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ARMEIROS

“ Não tivemos indústria de armas, mas tivemos artistas de as fazer.”

Guimarães não foi um centro produtor de armas, este título pertencia a Lisboa,
Barcarena e Santarém.

Entretanto Guimarães não deixou de ter fabricantes de relevo no vasto arsenal


de armas.

Como destaque temos vários nomes de relevo com categoria de alfagemes,


tais como, João de Guimarães, Afonso Gonçalves, Pedro Vicente, Gonçalo
Afonso e João Afonso, destacados com carta de privilégio.

A “ilustre” ascendência dos artificies espingardeiros.

As profissões com títulos passavam como dote de pais para filhos, como um
património da família.

A carta de privilégio a mestres espingardeiros transmitia por si só para os


filhos.

José de Azevedo Moreira, espingardeiro com oficina em Guimarães ao


requerer a sua carta pediu que a mesma fosse extensiva.
Do fabrico e uso das espadas – Espadeiros e barbeiros.

“ A espada não se tornara ainda no século xv o apêndice ordinário do trajo


cortesã; considerava-se uma parte da armadura de guerra, …. Instrumento de
defesa ou agressão.””
(Costa Lobo, ob. Cit., pág. 100).

O uso de espadas era tão frequente que os próprios escravos e negros a


usavam, de tal forma que Pedro Dias lança o seguinte acórdão:

“ Que nenhum negro nem outro escravo traga espada pela vila nem pelo termo,
senão indo com o seu senhor, sob a pena de a perder e pagar duzentos reis
para concelho e cativos, a metade, e a outra metade para os meirinhos e
alcaide…”.

Embora esta e outras medidas repressivas para a proibição do uso de espadas


fossem tomadas o uso das mesmas não deixavam de se usar e abusar,
ignorando a própria lei, dando-se brigas.

Na visão de Costa Lobo, se os escravos chegaram a andar de espada à cinta,


bem se podia admitir que homens dos ofícios nomeadamente os mestres, as
usassem.

Deduz-se que pelo próprio “Regimento de taxas” votado em 1522 e relativo aos
barbeiros, que o mestre com loja aberta de barbeiro podia ter de seu oficio, não
só “carta de exame” que autorizava a sangrar, sarrafar, lançar ventosas bem
como arrancar dentes, mas também a desdobrar a sua actividade profissional
para a venda de espadas e afins.

Do uso de andar armado. – Ferreiros especializados. – Guimarães, praça


de armas.

A própria natureza e o instinto de conservação garante que sempre houve


necessidade de armas ofensivas e defensivas, não só porque o homem
procurava na caça uma parte da sua alimentação, mas ainda porque havia
muitos perigos à espreita.

Tudo começou pelo ferreiro, que antes do banheiro, do espadeiro e do


espingardeiro que se ocupou de fabricar e forjar armas para o serviço do
homem.

O uso quotidiano das armas teria a seu lado razões de força mas por outro lado
constituía vários perigos que ameaçavam o homem pelo assédio de bandos
armados e quadrilhas que assolavam a noite. Como tal e de forma a controlar
tal abuso foram feitas várias advertências, chegando mesmo à intervenção da
autoridade civil para fazer reparos, sendo este à prisão do conselho para
indivíduos que andariam armados sem ter permissão.

Um importante factor que contribuía para o costume do homem andar armado,


provinha da milícia nacional impor a gente dos ofícios e da lavoura a obrigação
de possuir um escudo e lança para o serviço do rei e defesa das muralhas e
castelos, constituindo assim a principal praça de armas.

Assim, neste ambiente desperta-se a actividade de armeiros locais.

Como todos os mestres oficinais, os espingardeiros elegiam anualmente o seu


Juiz de Oficio, que assinava com uma cruz os respectivos registos de posse e
juramento de fidelidade, que, como juízes de oficio de armeiro, prometiam pôr
no exercício da função.

Fim

Trabalho elaborado por:

Adelaide Ferreira

José Silva

Manuel Gomes

Filipe Silva

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