Você está na página 1de 9

Endereço da página:

https://novaescola.org.br/conteudo/21183/questoes-de-genero-
caminhos-para-abordar-o-assunto-em-sala-de-aula
Publicado em NOVA ESCOLA 07 de Abril | 2022

Diversidade e equidade

Questões de gênero:
caminhos para abordar o
assunto em sala de aula
Entenda como a temática pode (e deve) estar presente na
escola para construir uma sociedade mais diversa e com
mais equidade
Paula Salas

Grupo de mediadores de leitura da EMEF Saint-Hilaire, em Porto Alegre (RS), é


protagonista em levar discussões relevantes para todas as turmas da escola.
Foto: Daniel Sasso/NOVA ESCOLA
Paulo Freire defendia que “se a Educação sozinha não transforma a sociedade,
sem ela tampouco a sociedade muda”. Quando pensamos nas desigualdades de
gênero, essa frase ganha ainda mais força. A escola sozinha não poderá
resolver esse problema, mas ela é fundamental para gerar uma mudança.
Apenas a Educação permitirá formar as crianças e adolescentes que podem
construir uma sociedade com mais equidade no futuro. “O trabalho da
Educação é fundamental [para fazer a diferença e transformar a sociedade].
Mas, para isso, precisamos de formação continuada”, afirma Girleide Morais,
professora do 2º ano do Ensino Fundamental no CEF [Centro de Ensino
Fundamental] Boa Esperança, em Ceilândia (DF).
“Nosso trabalho tem de ser diferente do que fazíamos antes, temos de procurar
nos atualizar [sobre questões e debates atuais]”, complementa a educadora.
“É preciso enxergar essas questões não como um tabu, mas como forma de
pensar a diversidade de pessoas que temos na escola”, diz Leonardo Café,
professor e formador na Secretaria Estadual do Distrito Federal, com
especialidade em assuntos relacionados a gênero e diversidade sexual.
Os debates de gênero são muito mais complexos e envolvem diversos aspectos
que vão além das desigualdades vivenciadas por mulheres. "É uma questão
estrutural que afeta a sociedade como um todo. Como fazer da escola um lugar
transformador e não um lugar reprodutor [de desigualdades de gênero]?",
questiona Gabriela Mora, especialista em gênero e responsável pelos
programas na área de desenvolvimento na adolescência do Fundo das Nações
Unidas para a Infância (Unicef).
Gestão escolar: como trabalhar igualdade de gênero na escola
Entenda como conversar com os professores sobre o que é igualdade de
gênero e por que ela precisa estar na escola, tanto permeando as aulas quanto
no dia a dia dos corredores.
leia mais sobre o assunto

Desconstrução de estereótipos e valorização da


diversidade
A especialista do Unicef ressalta que é preciso ter sensibilidade para perceber
como esses problemas estão presentes no cotidiano escolar para pensar em
ações para combatê-los. Leonardo coloca a necessidade de questionar
concepções que são naturalizadas. É essencial que os professores sejam
preparados para abordar essas questões e que estejam abertos a buscar
referências atuais sobre a temática para não reforçar estereótipos.
Para realizar esse trabalho, Gabriela sugere atividades que abrem espaço para a
troca e discussão. “Rodas de conversa, cinedebate, músicas e o que faz parte do
cotidiano dos estudantes”, exemplifica.
"Não levar algo pronto, mas trabalhar como uma construção coletiva.
Conhecimento a gente constrói junto", destaca Sayonara Nogueira, professora
de Geografia, ativista e idealizadora do Observatório Trans, que monitora dados
de violência contra essa população.
Prezar pela diversidade deve estar presente não apenas em sala de aula, mas
ser um pacto de toda a escola. Gabriela salienta que deve haver regras de
convivência que valorizem as diferenças. “Não podemos depender de um
professor ter sensibilidade para abordar o tema”, pontua. “Ter isso em um
documento é muito importante, porque traz luz para questões que são
silenciadas, vistas como tabu”, completa Leonardo sobre a importância da
temática estar nas orientações das redes de ensino ou em materiais oficiais.
Qual é a diferença entre identidade de gênero e orientação sexual?
Entenda os conceitos
Identidade de gênero está relacionada ao espectro de gênero com o qual a
pessoa se identifica. Por exemplo, uma pessoa pode ser cis, trans, não-binária
ou agênero.
Já a orientação sexual diz respeito a forma com que a pessoa se relaciona
afetiva e sexualmente. Isso quer dizer, por exemplo, que uma mulher trans
(identidade de gênero) pode ser heterossexual, homossexual, bissexual,
assexual ou pansexual.
Veja a definição de alguns desses termos no glossário abaixo:
IDENTIDADE DE GÊNERO
Cisgênero: pessoa que se identifica com o gênero que lhe foi atribuido ao
nascer, ou seja, seu sexo biológico. Ela pode ser uma mulher ou homem cis.
Transgênero: não se identifica com o gênero que lhe foi atribuído. Dentro
dessa categoria, estão aquelas que se identificam como mulheres ou homens
trans e as travestis (sempre mulheres).
Não-binária: identifica-se com mais de um gênero. Geralmente, entendem sua
identidade como algo fluido, que vai além das categorias homem e mulher.
Agênero: não se identificam com nenhum gênero.
ORIENTAÇÃO SEXUAL
Heterossexual: sentem-se atraidos(as) amorosa e sexualmente por pessoas do
gênero oposto.
Homossexual: atraidos(as) por pessoas do mesmo gênero.
Bissexual: relaciona-se com pessoas dos dois gêneros.
Assexual: aqueles que não sentem atração sexual por nenhum dos dois
gêneros. Dentro dessa categoria, existe um espectro da assexualidade.
Panssexual: atraem-se por pessoas independente do seu gênero - sejam
homens ou mulheres cis/trans, agênero ou não-binárias.
Além de conhecer (e se aprofundar) nesses conceitos, é interessante estar
atualizado nos debates contemporâneos de gênero – por exemplo, alunos trans
têm direito a usarem o nome social na escola.
"Desde 2018, os estudantes trans podem requerer em qualquer momento do
ano a mudança de nome. Menores de idade também podem fazê-lo, mas
precisam do consentimento dos responsáveis", explica Leonardo Café.

Confira a seguir três relatos de professores que fazem esse trabalho no Ensino
Fundamental.
Coletivo estudantil para debater e pensar em ações
Notícias de um grupo de homens que sequestrava e abusava sexualmente de
meninas nos arredores da escola assustaram um grupo de alunas dos Anos
Finais da EMEF Saint-Hilaire, em Porto Alegre (RS).
“Elas tinham medo de vir para a escola”, relata a professora Maria Gabriela
Souza, responsável pela biblioteca. Foi assim que surgiu o projeto Chama
Violeta, que teve como foco discutir a violência sexual contra adolescentes. A
iniciativa é realizada por um grupo de meninas que fazem parte do Grupo de
Mediador@s de leitura Luisa Marques.
Leia também: 4 passos para tornar a diversidade e a equidade social
protagonistas no processo de aprendizagem nas escolas
A professora conta que as alunas queriam fazer um projeto para alertar sobre
violência contra a mulher e pensaram em utilizar a literatura para tratar de
assuntos ligados às questões de gênero e educação sexual.
“Na escola, apostamos na leitura como forma de possibilitar o diálogo de temas
[considerados] delicados”, contextualiza a educadora que orienta o coletivo.
“Vivemos em uma sociedade machista, e não tem ninguém para falar que
nenhuma pessoa pode mexer em nosso corpo sem nosso consentimento, que
isso é errado”, diz a aluna Joana Dorneles, de 12 anos, uma das idealizadoras do
projeto.
Violência contra a Mulher: como falar, ouvir e acolher
Leia recomendações e caminhos para abrir o diálogo e ajudar a escola a ser um
ponto de apoio e acolhimento para todos
confira aqui

A professora Maria Gabriela Souza é responsável por apoiar o grupo e


apresentar estratégias de mediação de leitura e contação de história para os
estudantes colocarem em prática durante as ações. Foto: Daniel Sasso/NOVA
ESCOLA
O grupo de leitura acabou se tornando um coletivo estudantil majoritariamente
feminino. “Com a literatura, elas conseguem ter abertura para falar. Elas fazem
essas conversas com as crianças, adolescentes e com os adultos da Educação
de Jovens e Adultos (EJA) [da escola]”, conta Maria Gabriela. A educadora vê que
a forma lúdica com que elas abordam temas sensíveis e o fato de serem alunas
propondo essa conversa facilita esse tipo de proposta.
Para a estudante Emilie dos Santos, de 12 anos, também idealizadora do
projeto, os temas trazidos pelo grupo são importantes, pois às vezes é o único
momento que o assunto vai ser conversado com aquelas crianças e
adolescentes.
“Muitas vezes não é falado em casa, porque as pessoas ficam presas [no sentido
de ainda ser um tabu] para falar de violência sexual. Grazieli Passos, de 12 anos,
outra idealizadora do projeto, destaca o cuidado com cada público, para usar
sempre palavras que eles consigam entender.
Estudantes protagonistas
O coletivo se reúne quatro vezes por semana no contraturno escolar para
discutir temas e demandas do cotidiano das meninas e traçar ações. Entre os
assuntos presentes nos encontros do grupo estão menstruação e pobreza
menstrual, relações sexuais na adolescência, gravidez precoce, saúde mental e
identidade de gênero.
"Temos buscado fazer rodas de conversa e ter abertura para o diálogo para que
todos consigam mostrar quem são", relata a aluna Joana. “Queremos criar um
espaço de acolhimento, de não invisibilizar, mas dar condições para que se
expressem”.
A dedicação das meninas tem rendido bons frutos. Elas se tornaram lideranças
dentro da escola, e o grupo é constantemente procurado por outras estudantes
que também querem participar do coletivo. “Elas têm uma força, uma
alteridade, colocam-se no lugar das outras meninas. É um diálogo horizontal,
diferente de quando vem um especialista falar [ sobre esses mesmos temas ]”,
explica a educadora.
Para ela, é importante que os professores procurem romper com os próprios
tabus e preconceitos para poderem incentivar que os alunos falem de assuntos
sensíveis. “Eu sou de uma geração que não podia falar desses temas, por isso
eu defendo muito esse trabalho. É a esperança de um futuro em que elas não
passem por constrangimentos, que estejam em espaços onde se sintam
seguras”, acrescenta Maria Gabriela.
Sem tabu: fale sobre transsexualidade na escola
Estudar, debater e aprender sobre identidade de gênero na escola é essencial
para promover uma mudança na sociedade
Hoje, o Brasil está entre os países que mais mata pessoas trans, segundo o
Transgender Europe (TGEU), organização sem fins lucrativos que monitora mais
de 120 países. Dados divulgados pela Associação Nacional de Travesti e
Transsexuais (Antra) revelam que, apenas em 2021, foram 140 assassinatos de
pessoas trans.
“A escola deve ser um espaço de acolhimento e tem algo de errado quando é
um lugar de violência", afirma Gabriela, do Unicef. Por isso, ela ressalta a
necessidade de que os professores busquem informações e formações para
garantir que todas e todos os estudantes sejam incluídos, que não tenham seus
direitos violados. "É fundamental criar espaços seguros de escuta para que
possam falar o que sentem.”
Sayonara teve a experiência de trabalhar a temática de forma interdisciplinar,
em oficinas pedagógicas com rodas de conversas sobre alguns assuntos. "Os
alunos traziam seus conhecimentos e, a partir disso, os professores podem
trabalhar dentro de cada componente a temática", explica a professora.
Dentro do Observatório Trans, a professora compartilha ideias para abordar a
temática. "A gente dá um norte para o professor pensar aquele tema para sua
aula". Para realizar esse trabalho na prática, é fundamental a equipe escolar
debater e estudar sobre o assunto e pensar em formas de levar a temática para
os alunos..

A importância de tratar da questão desde cedo


Mas não é só entre os adolescentes que a temática deve ser trabalhada. Nos
Anos Iniciais do Fundamental, ela pode (e deve) ser abordada também. A
professora Girleide é prova disso.
"É um trabalho de sementinha. Não vai ter um reflexo amanhã, mas eles
passam a refletir sobre isso, e eu percebo que tem dado resultado [que
passaram a desconstruir a ideia do papel da mulher]”, conta a educadora. “Os
mais velhos têm uma capacidade de comunicação e senso crítico maior, mas
com os mais novos também é possível abordar a questão, mas de uma forma
mais lúdica, por meio da brincadeira”, completa Gabriela.
Girleide utiliza vídeos, músicas e rodas de leitura para conversar sobre a
temática. Na semana do Dia da Mulher, por exemplo, a professora levou
histórias e reportagens de mulheres inspiradoras. “Passei vídeos sobre a Malala
e a Frida Kahlo, entre outras. Depois fiz uma discussão de 15 minutos sobre o
que assistiram.” Segundo ela, é importante preparar as crianças para
conhecerem seus direitos. “Se passarem por alguma violência, vão saber falar,
buscar ajuda e sair daquela situação.”
Além desse trabalho, o assunto está presente em outros momentos do ano,
inclusive na hora das brincadeiras e jogos, quando não há distinção entre
meninos e meninas.
Nem de menino, nem de menina: Brincadeiras para todos
Saiba como propor jogos e brincadeiras que permitam às crianças maior
liberdade de escolha sobre brinquedos e atividades, independentemente do
gênero.
acesse os conteúdos

Ela lembra ainda de uma atividade que fez, no início do ano letivo, para falar da
importância da identidade. Ela propôs que toda a turma desenhasse um ratinho
a partir de orientações. “Cada um fez [um desenho ] diferente, apesar de ser o
mesmo comando. Eu levei as crianças a refletirem, olharem para si e se
reconhecerem melhor. Elas passaram a ver que cada um tem características,
desejos, vontades e tempos diferentes [e que é preciso respeitar todos].”
Quando há resistência das famílias
Mesmo no caso de questionamentos, é importante não deixar de lado o
assunto. Entenda o que pode ser feito nessas situações
Ainda que se tenha abertura com os estudantes, é possível que venham
questionamentos e resistência por parte das famílias. “Falar de Educação Sexual
virou político, da tal 'ideologia de gênero'. É bem difícil”, afirma Denize Groff,
professora de História na EMEF Maria Emília de Paula, em Sapiranga (RS).
Apesar disso, ela observa que os educadores têm respaldos legais, como a Base
Nacional Comum Curricular (BNCC) e outros documentos orientadores que
preveem esse trabalho. “Não estamos fazendo nada fora do que precisamos
abordar, são temas necessários, mas sofremos desse impasse”, aponta a
educadora. “Tem de conhecer as legislações nacionais e municipais para se
respaldar”, sugere o professor Leonardo.
Em casos mais graves, como situações de assédio moral contra professores que
abordam a temática, a professora e ativista Sayonara sugere procurar
ouvidorias e canais de denúncia.

Rodas de conversa e de leitura são estratégias utilizadas por estudantes dos


Anos Finais para levar temáticas de gênero para os colegas. Foto: Daniel
Sasso/NOVA ESCOLA
Tema de aula, de pesquisa e de projeto de lei
Na EMEF Maria Emília de Paula, nas aulas de Denize, a temática das mulheres é
estudada em diferentes momentos. “Quando tratamos de História, sabemos
que a sociedade é muito machista e patriarcal, por isso dá para falar desde os
povos antigos até o Brasil República.”
Ela relata que, muitas vezes, o assunto parte dos próprios alunos. “No 6º ano, eu
estava apresentando [a programação dos conteúdos do ano que iam ver] sobre
a Grécia e Roma Antiga. As meninas falaram que queriam aprender sobre as
mulheres”. Com esse pedido, combinamos que iam discutir a diferença entre
ser mulher e homem naquelas civilizações”.
Outro exemplo que ela dá é no 9º ano ao tratar da República. “As meninas ficam
muito indignadas quando falamos que só os homens podiam votar. Assim, elas
percebem que as mulheres são subestimadas e conseguem fazer um paralelo
com a casa delas, na divisão das tarefas domésticas. Elas trazem muito do dia a
dia e como o passado ainda é presente.”
Descubra a vida das mulheres na Idade Média
Conheça as transformações nos papéis da mulher ao longo da História e
trabalhar a vida das mulheres na Idade Média.
veja mais aqui

Denize também conta que os alunos são estimulados a desenvolver projetos de


iniciação científica a partir de temáticas que lhes interessam. Por debater o
assunto em suas aulas, ela já foi convidada para orientar alguns desses
trabalhos que traziam fortemente a temática de gênero.
Um deles é o projeto E se fosse com você? A pesquisa surgiu em um grupo de
meninas do 7º ano, que queriam estudar questões ligadas a violência contra a
mulher. No ano seguinte, elas continuaram desenvolvendo ações de
conscientização sobre a temática. Até que chegaram a apresentar na Câmara
Legislativa Municipal um projeto para garantir que a temática seja abordada na
escola.
“Eram meninas novas [na época estavam no 8º ano] querendo falar com um
grupo majoritariamente de homens. No início, não deram atenção, mas depois
viram que elas estavam trabalhando há dois anos com o assunto e abriram
espaço”, lembra a educadora. No fim, elas deixaram o seu legado: foi aprovada
uma lei municipal para garantir esse debate em todas as escolas como forma
de prevenção à violência contra a mulher.
Em 2020, quando elas estavam no 9º ano, deram continuidade ao trabalho de
forma remota, com foco em violência doméstica e empoderamento. Foram
realizadas rodas de conversa para debater a questão e organizados momentos
só com os meninos, para que eles pudessem se expressar, e outros só com as
meninas. Também foi criado um clube feminista na escola.
O trabalho foi ampliado para as turmas de Anos Iniciais. As meninas faziam
rodas de leitura e atividades com os pequenos. “Trabalhamos muito a questão
de mudar para o futuro ser mais promissor. Se as crianças forem educadas de
forma diferente, é possível ter mais equidade”, finaliza Denize.
Pontos de atenção para realizar o trabalho
Leonardo Café e Gabriela Mora apontam cuidados para abordar e pensar a
temática
“Como adultos de referência, é preciso estar atento a possíveis reproduções de
desigualdades de gênero”, pontua a especialista do Unicef. “Temos de prestar
atenção naquilo que parece natural, porque as violências [muitas vezes] estão
naturalizadas. Silenciar episódios de violência na escola são práticas que
colaboram com a manutenção da discriminação”, complementa Leonardo, que
reforça a importância de buscar formação continuada para não reproduzir
esses estereótipos.
Gabriela também destaca a necessidade de criar um espaço seguro para a
escuta e o debate, mas alerta para a forma de acolher as vítimas. “É preciso ter
cuidado para não revitimizar as vítimas ao serem escutadas, pois elas já o
foram novamente ao refletir sobre a violência e que nada muda.”
Ela sugere atividades com diversas abordagens para dar espaço a perfis
diferentes e estimular a expressão, criando um ambiente acolhedor para que
todos possam falar de seus sentimentos e experiências. Isso inclui os meninos,
pois eles são, socialmente, mais reprimidos emocionalmente. “Se temos
masculinidades mais positivas, todo mundo ganha, e isso deve ser feito desde a
primeira infância”, diz Gabriela. Se desde cedo os meninos são estimulados a se
expressar, eles conseguem lidar melhor com os próprios sentimentos e podem
prevenir ’explosões’ de raiva que resultem em respostas violentas

Você também pode gostar