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SALAS DE RECURSOS

Um estudo sobre o município de Campinas


SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP).


Lumos Assessoria Editorial.
Bibliotecária: Priscila Pena Machado CRB-7/6971.

S161 Salas d
e recursos: um estudo do município de Campinas:
relatório final [recurso eletrônico] / [pesquisa
e redação Luiza Andrade Corrêa, Gustavo Taniguti
e Karolyne Ferreira; coordenador Rodrigo Hübner
Mendes]. - 1. ed. - São Paulo: Instituto Rodrigo
Mendes. 2022. Dados eletrônicos (pdf).

Inclui bibliografia.
ISBN 978-65-5854-517-0

1. Educação - Campinas (SP). 2. Educação - Efeitos


das inovações tecnológicas. 3. Educação Inclusiva.
4. Tecnologia Educacional. 5. Inclusão Digital.
6. Professores - Formação. 7. Prática de ensino.
I. Corrêa, Andrade Luiza. II. Taniguti, Gustavo.
III. Ferreira, Karolyne. IV. Mendes, Rodrigo Hübner.
V. Título.

CDD 371.3344678

doi.org/10.36599/rodm-ed1.004

INSTITUTO RODRIGO MENDES®


SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

FICHA TÉCNICA
REALIZAÇÃO Núcleo de Pesquisas e Tecnologias
INSTITUTO RODRIGO MENDES Gustavo Taniguti
Karolyne Ferreira
Superintendência
Rodrigo Hübner Mendes Relacionamento com parceiros
Lucas Mauricio Silva
Administrativo financeiro
Valquiria Morais Tecnologia da informação
Ana Paula Gimenes Renato Soares
Moises Gama
Advocacy
Luiza Andrade Corrêa
PUBLICAÇÃO

Comunicação e DIVERSA Pesquisa e redação


Lailla Micas  Luiza Andrade Corrêa
Elsa Villon  Gustavo Taniguti
Jeniffer Uva  Karolyne Ferreira
Jen Harmbacher 
Juliana Delgado 
Luan Brito   Revisão
Paloma Badari  Lailla Micas
William Truppel  William Truppel
Katia Cibas
Jeniffer Uva
Endowment
Heloisa Salgado
Diagramação
Flavia Ocaranza
Formação Priscila Anjos
Luiz Henrique P. Conceição 
Camila Aguiar  
Jéssica Vassaitis 
Katia Cibas 
Regina Mercurio

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

SUMÁRIO
05 INTRODUÇÃO
06 METODOLOGIA

07 CAPÍTULO 1 – A EDUCAÇÃO ESPECIAL NO BRASIL E A PERSPECTIVA INCLUSIVA


09 MUDANÇAS DO AEE NO SISTEMA DE ENSINO BRASILEIRO
10 SALAS DE RECURSOS: HISTÓRICO, REGULAÇÃO E FUNCIONAMENTO

13 CAPÍTULO 2 – EDUCAÇÃO ESPECIAL EM ESCOLAS DE EDUCAÇÃO BÁSICA DA REDE


ESTADUAL DE CAMPINAS
14 PANORAMA GERAL DA EDUCAÇÃO
16 ATENDIMENTO EDUCACIONAL ESPECIALIZADO E SALAS DE RECURSOS
18 QUESTIONÁRIO APLICADO A PROFESSORES E GESTORES
21 QUESTIONÁRIO APLICADO A ESTUDANTES PÚBLICO-ALVO DA EDUCAÇÃO ESPECIAL

26 CAPÍTULO 3 – RECOMENDAÇÕES
27 POLÍTICAS PÚBLICAS
30 GESTÃO ESCOLAR
31 ESTRATÉGIAS PEDAGÓGICAS
33 FAMÍLIAS E PARCERIAS

35 CONCLUSÕES
37 REFERÊNCIAS

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

INTRODUÇÃO
Este estudo investiga as salas participativa, capazes de melhorar a
de recursos das escolas da rede qualidade da educação pública.
estadual de Campinas (SP). Para
isso, caracteriza esses espaços e No Capítulo 1, o leitor verá conceitos,
apresenta avaliações de educadores e premissas e marcos históricos centrais
estudantes a seu respeito. Seu objetivo para situar, no contexto brasileiro, a
central é fornecer informações para educação inclusiva, o Atendimento
apoiar o aprimoramento das práticas Educacional Especializado, as Salas de
pedagógicas e das políticas públicas de Recursos Multifuncionais e o Desenho
Educação Especial do estado de São Universal para a Aprendizagem.
Paulo. Ele propõe reflexões que podem No relatório completo, também
basear ações futuras interessadas em são apresentados resultados de
fortalecer a inclusão escolar. análise bibliométrica da produção
acadêmica sobre salas de recursos.
Neste relatório, inicialmente são Os dados indicam que trabalhos de
apresentados os marcos regulatórios pós-graduação sobre elas ganharam
da Educação Especial e das salas impulso no Brasil na década de 2010,
de recursos no Brasil, bem como as acompanhando o desenvolvimento das
contribuições trazidas pela perspectiva políticas públicas e da expansão do
da educação inclusiva. ensino superior no país.

Em seguida, é descrito um retrato atual No Capítulo 2, são apresentados dados


das salas de recursos em escolas da gerais sobre as escolas estaduais de
rede estadual de Campinas. O foco Campinas. Também são apresentados
na cidade se deve à incidência da os resultados de um survey que buscou
Fundação FEAC em seu território. O evidenciar a opinião de estudantes,
interesse específico na rede estadual educadores e gestores sobre a
ocorre principalmente por sua inclusão, o Atendimento Educacional
importância na oferta do Atendimento Especializado e o funcionamento das
Educacional Especializado (AEE) salas de recursos.
no município e pela necessidade de
estudos dedicados ao assunto. No Capítulo 3, são relatadas boas
práticas escolares que fortalecem a
Também são identificadas boas educação inclusiva. Seu objetivo é
práticas que podem servir de referência ampliar o repertório de gestores e
para educadores e gestores escolares. professores a partir do contato com
Ao final, este estudo traz reflexões e experiências exitosas, tanto em sala de
recomendações que visam contribuir aula quanto na escola como um todo.
para transformar positivamente a sala
de aula, a gestão e o planejamento de No Capítulo 4, são apresentadas
políticas educacionais. A partir dos recomendações para a melhoria da
resultados alcançados, esperamos educação inclusiva na política estadual.
subsidiar espaços de reflexão É destacada a intersecção entre cinco

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dimensões: políticas públicas, gestão


escolar, estratégias pedagógicas,
família e parcerias. Enfatizamos que
projetos educacionais inclusivos se
tornam consistentes e sustentáveis
mediante a existência de ações
contínuas relacionadas a cada uma
dessas cinco dimensões.

No capítulo “Conclusões”, são


retomados os principais achados da
pesquisa e as notas conclusivas. Além
disso, foram sinalizados importantes
temas e tópicos de agendas futuras.

METODOLOGIA
Este estudo foi conduzido no ano de de 1994 a 2020. Os dados foram
2021 e investigou escolas de Educação obtidos no repositório de teses e
Básica do município de Campinas. Seu dissertações da Coordenação de
objetivo é fornecer elementos para Aperfeiçoamento de Pessoal de
aprimorar as práticas pedagógicas Nível Superior (CAPES). Foram
e as políticas públicas estaduais feitas consultas parametrizadas
de Educação Especial. Embora sua com termos relacionadas a salas de
contribuição se concentre na cidade recursos. Os resultados permitiram
de Campinas, é possível retirar dele elaborar um panorama geral de
conclusões para qualquer rede escolar. estudos dedicados à investigação
No relatório completo, é possível desse tema.
encontrar um maior detalhamento sobre
a metodologia utilizada na pesquisa. A 3. C
 aracterização da rede estadual
coleta e a análise de dados obedeceram de ensino de Campinas a partir de
às seguintes etapas: dados do Censo Escolar 2020. Foram
utilizadas as bases de matrículas e de
1. R
 evisão bibliográfica sobre o tema escolas. As análises incluíram variáveis
das salas de recursos e retrospecto como matrículas, acessibilidade,
dos principais marcos normativos necessidade especial, etapa.
relacionados à Educação Especial
no Brasil. 4. A
 plicação de um survey que buscou
traduzir a opinião de gestores,
2. A
 nálise bibliométrica da produção professores e estudantes público-
acadêmica brasileira sobre salas de alvo da Educação Especial de 175
recursos, considerando o período escolas estaduais de Campinas.

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CAPÍTULO 1

A Educação Especial
no Brasil e a
perspectiva inclusiva
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A Educação Especial é uma inclusão, supera-se a ideia de práticas


modalidade de ensino transversal pedagógicas padronizadas em que
a todos os níveis, que tem todos aprendem da mesma forma,
como público-alvo pessoas com no mesmo ritmo e ao mesmo tempo.
deficiência, transtornos globais do A perspectiva da inclusão pensa o
desenvolvimento e altas habilidades/ modelo de ensino de maneira mais
superdotação. Tanto a Constituição ampla e menos rígida, pois considera o
Federal (1988) quanto a Convenção aprendizado um ato individual realizado
sobre os Direitos da Pessoa com de forma coletiva. Pressupõe, assim,
Deficiência (2006) e a Lei Brasileira de que todos os estudantes aprendem de
Inclusão (2015) garantem o direito de formas diferentes, de acordo com as suas
todos a uma educação inclusiva, em singularidades e em seu próprio tempo.
que todos os estudantes compartilham
o mesmo ambiente escolar, em
condições de igualdade de acesso e
com respeito à diversidade. C I N CO P R I N C Í P I O S
DA E D U C AÇ ÃO
A educação inclusiva é uma concepção I N C LU S I VA E L A B O R A D O S
de ensino que tem como objetivo P E LO I N ST I T U TO
garantir o direito de todos à educação. RODRIGO MENDES:
Ela pressupõe uma mudança

1
estrutural, capaz de superar o modelo
de integração que distinguia classe Toda pessoa tem direito de
acesso à educação
comum de classe especial ou de
instituições especializadas.

Inclusão não significa uma educação


diferenciada para alguns estudantes,
2 Toda pessoa aprende

3
mas sim melhores práticas
educacionais que contemplem todos, O processo de aprendizagem
sem deixar ninguém para trás. de cada pessoa é singular

A educação inclusiva é aquela em que


todos usufruem dos mesmos direitos
e compartilham o mesmo ambiente
4 O convívio no ambiente escolar
comum beneficia todos

5
escolar, com condições para que
os estudantes atinjam o sucesso e A educação inclusiva diz
desenvolvam autonomia. Ainda que respeito a todos
não se refira apenas a estudantes com
deficiência, nacionalmente ela ganhou
projeção ao assegurar condições de
acesso à educação em escolas comuns
para o público-alvo da modalidade de
Educação Especial. No paradigma da

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Entende-se que esse tipo de espaços específicos. Em resumo,


escolarização tem impacto positivo adquiriu abrangência o modelo
na qualidade dos processos de de AEE centrado nas Salas de
ensino e aprendizagem de todos, Recursos Multifuncionais, pautado
independentemente de suas por marcos normativos e programas
características físicas, sensoriais, e governamentais.
de seus marcadores sociais de
gênero, raça/etnia, classe social ou Em 2008, o Ministério da Educação
qualquer outro. (MEC) lançou a Política Nacional de
Educação Especial na Perspectiva da
Hoje, 88% dos estudantes público-alvo Educação Inclusiva (PNEEPEI). Seu
da Educação Especial já frequentam objetivo foi estabelecer diretrizes para a
as escolas comuns, onde têm direito criação de políticas públicas e práticas
a receber o Atendimento Educacional pedagógicas voltadas à inclusão
Especializado (AEE), um serviço de escolar. A PNEEPEI foi elaborada por
mediação pedagógica complementar meio de um Grupo de Trabalho no MEC,
ao ensino e que visa o acesso ao e contou com intensa participação
currículo escolar pelo atendimento às da sociedade civil e dos movimentos
necessidades educacionais específicas1. sociais de pessoas com deficiência.
As Salas de Recursos Multifuncionais
são os espaços mais difundidos para a Uma das principais contribuições
realização do AEE. dessa política foi assegurar um
sistema educacional público inclusivo
e, por consequência, reformular a
modalidade de Educação Especial.
MUDANÇAS DO AEE Na ocasião, foram estabelecidas
NO SISTEMA DE diretrizes para o Atendimento
ENSINO BRASILEIRO Educacional Especializado, que
adotou obrigatoriamente caráter
complementar ou suplementar e nunca
Seguindo as tendências globais, substitutivo, ou seja, deve ser ofertado
no triênio de 2007, 2008 e 2009, no contraturno da sala comum. Assim,
o governo brasileiro realizou uma o AEE passa a ter caráter pedagógico,
série de ações voltadas à inclusão isto é, visa identificar, elaborar e
escolar. Dentre elas, foi dado início à organizar recursos pedagógicos e
implementação das salas de recursos de acessibilidade que eliminem as
em todo o país.  barreiras para a plena participação
dos estudantes, considerando suas
Em 2007, foi lançado em nível necessidades específicas.
nacional o “Programa de Implantação
de Salas de Recursos Multifuncionais”,
com disponibilidade de materiais
pedagógicos e oferta de formações 1
Ver: SÃO PAULO (estado). Política
de Educação Especial do Estado de
aos educadores. Foi um passo São Paulo. Secretaria da Educação
decisivo para se efetivar o AEE em do Estado de São Paulo, 2021.

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Seu texto também assegura que No Brasil, há atualmente cerca de 37 mil


todos os estudantes devem ser salas de recursos, segundo dados do
matriculados nas classes comuns. Censo Escolar 2020 do Instituto Nacional
Trata-se de uma mudança significativa: de Estudos e Pesquisas Educacionais
a modalidade da Educação Especial Anísio Teixeira (Inep), o que representa
passa a integrar a proposta 20,6% do total de escolas em atividade
pedagógica da escola, apoiando a (179.533). No estado de São Paulo, há
plena inclusão de todos. Desde a 4.940 salas de recursos, e 32,3% delas
introdução da PNEEPEI e o avanço pertencem à rede estadual de ensino.
regulatório que se seguiu, houve, no Passados quinze anos desde a criação
Brasil, um expressivo aumento no do Programa de Implantação de Salas
número estudantes público-alvo da de Recursos Multifuncionais em nível
Educação Especial matriculados na nacional (Portaria normativa nº 13/2007),
classe comum. torna-se necessário avaliar o seu
funcionamento e identificar os desafios
É importante destacar que as escolas atuais que existem localmente.
inclusivas são resultado de um
processo que implica a transformação Em Campinas, há atualmente 175
da cultura, das práticas e das políticas escolas da rede estadual sob gestão das
vigentes na escola e nos sistemas Diretorias de Ensino. Em 2020,
de ensino. Nos ambientes escolares elas registraram 53% de um total de
inclusivos, estão pressupostos a 4.651 matrículas de Educação Especial
igualdade de oportunidades e a do município e ofertaram o AEE em 56
valorização das diferenças humanas. escolas, contando com 36 salas
de recursos.

As salas de recursos são parte


SALAS DE RECURSOS: integrante da política de Educação
HISTÓRICO, Especial concebida sob a perspectiva
REGULAÇÃO E inclusiva. Foram difundidas no Brasil
pelo Ministério da Educação, por meio
FUNCIONAMENTO da já mencionada Portaria normativa
nº13 e do Decreto nº 7.611/2011. Antes
As salas de recursos são ambientes disso, houve experiências precursoras
onde se realiza o Atendimento em escolas de municípios como Porto
Educacional Especializado. Elas Alegre (RS) e São Paulo (SP), porém
podem ser definidas enquanto ainda sem a abordagem multifuncional.
espaços físicos dotados de mobiliário
acessível, recursos de Tecnologia Por meio dessas normas, o Estado
Assistiva, equipamentos, materiais passou a garantir suporte técnico e
didáticos e pedagógicos como: mesa financeiro às redes públicas de ensino.
redonda, cadeiras, laptop, software A Secretaria de Educação Especial
para Comunicação Alternativa e assumiu essa responsabilidade,
Aumentativa (CAA), teclado adaptado, atendendo as demandas apresentadas
impressora braile, scanner com voz, pelas secretarias de educação em seus
lupa eletrônica e alfabeto móvel.   Planos de Ações Articuladas (PAR).

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Os detalhes acerca da composição das •R


 esolução nº 4/2010, que define
salas de recursos projetadas pelo MEC diretrizes curriculares nacionais gerais
podem ser consultados na publicação para a educação básica. 
“Documento orientador: Programa
Implantação de Salas de Recursos •D
 ecreto nº 7.611/2011, que dispõe
Multifuncionais”. Ela traz um histórico sobre a Educação Especial,
da lista de equipamentos, mobiliários o Atendimento Educacional
e materiais enviados às escolas Especializado e dá outras
públicas no período de 2005 a 2013. providências. 
Atualmente, a oferta desse material
ocorre principalmente por meio do •L
 ei nº 13.005/2014, que aprova o
Programa Dinheiro Direto na Escola Plano Nacional de Educação (2014-
Interativo (PDDE Interativo).   2024) e dá outras providências.

É importante destacar que, nas Nas salas de recursos da rede estadual


respectivas redes de ensino, estados de ensino de São Paulo, o professor
e municípios têm autonomia para especializado deve atuar na oferta
gerir as salas de recursos segundo as do AEE no contraturno, de forma
suas próprias políticas, o que pode complementar ou suplementar ao
trazer desafios e limitações. Por ensino comum. Esse profissional
um lado, existe a possibilidade de é responsável por analisar as
realizar o AEE conforme necessidades potencialidades e habilidades do
específicas de cada contexto social. estudante e elaborar o Plano de
Por outro, defasagens podem resultar Atendimento Individualizado.
em diferenças na qualidade da
Educação Especial entre as redes de A responsabilidade pelo planejamento
ensino. Em âmbito nacional, o seu pedagógico é tanto do professor de
funcionamento é amparado pelos sala comum quanto do professor de
seguintes marcos normativos:  AEE. Ambos devem contar com o
apoio da coordenação pedagógica
•P
 ortaria normativa nº 13/2007, que nesse processo. Em qualquer
dispõe sobre a criação do “Programa experiência educacional bem-sucedida,
de Implantação de Salas de Recursos os educadores são personagens
Multifuncionais”.  centrais. As ações empreendidas por
eles devem convergir para a inclusão
•R
 esolução nº 4/2009, que institui e desenvolvimento do estudante (SÃO
diretrizes operacionais para PAULO. Secretaria da Educação do
o Atendimento Educacional Estado de São Paulo, 2021).
Especializado na educação básica,
modalidade Educação Especial. Em Para a realização do AEE, deve-se
seu texto, são definidas as atribuições efetivar o ensino colaborativo, ou seja,
do professor do Atendimento a articulação entre os professores de
Educacional Especializado. AEE e os professores de classe comum.
É importante também que toda a
comunidade escolar esteja engajada no
processo de inclusão.

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O objetivo do trabalho colaborativo


é aprimorar estratégias para o
desenvolvimento das competências
dos estudantes, elaborar materiais
pedagógicos e a disponibilizar
recursos pedagógicos, de
acessibilidade e de tecnologia
assistiva nas salas de aula comuns.

Uma metodologia e filosofia apropriada


para ser utilizada pelos professores
regentes com apoio do professor de
AEE é o Desenho Universal para a
Aprendizagem (DUA), que propõe
que os professores diversifiquem os
formatos dos materiais didáticos, as
estratégias pedagógicas e as inter-
relações entre o conteúdo e a vida real
do aluno, melhorando a qualidade da
educação para todos os estudantes.
Sua finalidade é desenvolver práticas
pedagógicas que permitam o acesso
ao currículo, a participação e o pleno
desenvolvimento do potencial de todos
os estudantes, indiscriminadamente.

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CAPÍTULO 2

Educação Especial em
escolas de Educação
Básica da rede estadual
de Campinas
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Neste capítulo, são apresentados dados Paulo. Os dados apresentados a seguir,


gerais sobre as escolas estaduais sob bem como as reflexões propostas, visam
gestão das Diretorias de Ensino de estimular a produção de conhecimento a
Campinas. Também é apresentada a respeito dessa rede, cujas escolas abrigam
opinião de estudantes, educadores e a maior parcela das matrículas dos
gestores sobre o funcionamento do estudantes com deficiência no município.
Atendimento Educacional Especializado
e das salas de recursos. Com base nessas
evidências, buscamos subsidiar ações
estratégicas e promover discussões
PANORAMA GERAL DA
voltadas à melhoria constante da EDUCAÇÃO
educação pública.

A trajetória da Educação Especial no


município Campinas ganhou novas
características a partir da vigência da MUNICÍPIO: CAMPINAS (SP)
Constituição de 1988. A primeira vez em
Escolas de Educação Básica: 651
que essa modalidade foi citada ocorreu
na Lei nº 6.134 de 7 dezembro de Matrículas da Educação Básica:
1989, que autorizou o Poder Executivo 237.740
Municipal a criar salas de recursos e
equipes de ensino itinerantes para casos Matrículas da Educação Especial:
4.651 (1,95%)
de necessidade comprovados.
Matrículas da Educação Especial
Castro (2020) mostrou os debates e os em classes comuns: 4.352 (93,5%)
percursos que a legislação municipal
Escolas da rede estadual sob
percorreu a fim de definir a atribuição
gestão das Diretorias de Ensino*:
funcional de professores de Educação
175
Especial, as políticas públicas e o
financiamento, entre outros aspectos. Escolas da rede estadual sob
Por sua vez, Sotero (2014) destaca que o gestão das Diretorias de Ensino
município de Campinas tem evidenciado que ofertam AEE na própria
escola*: 56 (32%)
autonomia ao formular e implementar
suas políticas de Educação Especial, Escolas da rede estadual sob
realizando adequações ao longo dos gestão das Diretorias de Ensino
últimos anos. que possuem algum tipo de
acessibilidade*: 49 (28%)
Todavia, deve-se notar que o universo
Matrículas da Educação Especial
de análise das pesquisas mencionadas em escolas da rede estadual*:
é restrito ao âmbito municipal. Esta 2.480
pesquisa constatou que atualmente ainda
há uma escassez de estudos dedicados Fonte: Censo Escolar INEP/MEC
a examinar a trajetória da Educação
* A rede estadual de Campinas
Especial em escolas da rede estadual de contempla unidades escolares
ensino tendo a experiência de Campinas localizadas em municípios como Valinhos
e Vinhedo, que foram consideradas no
como referência − um dos municípios cálculo do total de matrículas.
mais populosos do estado de São

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Em 2020, o Censo Escolar registrou Se considerarmos apenas as 175


237.740 matrículas na Educação Básica escolas da rede estadual de Campinas,
em Campinas em todas as redes de foram encontrados registros de 2.480
ensino2, das quais 4.651 (1,95%) são de matrículas de Educação Especial no ano
Educação Especial. de 2020. A distribuição segundo etapas
de ensino indica que a maior parte das
A maior parte das matrículas de matrículas ocorre nos anos finais do
Educação Especial em Campinas ocorre Ensino Fundamental (34,7%), seguido dos
em classes comuns (93,5%) e em etapas anos iniciais dessa mesma etapa (33,1%),
de anos iniciais do Ensino Fundamental Ensino Médio (28,6%) e EJA (3,6 %).
(38%), seguido de anos finais do Ensino
Fundamental (28,9%), Ensino Médio Comparativamente, a rede de ensino
(13,8%), Pré-escola (8,8%), Creche estadual é a que mais recebe matrículas
(4,9%) e EJA (4,6%) (Gráfico 1). de estudantes com deficiência no
município (53% do total de 4.651). Por
isso, é fundamental haver garantia
Gráfico 1 - Distribuição das matrículas de investimento permanente em
de Educação Especial em todas as infraestrutura, acessibilidade e
redes de ensino de Campinas por formação continuada para a melhoria
etapa, 2020 dos serviços educacionais.

212 50
230 4% 1% Atualmente, 56 das 175 escolas
5% 1.766 ofertam Atendimento Educacional
409 38% Especializado na própria unidade
9% escolar. Na rede estadual de Campinas,
o AEE é orientado principalmente pelo
Plano Estadual de Educação (PEE) e
pela Política de Educação Especial do
641
14% Estado de São Paulo.

Entre as 21 metas do Plano Estadual


de Educação (PEE), a Meta 4 é voltada
1.343 à educação inclusiva. Um dos seus
29% objetivos é a universalização do acesso à
educação para estudantes público-alvo
Legenda

EF Anos Iniciais 38%


EF Anos Finais 29%
Ensino Médio 14%
Pré-escola 9%
Creche 5%
EJA 4% 2
No cálculo adotado pelo INEP, um
Profissional Técnico 1% mesmo aluno pode ter mais de uma
matrícula e não são consideradas as
Fonte: Censo Escolar INEP/MEC matrículas de AEE.

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da Educação Especial na faixa etária possuem acessibilidade. No estado de


de escolarização obrigatória, de 4 a São Paulo, o percentual é de 63,7%.
17 anos de idade (SÃO PAULO, 2016),
por meio da inclusão escolar. Por isso Comparativamente, as escolas da rede
é importante acompanhar o número estadual de Campinas possuem menos
de matrículas nas escolas comuns para acessibilidade do que o observado para o
verificar seu cumprimento. total das 5.848 escolas estaduais de São
Paulo. Exceção é o caso dos elevadores,
Em 2020, considerando-se todas as presentes em apenas 10,9% das escolas
redes de ensino (municipal, estadual, estaduais do município. Todavia, esse
federal e privada) foram registradas percentual supera o observado para o
213.061 matrículas de estudantes total das escolas estaduais (6,8%).
público-alvo da Educação Especial
no estado de São Paulo, sendo 83,9% Entre outros itens de acessibilidade
delas (178.838) em classes comuns. No considerados pelo Censo Escolar,
Brasil, o percentual de matrículas de o banheiro adaptado está presente
estudantes público-alvo da Educação em 50,3% das escolas estaduais
Especial em classes comuns é de 91,8%. de Campinas. No total das escolas
Apenas quatro estados (Acre, Espírito estaduais, o percentual é de 56,7%.
Santo, Roraima e Rio Grande do Norte) Há rampas de acesso em 25,7% das
alcançaram a totalidade de matrículas escolas do município. Esse percentual
em classes comuns. Em termos ainda se encontra abaixo da média
percentuais, o estado de São Paulo de 28,8% observada no conjunto das
ocupa a 24ª posição entre os 26 entes 5.848 escolas estaduais de São Paulo.
federados mais o Distrito Federal.

Todavia, ao compararmos o percentual


de matrículas de estudantes público-
ATENDIMENTO
alvo da Educação Especial em classes EDUCACIONAL
comuns de todas as redes de ensino ESPECIALIZADO E
do município de Campinas (93,5%)
com a média geral do estado de São SALAS DE RECURSOS
Paulo (83,9%), é possível afirmar que,
no concernente à Meta 4, a realidade Em Campinas, as Diretorias de Ensino
escolar de Campinas encontra-se mais Leste e Oeste são responsáveis pela
bem posicionada em comparação à do gestão de 175 unidades escolares, das
estado como um todo. quais 56 ofertam o AEE na própria
escola. Para a realização do AEE,
A acessibilidade física ou arquitetônica educadores utilizam principalmente
é condição básica para o acesso e a as salas de recursos ou a itinerância.
frequência de estudantes público-alvo Neste último caso, o professor
da Educação Especial em escolas e especializado em Educação Especial
deve ser garantida, mas a escola deve desloca-se até a escola em que o
estar atenta a outras possíveis barreiras aluno está matriculado para oferecer
existentes. Em Campinas, 72% das 175 o atendimento de acordo com as
unidades escolares consideradas não necessidades daquele estudante.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Muitas das escolas que ofertam o Ministério da Educação. Elas não são,
AEE estão situadas em áreas de portanto, multifuncionais.
vulnerabilidade social. A distribuição
espacial dessa oferta traz desafios de De acordo com o Censo Escolar, 36
mobilidade urbana, visto que há uma das 175 escolas da rede estadual
concentração de salas de recursos na de Campinas dispõem de sala de
região central do município (Figura 1). recursos, o que representa um
percentual de 20,6%. Para o total das
Nessas escolas, conforme definição escolas estaduais de São Paulo, o
da Política de Educação Especial percentual é de 27,3%. Desse modo,
do Estado de São Paulo, as salas de quando consideramos a quantidade de
recursos operam e são equipadas salas de recursos, a realidade escolar
por tipo de deficiência, utilizando- de Campinas encontra-se abaixo da
se a classificação de deficiências do média estadual.

Figura 1 - Escolas Estaduais de Campinas e oferta de AEE, segundo Diretoria de


Ensino

Jaguariúna

Campinas

Valinhos

ESCOLAS ESTADUAIS:
Diretoria Campinas Leste
Diretoria Campinas Oeste
ESCOLAS ESTADUAIS COM AEE
Vulnerabilidade Social

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Além disso, uma vez que em Campinas divididos entre professores de sala
as salas de recursos são providas por comum (50,4%), gestores (23,5%) e
tipo de deficiência, isso pode gerar professores de AEE (21,6%). O relatório
um desafio ainda maior em termos completo contém o perfil demográfico
de deslocamento para os estudantes, desses respondentes. No presente
com impactos à sua frequência nesses relatório são descritos apenas os
espaços. Portanto, apesar de as escolas resultados mais relevantes.
da rede estadual localizadas em
Campinas apresentarem parâmetros O conhecimento sobre os marcos
médios em relação ao estado como um legais dos direitos das pessoas com
todo, fica claro que ainda há desafios deficiência é condição básica para o
a avançar em relação à melhoria da exercício da cidadania e a construção
acessibilidade, número de matrículas nas de ambientes inclusivos. Quando
escolas comuns e atendimento no AEE. indagados se conheciam ou já leram
a Lei nº 13.146 (Lei Brasileira de
Inclusão), grande parte dos gestores
e professores de AEE respondeu
QUESTIONÁRIO positivamente (93,7% e 94,8%,
APLICADO A respectivamente). Destaca-se um
PROFESSORES E percentual relativamente alto (34,1%)
de professores de sala comum que
GESTORES desconhecem essa Lei (Gráfico 2).

Visando subsidiar ações futuras,


interessadas na melhoria da oferta Gráfico 2 – Respostas à questão
do AEE e das salas de recursos das “Você conhece ou já leu a Lei Brasileira
escolas estaduais de Campinas sob de Inclusão?”, segundo atribuição
uma perspectiva inclusiva, este estudo
considerou avaliações e opiniões de Professor de classe comum
educadores e estudantes.

34,1 65,9
Isso foi feito por meio de entrevistas com
Professor de AEE
professoras de AEE, professores de sala
comum e gestores escolares. Também
foi produzido um survey, composto por 5,2 94,8
dois questionários. Um deles foi aplicado
Gestor
a professores e outro foi aplicado a
estudantes público-alvo da Educação
Especial e suas famílias. Seus resultados 6,3 93,7
são apresentados nos tópicos a seguir.
Não Sim
Foram obtidas respostas de 268
professores e gestores de 78 escolas,

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Um importante item avaliado é o grau


de concordância dos educadores Gráfico 3 - Concordância com a sentença
com a seguinte afirmação: “o Projeto “Estudantes público-alvo da Educação
Pedagógico da minha escola é Especial aprendem melhor nas escolas
inclusivo”. Os gestores e os professores especiais”, segundo atribuição
de sala comum assinalaram grau de
concordância alta ou muito alta (84,1%
e 76,3%, respectivamente). Já os Professor de classe comum
professores de AEE mostraram possuir
mais ressalvas, embora, em sua maioria
44,4 17,0 24,4 14,1
(70,6%), concordem com a afirmação.
Professor de AEE
Em relação ao grau de concordância
dos educadores com a afirmação:
“Estudantes público-alvo da Educação 32,8 39,7 27,6
Especial aprendem melhor nas escolas
especializadas”, o gráfico a seguir Gestor
indica que 61,4% de professoras
e professores de classes comuns 46,0 3,2 41,3 9,5
acreditam (totalmente ou parcialmente)
que estudantes público-alvo da
Educação Especial aprendem melhor Concordo parcialmente
nas escolas especializadas. Entre os
Concordo totalmente
gestores, o percentual é de 49,2% e,
entre professores de Atendimento Discordo parcialmente
Educacional Especializado (AEE), o Discordo totalmente
índice é de 32,8% (Gráfico 3).

A opinião de que estudantes público- Uma hipótese que pode ser formulada
alvo da Educação Especial aprendem é que boa parte desse pensamento
melhor em escolas especiais sugere a advém da falta de informação e de
existência de barreiras atitudinais. formação continuada sobre o tema,
somadas à carência de estruturas
preparadas para receber os estudantes.
Hoje no Brasil essa sequer
deveria ser uma opção, já A formação continuada de educadores
que a Constituição Federal e gestores escolares tem alto potencial
e a CDPD determinam que para alterar essa crença e fornecer o
o sistema educacional ferramental necessário para práticas
seja inclusivo. inclusivas nas salas de aula.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Em relação à realização de cursos de Quando indagados se há necessidade


formação continuada em educação de mudanças na sala de recursos em
inclusiva, 51,9% de professoras e funcionamento na escola em que atuam,
professores de classes comuns educadores e gestores assinalaram
disseram ter interesse em participar, como principais aspectos: a utilização
caso as formações fossem ofertadas de tecnologias, o envolvimento da
pela escola ou diretoria de ensino. família do estudante e a estrutura física
Entre docentes de AEE, o percentual das salas de recursos (Gráfico 4). Essa
é de 36,2%. Entre gestores, de 39,7%. necessidade atual de investimento em
Assim, há uma sinalização tanto para equipamentos e recursos de tecnologia
a necessidade quanto para o interesse também foi enfatizada em relatos de
dos educadores em discutir mais sobre professores de AEE.
a educação inclusiva.

Gráfico 4 - Aspectos da sala de


Em uma sala de aula inclusiva,
recursos em funcionamento na sua
deve haver o planejamento
pedagógico para todos os escola que necessitam de mudanças,
estudantes, com ou sem segundo respondentes
deficiência. Somente assim é
possível identificar barreiras
à aprendizagem e apontar Na utilização de tecnologias
estratégias que ofereçam as
87
mesmas oportunidades a todos.

No envolvimento da família do aluno


54
Em relação às condições de oferta
do AEE nas escolas, na avaliação dos
Na estrutura física da sala
educadores e gestores, há critérios
para o funcionamento das salas de 45
recursos que podem ser mais bem
aproveitados, principalmente o Não há necessidade de mudanças
estabelecimento de formas de apoio e
35
colaboração entre escolas da própria
rede. Considerando-se as respostas
No projeto pedagógico
à questão de múltipla escolha “Quais
critérios da sala de recursos da sua 24
escola são atendidos?”, foi possível
constatar que os itens menos Na forma de gestão
assinalados foram: o estabelecimento
11
de redes de apoio e colaboração entre
escolas para promover a acessibilidade,
a inclusão profissional dos alunos e
a produção de materiais didáticos e
estratégias pedagógicas acessíveis.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Quanto ao relacionamento entre QUESTIONÁRIO


educadores, apenas 3,8% avaliaram
que o vínculo com os professores
APLICADO A
de AEE é ruim ou muito ruim e 2,9% ESTUDANTES
consideraram que a relação com os PÚBLICO-ALVO DA
profissionais de apoio ao estudante
com deficiência é ruim ou muito ruim. EDUCAÇÃO ESPECIAL
Por fim, foi possível constatar O Atendimento Educacional
que as avaliações mais negativas Especializado é uma política
dos professores e gestores foram educacional que também representa
direcionadas às políticas públicas um modelo institucionalizado. Devido
e à disponibilidade de recursos a essa característica, necessita ser
financeiros. Considerando-se o total dos constantemente revisitado. Por vezes,
respondentes, 71,6% assinalaram grau o AEE traduz uma compreensão
de concordância baixa ou muito baixa generalista das diferentes necessidades
em relação à seguinte afirmação: “sinto- do público-alvo da Educação Especial
me satisfeito com as políticas públicas (OLIVEIRA & PRIETO, 2020; MENDES
de educação do meu estado”. Outro & MALHEIROS, 2012), que, por sua vez,
percentual elevado foi constatado em são dinâmicas e estão em constante
resposta à seguinte afirmação: “sinto-me mudança. Para garantir que o AEE atenda
satisfeito com os recursos financeiros às reais necessidades dos estudantes, é
disponíveis para o funcionamento da importante considerar as particularidades
minha escola”. Dos respondentes, 62,3% individuais, em sintonia com as
afirmaram possuir grau de concordância características do território das escolas.
baixa ou muito baixa.
Nesta pesquisa, foram obtidas 135
respostas de estudantes matriculados
Portanto, as respostas ao questionário em 43 escolas. Sob supervisão e
indicam que, na avaliação dos autorização dos responsáveis e com
educadores, há uma necessidade apoio das Diretorias de Ensino, foram
atual de avanço da política pública coletadas informações e opiniões
educacional e do investimento em desses estudantes sobre:
ações formativas, capazes de orientar
as práticas educacionais para a adoção • A sua inclusão escolar;
uma perspectiva inclusiva.
• O AEE e as salas de recursos
(deslocamento, acesso, transporte,
materiais didáticos, recursos digitais
acessíveis).

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

O perfil demográfico dos estudantes Gráfico 5 - Acessibilidade física


está descrito no relatório completo. dos espaços das escolas, segundo
Aqui estão presentes os principais respondentes
resultados obtidos.
Sala de aula
No conjunto de questões destinadas a
avaliar a inclusão escolar, foi indagado
23 66,7 5,9 4,4
se o estudante público-alvo da
Educação Especial ou alguém da sua Corredores
família possui conhecimento sobre a
legislação que assegura os direitos das 20,7 65,9 11,1 2,2
pessoas com deficiência no Brasil. As
Banheiros
respostas indicam que um percentual
alto dos respondentes desconhece a
legislação (42,2%). 20 63,7 11,1 5,2
Bebedouros

92,5% dos respondentes concordam


20 65,2 11,9 3
(total ou parcialmente) que a inclusão é
a melhor forma de educação. O caminho até a escola

22,2 60 14,8 3
Em relação à acessibilidade física das
Quadra de esportes
escolas, os banheiros foram os espaços Bebedouros
apontados como completamente
inacessíveis para 5,2% dos estudantes. 14,8 67,4 14,8 3
A quadra de esportes e o caminho
até a escola foram os ambientes
Bastante acessível
mais assinalados entre aqueles que
possuem pouca acessibilidade (14,8%) Acessível
(Gráfico 5). No geral, porém, o gráfico Pouco acessível
aponta para uma porcentagem grande Inacessível
de estudantes satisfeitos com a
disponibilidade de acessibilidade.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Um ambiente heterogêneo amplia Deve-se destacar que o envolvimento


a percepção dos educandos sobre dos estudantes é importante para
pluralidade, estimula sua empatia e que eles se sintam empoderados,
favorece suas competências intelectuais. valorizados, pertencentes ao espaço
Como os estudantes de AEE se sentem e engajados no processo escolar,
nos ambientes escolares de Campinas? e consigam, assim, perceber um
significado em estudar e aprender.
De modo geral, a maior parte deles Além disso, eles são os atores com
(79,3%) diz se sentir à vontade em mais informações que podem de
meio aos demais colegas e cerca de um fato impactar a transformação do
quinto (20,8%) não se sente à vontade. ambiente escolar para o atendimento
Sobre o tratamento dado pelos de suas necessidades e ampliação de
professores, 16,3% discordam que os sua autonomia. O compromisso com
professores os tratam igual aos demais o acolhimento das diferenças tem
estudantes. Um percentual de 13,3% de início no projeto político-pedagógico
respondentes acredita que a direção (PPP), desdobra-se nas ações de
não ouve suas queixas (Gráfico 6). planejamento, na prática em sala de
aula e na avaliação dos estudantes. A
participação dos estudantes em todo
Gráfico 6 - Avaliação do ambiente esse processo escolar é imprescindível
escolar e interação, segundo e deve ser garantida.
respondentes
Entre as questões destinadas a avaliar
A direção da escola aspectos do Atendimento Educacional
ouve as minhas queixas
Especializado e das salas de recursos,
26,7% dos respondentes avaliam a
54,1 32,6 5,9 7,4 frequência ao AEE como baixa ou
muito baixa e 46% a consideram como
Os professores me tratam regular. A partir dessas respostas, é
igual aos meus colegas
possível constatar que há espaço para
aumento da frequência dos estudantes
55,6 28,1 9,6 6,7 na utilização desse serviço. Esse
aspecto demanda, necessariamente, a
Sinto-me à vontade em
participação da família do estudante e
meio aos demais colegas
a existência de condições essenciais de
mobilidade e transporte.
36,3 43 10,4 10,4
A respeito da dificuldade de se
deslocar até a sala de recursos em
Concordo parcialmente que o estudante realiza o AEE, 17,4%
Concordo totalmente relatam que ela é alta ou muito alta.
Discordo parcialmente Esse aspecto foi constatado pelos
pesquisadores em visita a uma escola
Discordo totalmente
da rede estadual, realizada no mês

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

de outubro. A unidade escolar não apenas 36,3% concordam totalmente


dispunha de acessibilidade nos ou parcialmente com a afirmação. Na
banheiros, corrimão ou elevadores. avaliação de uma vice-diretora:
Mesmo assim, a sala de recursos
funcionava no segundo andar do prédio. "O maior desafio está ligado ao
acesso à tecnologia. A escola está
Em resposta à pergunta de múltipla equipada com as ferramentas
escolha sobre o meio de transporte tecnológicas necessárias, mas a
utilizado, os itens mais recorrentes são: a comunidade não tem acesso fácil.
pé (42), carro (31), ônibus de transporte O material não está adaptado no
público (27), van ou ônibus fretado (15) centro de mídias. Os professores
e transporte da secretaria (13). tiveram o desafio do atendimento
online, fazer o contato e tornar
Em relação à disponibilidade de o atendimento permanente para
materiais didáticos acessíveis, 84,9% que o AEE fosse efetivo. Então,
a consideram boa ou muito boa e 15,1% o acesso à tecnologia dentro de
a avaliam como ruim. Esta pesquisa casa deixou bastante a desejar.
não identificou versões acessíveis Tecnologicamente, o AEE foi
dos materiais “SP Faz Escola”, tanto deixado meio de lado, apesar de a
no caderno do aluno quanto no do escola estar equipada".3
Professor.
As questões avaliativas sobre o
Uma avaliação negativa a ser funcionamento do AEE e das salas de
destacada é a disponibilidade de recursos mostram que há aspectos
recursos digitais acessíveis (Tecnologia importantes do cotidiano escolar
de Informação e Comunicação, que podem ser transformados, tendo
recursos computacionais etc.). Nesse em vista a melhoria da qualidade do
caso, 30,2% dos respondentes afirmam ensino. As redes de ensino e a gestão
que ela é ruim ou muito ruim, 55,8% escolar devem oferecer condições
avaliam que ela é boa e 14% disseram para que o professor da classe comum
que ela é muito boa. possa explorar as potencialidades de
todos os estudantes em parceria com o
A disponibilidade de recursos digitais professor do AEE.
para o acesso ao conteúdo de ensino
durante a pandemia da covid-19 Segundo os estudantes que participaram
também foi um aspecto avaliado de da pesquisa, há uma necessidade
modo negativo: 63,7% discordam imediata de transformação nas escolas,
totalmente ou parcialmente que em aspectos como o desenvolvimento
durante a pandemia o ensino remoto de habilidades e as chances de
funcionou bem para o estudante, e participação e aprendizagem para todos.

3
Entrevistada realizada em julho
de 2021.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Mesmo enfrentando desafios, cerca de 92%


dos estudantes concordam totalmente
ou parcialmente que os resultados das
atividades de AEE feitas nas salas de
recursos os aproximam da sala comum.
Também é possível destacar que 95%
afirmam que a sala de recursos os auxilia
na superação de barreiras no aprendizado.

Neste trabalho, buscamos aprofundar


algumas das questões principais, obtidas
por meio dos dados do censo e do survey
a partir de visitas exploratórias. A pesquisa
de campo nos possibilitou acesso a relatos
e realizar observações e descrições que
subsidiaram nossas análises.

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3
CAPÍTULO 3

Recomendações
SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

O relatório completo desta pesquisa POLÍTICAS PÚBLICAS


traz um capítulo adicional onde se
apresenta uma série de boas práticas A Constituição Federal determina a
em educação inclusiva com o objetivo divisão federativa da responsabilidade
de ilustrar possibilidades de avanço. sobre os sistemas de ensino, sendo
Recomendamos a sua leitura. atribuição dos estados atuar
prioritariamente no ensino fundamental
O presente capítulo apresenta e médio. Assim, as políticas públicas
recomendações às políticas públicas estaduais têm grande impacto
estaduais visando a melhoria constante na inclusão dos estudantes com
da educação sob a perspectiva deficiência, já que perpassam grande
inclusiva. A unidade federativa de parte da Educação Básica.
referência para essas recomendações
é São Paulo, porém elas podem ser No ano de 2021, o Governo do Estado
aplicadas em quaisquer políticas de São Paulo fez alterações em sua
públicas de Educação Especial. Política de Educação Especial na
tentativa de avançar na perspectiva
Damos início às recomendações inclusiva. O texto foi construído a
sublinhando a importância da partir de trocas de experiências com
articulação entre diferentes setores organizações da sociedade civil que
para provocar mudanças efetivas e apoiam a educação inclusiva e, em
duradouras na Educação. Considerando seguida, foi disponibilizado para
o caráter multidimensional das consulta pública.
desigualdades educacionais no Brasil,
revela-se crucial promover ações
intersetoriais capazes de garantir Agora mais alinhada à PNEEPEI
condições básicas para que os (2008), a nova Política de Educação
estudantes estejam na escola. Especial do Estado de São Paulo
recomenda a incorporação do Desenho
As demais recomendações oferecidas a Universal para a Aprendizagem, além
seguir estão baseadas tanto em análises de estimular o ensino colaborativo
empíricas quanto nas referências das e o uso da nomenclatura Salas de
boas práticas mencionadas no relatório Recursos Multifuncionais.
completo. Tais recomendações também
são orientadas pelas cinco dimensões
consideradas fundamentais para a Outro avanço dessa nova política foi
efetivação da educação inclusiva: a introdução do ensino colaborativo,
políticas públicas, gestão escolar, responsável por estimular a cooperação
estratégias pedagógicas, famílias e entre o professor da sala de aula
parcerias. Elas são apresentadas como comum e o professor do Atendimento
tópicos do capítulo. Educacional Especializado.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

A Resolução SEDUC nº 92 de 2021 alteração, porém acredita-se que eles


determina a destinação de duas aulas podem ser superados paulatinamente,
semanais dos professores de AEE ao com formação continuada e novas
“ensino colaborativo”. No caso dos contratações. Exemplo é a adoção do
professores de AEE itinerantes, são perfil multifuncional dos professores
destinadas quatro aulas semanais. de AEE, já adotado em redes de ensino
Segundo a resolução, “a finalidade do pelo Brasil.
ensino colaborativo será o fomento
da cultura inclusiva nos espaços Portanto, a recomendação neste ponto
escolares, o apoio dos professores das é que as contratações de educadores
aulas regulares no atendimento aos passem a ser feitas conforme sugere
estudantes público-alvo da Educação a PNEEPEI, com professores de AEE
Especial e a criação de ambientes cada que tenham um perfil multifuncional,
vez mais inclusivos”. trabalhem em colaboração com
os professores de sala comum e
Assim, ela oportuniza que os possuam formação para atender a
professores de AEE tenham tempo todos os perfis de estudantes. Ainda,
disponível para formações continuadas é importante que seja oferecida
na perspectiva inclusiva e para apoiar capacitação continuada para todos
os professores de classe comum no os docentes que já atuam como
planejamento de suas disciplinas. O professores de AEE, com o objetivo
momento atual se mostra estratégico de reduzir possíveis barreiras
para que as gestões escolares façam atitudinais e fornecer ferramentas para
bom uso dessa regulação, com a mudanças práticas.
finalidade de impulsionar a colaboração
entre os educadores da rede. Nesse mesmo sentido, muitas escolas
têm estudantes com deficiência
Todavia, apesar de poder ser matriculados, mas ainda não
considerada um avanço significativo, apresentam uma sala de recursos
essa alteração ainda não elimina um própria, inviabilizando que o AEE
desafio atual: os professores de AEE ocorra no mesmo local onde o
são selecionados e nomeados em seu estudante já está matriculado para a
cargo como especialistas em um tipo escolarização. Oferecer o Atendimento
específico de deficiência (por exemplo, Educacional Especializado em um local
deficiência auditiva, visual, intelectual, diverso daquele que o estudante já
física etc.). Esse tipo de atribuição frequenta gera dificuldades logísticas,
funcional se mostra limitada, pois ainda que podem ter como consequências
é centrada no impedimento do sujeito tanto sua falta de frequência à
− uma visão considerada medicalizante. atividade, quanto a impossibilidade
do professor de AEE trabalhar em
Atualmente, já é sabido que se deve colaboração com o professor de
priorizar a redução das barreiras que sala comum. Na avaliação de uma
o indivíduo encontra na interação professora: “quando o aluno mora
com o ambiente escolar. É certo que a longe, esse é o seu maior desafio
gestão pública se depara com desafios para frequentar o AEE. Eles não têm
práticos para a incorporação dessa transporte para levá-los de volta”.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

O avanço gradual das condições escolas estaduais possuem algum tipo


de inclusão em toda a rede poderá de acessibilidade.
permitir que, no futuro, cada escola
esteja apta a receber quaisquer perfis Garantir condições de acesso à escola
de estudantes. Sob essa perspectiva, é um dever do Estado. De acordo
entende-se que a escola para todos é com o artigo 53 da Lei 13.146, a Lei
um ambiente propício às relações de Brasileira de Inclusão da Pessoa
criação entre as pessoas, um lugar de com Deficiência (BRASIL, 2015),
“liberdade de se fazer na diferença” a acessibilidade é um direito que
(LIMA, MANTOAN, 2017). garante à pessoa com deficiência
ou com mobilidade reduzida viver
A promoção de uma educação de de forma independente e exercer
qualidade para todos, que estimule seus direitos de cidadania e de
o trabalho colaborativo e adote participação social.
metodologias alternativas em respeito
à diversidade humana, não pode
depender unicamente do empenho Note-se que na perspectiva inclusiva
dos professores, haja vista que a acessibilidade na escola não se
estes já acumulam diversas funções, resume a aspectos arquitetônicos.
atribuições e tarefas. É essencial que A remoção de barreiras vai muito
o isso seja impulsionado por políticas além e contempla ambientes,
públicas, com apoio das diretorias de materiais, serviços, informações,
ensino, da gestão pedagógica e de estratégias de comunicação e a
toda a comunidade escolar. É preciso valorização das diferenças.
estimular um contato próximo entre
a escola e as famílias dos estudantes
para que a aprendizagem ocorra de Desse modo, recomenda-se que
maneira contínua. sejam efetivadas ações em caráter
prioritário visando a melhoria
Nas escolas estaduais de Campinas, da acessibilidade nas escolas da
foi identificada a necessidade de rede estadual de Campinas. As
ações que promovam a acessibilidade. iniciativas podem, em primeiro lugar,
Segundo o censo Escolar, apenas contemplar aspectos arquitetônicos,
28% das 175 unidades escolares de modo a garantir o acesso de
consideradas possuem algum tipo todos ao ambiente escolar. Em uma
de acessibilidade. Para o total das perspectiva abrangente, sugerimos
5.848 escolas estaduais de São considerar as sete dimensões
Paulo, o percentual é de 36,3%. da acessibilidade (arquitetônica,
Comparativamente, as escolas comunicacional, metodológica,
da rede estadual desse município instrumental, programática, atitudinal
possuem menos acessibilidade do e natural) propostas por Romeu
que o observado para o total das Sassaki (SASSAKI, 2020). Ações
escolas estaduais. Esse percentual é direcionadas a essas dimensões
considerado baixo se comparado a podem promover ambientes que
outros estados como Santa Catarina, sejam favoráveis à inclusão de forma
em que 94,3% de um total de 1.288 didática e organizada.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

GESTÃO ESCOLAR a ambientes externos, promover


inovações na organização interna e,
A gestão escolar abrange a construção por fim, melhorar o desempenho dos
do Projeto Político-Pedagógico, a alunos. O quadro a seguir apresenta os
elaboração dos planos de ação, a gestão principais focos dessa abordagem:
dos processos internos da instituição
e de suas relações com a comunidade,
família e parceiros externos. Saber
como se organiza a unidade escolar é F O CO S D O M O D E LO
fundamental para propor mudanças e DA E S CO L A CO M O
realizar ações de maneira plena. O R G A N I Z AÇ ÃO D E
A P R E N D I Z AG E M
É recomendado que a gestão escolar
possa construir coletivamente
seu próprio processo de tomada • Desenvolver e compartilhar
de decisões, adequando-o às uma visão centrada na
particularidades locais. A fim de lidar de aprendizagem de todos
forma eficaz com as crescentes pressões os alunos
internas da escola e da sociedade em
rápida mudança, a OCDE e o UNICEF • Criar e apoiar oportunidades
propõem a adoção de uma abordagem contínuas de aprendizagem
organizacional escolar integrada, em para todos os educadores
que as próprias escolas se avaliam para
a posterior tomada de decisões. • Promover a aprendizagem
em equipe e colaboração
A abordagem é chamada “escola entre todos
como organização de aprendizagem”
(School as Learning Organisation - • Estabelecer uma cultura de
SLO) e define focos orientados para investigação, inovação e
a ação. Ela sugere que há ganhos de exploração
aprendizagem em escolas cuja gestão
é dinâmica e participativa (OCDE, • Incorporar sistemas
2016). A proposta dessa abordagem para coleta e troca
é definir a escola enquanto agente de conhecimento e
que possui a capacidade de mudar aprendizagem
e se adaptar rotineiramente a novos
ambientes e circunstâncias à medida • Aprender com o ambiente
que seus membros, individualmente e externo e com o sistema
coletivamente, aprendem maneiras de de ensino
concretizar suas ideias e propostas.
• Dar forma a lideranças de
A SLO considera os diversos atores aprendizagem.
envolvidos no aprimoramento da
aprendizagem em nível individual
e coletivo. Sob essa perspectiva, a Fonte: Elaboração a partir de OCDE, 2016
escola pode reagir mais rapidamente

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

Um aspecto a ser destacado é o formação continuada e treinamentos


envolvimento de diversos agentes. para a utilização e descoberta de
Isso inclui atores externos como, por ferramentas de apoio à gestão escolar.
exemplo: Ministério da Educação,
Secretarias Estaduais, Secretarias As ferramentas de gestão contribuem
Municipais, comunidade local, para que haja continuidade das ações
Organizações da Sociedade Civil, a partir da sua organização. O exemplo
empresas e outras escolas da rede mais significativo é o Programa
de ensino. Recomenda-se, assim, um Dinheiro Direto na Escola Interativo
trabalho saudável e coletivo de gestão, (PDDE Interativo), ferramenta de
em que os diversos pontos de vista apoio à gestão destinada a dirigentes,
sejam considerados. Nessa abordagem, coordenadores, comitês, equipes
o trabalho coletivo é definido enquanto de apoio e diretores escolares.
visão compartilhada. Essa ferramenta auxilia dirigentes
escolares a construir um planejamento
Tendo em vista o fortalecimento estratégico. Ela pretende auxiliar a
da educação inclusiva, essa visão elaboração e implementação do Plano
necessita: de Ação, para que a equipe escolar
possa aperfeiçoar o seu modelo de
• Objetivar a melhoria das experiências Gestão Democrática. Também visa
de aprendizagem de todos os alunos; aprimorar as suas práticas pedagógicas
e administrativas e melhorar os
• Concentrar-se em uma ampla gama resultados. É importante haver, assim,
de resultados de aprendizagem; um fluxo organizado de informações
entre os atores envolvidos no processo
• Abranger não apenas o presente, mas de aprendizagem.
também o futuro;

• Ser inspiradora e motivadora;


ESTRATÉGIAS
PEDAGÓGICAS
• Orientar a aprendizagem e o ensino
para sua concretização; A implementação da educação
inclusiva demanda a reformulação dos
• Envolver toda a equipe escolar; princípios e das práticas que regem as
atividades pedagógicas do cotidiano
• Ser convidativa a estudantes, pais, escolar. Trata-se de um processo
comunidade externa e outros gradativo, contínuo e contextual. Ações
parceiros. nessa direção devem considerar as
dimensões já mencionadas: políticas
Como é possível conduzir essa públicas, gestão escolar, estratégias
proposta? Para isso, é importante que pedagógicas, famílias e parcerias.
os profissionais que atuam na gestão
sejam capacitados constantemente As estratégias pedagógicas abrangem
para contribuir com a melhoria as atividades da sala de aula, as ações
contínua do ambiente da escola. Isso destinadas ao AEE e o processo de
inclui, por exemplo, a realização de avaliação de todos os estudantes. Na

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

perspectiva da educação inclusiva, O Desenho Universal para


recomenda-se que o ponto de partida a Aprendizagem considera
sejam as singularidades do sujeito, diversos recursos para minimizar
com foco em suas potencialidades, barreiras à participação autônoma de
isto é, o próprio estudante. É preciso todos os estudantes, com ou
empenhar-se em conhecê-lo bem, sem deficiência. Ele prevê objetivos,
considerar seu repertório e seus métodos, materiais e avaliações
eixos de interesse. Vale ressaltar a mais flexíveis e acessíveis para
importância de se observar as barreiras todos os alunos.
existentes e investir na diversificação
de estratégias.
Um exemplo é a Roleta Silábica,
Se por um lado a proposta curricular um material pedagógico acessível
deve ser uma só para todos os construído e utilizado para apoiar a
estudantes, por outro é imprescindível alfabetização de todos os estudantes.
que as estratégias pedagógicas O material tem sido utilizado com
sejam diversificadas, com base nos sucesso, por exemplo, nas disciplinas
interesses, habilidades e necessidades de Língua Portuguesa e Artes do CEU
de cada um, e considerem os objetivos EMEF Três Lagos, no município de
de aprendizagem da Base nacional São Paulo. A roleta silábica auxilia o
comum curricular (BNCC). Só assim processo de letramento, ao permitir
torna-se viável a participação efetiva, o reconhecimento das sílabas que
com igualdade de oportunidades, para formam as palavras. A interação com
o pleno desenvolvimento de todos os o material acontece principalmente de
alunos, com e sem deficiência. forma tátil (girando a seta) e textual
(reproduzindo oralmente o som das
Recomenda-se também a adoção de sílabas). Por conta da estratégia
um método de ação centrado na cultura pedagógica em forma de jogo em
colaborativa. Ela deve reunir gestão duplas, os estudantes participam
escolar, diretoria, coordenação e corpo ativamente da atividade.
docente do AEE e da sala de aula
comum, além do estudante e sua família. A Roleta apresenta conteúdos de
forma textuais, táteis e visuais e utiliza
Por vezes, é desafiador desenvolver diversos recursos para minimizar as
ações para garantir que todos os barreiras à participação e autonomia
estudantes tenham acesso às mesmas de todos os alunos, com ou sem
oportunidades de aprendizado. Na deficiência. Essa multissensorialidade
prática, a aplicação do Desenho do material possibilita estimular
Universal para a Aprendizagem (DUA) diferentes vias de aprendizagem para
pode ser bastante efetiva. contemplar os estudantes da turma.
Além disso, seu processo de confecção
pode envolver todos os estudantes.

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FAMÍLIAS E preferências e suas restrições. Ao


PARCERIAS integrar a comunidade escolar, as
famílias também podem estimular
A família cumpre papel central uma cultura de respeito às diferenças,
na educação de crianças e além de observar e mediar os conflitos
adolescentes. Ela tem o dever legal e que tais diferenças geram entre os
a responsabilidade por decisões que estudantes. Podem, ainda, sugerir e
atendam aos interesses dos estudantes. requisitar que a escola se transforme
A participação familiar no processo de constantemente para receber os
aprendizagem não segue uma fórmula estudantes em sua diversidade.
única. Na verdade, ela pode variar
bastante segundo o local, o contexto O caso da Escola Municipal Professor
cultural, a posição econômica de Waldir Garcia, em Manaus (AM), é
cada família, seus valores e crenças. um exemplo significativo de gestão
Também é importante considerar as participativa aberta às famílias de
particularidades do território ao qual estudantes. Por estar situada em uma
à escola pertence. Cabe à gestão comunidade de alta vulnerabilidade
escolar articular esses elementos para social que sofre com a fome, o
estimular uma participação familiar desemprego, a falta de moradia,
ativa e que beneficie todos. lazer e cultura, sua direção promoveu
mudanças no Projeto Político-
O envolvimento da família dos Pedagógico e criou um programa
estudantes depende de que pais, denominado “Acolher para todos
mães e responsáveis reconheçam envolver e aprender”.
o papel transformador da
educação, principalmente em A iniciativa buscou acolher a
casos de vulnerabilidade social e comunidade local e estimular um
da aprendizagem de pessoas com sentimento de pertencimento à escola,
deficiência. Quando a família é parceira antes limitado por barreiras de idioma,
da escola, a inclusão pode funcionar pois no entorno há uma presença
de maneira mais efetiva. No caso marcante de famílias de imigrantes
do AEE, o foco da atuação de pais haitianos que não falavam o idioma
e educadores deve ser pedagógico, português. A escola, então, ofereceu
ao invés de clínico. O trabalho curso dos idiomas criollo e espanhol
colaborativo permitirá identificar e aos educadores e estudantes. A
indicar caminhos e possibilidades para compreensão do idioma falado pelos
potencializar o fazer pedagógico em imigrantes aproximou a escola e as
sala de aula. famílias dos estudantes. Sobretudo,
o contato com pais e responsáveis
Por exemplo, a família pode permitiu aos professores e gestores
estabelecer vínculos com a equipe conhecer melhor as necessidades
escolar para descobrir o que desperta individuais dos alunos, suas
o interesse do estudante, suas preferências e potencialidades.

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Além disso, a gestão escolar promoveu trabalho. Desse modo, a participação


articulações intersetoriais com a da família e da comunidade em
Unidade Básica de Saúde (UBS) e processos educacionais deve ser
Organizações da Sociedade Civil, considerada um pilar importante
que passaram a atuar em conjunto da educação inclusiva. Quando há
com a comunidade escolar. Assim, envolvimento familiar, é possível
o envolvimento com o território foi promover melhorias no acesso à escola,
estimulado e possibilitou tornar o na qualidade do AEE e na construção
ambiente escolar mais inclusivo. de um ambiente equitativo para todos
os estudantes.
Parcerias com atores externos
contribuem para o estabelecimento e Segundo assinalaram professores e
a consolidação de redes de apoio para gestores de Campinas entrevistados,
a efetivação da educação inclusiva. os seguintes aspectos da realidade
Esses agentes podem ser pessoas escolar necessitam de maior atenção
físicas ou jurídicas e abranger as áreas no presente: o transporte público de
da educação especial, da saúde, da qualidade acessível aos estudantes
educação não-formal, da assistência público-alvo da Educação Especial, a
social e outros. formação continuada, e a alimentação
e a assistência às famílias vulneráveis.
Também foi destacada a necessidade
Entender essas alianças ou a falta de haver atendimento de saúde
delas é fundamental para que adequado fora do ambiente escolar.
a escola, de fato, possa traçar
estratégias na direção de se fortalecer Note-se que a defasagem na oferta
como uma instituição que pertence dessas condições básicas pode afetar
ao território no qual ela está diretamente tanto o acesso quanto o
geograficamente localizada. desempenho escolar dos estudantes.
Por isso mesmo, a realização de
parcerias estratégicas com secretarias
É importante que essa estratégia estaduais e municipais se mostra
intersetorial esteja prevista no projeto fundamental. Elas podem resultar em
político-pedagógico, a fim de garantir melhorias na permanência do público
a consistência e a continuidade do estudantil das escolas examinadas.

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CONCLUSÕES
Este estudo tem por objetivo oferecer O Capítulo 2 aborda os dados gerais
um panorama atual da oferta de sobre matrículas, acessibilidade,
salas de recursos em escolas da rede oferta de AEE e salas de recursos das
estadual de Campinas e apresenta 175 escolas estaduais de Campinas
avaliações a respeito do funcionamento consideradas neste estudo. Traz,
desses espaços, segundo educadores também, a avaliação de gestores,
e estudantes público-alvo da Educação professores da sala de comum,
Especial. Também identifica desafios professores do AEE e estudantes sobre
atuais experimentados por escolas e, as condições da inclusão em suas
em sintonia com as políticas públicas escolas, além de observações realizadas
vigentes, propõe recomendações para a por meio de visitas às escolas.
criação de uma cultura inclusiva.
O questionário respondido pelos
O presente relatório sintetiza os profissionais da rede de ensino
resultados de uma pesquisa exploratória revelou um alto percentual de
que analisou dados de natureza desconhecimento da Lei Brasileira
quantitativa e qualitativa. Também está de Inclusão por uma parcela
disponível um relatório completo. Foram significativa dos professores da
utilizados dados do banco de teses sala de aula comum (34,1%). Outro
e dissertações da CAPES, do Censo dado a ser destacado é que 61,4%
Escolar (INEP) e de um survey aplicado desses professores acreditam que os
a professores e gestores. Também foram estudantes público-alvo da Educação
examinados documentos disponíveis Especial aprendem melhor em
em sites e repositórios, entrevistas escolas especiais. Entre os gestores,
baseadas em roteiro semiestruturado o percentual é de 49,2% e, entre
e visitas em escolas. O universo professores de AEE, o percentual
de entrevistados foi composto por é de 32,8%. Isso indica a existência
gestores, coordenadores de núcleo de barreiras atitudinais, que podem
pedagógico, professores de sala advir da falta de informação sobre o
comum e professores do Atendimento tema, somada à carência de estruturas
Educacional Especializado (AEE). adequadas para receber todos os
estudantes.
O relatório é composto por três
capítulos. O Capítulo 1 traz conceitos,
premissas e marcos históricos Diante desse contexto, a principal
que oferecem ao leitor uma visão recomendação é investir em formação
geral da modalidade da Educação continuada de professores e gestores
Especial, da perspectiva da educação escolares com o objetivo de subsidiá-
inclusiva, do Atendimento Educacional los com repertórios e ferramentas
Especializado, das Salas de Recursos que viabilizem a implementação da
Multifuncionais e do Desenho Universal concepção inclusiva de ensino.
para a Aprendizagem.

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Entre o público estudantil, grande colaborativo dos membros das


parcela concorda que a inclusão equipes pedagógicas é crucial para
representa a melhor alternativa para a diversificação das estratégias
a construção da autonomia dos pedagógicas e a valorização das
estudantes (90%) e que a sala de potencialidades dos estudantes.
recursos os auxilia na superação de Nesse sentido, as salas de recursos
barreiras no aprendizado (95%). exercem um papel fundamental que
pode ser fortalecido quando esses
O capítulo 3 apresenta recomendações equipamentos são explorados a partir
baseadas em análises dos dados de uma abordagem multifuncional.
coletados e em boas práticas. Espera-
se que essas recomendações resultem A despeito da existência de inúmeros
em avanços nas políticas públicas e desafios presentes no cotidiano das
assegurem o acesso, a permanência escolas, a rede estadual de ensino
e a interação social de pessoas com de São Paulo tem buscado realizar
deficiência nas escolas. aprimoramentos constantes, o que
pode ser constatado na Política de
O capítulo salienta a importância Educação Especial do Governo do
de ações contínuas direcionadas Estado de São Paulo. Em sua versão
à educação inclusiva, a começar mais recente, ela dialoga diretamente
pela garantia de condições básicas, com a Política Nacional de Educação
como a remoção de barreiras Especial na Perspectiva Inclusiva e
físicas, orçamentárias e atitudinais, recomenda, entre outros aspectos, o
que prejudicam o convívio com emprego do Desenho Universal para a
respeito às diferenças. A gestão Aprendizagem em sala de aula.
escolar pode contribuir diretamente
com a construção de ambientes Espera-se que as evidências e as
inclusivos, principalmente ao apoiar reflexões apresentadas por esse estudo
articulações intersetoriais e estimular possam contribuir para uma tomada
o envolvimento dos atores que de decisões comprometida com a
compõem a comunidade escolar. melhoria contínua da educação pública,
Cabe ressaltar que o trabalho inclusiva e de qualidade.

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SALAS DE RECURSOS: UM ESTUDO SOBRE O MUNICÍPIO DE CAMPINAS

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