Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ÍNDICE
CAPÍTULO III – DESCONTO ........................................................................................ 2
3.1- O Desconto como é Concebido Teoricamente. ..................................................... 2
3.1.1- Desconto composto á taxa de juro i ................................................................ 2
3.1.2.- Desconto Composto á Taxa de Desconto d ................................................... 4
3.2.- O Desconto como é Praticado .............................................................................. 5
3.3. Equação de Equivalência entre Dois capitais: em Desconto Comercial e em
Desconto Racional ........................................................................................................ 6
3.3.1. Equação de Equivalência Entre Um Capital e Um Conjunto de Capitais: em
Desconto Comercial e em Desconto Racional .......................................................... 7
3.4. Aplicações Concretas de Operações de Desconto e de Operações de capitalização
em Juro Simples ............................................................................................................ 9
3.4.1. Desconto Bancário de Letras........................................................................... 9
3.4.2- Reforma de Letras ......................................................................................... 13
3.4.3. O Desconto Como é Praticado ...................................................................... 17
BIBLIOGRAFIA ............................................................................................................ 22
Como deverá definir-se, numa posição teórica, o valor actual do capital Cn quando
falta o tempo t para o vencimento?
Cn – t Cn Cn = Cn – t (1+i)t
Juro
Composto Jtotal = Cn – t [(1+i)t – 1]
Mais quando é dado Cn, como acontece no presente capítulo, o sentido seguido é
inverso ao do tempo, obtendo-se o valor actual e o desconto composto:
Cn – t Cn Cn– t = Cn (1+i)-t
Desconto
Composto DComposto = Cn Cn – t = Cn [(1–(1+i)-t]
Exercícios:
d = Cn-Cn-1, sendo Cn = 1.
d = 1–1(1+i)- 1
𝑖 𝑑
𝑑= ou formulando i em função de d: i=
1+𝑖 1−𝑑
D Composto = Cn[1–(1-d)t] .
d(1+i) = i d<i
Com efeito:
Cn-t = Cn(1-d)t.
[Cn(1+5%)-t]*(1+4%)t
No entanto, ao fim do tempo t, o descontante não recebe isto, mas sim o valor
nominal Cn que é maior.
Em vez do regime teórico, outros mais simples estão consagrados. Mais uma vez
deve reconhecer-se que tudo é uma questão de convenções.
C´r1 = C´r2 𝐶1 𝐶2
=
1 + 𝑛1 i 1 + 𝑛2 i
Resumindo, temos:
C1(1-n1i) = C2(1-n2i)
(Equação de equivalência de dois capitais em
desconto comercial ou desconto por fora);
𝑪𝟏 𝑪𝟐
=
𝟏 + 𝒏 𝟏 𝒊 𝟏 + 𝒏𝟐 𝒊
1ª) Dois capitais são equivalentes numa dada data, e só nessa. Única excepção
(óbvia): quando os dois capitais são iguais e têm o mesmo vencimento. Nesta
hipótese são equivalentes em qualquer momento;
2ª) Dois capitais iguais, mas com vencimentos diferentes nunca poderão ser
equivalentes;
3ª) Dois capitais diferentes, mas com o mesmo vencimento nunca poderão ser
equivalentes;
4ª) Dois capitais não podem ser equivalentes num mesmo momento nos dois
regimes de desconto (comercial e racional) simultaneamente.
Vamos supor que temos vários capitais diferentes (C1,C2, …, Cn), com
vencimentos diferentes (n1, n2, …, nn), que queremos substituir por um capital único, C,
relativamente ao qual:
1º) Queremos que seja determinado o montante, C (pelo que temos que
determinar a quantos dias deve ser o seu vencimento, n); ou
2º) Queremos que vença em determinado momento, daqui a n dias (pelo que
temos que saber qual deve ser o seu montante, C)
Esquematicamente:
Equivalência de capitais:
C1
n1
C2
n2
C3
n3
C
n
Momento
Actual
No fundo, o objectivo é:
desconto comercial).
1
N.B.: Notemos que qualquer das equações anteriores pode ser resolvida quer em ordem a n (quando se
conhece C), quer em ordem a C (quando se conhece n).
Neste ponto vamos ver dois casos concretos (muito frequentes no dia-a-dia
empresarial) de aplicação da teoria da equivalência de capitais: O desconto bancário de
letras e a reforma de letras.
O desconto bancário é, então, uma operação (de desconto, obviamente), pela qual
o credor realiza, antes da data do seu vencimento, o valor nominal reduzido de uma
parcela que é composta por encargos legais ou contratuais estipulados para a operação.
comercial);
Cc = LiCc;
IS = is(Df+Cc);
P = Vários.
dois dias úteis seguintes”. Ou seja, a Lei prevê 2 (dois) dias úteis de tolerância para
além do vencimento2.
i representa a taxa de desconto utilizada pelo banco. Há anos atrás era rígida,
dependendo de n, mas actualmente é livre e negociável. Pode assistir-se a variações
significativas de banco para banco e até dentro do mesmo banco, de cliente para cliente.
Expressa-se em termos anuais.
Como n está expresso em dias e i em anos, é necessário dividir Lni por 365 dias,
para que fiquemos com n e i expressos na mesma unidade de tempo.
2- Comissão de Cobrança
Cc = LiCc em que:
1‰ 2‰ 0,5% 1%
2
N.B.: Em rigor, o número de dias a acrescer para efeitos de cálculos de Df pode ser superior a
dois, tendo esse facto a ver com o dia da semana em que a letra vence (e, consequentemente, com o
segundo dia útil posterior). Pode coincidir com sábados, domingos ou feriados e daí, na prática, o número
de dias a acrescer pode ser superior. Para efeitos académicos vamos sempre considerar apenas dois dias.
O banco, ao aceitar a operação de desconto, assume desde logo que o devedor vai aproveitar esta
faculdade que a Lei lhe confere, repartindo imediatamente esse facto sobre o seu cliente (que descontou a
letra).
3- Imposto de Selo
IS = is(Df+Cc) em que:
is representa a taxa a que é calculado o imposto de selo. Tem sido de 9%, mas a
partir de Janeiro de 1995 em Portugal passou a ser de 7%.
3
Já agora, deve mencionar-se uma outra receita fiscal relacionada com as letras, e é, a selagem das
mesmas, que é o custo do impresso, se quisermos, que depende do valor nominal da letra, de acordo com
a tabela que a seguir se transcreve, e que não deve ser confundida com este imposto de selo – ISOB –, o
qual tem lugar devido ao desconto, que uma operação de crédito.
4
Atenção: Esta tabela está desactualizada. Apresentamos apenas para efeitos académicos.
Vimos no ponto anterior o desconto bancário de letras. Ainda que regido por
regras próprias e bem definidas não deixa de ser, na essência, um exemplo concreto de
uma operação de desconto ou actualização.
Vamos agora ver a reforma de letras, que pode ser assumida a uma operação de
capitalização.
Reformar uma letra é diferir o seu pagamento para um momento posterior. Logo,
parece correcto que o valor nominal da nova letra seja superior ao da letra inicial.
Contudo, como veremos, é possível reformar letras de vários modos.
Designada por L a letra inicial e por NL a “nova letra” (letra reformada), teremos:
REFORMA DE LETRAS
L NL
0 n
Assim, a reforma pode ser total (se o aceitante não faz qualquer entrega em
numerário ou cheque na altura do vencimento da divida inicial, diferindo assim a
totalidade da divida para mais tarde), ou parcial (caso o aceitante resolva pagar parte da
divida inicial no seu vencimento, diferindo para mais tarde apenas o restante dessa
dívida).
Além disso, podemos ainda conceber a reforma tanto sob a forma dita comercial
como sob a forma dita racional.
Como já vimos, no primeiro caso o juro incide sobre o valor nominal da letra
reformada, isto é, reportado ao momento do vencimento inicial; no segundo caso, o
juro incide sobre o valor da letra de reforma, isto é, reportado ao momento do
vencimento do novo aceite.
Assim, NL=LD+J
NL=
−
Esquematicamente5:
REFORMA
COMERCIAL C/ RACIONAL
R
S N N
Juro Jur
s os
T
T/
P T/ T/
T/ P
P P
P
P P
NL=LD 𝑳𝑫
T NL=LD NL=
𝟏−𝒏𝒊
NL=LD(1+ni)
NL=LD(1+ni) NL=L
𝑳𝑫
NL=
𝟏−𝒏𝒊
5
Note-se que nas hipóteses atrás consideradas assumiu-se sempre que os juros da reforma são incluídos
no valor nominal do novo aceite. No entanto, na prática, eles podem ser pagos à parte, situação em que,
como é óbvio, o valor nominal do novo aceite será LD.
Outra situação que pode acontecer na prática é calcular o valor nominal do novo
aceite de forma a que, o descontado imediatamente ao sacador receber a quantia a que
tinha direito no momento do vencimento inicial, isto é, L. No fundo, o que se pretende é
que o PLD do novo aceite (descontado imediatamente), seja L (se se tratou de uma
reforma total) ou LD (se se tratou de uma reforma parcial).
Finalmente, é também frequente ficar desde logo acordado entre sacado e sacador
que o novo aceite não inclui juros nem o seu valor nominal é calculado nos termos do
parágrafo anterior, sendo que, em vez disso, o sacador desconta o novo aceite e debita
ao sacado o montante dos encargos suportados com esse desconto (isto é, o ágio). Ou
seja, quem acaba por suportar os encargos é o sacador.
Como se vê, muitas vezes a teoria aponta num sentido, mas a prática pode assumir
formas diversas.
Ágio é o valor total que fica retido no banco e que é constituído por:
Desconto Comercial
Ágio
_ Comissões sobre o valor nominal do título;
Comissões Fiscais _ Imposto de Selo
_ Portes
_ Telegramas, etc. …
Como as comissões fixas servem para o banco fazer face aos gastos reais, o seu
benefício é de facto o valor do desconto comercial, que só é recuperado quando se
receber o valor na data do vencimento.
Exemplos:
Solução:
E= + ( + +
E=( + )( + +
PLD = L – E;
Solução:
PLD=L – E e E= + ( + +
E=( + )( + +
PLD = L – E
Exercícios:
BIBLIOGRAFIA