status quo deve
ser mantido.

Um ciclo de retroalimentação positiva entra em ação durante o parto. No


parto, a cabeça do bebê é pressionada contra o cervix — o colo do útero,
através do qual o bebê deve emergir — e ativa neurônios no cérebro. Os
neurônios enviam um sinal que leva à liberação do hormônio oxitocina pela
hipófise.

A oxitocina aumenta as contrações uterinas e, consequentemente, a


pressão no cervix. Isso provoca a liberação de mais oxitocina que produz
contrações mais fortes. Essa retroalimentação positiva se mantém até o
nascimento do bebê.
Crédito da imagem: Homeostasis: Figure 2 por OpenStax College,
Anatomy & Physiology, CC BY 4.0

[Referências]

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