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Instituto Superior de Ciências de Saúde

licenciatura em Enfermagem geral - 2º ano


Estomatologia

Freio
Discentes:
Lingual Docente:
Artur Trindade João
Dra. Emília Chemane
Idília Hortência Nyambi
Nelma Vitorino
Rafa
Márcia
Maputo, Outubro de 2021
Introdução
A língua é um órgão especializado localizado na cavidade oral,

participando activamente das funções de sucção, deglutição, mastigação e

fala. Possui em sua face interior, uma pequena prega de membrana

mucosa que a conecta ao assoalho da boca, sendo denominada freio

lingual.

O freio possibilita ou interfere na livre movimentação da língua.

Alteração do freio lingual, portanto, é uma anomalia oral congénita, que

pode limitar a mobilidade de língua em graus variados e interferir nas

funções orais (Kotlow, 1999)


objectivos

Geral

 Abordar acerca do freio lingual

Especifico

 Definir o freio lingual

 Descrever a fisiopatologia

 Descrever a classificação

 Mencionar os métodos de tratamento


Freio lingual

O frênulo da língua vai da metade da face inferior da língua até o


assoalho da boca. É uma grande prega mediana de túnica
mucosa que passa da gengiva, recobrindo a face lingual da
crista alveolar anterior, para a face póstero-inferior da língua,
sendo constituído de tecido conjuntivo fibrodenso e,
ocasionalmente, de fibras superiores do músculo genioglosso.
Frênulo normal:

• É pouco fibroso e longo;


• a inserção superior está fixada até a “metade” (parte média) da
língua;
• A inserção inferior insere-se próximo aos ductos ou carúnculas
sublinguais no assoalho da boca (afastado do alvéolo
dentário);
Frênulo normal:

Frênulo normal
Frênulo normal:

• Permite o livre movimento da língua, sem compensações ou


adaptações
• Permite que a língua faça uma “ponta” ao ser colocada para fora e/ou
para cima.
• Não altera a forma nem a posição da língua ao ser colocada pra fora
ou pra cima;
• Não altera as funções orofaciais;

• Quando não altera a postura da língua em posição habitual .


Tipos de Frênulos Alterados

Frênulo Curto
• O frênulo curto é de menor tamanho.
• Deve-se observar a fixação no assoalho bucal, que pode estar
mais perto da crista alveolar (alvéolo dentário) .

• Este tipo de frênulo pode trazer prejuízo à movimentação, mas

sem comprometer significativamente as funções.


Tipos de Frênulos Alterados

Frênulo curto
Tipos de Frênulos Alterados

Frênulo de língua anteriorizado


Ocorre quando a inserção superior do frênulo está fixada acima
da metade da face inferior da língua(em direção ao ápice da
língua).
Tipos de Frênulos Alterados

Alterações que podem ocorrer


• FORMATO: ponta quadrada, retangular ou com ligeira fenda no ápice
(formato de coração);
• DOR ao colocar a língua para fora;
• MOVIMENTAÇÃO: limitação da movimentação ou movimentos
anormais da língua durante execução nas funções estomatognáticas:
sucção, mastigação, deglutiçãoe fala;
• POSTURA: língua pode fixar-se no assoalho da boca e projetar-se
anteriormente
• FALA: sons como [ l ] e principalmente [ r ] podem ser distorcidos
(posteriorizados) ou omitidos;
Tipos de Frênulos Alterados

Frênulo Curto e Anteriorizado


Apresenta uma combinaçãodas características dos frênulos
anteriorizado e curto, que prejudica a movimentação ampla da
língua em todas as funções
Tipos de Frênulos Alterados

ALTERAÇÕES QUE PODEM OCORRER:


• MOVIMENTOS: Limitação de movimentos ou movimentos
anormais da língua nas funções do sistema estomatognático;
• PONTA DA LÍNGUA: Não há
• POSTURA: Tendência à manutenção da língua no assoalho
bucal;
• FALA Tendência à projeção (ceceio) anterior ou lateral e
distorções ou omissões em [r] e [l];
Tipos de Frênulos Alterados

• AMPLITUDE DO MOVIMENTO MANDIBULAR: Pode


estar limitada por causa da fixação da língua no assoalho da
boca (fala “travada”, articulação limitada).

• DISSOCIAÇÃO DOS MOVIMENTOS: Dificuldade

emdissociaros movimentos entre a língua e a mandíbula.


Anquiloglossia

A anquiloglossia é uma anomalia de desenvolvimento da língua


caracterizada pela inserção curta do freio lingual, ou inserção
extensa do músculo genioglosso, o que resulta na limitação
dos movimentos linguais.
 Etiopatogenia desconhecida;
 Estudos associam a anquiloglossia a mutações genéticas;
 acompanhadas ou não por outras alterações congênitas, como
a fenda palatina e hipodontia.
Anquiloglossia

Quadro clinico:
• Freio lingual anormalmente curto, inserido próximo ou no ápice
lingual;
• Dificuldade de elevação da língua e de tocar o palato;
• Dificuldade de protrusão lingual, acima de 1 a 2 mm além dos
incisivos centrais inferiores (durante a protrusão a língua assume
“formato de coração”);
• Dificuldade de realização de movimentos de lateralidade linguais.
Anquiloglossia

A anquiloglossia ou língua presa pode alterar a aparência ou a


função da língua devido a diminuição do seu comprimento,
falta de elasticidade ou ainda por inserir numa posição muito
distal sobre a língua ou muito próxima a margem gengival.
Epidemiologia
• Afecta mais homem em relação a mulher;
• Em recém nascidos a incidência é de cerca de 1 – 10%.
Classificação
Varias classificações do frio lingual tem vindo a ser propostas para auxiliar o
clinico no diagnóstico e tratamento de cada situação, e a classificação mais

usada é a de KOTLOW 1999.

Língua livre normal Mais de 16 mm (clinicamente aceitável)

Classe I 12 – 16 mm (anquiloglossia leve)


Classe II 8 – 11 mm (anquiloglossia moderada)

Classe III 3 – 7 mm (anquiloglossia severa)


Classe IV Menos de 3 mm (anquiloglossia completa)
Descrição das alterações e problemas funcionais
relacionados com a anquiloglossia.

• Dificuldade no aleitamento materno;


• Alteração na deglutição;
• Alteração na fonação;
• Alteração no formato da língua;
• Dificuldade de auto – limpeza;
• Problemas ortodonticos – ortopédicos.
Diagnóstico

Ao avaliarmos o freio podemos diagnosticá-lo como sendo normal ou alterado.

O freio é avaliado tendo em conta a observação visual do aspecto deste, e ainda

segundo a mobilidade da língua. Em bebés é extremamente importante a

observação da capacidade destes em realizar o movimento de sucção, no

entanto existe uma grande controvérsia entre os profissionais de saúde no

momento do diagnóstico (Marchesan, 2010).

Ao diagnosticarmos um freio lingual alterado podemos adoptar como opções de

tratamento, terapia da fala, cirurgia ou combinando as duas.


Tratamento

A intervenção cirúrgica oportuna para corrigir anquiloglossia em


idade precoce reduz a longo prazo complicações.
(JUNQUEIRA et al., 2014).
O tratamento cirúrgico da anquiloglossia deve ser realizado
através da frenectomia que consiste na remoção do tecido
mucoso que compõem o freio lingual.
Tratamento

A indicação para as cirurgias ocorre principalmente quando:


1. Há lteração dos movimentos da língua;

2. Produção da fala inadequdae aposição habitual da língua


(principalmente quando a língua está baixa e projetada
anteriormente;
3. Alteração na mastigação e na deglutição, preparo ineficiente
dos alimentos, deglutição adaptada;
4. Neonatos, dificuldade de sucção.
Frenectomia lingual

O freio lingual poderá ser abordado por meio de uma incisão


total, Z – plastia, plastia V – Y. uma técnica amplamente
recomendada é a frenectomia ou incisão completa (romboidal)
do freio lingual.
Frenectomia lingual

V-plastia
Frenectomia lingual

V-plastia

Z-plastia
Eletrocirurgia
Frenectomia lingual (cont…)

A sequencia operacional consiste na:

1. Anestesia

 Local ou geral;

 Devido aos risco de anestesia geral no lactente, o tratamento cirúrgico

é muitas vezes adiado até aos 3 – 5 anos.

2. Preparação da zona operatória

3. Incisão e dissecção

 É realizada aproximadamente entre a superfície ventral da língua e as

carunculas dos ductos de wharton


Frenectomia lingual (cont…)
4. Sutura

 As suturas reabsorvíveis são preferidas, porque nesta região é

difícil e dolorosa remover os pontos. Principalmente em

crianças.

Durante a incisão o clinico deve tomar precaução para não

danificar o ducto de Wharton e as carunculos sublinguares.

O paciente devera começar tão cedo quanto possível um programa

de exercícios com a língua e de terapia de fala.


Frenectomia lingual no recém - nascido

No recém-nascido, quando é comprovada esta interferência


anómala;
• O bebé é colocado em posição supina e tem de se proceder à
sua contenção física, com a ajuda de um lençol imobilizando
os cotovelos junto ao corpo deste.
• De seguida, procede-se à anestesia tópica e local infiltrativa do
nervo lingual, bilateralmente, com lidocaína 2% com
vasoconstritor.
Frenectomia lingual no recém - nascido

• Usando uma tentacânula, uma pinça tipo Halsted recta ou


ainda uma pinça mosquito, individualiza-se o freio.

• Uma vez bem delimitada esta estrutura, faz-se a incisão,


começando na porção livre do freio até chegar perto da base
da língua.

• Para promover a homeostasia utiliza-se gaze pressionando no


local, o que contribui para a divulsão tecidual.
Complicações da frenectomia lingual

 Hemorragia;
 Infecção;
 Danos aos músculos sobre a língua.
Referências bibliográficas
 Barroso, B. (2010), “Freio Lingual- Classificação e conduta segundo as àreas da

Medicina Dentária, Otorrinolaringologia, e Terapia da Fala” (Tese de Mestrado)

Instituto Superior de Ciências da Saúde Egas Moniz, Portugal.

 Gonçalves C. S & Ferreiro M. C (2006). Estudo da relação entre presença de frênulo

lingual curto e/ou anteriorização e a dorsalização do fone na articulação da fala. Rev

CEFAC.

 Kotlow, L.A. (1999). Ankyloglossia (tongue-tie): a diagnostic and treatment quandary.

Quintessence Int.

 Morowati, S., Yasini, M., Ranjbar, R., Peivandi, A. A., & Ghadami, M. (2010). Familial

Anquiloglossia (língua presa): Relato de Caso. Acta Medica Iranica.

 Silva M. C, Costa M. L, Nemr K, Marchesan I. Q (2009). Frênulo de língua alterado e

interferência na mastigação. Rev CEFAC.


Referências bibliográficas

• Procopio. I, M, S; Costa, V. P. P; Lia, E. N. Lingual


frenotomy in infants.
• FAINOR, K. S. P. D., et al. Frenectomia lingual em paciente
odontopediátrico: relato de caso clínico

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