Você está na página 1de 68

MANOBRAS SEMIOTÉCNICAS E

EXAMES COMPLEMENTARES
BÁSICOS

  Milena Rodrigues Vasconcelos

Vitória da Conquista, 2021


APRESENTAÇÃO

• Cirurgiã-dentista (FAINOR).
• Aperfeiçoamento em Cirurgia Bucomaxilofacial - ABO.
• Habilitação em Laserterapia com enfoque a pacientes
oncológicos - SLMandic - Campinas.
• Odontologia Hospitalar - Instituto Israelita Albert
Einstein – SP.
• Especialização em Odontologia para Pacientes com
Necessidades Especiais + Capacitação em Uso da
Toxina Botulínica - SLMandic – Campinas (andamento).
• Especialização em Saúde Coletiva (PSF).– UNIGRAD.
SEMIOLOGIA
• Ciência que aborda a obtenção do diagnóstico e do
tratamento de uma determinada doença;

• Diagnóstico:

SINTOMAS :
• Dor de cabeça
• Tontura
• Mal estar
• Diarréia
ANAMNESE
• As informações coletadas dizem respeito à história
médica e odontológica e os sintomas da doença;

• É fundamental que o cirurgião-dentista disponha de


tempo, interesse pelo paciente;

• Além de uma comunicação clara e compreensível


para uma relação de confiança e respeito;
ANAMNESE
IMPORTÂNCIA DA ANAMNESE

• Dois pacientes podem apresentar o mesmo


diagnóstico, doença cárie;

• Um deles por falta de higiene adequada e dieta rica


em sacarose;

• O outro adquiriu após tratamento radioterápico na


região de cabeça e pescoço, que levou a uma
hipossalivação intensa;
ANAMNESE
• Se a anamnese não for completa, as circunstâncias
que levaram o paciente a adoecer não serão
consideradas tendo assim um tratamento falho;

x
EXAME FÍSICO
• “Só vemos o que procuramos, só reconhecemos o
que sabemos”;

• Estar disposto a realizar um exame físico completo


é o primeiro passo de um profissional de saúde;
EXAME FÍSICO
• Deve-se ter conhecimento das doenças bucais;

• Se o universo de doenças conhecido for pequeno,


pequena será sua capacidade de reconhecê-las por
meio dos sinais e sintomas;
EXAME FÍSICO
• 1º contato: observar fáceis, ambulação, idade
aparente, cor e alterações tegumentares visíveis;

• O paciente pode apresentar fácies típicas de alguma


síndrome ou doenças;

• Essas informações ajudam na conduta da anamnese e


exame físico;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• Verificação dos sinais vitais: pulso, pressão arterial,
temperatura e respiração;

• Esses dados são preditores de eventos que


colocam em risco a vida do paciente;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)

• Se um dos sinais estiver alterado, isso deve ser


comunicado a equipe multidisciplinar;

• O paciente deve receber um atendimento


especializado;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• O pulso (frequência cardíaca) é obtido pela palpação
dos dedos sobre a arterial radial ou carótida;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• Os valores de refência são de 60 a 100 batimentos
por minuto (bpm);

• Taquicardia: valores estão acima de 100 bpm

• Bradicardia: valores abaixo de 60 bpm;


EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• A pressão arterial: força do sangue sobre a parede das
artérias;

• Captura dois valores: pressão sistólica e diastólica;

• Sistólica: pressão máxima para que o sangue arterial


alcance as células do corpo com oxigênio;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• Diastólica: pressão mínima no momento em que a
musculatura do ventrículo relaxa para receber o
sangue arterial para a próxima contração sistólica;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)

• Os valores de referência em adultos saudáveis são


menores ou iguais a 119 mmHg na sistólica e
menores ou iguais a 79 mmHg na diastólica;

• Valores acima de 140 mmHg / 90 mmHg são


considerados hipertensão arterial;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• A temperatura corpórea pode ser medida pela
medição axilar;

• A temperatura corporal normal varia de 36,5 a


37,3°C, com média de 37°C;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• Valores acima de 37,3°C pode significar febre ou
hipertermia;

• A febre é um aumento de temperatura controlada


pelo hipotálamo (para aumentar o metabolismo
celular e favorecer a defesa);
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• A hipertermia consiste em um aumento descontrolado
da temperatura;

• Se a temperatura for maior que 40°C, há risco de morte;

• A hipotermia prolongada pode significar alterações


metabólicas, vasculares ou infecções sistêmicas;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• A medida dos ciclos respiratórios ou incursões
respiratórias por minuto (IRM) tem como
valores de referência 12 a 20 IRM;

• O termo eupneico é utilizado para o paciente


que apresenta uma respiração dentro da
normalidade;
EXAME FÍSICO GERAL (SINAIS
VITAIS)
• A dispneia consiste na dificuldade respiratória que pode
levar a uma taquipneia (respiração rápida e anormal);

• Taquipnéia  ansiedade, infecção ou estresse;

• Hipopneia  baixa respiratória  hipóxia tecidual;


EXAME FÍSICO EXTRABUCAL

• Inicia-se com a palpação dos linfonodos


regionais e as glândulas salivares
maiores;

• Em condições fisiológicas, os
linfonodos não são palpáveis (conhecer
cadeias linfonodais);
EXAME FÍSICO EXTRABUCAL
CADEIAS LINFONODAIS

• Superficial e profunda da parótida,


• Retroauricular, submandibular, submentual,
• Cervicais (superficiais e profundas) e clavicular;

• A palpação deve ser realizada com o profissional


posicionado em pé, atrás do paciente;
EXAME FÍSICO EXTRABUCAL
• Movimento contínuo, todas as regiões devem ser
palpadas bilateralmente;
EXAME FÍSICO EXTRABUCAL
• Em situações de infecção (fungos, vírus, bactérias e
protozoários), neoplasias e metástases, essas estruturas
aumentam de volume e são detectadas pela palpação;

LINFADENOPATIA

(causas são frequentes no ambiente hospitalar)


EXAME FÍSICO EXTRABUCAL
• Os três pares de glândulas salivares maiores
também devem ser examinados pela palpação;

• Deve-se “ordenhar” a glândula parótida e verificar


se há secreção salivar durante esse estímulo;
EXAME INTRABUCAL
• Inspeção e palpação de todas as estruturas
anatômicas bucais:

lábios, gengiva, mucosa alveolar, mucosa jugal,


soalho bucal, língua, orofaringe, palatos duro e mole.
EXAME INTRABUCAL
• O uso da gaze é imprescindível para tracionamento
da língua  avaliar dorso, ventre e bordas laterais;

• Exame minucioso dos dentes e sondagem


periodontal realizados sob boa iluminação e
instrumentais adequados;
EXAMES LABORATORIAIS
• HEMOGRAMA: informações da parte sólida do sangue,
 hemácias (98%), leucócitos e plaquetas (2%);

• O plasma, parte líquida do sangue, composto por água


(91,5%), proteínas (7%), sais e substâncias orgânicas
(1,5%) não é avaliado pelo hemograma;
HEMOGRAMA
DIVIDE-SE O HEMOGRAMA EM TRÊS PARTES:

• Eritrograma: células vermelhas (hemácias);

• Leucograma: leucócitos em estágio final de


diferenciação (neutrófilos, linfócitos, monócitos,
eosinófilos e basófilos);

• Plaquetas;
ERITROGRAMA
• Para compreender os itens do eritrograma, as
características das hemácias (eritrócitos) devem ser
lembrados;

• Células anucleadas, contendo hemoglobina em seu


citoplasma (transporta gases oxigênio e carbônico);
ERITROGRAMA
• Hemoglobina: porção proteica (globina) e porção
não proteica que contém o ferro (heme);

• Como a síntese da globina depende de expressão


de genes específicos, algumas anemias hereditárias
são resultantes da alteração desses genes;
ERITROGRAMA

• O ferro da porção heme é obtido pela ingestão e


absorção de alguns alimentos;

• A falta do ferro pode resultar em anemia adquirida;


ERITROGRAMA
• O eritrograma fornece informações quantitativas e
qualitativas das hemácias e da hemoglobina (avaliar
a capacidade de transporte gasoso);

• A alteração mais frequentemente evidenciada pelo


eritrograma é a anemia;
ERITROGRAMA
• O primeiro item do eritrograma é a quantidade
total de hemácias e hemoglobinas;

• Número total de hemacias elevado  policitemia;

• Número baixo  anemia;


ERITROGRAMA
• A quantidade de hemoglobina é importante na
definição da anemia;

• Valor abaixo do valor de referência, há baixa


concentração de hemoglobina dentro das hemácias

(menor capacidade funcional dessas células)


ERITROGRAMA
• Anemia: condição patológica por uma redução
anormal de células vermelhas ou hemoglobina;
ERITROGRAMA
• Hematócrito: porcetagem de componente sólido
que existe em 100 ml de sangue;

• Informações sobre a relação de células/ plasma que


existe em uma amostra de sangue;
ERITROGRAMA

• Os demais itens do eritrograma são chamados de


índices hematimétricos e ajudam a caracterizar as
hemácias para a classificação das diversas anemias;
ERITROGRAMA
• O volume corpuscular médio (VCM) consiste na média
dos tamanhos das hemácias;

• Diferencia as anemias em microcítica, normocítica e


macrocítica, de acordo com o tamanho;

• Um exemplo da anemia microcítica é a anemia


ferropriva.
ERITROGRAMA

• Os valores da hemoglobina corpuscular média


(HCM) e da concentração de hemoglobina
corpuscular média (CHCM) definem a quantidade
de hemoglobina no interior das hemácias.
ERITROGRAMA
• O último índice do eritograma é o RDW (sigla de
que se refere a variação no volume das hemácias);

• Diferencia algumas anemias microcíticas a exemplo


da anemia ferropriva e a talassemia.
LEUCOGRAMA
• O leucograma é a parte do hemograma que fornece
informações sobre os leucócitos (leuco – branco;
cito – células);

chamado de série branca do sangue;


LEUCOGRAMA
• Leucócitos: células de defesa, seu número pode alterar em situações
patológicas como infecções e neoplasias;

• Leucograma: contagem total e diferenciada dos leucócitos


(neutrófilos, linfócitos, monócitos, eosinofilos e basófilos);
LEUCOGRAMA

• Contagem total acima do valor de referência,


denomina-se leucocitose;

• A forma fisiológica da leucocitose pode estar


associada com gravidez, pós-atividade física ou febre;
LEUCOGRAMA

• Leucocitose reativa: aumento de neutrófilos (pode


estar associado a infecções bacterianas, inflamações,
necrose tecidual e doenças metabólicas);
LEUCOGRAMA
• Leucocitose patológica: sugere doenças mieloproliferativas
(leucemias mieloides) ou linfoproliferativas (linfomas,
leucemias linfonoides);
PLAQUETAS

• O número total de plaquetas é o último item do


hemograma;

• O valor de referência: de 150.000 a 450.000/mm³;


PLAQUETAS

• Acima desses valores  trombocitose,


• Abaixo  trombocitopenia ou plaquetopenia;

Redução de hemácias, leucocitos e plaquetas

pancitopenia
COAGULOGRAMA

• Avalia a capacidade de solidificação do sangue;

• Para que os parâmetros sejam compreendidos, é


necessário lembrar dos elementos da coagulação;
COAGULOGRAMA
• Os dois elementos que participam da coagulação são
plaquetas e fibrina;

• Plaquetas: fragmentos celulares do megacariócito,


(célula presente na medula óssea);

• Fibrina: proteína de alto peso molecular, se forma a


partir da ativação de duas cascatas de coagulação;
COAGULOGRAMA

• Tais cascatas são compostas por proteínas


produzidas no fígado e lançadas na corrente
sanguínea na forma inativa;

• Quando a parede do vaso sanguíneo é lesada,


estruturas são expostas, colágeno e o fator tecidual
(proteína citoplasmática da célula endotelial);
COAGULOGRAMA

• Essas estruturas são capazes de ativar a cascata


intrínseca e extrínseca;

• A fibrina é o produto final de ambas as cascatas;


COAGULOGRAMA

• Quando a parede vascular é lesada, o primeiro evento é


a vasoconstricção, favorece a agregação de plaquetas;

• Formação do tampão hemostático primário, é capaz de


paralisar a hemorragia, porém de forma temporária;
COAGULOGRAMA

• Para que as plaquetas permaneçam vedando o local do


rompimento, é necessária a presença da rede de
fibrina, que forma o tampão hemostático secundário.

• É mais estável e permanece aderido à parede vascular


até a regeneração vascular.
COAGULOGRAMA

• O primeiro dado do coagulograma é a quantidade total


de plaquetas;

• Os demais valores são qualitativos, avalia a capacidade


de formação do tampão hemostático primário e
secundário ao longo do tempo de agregação plaquetária
e formação de fibrina;
COAGULOGRAMA

• O tempo de sangramento (TS) consiste no tempo


necessário para agregação plaquetária e formação do
tampão hemostático primário (2 a 5 minutos);

• Um TS aumentado, pode apresentar quadro


hemorrágico durante um procedimento cirúrgico;
COAGULOGRAMA
• Os demais tempos medidos no coagulograma se referem à
formação de fibrina;

• Tempo de trombolastina parcial (TTP) e o tempo de


protrombina (TP);

• O TTP (60 a 70 seg) refere-se ao tempo de formação de fibrina


a partir da cascata intrínseca, tempo mais prolongado que o
tempo de protrombina (TP – 10 a 20 seg), que se refere a
cascata extrínseca;
COAGULOGRAMA

• Quando aumentados, a formação do tampão


hemostático segundário é mais demorada;

(quadro hemorrágico após o procedimento cirúrgico)


COAGULOGRAMA

• RNI (internacional normalizado): fórmula que calcula a razão


entre o valor de TP do paciente e do TP (controle) do
laboratório, o valor é igual a 1. Na população em geral,
o valor de RNI igual 1,3 também é considerado normal.
Milena Rodrigues Vasconcelos
(77) 992112627
rv_milena Obrigada!
REFERÊNCIAS

Você também pode gostar