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Termoterapia

Prof. Ms. Heverson Felipe


Introdução
• A termoterapia é a aplicação de agentes térmicos (frios ou quentes) com
finalidade terapêutica.

• A magnitude do aquecimento ou do resfriamento de um tecido vai depender


da sua natureza, da sua localização e do tipo de agente físico utilizado.

• De modo geral, aplicação de um recurso de aquecimento aumenta a


temperatura do tecido para 40°C, sendo que a partir de 45°C pode haver
lesão.

• O mesmo pode ocorrer com o resfriamento do tecido, quando esse é


exposto a temperaturas abaixo de 10oC .
Introdução
• A termoterapia surgiu a partir do momento em que o homem primitivo
procura se expor ao sol para receber seu calor benéfico e efeitos
vitalizantes.

• Sem nenhum tipo de conhecimento, apenas com a capacidade de


observação, o homem banhou um ferimento em água para curar e
friccionou o músculo contundido para aliviar a dor.

• Após, veio Hipócrates (460-375 a.C), que preconizava o uso da água


tanto para a cura como para a recreação.
Introdução
• O “pai da medicina”, Hipócrates, considerava a doença um distúrbio do
corpo e a cura era o restabelecimento do equilíbrio do corpo, o qual se
conquistava através da água, da vida saudável, da luz, dieta, massagem
e tranquilidade psíquica.

• O pai da medicina utilizou a água fria para dores articulares, processos


inflamatórios e contraturas musculares. A água do mar era utilizada para
erupções cutâneas, feridas simples e doença de chagas não infectadas.
Termoterapia
• Há dois tipos de tratamento por termoterapia

• A termoterapia superficial: utilizado principalmente em condições subagudas


para reduzir a dor provocar efeito analgésico.
• Infra-vermelho, compressa quente, Ultra-som de 3 MHZ

• A termoterapia Profunda: Utilizado nos estágios finais da cicatrização, com


efeito de melhorar o aporte sanguíneo e organização das fibras lesadas.
• Ondas Curtas, Microondas, Ultra-som de 1 MHZ
MECANISMOS FÍSICOS DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
• Condução – Mecanismo de transferência direta de calor.

• O calor é a energia cinética do movimento molecular e pode ser


transferido de umas moléculas para as outras

• Técnica – Superficial
• Compressas quentes, Banho de parafina.
MECANISMOS FÍSICOS DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
• Convecção – Aumento da temperatura por contato com Fluido, sendo
o estimulo mecânico promovida pela movimentação do fluído ou pelo
movimentação do membro.
• Técnica – superficial
• Hidroterapia, Turbilhão

• O vestuário minimiza as perdas de calor por condução e convecção ao


permitir a criação de uma camada de ar, não renovada, junto a
superfície corporal.
MECANISMOS FÍSICOS DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR
• Radiação – emissão de calor sob a forma de ondas eletromagnéticas
• Equipamento de alta frequência.
• Técnica – Profunda
• Ultra-som, ondas curtas, micro-ondas.
MECANISMOS FÍSICOS DE TRANSFERÊNCIA DE
CALOR

• Se a temperatura do corpo de um ser humano for superior à


temperatura do meio externo, uma maior quantidade de calor irá
irradiar a partir do corpo do que irá ser irradiada para o corpo, isto é,
ocorre perda de calor por parte do organismo.
Mecanismo Fisiológico de Transferência de
Calor
• Controle Vasomotor/Transmissão de Calor corporal central para a
pele.

• A pele e as extremidades, contrariamente ao que acontece ao nível


das regiões corporais mais profundas (região corporal central), têm
maior variação de amplitude térmica.

• O tecido celular adiposo tem função isolante natural (baixa condução


de calor), e separa a pele (região mais sensível às variações térmicas
externas) da região corporal central (temperatura mais estável).
Mecanismo Fisiológico de Transferência de
Calor
• O fluxo sanguíneo cutâneo estabelece ligação entre a pele e a região
corporal central.

• A irrigação cutânea é composta por um sistema complexo de ramificações


vasculares, do qual fazem parte plexos venosos, arteríolas e anastomoses
arteriovenosas (essencialmente presentes ao nível de áreas expostas como
os pés, as mãos, o nariz e os pavilhões auriculares).

• O plexo venoso subcutâneo é abastecido pelas arteríolas e anastomoses


arteriovenosas, de forma que o fluxo de sangue subcutâneo irá variar
conforme o maior ou menor grau de vasoconstrição destas últimas. A
modulação do tónus arterial depende preponderantemente do sistema
nervoso simpático.
Mecanismo Fisiológico de Transferência de
Calor
REGULAÇÃO DA TEMPERATURA CORPORAL
• Para a manutenção de uma temperatura corporal estável, é essencial
a integridade de todos os elementos envolvidos na sua regulação,
nomeadamente os sensores térmicos, o centro integrador e de
comando e os sistemas eferentes.
SENSORES TÉRMICOS
• Hipotálamo Anterior e Área Pré-óptica - Contêm neurónios sensíveis
ao calor e neurónios sensíveis ao frio (estes em maior número).

• Receptores Cutâneos Térmicos - São de dois tipo: sensíveis ao frio


(em maior número) ou sensíveis ao calor.

• Receptores Existentes em Orgãos Corporais Profundos - Presentes ao


nível da medula espinal, vísceras abdominais, dentro e à volta dos
grandes vasos situados no tórax e abdómen, apresentando uma
sensibilidade mais acentuada para diminuições da temperatura
corporal central.
Sistema Nervoso Autónomo
• È responsável pela regulação de múltiplos mecanismos essenciais
para uma regulação eficiente da temperatura, nomeadamente:

• Tónus vascular (vasoconstrição vs. vasodilatação) – Mecanismo


Cutâneo de Radiação.

• Sudorese e frequência respiratória (quanto mais elevada, maiores


serão as perdas insensíveis através dos pulmões; é um mecanismo de
perda de calor pouco ativo no ser humano contrariamente ao que
ocorre noutros animais) – Mecanismo de Evaporação.
Sistema Nervoso Autónomo
• Metabolismo celular. O metabolismo celular pode ser uma forma de
termogénese química, e consiste na produção de energia sob a forma
de calor através da fosforilação oxidativa eficiente ou ineficiente (isto
é, que não leva a formação de ATP sendo que toda a energia é
libertada sob a forma de calor) de nutrientes intracelulares.
Sistema Nervoso Autónomo
• Lipólise da gordura castanha (gordura termogénica). A gordura
castanha pode ser considerada uma fonte de termogênese química
dada a existência no interior deste tipo de adipócitos de mitocôndrias
especializadas na oxidação ineficiente (isto é, que não leva a
formação de ATP). Nos recém-nascidos, onde ela existe em
quantidade considerável (essencialmente ao nível do espaço inter-
escapular), é a fonte principal de calor. Nos adultos, dado existir em
escassa quantidade (principalmente à volta dos órgãos internos e
Aorta), contribui somente para 10-15% da quantidade de calor
produzida.
Sistema Nervoso Autónomo
• Piloerecção. É um importante mecanismo de preservação de calor
nos animais e consiste na contração do músculo eretor do pêlo
presente nos folículos pilosos.

• A contração em bloco daqueles leva à ereção conjunta dos pêlos


retendo junto à pele uma camada de ar mais ou menos constante
(camada isolante), o que permite uma menor perda de calor para o
meio externo – Mecanismo inibidor da condução e convecção.
•.
Efeito do calor no Organismo
• Fuso muscular x Tônus
• Aumento do consumo de oxigênio
• Permeabilidade celular
• Imunidade e defesa
• Articulações
• Dor
• Espasmo
• Ácido lático
• Comportas
Trauma
Fase Inflamatória x Calor
• Hemorragia
• Coagulação
• Hematoma/equimose
• Calor
• Rubor
• Dor em repouso
• Edema cacifo(-)
• Perda da função

Sinais flogísticos
Efeito sobre o metabolismo

• O calor provoca estímulo geral do metabolismo celular com aumento


da síntese protéica e da atividade enzimática com modificações da
permeabilidade da membrana celular, em decorrência disto, ocorre
uma elevada demanda do tecido por oxigênio e nutrientes e um
aumento da eliminação dos produtos do catabolismo.
Efeitos sobre o Fluxo Sanguíneo
• Quando a pele é aquecida, a sua superfície torna-se avermelhada
caracterizando o eritema e os vasos sanguíneos sofrem uma dilatação
o que leva a um aumento do fluxo sanguíneo.

• Inicialmente, a elevação da temperatura exerce um efeito direto no


estado de dilatação das arteríolas e vênulas mediante a atuação na
musculatura lisa dos vasos.

• A vasodilatação também pode ser produzida na pele por um reflexo


axonal local em que estimulações nervosas cutâneas sensitivas
produzem impulsos nervosos nos ramos dos nervos sensitivos que se
arborizam em torno dos vasos sanguíneos cutâneos.
Fases proliferativa e remodelagem x calor
• Limpeza (macrófagos)
• Neovascularização
• Fibroplasia
• Dor à palpação
• Edema cacifo(+)
• Contração da ferida
• Colágeno (fibrose)
Referências
• AGNE, J. E. Eletrotermoterapia: teoria e prática. Santa Maria: Orium,
2005.

• STARKEY, C. Recursos terapêuticos em fisioterapia. São Paulo:


Manole, 2001.

• KITCHEN, S. BAZIN, S. Eletroterapia de Clayton. 10ª edição. São


Paulo: Manole, 2005.

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