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FEMINISMO: UM TRABALHO INTERDISCIPLINAR NAS AULAS DE DIREITO E

DE LÍNGUA PORTUGUESA DO CEDUP – CENTRO DE EDUCAÇÃO


PROFISSIONAL “ABÍLIO PAULO” – CAMPUS CRICIÚMA/SC

Ana Caroline da Silva Florentino


Acs.florentino@gmail.com
Ana Claudia da Silva Florentino
florentinoanaclaudia@gmail.com
Diana Mireya Assunção
dianamireyaassuncao@outlook.com
Maria Luiza Nonnenmacher
luizanonnenmacher@hotmail.com
Raiana Scarsi Fenali
santofenali@gmail.com
Juliano Paines Martins
professorjulianomartins@gmail.com
Cris Bolan
Cris.bolan@hotmail.com

Resumo: O presente estudo trata o assunto Feminismo como tema interdisciplinar


trabalhado nas aulas de Direito e de Língua Portuguesa da turma 2-14 do Curso
Técnico em Administração de Empresas do CEDUP – Centro de Educação
Profissional “Abílio Paulo” campus Criciúma/SC. A metodologia de trabalho recai
sobre os eixos transversais “Ética, Direitos Humanos, Pluralidade Cultural e de
Gênero e Cidadania” nominados pelos PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais
(1997) com ênfase para trabalhar na sala de aula a formação cidadã através de
leituras e de produção textual. O resultado desse estudo teórico/prático é a reflexão
do feminismo enquanto corrente filosófica e a atuação da mulher em diferentes
espaços sociais.

Palavras-chave: Feminismo; Gênero; Cidadania; Ética; Direitos Humanos.

Introdução

Os PCNs – Parâmetros Curriculares Nacionais elaboraram eixos transversais


no ano de 1997 para nortear os educadores nas diversas esferas (Federal, Estadual
e Municipal) a construir suas propostas curriculares como o PNDE – Plano Nacional
de Educação, Proposta Curricular Estadual de Educação, Lei Orgânica Municipal de
Educação e, principalmente, os PPPs – Projetos Políticos pedagógicos construídos
por toda a comunidade escolar (professores, pais e alunos) no âmbito escolar. (MEC,
1997)
O trabalho consiste em conscientizar de que a mulher é um indivíduo que
contribui para a sociedade e que a discriminação de gênero acontece nas bases de
formação social, como a família e a escola de maneira implícita e explícita. O “cerne”
deste problema é a falta de diálogo dessas instituições (família/escola) que
contribuiriam, caso acontecesse, na diminuição da violência física e verbal nos
diferentes espaços que homens e mulheres estão inseridos: família, escola, redes
sociais, trabalho, lazer etc. Dessa forma, a pesquisa em andamento, vislumbra que é
na escola onde crianças, adolescentes e jovens em desenvolvimento psicossocial
estão receptivos a uma infinidade de textos com vínculos pedagógicos, todavia,
porque não inserir a temática da mulher nas práticas de leitura e escrita nas aulas de
diferentes disciplinas de uma escola, de ambos os currículos do ensino médio e ensino
técnico?
Assim, criou-se uma metodologia de sequência didática em leitura e produção
textual em forma de seminário e oficinas de debates e produção textual nas aulas de
Direito e Língua Portuguesa do CEDUP – Centro de Educação Profissional “Abílio
Paulo” campus Criciúma/SC. A construção dos seminários partiu de um grupo de
alunas da turma do segundo ano do curso técnico em administração, turma 2-14, que
ao lerem o texto oportunizado pela professora de Direito e Legislação Cris Bolan
intitulado “Mulher Maravilha: a heroína da pós - modernidade”, escrito pela psicóloga
Anita O. Mussi no jornal A Tribuna no dia 03 de julho de 2017.
Após a leitura, houve um debate sobre o destino da mulher na
contemporaneidade, ela, a mulher (maravilha) precisa vencer o mal. O mal a ser
combatido, comparando metaforicamente, à heroína do filme Mulher Maravilha é ter
que garantir através de muita força e lutas um lugar chamado mundo desigual.
As leituras “O segundo sexo (fatos e mitos e a experiência vivida)” da filósofa
francesa Simone de Beauvoir, que garantiram os debates críticos como, por exemplo,
quando a escritora compara a relação de diferenças que há entre os dois sexos
(feminino e masculino) com a eletricidade e os seus dois polos: positivo e negativo. O
homem é o polo positivo e o neutro, enquanto a mulher é o negativo, comparando com
a etimologia da palavra homo é o mesmo de vir, então a palavra humano está mais
próxima a raiz de origem homem do que a palavra mulher. Logo, o homem é mais ser
humano do que a mulher? A comparação mostra a “imputação” que foi dada a mulher
historicamente. Outra crítica: "Você pensa assim porque é uma mulher". Mas eu sabia
que minha única defesa era responder: "penso, porque é verdadeiro". (BEAUVOIR,
1970, p.9)
As leituras dos seminários e das oficinas foram: Lei Maria da Penha nº
11340/2006 (disciplina de direito); Girl Power: dos clipes de Beyoncé à redação do
Enem, o combate ao machismo está em pauta (disciplina de língua portuguesa); Lei
do Feminicídio nº 13104/2015 (disciplina de direito); Sites: Não me Khalo, Lugar de
Mulher e Universidade Livre Feminista (disciplina de língua portuguesa).
Já, as produções textuais aconteceram: criação de um mural com a exposição
da linha do tempo das ascensões das mulheres na sociedade (disciplina de direito), e
redação de um artigo para a publicação em seminários na escola e da região
(disciplina de língua portuguesa), além da criação da letra de música “Mulher
Maravilha” (disciplina de direito).

Resultados e Discussão

Os seminários sobre a contribuição da mulher nos diferentes espaços sociais


ainda estão acontecendo, inclusive, seu apogeu consiste na apresentação do
presente trabalho no III Seminário de Filosofia e Sociedade: Estética, Literatura e
Filosofia Social e IV Colóquio sobre Educação, Formação Cultural e Sociedade da
UNESC – Universidade do Extremo Sul Catarinense como forma de divulgar a
formação leitora em direitos humanos, gênero e a produção científica de alunos e
professores de uma escola técnica integrada ao ensino médio.
Considerações Finais

Os resultados comunicados nesse texto tiveram e tem como obrigação a


reflexão sobre um tema que cerca a formação humana e intelectual de alunas, de
alunos e de professores contra as “diferenças e as violências entre os gêneros” e pelo
respeito a qual representam os homens e as mulheres da atual sociedade, ainda, em
desenvolvimento social.

Referências
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: fatos e mitos. São Paulo: Difusão Europeia
do Livro, 1970.
BEAUVOIR, Simone. O segundo sexo: a experiência vivida. São Paulo: Difusão
Europeia do Livro, 1967.
Lei Maria da Penha nº 11340/2006. Disponível em:
<https://presrepublica.jusbrasil.com.br/legislacao/95552/lei-maria-da-penha-lei-
11340-06>.
Acessado no dia 10 de julho de 2017.
Lei do Feminicídio nº 13104/2015. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/lei/L13104.htm>.
Acessado no dia 10 de julho de 2017.
Lei nº 5452/1943 da CLT – Consolidação das Leis do Trabalho. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del5452.htm>.
Acessado no dia 10 de julho de 2017.
Lugar de mulher. Disponível em: <http://lugardemulher.com.br/>. Acessado no dia
06 de março de 2017.
Não me Khalo. Disponível em: <http://www.naomekahlo.com/>. Acessado no dia 05
de março de 2017.
MUSSI, Anita O. Mulher Maravilha: a heroína da pós-modernidade. Coluna opinião
do Jornal A Tribuna. Criciúma/SC: Jornal A Tribuna, 3 de julho de 2017, p. 2.
PAULA, Luciana. Girl Power: dos clipes da Beyoncé à redação do Enem, o
combate ao machismo está em pauta. Coluna Capa da Revista Its.
Florianópolis/SC: Editora Mais, março de 2016, pp. 24-31.
Universidade Livre Feminista. Disponível em: http://feminismo.org.br/
Acessado no dia 07 de março de 2017.

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