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Capítulo VI – Rendas

1. Conceito e classificação.
1.1 Conceito de renda.
1.2 Classificação das rendas.

2. Rendas temporárias.
2.1 Rendas temporárias de termos constantes:
2.1.1 Temporárias imediatas.
2.1.2 Temporárias diferidas.
2.2 Rendas temporárias de termos variáveis:
2.2.1 Termos quaisquer.
2.2.2 Termos em progressão aritmética.
2.2.3 Termos em progressão geométrica.

3. Rendas perpétuas de termos constantes.

Paulo Leite 1
1.1 Conceito de renda
◼ Renda – Conjunto de capitais (C1, C2, C3, …, Cn) vencíveis em
momentos equidistantes de tempo.

◼ Termo da Renda – Cada um dos n capitais. A renda é o conjunto de


todos esses termos.

◼ Período da Renda – Intervalo de tempo (constante) que separa dois


vencimentos consecutivos.

C1 C2 C3 Cn-1 Cn
0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

1.º 2.º 3.º n.º


período período período período

Paulo Leite 2
1.1 Conceito de renda (cont.)
◼ Exemplo 1:
 O sr. A deve as importâncias de 220€, 250€ e 280€, a vencer
respectivamente em 30/01/2019, 30/07/2019 e 30/01/2020. Será
que este conjunto de capitais constitui uma renda?

➢ Trata-se de uma renda porque os vencimentos dos termos são


equidistantes (semestrais), nada afectando o facto de os termos serem
variáveis.

◼ Exemplo 2:
 O sr. B deve 3 importâncias de 200€ cada, vencíveis
respectivamente em 30/09/2019, 30/12/2019 e 30/12/2020. Será
que este conjunto de capitais constitui uma renda?

➢ Neste caso, não se trata de uma renda. Apesar de os capitais serem


iguais, o seu vencimento não é equidistante.

Paulo Leite 3
1.2 Classificação das rendas
As rendas podem classificar-se de acordo com vários critérios:

◼ Quanto ao número de termos:


 Rendas temporárias – número limitado de termos (n);
 Rendas perpétuas – número ilimitado de termos (n→∞).

◼ Quanto à dependência face a factores aleatórios:


 Rendas certas
 Rendas incertas

◼ Quanto ao período da renda:


 Rendas anuais
 Rendas semestrais
 Rendas mensais
 (…)

Paulo Leite 4
1.2 Classificação das rendas (cont.)

◼ Quanto à relação entre o período da renda e o período da taxa:


 Rendas inteiras (período da renda = período da taxa)
 Rendas fraccionadas (período da renda ≠ período da taxa)

Neste caso será necessário transformar a taxa em causa numa


taxa referida ao período da renda.

◼ Quanto ao valor dos termos:


 Rendas de termos constantes (C1 = C2 = C3 =…= Cn = C)
 Rendas de termos variáveis:
◼ Termos quaisquer
◼ Termos em progressão aritmética
◼ Termos em progressão geométrica

Paulo Leite 5
1.2 Classificação das rendas (cont.)
◼ Quanto à localização do vencimento em cada período:
 Rendas de termos postecipados / normais – cada termo vence-se no
fim do respectivo período;
C1 C2 C3 Cn-1 Cn

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)
1.º período 2.º período 3.º período n.º período

 Rendas de termos antecipados – cada termo vence-se no início do


respectivo período.
C1 C2 C3 C4 Cn

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)
1.º período 2.º período 3.º período n.º período

Paulo Leite 6
1.2 Classificação das rendas (cont.)
◼ Quanto ao diferimento / momento a que são referidos os
valores actuais:
 Rendas imediatas – não têm diferimento; o valor actual é referido a um
momento que coincide com o início do 1.º período (momento 0).

C1 C2 C3 Cn-1 Cn
0 1 2 3 n-1 n (Períodos)
1.º período 2.º período 3.º período n.º período

 Rendas diferidas – o valor actual (momento 0) refere-se a um momento


anterior ao início do 1.º período (momento w).
C1 C2 C3 Cn-1 Cn
0 w w+1 w+2 w+3 w+n-1 w+n (Períodos)
Prazo de 1.º período 2.º período 3.º período n.º período
Diferimento
(w)
Paulo Leite 7
1.2 Classificação das rendas (cont.)

◼ Quanto ao objectivo de constituição da renda:

 Rendas de amortização – visam liquidar uma dívida contraída no


momento zero; o montante da dívida no
momento zero constitui o seu valor actual.

 Rendas de acumulação – destinam-se a acumular um determinado


montante de capital num momento futuro; o
total dos termos da renda, acrescido dos
respectivos juros, designa-se por valor
acumulado.

 Rendas de remuneração – visam remunerar um capital investido.

Paulo Leite 8
1.2 Classificação das rendas (cont.)
◼ Exemplo 1:
 Uma determinada empresa industrial adquiriu em 24/04/2018 um
equipamento fabril, acordando com o vendedor a seguinte forma de
pagamento: entrega de 500€ no fim de cada mês, durante 12 meses,
vencendo-se a primeira prestação em 24/05/2018.

500 500 500 500 500

0 1 2 3 11 12 (Meses)
(24/04/2018) (24/05/2018) (24/04/2019)

 O conjunto das prestações constitui uma renda temporária, certa, de 12


termos mensais constantes e postecipados, imediata, com o objectivo
de amortização.

Paulo Leite 9
1.2 Classificação das rendas (cont.)
◼ Exemplo 2:
 Uma pessoa de 30 anos fez o seguinte contrato com uma companhia
de seguros: enquanto for viva, em 1 de Janeiro de cada ano entrega a
quantia de 2.000€; em contrapartida, a companhia compromete-se a
pagar, na data da morte do segurado, o capital de 100.000€ ao
beneficiário indicado. O contrato foi realizado em 1 de Julho de 2016,
sendo o primeiro pagamento feito no dia 1 de Janeiro de 2017.

2.000 2.000 2.000

0 0,5 1,5 2,5 (Anos)


(01/07/16) (01/01/17) (01/01/18) (01/01/19) …

 À data do contrato, o conjunto dos pagamentos a fazer pelo segurado


constitui uma renda temporária, incerta (desconhece-se o número de
termos), anual, diferida ½ ano, de termos constantes e antecipados,
com o objectivo de acumulação.
Paulo Leite 10
2. Rendas temporárias
2.1 Rendas temporárias de termos constantes:

2.1.1 Temporárias imediatas.

2.1.2 Temporárias diferidas.

2.2 Rendas temporárias de termos variáveis:

2.2.1 Termos quaisquer.

2.2.2 Termos em progressão aritmética.

2.2.3 Termos em progressão geométrica.

Paulo Leite 11
2. Rendas temporárias
◼ De uma maneira geral, o cálculo do valor de uma renda é feito para um
de dois momentos de tempo:
 Momento Inicial (momento 0)  Valor Actual da renda
 Momento Final, i.e., o fim do último período da renda (momento n ou w+n)
 Valor Acumulado da renda

◼ Considerando o exemplo de uma renda de termos constantes,


postecipada e imediata:

C C C C C

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

Valor Actual Valor Acumulado


Paulo Leite 12
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Actual
◼ Considere-se uma renda inteira, de termos unitários, postecipada e
imediata:

1 1 1 1 1
0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

 Qual será o valor actual (momento 0) desta renda?

R(0) = (1 + i ) + (1 + i ) + (1 + i ) + ... + (1 + i ) + (1 + i )
−1 −2 −3 − (n−1) −n

Progressão geométrica de razão (1 + i )−1


Paulo Leite 13
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Actual (cont.)

R(0) =
(1 + i ) − (1 + i )  (1 + i )
−1 −n −1

1 − (1 + i )
−1

 Multiplicando ambos os termos da expressão por (1 + i ) obtém-se:

1 − (1 + i )
−n
R(0) =
i

R(0) = a Valor actual de uma renda


postecipada unitária
ni imediata
Paulo Leite 14
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Actual (cont.)
❑ Para o caso mais geral de os termos não serem unitários, mas sim
iguais a um determinado valor C, teríamos:

C C C C C

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

R(0) = C  a Fórmula de cálculo do


valor actual de uma renda
n i de termos constantes,
postecipada e imediata

Paulo Leite 15
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Actual (cont.)
◼ Considere-se, agora, uma renda inteira, de termos unitários,
antecipada e imediata:

1 1 1 1 1

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

 Qual será o valor actual (momento 0) desta renda?

R(0)
Paulo Leite 16
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Actual (cont.)

O valor de uma renda antecipada é igual


ao valor de uma renda postecipada
capitalizada por um período.

𝑅ሷ 0 = 𝐶 ⋅ 𝑎 ⋅ 1+𝑖
𝑛 𝑖

Paulo Leite 17
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Acumulado
◼ Considere-se uma renda inteira, de termos unitários, postecipada e
imediata:

1 1 1 1 1

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

 Qual será o valor acumulado (momento n) desta renda?

R(n) = (1 + i ) + (1 + i ) + (1 + i ) + ... + (1 + i ) + 1
n−1 n−2 n−3

Progressão geométrica de razão (1 + i )−1


Paulo Leite 18
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Acumulado (cont.)

R(n ) =
(1 + i ) − 1  (1 + i )
n −1 −1

1 − (1 + i )
−1

 Multiplicando ambos os termos da expressão por (1 + i ) obtém-se:

R(n ) =
(1 + i) − 1
n

R(n) = s Valor acumulado de uma


renda postecipada unitária
ni imediata
Paulo Leite 19
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Acumulado (cont.)
❑ Para o caso mais geral de os termos não serem unitários, mas sim
iguais a um determinado valor C, teríamos:

C C C C C

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

R(n ) = C  s
Fórmula de cálculo do
valor acumulado de uma
renda de termos
n i constantes, postecipada e
imediata

Paulo Leite 20
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes – Valor Acumulado (cont.)

Paulo Leite 21
2.1.1 Rendas temporárias imediatas de
termos constantes (cont.)
Qual a relação existente entre a e s ?
n i n i

= a  (1 + i )
n
s
n i n i

 (1 + i )
−n
a = s
n i n i

Paulo Leite 22
2.1.2 Rendas temporárias diferidas de
termos constantes
◼ Numa renda imediata o valor actual é referido a um momento que
coincide com o início do seu 1.º período.
 Neste tipo de renda não há prazo de diferimento (w = 0): a renda é
constituída e começa, imediatamente, a produzir efeito.

◼ Numa renda diferida o valor actual da renda refere-se a um


momento de tempo anterior (w períodos) ao início do seu 1.º
período.
 Neste tipo de renda, como w > 0, há que distinguir entre:
➢ O momento da constituição da renda (momento 0);
➢ A altura em que a mesma começa, efectivamente, a produzir efeito
(momento w).
Paulo Leite 23
2.1.2 Rendas temporárias diferidas de
termos constantes (cont.)
◼ Considere-se uma renda inteira, de termos constantes, postecipada e
diferida de w:

C C C C C

0 w w+1 w+2 w+3 w+n-1 w+n (Períodos)

Prazo de 1.º 2.º 3.º n.º


Diferimento período período período período
(w > 0)

Ca Cs
ni n i
Paulo Leite 24
2.1.2 Rendas temporárias diferidas de
termos constantes (cont.)

◼ Assim, para obter o valor actual (momento 0) de uma renda inteira,


postecipada e diferida, é necessário descontar o valor obtido no
início do 1.º período para o momento actual:

R(0)dif =w = (1 + i )  C  a
−w Fórmula de cálculo do
valor actual de uma
renda de termos
n i constantes, postecipada
e diferida de w

Paulo Leite 25
2.1.2 Rendas temporárias diferidas de
termos constantes (cont.)
◼ Se a renda for simultaneamente inteira, antecipada e diferida,
então o seu valor actual será dado pela seguinte expressão:

Fórmula de cálculo do
𝑅ሷ 0 𝑑𝑖𝑓=𝑤 = 1+𝑖 −𝑤
⋅𝐶⋅𝑎 ⋅ 1+𝑖 valor actual de uma renda
𝑛 𝑖 de termos constantes,
antecipada e diferida de w

◼ Quanto ao valor acumulado da renda (momento w+n), a existência


de um prazo de diferimento não tem qualquer influência na sua
determinação.

Paulo Leite 26
2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis
Nas rendas de termos variáveis podem identificar-se dois grandes
grupos:

 Aquelas cuja modificação do valor dos termos não obedece a


qualquer critério (termos quaisquer);
➢ Neste caso, torna-se difícil encontrar um método expedito que
permita determinar o respectivo valor actual/acumulado.

 Aquelas cuja variação dos termos ocorre de acordo com regras


previamente estabelecidas (ex.: termos em progressão
aritmética, termos em progressão geométrica).

Paulo Leite 27
2.2.1 Rendas temporárias de termos
variáveis – Termos quaisquer
◼ Considere-se uma renda inteira, de termos variáveis quaisquer,
postecipada e imediata:
C1 C2 C3 Cn-1 Cn

0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

 Como calcular o valor actual (momento 0) ou o valor acumulado


(momento n) desta renda?

R(0) = C1 (1 + i ) + C2 (1 + i ) + C3 (1 + i ) + ... + Cn (1 + i )
−1 −2 −3 −n

R(n ) = C1 (1 + i ) + C2 (1 + i ) + C3 (1 + i ) + ... + Cn−1 (1 + i ) + Cn


n −1 n −2 n −3

 Caso exista antecipação ou diferimento dos termos da renda, haverá


necessidade de proceder aos respectivos ajustamentos.
Paulo Leite 28
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética
◼ Progressão aritmética – série de n valores (chamados termos da
progressão: C1, C2, …, Cn) em que cada um deles, a partir do
segundo (inclusive), é igual ao anterior adicionado algebricamente
(i.e., somado ou subtraído) de um valor constante, diferente de zero
(chamado razão da progressão (ra)).

◼ Quando os termos da renda variarem em progressão aritmética de


razão ra, teremos:

C2 = C1 + ra

C3 = C2 + ra = C1 + 2 ra

C4 = C3 + ra = C1 + 3 ra ... Cn = Cn −1 + ra = C1 + (n − 1) ra
Paulo Leite 29
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)
◼ Assim, podemos expressar qualquer termo (Ck) em função do
primeiro (C1) :

Ck = C1 + (k − 1) ra

◼ ou em função de qualquer outro (Cj) :

Ck = C j + (k − j ) ra Termo geral de uma


progressão aritmética

Paulo Leite 30
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)
◼ Considere-se uma renda inteira, de termos variáveis em progressão
aritmética de razão ra, postecipada e imediata:

C1 C1+ra C1+2ra C1+(n-2)ra C1+(n-1)ra


0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

 Qual será o valor actual (momento 0) desta renda?

R(0) = C1 (1 + i ) + (C1 + ra )  (1 + i ) + (C1 + 2 ra )  (1 + i ) + ... +


−1 −2 −3

+ (C1 + (n − 1) ra )  (1 + i )
−n

Paulo Leite 31
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)

R(0) = C1 (1 + i ) + C1 (1 + i ) + ra (1 + i ) + C1 (1 + i ) + 2 ra (1 + i )
−1 −2 −2 −3 −3
A
+ ... + C1 (1 + i ) + (n − 1) ra (1 + i )
−n −n

 Multiplicando ambos os membros por (1 + i ) obtém-se:

R(0)  (1 + i ) = C1 + C1 (1 + i ) + ra (1 + i ) + C1 (1 + i ) + 2 ra (1 + i )
−1 −1 −2 −2

+ ... + C1 (1 + i ) + (n − 1) ra (1 + i )
− n +1 − n +1

 De seguida, subtrai-se a cada um dos membros a expressão A e


simplifica-se.
Paulo Leite 32
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)
R(0)  i = C1 + ra (1 + i ) + ra (1 + i ) + ... + ra (1 + i )
−1 −2 − n +1

− C1 (1 + i ) − n ra (1 + i ) + ra (1 + i )
−n −n −n

1 − (1 + i )
 
−n
R(0)  i = C1 1 − (1 + i ) − n ra (1 + i )
−n −n
+ ra
i

ra   1 − (1 + i )  n  ra  (1 + i )− n
−n

R (0 ) =  C1 +    −

 i   i  i

Fórmula de cálculo do valor actual de uma renda


de termos variáveis em progressão aritmética,
postecipada e imediata.

Paulo Leite 33
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)
 Quanto ao valor acumulado (momento n):

R(n) = R(0)  (1 + i )
n

 ra   1 − (1 + i )  n  ra  (1 + i )− n 
−n
R(n ) =  C1 +    −  ( + )n
  1 i
 i   i  i 

 ra 

R (n ) =  C1 +   
(1 + i )n
− 1  n  ra
−
 i   
i  i

Fórmula de cálculo do valor acumulado de


uma renda de termos variáveis em progressão
aritmética, postecipada e imediata.
Paulo Leite 34
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)
◼ Estas fórmulas poderão, agora, ser desdobradas, caso exista, em
cada caso, antecipação ou diferimento dos termos da renda,
como vimos anteriormente para as rendas de termos constantes.

◼ Assim, caso as rendas sejam diferidas:

 ra   1 − (1 + i )  n  ra  (1 + i )− n 
−n
R(0)dif =w = (1 + i )
−w
  C1 +    −
 
 i   i  i 

Fórmula de cálculo do valor actual de uma renda


de termos variáveis em progressão aritmética,
postecipada e diferida de w.

Paulo Leite 35
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)

 ra   (1 + i ) − 1  n  ra
n
R (w + n )dif =w =  C1 +    −

 i   i  i
Fórmula de cálculo do valor acumulado de uma
renda de termos variáveis em progressão
aritmética, postecipada e diferida de w.

◼ Caso as rendas sejam antecipadas (em vez de postecipadas),


basta multiplicar as expressões anteriores por (1 + i ) .

Paulo Leite 36
2.2.2 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão aritmética (cont.)
◼ Deve notar-se que, quando ra < 0 (progressão aritmética
decrescente), existe um limite de aplicabilidade prática, imposto
pelo simples facto de não ser aceitável que existam termos de valor
nulo ou negativo.

◼ Nestes casos, o último termo da renda será o termo de ordem n, tal


que: C
n= 1
ra

◼ Caso este valor de n seja não inteiro, o último termo da renda com
valor positivo é o que corresponde ao inteiro imediatamente
superior.
Paulo Leite 37
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica
◼ Progressão geométrica – série de n valores (chamados termos da
progressão: C1, C2, …, Cn) em que cada um deles, a partir do
segundo (inclusive), é igual ao anterior multiplicado por um factor
constante, diferente de zero (chamado razão da progressão (rg)).

◼ Quando os termos da renda variarem em progressão geométrica de


razão rg, teremos:

C2 = C1  rg

C3 = C2  rg = C1  rg
2

C4 = C3  rg = C1  rg n −1
3
... Cn = Cn −1  rg = C1  rg

Paulo Leite 38
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica (cont.)

◼ Assim, podemos expressar qualquer termo (Ck) em função do


primeiro (C1) :
k −1
Ck = C1  rg

◼ ou em função de qualquer outro (Cj) :

k− j
Ck = C j  rg Termo geral de uma
progressão geométrica

Paulo Leite 39
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica (cont.)
◼ Considere-se uma renda inteira, de termos variáveis em progressão
geométrica de razão rg, postecipada e imediata:

C1 C1·rg C1·rg2 C1·rgn-2 C1·rgn-1


0 1 2 3 n-1 n (Períodos)

 Qual será o valor actual (momento 0) desta renda?

R(0) = C1 (1 + i ) + C1  rg  (1 + i ) + C1  rg  (1 + i ) + ... +
−1 −2 2 −3

 (1 + i )
n −1 −n
+ C1  rg

Paulo Leite 40
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica (cont.)
 Colocando C1 em evidência:


R(0 ) = C1 (1 + i ) + rg  (1 + i ) + rg  (1 + i ) + ... + rg
−1 −2 2 −3 n −1
 (1 + i )
−n

rg  (1 + i )
−1
Progressão geométrica de razão

(1 + i )−1 − rg n−1 (1 + i )− n  rg (1 + i )−1


R(0) = C1 
1 − rg (1 + i )
−1

Paulo Leite 41
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica (cont.)
(1 + i )−1  1 − rg n (1 + i )− n 
R (0 ) = C1 
1 + i − rg
1+i

1 − rg (1 + i )
n −n

R(0) = C1 
1 + i − rg

Fórmula de cálculo do valor actual de uma renda


de termos variáveis em progressão geométrica,
postecipada e imediata.

Paulo Leite 42
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica (cont.)
 Quanto ao valor acumulado (momento n):

R(n) = R(0)  (1 + i )
n

 1 − rg (1 + i ) 
n −n

R(n ) =  C1    (1 + i )n
 1 + i − rg 
 

(1 + i )n − rg n
R(n ) = C1 
1 + i − rg

Fórmula de cálculo do valor acumulado de


uma renda de termos variáveis em progressão
geométrica, postecipada e imediata.
Paulo Leite 43
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica (cont.)
◼ Estas fórmulas poderão, eventualmente, ser desdobradas, caso
exista, em cada caso, antecipação ou diferimento dos termos da
renda.

◼ Assim, caso as rendas sejam diferidas:

1 − rg  (1 + i )
n −n

R(0)dif =w = (1 + i )  C1 
−w

1 + i − rg

Fórmula de cálculo do valor actual de uma renda


de termos variáveis em progressão geométrica,
postecipada e diferida de w.

Paulo Leite 44
2.2.3 Rendas temporárias de termos
variáveis em progressão geométrica (cont.)

(1 + i )n − rg n
R(w + n )dif =w = C1 
1 + i − rg
Fórmula de cálculo do valor acumulado de uma
renda de termos variáveis em progressão
geométrica, postecipada e diferida de w.

◼ Caso as rendas sejam antecipadas (em vez de postecipadas),


basta multiplicar as expressões anteriores por (1 + i ) .

◼ Note-se, no entanto, que estas fórmulas não poderão ser aplicadas


no caso particular em que rg = (1+i), pois conduzem a uma
indeterminação!

Paulo Leite 45
3. Rendas perpétuas de termos
constantes
◼ As rendas perpétuas possuem um número ilimitado de termos, pelo
que n → +  .

◼ Neste tipo de rendas, o que releva é apenas o cálculo do seu valor


actual (momento 0), já que o valor acumulado é infinito.

◼ Recordemos a fórmula de cálculo do valor actual de uma renda


temporária de termos constantes, postecipada e imediata:

1 − (1 + i )
−n
R(0) = C  a =C
i
n i
Paulo Leite 46
3. Rendas perpétuas de termos
constantes (cont.)
◼ Como nas rendas perpétuas n → + :
1
1−
1 − (1 + i ) (1 + i )n
−n
1
lim = lim =
n→ + i n→ + i i

◼ Logo,
Fórmula de cálculo do valor
1
R(0) perp. =C  actual de uma renda perpétua
de termos constantes,
i postecipada e imediata

Paulo Leite 47
3. Rendas perpétuas de termos
constantes (cont.)

◼ Caso a renda seja diferida, teremos:

Fórmula de cálculo do valor


R(0) perp. = (1 + i )
1
C
-w
actual de uma renda perpétua
dif = w i de termos constantes,
postecipada e diferida de w

◼ Se se tratar de uma renda antecipada, basta multiplicar a expressão


anterior por (1 + i ) .

Paulo Leite 48

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