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Licenciaturas

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FILOSOFIA DA EDUCAÇÃO E PENSAMENTO 1º FLEX E 2º
DISCIPLINAS PEDAGÓGICO ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO SEMESTRES
PEDAGÓGICO PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO E DA
APRENDIZAGEM SEMINÁRIO DA PRÁTICA II

MARI CLAIR MORO NASCIMENTO RENATA


DE SOUZA FRANÇA BASTOS DE ALMEIDA
PROFESSORES DIÓGENES MAGRI DA SILVA JULIANA
CHUEIRE LYRA LEANDRO CESAR LEOCÁDIO

LINCOLN GOMES TEIXEIRA


RANRISTON CARLOS ALVES SANTOS

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO


FORMAÇÃO DOCENTE

Brasília-DF
Novembro/ 2016

LINCOLN GOMES TEIXEIRA


RANRISTON CARLOS ALVES SANTOS

PRODUÇÃO TEXTUAL INTERDISCIPLINAR EM GRUPO


FORMAÇÃO DOCENTE

Trabalho apresentado ao Curso Produção


textual interdisciplinar da UNOPAR Brasília-
DF, para a disciplina Licenciatura em Educação
Física.

Orientador:Thiago Alves da Conceição


Azevedo.

Brasília-DF
Novembro/ 2016
INTRODUÇÃO

O presente projeto aborda o ambiente da escola pelo professor que atua nos Anos
Finais do Ensino Fundamental ou Ensino médio, com o foco na diversidade escolar
em sala de aula. O objetivo desta pesquisa foi analisar como o docente trabalha com
a diversidade em sala de aula e quais as relações com o processo de ensino e
aprendizagem anos Finais do Ensino Fundamental, observando-se, mais
especificamente como as diferenças presentes entre os alunos e alunas das séries
finais do ensino fundamental e suas influências interferem no processo ensino e
aprendizagem como as discriminações de gênero, étnico-racial e por orientação
sexual, são dilemas que, para serem resolvidos, precisam ser desnaturalizados e
esse processo de desnaturalização passa, necessariamente, pela informação séria
que instrumentaliza professores/as e outros setores das unidades de ensino no
desenvolvimento de projetos voltados ao respeito da pluralidade (característica
fundamental da escola) e enfrentamento a todo tipo de preconceito que se apropria
das falas e atitudes das pessoas no espaço escolar,veremos como as estratégias de
ensino são mais eficazes para trabalhar com a diversidade em sala de aula e como
a intervenção docente pode contribuir para que as diferenças existentes em sala de
aula não se tornem desigualdades contribuindo para o fracasso escolar.

Vivemos hoje em uma época de globalização, tanto da economia quanto das


tecnologias e informações que vêm sendo modificadas constantemente e refletem
diretamente na cultura da sociedade. Estes progressos como os avanços na
medicina, os computadores, meios de comunicação, meios de transporte..., facilitam
a nossa vida, trazendo conforto e inovação. A educação deve progredir no mesmo
ritmo, acompanhando os progressos e trabalhando em vistas para diminuir as
desigualdades que se originam devido aos avanços, visto que há pessoas que ficam
desprovidas dessas inovações. Para tanto, faz-se necessário proporcionar esses
“confortos”, também para aqueles que não têm acesso, e a ponte mediadora entre
essas diferenças é a escola.

Para a realização deste estudo foram seguidos os seguintes passos: escolha da


escola, conversa com a supervisora que indicou um professor de Educação Física
que trabalha nos anos iniciais e finais do Ensino fundamental. Dessa forma adotou-
se uma abordagem qualitativa, utilizou-se um estudo de caso, aplicou-se
questionários sobre a diversidade escolar. A investigação foi realizada em uma
instituição particular de Educação Básica, que atende da Educação Infantil ao
Ensino Fundamental.
Parte A: Caracterização do Perfil do Professor

Idade: 32 anos

Formação: Licenciado em Educação Física.

Formação complementar (especialização/área): Pós-graduado em Educação Física


Escolar.

Tempo de atuação no ensino: 3anos.

Jornada de trabalho semanal: 40horas.

Nível de atuação: Educação Infantil/Anos Finais do Ensino Fundamental.

Parte B: Identificação da visão do professor sobre as


questões relacionadas à diversidade no ambiente escolar.

Professor (a), conforme seus conhecimentos, responda:

a) O que é diversidade?

 A diversidade no meu conceito é tentar entender a variedade e convivência


de ideias, características ou elementos diferentes entre si, em determinado
assunto, situação ou ambiente. A diversidade, portanto, indicam os diferentes
valores, costumes, vivências existentes entre distintos grupos de uma
sociedade.

b) Como você trabalha com as questões da diversidade na escola?

 Procuro transmitir para o aluno que diante dessa realidade, nós, educadores,
pregamos o discurso da tolerância e do respeito. Pois ao longo da vida
escolar, os alunos se deparam com todo tipo de diferença: de gênero, raça,
valores, religião, expressão da sexualidade, ritmos de aprendizagem,
configurações familiares etc.

c) Quais diversidades estão em evidência na sua escola?


Existem na escola todos os tipos de diversidades na escola:

  Preconceito: julgamento ou ideia preconcebida, a respeito de uma pessoa


ou de um povo.
 Discriminação: quando os preconceitos são exteriorizados em atitudes ou
ações que invadem os direitos das pessoas, utilizando como referência
critérios injustos (idade, religião, sexo, raça, etc.)

 Racismo: superioridade de certa raça humana em relação às demais,


características intelectuais ou morais por se considerar superior a alguém.

 Combater o preconceito dentro da sala de aula é um dos maiores desafios


para os professores atualmente. Além de mediar situações de conflito entre
os estudantes, o docente tem de desconstruir suas próprias pré-noções.
99,3% dos alunos, pais e funcionários têm algum tipo de preconceito étnico-
racial, socioeconômico, com relação a portadores de necessidades especiais,
gênero, geração, orientação sexual ou territorial.

d). Quais ações a escola deveria realizar para a promoção do respeito à


diversidade na escola?

 A ação tem que ser feita desde a educação infantil. Sendo assim, é de
extrema importância que seja eliminado o preconceito desde os primeiros
anos da Educação Infantil. A postura do docente se reflete nas atitudes de
seus alunos, por isso não adianta ensinar respeito a individualidade do outro
se o professor não demonstrar essa atitude de igualdade dentro da sala de
aula é fundamental que, desde o início, a hipocrisia seja deixada de lado na
afirmação de que todos somos iguais, mesmo porque se todos realmente
fossem iguais não haveria preconceito. É a partir das diferenças que surgem
os preconceitos. É notório que muitas escolas são reprodutoras da própria
discriminação e que não desenvolvem, nem se quer tem interesse em buscar,
propostas pedagógicas para se contrapor em relação às questões
apresentadas. A escola tem que ter um projeto voltado para tratar sobre a
diversidade escolar, fazendo palestras, cursos, apresentação teatral entre
outras possibilidades de educar o aluno.
Analisando as respostas do professor com base
nos fundamentos teóricos dos artigos indicados e nos conteúdos
das disciplinas do semestre.

Com bases nas repostas do professor sobre a diversidade escolar e os artigos


apresentados. Em tempos de Pluralidade Cultural e inclusão, numa sociedade tão
heterogênea como a nossa e de uma bonita miscigenação, é de grande importância
que, no ambiente escolar, seja percebida essa questão e trabalhada de uma
maneira lúdica que faça a criança perceber as diferenças como um aspecto positivo
de formação de um Município, Estado ou País, e não ser mais um motivo de
discriminação. As respostas do professor sobre a diversidade na escola trazem um
alerta na maneira que tratamos as diferenças na escola, a interação social entre
pessoas diferentes tem seu ponto inicial no espaço escolar, isso porque a escola
recebe uma infinidade de culturas ao receber seus alunos, assim ela cria um
ambiente de diversidades culturais por isso numa instituição de ensino não pode ser
omitido o papel do educador que visa a igualdade.

No ambiente escolar surgem diversos grupos étnicos, com variedade de culturas.


Daí surge a necessidade de as escolas incentivarem e criarem projetos que tratem
da diversidade em seus currículos, projetos que discutam abertamente o preconceito
é também uma maneira de promover a aceitação dentro de casa. A instituição de
ensino deve assumir a perspectiva inclusiva, buscar desenvolver competências e
propor conteúdos com as experiências vividas pelos alunos, para que atribuam
significados aos conteúdos, tendo participação ativa nesse processo. A aceitação e
respeito ao diferente começa de uma simples atitude de não rotular ou de colocar
apelidos num coleguinha que é mais “cheinho” ou do colega que não tem uma boa
dicção. É de fundamental importância compreender a individualidade do outro.

Frente a diversidade de culturas na sala de aula o professor entrevistado sinaliza


que a escola precisa ter objetividade no que pretende alcançar com atividades que
oportunize a todos os alunos mais precisa de diferentes estratégias para alcançá-
los. A educação para a diversidade envolve atividades de interação em grupo e
individual, previamente planejada ou de livre escolha por aluno e/ou professor.
Salientando que diversificar significa formar grupos heterogêneos para a troca de
experiências e desenvolvimento individual. É necessário que uma educação que
contemple a diversidade cultural seja colocada em prática diariamente
independentemente do nível de ensino, da localidade, da realidade social dos
alunos. Essa educação multicultural pode ser compreendida como um processo que
educa os alunos considerando os vários padrões culturais existentes,
compreendendo e respeitando as características culturais de outras sociedades e
não somente aquela em que o aluno está inserido.
Trabalhar igualmente essas diferenças não é uma tarefa fácil para o professor,
porque para lidar com elas é necessário compreender como a diversidade se
manifesta e em que contexto. Assim, é importante que a interdisciplinaridade esteja
presente e que o professor use vários métodos pedagógicos que ajudem no
desenvolvimento do respeito entre seus alunos. Ressaltando que essa educação
multicultural começa com o exemplo do professor em relação as suas atitudes diante
de seus alunos que apresentem características físicas diferentes ou até mesmo
diferenças em aspectos emocionais. O professor relata que a postura do docente se
reflete nas atitudes de seus alunos, por isso não adianta ensina respeito a
individualidade do outro se o professor não demonstrar essa atitude de igualdade
dentro da sala de aula. A Escola de hoje é uma organização que lida com diversas
culturas e o multiculturalismo como um conjunto de respostas. É preciso ter
consciência que a educação para a cidadania, não diz respeito apenas à escola e
aos professores, para obter sucesso nesta função é preciso que ela conte com a
ajuda de outras instituições como a igreja, a família, e outras instâncias sociais.           
Daí a importância de se atuar a estes e a outros campos sociais, para que não
recaia somente sobre a escola a tarefa de formar a cidadã.

Por fim com bases nas respostas do professor e nos artigos apresentados no
decorrer dos cursos, a escola é uma instituição que tem como objetivo a transmissão
de conhecimentos para as pessoas, permitindo-lhes conhecer a cultura de um
determinado espaço, conduzir o homem a uma perspectiva crítica da realidade
social, abrindo sua mentalidade ao novo. A Educação para a cidadania é de
fundamental importância para a continuidade da luta por uma educação diferente e
um futuro melhor. É óbvio que a educação escolar por si só não é suficiente. Ela é
apenas mais um instrumento para promover a mudança das relações sociais.
Consideramos, portanto, que um longo caminho ainda precisa ser percorrido para
que a escola seja, de fato, um instrumento de afirmação de uma identidade.
Considerações finais

Diante de todos os conhecimentos adquiridos neste projeto,entendo que a


diversidade é uma construção social. Isso significa que as distinções não existem
em si mesmas. Elas são sempre produto da cultura.  Primeiro, devemos perceber
que a falta de abertura não significa necessariamente rejeição. O outro é visto com
frieza ou até mesmo com desconfiança e temor por representar uma ameaça ao
universo conhecido. Sob esse ponto de vista, a reação agressiva ou indiferente
àqueles que subvertem nossas convicções sobre o "verdadeiro modo de ser"
funciona como uma forma de autoproteção. Quando ocorre a reação defensiva, o
aluno precisa ser orientado a sair da posição de quem está sendo atacado nas
certezas e passar a se relacionar com as diferenças por meio de uma perspectiva
integradora. Para transformar a reação dos alunos diante das diversidades, o
trabalho educacional tem de instigar o questionamento sobre a origem histórica -
social, politica, jurídica, econômica, cultural - dos padrões estabelecidos. 

Cabe aos participantes dos processos educativos a decisão sobre a ênfase que será
adotada.  A educação é também um processo social do qual participamos enquanto
realizamos uma opção entre diferentes valores e objetivos a serem alcançados.
Uma educação democrática é aquela em que todos os envolvidos podem participar
na definição dos rumos da educação, e não só os dirigentes, professores,
acadêmicos e técnicos.
A escola é um espaço público para a convivência fora da vida privada, íntima,
familiar. Ao nos capacitarmos para a convivência participativa na escola,
participamos de um processo de aprendizagem que também nos ensina como
participar do restante da vida social.
A escola como esfera pública democrática pode possibilitar a capacitação de pais,
alunos e educadores para a participação na busca de soluções para os problemas
da escola, do bairro, da cidade, do Estado, do País e da vida da espécie humana no
Planeta.
A democracia é um processo de negociação permanente dos conflitos de interesses
e ideias. Para haver essa negociação permanente é preciso o respeito à diferença.
Uma escola que respeita a diferença é uma escola pluralista que ensina a viver em
uma sociedade que também é heterogênea.
Para tanto, todos devem ter o direito de falar, opinar e participar nos processos
decisórios. É participando que se aprende a participar. Uma escola “perfeita”, na
qual ninguém precisa dar nenhuma opinião, é um desastre educativo. O problema é
que o controle e a disciplina, a ideia de ordem, organização e limpeza muitas vezes
se tornam prioritários em relação ao direito de participação.
Um ponto de partida para que exista o respeito à diversidade na escola é aceitarmos
que os agentes que interagem na escola têm interesses, visões de mundo e culturas
diferentes e nenhum de nós tem o monopólio da verdade, da inteligência e da
beleza. Daí a necessidade de negociações permanentes para que todos façam
concessões, e todos tenham ao menos parte dos seus interesses e valores
contemplados no espaço público da escola.

Por fim mudar não é tarefa fácil e todos sabemos disso, mas o prazer da mudança
surge quando a própria escola se torna espaço o espaço de transformação. E
somente através desta prática transformadora é que poderemos construir uma
sociedade mais justa, que inclui e não exclui, que perceba a escola como espaço de
construção, através da valorização das individualidades, do respeito para com as
diferenças, com a cultura de cada um, onde a educação é o elemento essencial para
um mundo melhor.
Referências Bibliográficas

Disponível em: http://www.recantodasletras.com.br/artigos/3563268 (acesso em
29/04/2013).

Disponível em: http://www.impactosmt.com.br/index.php?
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acesso em 29/04/2013).

Disponível em: http://www.brasilescola.com/brasil/a-diversidade-cultural-no-
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Introdução aos Parâmetros Curriculares Nacionais / Secretaria de Educação
Fundamental. – Brasília: MEC/SEF, 1997.

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Sul. 2000.

GOMES, Nilma Lino. Educação e diversidade cultural: refletindo sobre as


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BRANDÃO, Carlos Rodrigues. ° outro esse desconhecido In: BRANDÃO, Carlos


Rodrigues. Identidade e Etnia. São Paulo:Brasiliense, 1986.

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CUNHA, Manuela Carneiro da. Saberes locais, tramas identitárias e o sistema


mundial na antropologia de Manuela Carneiro da Cunha. Entrevista a Kiko
Ferrite, In: SEXTA-FEIRA - antropologia, artes e humanidades, São Paulo, 03 out.
1998.

DAYRELL, Juarez. A escola como espaço sócio-cultural. In: DAYRELL, Juarez


(org.) Múltiplos olhares sobre educação e cultura. Belo Horizonte: UFMG, 1996.

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