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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO


CENTRO DE EDUCAÇÃO
LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DEVID MOURA
THAÍS FELIX

RESUMO E ELABORAÇÃO DE PERGUNTAS


PESQUISA E PRÁTICA PEDAGÓGICA

Recife
2023
Introdução:

Não é de hoje que questões de gênero e sexualidade são tabus na sociedade brasileira. Na norma
heteronormativa que nos encontramos, pessoas que fogem desse molde, são discriminadas e até
violadas, principalmente tendo a figura masculina como destaque e a heterossexual como a única
aceita. Por esse motivo, a escola que deveria ser uma ambiente progressista, se tornou um lar da
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hostilidade vivida por nossa cultura, por isso que deve sempre ser fomentado o debate a cerca do
tema, a fim de que isso seja extinguido e o público feminino e LGBT saiba que aquele é sim seu
lugar. Portanto se faz necessário que dentro dos assuntos abordados pelo currículo de EJA, sejam
trazidos ao debate, temas referentes.

Durante esta etapa do material, é narrado a cerca de qual foi o objeto de estudo utilizado pelo
pesquisador, isto é, duas escolas públicas referentes ao ensino fundamental e médio adepta à
modalidade EJA.

Nosso meio social é algo que vem se mostrando bastante excludente até mesmo para um país em
que a homofobia já é criminalizada, quando comparamos a um outro em que ser homossexual
que é um crime, onde mulheres não podem vestir o que desejarem e onde qualquer pessoa que se
negue a isso, é morta. Dentro das escolas, mesmo com a mínima evolução dentro daquelas
quatro paredes da sala de aula, é possível observar uma mudança de ares em relação a
diversidade encontrada lá. Com isso, o currículo que por muito tempo se foi dado como
intocado, apenas para a série de disciplinas e conteúdos que devem ser seguidos e não
questionados e nem adaptados, se vê em constante modulação a cerca da necessidade de que
sejam trazidos temas que abordem a realidade na nossa sociedade. Porém, com a repressão
sofrida pelos profissionais e alunos que se arriscam a fazer o certo, foi levado ao campo do
currículo oculto toda forma de debate sobre gênero e sexualidade.

Um outro problema acarretado do preconceito de nossa realidade, é que o material didático não
se é adaptado para as diferentes formas de pensar e temas necessários para a criação de um
ambiente mais justo e respeitoso. Foi só no final da década de 80 que com a criação da
constituição, pessoas diferentes puderam ter acesso a terem algum tipo de proteção. E apenas no
governo Lula foram programados projetos que visavam a diversidade não apenas de gênero e
sexualidade mas de inclusão como um todo.

De forma equivocada, a orientação sexual é muitas vezes confundida (talvez propositalmente)


com o sexo em si. Sexualidade não é sempre acompanhada pelo sexo já que Sexualidade é uma
característica geral experimentada por todo ser humano e não necessita de relação exacerbada
com o sexo, uma vez que se define pela busca de prazeres, sendo estes não apenas os
explicitamente sexuais. É visto que durante muito tempo mesmo no currículo oculto da escola, o
debate sobre gênero de sexualidade é fomentado também na vida cotidiana do indivíduo. Uma
vez que os papeis de gênero pré estabelecidos são cobrados como obrigatórios no ponto de vista
social como mulheres serem meigas e educadas, enquanto homens são brutos e esportistas; a
visão progressista contagia a todos no sentido de ter a certeza de que isso precisa ser mudado.

É indiscutível que falar sobre as questões de gênero e sexualidade nas salas de aula é essencial
para garantir uma educação inclusiva nas escolas. Porém, há diversas dificuldades, como a
resistência em entender que os limites que foram estabelecidos socialmente em relação ao gênero
e a sexualidade vêm sendo desfeitos no decorrer dos anos. Assim, os autores reconhecem a
diversidade e a complexidade das identidades de gênero e sexualidade, que não se limitam a
categorias binárias e fixas. Eles também apontam que há uma imposição social de padrões de
comportamento para homens e mulheres, que ignoram as diferenças e as contradições presentes
em cada um. Essa imposição gera a discriminação e exclusão para aqueles que não se enquadram
nas normas estabelecidas.

Dessa forma, o texto aborda a importância de uma educação sexual crítica e reflexiva, tendo
como referência os Parâmetros Curriculares Nacionais. É defendido que o professor deve evitar
impor seus valores, crenças e opiniões aos alunos, e sim dialogar com eles sobre suas dúvidas e
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questionamentos, respeitando seus ritmos e interesses. Além disso, o autor enfatiza que o
professor deve se reconhecer como um sujeito que também produz e transforma conhecimentos,
e que se envolve em um processo de desenvolvimento pessoal, cultural e profissional ao lidar
com as questões de gênero e identidades. O texto defende que a educação é um direito humano
fundamental que deve ser garantido a todas as pessoas, independentemente de sua identidade de
gênero ou orientação sexual. Ele propõe que políticas públicas voltadas para a redução das
desigualdades e o respeito à diversidade sejam adotadas para promover uma sociedade mais
democrática e solidária, livre de preconceitos.

Metodologia:

A proposta do projeto de pesquisa envolve uma abordagem qualitativa e duas fases: uma
bibliográfica e outra empírica. Em seguida, é feita uma descrição das escolas onde foram
coletados os dados, que foram de natureza descritiva, e os aspectos que a serem analisados, como
o currículo, o gênero e a sexualidade. Em relação aos procedimentos técnicos da pesquisa foram
utilizados a pesquisa bibliográfica, documental e estudo de caso. Já nas técnicas de pesquisa
foram utilizados questionários com questões abertas, pré-formadas e fechadas. A pesquisa foi
realizada com 50 alunos, sendo 25 da escola municipal, ensino
fundamental, e 25 da escola estadual ensino médio e mais 30 professores, de todas as áreas de
conhecimento na Escola de Ensino Médio Integral Integrado à Educação Profissional Professora
Izaura Antonia de Lisboa – EPIAL (Rede Estadual) e na Escola de
Ensino Fundamental João Batista Pereira da Silva (rede Municipal).

Resultados esperados:

O objetivo do presente trabalho era fazer um levantamento histórico da EJA no Brasil, bem
como essa modalidade se enquadra na perspectiva da Andragogia e do Multiculturalismo;
conhecer a realidade dos sujeitos pesquisados, com relação ao gênero, valores éticos e morais
formados a partir de suas experiências de vida no ambiente em que estão inseridos; compreender
através da legislação que prescreve a EJA, como toda e qualquer educação visa o pleno
desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho, se enquadra nessa modalidade de ensino a fim de uma igualdade de acesso a educação
como um bem social; e por fim, problematizar e desconstruir esses significados culturalmente
formados sobre o tema, e trazer mais igualdade nas relações humanas.

Considerações finais:

Por fim, os autores afirmam que não aceitar a discussão sobre gênero em ambientes escolares,
significa fechar os olhos para as possibilidades de desconstruir valores que alimentam a
desigualdade e até mesmo a violência. A inclusão desse tema nos currículos e nas escolas é
extremamente necessário, não apenas para acabar com a discriminação, mas também para
identificar os motivos para tais atos. Ao finalizar, afirmam que trata-se de uma questão de
visibilidade, o sujeito da EJA precisa ser visto como cidadão de direitos, e que esses direitos
sejam atendidos e assistidos através desse processo educativo que visa ao desenvolvimento do
ser humano, de suas potencialidades, habilidades e competências.
PERGUNTAS:

- Qual é o papel da EJA para ajudar na promoção da igualdade de gênero?


- Quais são os desafios específicos que as mulheres enfrentam na EJA?
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- Como os professores podem através dos conteúdos ajudar no processo de


superação desses desafios?
- A EJA é uma modalidade de ensino que pode beneficiar todos os alunos,
independentemente de seu gênero, raça, etnia ou outras características. No entanto,
como ela pode ajudar as mulheres a superar os desafios que enfrentam na
sociedade e desenvolver suas habilidades e conhecimentos para alcançar seus
objetivos?

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