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VoLUME VII
EDITORA DA
SBHMAT
2001
Sot 11 U A t UI IJHAS IU lmA DE HISTúRIA DA MATEMÁTICA SUMÁRIO
R EFERêNCIAS 68
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84 207-2505 Natai!RN
scamara@matrix.com.br
lt N/lJFIBC ZM CDU 51
APRESENTAÇÃO
John A. Fossa
Editor Geral da Série
Textos de História da Matemática
LABORATÓRIO DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
não-estruturada, a prior, em convicção de (.lcun Pingct, em Jnherlder, Garcia & Voneche, 1996, p. 55,
verdade. O processamento de um obstáculo tttllul Macedo citado abaixo)
necessita, geralmente, de implementação de ... falo das condutas alfa, beta e gama quer
uma situação-problema. (Etienne e Lerouge, dizer, da perturbação, primeiro simplesmente
apud Perrenoud p. 59). neutralizada, em .'leguida, parcialmente
Quanto a noção de Epistemologia hoje é bem diferente do incorporaria no sistema o que produz um
que se tinha quando criada, como Teoria do Conhecimento. Naquela dt•,vlot'(lllll' flt o de equilíbrio e, finalmente,
época pensava-se que o conhecimento teria uma teoria universal, t Wflf)ltlf rmll'ltll· Integrada a titulo de variação
conceito esse que foi muito combatido, e o é até hoje, mas lnlt'tllrt do ·''1,\'tl·mu.
principalmente por Kant no seu livro Crítica à Razão Pura. Hoje 1111 pnltlli u; o N/ o.\' '1'•6rlcos que E\·truturam o ENEM
cJttcnde-se epistemologia mais como Teoria da Aprendizagem. (MI •.<' INI·:P • I ~NEM) Lino de Macedo (1999, p. ll) faz uma
No mesmo texto, Bachelard (1972, p. 14) divide esses JK' tgnuIn d • ·lslvu:
obstáculos em duas grandes categorias: A 1 ih ruçlks"problcma, pelos obstáculos propostos, desafiam
A noção de obstáculo epistemológico pode ser m·olmms a mobilizarem seus recurso e a aproveitarem os recurso
estudada no desenvolvimento histórico do fom<' ·Idos no contexto?
pensamento cientifico e na prática da I~nUlo , podemos encarar as situações"problema como
educação. ohsl{a·ulos, c porque não como obstáculos epistemológicos?
Assim, podemos resumir estas duas categorias : Para entender um pouco mais os sentido de situação-problema,
A) Histórico - quando é proveniente de um dado histórico, volto a citar o livro de Perrenoud:
isto é um obstáculo que teve que ser vencido quando da descoberta Uma situação-problema não é uma situação
e se repete cada vez que a descoberta é chamada a agir. Por didática qualquer, pois deve colocar o aprendiz
exemplo, na matemática o conceito de zero é um obstáculo diante de uma série de decisões a serem
epistemológico, pois foram necessários séculos para a humanidade tomadas para alcançar um objetivo que ele
chegar neste conceito, logo é dificil como conceito e leva então a mesmo escolheu ou que lhe foi proposto e até
um obstáculo na aprendizagem. traçado. Pragmático não quer dizer utilitarista:
B) Didático- é quando se apresenta no ato pedagógico, e pode-se traçar como projeto entender a origem
da vida tanto quanto lançar um foguete,
pode ser superado numa didática diferente, dependendo do
inventar um roteiro ou uma máquina de
aprendiz. Recursos didáticos que levam a uma aprendizagem,
costura. Entre as dez características de uma
digamos, mas significativa, são as pesquisas mais importantes para situação-problema destacarei que ela:
os educadores hoje. Todos os paradígmas educacionais com que . está organizada em torno de superação de
vivemos hoje são frutos dessa preocupação dos educadores. um obstáculo ... , obstáculo esse previamente
Por outro lado Piaget fala em perturbações que levam a identificado;
condulas que ele chamou de alfa, beta e gama: · deve oferecer uma resistência suficiente, que
leve o aluno a investir seus conhecimentos
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LABORATÚRJO DE HISTúRlA DA MATEMÁTICA
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Eduardo Sebastiani Ferreira LABORATÓRIO DE HISTóRIA DA MATEMÁTICA
chegar, com o tempo, a um domínio maior das 3 - Perturba-se o sistema (S) enviando-lhe a
competências de integração. " partir de fontes devidamente controladas
A História da Matemática em sala de aula é então l.L.'ll elemento fluxos bem definidos de matéria ou de energia
importante no processo de construir competências, ela mostra os (fluxos descritos segundo a natureza, o débito,
obstáculo epistemologicos, segundo Bachelard, o que leva o a velocidade e a posição pelo protocolo de
aprendiz a construir competências para supera-los, quando trabalha experiência);
4 - Inventariam-se as respostas do sistema
com situações-problemas contextualizados. Mas vem então a
graças aos aparelhos cuja natureza e posição
pergunta: Como usar a História da Matemática em sala de aula?
relativamente a (D) são específicos no
Para responder essa pergunta, minha proposta é a construção do protocolo de experiência.
Laboratório de História da Matemática no sentido que descrevo Obtém-se assim o 'fato' experimental. Este fato experimental
abaixo. é científico? Levanta-se aqui um problema de definição; mas estaria
tentado a pensar que um fato experimental não pode ser tido como
o LABORATÓRIO DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA científico a não ser que satisfaça dois critérios, que como veremos,
funcionam freqüentemente de maneira contraditória
Renê Thom fez um discurso extremamente polêmico na 1. O fato deve ser reprodutível. O que exige que os protocolos
Academia de Ciência da Frânça: "O Método Experh-nental: Um de preparação e de experiência sejam suficientemente precisos e
Mito dos Epistemólogos (e dos Sábios?)", em 1984, na qual critica pormenorizados para que se possa - em outra altura e em outro
o uso do termo Método de Pesquisa dizendo ser contraditório. Ele lugar- reproduzir a experiência. A hipótese de reprodutibilidade
usa para tal afirmação a concepção carteziana de método ( do fato exige -numa interpretação dinâmica - uma hipótese de
repertório obrigatório de procedimentos canonicamente definidos). 'estabilidade. estrutural' (aliás 'genericidade') das dinâmicas
Este discurso teve uma grande repercussão no meio acadêmico, subjacentes.
com vários cientistas se opondo ao seu pensar. Mas o que eu gostaria 2. O fato deve apresentar algum interesse. Aflora-se aqui um
de tratar é quando ele escreve especificamente sobre a pesquisa problema imenso. Digamos somente que o interesse pode ser: quer
como um fato cientifico, e isto todos os oponentes a Thom não p~tico (tecnológico), quer teórico.
contestaram. Para ele a realização de uma experiência segue os Uma das preocupações de todo historiador da ciência é saber
seguintes passos: o que guiou o cientista para a experiência. Thom dá também aqui
1 - Isola-se um domínio D do espaço-tempo o sua interpretação deste fato:
'laboratório·. As paredes de D podem ser reais .. . a experiência é guiada quer por uma
ou fictícias; necessidade tecnologica imediata (por
2 - Enche-se esse domínio com diversos exemplo: testar as propriedades deste ou
ingredientes: substâncias químicas, seres vivos, daquele material nesta ou naquela condição),
etc..que constituem o sistema estudado (S), quer por uma hipótese, fruto de uma
.wwmrlo um protocolo de preparação (escrito experiência mental (Gedankenexperment) que
' ' "' I IIIJ( I((f 11\'!lal tecnicizada); a precede e da qual queremos ensaiar a
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Eduardo Sebastiani FerTeira LABORATÓRIO DE HISTóRIA DA MATEMÁTICA
ml<'quação ao real. Quer dizer que toda a mais importante na formação do aluno. Ela dá a este aluno a noção
(' periência é resposta a uma pergunta (Thom exata desta ciência, como uma ciência em construção, com erros e
opud Hamburger, 1988, p.21; grifo meu). . acertos e sem verdades universais. Contrariando a idéia positivista de
N tt1 IU1:1 dus respostas à Thom, Jean Hamburger também nos uma ciência universal e com verdades absolutas, a História da
1h illlt l' On ·cpçffo de como ele entende o trabalho do pesquisador: Matemática tem este grande valor de poder também contextualizar
Trata-se de um diálogo. E esse diálogo não este saber, mostrar que seus conceitos são furtos de uma época histórica,
consiste somente em formular uma hipótese
dentro de um contexto social e político. Esta nova visão da Matemática
teórica seguida de uma experiência, por seu
faz com que el~..seja vista pelo aprendiz como um saber que tem
turno, que reage sobre os trâmites do
pensamento, modificam-nos, orientam-nos e significado, que foi, e é, construído pelo homem para responder uma
sugerem outras experiências que, por seu necessidade sua de leitura do mundo. Então, ele, o aluno, pode também
turno, farão evoluir a aproximação teórica do se apropriar deste saber, o que lhe propiciará. uma melhor leitura do
problema a resolver. Não se deve pensar que contexto, que o cerca, e mesmo de um contexto mais global.
isto é fácil. É preciso uma agilidade e uma Tudo isto sendo consenso entre os educadores matemáticos, existe
técnica intelectual cuja aquisição é diflcil. Os entretanto um problemapolêmico entre eles: Como fazer uso da História
grandes descobridores são aqueles que , afim de que se possa obter este ensino com significado? Como a
manejam esse método. com maior maestria História da Matemática em sala de aula poderá propiciar ao aluno uma
(Hamburger, 1988, p. 22). melhor leitura de seu mundo? Pelo menos em umponto há consenso
entre os educadores; não é dando bibliografia de grandes matemáticos,
MÉTODO EDUCACIONAL UTU.IZANDO PROBLEMAS muito menos contando fatos anedóticos sobre a criação de conceitos
HISTóRICOS DE MATEMÁTICA ou da vida deste matemáticos, que pode ajudar na educação dos alunos
e também não é isto que faz com que a História seja esta ferramenta
A experiência é a mestra dos mestres poderosa pedagogicamente.
Leonardo da Vinci Há várias maneiras de se usaraHistóriadaMatemáticano sentido
de se buscar um ensino com significado, útil na fonnação do cidadão.
Uma das grandes preocupações dos educadores matemáticos Alguns educadores recorrem à leitura dos originais, que apesar de ser
hoje é tentar levar ao educando este conhecimento científico, um poderoso recurso, é muito dificil para o aprendiz. Mesmo para o
construído pelo homem através de séculos, de maneira que tenha pesquisador em Matemática, ler um texto original, não é tarefa fácil.
significado e que contribua na formação deste cidadão, ou seja, Um dos fatores revolucionários na Matemática é sua fonna,
que construa competências. que altera com o tempo, devido a fatores sociais, políticos e mesmo
Nos congre&')Os tanto nacionais como internacionais de Educação da própria Matemática A forma é revolucionária nesta ciência pois
M l tlt'lll t icn L~m aparecido várias sugestões neste sentido. Existe hoje propicia as novas descobertas. Estando de posse da fonna como a
'u u Jl.'' 'ullp um; ·ducacionais correndo paralelamente. Uma destas Matemática se apresenta hoje, não é fácil entendê-la quando aparece
v ht'l t nln•v•''t dn ll hM)I inda MatemáticaApoiadapelamaioriados na escrita de uma outra época. Outras propostas aparecem entre
t.!w .uluu , u ii P.It'uiadu Mutcrnática éconsideradaumdostemas
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Eduardo Sebastiani Ferreira LABORATÓRIO DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
os educadores, como por exemplo a de Grattan-Guinness com sua percorrendo os principais momentos históricos no laboratório, até
"história satírica", na qual os problemas históricos são nos dias de hoje, onde o computador é uma das ferramentas mais
contextualizados nos diâS de hoje e também a proposta de Lakatos poderosa para o matemático, e então tratamos o nosso fato
"história destilada", onde se "destila" a história, conservando os experimental com esta ferramenta (protocolo de experiência).
fatores de maior significado para o aprendiz. Podemos citar outros 4 - O processo de inventariar a experiência é de extrema
autores, todos com argumentações convincentes e alguns mesmo importância para colocar aos alunos o desafio de expressar todo o
com experiências didáticas importantes. processo experimental.
Tenho também minha sugestão neste sentido, que também A avaliação é feita durante todo o processo pela participação
experimentei em sala de aula, com um retomo para mim satisfatório e também pelo trabalho final apresentado pelos grupos.
na formação dos meus alunos. Proponho então o Laboratório de Assim, um fato histórico da matemática (uma situação-
História da Matemática, tendo como guia as idéias de Thom. Para problema histórica) tem para mim um caráter de fato científico no
mim os problemas históricos na Matemática são experimentos sentido de Thom e, então, o processo de reprodutibilidade nos
científicos e, como tal, reprodutíveis. Na busca de reproduzir tais proporciona o reviver esse fato na sua época, e caminhar com ele
experimentos, busco no Laboratório seguir os passos que Thom pelos principais estilo (formas) na história da matemática
transcreveu, com tanta propriedade, em seu discurso na Academia Vou dar alguns exemplos de como proceder na reconstrução
de Ciência de Paris. Faço as adaptações necessárias para que, de situações-problemas históricos, que possa ajudar nossos alunos
usando o Laboratório de História da Matemática, seja de fato um na construção de competências. Tentarei dar exemplos que possam
laboratório experimental e além disso um momento de aprendizagem ser usados nos três níveis de ensino.
para meus alunos. Vejamos como as etapas sugeridas por Thom
são transcritas no laboratório: PROBLEMAS HISTÓRICOS
1 -Isolamos o laboratório para reproduzir a experiência, que
pode ser a sala de aula, a biblioteca ou o laboratório de computação;
MÉDIAS
2 - Os ingredientes que vão "encher" o espaço serão em
primeiro lugar o equipamento que se dispunha na época na qual o
fato foi descoberto. Estes equipamentos não necessariamente se Em Alexandria, durante o reinado de Diocleciano (284 -
constituem de material concreto, mas de conceitos, técnicas e 305),viveu um grande matemático • seguidor das idéias de Eudoxo
estratégias matemáticas que o autor dispunha (protocolo de e Arquimedes, Papus de Alexandria, que escreveu, por volta de
preparação). 320, um livro importante com o título de Coleção (Synagoge). Sua
3 - A perturbação do sistema se faz seguindo o processo importância é devido a vários fatores; pois além de conter conteúdos
histórico. Vamos mudando o equipamento com as novas aquisições inéditos para a época, é também wna rica fonte histórica da
que a mo temática vai nos colocando. O processo de descoberta matemática grega, além disso contém novas provas e lemas
do novos Iittguagcns matemáticas tem contribuído e muito para as suplementares para as obras de Euclides, Arquimedes, Apolônio e
r •voluçOcs nesta ciência. Assim com o mesmo fato histórico vou Ptolomeu.
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Eduardo Scbastiani Ferreira L ABORATÓRIO DE HISTó RIA DA M ATEMÁTICA
a-b n b = 2ac
Média harmônica - - = =.
b-c c a+c
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li.dunrdo Scb;ISti:llli Ferreira LABORATÓRIO DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
a:c=(a-b):(b-c).
Papus mostrou também, que se d~rmos a e b, ~demos ach~
c e se dermos b e c achamos geometricamente a .....Je reproduzm
~desenho sobre o outro e obteve então as três médias num mesmo
semi-círculo.
H
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Edunrdo Sebastiani Ferreira LABORATÓRIO DE HJSróRJA DA MATEMÁTICA
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Eduardo Sebasti:mi Ferreira LABORATÓRIO DE HlsróRIA DA MATEMÁTICA
O problema mudou, então, para como encontrar a média onde os triângulos BAD e ADC são retângulos, têm o lado AD em
proporcional contínua entre dois valores dados, e é nessa comum e as hipotenusas AC e BD se interceptam
formulação que aparece as várias soluções citadas por Eutócio. perpendicularmente em E. Então, se EC= a, EB = b, ED =x e EA
= y temos; por semelhança de triângulos:
a) Solução de Meneacmus (por volta de 350 aC). a:x=x:y=y:b.
Meneacmus considerou x e y como duas médias proporcionais A solução de Platão, então, consiste em reproduzir essa figura,
entre os segmentos a e b, isto é, se a:x = x:y =y:b, tem-se então, na sendo dado a e b. Primeiramente constroi-se duas semi-retas
nomcndatma atual, que: perpendiculares me I em A, e seja numa semi-reta que desliza
x2 = ay, y2 = bx e xy = ab. paralelamente a m por um ponto D sobre 1
A::> duas primeiras equações representam as equações de
parábolas c a terceira de um hipérbole.
A primeira solução dada por Meneacmus, na
linguagem atual, é a interseção da parábola t
y = bx e a hipérbole xy = ab, no seu ramo do
•
Uj-------0
A B
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Eduardo Sebastiani Ferreira L ABORATÓRIO DE HISfó RIA DA MATEMÁTICA
x2 + y2 + z2 = ( x z + Y 2)2
2 -Um cilindro dado pela equação: b2
x2+y2 = ax e da equação do toro:
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Eduardo Sebastiani Ferreira 1 t\lli )1(1\'1ÓRIO DE HtS fÓRIA DA MATEMÁTICA
c w
N
A
Voltemos a construção geométrica de Kepler. A primeira
·,)isa a ser mostrada é que o ponto N fica entre os pontos O e A,
Baixando de B a perpendicular BA sobre o eixo, tomemos
sendo O o ponto médio entre A e C.
nesta reta o ponto O meio da subtangente AC, e um ponto N, tal
Em primeiro lugar vamos considerar que AB < BC por
que
·onstrução, pois, se for igual a reta tangente sendo perpendicular
NAINC =AB/BC.
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Eduardo Sebastiani Ferreira LABORAI'ÓRIO DE H ISTóRIA DA MATEMÁTIC A
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Eduardo Scbastiani Ferreira LABORATÓRIO DE HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
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Eduardo Sebastiani Ferreira LABORATÓ RIO DE HISTóRIA DA MATEMÁTICA
No primeiro caso, em que a origem está entre O e N, a matematicamente que se tem de dar, ele representa de uma maneira
coordenada de N será positiva, isto é: muito melhor os desenhos. Neste caso do problema de Kepler tem
ainda um fator importante de usando a animação poder-se ver a
p + qa + a - .J(p + qa) 2 + b2 >O. Como p + qa é positivo, +a cônica se transfonnando. Assim, começando com a elipse, ela inicia
elevando ao quadrado mantém a desigualdade, e chegamos a com o eixo maior em pé, depois aparece o círculo, ficando em
q + 1 > O, sendo q negativo, então I q I < 1. seguida uma elipse de eixo maior horizontal. Logo toma-se mais
No segundo caso, em que a origem está entre N e A, temos alongada, rompendo de um lado, construindo, então, uma parábola,
q+l<O el qi>L que depois aparece no lado oposto um outro ramo, dando a
Na equação reduzida da elípse, colocando --q no lugar de q, hipérbole.
Vejamos então o programa. na linguagem Mathematica, usado
pelos alunos de cálculo para mostrar esse problema:
(x- P)2 2
p2 p2
Quando q> 1 então, - 2 < - , o eixo maior estará sobre o
q q
I (I 37
LABORATÓRIO DE HISfóRIA DA MATEMÁTICA
A
HISTÓRIA DA TANGENTE
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Eduardo Sebastiani Ferreira LABORATÓRIO DE HISTóRIA DA MATEMÁTICA
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Oma outra demonstração é calculando a reta tangente e fazendo composta de 8 livros. Neles, Apolônio demonstrou muitas
sua interseção com a subtangente. Se o ponto de tangência é H= propriedades dessas curvas e, usando o conceito euclideano para
( ua.,a), a equação da subtangente será: e= a. -rt /2. Por outro lado a tangente, demonstrou 7 teoremas sobre tangentes à u.-na cônica
equação da reta tangente em coordenadas cartezianas é y = (dy/dxÀ. x (Livro I, Proposições 17, 32, 34, 35,37 e 38).
+ c, e como Sua primeira proposição sobre reta tangente à cônica (I-17)
(dy/dt)H =-a sena- aa cosa e (dx/dt)H = a cosa- aa sena, mostm que a paralela à uma ordenada, passando pelo extremo A
então, a reta tangente em coordenadas polares será: de um diâmetro de uma cônica, é tangente a essa cônica. Devemos
rsen9 = [(sen<x. +a. cosa )/(cosa.- asena )] r cose -c, e como pri m ·i nununlc entender sua defini ção de diâmetro e de ordenada,
passa pelo ponto H= (aa.,a), temos c= aa.2 / (cosa-a. sen a.); então, iwm Nu UJICOul ru na Definição 4 do Livro I: "Para qualquer curva
a equação da reta tangente por H fica: q uc ·stá num plano eu chamo uma reta dada de diâmetro quando,
rsen9 = [(sena.+a cosa)/(cosa. -a. sena.)] r cose- aa.2 I (cosa. Lraçada na curva, bissecta todas as retas traçadas, sobre a curva,
-a. sena.). paralelas a uma reta dada; e eu chamo o fim da reta (diâmetro),
Calculando sua interseção comasubtangente e= a- rr/2 temos:- situado sobre a curva, de vértice da curva, e eu digo que cada
r cosa. = [(sena +a cosa) rsen a- aa2 ] I (cosa -a. sen a), paralela é ordenada deste diâmetro." Sua demonstração também é
our=aa2 • por absurdo, supondo que a reta paralela a ordenada por A (vértice)
Esse resultado de Arquimedes aparece na Proposição 20 do seu encontra a cônica em nm outro ponto B, e a reta AB deve ser
livro sobre espirais. Assim ele podia traçar a reta tangente à espiral (na divida ao meio pelo diâmetro o que é absurdo, pois o ponto A é
primeira volta), sabendo o ponto de tangencia e o ponto de interseção vértice.
da tangentecomasubtangente. A demonstração de Arquimedes, como Chalés, no seu livro Aperçu Historique sur I'Origine et /e
já dissemos, é por redução ao absurdo, primeiro ele supõe que a Développement des Méthodes en Géométrie, publicado em Paris
subtangente seja maior que o arco e depois que seja menor, chegando · em 1875, mostrou (p. 3-6) que Apolônio, em suas construções
em ambos os casos a um absurdo, isto é, que a tangente corta a espiral geométricas, usou o equivalente hoje a equação cartesiana y2 =
em dois pontos. 2px + qx2 para as cônicas.
Um dos resultados mais importante de Apolônio sobre a
APOLÔNIO tangente a uma cônica é o seguinte: "Dada a tangente por um ponto
C da cônica, essa vai encontrar o diâmetro em um ponto E, relativo
!f in a section oj cone a straight fine is draw à ordenada que passa por C. Se esta ordenada·encontra o diâmetro
from the vertex of the fine, and parallel to an em um ponto D e sendo A e B os dois vértices, então vale a relação:
ordinate, it will fall out side the section. BD/DA = EB/EA." Essa relação é chamada de Quatérnio
Harmônico.
Depois de Euclides e Arquimedes foi Apolônio (262- 200 Considerando a equação de Charles para a cônica, sua reta
a.C.) o geômetra que trabalhou com tangentes, nesse caso à cônicas. tangente no ponto de coordenadas (a,b) será:
Das suas o bras, a mais conhecida é o tratado das seções cônicas,
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Eduardo Sebastiani Ferreira LABORATORIO DE HISrORIA DA MATEMÁTICA
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Eduardo Sebastiani Ferreira LABORATÓRIO DE His r ORJA DA MATEMÁTICA
hip6rbolc, onde DA = BD- BA e EA =BA-BE, então, a razão encontra o centro e o raio desse círculo, que Descartes chamou de
HO/DA = BE/EA pode ser escrita como: normal à curva no ponto. A reta tangente então fica determinada
(BD- DA)/DA = (BE- EA)/EA, a relação da hipérbole nos pela reta ortogonal a esta normal no ponto de contato. Para a
dá: BAlDA= (2BE- BA)/EA e invertendo essa razão temos DA/ tangente à curva por um ponto fora dela, a construção cartesiana
BA = EA/(2BE- BA) (1 ). foi também pela sub-tangente. Vejamos os processos cartesianos
Voltando à razão de Apolônio, podemos, não subtraindo os para a construção da tangente à uma curva geral.
denominadores como fizemos anteriormente, mas somando: (BD + Suponhamo~ que queremos construir a nonnal à curvaACE,
DA)/DA = (BE + EA)/EA, usando novamente a propriedade da 'lljn ·quuç. o é F(x, y) O, no ponto de contato C, definido pelas
hipérbole: (2BD- BA)/BA = BAIEA e trocando os meios (2BD- NU: IN coordcnndus OM =x c CM = y. Descartes supunha o problema
Igualando (1) e (2) vamos obter: (2BD- BA)/BA = BA/ PC : :.: s. Então, o círculo de centro P e de raio CP terá a equação
(2BE- BA). Multiplicando os extremos: (2BD- BA)(2BE- BA) = ( x - v Y+ y 2 = s 2 , que vai interceptar a curva ACE em pontos
2
BA2 , desenvolvendo 4BDBE- 2BDBA- 2BABE + BA2 = BA , detem1inados pelas raízes da equação:
ou ainda BA =2BDBE/(BD + BE),isto é, BA é média harmônica
entre BD e BE. F~,[s 2
-(x-v} ]Yz }=0·
2
Podemos repetir o mesmo processo nos outros casos, da Como C é uma das soluções dessa equação, Vâ.lüOS supor que
elipse e parábola. exista uma outra, um ponto O. Quando os dois pontos C e D se
aproximam indefinidamente, o círculo tocará a curva, como
escreveu Descartes, e CP será a normal procurada. Nesse caso as
DEscARTES abcissas de C e D serão iguais e ainda mais, serão raízes da equação
acima. Logo a equação terá raízes duplaS. Com essa condição
Et j ·ose dire que c·est /e prohleme Ie plus utile determinamos se v em função das coordenadas do ponto de contato
et le plus general, non seulement que je sache, C.
mais même que j'aie jamais desiré de savoir
en géometrie.
(Descartes, apud Edwards 1979, p. 126)
-
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Eduardo ~bastiani .t'erreira
série de Taylor, para ter raízes duplas é necessário que dF i dx == O no x 2 + (y + b)2 = (c+ bc I y ) 2 , c então, a equação cartesiana para a
ponto C, isto é, t5FI & +(oF I bjl)(dyl dx) =O, noponto.Como conchóidc será x 2 y 2 =(y + b) 2 (c 2 - y 1 ) . Fazendo a interseção
dyl dx = (v - x)l y, então a :;ubnormal será: v-x == - y(FJ F, ) . ·nm <1 cfrculn teremos:
Fica assim determinado a subnormal v- x no ponto, ou a abeissa v y' ,, lCs 1 • V 1 - c' +b 2 )/2(b - v)}l-[bc 2 /(b-v)]y-b2c2 /2(b-v) =0 .
do centro do círculo. ( 'o mo queremos que tenha raízes duplas, por exemplo a, então,
No caso particular da Conchóide de Nicomedes, que aparece terá de ser escrito da forma: (y- a ) 2 (y +a) =O. Igualando os
nos comentários de Schooten do livro de Descartes, é também coeficientes b2 c 2 12(v-b)=a1 a e bc2 1(v -b)=a(a-2a) .
tratada dessa maneira Procura-se o centro do círculo no eixo das
ordenas, onde é colado também o pólo G da conchóide. Sua base Eliminadooaefazendoy=avamoster v =b+bc 2 / y 2 +b 1 c 2 1y 3 •
está no AB no eixo das abcissas: AG = b, CL =c, CM = x, CB = Descartes faz uma construção geométrica e chega na mesma
y, AP = v e PC = s. expressão. Para isso ele constrói os seguinte segmentos LH e m
paralelos a AP e CG respectivamente, temos, da semelhança dos
triângulos CDF e HPI: CD!fll =DF IIP, ou IP = DF.HIICD. Como
c DF= LG = HI = be/y e CD = y, então 1P = b2 c 2 I y 3 •
Por outro lado, como GI = LH e os triângulos CLH e HIP
B também são semelhantes CUlll =LHIIP, então, LH = CL.IP!fll =
bc 2 I y 2 •
Logo: AP =AG+GI + IP=b+bc2 ly 2 +b 2 c 2 /l . APdáa
ordenada do centro do círculo normal a curva no ponto C. O
segmento CP é o raio e a tangente em C à curva é perpemlicular a
CP em C.
A idéia de Descartes para a construção da tangente a uma
curva no espaço começa em considerar a curva como interseção
de dois cilindros gerados pelas projeções desta curva em dois planos
ortogonais. Considerando as duas normais às projeções, nas
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Hduardo ::iebastiani f erreira L ABORATÚR!O DE H ISI'ORIA DA MATEMÁTICA
proj eções do ponto da curva, elas detenninam dois planos ortogonais . , . A maneira de Descartes descrever como traçar a tangente à
no~ plunos projetantes, que vão se interceptar numa reta, que é a ciclotde, num ponto da curva, é a seguinte: por esse ponto traça-se
110 1mal procurada. Foi dessa maneira que Descartes descreveu a uma reta paralela a reta fixa (eixo) e fazendo o disco gerador rodar
construção da normal a uma curva no espaço, mas uma curva no até que o ponto dado fique oposto a o de contato, isto é, no ponto
espaço não admite uma só normal, mas uma infinidade delas. Então, mais alt? da c!clóidc, então, ligando a interseção da reta traçada
a construção de Descartes não é correta Isso, também, não é válido com o d1sco gtrado c o ponto mais alto, temos uma reta paralela à
para o caso de considerar a tangente nas projeções e tomar a tangente; bnslu I ruçnr (t paralela a ela pelo ponto dado. Uma maneira
tangente no espaço como a interseção dos planos ortogonais que fúc~ l é liglll' o ponto dado ao ponto oposto ao de contato, o ponto
contém essas tangentes, pois o exemplo da hélice nos mostra que a 111111:~ uilo do cfrculo gerador. Então, essa retaéperpendicularareta
projeção pode não admitir tangente e a curva no espaço ter, a hélice (( uc une o ponto dado ao ponto de contato com a reta fixa.
com inclinação de 45°, se projeta no plano yz como uma ciclóide,
que não tem tangente em todos os seus pontos.
É evidente que ele não desenvolvia em série de Taylor suas
equações de curvas, mas usava, quando possível, escrevê-las na
forrnapolinomialdotipo: (x-a)2 (Ao +A1 x+~x + ...A.. x") =O,em
2
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seguida igualava os coeficientes. Quando isso r-..ão era possível, como
é o caso da ciclóide, então, o argumento de Descartes era a
construção geométrica, como veremos. Nesse caso, considerava Em 1636 Fermat elaborou seu método para encontrar a
um polígono regular girando sobre um eixo, assim quando o lado tangente à uma curva de maneira geral, isso criou uma enorme
CD está no eixo e vai mudar para o lado DF, o vértice A descreve polêmica entre os matemáticos da época, principalmente Descartes.
· um arco de círculo de raio AD com centro D fiXo no eixo. No caso Ele escreveu, em 163 8, uma carta à Mersenne, onde dá o processo
limite o polígono toma-se um círculo, que para cada ponto fora do de achar a tangente à parábola por um ponto T fora dela. Esse é o
ponto de contato, é tangente à circunferência de centro no ponto seu processo:
de contato e raio indo desse ponto ao ponto do círculo. Sendo
dessa maneira fácil achar a tangente à ciclóide por um ponto dela.
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LABORATÚRIO DE HISrORJA DA MATBMÁTICA
Eduardo Sebastiani Ferreira
Vamos mostrar um exemplo de Fermat no tratamento de achar Vejamos o primeiro método de Fermat para encontrar a
o máximo, ou mínimo de uma função. O primeiro problema que tangente à uma curva por esse processo. O primeiro exemplo que
Fennat apresenta foi de subdividir um segmento de comprimento b =
Fermat descreve é o de uma parábola y 2 kx: Seja (x,y) as
em dois segmentos x e b- x, cujo produto x(b -x) = xb- x 2 seja coordenadas de um ponto B da parábola e (x- e, y1) um outro
máximo. Isto é, encontrar o retângulo de perímetro 2b de área ponto B' próximo,
máxima Fennatusava o seguinte procedimento: dava um acréscimo
e a variável x, então temos: x +e e b- (x +e).
Escrevia a pseudo-igualdade:
b(x +e)- (x + e) 2 = bx + be- x 2 - 2xe- e 2 -bx-i-· Depois de
cancelar os termos iguais teremos b -2x - e- O, ou b - 2x +e.
Descartando-se dos termos que contenha e, temos a igualdade E
x = b/2. Fermat nunca explicou a lógica do seu processo. Os
historiadores dizem, que ele baseando-se no teorema de Kepler,
numa situação infinitamente vizinha dos pontos de extremos da fi.mção
o seu crescimento ou decrescimento é nulo. Hoje diríamos que se Então, kCD = BC 2 e kDI = B 'P . Por outro lado, como o
f(x) está num valor máximo oumÍilÍ.t-no, então, os valores de f mudara ponto O é exterior à parábola B 'P<OP , e então, CD/DI>BC2/
muito pouco perto de x. Isto é, se e é um valor pequeno, então f(x OF. Pela semelhança dos triângulos BCE e DIE tem-se BC/OI=
+e)e f(x)estãopróximos, ou que f(x- e)- f(x)-0. Quando f(x) é CEIIE, e logo CD/DI > CE2/IE2 • Como CD = x, CE =a e DI= x
um polinômio, podemos dividir f(x +e)- f(x) por e e continuamos a -e: x/(x -e)> a 2 I (a- e)2, oux(a- e)2 > a2 (x- e). Desenvolvendo
ter [f(x +e)- f(x)] /e - 0. Fazendoetenderazero, vamos obter, na ambos os membros da desigualdade : xa2 - 2aex + xe2 > a 2x - a 2e.
nossa notação a definição de derivada de fno ponto x, isto é, df(x)/ Cancelando os termos iguais e dividindo por e xe- 2ax > -a2 ,ou
dx = O. a2> 2ax- xe. Fazendo o e tender a zero teremos a igualdade a =
f(x) f(x +e) 2x, que determina a sub-tangente.
Em geral se temos a curva dada pela equação y = f(x),
procurandoomáximooumínimodafimçãoh(x)=Y/f(x), onde Y é
a ordenada do ponto de tangência que corresponde a abcissa x +c
da curva, então, (s +e)/s = OI/BC = Y/f(x), onde EC =seCI = c.
Por outro lado, como Y - f(x +e) e s- ef(x)/[f(x +e)- f(x)], ou
ainda, quando e tende a zero vamos obter a igualdade s = f(x)/f' (x ),
que é a sub-tangente. Assim, como o coeficiente angular da tHtiP,Cill '
x x+e no ponto x é f(x)/s, isto é, f (x). Esse método exige que n cquaç o
seja da forma y = f(x) .
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Algwnas curvas trabalhadas por Barrow, com seu método, Outro exemplo tratado por Sluse foi da curva de
para achar a tangente, foram por exemplo: a de equação equação 3x1 =by2 - .xy2 , que ele chega na subtangente
x 3 + y 1 = nxy e a quadratriz de equação y =kq. a = (2by 2 - 2xy2 ) /(3x 2 + y 2 ) .
Assim, todos os exemplos tratados por Sluse, seguem o mesmo
caminho, que conduz a expressão da subtangente conhecida hoje:
SLUSE a = - yF' I F' x • Dizem os historiadores que na busca da
generalização deste processo para equações fracionárias irracionais,
Talvez através de Torricelli, talvez indepen- levou Sluse à descobrir o cálculo diferencial.
dentemente, Sluse em 1652 chegou a um
processo de rotina para achar a tangente a
uma curva. NEWTON
(Boyer, 1974, p. 273)
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Il
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