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Nas escolas vivenciamos diversas situações de violências físicas,

verbais, simbólicas, as violências silenciadas e as violências estruturais,


levando muitas vezes a perda da vontade de estudar ou até mesmo de
frequentar o ambiente escolar. Quando isso ocorre e é de imediato percebido
pelos gestores, professores ou até mesmo por colegas deve acontecer a
intervenção e a busca pelo direito ao respeito que todos temos.
Observamos várias formas de manifestação da violência dentro do
contexto escolar através de agressões físicas, verbais, materiais, cyberbullying,
social e psicológica, essas geralmente são ações que perpetram o bullying.
Além das já citadas encontramos o cyberbullying que é uma violência praticada
por ambientes virtuais, onde o indivíduo utiliza o meio de comunicação para
ridicularizar e agredir o outro.
Em 2016, foi aprovada a Lei 13.663/18, que prevê a chamada cultura de
paz que faz parte da Lei de Diretrizes e Bases. Busca a mediação de conflitos
e que os desenvolvimentos das relações humanas sejam incluídos no
planejamento pedagógico de todas as escolas brasileiras.
Educar para a Paz é compreender as demandas e interesses daqueles
que se colocam no lugar de aprendiz, são tão importantes quanto os conteúdos
formais e programáticos. É respeitar as crenças e valores que todos trazem
consigo ao vivenciar aprendizados, saindo do paradigma que estabelece uma
prática educativa linear — onde um ensina e vários aprendem — para outro,
que se compromete com a inclusão efetiva de todos no processo educativo, e
portanto, incorpora ao ato educativo a lógica circular do aprendizado, onde
todos ensinam e todos aprendem. Mais do que memorizar conteúdos, prioriza a
produção continua de conhecimento, legitima os saberes distintos e
complementares e acolhe as emoções como parte fundamental da prática
educativa.
Somos desafiados a compreender que todos somos diferentes, mas
iguais em direitos e que precisamos conviver respeitando uns aos outros, no
constante propósito da promoção dos direitos humanos. Diante dessa
realidade encontrada nas escolas, o estudo, a pesquisa e o diálogo sobre a
diversidade cultural religiosa se apresentam como um dos elementos para a
formação integral do ser humano no espaço escolar e encaminham vivências
fundamentadas nos direitos humanos e direitos à diferença (Oliveira, 2003).
Compreendemos que a escola não é espaço para ensinar a religião,
mas sim lugar de construção de conhecimentos sobre a diversidade cultural
religiosa brasileira e mundial, cabe aos educadores e aos educandos refletir
sobre as diversas experiências religiosas que os cercam; analisar o papel dos
movimentos e tradições religiosas na estruturação e manutenção das
diferentes culturas; compreender que cada sujeito ou grupo social possui seus
próprios referenciais para lidar com os desafios da vida cotidiana.
No estado do Rio Grande do Sul, na cidade de Porto Alegre localiza-se
a EMEF Migrantes, que realizou um projeto de trabalho em uma turma, tendo
uma aluna com identidade de gênero diferente da dominante, com o objetivo
de evitar discriminação e conflitos. Nessa mesma turma já tinha sido trabalhado
a diversidade da cultura religiosa, e dentre os aspectos pesquisados pelos
alunos, foram abordadas as religiões de matriz africana. Durante a realização
do projeto duas mães se manifestaram contrárias à participação de suas filhas
na aula, sempre que as referidas temáticas forem trabalhadas. Alegaram,
principalmente, que as questões religiosas deveriam ser abordadas
exclusivamente a partir de uma perspectiva bíblica, desconsiderando outras
possibilidades.
Diante da situação a direção da escola recorreu ao Conselho Municipal
de Educação que emitiu um parecer assegurando que não há irregularidade no
trabalho que foi feito junto aos alunos da turma, em relação à educação étnico-
racial e à educação de gênero, já que esta é uma abordagem que deve
perpassar todo o currículo do ensino fundamental. Não cabe às mães ou às
famílias determinarem o conteúdo escolar e que na educação não pode haver
privilégio para nenhum credo religioso.

Observamos que o problema da intolerância religiosa está inserido em


todas as camadas da sociedade, pois existe o fato de que religiões se
consideram como único e correto modelo a ser seguido, causando assim a
discriminação das outras vertentes religiosas, cabe a escola desenvolver
projetos que contemplem a Cultura da Paz. A alternativa para contornar a
violência nas escolas, modificando a rotina escolar desde o planejamento até
os protocolos de ação.
Na EMEF Jovino Ferreira Fiuza de Arroio do Tigre- RS é desenvolvido o
Projeto: Todos por uma EducAÇÃO melhor. O objetivo de contornar a violência
na escola, modificando a rotina escolar desde o planejamento até os protocolos
de ação. O projeto busca nas recomendações da UNESCO as estratégias para
criar um ambiente pacífico que são elas: alunos focados, espaço de diálogos
democráticos, estudo do problema, conflito é aprendizagem, comunicação não
violenta e bom uso de medidas corretivas. Além disso existe momentos de
discussões de ações que podem ou não serem implantadas na Escola, os
educandos pensando em formas de combater todos os tipos de violência no
ambiente escolar.

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