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2ª Edição
Revista e Ampliada
2017
Fabricio Rebelo
e-book edition
KDP
Articulando em Segurança: contrapontos ao desarmamento
civil / REBELO, Fabricio – 2ª ed. rev. e ampl. - Salvador :
Kindle Direct Publishing (KDP), 2017
www.cepedes.org
www.fabriciorebelo.com.br
A Ive, Felipe e Lara, o tripé que me dá sustento, cuja
compreensão foi absolutamente essencial para a realização
deste trabalho.
Índice
Sobre o autor
Nota Editorial – 2ª Edição
Apresentação
Introdução e contextualização sobre o desarmamento civil
Os Artigos
1. Ode à impunidade
2. Falta de esclarecimento de crimes impede traçar perfil criminal brasileiro
3. Estatuto do Desarmamento – uma lei socialmente desajustada
4. Áreas livres de armas ou áreas livres para massacres?
5. Crônica de uma não-reação anunciada
6. Campanha “Conte até 10”? Conta outra!
7. Viva, mas não ostente.
8. Mapa da violência 2013: o fracasso do desarmamento.
9. Rastreamento de armas no Brasil – a grande falácia
10. Insegurança pública: erro de diagnóstico.
11. A opção pela enxada
12. Nordeste brasileiro: região mais violenta do mundo.
13. Controlemos os assassinos, não as armas.
14. Alternativa ou impunidade?
15. UPP – A Ocupação Paliativa
16. Reação não é excludente de ilicitude – nem de crueldade
17. Greve da Polícia Militar e desarmamento: o pesadelo da segurança pública
18. Desarmamento brasileiro: um fracasso incontestável
19. Violência brasileira não é questão social, é criminal.
20. Violência se alastra no interior
21. Medo em série
22. Armas sem registro e sem crime
23. Reagir ou não reagir, eis a... situação!
24. Surto de precipitação
25. Luz, câmeras e mortes.
26. Comércio irreal de armas
27. O impacto do Estatuto do Desarmamento nos homicídios brasileiros
28. A pistola do procurador
29. Arrastão - retrato de uma sociedade fragilizada
30. Insegurança: desprezando as evidências
31. Estelionato estatístico - as mortes que o desarmamento (não) evitou
32. Um novo mapa para o mesmo destino
33. Nem o fuzil, nem a faca.
34. Sem pimenta
35. Black Friday nos EUA: novo recorde em venda de armas e nova queda de
criminalidade
36. Um congresso “de maior”
37. Fuzis à vontade – em mãos erradas
38. Terror no Oregon
39. Não optamos pelo desarmamento, mas ele nos vem sendo imposto
40. O Estatuto do Desarmamento e a anistia seletivamente ignorada
41. O verdadeiro retrocesso na revogação do Estatuto do Desarmamento
42. Às armas, cidadãos! Mas, que armas?
43. Estatuto do Desarmamento e homicídios por arma de fogo
44. A vexatória seletividade terrorista de Barack Obama
45. Se criminosos não temem o Estado, é preciso que temam as vítimas
46. O silencioso recorde nacional de homicídios.
47. Epidemias letais.
48. As leis e seus mortos
49. Políticas de desarmamento não reduziram homicídios no Brasil
50. Pelo fim da cultura da rendição
51. Proibir porte de armas constrói palcos para ataques em massa
52. Insegurança e armas de fogo na área rural
53. Injustiçadas vilãs
54. Desarmamento civil é o único golpe existente no país
55. Mortes indeterminadas e mais uso de armas de fogo
***
SOBRE O AUTOR
Embora os artigos que integram esta obra possam ser localizados através do sítio
eletrônico do Cepedes – Centro de Pesquisa em Direito e Segurança, onde são indexados, sua
seleção levou em consideração, como critério determinante e por razões de isenção e
imutabilidade de conteúdo, a veiculação do material em fontes oficiais independentes, como
jornais, revistas e sítios especializados externos. Justamente em razão disso, alguns textos que
contêm referências temporais supervenientemente atualizadas foram incorporados a esta
edição mantendo sua versão original, com registro da circunstância em nota específica, para
melhor contextualização do leitor.
Alguns dos textos publicados possuem diversas fontes de veiculação, sendo
indicadas, nesses casos, apenas as principais delas, observando a cronologia dos artigos,
conforme as datas de suas respectivas publicações.
Os textos foram revisados para esta 2ª edição, sendo ajustadas eventuais
imperfeições decorrentes da diagramação ou redução para a publicação em veículos com
limitação de espaço. Do mesmo modo, foram acrescidos, em relação à edição anterior, artigos
veiculados pelo autor de fevereiro de 2016 até fevereiro de 2017, bem assim textos que,
embora anteriores ao fechamento daquela, foram repercutidos posteriormente.
***
APRESENTAÇÃO
***
INTRODUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO SOBRE O
DESARMAMENTO CIVIL
***
OS ARTIGOS
ODE À IMPUNIDADE
Maio/2011([1])
Setembro/2011([3])
Fevereiro/2012 ([5])
***
ÁREAS LIVRES DE ARMAS OU ÁREAS LIVRES PARA
MASSACRES?
Julho/2012 ([7])
***
CRÔNICA DE UMA NÃO-REAÇÃO ANUNCIADA
Setembro/2012 ([11])
Há quinze dias, um amigo foi assaltado em sua residência, mais uma vítima de uma
modalidade de crime que cresce exponencialmente no Brasil. O relato da experiência
demonstra um misto de medo, revolta e impotência, além de uma sensação igualmente
incômoda de que as vítimas é que estão sendo presas, enquanto os criminosos estão soltos.
Faltava um pouco para as 20h, a maior parte da família estava sentada à mesa da
sala – pai, dois filhos pequenos e a sogra -, enquanto a mãe terminava uns afazeres na parte
externa da casa. Ao virar-se para seguir um dos filhos, que levantara correndo, a imagem do
vulto no jardim já disparava o frio na espinha e o pensamento natural a qualquer pai de
família: “meu Deus, meus filhos!”
Ao ingressar na casa e ser visto, um sinal do invasor para um possível comparsa
completava o cenário de medo. A partir daí, o que se segue é o que, infelizmente, virou rotina
em um país de criminalidade em alta: busca por joias, dinheiro, ameaças de morte, retenção
das vítimas em um dos cômodos e uma postura do criminoso como se não estivesse ali
fazendo absolutamente nada de ilegal, como se fosse o mero exercício natural de suas
atividades.
Em absolutamente nenhum momento da ação, que durou menos de dez minutos, o
bandido esboçou a mais ínfima preocupação com uma reação das vítimas. Não as revistou,
não procurou por armas e chegou ao cúmulo de, enquanto fuçava uma caixa de joias para
identificar o que seria verdadeiro ou bijuteria, afastar-se da própria arma, deixando-a sobre
uma mesa. Era como se a possibilidade de uma reação simplesmente não existisse, uma
segurança para agir que beirava o surrealismo.
Depois do roubo, sua reconstituição mental pelas vítimas bem demonstrava que as
chances de reação sem qualquer risco para elas foram inúmeras. Além de não as revistar e até
ter se afastado da arma, o bandido as dava as costas. Levou todas para um local fechado,
longe da visão de qualquer eventual cúmplice – coisa que depois se descobriu inexistente – e
deixou, à distância, o dono da casa sozinho no closet, para que buscasse em suas caixas mais
dinheiro e objetos de valor.
Chances foram inúmeras, faltava o instrumento eficaz. O dono da casa é mais um
dos milhões de brasileiros impedidos de ter uma arma para se defender e, com isso, tratado
pelos bandidos como ovelha a ser abatida, desrespeitado em sua mais natural condição
humana, na frente de sua família e sob os olhares de duas crianças pequenas, cujos traumas
sofridos até agora são imensuráveis.
Ao registrar a ocorrência, a naturalidade dos policiais no tratamento de fatos assim
bem demonstrava que hoje qualquer bandido, sozinho, se arrisca a entrar na casa do cidadão,
rouba-o, humilha-o e não teme nenhum tipo de reação. Chegou a ouvir até um enviesado
consolo do agente, que mostrava alento por não ter havido um crime sexual, coisa que, pasme-
se, tem sido comum em invasões assim, mesmo quando o agressor está sozinho.
Passada a tenebrosa experiência, a casa da vítima agora está guarnecida de cerca
elétrica, arames cortantes e ainda mais dispositivos de alarme. Lá dentro, trancada, está a
família de um cidadão brasileiro honesto. O bandido está do lado de fora, solto, como lobo à
espreita da próxima ovelha, que só resta ser escolhida dentre o universo delas, assim
transformadas por uma política governamental entreguista, que reserva direitos aos
criminosos e, às suas vítimas, só o medo.
***
CAMPANHA “CONTE ATÉ 10”? CONTA OUTRA!
Novembro/2012 ([12])
Fevereiro/2013 ([13])
Há alguns dias um amigo foi vítima da assombrosa violência que assola a capital
baiana. Teve seu smartphone roubado por, segundo sua descrição, um moleque que não
pesaria 50kg, mas que, como a esmagadora maioria dos criminosos, estava armado.
O fato seria só mais um para as tristes estatísticas da cidade, que vê uma crescente
de criminalidade sem precedentes. Contudo, sua posterior discussão revela, mesmo entre
amigos da vítima, a proliferação de um discurso perigoso e cruel: o de que a culpa foi dela.
“Quem mandou sair de iPhone e de bicicleta"? "Está pensando que está na Suíça"?
"Vacilão"! Foram essas algumas das expressões usadas por quem comentou o episódio,
esquecendo do criminoso, que obteve o produto do roubo com ameaça à vida da vítima,
interrompendo uma simples atividade do cotidiano que, em outros tempos, seria comum.
A crueldade do discurso é latente, pois por ele a vítima é punida duas vezes. A
primeira pelo fato óbvio de ter sido roubada; a segunda por lhe atribuírem a culpa pelo evento,
como se a responsabilidade sobre a subtração de um bem mediante ameaça não fosse de quem
o subtraiu, mas de quem o possuía para ser subtraído.
O perigo dessa teoria tem duas faces. Uma delas é a fomentação de uma falsa
sensação de segurança, pela qual se busca um verdadeiro autoconvencimento de que, não
fosse a "irresponsabilidade" da vítima, não teria ela sido roubada. Portanto, basta não ser
"irresponsável" que coisas assim não lhe afligirão.
É mentira. A culpa por um assalto não é de quem tem o que ser roubado, mas sim,
essencialmente, do elemento objetivo traduzido na falência da segurança pública brasileira,
cuja estrutura simplesmente está muito aquém das necessidades da sociedade. Além disso, há
o óbvio que muitos militantes de um deturpado rótulo de "direitos humanos" insistem em não
admitir: a culpa primordial é do bandido, daquele que opta por violar a lei e conseguir de
outrem, sem o esforço do próprio trabalho, aquilo que deseja.
O avanço no perigo do raciocínio é ainda mais grave, pois suas consequências se
confundem com a qualificação de crueldade acima ilustrada. Se a "culpa" por ser roubado é de
quem tinha o que roubar, a solução, então, é não ter? Ter e não usar? Usar, mas não mostrar?
Há alguns anos não havia incutida na sociedade essa restrição de costumes e, se um
assalto ocorria, todos bradavam contra a falta de segurança e a ousadia dos então "malandros".
Com o tempo, o malandro foi deixando de ser o exclusivo culpado e sua responsabilidade
começou a ser dividida com a vítima, pois esta tinha o que atraía o roubo.
A partir de então, joias à noite se tornaram um vacilo; depois um bom relógio, um
tênis de marca, um bom carro, uma moto possante e agora, claro, os smartphones,
preenchendo o rol de tudo aquilo que, se tivermos, não podemos exibir ou usar em público,
sob pena de justificar que sejam roubados.
É provável que muitos achem natural raciocinar assim, já que isso confere aquela
falsa segurança de que basta não ostentar para não ser vítima. Esquecem-se, contudo, de que,
mudando os bens em questão, é o exato mesmo raciocínio de quem quer justificar um estupro
por uma saia curta.
Se um relógio roubado é culpa de quem o ostentou em público, a violação de uma
mulher é culpa de sua exibição, por exemplo, de um belo par de pernas? A lógica - no caso, a
falácia - é a mesma.
Embora absurdo sob qualquer prisma reflexivo, por mais tênue que seja, assusta ver
tantos ditos esclarecidos pensando assim. Assusta mais a projeção disso para o nosso futuro;
afinal, se a receita para não ser roubado é não ter o que roubar, qual será a receita para não
morrer assassinado?
Talvez ainda demore um pouco para que nossa percepção se realize nessa questão e,
enfim, possamos abandonar a crueldade de se responsabilizar a vítima pela violência que
sofre. Provavelmente, isso ocorra quando um assassino for apresentado em uma delegacia
como autor de um homicídio e alguém brade por ele algo do tipo "culpa da vítima, que -
olhem que absurdo - saiu por aí viva”! Ou algo como "se não estivesse zanzando viva por aí,
não teria morrido".
Até que este surrealismo de nossa insegurança pública nos deixe, se há, nesse
contexto de distorções, um conselho a ser dado para não se tornar uma das 50 mil vítimas de
homicídio anuais no Brasil, ele só pode ser: viva, mas não ostente a condição de ser vivo.
***
MAPA DA VIOLÊNCIA 2013: O FRACASSO DO
DESARMAMENTO
Março/2013 ([14])
Abril/2013 ([17])
"As armas que abastecem os criminosos um dia foram vendidas em lojas". É nessa
afirmação que a retórica desarmamentista no Brasil tem um dos seus maiores pilares, tentando
transferir ao cidadão que compra uma arma para se defender a responsabilidade pela ação
armada de um criminoso, partindo da premissa de que aquela arma um dia será roubada ou
furtada.
Apesar de absurda em sua própria essência, ao certificar ao cidadão que o Estado
não pode protegê-lo de roubos e furtos, a afirmação é sustentada veementemente pelos
contrários à posse de armas, que buscam recorrer a supostas estatísticas para tentar confirmar
o que dizem. Não raro, até mesmo autoridades policiais reproduzem esse discurso, quase
sempre concluindo que, se uma arma apreendida é de uso permitido, ela um dia foi vendida
em loja.
As estatísticas em que se embasam costumam ser de impossível verificação. Quase
sempre aludem a dados coletados pelos próprios defensores da ideia de desarmamento, e
nunca àqueles oficiais. Um bom exemplo disso se encontra em um "levantamento" muito
alardeado por uma organização não governamental com sede no Rio de Janeiro, que apontaria
a origem no comércio legalizado de cerca de 60% do armamento apreendido com bandidos,
percentual fruto do rastreamento de 10 mil armas no estado, dentre as apreendidas durante
uma década. Apesar de não serem números com nenhuma chancela oficial, sua divulgação
impacta os menos familiarizados com o assunto.
O problema é que o dito levantamento é capcioso, verdadeiramente maquiado,
abrigando uma conclusão a que jamais se poderia chegar, caso nele empregados critérios
estatísticos sérios.
No período em que as 10 mil armas rastreadas foram apreendidas, o total de
apreensões somou, aproximadamente, 105 mil. Até aí, sob o ponto de vista estatístico, não
haveria maiores comprometimentos ao levantamento aqui comentado, eis que a amostra
pesquisada corresponderia a quase 10% do total de apreensões. Ocorre que essa amostra
estatística não é aleatória, como impõem os levantamentos técnicos dessa natureza, mas, ao
contrário, é previamente selecionada, visando aumentar - e muito - a tendência de resultado
desejada.
Isso porque, das cerca de 105 mil armas apreendidas nos dez anos abrangidos pela
pesquisa, somente foi investigada a origem daquelas rastreáveis, ou seja, daquelas cuja origem
poderia ser determinada em bancos de dados oficiais. Todas as demais - as com numeração de
série adulterada, as já sem essa numeração, as de fabricação caseira, as oriundas de países que
não adotam identificação, dentre outras - simplesmente foram desprezadas.
Assim, a pesquisa apresenta um dado que se caracteriza como de dupla seleção (ou
filtro), ou seja, primeiro se reduz a amostragem para um universo específico, não mais
aleatório (o das armas rastreáveis) e, então, somente nele se realiza o levantamento. Seria
como alguém pesquisar os carros de origem brasileira circulando na Bolívia apenas pelas
placas, considerando unicamente os que mantiveram as daqui.
Circunstância interessante nesse contexto é o fato de que a, digamos, "imprecisão"
do levantamento não é sequer disfarçada. Em um tendenciosíssimo documentário antiarmas[18]
produzido pelo Canal Futura, ao demonstrar a metodologia da pesquisa, uma delegada do Rio
de Janeiro afirma categoricamente: "o número de série é essencial, se não houver número de
série a gente interrompe o rastreamento, não consegue obter resultado".
Se apenas as armas com número de série são rastreadas, qualquer dado estatístico
sério sobre esse assunto precisaria, antes de qualquer coisa, divulgar quantas delas têm essa
característica no total de apreensões. Do contrário, levantamentos dessa natureza não resistem
sequer a um questionamento brando, com o que os "números mágicos" perdem o encanto e
descambam para o charlatanismo. Só é preciso que mais gente, antes de acreditar em tudo que
vê e ouve, pare para questionar.
***
INSEGURANÇA PÚBLICA: ERRO DE DIAGNÓSTICO
Agosto/2013 ([19])
***
A OPÇÃO PELA ENXADA
Janeiro/2014 ([20])
Janeiro/2014 ([21])
Fevereiro/2014 ([22])
Fevereiro/2014 ([23])
Fevereiro/2014 ([24])
Abril/2014 ([25]-[26])
Não é difícil para o cidadão comum que acompanha os noticiários acreditar que
quase todas as vítimas de latrocínio reagiram à investida dos criminosos e, por isso, acabaram
morrendo. Esse é o discurso repetido à exaustão por grande parte da mídia, por autoridades e,
sobretudo, pelas ricas ONGs “da paz” e dos direitos humanos – que parecem ser privativos
dos criminosos. Pouco importa o descompasso da narrativa com a realidade, muito menos o
que de fato poderia ser chamado de reação, o fundamental parece ser alimentar o discurso
ideológico do “não reaja".
Contudo, apesar de todo esforço voltado à sua difusão, a tese da reação
necessariamente vinculada à morte da vítima não se sustenta se confrontada com os fatos. São
crescentes os casos de execução sumária de quem é roubado, sem o mínimo esboço reativo,
bem assim, em lado oposto, os de efetivas reações bem-sucedidas, especialmente a partir do
emblemático episódio da idosa de Caxias do Sul (RS), que em 2012 atirou em um agressor
que invadiu sua residência.
A questão, demasiadamente simplificada na grande maioria das abordagens, merece
uma análise crítica. É fundamental, antes de qualquer outra coisa, se identificar o que vem
sendo chamado de “reação” quando uma vítima é morta por um criminoso e, mais importante,
ter critérios minimamente técnicos ao noticiar os casos de latrocínio, buscando evitar a
indisfarçável tendência à complacente adoção de uma invertida teoria de que “toda reação
leva a uma ação”, que resulta na morte de quem reage.
Os noticiários estão recheados de matérias sobre vítimas fatais que teriam reagido,
mas basta um aprofundamento, por mínimo que seja, para logo se constatar que a rotulada
“reação”, na esmagadora maioria dos casos, em absolutamente nada se relaciona a uma
atitude da vítima contra seu agressor, muitas vezes sequer passando de um espasmo
involuntário. Hoje, o que se vê é o rótulo de reação para toda e qualquer conduta que a vítima
tiver, mesmo que esta seja de natureza completamente pacífica. Abaixar-se, levar as mãos ao
rosto, sobressaltar-se, chorar, ou até piscar os olhos, tudo que a vítima faz acaba rotulado
como “reação”, não havendo um padrão comportamental que possa ser tomado como
“adequado”, muito menos capaz de despertar a clemência do algoz.
Esse tipo de abordagem – inexplicavelmente crescente – traz em si uma série de
efeitos negativos à compreensão da segurança pública. Primeiro, ele transfere para a vítima a
responsabilidade por ter sido morta, como se uma vítima de latrocínio fosse uma suicida, pois
qualquer conduta que tenha pode ser vista como reação e, pior, ser usada para justificar a ação
de um criminoso cruel, impiedoso. Segundo, por este enviesado raciocínio, bastaria não reagir
para ser privado de seus bens em segurança, o que é uma enorme falácia, gerando uma falsa
sensação de segurança. É que dizem só morrer quem reage...
O crescimento exponencial de pessoas mortas por criminosos, porém, não decorre
de um aumento de reações, longe disso. O que se tem é um aumento generalizado da violência
criminal, com bandidos numa crescente de crueldade contra uma sociedade cada vez mais
acuada, adotando a postura do atirar primeiro e roubar depois. Atualmente, os registros em
vídeo, através de circuitos privados de monitoramento, dão bem a dimensão da forma de agir
dos criminosos, que estão puxando o gatilho motivados apenas por sua exclusiva vontade, em
muitas ocorrências com as vítimas completamente rendidas. Mas, antes mesmo de qualquer
esclarecimento do caso, a elas já é imputada a famigerada reação.
No caso mais recente desta verdadeira distorção, um estudante foi morto em
Salvador, capital baiana, durante um assalto nas imediações da residência universitária em que
morava. Assim que a notícia chegou aos portais informativos, lá estava a observação de que,
“segundo as primeiras informações, a vítima reagiu ao assalto”. Ninguém sequer confrontou
a alegação com o fato objetivo de que o tiro na vítima foi disparado em sua nuca, ou seja, com
ela de costas para o bandido, já após ter sido retirada do carro que era o objeto do roubo. Uma
típica execução.
Ao serem presos, dias depois, os criminosos nem pestanejaram ao repetir a tese de
reação da vítima, chegando a aludir a uma “luta corporal”. Mas bastou a divulgação das
imagens de um circuito fechado de TV para a tese se mostrar descabida, sendo logo
substituída pela de que o bandido se assustou e acabou disparando. Mais uma vez, a “reação”
que estampava a primeira notícia era falsa.
Reações, as efetivas, são muito mais raras do que se noticia e não costumam ter o
desfecho retratado nas coberturas de ocorrência que estamos nos acostumando a ver. Reagir
pressupõe uma ação da vítima contra o seu agressor, o que não se confunde, em absoluto, com
atos defensivos instintivos ou puramente reflexivos. Além disso, o êxito da reação está
vinculado à disponibilidade dos meios para ela necessários, e quando uma vítima que deles
dispõe reage, o que se tem, em regra, é a eliminação do risco – e não raro do agressor. O
citado caso da idosa de Caxias do Sul bem comprovou isso, como também o fazem os já
incontáveis exemplos posteriores de criminosos alvejados ao praticarem ilícitos contra vítimas
preparadas.
A questão mais grave, contudo, suplanta a conceituação equivocada das reações e
sua indevida difusão. Ela reside em se buscar justificar a ação de criminosos por uma conduta
da própria vítima, esquecendo quem está violando a lei, algo como se os bandidos estivessem
em seu regular exercício profissional e fossem “atrapalhados” injustamente pela vítima,
autorizando sua eliminação. O raciocínio, embora sendo subliminarmente incutido na
sociedade, é absurdo, verdadeiramente surreal.
Em absolutamente toda ocorrência de latrocínio, seu início se dá por um ilícito
praticado pelo criminoso, o que não é elidido por qualquer conduta que a vítima tenha. A
reação da vítima não é prevista penalmente como excludente de ilicitude e um latrocida não
deixa de praticar o crime quando atira movido por uma reação dela, real ou não. Proteger a
própria vida é um instinto humano e o cidadão que o faz, este sim, está respaldado pela
legislação, pela legítima defesa prevista no artigo 23, II, do Código Penal. Para o bandido que
inicia a prática do crime, não existe a figura jurídica da “legítima defesa contra a legítima
defesa”.
É necessário parar de difundir a reação, especialmente a fictícia, como justificativa
para a ação de bandidos, muitas vezes antes mesmo de que eles próprios o façam, como se
isso atenuasse seus crimes. Juridicamente, a reação da vítima não exclui a configuração do
crime contra ela cometido, mas é imperativo que, no campo moral, também não exclua a
crueldade de quem mata. Assassinar quem reagiu não é socialmente mais aceitável, o ato
continua sendo um deplorável crime contra a vida. E se é justo alguém morrer quando uma
reação ocorre, esse alguém sempre será o criminoso.
***
GREVE DA POLÍCIA MILITAR E DESARMAMENTO: O
PESADELO DA SEGURANÇA PÚBLICA
Abril/2014 ([27])
***
DESARMAMENTO BRASILEIRO: UM FRACASSO
INCONTESTÁVEL
Junho/2014 ([28])
O campo da segurança pública deveria ser imune aos experimentos ideológicos, pois
nele as cobaias são os indivíduos, os cidadãos que formam a população de um país. Assim,
quando a experiência falha, é essa cobaia que acaba morrendo, e isso, infelizmente, é o que
vem se repetindo no Brasil.
O país escolheu o caminho errado quando identificou o grave quadro de violência
homicida em que estava imerso, buscando soluções que passavam longe da real causa do
problema e que, apenas, pretendiam transferir para a sociedade a responsabilidade por ele. Os
resultados foram catastróficos e, hoje, o quadro homicida brasileiro é o pior desde que
começou a ser pesquisado, há quase 35 anos.
Os dados estão disponíveis na prévia da edição 2014 do Mapa da Violência, o mais
confiável do país e que tem reconhecimento oficial do Ministério da Justiça, por se basear no
Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde. De acordo com ele, o
país da Copa do Mundo de Futebol e dos próximos Jogos Olímpicos alcançou em 2012, o ano
mais recente com dados contabilizados, seu recorde anual absoluto de homicídios: 56.337
vítimas, com a maior taxa histórica desde o início de seu cômputo (em 1980), de espantosos
29 assassinatos por 100 mil habitantes.
São números impressionantes, maiores, até mesmo, do que os de países em guerra.
Sua explicação, embora possa incluir aspectos mais complexos, como tudo em segurança
pública, apresenta um fator preponderante para o agravamento do quadro: o erro do
desarmamento civil.
A ideia de desarmamento foi introduzida oficialmente no Brasil em 1997, quando
foi promulgada a primeira lei efetivamente restritiva ao porte de arma pelo cidadão (Lei nº
9.437/97), através da qual foi também criado o Sinarm (Sistema Nacional de Armas),
destinado ao rigoroso controle de sua circulação legal. Poucos anos depois, no final de 2003, a
legislação se tornou ainda mais proibitiva, com o Estatuto do Desarmamento, que teve como
grande objetivo, justamente, reduzir a quantidade de homicídios no país. Tratava-se da
colocação em prática de uma ideologia desarmamentista há muito elaborada pela ONU, ainda
que sem nenhum exemplo comprovadamente positivo.
Obviamente, de nada adiantou. Os homicídios, como visto, não foram reduzidos,
mas, ao contrário, chegaram agora à sua maior marca, e o que se dizia ser uma solução mágica
se tornou um inquestionável e grandioso fracasso. Instituindo como regra geral a proibição da
posse e do porte de armas, o Estatuto do Desarmamento começou a produzir efeitos em 2004,
ano em que foram registrados no Brasil 48.374 homicídios. Quatro anos depois, com a quase
extinção prática do comércio legal de armas, os números chegavam a 50.113 (2008), e desde
então vêm numa ascendente, até o recorde de 56.337, registrado em 2012.
No mesmo período, a quantidade de armas registradas no país despencou. Dos cerca
de nove milhões de registros que compunham o quadro inicial do Sinarm, hoje apenas
subsistem aproximadamente 600 mil, diante das grandes restrições impostas ao cidadão, até
mesmo para a renovação daqueles registros que já existiam. A lei, assim, além de não
contribuir para a redução de homicídios, provocou um enorme descontrole na circulação de
armas no país, produzindo um efeito diametralmente oposto ao que se desejava. A realidade
prática do experimento ideológico desarmamentista acabou indicando que a redução das
armas legalmente em circulação gera um crescimento na quantidade de mortes
intencionalmente violentas.
A compreensão deste aumento não é difícil. A questão é que políticas
desarmamentistas, no Brasil ou em outros países, somente têm a possibilidade de afetar os
crimes passionais, aqueles tratados no Global Study on Homicide 2014, da própria ONU,
como “interpersonal crimes”, cometidos por impulso e para os quais ter legalmente uma arma
de fogo poderia ser um facilitador. Contudo, a participação desses crimes na quantidade total
de homicídios no Brasil é ínfima, pois no país, de acordo com o mesmo estudo, a causa
preponderante para os homicídios é a prática habitual de atividades criminosas – homicides
related to other criminals activities –, ou seja, os assassinatos brasileiros têm relação direta
com outros crimes, sobretudo o tráfico de drogas e os roubos.
Enquanto o Brasil insistia em políticas desarmamentistas que apenas fragilizavam o
cidadão, deixou de combater as atividades criminosas das quais realmente decorrem os
homicídios. Sem estar no foco das políticas de segurança pública e com a sociedade
gradativamente indefesa, a criminalidade se fortaleceu e, com isso, mais e mais mortos vão
sendo contabilizados.
O quadro é extremamente preocupante. O aumento da taxa de homicídios de 2011
para 2012 chegou a 7%, e seu número absoluto já se fixou na casa dos 50 mil há cinco anos.
Se o foco não for alterado, e se as políticas de segurança pública não passarem a entender o
cidadão responsavelmente armado como um aliado, ao invés de um inimigo, o ano de 2016
poderá revelar mais recordes para o Brasil. Porém, sem nenhuma relação com as disputas
olímpicas que aqui acontecerão, mas sim com aqueles que, vitimados pela criminalidade, não
as poderão assistir.
***
VIOLÊNCIA BRASILEIRA NÃO É QUESTÃO SOCIAL, É
CRIMINAL.
Julho/2014 ([29])
A Organização das Nações Unidas publicou este ano (2014) uma nova edição do
"Estudo Global de Homicídios" (Global Study on Homicide), levantamento produzido pelo
Escritório sobre Drogas e Crimes da entidade, contendo as taxas de homicídio em diversos
países espalhados pelos cinco continentes. Embora os resultados sejam semelhantes àqueles já
divulgados na edição de 2011 do mesmo estudo - pouquíssimo repercutido no Brasil -, os
dados agora parecem ter acendido uma luz de alerta nas autoridades de segurança no país,
certamente diante do fato de estarem aqui nada menos que onze das trinta cidades mais
violentas do mundo.
O estudo é bastante completo e toma por base dados de homicídios ocorridos no ano
de 2012. Em sua metodologia, é contemplada, além do critério objetivo das quantidades de
vítimas, a qualificação dos óbitos. É justamente na compreensão dessa divisão qualitativa que
a realidade brasileira parece insistir em não ser entendida pelos responsáveis sobre a definição
das políticas de segurança pública.
Tão logo o relatório foi divulgado, eclodiram as teses voltadas à explicação do
péssimo resultado brasileiro, com indisfarçável - e repetitiva - tendência à abordagem da
violência como questão social. O fato demonstrado pela ONU, e contra o qual parece haver
grande resistência, é outro: a endêmica violência nacional tem no crime a sua raiz.
Conforme aponta o relatório divulgado este ano, há três causas fundamentais
determinantes para os homicídios, sendo classificadas em sócio-políticas, interpessoais e
relacionadas a outros crimes (socio-political, interpersonal and related to other criminals
activities). No primeiro grupo, são enquadrados os homicídios causados por conflitos civis, aí
incluídas as disputas étnicas, guerrilhas políticas e, até mesmo, os atos terroristas que delas
decorrem, principalmente em países recém-saídos de conflitos bélicos, internos ou regionais.
Sua maior relevância, atualmente, centra-se em países do Leste Europeu, da África e do
Oriente Médio.
O segundo grupo de homicídios classificado pela ONU se refere aos crimes
decorrentes de relações interpessoais, ou seja, os por aqui chamados crimes passionais. Sua
ocorrência não apresenta concentração regional específica e sua relevância é maior ou menor
de acordo com as taxas dos homicídios por outras causas. Na Índia, por exemplo, os crimes
passionais respondem por 48% do total de homicídios; na Suécia, chegam a 54%, ao passo
que, na Jamaica, são apenas 5%, sem que, em qualquer dos casos, isso implique maiores ou
menores quantidades (e não taxas) globais de mortes.
Não são, entretanto, esses dois primeiros grupos que apresentam relevância na
realidade brasileira. Em todo o continente americano, apenas o primeiro grupo - conflitos
políticos – tem alguma significação, sendo todo o restante dos homicídios atribuído à terceira
classe de motivação homicida: os ligados a outros crimes. Este fato, por mais que se o tente
refutar, torna evidente a preponderância destes últimos no país. Afinal, num passado recente,
não há por aqui qualquer histórico de conflitos motivados por questões políticas.
Sem guerras civis, atos terroristas, ou conflitos políticos, tampouco com qualquer
significação relevante para as mortes de cunho passional, é imprescindível que seja
reconhecida a motivação criminal para a espantosa taxa de homicídios que nos assola, a fim
de que, a partir de então, possa haver um efetivo combate voltado à sua redução.
Ainda de acordo com a ONU, a preocupante realidade brasileira não se instalou
agora, é uma característica que dura já quase três décadas, apenas com variações entre os
estados do país. Nesse período, muito se fez para fugir do reconhecimento ao óbvio, com
planos mirabolantes de combate aos homicídios através de investimentos sociais e até do
desarmamento do cidadão. Os dados mostram o fracasso dessas iniciativas e dão
escancaradamente o motivo: elas não combatem a verdadeira causa dos homicídios
brasileiros.
A questão, agora, é saber se e quando o óbvio será finalmente compreendido por
nossas autoridades. Estamos ao menos três décadas atrasados no combate aos motivos
determinantes da nossa alta taxa de homicídios, período no qual mais de um milhão de vidas
foram ceifadas violentamente. Quantas mais serão?
***
VIOLÊNCIA SE ALASTRA NO INTERIOR
Julho/2014 ([30])
***
MEDO EM SÉRIE
Agosto/2014 ([31])
Setembro/2014 ([32])
Outubro/2014 ([33])
***
SURTO DE PRECIPITAÇÃO
Outubro/2014 ([34])
Janeiro/2015 ([35])
Janeiro/2015 ([36])
***
O IMPACTO DO ESTATUTO DO DESARMAMENTO NOS
HOMICÍDIOS BRASILEIROS
Março/2015 ([37])
Março/2015 ([39])
***
ARRASTÃO - RETRATO DE UMA SOCIEDADE FRAGILIZADA
Abril/2015 ([41])
Abril/2015 ([42])
***
ESTELIONATO ESTATÍSTICO - AS MORTES QUE O
DESARMAMENTO (NÃO) EVITOU
Maio/2015 ([43])
Maio/2015 ([45])
***
NEM O FUZIL, NEM A FACA.
Maio/2015 ([46])
Junho/2015 ([48])
A profusão dos casos de ataques com faca na cidade do Rio de Janeiro vem
fomentando acalorados debates sobre questões relativas à segurança pública, abrangendo
desde a redução da maioridade penal até a possibilidade de defesa das vítimas. Quanto a esta
última, uma das discussões atualmente travadas tem cerne na pretensão de que seja liberada a
utilização, pelo cidadão comum, de artefatos disparadores de spray de pimenta, com o que se
permitiria a reação contra as agressões com lâminas.
A liberação é defendida, dentre outros, pelo ex-secretário nacional de segurança
pública Ricardo Balestreri, que discorreu sobre o tema em artigo publicado no início do mês.
Segundo ele, é humanamente impossível a existência de um policiamento capaz de manter a
vigilância em todos os lugares durante todo o tempo, o que imporia conceder ao cidadão um
meio de se defender.
Trata-se de uma emblemática mudança de postura do ex-secretário, que, à frente da
SENASP, era ferrenho defensor de políticas de desarmamento, as quais estão intrinsecamente
relacionadas à cultura da não-reação. Ao reconhecer a necessidade de que a sociedade
disponha de meios defensivos, Balestreri acerta se afastando do império não-reativo, mas erra
feio ao escolher o instrumento de defesa.
Sprays de pimenta não são artefatos de defesa adequados contra agressões armadas,
sejam quais forem as armas. Seu uso somente se viabiliza a curtas distâncias e não causa a
paralização imediata do agressor, podendo, ao contrário, promover a maior irritação deste e,
com ela, a prática de ataques ainda mais violentos. Os melhores e mais eficientes meios de
defesa são justamente os que evitam o enfrentamento direto ou muito próximo entre a vítima e
seu agressor, com o que a chance daquela sair ilesa é expressivamente maior.
Além disso, comparando-se as respectivas potencialidades lesivas, o spray de
pimenta situa-se em grau inferior ao das facas. É uma contraposição entre um subterfúgio
irritante-dispersivo e algo com contundente ação perfuro-cortante, o que subverte outra
premissa básica para o exercício da autodefesa: a de que a eficácia da reação está diretamente
relacionada à disponibilidade de meios mais potentes ou, no mínimo, conceitualmente
equivalentes aos do agressor.
Fomentar o uso de sprays de pimenta como forma de se defender de ataques com
faca beira a leviandade, expondo a riscos demasiados o cidadão que por ventura opte por essa
possibilidade. Se é indiscutível a necessidade de exercício efetivo da autodefesa, é
imprescindível que para tanto sejam disponibilizados os meios efetivamente adequados, e,
nessa área, nada até hoje supera as armas de fogo – exatamente o que é utilizado
preferencialmente pelos órgãos de segurança. São elas que precisam voltar a ser acessíveis ao
cidadão comum, retomando-se um mínimo de equiparação de forças entre a sociedade e os
criminosos.
Misturar facas com pimenta só dá certo em um lugar: na cozinha, preparando o
tempero. E que assim continue.
***
BLACK FRIDAY NOS EUA: NOVO RECORDE EM VENDA DE
ARMAS E NOVA QUEDA DE CRIMINALIDADE
Junho/2015 ([49])
Julho/2015 ([51])
***
FUZIS À VONTADE - EM MÃOS ERRADAS
Agosto/2015 ([52])
***
TERROR NO OREGON
Outubro/2015 ([53])
Um homem invade uma faculdade, tranca alunos em uma das salas e ordena que
todos se deitem. Então, manda que, um a um, se levantem e digam a que religião pertencem.
Todos os que se dizem cristãos são imediatamente degolados. Nesse cenário, não há a menor
dúvida de que se trata de um ato terrorista, muito parecido com aqueles praticados pelo Estado
Islâmico, como vem sendo ultimamente alardeado nos noticiários.
A compreensão também não mudaria se os cristãos fossem explodidos, queimados,
afogados, enterrados ou vítimas de qualquer outro tipo de crueldade. Seria sempre terrorismo.
Porém, se foram mortos por arma de fogo, tudo parece mudar. O contexto não mais importa, a
motivação fundamentalista do agressor muito menos, tudo o que parece ter relevância é que
uma arma foi o instrumento do ataque. É ela que precisa ser combatida.
É essa lógica – ou pura ausência dela – que norteia a ideologia democrata norte-
americana, capitaneada pelo presidente Barack Obama e toda a sua horda de séquitos
desarmamentistas, que por aqui bem se representam pelas ONGs “da paz”. “Mate-se o
mensageiro”, é o que se ouve nas entrelinhas de um discurso sem sentido, como se a arma
tivesse entrado sozinha no local do ataque e, sem fé, começado a disparar contra quem a tem,
sem ninguém para empunhá-la.
O quadro já seria suficiente para demonstrar a insanidade tangente à ideologia
antiarmas, aqui ou lá, mas a negação à realidade fica ainda pior. O último ataque, no Oregon,
foi mais um em uma área em que armas são proibidas – as gun-free zones. Foi o mesmo em
Columbine, em Virginia Tech e no cinema de Aurora, apenas para citar alguns. A proibição,
como visto, não impediu a ação do agressor em nenhum desses lugares; ao contrário, a
facilitou.
Num local onde ninguém está armado, pois todos seguem a lei, basta um
transgressor dela para fazer um imenso estrago, valendo-se da falta de contraposição. Os que
tentam acabam tendo a si reservado o rótulo de herói ou mártir, mas sem efetividade em suas
ações. Foi o caso de Chris Mintz, aluno da faculdade do Oregon, que confrontou o agressor,
pode até ter salvo algumas vidas, mas, sem conseguir contê-lo, levou sete tiros – felizmente,
está vivo.
O proselitismo desarmamentista de Barack Obama é cruelmente irresponsável.
Vale-se do sangue de vítimas inocentes para, num apelo estritamente emocional, tentar
subverter a lógica da realidade, a fim de que sua ideologia prevaleça. Sem emoção, sua tarefa
seria impossível, pois não há racionalidade em, diante de ataques armados a vítimas inocentes,
buscar desarmar justamente elas, as únicas que seguem a lei.
A realidade é outra. As armas que Obama combate estão associadas à redução
recorde dos homicídios em seu país. São mais de 30 milhões delas vendidas por ano, número
que faz o total em circulação nos EUA superar as 300 milhões, já se aproximando de uma por
habitante.
No mesmo período do crescimento nas vendas de armas, de acordo com o FBI, o
número de homicídios vem despencando, numa taxa de decréscimo já próxima de 5% ao ano
e que hoje já os faz igualar patamares da década de 1950. É por isso que o discurso do
presidente democrata até hoje não é aceito por lá, e também é essa a razão para que ele tenha
que requentá-lo junto ao sangue das vítimas indefesas a cada novo ataque. Nem assim cola.
***
NÃO OPTAMOS PELO DESARMAMENTO, MAS ELE NOS VEM
SENDO IMPOSTO
Outubro/2015 ([54])
Novembro/2015 ([55])
Novembro/2015 ([56])
***
ÀS ARMAS, CIDADÃOS! MAS, QUE ARMAS?
Novembro/2015 ([57])
Uma das cenas mais repetidas na cobertura inicial dos ataques terroristas da sexta-
feira 13 em Paris[58] foi a dos torcedores franceses saindo do Stade de France, após o jogo
contra a Alemanha, cantando a Marselhesa, o hino nacional. No trecho, transmitido ao mundo
por diversos canais de TV, diziam "Aux armes, citoyens! Formez vos bataillons" – “Às armas,
cidadãos! Formai vossos batalhões”. Uma demonstração patriótica, mas que atualmente não
passa de alusão figurativa. Os batalhões do povo francês hoje estariam desarmados.
Nos últimos anos, sempre que um ataque em massa ocorre nos Estados Unidos, nos
acostumamos a ver, quase instantaneamente, discussões quanto à legislação norte-americana
sobre armas de fogo. Os democratas de lá e os socialistas daqui, invariavelmente, acusam as
leis permissivas pelas mortes, sendo confrontados pelos conservadores (aqui, liberais), que
tentam fazer enxergar que os atos só foram possíveis porque praticados nas chamadas gun-
free zones (áreas sem armas), onde ninguém pode reagir.
Na França, essa discussão é descabida. O país é todo uma grande gun-free zone, em
razão de leis fortemente restritivas à posse e ao porte de armas para uso pessoal. Até mesmo
boa parte das guarnições policiais atua sem armas. Nada de revolução desarmamentista, como
as tentadas em outros países, mas uma questão cultural, que legalmente remonta ao ano de
1939. Há mais de 75 anos, portanto.
Com uma regulação sobre armas já tão antiga, instituída sob uma realidade de
organização social absolutamente distinta da atual, a evolução criminal na França não pode
ser genuinamente relacionada à sua política legal desarmamentista. Porém, isso não quer dizer
que não há relação entre a legislação sobre armas e o recente terrorismo em Paris.
Nos ataques de janeiro, em que a revista Charlie Hebdo foi o alvo, vimos,
perplexos, a investida de terroristas contra vítimas completamente indefesas, incluindo
policiais covardemente executados. Foi possível até filmar os ataques, mas não reagir a eles.
Agora, o roteiro se repete. Em restaurantes ou em uma casa de espetáculos, os depoimentos
das testemunhas evidenciam que os terroristas agiram calmamente. Abriram fogo
despreocupados, contra vítimas às quais restou apenas a desesperada tentativa de fuga. Uma
carnificina, como bem definiram as autoridades policiais francesas.
Alguns clamaram por socorro através do celular, relatando o ataque e implorando
para que a polícia chegasse logo. Mas ela não tem como chegar imediatamente, e qualquer
coisa diferente de imediatamente é tarde demais para as primeiras vítimas.
Desde os ataques de janeiro, a França estava em elevado alerta contra o terrorismo.
Ainda assim, as forças de segurança do país não conseguiram evitar os atos de agora. Triste
comprovação de que é preciso ter outros mecanismos de defesa da população, além das forças
oficiais. Em Israel, por exemplo, esse elemento adicional foi identificado nos cidadãos
armados, e o governo os estimula a estarem assim.
Seria leviano bradar a certeza de que, caso os franceses pudessem estar armados, os
ataques não ocorreriam ou seriam de menor proporção, mas é inevitável refletir sobre o
quanto o cenário seria diferente. Se, nos Estados Unidos, a pergunta que sucede ataques em
massa é sobre o que aconteceria se as armas fossem proibidas, na França a ótica é oposta: o
que aconteceria se fossem permitidas?
***
ESTATUTO DO DESARMAMENTO E HOMICÍDIOS POR ARMA
DE FOGO
Dezembro/2015 ([59])
Dezembro/2015 ([60])
***
SE CRIMINOSOS NÃO TEMEM O ESTADO, É PRECISO QUE
TEMAM AS VÍTIMAS
Janeiro/2016 ([63])
A tênue distinção social entre temor e respeito gravita em uma nebulosa área das
relações humanas. Numa contração sintética, pode-se dizer que o temor se caracteriza pela
observância de uma norma em razão do receio do que pode acontecer se assim não for feito,
ao passo que o respeito seria o privilégio de conduta por convicção, isto é: a adoção de um
padrão comportamental por acreditar ser ele correto. Na prática, todavia, a distinção é mais
complexa.
Numa sociedade positivamente estruturada, em que as instituições funcionam
perfeitamente, o ideal de respeito, em sua acepção conceitual, pode ser mais facilmente
alcançado, difundindo-se o padrão de não interferência de um indivíduo na esfera de direitos
do outro. Porém, quando as instituições falham e as transgressões se instauram, o
restabelecimento do respeito não se alcança diretamente, é preciso passar pelo estágio do
temor. É necessário que quem infringe uma norma tenha em si incutido o receio das
consequências de seus atos.
Normalmente, esse receio se opera através do sistema punitivo, organizado entre as
forças policiais e o Poder Judiciário, resultando na aplicação das penas a quem comete atos
ilícitos. No Brasil, entretanto, essa realidade é distante, pois vivemos um quadro de grande
impunidade, no qual menos de 10% dos crimes mais graves – os homicídios – são
esclarecidos e há uma infinidade de benefícios previstos aos criminosos, os afastando da
punição ou a tornando excessivamente branda.
Com o respeito há muito perdido e sem temor de punição, como restabelecer o
equilíbrio social? A resposta, tão óbvia quanto utópica, está no fortalecimento das instituições.
Mas isso não é automático, demandando um processo evolutivo que exige um tempo do qual
não se dispõe para evitar o caos. E é exatamente aí que surge o relevante papel de um artefato
que vem sendo abominado pela ideologia de viés socialista (travestida de democrata), mas que
deveria ser visto como aliado: a arma de fogo.
Se os criminosos não nutrem receio por punições estatais, se valendo da reinante
impunidade, é necessário que temam, ao menos, suas vítimas, a reação que delas pode partir.
Somente assim se pode estabelecer um sistema de freios e contrapesos até que as instituições
recuperem seu papel e possam imprimir à sociedade uma credibilidade inibitória das ações
transgressivas. Equilibrar as forças entre criminosos e suas vítimas é o papel essencial das
armas de fogo em poder do cidadão, criando no agressor a dúvida acerca da confrontação.
Não se trata, obviamente, de substituir a ação punitiva estatal pela reação. Legítima
defesa não se confunde com justiçamento e não tem o objetivo de punir o agressor, mas de
preservar a vítima. Ao viabilizá-la, o fundamental é criar o receio, ainda que em tese, de que o
ataque seja resistido, um equilíbrio pelo temor, diante do respeito perdido.
Em 1515, ainda que sob uma perspectiva diversa, Maquiavel já registrava, em sua
icônica obra O Príncipe, que os homens sentem mais inibição em atacar aqueles a quem
temem. O conjunto de suas ideias, em muitos pontos radicais, sofre contestação dentre os que
privilegiam os ideais teóricos de sociedade, mas seu apego à realidade prática é
inquestionável.
Nos dias de hoje, essa mesma realidade torna difícil estabelecer a distinção entre
respeito e temor. Os conceitos não parecem antagônicos, mas complementares, na medida da
percepção de que o respeito de um indivíduo pelo outro é proporcional ao receio do dano que
este pode causar-lhe.
***
O SILENCIOSO RECORDE NACIONAL DE HOMICÍDIOS
Janeiro/2016 ([64])
O levantamento dos homicídios brasileiros nos últimos anos vem sendo condensado
no Mapa da Violência, coordenado pelo sociólogo Julio Jacobo Waiselfisz e que recebe
chancela governamental. A conotação oficial do estudo deriva da metodologia nele utilizada,
que contabiliza os números lançados no SIM – Sistema de Informação de Mortalidade,
mantido pelo Ministério da Saúde e integrado ao DATASUS, banco de dados do Sistema
Único de Saúde.
A edição mais recente do Mapa contendo o total de homicídios no país está
desatualizada. Ela abrange somente até o ano de 2012, quando foi registrado o então recorde
nacional de assassinatos, com 56.337 casos. Porém, mesmo sem uma edição mais atual do
levantamento, todas as informações oficiais que lhe servem de base já se encontram
disponíveis no DATASUS/SIM desde junho de 2015, e elas, mesmo sem alarde, são
inequívocas: em 2013 o Brasil bateu novamente o recorde de mortes violentas intencionais.
De acordo com os dados do Ministério da Saúde, 2013 registrou o total de 56.804
homicídios, uma alta de 0,83% em relação ao ano (e ao recorde) anterior. A região do país
com maior aumento de assassinatos foi a Nordeste, com incremento de 4,96% (20.978 x
22.019). A com maior redução foi a Região Sul, com queda de 9,52% (6.630 x 5.999).
Os homicídios com arma de fogo, igualmente contabilizados em edições do Mapa
da Violência, continuaram a crescer, saindo de 40.077 (2012) para 40.369 (2013), uma alta de
0,73%. Novamente, as regiões Nordeste e Sul ocuparam as extremidades de variação, com
alta de 5,39% e redução de 10,30%, respectivamente – aumento de 16.132 para 17.002 no
Nordeste e decréscimo de 4.661 para 4.181 no Sul.
Paradoxalmente, a Região Nordeste tem a menor quantidade de armas de fogo
legalmente em circulação e, a Região Sul, a maior, o que afasta ainda mais a relação de
causalidade entre armas legais e homicídios, recorrentemente defendida no levantamento de
Waiselfisz.
A ausência formal, quanto ao ano de 2013, do Mapa da Violência parece contribuir
para que, até agora, não se tenha alcançado a real percepção de mais um preocupante
agravamento dos nossos índices oficiais de criminalidade homicida. Pior do que isso, sem a
consolidação oficial, acaba-se camuflando a constatação de que, ano após ano, as políticas de
segurança pública vêm acumulando uma repetição sucessiva de erros, cujos resultados se
traduzem em recordes que nenhuma nação gostaria de bater.
As análises de causalidade inseridas no Mapa da Violência, invariavelmente
alinhadas às diretrizes governamentais, costumam ser alvo de forte contestação junto a quem
detém mais proximidade com a área de segurança pública. Ainda assim, como compilação de
indicadores, a utilidade do levantamento é indiscutível, sendo uma das características que o
tornaram referência.
Justamente por isso, o retardo na disponibilização de novas edições causa
estranheza, mas, talvez, se dê porque tenha se tornado impraticável apresentar números tão
negativos sob uma ótica de defesa das políticas institucionais, nas quais tanto se insiste e cujos
resultados igualmente negativos não comportam mais qualquer camuflagem. Se for essa a
causa, a ausência do estudo é positiva. Afinal, os dados já estão disponíveis e a principal
análise que deles precisa ser feita é apenas a de que mudanças estruturais na área de segurança
são absolutamente imprescindíveis - e urgentes.
***
EPIDEMIAS LETAIS
Fevereiro/2016 ([65])
Março/2016 ([66])
Abril/2016 ([67])
***
PELO FIM DA CULTURA DA RENDIÇÃO
Junho/2016 ([68])
***
PROIBIR PORTE DE ARMAS CONSTRÓI PALCOS PARA
ATAQUES EM MASSA
Junho/2016 ([69])
Uma das preocupações mais recorrentes na luta contra o terrorismo são os chamados
"copiadores", aqui também rotulados de "lobos solitários". São indivíduos que nutrem as
mesmas convicções de quem executa ataques terroristas, mas não desenvolvem a articulação
necessária para colocá-los em prática – ao menos até verem um caminho claramente posto à
sua frente, que basta ser repetido. É um elemento corriqueiro para quem atua na área de
inteligência preventiva, especialmente os grupamentos especializados no combate ao terror,
cujos responsáveis, justamente por isso, condenam o detalhamento de como agem os
agressores, tão comum nas coberturas midiáticas.
Há pouco mais de seis meses, Paris foi palco do mais dramático atentado terrorista
de sua história[70]. Uma série de ataques coordenados levou pânico à bela capital francesa,
dentre os quais um massacre na casa de espetáculos Bataclan. Foram mais de cem mortos,
numa carnificina facilitada pela total impossibilidade de defesa das vítimas, que assistiram à
ação de seus algozes por vários (e intermináveis) minutos, gritando, se escondendo, tentando
fugir ou pedindo socorro pelo celular, mas sem nenhuma chance de reação.
Não só no Bataclan, mas em toda a França o porte de arma pelo cidadão civil é
proibido – salvo, como visto, se você for um terrorista que não respeita essa lei, a colocando
no mesmo rol daquela que proíbe matar alguém.
Os ataques de Paris foram obra do Estado Islâmico, grupamento radical que usa a fé
religiosa como fundamento para atos terroristas. É o mesmo grupo que, no último domingo[71],
reivindicou a autoria do maior ataque armado praticado em solo norte-americano. Em
Orlando, Omar Saddiqui Mateen, cidadão estadunidense de origem muçulmana, após viajar
cerca de 200 quilômetros desde Port St. Lucie (onde morava), se dirigiu à boate Pulse, voltada
ao público homossexual, e ali abriu fogo a partir das 2h da madrugada. Permaneceu no local
até às 5h, quando foi morto pela polícia. Até ser neutralizado, Omar matou aproximadamente
50 pessoas, ferindo outras tantas.
As semelhanças entre os dois ataques são latentes. A exemplo do que ocorreu no
Bataclan, as vítimas da boate Pulse não puderam se defender, pois ali é proibido entrar
portando armas de fogo. Sem defesa, buscaram se esconder, tentaram fugir, pediram socorro
pelo celular, exatamente como fizeram as vítimas em Paris. Em vão. Foi outra grande
carnificina, ainda que com a metade das vítimas francesas.
Omar Saddiqui Mateen é nitidamente um copiador. Fez em Orlando o mesmo que
foi feito na França, valendo-se da mesma impossibilidade de defesa das vítimas e agindo com
a calma de quem tem plena consciência dela. Somente foi parado com a chegada da polícia, o
que sempre é muito tarde para as dezenas de mortos e feridos.
Outro que parece ter embarcado na imitação é o presidente Barack Obama,
entoando precipitadamente seu discurso desarmamentista, com o habitual apelo emocional,
incompatível com qualquer análise mais criteriosa. E, desta vez, a precipitação acabou
revelando uma inesperada confissão velada.
Ao discursar sobre o atentado, Obama declarou que o fato era "um lembrete sobre
como é fácil para alguém colocar as mãos em uma arma e atirar em pessoas numa escola,
numa igreja, num cinema ou em uma boate". E pela primeira vez ele está certo sobre o
assunto. Escolas, igrejas, cinemas e boates são clássicas "gun-free zones", ou seja, locais em
que portar armas é proibido. E são, também, os palcos recorrentes para os ataques em massa,
sejam terroristas, sejam fruto de insanidade doméstica.
Elencando onde os ataques ocorrem, Obama evoca o argumento mais expressivo
contra a sua verdadeira cruzada contra as armas: o de que é a falta delas em determinados
locais que facilita a ação de quem, ilegalmente, as usa para praticar os ataques. E é difícil não
ceder à obviedade do argumento quando se nota que o agressor de Orlando, tal como os
terroristas de Paris, somente foi parado por armas, as dos policiais.
Obama segue retilíneo, sem sequer adaptar seu discurso a cada novo episódio de
violência. E continua sendo ignorado em sua obsessão desarmamentista, tal como os
inofensivos devaneios de um idealista utópico. Inofensivos, contudo, não são os copiadores de
ataques terroristas bem-sucedidos. Enquanto forem irresponsavelmente preservados os
elementos que os fomentam, a exemplo da inviabilização da autodefesa, continua alto o risco
de vermos novos ecos do Bataclan, agora reverberados pelo massacre da boate Pulse.
***
INSEGURANÇA E ARMAS DE FOGO NA ÁREA RURAL
Setembro/2016 ([72])
Viver na área rural ou no interior costumava ser considerado mais tranquilo e seguro
do que nas grandes cidades, mas parece que a situação mudou nos últimos anos. Em Joinville
(SC), a sensação de insegurança aumentou tanto que, para afastar os criminosos, comunidades
rurais apelaram para a colocação de outdoors sugerindo que a população está armada. Neles,
está escrita a seguinte frase: “Devido ao grande número de assaltos e latrocínios, não
toleramos atitudes suspeitas. Para sua segurança, identifique-se. Sujeito a levar tiros”.
A falta de policiamento é uma das reclamações dos moradores. O posto mais
próximo da Polícia Militar fica a mais de 10 quilômetros da área central do bairro onde foram
expostos os outdoors, e a corporação, embora afirme que as rondas foram intensificadas,
reconhece não possuir efetivo para manter operações regulares na região. E foi justamente
nela que, em julho deste ano, um aposentado de 72 anos foi morto por criminosos dentro de
casa. Os ladrões roubaram o dinheiro da aposentadoria que ele tinha acabado de receber.
A insegurança que assombra no meio rural reforça a discussão sobre o acesso às
armas pela população. Distantes das delegacias e dos batalhões da Policia Militar, moradores
dessas áreas sofrem com a falta de policiamento nas proximidades das residências e lavouras.
A sensação de isolamento e vulnerabilidade perante a ação de criminosos é constante,
trazendo o medo.
Diante dessas dificuldades, os moradores de áreas afastadas são obrigados a garantir
pessoalmente a segurança de suas propriedades e, para isso, torna-se imprescindível a
facilitação na liberação do registro de armas. Até porque, sem o registro, tampouco o porte
legal desses artefatos, sujeitam-se, se com eles flagrados, às punições pelos crimes de posse
ou porte irregular de arma de fogo. Mas a indiscutível necessidade de se defender não atenua
a burocracia e a demora na aquisição de armamento.
No outro extremo, impera a facilidade de acesso às armas pelos criminosos no país,
para os quais são inócuas as reiteradas campanhas de desarmamento aqui realizadas. Com
isso, tem-se um quadro em que os cidadãos não podem andar armados, nem sequer em suas
propriedades, mas os bandidos o fazem em qualquer lugar, com armamentos de calibres até
mesmo superiores aos da polícia.
A crise na segurança pública brasileira é grave, está sedimentada e com ela se nota
não haver êxito na contenção das atividades criminosas nem sequer nas grandes cidades, com
toda a estrutura que lhes é inerente. No interior, com menos recursos, a situação se revela
caótica, pondo em xeque o eixo central desarmamentista das políticas de segurança, que priva
a autodefesa, mas fracassa em reduzir a criminalidade.
Diante de uma política nacional de desarmamento fracassada e do aumento da
violência no país, propostas legislativas intentam mudanças no Estatuto do Desarmamento. Já
aprovado pela Comissão Especial da Câmara dos Deputados, o Projeto de Lei 3722/12, do
deputado Rogério Peninha Mendonça, é o melhor exemplo disso, buscando, sob nova
sistemática, regulamentar a posse e o porte de armas no país. E um de seus destaques é o
substitutivo proposto pelo deputado federal Afonso Hamm (PP-RS), que cria a licença do
Porte Rural de Armas.
A iniciativa visa a assegurar o porte aos residentes no campo e aos trabalhadores
rurais, maiores de 25 anos, que “dependam do emprego de arma de fogo para proporcionar a
defesa pessoal, familiar ou de terceiros, assim como a defesa patrimonial”. Não se trata de
liberação indistinta das armas, pois a proposta exige a comprovação documental da residência
ou atividade no campo e atestado de bons antecedentes. Além disso, a prerrogativa fica
restrita aos limites da propriedade rural, condicionando-se à demonstração simplificada “de
habilidade no manejo da categoria de arma” utilizada.
É mais uma ação convergente à necessidade de assegurar um pouco mais de
segurança no campo. E, ao se observar a crescente de crimes na área rural, especialmente
quanto aos roubos e furtos de animais, insumos, veículos, maquinários e bens pessoais dos
ruralistas, não raro com grave violência, a adequação da proposta torna-se evidente.
***
INJUSTIÇADAS VILÃS[73]
Outubro/2016 ([74])
***
DESARMAMENTO CIVIL É O ÚNICO GOLPE EXISTENTE NO
PAÍS
Outubro/2016 ([75])
***
MORTES INDETERMINADAS E MAIS USO DE ARMAS DE
FOGO
Fevereiro/2017 ([76])
Direitos Autorais:
Fabricio Rebelo
Fechamento da edição:
01.03.2017
www.fabriciorebelo.com.br
<http://www.midiasemmascara.org/artigos/desarmamento/14861-a-opcao-pela-enxada.html>;
(b) REBELO, Fabricio. A opção pela enxada. Uma sociedade rendida. REVISTA JUS NAVIGANDI,
Teresina, ano 19, n. 3855, 20 jan. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/26444>
[21] (a) JORNAL DO BRASIL | País – Sociedade Aberta | 27.01.2014. Disponível em:
<http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2014/01/27/nordeste-brasileiro-regiao-mais-violenta-do-mundo/>;
(b) REBELO, Fabricio. Nordeste brasileiro: região mais violenta do mundo. REVISTA JUS NAVIGANDI,
Teresina, ano 19, n. 3860, 25 jan. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/26502>
[22]
REBELO, Fabricio. Controlemos os assassinos, não as armas. REVISTA JUS NAVIGANDI, Teresina, ano 19, n.
3869, 3 fev. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/26576>
[23]
REBELO, Fabricio. Pena alternativa ou impunidade? REVISTA JUS NAVIGANDI, Teresina, ano 19, n. 3873, 7
fev. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/26617>
[24]
REBELO, Fabricio. UPP: a ocupação paliativa. REVISTA JUS NAVIGANDI, Teresina, ano 19, n. 3885, 19 fev.
2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/26743>
[25]
(a) REBELO, Fabricio. Reação não é excludente de ilicitude – nem de crueldade. REVISTA JUS
NAVIGANDI, Teresina, ano 19, n. 3934, 9 abr. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/27428>
(b) MÍDIA@MAIS | 16.04.2014. Disponível em: <http://www.midiaamais.com.br/?
c=ver_noticia&codigo_noticia=2971>
[26]
Este artigo foi originalmente publicado, de forma condensada, em 25.06.2012, sob o título “Reação – mito e
verdade”, veiculado pela GAZETA DO POVO, na seção Opinião. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/reacao-mito-e-verdade-3fsnj1muph3clduss8j85x00e>
[27]
(a) REBELO, Fabricio. Greve da Polícia Militar e desarmamento: o pesadelo da segurança pública.
REVISTA JUS NAVIGANDI, Teresina, ano 19, n. 3947, 22 abr. 2014. Disponível em:
<http://jus.com.br/artigos/27872>;
(b) MÍDIA@MAIS | 25.04.2014. Disponível em: <http://www.midiaamais.com.br/?
c=ver_noticia&codigo_noticia=2975>
[28]
(a) JORNAL DO BRASIL | País – Sociedade Aberta | 02.06.2014. Disponível em:
<http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2014/06/02/desarmamento-brasileiro-um-fracasso-incontestavel/>;
(b) PRAVDA.RU | 31.05.2014. Disponível em: <http://port.pravda.ru/news/cplp/31-05-2014/36845-
desarmamento_brasil-0/>
(c) AMMOLAND (USA) | 30.05.2014. “Brazilian Citizen Disarmament: A Deadly Undisputed Failure”.
Disponível em: <http://www.ammoland.com/2014/05/brazilian-citizen-disarmament-a-deadly-undisputed-
failure/#axzz33GV9b6DD>
[29]
REBELO, Fabricio. Violência brasileira não é questão social, é criminal. REVISTA JUS NAVIGANDI, Teresina,
ano 19, n. 4019, 3 jul. 2014. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/28586>
[30]
(a) JORNAL DO BRASIL | Sociedade Aberta | 30.07.2014. Disponível em:
<http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2014/07/30/violencia-se-alastra-no-interior/>
(b) GAZETA DO POVO | 28.07.2014. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/violencia-se-alastra-no-interior-ebfwl1qx9kstrwjaqxk1nfxou >
[31]
(a) GAZETA DO POVO | 13.08.2014. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/medo-em-serie-ec455qythjsl7zwyp6b40339q> ;
(b) PRAVDA.RU | 24.08.2014. Disponível em: <http://port.pravda.ru/news/sociedade/24-08-2014/37227-
medo_crime-0/>
[32]
GAZETA DO POVO | 16.09.2014. Disponível em: <http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/armas-sem-
registro-e-sem-crime-edppxsd7ecc87bl5658hii8um>
[33]
(a) JORNAL DO BRASIL | Sociedade Aberta | 12.10.2014. Disponível em: <http://www.jb.com.br/sociedade-
aberta/noticias/2014/10/12/reagir-ou-nao-reagir-eis-a-situacao/> ;
(b) SP NOTÍCIAS | 09.10.2014. Disponível em: <http://spnoticias.com.br/?p=18547>
[34]
MÍDIA@MAIS | 30.10.2014. Disponível em: <http://www.midiaamais.com.br/?
c=ver_noticia&codigo_noticia=3258>
[35]
(a) JORNAL DO BRASIL | Sociedade Aberta | 12.01.2015. Disponível em:
<http://www.jb.com.br/sociedade-aberta/noticias/2015/01/12/luz-cameras-e-mortes/> ;
(b) EXPRESSO MT | 10.01.2015. Disponível em: <http://www.expressomt.com.br/nacional-
internacional/luz-cameras-e-mortes-121474.html>
[36]
(a) ITABUNA URGENTE | Utilidade Pública | 28.01.2015. Disponível em:
<http://itabunaurgente.com/comercio-irreal-de-armas/> ;
(b) MÍDIA@MAIS | Segurança Pública | 29.01.2015. Disponível em: <http://www.midiaamais.com.br/?
c=ver_noticia&codigo_noticia=3342>
[37]
REBELO, Fabricio. Impacto desarmamento nos homicídios brasileiros. REVISTA JUS NAVIGANDI,
Teresina, ano 20, n. 4274, 15 mar. 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/34931>.
[38]
Após a publicação do artigo, foi divulgada nova edição do Mapa da Violência, com os dados até 2012. O cômputo
de seus indicadores aponta que, entre os nove anos anteriores ao Estatuto do Desarmamento e os nove anos a ele
posteriores, o aumento foi ainda maior, saindo de 64,95% para 70,81%, ou seja, um acréscimo de 9%.
[39]
REBELO, Fabricio. A pistola do procurador. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 21, n.
4929, 29 dez. 2016. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/36819>. Acesso em: 21 fev. 2017.
* O artigo foi elaborado em março de 2015, porém incluído na fonte em dezembro de 2016, sendo indexado pela
data original, para fins de cronologia dos textos.
[40]
2015
[41]
(a) PRAVDA.RU | 03.04.2015. Disponível em: <http://port.pravda.ru/sociedade/curiosas/03-04-
2015/38407-arrastao-0/>
(b) ITABUNA URGENTE | Coluna Fabricio Rebelo | 01.04.2015. Disponível em:
<http://itabunaurgente.com/arrastao-retrato-de-uma-sociedade-fragilizada/>
[42]
(a) PRAVDA.RU | 27.04.2015. Disponível em: <http://port.pravda.ru/cplp/brasil/27-04-2015/38558-
inseguranca_evidencias-0/>
(b) DIÁRIO DA MANHÃ | 23.04.2015. Disponível em:
<http://www.dm.com.br/opiniao/2015/04/inseguranca-desprezando-as-evidencias.html>
[43]
(a) PRAVDA.RU | 09.05.2015. Disponível em: <http://port.pravda.ru/news/science/09-05-2015/38639-
estelionato_estatistico-0/>
(b) COMPANHIA DA NOTÍCIA | 11.05.2015. Disponível em:
<http://companhiadanoticia.com.br/estelionato-estatistico-as-mortes-que-o-desarmamento-nao-evitou/>
[44]
A edição superveniente do Mapa da Violência, disponibilizada após a publicação do artigo, revelou um aumento
ainda maior, da ordem de 9%, no uso de armas de fogo nos homicídios. De 1995 a 2003, o uso de armas de fogo em
relação ao total de homicídios registrados foi de 64,95%, ao passo que, de 2004 a 2012, passou a ser de 70,81%. Vide o
artigo “Um novo mapa para o mesmo destino”.
[45]
(a) JORNAL BAHIA ONLINE | 16.05.2015. Disponível em:
<http://www.jornalbahiaonline.com.br/noticia/29505/um_novo_mapa_para_o_mesmo_destino,_por_fabricio_rebelo
(b) PORTAL FATOR BRASIL | 16.05.2015. Disponível em:
<http://www.revistafatorbrasil.com.br/ver_noticia.php?not=295174>
[46]
(a) O DIA | 26.05.2015. Disponível em: http://odia.ig.com.br/noticia/opiniao/2015-05-26/fabricio-
rebelo-nem-o-fuzil-nem-a-faca.html>
(b) REBELO, Fabricio. Nem o fuzil, nem a faca: a violência urbana. REVISTA JUS NAVIGANDI,
Teresina, ano 20, n. 4345, 25 maio 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/39441>
(c) SP NOTÍCIAS | 25.05.2015. Disponível em: < http://spnoticias.com.br/?p=27676>
[47]
Referência ao menor apreendido como suspeito pelo ataque ao ciclista na Lagoa Rodrigo de Freitas, que já contava
com esse histórico.
[48]
ITABUNA URGENTE | Coluna Fabricio Rebelo | 11.06.2015. Disponível em:
<http://itabunaurgente.com/sem-pimenta/>
[49]
REBELO, Fabricio. Black Friday nos EUA: recorde em venda de armas e queda de criminalidade. REVISTA
JUS NAVIGANDI, Teresina, ano 20, n. 4354, 3 jun. 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/34595>;
[50]
A referência é ao ano de 2014, pois o texto, embora elaborado em dezembro daquele ano, somente foi veiculado
pela fonte indicada em junho de 2015.
[51]
(a) DIÁRIO DA MANHÃ | 06.07.2015. Disponível em: <http://www.dm.com.br/opiniao/2015/07/um-
congresso-de-maior.html>
(b) FOLHA DE NOTÍCIAS | 08.07.2015. Disponível em <http://www.jornalfolhadenoticias.com/um-
congresso-de-maior/#.VjmBefmrTcd>
[52]
(a) DIÁRIO DA FRANCA | 12.08.2015. Disponível em:
<http://www.diariodafranca.com.br/conteudo/noticia.php?noticia=58459&categoria=1>
(b) REBELO, Fabricio. Fuzil - arma de uso exclusivo de criminosos. REVISTA JUS NAVIGANDI,
Teresina, ano 20, n. 4517, 13 nov. 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/41363>
[53]
(a) ITABUNA URGENTE | Coluna Fabricio Rebelo | 05.10.2015. Disponível em:
<http://itabunaurgente.com/terror-no-oregon/>
(b) REBELO, Fabricio. Terror no Oregon e discurso do desarmamento. REVISTA JUS NAVIGANDI,
Teresina, ano 20, n. 4518, 14 nov. 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/43339>
[54]
UOL | Notícias / Opinião | 16.10.2015. Disponível em:
<http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2015/10/16/nao-optamos-pelo-desarmamento-mas-ele-nos-vem-sendo-
imposto.htm>
[55]
REBELO, Fabricio. O Estatuto do Desarmamento e a anistia seletivamente ignorada. REVISTA JUS
NAVIGANDI, Teresina, ano 20, n. 4516, 12 nov. 2015. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/44460>
[56]
FOLHA DE S. PAULO | Tendências/Debates | 14.11.2015 – Edição Impressa, p. 03. Também disponível em:
<http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2015/11/1706241-estatuto-do-desarmamento-deve-ser-revogado-
sim.shtml>
[57]
(a) O REPÓRTER | Opinião | 20.11.2015. Disponível em: <http://www.oreporter.com/As-armas-
cidadaos-Mas-que-armas,13990698970.htm>
(b) PRAVDA.RU | 22.11.2015. Disponível em: <http://port.pravda.ru/news/mundo/22-11-2015/39850-
armas_cidadaos-0/>
[58]
Referência aos ataques terroristas do dia 13.11.2015, na Capital Francesa, em que fundamentalistas do Estado
Islâmico assassinaram mais de cem pessoas.
[59]
(a) GAZETA DO POVO | Opinião | 03.12.2015. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/estatuto-do-desarmamento-e-homicidios-por-arma-de-fogo-
4fjyfl55y6p83ik8hwnoqv01u#comentarios>
(b) PRAVDA.RU | 13.12.2015. Disponível em <http://port.pravda.ru/cplp/brasil/13-12-2015/39977-
estatuto_desarmamento-0/>
[60]
(a) ITABUNA URGENTE | Coluna Fabricio Rebelo | 07.12.2015. Disponível em:
<http://itabunaurgente.com/a-vexatoria-seletividade-terrorista-de-barack-obama/>
(b) REBELO, Fabricio. A vexatória seletividade terrorista de Barack Obama. REVISTA JUS
NAVIGANDI, Teresina, ano 21, n. 4597, 1 fev. 2016. Disponível em: <https://jus.com.br/artigos/45129>
[61]
Referência ao ataque terrorista a um centro comunitário, realizado por um casal ligado ao Estado Islâmico,
em 02.12.2015.
[62]
Assassinato em massa, em livre tradução.
[63]
UOL | Notícias / Opinião | 16.01.2016. Disponível em:
<http://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2016/01/16/se-criminosos-nao-temem-estado-e-preciso-que-temam-as-
vitimas.htm>
[64]
REBELO, Fabricio. 2013 - Ano do recorde silencioso de homicídios no Brasil. REVISTA JUS
NAVIGANDI, Teresina, ano 21, n. 4594, 29 jan. 2016. Disponível em: <http://jus.com.br/artigos/46130>
[65]
(a) GAZETA DO POVO | Opinião | 12/02/2016. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/epidemias-letais-d4teftqm8bvoelmd1cq9ehg77>;
(b) FOLHA DE LONDRINA | Opinião | 13/02/2016. Disponível em: <http://www.folhaweb.com.br/?
id_folha=2-1--1073-20160213#>
[66]
GAZETA DO POVO | Artigo | 31/03/2016. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-leis-e-seus-mortos-9q4p09zexg1u4erkvgty0fce8>
[67]
UOL | Opinião | 06/04/2016. Disponível em:
<https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2016/04/06/politicas-de-desarmamento-nao-reduziram-homicidios-
no-brasil.htm>
[68]
GAZETA DO POVO | Opinião | 11/06/2016. Disponível em:/
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/pelo-fim-da-cultura-da-rendicao-
3qepit7s5unt8h2jrytjcnho8>
[69]
UOL | Opinião | 17/06/2016. Disponível em:
<https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2016/06/17/proibir-porte-de-armas-constroi-palcos-para-ataques-
em-massa.htm>
[70]
Referência aos atos terroristas de novembro de 2015
[71]
Referência a 12/06/2016
[72]
GAZETA DO POVO | Opinião | 10/09/2016. Disponível em:
<http://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/inseguranca-e-armas-de-fogo-na-area-rural-
4cqmy8nsf6hxx8py8xg2rq4kt>
[73] Este artigo foi elaborado especialmente para a fonte indicada, como síntese da argumentação sobre o
desarmamento, para um debate editorial, trazendo, por isso, referências expressas a trechos de artigos anteriores do
autor.
[74]
Revista Consulex | Matéria de Capa | 01/10/2016.
(REBELO, Fabricio – Injustiçadas vilãs – Revista Jurídica Consulex – www.consulexdigital.com.br. Ano XX, nº 473)
[75]
UOL | Opinião | 13/10/2016. Disponível em:
<https://noticias.uol.com.br/opiniao/coluna/2016/10/13/desarmamento-civil-e-o-unico-golpe-existente-no-
brasil.htm>
[76]
F5 Notícias | Colunistas | 16/02/2017. Disponível em:
<http://f5noticias.com.br/2017/02/mortes-indeterminadas-e-mais-uso-de-armas-de-fogo/>