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Enfermidades sistêmicas

do idoso
e repercussões
na clínica odontológica
Profa. Dra. Ellen Karla Nobre dos Santos Lima
ellen.nobre@fat-
ellen.nobre@fat-al.edu.br
Fonte: https://st2.depositphotos.com/1518767/9892/i/950/depositphotos_98920080-stockafbeelding-verpleegkundige-
Enfermidades sistêmicas do idoso e repercussões na clínica odontológica

 Anamnese

 Diálogo do CD com a equipe multidisciplinar

verzorging-van-zieke-bejaarde.jpg
 Diálogo do CD com a família do paciente
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Fonte: https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcSWd0YsjzaQ8PY1ZlT74rLscr4JxcJEkn0IYQF56MopokQ0P0fS Enfermidades sistêmicas do idoso e repercussões na clínica odontológica

Dicionário
de Especialidades Farmacêuticas

 Idoso polimedicado
 Reações adversas
 Interações medicamentosas
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Enfermidades sistêmicas do idoso e repercussões na clínica odontológica

Fisiológico X Patológico

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Microbioma Oral

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Disbiose oral

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Disbiose oral e inflamação sistêmica

https://www.nature.com/articles/nri3785 7
Doença: Dano Tecidual

Fonte: adaptada de https://media.springernature.com/full/nature-static/assets/v1/image-assets/nri3785-f1.jpg


Inflamação Sistêmica

Fonte: https://media.springernature.com/m685/nature-assets/nri/journal/v15/n1/images/nri3785-f3.jpg
Artrite Reumatóide

Fonte: https://media.springernature.com/m685/nature-assets/nri/journal/v15/n1/images/nri3785-f5.jpg
Enfermidades sistêmicas do idoso de acordo com a OMS

 Doenças cardiovasculares (tais como doença coronariana)


 Aterosclerose
 Hipertensão
 Acidente Vascular Encefálico
 Diabetes
 Câncer
 DPOC: Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica
 Doenças músculo-esqueléticas (como artrite e osteoporose)
* Fármacos antirreabsortivos: Bifosfonatos: Osteonecrose dos Maxilares
 Doenças mentais (principalmente demência e depressão)
 Cegueira e diminuição da visão 11
Hipertensão arterial sistêmica

Pressão sanguínea nas artérias constantemente elevada.


 Um dos principais fatores de risco para: doença arterial
coronária, acidente vascular cerebral, insuficiência
cardíaca, doença arterial periférica, incapacidade
visual, doença renal crónica e demência.

 Primária: origem em fatores genéticos e de estilo de vida


(excesso de sal na dieta, excesso de peso, tabagismo e
consumo de álcool).

 Secundária: secundária à doença renal crónica, à


estenose da artéria renal, às doenças endócrinas...

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Crise hipertensiva

Pressão arterial elevada (diastólica superior a


120 mmHg) com aparecimento súbito.

 Urgência hipertensiva: crise hipertensiva em


que não se verifica lesão de órgãos alvo.
 A maior parte dos indivíduos com crise
hipertensiva tem antecedentes de pressão
arterial elevada.
 Sintomas: dores de cabeça;
confusão cognitiva; tontura; distúrbios visuais:
visão nublada, flashes de luz, diplopia; sensação
de falta de ar (pré-edema pulmonar).
 Pode ser tratada com medicação oral. 13
Emergência hipertensiva: crise hipertensiva quando o aumento brusco da
PA se acompanha de lesão dos órgãos alvo.

• Encefalopatia hipertensiva: edema e disfunção do cérebro. Observa-se


perturbação da consciência.
• Retinopatia hipertensiva: com hemorragias no fundo do globo ocular.
• Cardiopatia hipertensiva: a dor torácica pode ser um sinal
de isquemia miocárdica aguda (que pode evoluir para um enfarte do
miocárdio).
• Insuficiência do ventrículo esquerdo.
• Dispneia: sinal de um pré-edema pulmonar, que pode evoluir para
um edema pulmonar com tosse e expectoração espumosa acompanhada
de fios de sangue.
• Insuficiência renal aguda.

 Tratamento por via endovenosa.

 Redução brusca da PA pode levar o paciente a um estado de choque por


hipotensão. Medicamentos por via endovenosa permitem regular a
administração: redução progressiva da PA. 14
Hipertensão arterial sistêmica
Aferição da pressão arterial

Posição preferencial
 Posição sentada
 Braço mantido na altura do coração
 Braço apoiado
 Palma da mão voltada para cima
 Cotovelo ligeiramente fletido

Fonte: Montenegro & Marchin, 2013 15


Enfermidades sistêmicas do idoso e repercussões na clínica odontológica

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Fonte: Montenegro & Marchin, 2013
ATENÇÃO

Pressão arterial acima de


210/120 mmHg é considerada
urgência médica, prevalecendo
sobre a urgência odontológica.
Após o diagnóstico de hipertensão arterial sistêmica, o
paciente deve ser investigado com relação a fatores de
risco associados e comorbidades:

 Diabetes
 Dislipidemias
 Doenças vasculares
 Doenças coronarianas
 Doenças renais
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Alterações no sistema de transporte da glicose

Diabetes tipo I

- Não há produção de insulina.


- Desenvolve-se nos primeiros anos de vida:
destruição das células beta-pancreáticas (produtoras
de insulina) por um mecanismo autoimune.
- Não existe a cascata de sinalização gerada pela
insulina, diminuindo a quantidade de GLUT-4 na
membrana celular e a captação de glicose pela
célula.
- O tratamento é realizado com injeções subcutâneas
de insulina. 19
O sistema de transporte da glicose

GLUT-4 (transportador de glicose)


- Transporta glicose para dentro da célula
- Encontrado em células musculares e adiposas
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Fonte: http://fisioterapiafisioex.blogspot.com/2013/03/glicemia-e-glicolise.html
Diabetes tipo II

- Surge na maturidade e é associada à obesidade.

- Obesidade: aumenta o conteúdo de triglicerídeo


intramuscular e de ceramidas, os quais interferem
na sinalização da insulina (principalmente em
proteínas AKT) fazendo com que o indivíduo
desenvolva resistência ao hormônio.

- O tratamento é feito pela ingestão de


hipoglicemiante oral, que sensibiliza os receptores
de insulina.
21
O sistema de transporte da glicose

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Fonte: http://fisioterapiafisioex.blogspot.com/2013/03/glicemia-e-glicolise.html
Diabetes tipo II

- Paciente hiperinsulinêmico: em alguns casos, exaure


o pâncreas e se torna insulinodependente.

- Normalmente, os portadores da doença são


hipertensos, pois a relação da insulina com a
atividade simpática provoca o aumento de
adrenalina e noradrenalina, que aumentam a
frequência cardíaca e a pressão arterial.

- A união dos fatores hiperglicemia, hiperinsulinemia,


hipertensão e obesidade constituem a síndrome
metabólica. 23
24
Fonte: http://fisioterapiafisioex.blogspot.com/2013/03/glicemia-e-glicolise.html
Por que a hiperglicemia provoca
dano tecidual?
 Formação de produtos finais da glicação
avançada (AGEs):

Substâncias formadas a partir de interações (de


natureza não-enzimática) entre açúcares ou lipídeos
& proteínas, aminofosfolipídeos ou ácidos nucléicos.

Ex. de glicação: hemoglobina glicada


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Por que a hiperglicemia provoca dano tecidual?

 A formação de AGEs ocorre vagarosamente sob


condições fisiológicas, e afeta
predominantemente moléculas de meia-vida
longa, como o colágeno, exercendo importante
função no processo de envelhecimento.
 Sob condições de hiperglicemia ou estresse
oxidativo, a geração de AGEs aumenta
intensamente.
 Os portadores de diabetes apresentam
concentrações séricas de AGEs significativamente
mais altas que os indivíduos não-diabéticos.
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Por que a hiperglicemia provoca dano tecidual?

Os AGEs podem danificar as células por três


mecanismos básicos:

1. Modificação de estruturas intracelulares,


incluindo aquelas envolvidas com a transcrição
gênica.
2. Interação de AGEs com proteínas da matriz
extracelular modificando a sinalização entre as
moléculas da matriz e a célula, gerando
disfunção.
27
Por que a hiperglicemia provoca dano tecidual?

3. Modificação de proteínas ou lipídeos


sanguíneos:

As proteínas e os lipídeos circulantes modificados


por AGEs podem, então, ligar-se a receptores
específicos, causando a produção de citocinas
inflamatórias e fatores de crescimento, que, por
sua vez, contribuem para a patologia vascular do
diabetes

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Enfermidades sistêmicas do idoso e repercussões na clínica odontológica
Dispositivo
de punção Glicosímetro

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=Gddj8kuOla4
Fonte: Montenegro & Marchin, 2013 29
Enfermidades sistêmicas do idoso e repercussões na clínica odontológica

Fonte: Montenegro & Marchin, 2013

*Hemoglobina: proteína que contém ferro, presente nos glóbulos vermelhos e que
permite o transporte de oxigênio pelo sistema circulatório.

*Hemoglobina glicada: formada a partir de reações não enzimáticas entre a


hemoglobina e a glicose. Ocorre a alteração da proteína devido à exposição a
açúcares, como na hiperglicemia.
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São considerados situações de risco – idosos frágeis

 Idosos com ≥ 80 anos

 Idosos com ≥ 60 anos apresentando:


• Polipatologias (≥ 5 diagnósticos)
• Polifarmácia (≥ 5 drogas/dia)
• Imobilidade parcial ou total
• Incontinência urinária ou fecal
• Instabilidade postural (quedas de repetição)
• Incapacidade cognitiva (declínio cognitivo, síndrome demencial, depressão,
delirium)
• Idosos com história de internações frequentes e/ou pós alta hospitalar
• Idosos dependentes nas atividades básicas de vida diária básica
• Insuficiência familiar: idosos em situação de vulnerabilidade social, tanto nas
famílias, como institucionalizados.
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Políticas públicas para um envelhecimento ativo
 Menos mortes prematuras em estágios da vida altamente produtivos;

 Menos deficiências associadas às doenças crônicas na terceira idade;

 Mais pessoas com uma melhor qualidade de vida à medida que

envelhecem;

 À medida em que envelhecem, mais indivíduos participam ativamente nos

aspectos sociais, culturais, econômicos e políticos da sociedade, em

atividades remuneradas ou não, e na vida doméstica, familiar e

comunitária;

 Menos gastos com tratamentos médicos e serviços de assistência médica.


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Referências
Barbosa JHP, Oliveira SL, Seara LT. O papel dos produtos finais da glicação
avançada (AGEs) no desencadeamento das complicações vasculares do
diabetes. Arq Bras Endocrinol Metab 2008;52(6):940-950.
Carvalheira JBC, Zecchin HG, Saad MJA. Vias de Sinalização da
Insulina. Arquivos Brasileiros de Endocrinologia & Metabologia 2002; 46(4):
419-425.
Figueiredo CSA, Girotto MA (org.). Principais particularidades na saúde
bucal da pessoa idosa. São Luís: UNA-SUS/UFMA, 2014.
Gontijo S (trad.). World Health Organization. Envelhecimento ativo: uma
política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde, 2005.
Referências
Minas Gerais. Secretaria de Estado de Saúde. Atenção à saúde do idoso.
Belo Horizonte: SAS/MG, 2006.
Montenegro FLB, Marchin L. Odontogeriatria: uma visão gerontológica. Rio
de Janeiro: Elsevier, 2013.
Oliveira AEF, Haddad AE (org.). Odontologia para pacientes com
comprometimento sistêmico. São Luís: EDUFMA; 2018.

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