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Análise de Dados

Qualitativos
LÜDKE, M.; ANDRÉ, M. E. D.
A. Pesquisa em educação:
abordagens qualitativas. São
Paulo: EPU, 1986.

Capítulo 4
A análise de dados e
algumas questões
relacionadas à objetividade
e à validade nas abordagens
qualitativas
Momentos da Análise
A tarefa de análise implica, num
primeiro momento, a organização de
todo o material, dividindo-os em partes,
relacionando essas partes e
procurando identificar nelas tendências
e padrões relevantes. Num segundo
momento essas tendências e padrões
são reavaliados, buscando-se relações
e inferências num nível de abstração
mais elevado.
Aprofundamento da
Revisão de Literatura
(...) a volta à literatura pertinente durante a
coleta (de dados) pode ajudar muito a
análise. Algumas perguntas podem, por
exemplo, ser levantadas, como: Quais os
principais questionamentos apontados pela
literatura sobre os temas selecionados?
Quais os pontos comuns e os pontos
divergentes entre o que aparece nesse e em
outros estudos similares? O que tem sido
negligenciado pela literatura sobre esse
assunto?
Aprofundamento da
Revisão de Literatura

Relacionar as descobertas feitas


durante o estudo com o que já existe
na literatura é fundamental para que se
possam tomar decisões mais seguras
sobre as direções em que vale a pena
concentrar o esforço e as atenções.
A Análise após a
Coleta de Dados
A fase mais formal de análise tem lugar
quando a coleta de dados está
praticamente encerrada. Nesse
momento o pesquisador já deve ter
uma idéia mais ou menos clara das
possíveis direções teóricas do estudo e
parte então para “trabalhar” o material
acumulado, buscando destacar os
principais achados da pesquisa.
A Análise após a
Coleta de Dados

O primeiro passo nessa análise é a


construção de um conjunto de
categorias descritivas. O referencial
teórico do estudo fornece geralmente a
base inicial de conceitos a partir dos
quais é feita a primeira classificação
dos dados.
A Análise após a
Coleta de Dados

É preciso que a análise não se restrinja


ao que está explícito no material, mas
procure ir mais fundo, desvelando
mensagens implícitas, dimensões
contraditórias e temas
sistematicamente “silenciados”.
Como Analisar?

Alguns Exemplos
Levantamento de concepções
prévias - Catherine e Douglas
Narrativa Oral Momentos do
episódio:
– TCLE;
Transcrição – Vídeo;
– Breve discussão;
– Exercícios do pré-
teste.
Narrativa Escrita
Descrição - Catherine/Douglas - Alunos - Martha
Como analisar?
Como esta é a transcrição Vamos imaginar que se
do momento em que os trata de um episódio de
licenciandos gerenciaram uma aula em que se
asPredominância
atividades do pré-teste, buscava auxiliar os
poderíamos analisar como estudantes na construção
da(osfala
as falas dos dos
comandos) de conceitos referentes à
professores
professores - poluição.
pesquisadores
A primeira vista, o que
influenciaram nas
chamaria nossa atenção?
produções dos alunos.
Entretanto...
Como analisar?

KRASILCHIK Comunicação
(2008) professor-aluno

Predominância da As Ciências nas


FUMAGALLI (1998)
fala do professor séries iniciais

Conteúdos
ZABALA (1998) procedimentais e
atitudinais
Aula 3 – Fernando, Luis
Gustavo e Nivaldo
Licenciandos - Descrição - Alunos - Professora
Como analisar?

BIZZO (2007) p. 74-77 Experimentos e


BIZZO (2009) p. 49-54 demonstração

Ward (2010) p. 83- Investigação


Experimentação
105 científica

KRASILCHIK (2008)
MARANDINO, Aula Prática
(2009) p. 97-116
Como analisar?

Ensino por
LORENCINI (2000) perguntas
BIZZO (2007) p. 49-53

ARCÁ, (2002) p. Interação


Discussão
69-89 professor aluno

KRASILCHIK Comunicação
(2008) professor-aluno
Como analisar?

Conteúdos
ZABALA (1999) procedimentais

Tipologia de Conteúdos
ZABALA (1998)
Conteúdos procedimentais

A natureza dos
POZO; CRESPO procedimentos
(2001) p. 51-83 como conteúdos de
aprendizagem
Ensino de Evolução Biológica
Tais e Caio
Quadro Teórico
Antropocentrismo Oliveira
Aprendizagem significativa Fontana; Moreira
Comunicação professor-aluno Krasilchik
Concepções de alunos e/ou Bizzo; Carneiro; Chaves; Cicillini;
professores Goedert; Meglhioratti
Criacionismo Contins e Carneiro; Cunha;Hortolà
e Carbonell; Kerr; Piolli; Piolli e
Dias; Tait
Dificuldades docentes Goedert; Piolli e Dias;
Evolução como tema unificador dos Dobzhansky; Futuyma; Tidon e
conhecimentos biológicos Lewontin
Interações em sala de aula Moreira; Vygotsky
Livro didático Cicillini; Lopes
Buscando Convergências
Quadro Teórico
Evolução como
BIZZO; CHAVES
“melhora”

Concepções de BIZZO; CHAVES;


Finalismo
estudantes CICILLINI

Incompreensão
GUERRERO;
das teorias
CARNEIRO
científicas

Da utilidade dos
Antropocentrismo OLIVEIRA
seres vivos
Buscando Convergências
Transcrições
Buscando Convergências
Transcrições – Situação Emblemática
Taís: E também esses... E até hoje é possível Taís: Mitocôndria e cloroplasto? Cloroplasto são
ser formado estromatólitos, até hoje nos dias aquelas organelas que a gente só encontra só
atuais, só que qual que é o problema? Esses... nas plantas, que são responsáveis pela
Essas estruturas são muito sensíveis à poluição fotossíntese. E a mitocôndria tem na planta e tem
então normalmente elas não conseguem ter o na célula animal também e ela é responsável pela
sucesso que elas tinham antes, entendeu? respiração celular. Pela formação de ATP que é
Porque antes não tinha tanta poluição no mar, responsável pela energia, já ouviram falar de
né? Tanta coisa sendo jogada, então, era mais ATP? É uma molécula que armazena energia
fácil naquela época do que é hoje, mas ainda é então ela tá envolvida nesse processo. Através
formado, tá?. E é importante, assim, entender do oxigênio que a gente capta do ar ela faz essa
que o fato da gente tá colocando os conversão pro ATP. E deixa eu só falar mais um
estromatólitos e as cianobactérias no coisinha é... Do porque o bicho serve. É... Muitas
Proterozóico não significa que existiu só nessa algas que surgiram nessa época e até ali no
Cambriano, elas foram responsáveis pela
época, as cianobactérias existem até hoje e os produção de oxigênio na Terra...
estromatólitos também, como eu falei agora.
Ana Paula: Então serve pra alguma coisa...
Ana Paula: Elas servem pra que?
Taís: Então, mas não é “que serve pra alguma
Caio: É tão feio pergunta pra quê que um ser coisa”...
vivo serve! Ana Paula: Serviu pra alguma coisa...
Risos. Taís: A gente tem que pensar que esse bicho hoje
Evandro: Pra quê que você serve? tá inserido numa cadeia alimentar, entendeu?
Risos. Caio: A gente na biologia quando fala de evolução
Taís: Na verdade a gente não vai poder usar tem que pensar assim, por acaso essa
essa linguagem aqui na aula, “pra que serve cianobactéria faz fotossíntese, por acaso ela
uma coisa”, entendeu? A gente... libera oxigênio e por acaso ajudou na formação
da Terra.
Resumindo...
A (leitura da) teoria desempenha papel
fundamental no processo de análise.
Sem um referencial teórico coerente e
“substancioso”, as atividades de
ordenação, categorização, explicação e
teorização tornam-se extremamente
árduas, quiçá impossíveis.
Quando lemos, os dados dialogam
conosco!
Em Caso de Dúvida...
Em Caso de Dúvida...
• Autoria e autorização: questões éticas nas pesquisas com crianças.
Sônia Kramer
• Termo de Consentimento Livre Esclarecido – TCLE
• É pesquisa é? Sobre pesquisa educacional, o professor e o
professor pesquisador. João Antônio Telles
• Pesquisa qualitativa: reflexões sobre o trabalho de campo. Rosália
Duarte.
• Quantitativo-Qualitativo: Oposição ou Complementaridade?. Maria
Cecilia de S. Minayo e Odécio Sanches
• Pesquisa-ação: uma introdução metodológica. David Tripp
• Estudo de caso: seu potencial na educação. Marli André
• A pesquisa qualitativa e o ensino de ciências nos trabalhos do
ENPEC: outras questões a serem discutidas. Daniela Ripoll, Marise
Basso Amaral, Leonardo Moraes dos Santos
Em Caso de Dúvida...
• Diretrizes e normas técnicas para elaboração e apresentação de trabalhos
acadêmicos. Maria das Graças Ribeiro Moreira Petruci e Vânia de Fátima
Martino (obrigatório tirar cópia ou buscar na internet a norma da ABNT NBR
6023/2002: Elaboração de referências bibliográficas
http://www.bu.ufsc.br/framerefer.html)
• Sobre o problema de pesquisa. Sérgio Vasconcelos de Luna
• Dados como diagnóstico: construindo dados a partir de registros de
observação de interações discursivas em salas de aula de ciências. Isabel
Martins
• Uma metodologia para análise da dinâmica entre zonas de um perfil
conceitual e discurso da sala de aula. Edênia Maria Ribeiro do Amaral &
Eduardo Fleury Mortimer
• Algumas questões técnicas e metodológicas sobre o registro da ação na
sala de aula: captação e armazenamento digitais. Marcelo Giordan
• Uma metodologia de pesquisa para estudar os processos de ensino
aprendizagem em sala de aula. Anna Maria Pessoa de Carvalho
• Os cientistas precisam escrever (desconheço autoria)
• Alguns métodos de coleta de dados utilizados na pesquisa em ensino de
ciências. Fernando Bastos
OBRIGADO!

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