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Grande abraço.
Os trechos a seguir foram extraídos da
dissertação “Percepções de
professorer/as sobre gênero,
sexualidade e homofobia: pensando a
formação continuada a partir de relatos
da prática docente” de autoria de Liane
Kellen Rizzato sob orientação da
professora Dra. Claudia Vianna.
consiste em dizer-lhes o tempo todo que devem aceitar não
‘perturbar’ a ordem sexual vigente na esfera pública escolar e
que devem ser ‘discretas
As contradições, dissonâncias e continuidades presentes
nos relatos dos sujeitos (documentário e pesquisa) sobre
relações de gênero e diversidade sexual na escola
reportaram-me diretamente às estratégias discursivas que
se mostraram vinculadas à disputa política em torno do
saber a respeito das diferenças sexuais: aos símbolos
sociais; aos conceitos normativos baseados na binaridade
fixa entre feminino e masculino; às instituições; à
organização social; à subjetividade dos sujeitos (SCOTT,
1995); à heterossexualidade compulsória (BUTLER, 2010).
Nos relatos, foi notável a ideia do sexo como ideal
regulatório (FOUCAULT, 2010) mascarando a complexidade
de forças – classe, raça/etnia, gênero – que modelam
atitudes e comportamentos sexuais (WEEKS, 2010).
Nesse sentido, observa-se nos discursos a invisibilidade
do empenho pela produção e pela manutenção de um
dispositivo voltado para o controle dos corpos e das
vivências sexuais (FOUCAULT, 2010) em prol da
“normalidade”, do que é natural, inato e inalterável na
identidade dos sujeitos. Estabelece-se estreita
correspondência entre o corpo socialmente aceitável e a
identidade de gênero natural a esse corpo (WEEKS, 2010).
É necessário, na escola, pensar o corpo como um
aparato herdado e constitucional, que possui sim
a infraestrutura básica biológica dos seres
humanos mas também pensar nesse corpo como
possibilidade de apropriação subjetiva de toda
experiência na interação com o meio. Um corpo
atravessado pela inteligência e pelo desejo. Um
corpo que pulsa e sente pois está imiscuído em
fatores culturais que intervêm na sua construção
e percepção. Esse corpo/todo que inclui as
dimensões biológica, psicológica e social.
Na escola, ao pensarmos em corpo como
matriz da sexualidade humana pensamos
também em autocuidado, autoimagem,
autoestima, autoconceito, padrões de
beleza, regras, interdições, valorização e
desvalorização de comportamentos
sociais etc.
Como Fazer?
Na mente ecoa o:
Como?
Como?
Como, na escola, eu saio da dimensão do
preconceito e vou para a dimensão da
generosidade, da partilha, do encontro, do afeto?