Você está na página 1de 4

Odontologia - UNESP / ICT

Cirurgia – AVALIAÇÃO PRÉ-OPERATÓRIA

Avaliação
pré- DOENÇAS CARDÍACAS
Sempre devemos:

operatória
Exame . FÍSICO
clínico = ANAMNESE + EXAME


Buscar reduzir a ansiedade
Monitorar sinais vitais
Anamnese  Consultar o médico
- Identificação  Avaliar o uso de fármacos anticoagulantes
- Queixa principal do paciente
- História da doença atual (tempo, evolução, etc)
Acidente vascular encefálico
- História bucal
 Isquêmico ou hemorrágico (causado por
- História médica (hipertensão, diabetes, etc)
aneurisma, aterosclerose, má-formação, etc)
- Antecedentes familiares
 Deficiência na nutrição
- Hábitos
 Agravam o quadro: hipertensão, diabetes e tabagis-
mo (aterosclerose/isquemia), doenças cardíacas,
Exame físico co-lesterol, diabetes, etc
- Inspeção (visual: postura, coloração, etc)  Risco associado com a medicação – interação: fár-
- Palpação (gânglios) macos interagem entre si ou afetam a anestesia
- Percussão
- Auscultação (aferir pressão)
- Olfato (periodontite, infecção, etc)
Angina Pectoris
- Glicose  Dor do lado esquerdo do peito e desconforto
 Doença coronária: isquemia na região que após
O exame clínico está subvalorizado devido à es-forço físico desencadeia dor (aumenta
vários motivos: excesso de segurança do profissional, necessidade de oxigenação, que não consegue
pressão por resultados, relação de tempo x honorários, chegar devido a isquemia)
planos de saúde, etc. Os questionários passaram a ser  Suplementação de O2
padronizados, sem relevância clínica e o  Prilocaína tem felipressina, beneficia o paciente,
preenchimen-to as vezes é feito na sala de espera sem porém não tem vasoconstrição (– duração)
o CD.
Infarto de miocárdio
CÓDIGO DE ÉTICA ODONTOLÓGICA:  Isquemia vira obstrução → necrose do m. cardíaco
“zelar pela saúde e dignidade do paciente”  Colesterol alto (aterosclerose)
“deixar de prestar socorro à vítima de acidentes ou  Pode haver insuficiência cardíaca, levando a pro-
pessoas em perigo eminente, podendo fazê-lo, é crime” blemas respiratórios
 Suplementação de O2
Atualmente, aumentou o número de pacientes  Prilocaína
que usam fármacos para tratamento de doenças emoc-
ionais/psicológicas/transtornos, como depressão e ta-
bagismo. Com a pandemia, essas e outras doenças po-
Arritmias
dem ser agravadas devido à ativação do sistema  Impulsos elétricos do coração desordenados
simpá-tico (ajuda o corpo frente ao risco) que acelera  Taquicardia: excesso de pulsos não são
suficientes
o orga-nismo, favorecendo as doenças sistêmicas e
 Bradicardia: menos pulsos para hemostasia
emocio-nais (ansiedade, síndrome do pânico,
 Podem usar marcapasso
hipertensão, doen-ças cardíacas, etc).
Sistema simpático = m. liso e cardíaco e glândulas
Endocardite bacteriana
RESULTADO:  Bactéria na corrente sanguínea chega→
 Exacerbação de interação medicamentosa endocárdio
 Problemas cardíacos  Protocolo de profilaxia antibiótica:
Paula R. P. Miranda - UNESP
- Válvula cardíaca  Suplementação de O2 em fluxo lento
 Evitar posição supina
- Histórico de endocardite  Manter bronquiodilatador próximo
- Transplante com função anormal da válvula
- Doenças congênitas DOENÇAS RENAIS

Amoxicilina 2g – 4 comprimidos (1h antes)  Rins: equilíbrio eletrolítico, filtração, excreção, etc
Clindamicina 600mg (1h antes)  Causada por danos aos glomérulos/túbulos re-
nais, rim não consegue excretar nem absorver as
Insuficiência cardíaca substâncias necessárias, e tem dificuldade na
 Coração não bombeia sangue suficiente para as produ-ção de hormônios (eritropoietina, renina,
necessidades do corpo, devido ao músculo estar calcitrol).
mais fraco que o normal
 Diminui filtração dos rins, acúmulo de líquido que Hipertensão arterial
irá para pulmões, pernas, etc → ICC - Pressão elevada causa perda da elasticidade e
 Captopril, diuréticos, dicoxina estreitamento dos vasos
 Sistema com funcionamento debilitado Sistema renina-angiotensina → vasoconstrição,
 Evitar posição supina elevação da pressão arterial
 Para tratamento odontológico: pressão controlada
PROBLEMAS PULMONARES  Essa pressão é proporcional à idade e outros
Asma fatores
 Genética, ambiental e/ou alérgica  Devemos monitar os sinais vitais
 Inflamação nas vias respiratórias devido à exposi-  Restringir dose de anestésicos
ção à fatores alérgicos  Reduzir a ansiedade
 Brônquios se fecham (falta de ar, chiado, tosse,  Evitar alterações posturais rápidas em pacientes
etc) que ingerem vasodilatadores
 Tratamento com bronquiodilatadores e corticoides
 Avaliar glândula suprarrenal (corticoides) DOENÇAS HEPÁTICAS
 Evitar AINEs → pioram o quadro Fígado: importante para o organismo,
 Adiar até tratar a doença produção de fatores de coagulação, atua na digestão de
 Buscar reduzir a ansiedade gordura, converte amônia em uréia, síntese de
 Manter bronquiodilatador por perto colesterol, protombina, angiotensinogênio e
fibrinogênio
 Hepatite B(vacina)/C: inflamação nos hepatócitos,
Asfixia
demora a ser diagnosticada (crônica) → fibrose
 Aprisionamento de corpo estranho (mais comum)
 Fibrose → CIRROSE
 Instrumentais e peças pequenas !!!
 Hepatite e cirrose podem levar ao câncer hepático
 Sufocamento, tosse, cianose no rosto e
 Articaína (plasma) e prilocaína (pulmão) tem
extremidade, dilatação da pupila, perda de
meta-bolismo em outros lugares além do fígado
consciência
DOENÇAS ENDÓCRINAS
Doença pulmonar obstrutiva crônica  Buscar reduzir a ansiedade
DPOC  Monitorar sinais vitais
 Diminui capacidade de respiração  Consultar o médico
 Enfisema pulmonar e bronquite crônica
 Dificuldade na expiração Insuficiência adrenal
 Perda de elasticidade dos bronquíolos, alvéolos  Catecolaminas e esteroides (cortisol)
podem colapsar, acúmulo de muco  Hiperprodução de cortisol: síndrome de Cushing
 Causada por partículas toxicas: fumo, poeira,  Hipoprodução de cortisol: doença de Addison
cinzas  Uso crônico de corticoides para +/– produção
 Obstrução irreversível
 Uso crônico de corticoides (suprarrenal)
Paula R. P. Miranda - UNESP
Diabetes melitus  Evitar parada cardiorrespiratória
 Adiar tratamento até a pós-sincope
- Tipo I: destruição das células β do pâncreas
(insulina)
- Tipo II: redução e/ou resistência à insulina Convulsão
- Insulina: controle da glicemia circulante  Descarga energética leva a falta de sincronia na
 Diabetes: altera flora bucal, favorece inflamação atividade elétrica e neuronal, refletindo nos movi-
gengival, sensação de boca seca, halitose mentos involuntários dos músculos
 HIPOGLICEMIA: palpitações, tremores,  É um estado passageiro
ansieda-de, fome excessiva, formigamento, PC  Pode ser causado por hipoglicemia
 HIPERGLICEMIA: dor de cabeça, fadiga, sede  Adiar tratamento até estabilizar as convulsões
 Aferir glicemia (deve estar controlada)  Se for recorrente pode ser epilepsia
 Pedir exame da glicemia glicada em alguns casos  Deixar o paciente em local seguro para ele mesmo

Hipertireoidismo Hipotensão postural


 Excesso de T3 e T4  Diabéticos, hipertensos, insuficiência cardíaca, ali-
 Magreza, calor, cansaço, menstruação irregular mentação inadequada, pacientes que ficaram muito
tempo sentados, uso de antidiuréticos, opióides, etc
 Levantar o paciente para ficar sentado e depois se
Hipotireoidismo levantar aos poucos
 Hipoprodução de T3 e T4  A incidência aumenta com a idade
 Causa perda de peso, edema, cefaleia, cabelos e u-  Medicamentos para ansiedade
nhas quebradiças
Tabagismo
DISTÚRBIOS HEMATOLÓGICOS  Dependência à nicotina
Coagulopatias  Prejudica o endotélio, o sangue se torna mais
 Hemofilia visco-so, há aumento do fator de Von Willebrand
 Consular o hematologista promo-vendo adesão plaquetária na parede do vaso
 Obter testes de coagulação  Prejudica a capacidade de lesar o trombo
 Cirurgia menos traumática possível (suturar bem)  Pode agravar doenças cardíacas e respiratórias
 Evitar aspirina  Necessita acompanhamento médico
 Procedimento após medida de correção sanguínea  Dificuldade de parar de fumar mesmo que seja
poucos dias antes do procedimento
Anticoagulantes
 Varfarina: vitamina K, interação medicamentosa, CLASSIFICAÇÃO DO ESTADO FÍSICO DO
pedir exame antes do tratamento PACIENTE
 Aspirina: antiangregante plaquetário ASA1
Geralmente não há suspensão do - Saudável, sem distúrbios
medicamento, pois o risco de trombose/AVC > risco - Risco cirúrgico mínimo, melhor prognóstico
de hemorragia
 Exame INR – até 72 horas antes do procedimento ASA2
- 1 normal | 5 anticoangulação exagerada - Doença sistêmica moderada ou fatores de risco
- Menor INR = menor risco de hemorragia - Ansiedade, idosos, gestantes, pressão baixa ou
elevada (<90 e >140 mmHg), diabetes e asma
DISTÚRBIOS NEUROLÓGICOS controlada
Sincope vasodepressora ASA3
 Psicogênica: medo, ansiedade, stress, dor - Doença sistêmica severa, limita atividades, porém
 Não-psicogênica: muito tempo em pé, fome, am- não é incapacitante
bientes cheios - Estresse, angina, AVC sem sintomas residuais, ICC,
 Paciente fica inconsciente ≈ 5min PA entre 160 e 199 mmHg
 Anestesiar em posição supina
 Reduzir ansiedade ASA4
Paula R. P. Miranda - UNESP
- Doença sistêmica severa, limita atividades e é
incapacitante
- Não atender até chegar ao ASA3, pois há instabilida-
de dos problemas sistêmicos, ICC, AVC, DPOC,
diabetes e convulsão não controlada

ASA5
- Moribundo, não espera a sobrevivência, intervenção

ASA6
- Morte cerebral, intervenção

Paula R. P. Miranda - UNESP

Você também pode gostar