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Noções de Formadora Anabela


Reis

Cálculo
Financeiro
UFCD 5658-Noçõ es de Cá lculo Financeiro

Conceitos Básicos de Cálculo Financeiro

Tempo, Capital e Juro

Os fatores tempo, capital e juro são, de certo, sobejamente conhecidos pela


generalidade das pessoas. No cálculo financeiro é de todo o interesse efetuar a
sua análise numa ótica financeira.
Por capital entende-se todo o conjunto de meios líquidos (moeda), concedidos
durante um determinado espaço de tempo, temporária ou definitivamente,
produzindo uma certa remuneração para o seu possuidor.
O tempo refere-se ao prazo durante o qual o capital está aplicado e será
abordado sob uma análise periódica, isto é em espaços mais curtos ou mais
longos aos quais a referida remuneração do capital. Cada um destes espaços,
considerado como uma unidade de tempo, denomina-se período. O período
poderá ser anual, semestral, trimestral, etc, consoante a unidade de tempo a
ser considerada.

Taxas de Juro e de Desconto

Juro e Taxa de Juro


Vimos que o Juro corresponde ao incremento sofrido por um dado capital
aplicado durante um determinado prazo de tempo.
Consideremos então um capital C aplicado num dado momento t; ao fim de um
período, ou seja no espaço de tempo que vai de t a t+1, esse capital vai vencer
juros, ou o que é o mesmo, vai sofrer um acréscimo de valor. Este juro (J)
origina que o capital C do momento t, se transforme no capital t+1, isto é, num
valor superior, dado que J>0.
Também durante o período compreendido entre t e t+1, isto é, durante uma
unidade de tempo, esta unidade de capital vai sofrer um acréscimo de valor.
Este acréscimo de valor (representado por i) que vai transformar o capital
unitário inicial, no capital 1+i, ao fim de uma unidade de tempo, designa-se por
taxa de juro.
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Por taxa de juro entende-se, o acréscimo sofrido por uma unidade de capital,
capitalizada (aplicada) durante uma unidade de tempo.
O vencimento de juros, ou seja, o incremento do valor dum capital à medida
que o tempo vai decorrendo, representa a capitalização. A capitalização
corresponde num processo de acumulação de capital ou de produção de juros.

Desconto e taxa de desconto


O desconto, fenómeno inverso da capitalização, corresponde a uma redução
do valor do capital durante um determinado espaço de tempo.
Assim, considerando o capital C no momento t, o desconto (D) constitui a
redução desse capital durante o período compreendido entre t-1 e t; isto é, o
desconto transforma o capital C referido a um dado momento t, num capital
inferior (C-D) – visto que D>0 – referido a um momento anterior ao dado (t-1).
È claro que o desconto apenas se justifica se recuarmos no tempo. O seu
interesse é relevante em casos em que o devedor pretenda liquidar o capital
em divida antes da data do vencimento ou o credor receber os seus créditos
antes de estarem vencidos.
À semelhança do juro, podemos definir a taxa de desconto (D) como sendo a
redução sofrida por uma unidade de capital descontada durante uma unidade
de tempo.
O seu valor poderá ser calculado em função da taxa de juro.

Valor Atual e Valor Acumulado

Vamos considerar o momento 0 como momento de referência na contagem do


tempo, onde o capital tem o valor representado por C 0.
O capital C0 no decurso do tempo irá transformar-se no capital C t que
corresponderá ao seu valor inicial C0 acrescido do juro (Jt) vencido no espaço
de tempo compreendido entre 0 e t.

Portanto será: Ct = C0 + Jt

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Diz-se que Ct é o valor acumulado ou capitalizado de Co no momento t; por


sua vez, Co é o valor atual (atualizado) ou descontado no momento O, do
capital Ct.

Será então: Co = Ct – Jt

Corretamente, designa-se por valor atual o valor do capital no momento de


referência. Em contrapartida, o valor acumulado ou capitalizado será o valor
dum capital num momento posterior ao momento de referência. Inversamente,
teremos o valor descontado.

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Juros Simples e Compostos, Capitalização e Atualização

Existem duas grandes modalidades de Juros:

Juro Simples – onde só o capital inicial é gerador de rendimentos;

C n=C 0∗(1+n∗i)

Juro Composto – tem como efeito tornar os juros devidos no final do


período produtores de outros juros ao longo dos períodos seguintes.

C n=C 0∗( 1+i ) n

Esta última modalidade de cálculo de juros permite-nos falar em operações de


capitalização e de atualização. A operação capitalização permite conhecer o
valor futuro de um dado valor presente. Inversamente, a atualização permite
calcular o valor presente de um valor futuro.

Assim,

É devido à técnica da atualização, que leva em conta o tempo, que se


pode, raciocinar em termos de valores atuais (ou valores atualizados):
1. relacionar/comparar validamente somas disponíveis em
diferentes datas,
2. comparar dois investimentos cujos cronogramas dos
recebimentos e pagamentos são claramente diferentes.

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A atualização de uma série de valores futuros A 1,…, An pode ser


calculada através de:
A1 A2 An
C0 = + +. ..+
1+i ( 1+i )2 (1+i )n

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Rendas

Noção

Considere-se um conjunto de capitais C1, C2, …, Cn, que se vencem em


momentos equidistantes. O conjunto destes n capitais, vencíveis em momentos
equidistantes, designa-se por renda. Cada um dos capitais constitui um termo
da renda.
Não é condição necessária que os capitais acima referidos, sejam iguais para
constituírem uma renda, sendo condição suficiente que o intervalo de tempo
entre os vencimentos de dois termos consecutivos, seja constante.
O intervalo de tempo que decorre entre os vencimentos de dois termos
consecutivos, designa-se por período da renda.
Nos casos particulares dos termos se vencerem anualmente, estes designam-
se por anuidades; semestralmente por semestralidades; trimestralmente, por
trimestralidades; mensalmente, por mensalidades.
As rendas poderão ser classificadas da seguinte forma: Rendas Inteiras
Temporárias (Temporárias imediatas e Temporárias diferidas) e Rendas
perpétuas diferidas.

Rendas Constantes e Rendas Perpétuas

Se A1=A2=…=An então C0 será igual à soma de uma progressão

1
geométrica com razão igual a 1+i e dai que, como
1. º termo−últimotermo ×razão
Soma= A ,
1−razão
então,
1 1 1

1+i (1+i) 1+i
n
(1+i )n−1
C0 = A =A
1−
1 (1+i)n i
1+i

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Conhecido o valor atual C0, a taxa i e o número de períodos n, encontra-


se o cash flow constante A, que iguala a expressão. Este é normalmente
designado por prestação constante e é bastante utilizado para efeitos de
crédito, por exemplo, á habitação.

an .
n
(1+i) −1
i
Quanto a (1+i)n i , fator de prestação constante, é usual
representar-se por

Quando n   , deduz-se a expressão da perpetuidade:


1 1 1
− ∞
1+i (1+i) 1+i 1 1+i A
C0 = A =A =
1 1+i i i
1−
1+i

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Equivalência de Valores

Equivalência de Capitais

Dois conjuntos de capitais dizem-se equivalentes num dado momento, quando


as somas dos valores atuais, referidos a esse momento, de dois capitais que
compõem cada um dos conjuntos, forem iguais.
A expressão da equivalência depende do regime de capitalização considerado,
e designa-se por equação do valor.

Noção de Capital Único


Por capital único no momento t, deve entender-se o valor do capital vencíveis
nos momentos T1, T2,…, Tn, para uma dada taxa de juro i.

Vencimento Médio
O vencimento médio, consiste em determinar o prazo t, em que se deve vencer
o capital Ct, de forma a substituir o conjunto de capitais Cj, aplicando a taxa de
juro i.

Taxa Média
Considere-se um conjunto de capitais C1, C2, …, Cn, aplicados durante os
prazos T1, T2, …, Tn, às taxas de juro i2, i2,…, in.
Designa-se por taxa média, a taxa de juro única, que aplicada a esses capitais
durante os mesmos prazos, produz o mesmo rendimento.

Equivalência de Taxas
Duas taxas i e i`, referentes a períodos diferentes, dizem-se equivalentes,
quando aplicadas a um mesmo capital produzirem, durante o mesmo prazo de
tempo, o mesmo valor acumulado.

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Reembolso de Empréstimos

Introdução

Um empréstimo é um contrato pelo qual uma entidade coloca à disposição de


outrem, temporária ou definitivamente, uma certa importância, obrigando-se
esta a restituir o capital recebido, bem como o preço de uso desse capital –
juro.
A entidade que cede o capital designa-se por mutuante e fica com o direito de
receber o capital emprestado bem como os juros vencidos; a entidade a quem
é cedido (emprestado) o capital designa-se por mutuário e fica com uma dupla
obrigação:
- restituição do capital recebido como empréstimo (reembolso)
- pagamento dos juros pela utilização desse capital.

O preço dos juros deste tipo de contrato, é regulado por lei, tendo como
referência, em geral, a taxa básica de desconto fixada pelo Banco de Portugal.

Quanto à natureza destes empréstimos, estes podem assumir diversas formas:


- Quanto ás garantias prestadas pelo mutuário:
a) empréstimos caucionados, quando existe garantia especial para o seu
reembolso. Poderá ser real, no caso da hipoteca, do penhor e da consignação
de rendimentos; poderá ser pessoal no caso do aval, e da fiança.
b) empréstimos a descoberto, quando não exista qualquer garantia especial,
gozando apenas da garantia geral comum a qualquer contrato de empréstimo.

- Quanto ao prazo de reembolso:


a) empréstimos perpétuos ou consolidados, quando emitidos sem prazo de
reembolso. Dois casos poderão acontecer:
i) o mutuário reembolsa a divida se assim o entender e quando quiser
(empréstimo remível).

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ii) o reembolso resulta da concordância de ambas as partes (empréstimo


irremível).

- Empréstimos temporários, quando o prazo de reembolso é previamente


fixado. Também poderão ser subdivididos em:
i) empréstimos a curto prazo, se o prazo de reembolso for igual ou inferior um
ano.
Ii) empréstimos a médio e longos prazos, se o prazo de reembolso for superior
a um ano.

- Quanto à finalidade:
a) empréstimos de funcionamento, quando visam suprir deficiências
temporárias de liquidez. São normalmente a curto prazo.
b) empréstimos de financiamento, quando visam a realização de projectos de
investimento possibilitando, deste modo, a expansão da actividade do
mutuário. São em geral a médio e longo prazos.

- Quanto à sua aplicação:


a) empréstimos ao consumo, quando destinados à aquisição de bens de
consumo. Os juros destes empréstimos são em geral onerados com sobretaxas
suplementares.
b) empréstimos ao investimento, se destinados à aquisição de bens de
investimento (bens duradouros para produção de bens ou serviços).

Modalidades de Reembolso

Por modalidade de reembolso, entende-se o resultado da combinação entre o


método de amortização do capital em divida e o de pagamento de juros.
Havendo formas distintas de localização no tempo quer do reembolso da
quantia em divida, quer dos juros vencidos, iremos considerar as mais
frequentes, a partir das quais todas as outras poderão ser consideradas como
derivadas.

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1) Quanto à amortização do capital em divida:


- pagamento do capital de uma só vez no fim do prazo.
- pagamento escalonado do capital durante o prazo do empréstimo.
2) Quanto ao pagamento do juro:
- de uma só vez no fim do prazo empréstimo.
- de uma só vez no inicio do prazo (juro à cabeça), isto é, na data de
contração do empréstimo.
- Escalonamento no tempo e durante o prazo.

Regime de Juro Simples

O regime de juro simples utiliza-se normalmente nas operações a curto


prazo relegando, assim, para interesse reduzido as modalidades de
pagamento escalonado de capital. Estas têm sido frequentemente utilizadas
nas vendas a prestações.

Regime de Juro Composto

Este regime utiliza-se especialmente em contratos de empréstimo a médio e


longo prazos, visto proporcionar uma capitalização dos juros vencidos em
cada período da taxa. È claro que para operações a curto prazo os juros
vencidos são, normalmente, inferiores aos proporcionados pelo juro simples
(considerando as taxas anuais).

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Empréstimos por Obrigações

Generalidades

Este empréstimo difere dos anteriores pelo facto de o seu valor nominal estar
representado em títulos designados por obrigações.
Apresentam as seguintes características

a) permitem ao mutuário a reunião de um maior volume de capitais;


b) permitem a repartição da responsabilidade do mutuário por um grande
número de mutuantes, isto é, em vez de um “grande credor” existem
muitos “pequenos credores” da entidade que contraiu o empréstimo;
c) são, em regra, a médio e longos prazos, permitindo o reembolso em
frações periódicas.

A obrigação, será um titulo representativo de uma fração do empréstimo


emitido, O seu detentor – obrigacionista – representa um credor da entidade
emitente, tendo o direito não só ao valor nela inscrito – valor nominal – como
também aos juros vencidos e outras importâncias a que a entidade se obrigou,
quando procedeu à sua emissão.

As obrigações podem assumir vários tipos:


a) Quanto à garantia de reembolso:
- não amortizáveis, quando o mutuário não se obriga a reembolsar o seu
valor nominal;
- amortizáveis, quando o seu valor é restituído pelo mutuário dentro de
determinado prazo e segundo certo plano previamente estabelecido;
- convertíveis, quando forem transformados em ações, segundo
determinadas condições e prazos, pré-estabelecidos. Esta convertibilidade
veio a ser autorizada em 1971, através do Decreto-Lei n.º 397/71, de 22 de
Setembro.

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b) Quanto à forma de transmissão e pagamento de juros:


- nominativos, quando o reembolso do capital e o pagamento de juros forem
efetuados apenas ao seu efetivo proprietário, inscrito na obrigação ou nos
livros da entidade emitente. A sua transmissão faz-se por averbamento;
- ao portador, quando o reembolso do capital e o pagamento dos juros
forem efetuados à entidade portadora do titulo ou cupão. A sua transmissão
faz-se por simples entrega;
- mistas, quando o reembolso do capital for nominativo e o pagamento dos
juros ao portador.

c) Quando o rendimento que proporcionam ao seu detentos:


- simples, dão direito ao reembolso do seu valor nominal e ao recebimento
de juros nos prazos previstos;
- com prémio, se na data de reembolso o portador recebe além do valor
nominal uma importância adicional – prémio de reembolso;
- indexadas, se os valores de reembolso ou o montante de juros vencidos,
ou ambos, são variáveis de vencimento para vencimento em função de
determinada variável – indexante. Este indexante visa cobrir os efeitos
provocados pela inflação no valor dos meios líquidos ou na actividade da
empresa.

Quer as obrigações com prémio, quer as indexadas têm por finalidade a


captação das poupanças para empréstimos obrigacionistas através de um
incentivo financeiro para além do juro que, só por si, se revela insuficiente
para cobrir a progressiva desvalorização da moeda.

Reembolso de empréstimos por obrigações

Teoricamente, poderão ser consideradas várias hipóteses de reembolso


deste tipo de empréstimos. No entanto, a prática tem vindo a confirmar que
apenas uma delas é relevante, porquanto é a praticada na quase totalidade
destes: reembolso por amortizações periódicas, sendo constantes o número

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de obrigações a sortear. Nesta modalidade, considera-se o reembolso com


ou sem prémio, considerando em qualquer delas emissão ao par.

Vida média das obrigações

Por vida de uma obrigação entende-se o espaço de tempo durante o qual


essa obrigação vai estar em circulação. É contada no espaço compreendido
entre a data de sua emissão, ou da aquisição, e a data de amortização. Isto
é, a vida de uma obrigação inicia-se com a sua emissão e finda com o seu
reembolso.
Desta forma, podemos distinguir três tipos possíveis:
- Vida mínima, quando a obrigação é amortizada no reembolso imediato.
Contando a partir da data de emissão, a vida mínima corresponde ao prazo
de vencimento do primeiro reembolso de capital.
- Vida máxima, quando a obrigação é amortizada no último reembolso, isto
é, prazo de tempo decorrente para o último reembolso de capital.
- Vida máxima ou esperança de vida, corresponde à média aritmética
ponderada entre o número de obrigações amortizadas em cada reembolso
pelos respetivos prazos de reembolso. Na prática, a vida média representa
a expectativa do prazo de reembolso, na medida em que se conhecem os
seus valores máximo e mínimo.

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O Cálculo Financeiro e as Aplicações de Capital

Generalidades

A aplicação de capitais envolve sempre o estudo não só dos rendimentos que


daí poderão advir, como também a opção entre alternativas distintas com que
se depara o investidor.
Normalmente, não se torna fácil decidir pela simples comparação entre os
valores nominais dos capitais aplicados e dos resultantes desta aplicação
porque aqueles valores se referem a momentos diferentes e, como tal, é falível
a sua comparação quando não referidos ao mesmo tempo.
Também os resultados provenientes de aplicações de capitais por se situarem
em períodos distintos necessitam de ser comparados quer com as previsões,
quer com as aplicações. Duas alternativas poderão ocorrer:

- As previsões foram elaboradas a preços constantes o que reduz o peso do


cálculo financeiro na interpretação ou análise dos valores;
- As previsões foram elaboradas a preços de mercado o que origina uma maior
importância do cálculo financeiro na medida em que dois fatores são
significativos: taxa de rendimento dos capitais e efeito de taxa de inflação sobre
estes rendimentos.

Cálculo Financeiro e a Análise de Investimento

Um investimento traduz-se pela substituição de capitais presentes por capitais


vindouros. Para o investidor esta substituição deverá ser compensatória, isto é,
os capitais futuros deverão resultar da multiplicação dos atuais, isto é, um
investimento pressupõe o acréscimo do valor do capital atual.
Sendo o risco um dos aliados do investimento, a taxa de rendimento será o que
o investidor espera receber cobrindo as taxas correntes do mercado, como
também o risco desse mesmo investir.

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De entre os vários critérios, destacam-se os seguintes: prazo de recuperação;


valor atual líquido (VAL) e taxa de rentabilidade (TR).

Prazo de Recuperação

O investimento envolve sempre o aparecimento de um conjunto de elementos


de sinais contrários: despesas e receitas. A diferença entre estas traduz-se no
Rendimento Líquido do Investimento.
Entende-se por prazo de recuperação o espaço de tempo necessário para que
o investidor tenha reembolsado o capital investido. Por outras palavras, o prazo
de recuperação corresponde ao número de períodos em que o somatório dos
lucros periódicos seja igual ao capital investido.

Valor Atual Líquido

Consiste na atualização para um momento comum de todas as despesas e


receitas inerentes a determinado projeto. A diferença entre aqueles dois
valores atualizados designa-se por valor atual líquido.
Este método obriga a estabelecer um prazo de vida útil do investimento, isto é,
período de tempo durante o qual o investimento tem utilidade económica.
Dois métodos podem ser utilizados para o cálculo do valor atual líquido:

1.º Atualização de todas as despesas e receitas inerentes ao projeto de


investimento.

2.º Atualização do saldo líquido entre as receitas e despesas.

Quando VAL > 0, significa que a taxa de rentabilidade do investimento é


superior à mínima (i) que o investidor considera aceitável, donde a decisão
poderá ser favorável. Se VAL < 0, a taxa de rentabilidade é inferior a (i), logo o
investimento parece desfavorável.

Taxa de Rentabilidade

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Consiste na determinação de um rendimento unitário, isto é, o lucro previsto


por cada unidade monetária de investimento.
Este método apresenta a vantagem de permitir a análise em termos de
quantidade de investimento, isto é, para montantes limitados de capital o
resultado obtido pela sua aplicação.
O valor calculado poderá ser determinante na opção não só de investir como
também de quanto investir.

A Inflação na aplicação de capitais

É relevante para a decisão de aplicar capitais é o rendimento que se espera


obter com essa aplicação.
Este rendimento, como sabemos, é em função da taxa de juro praticada.
Mas esta análise só fica completa se conhecermos o efeito que o fenómeno
inflação tem ao longo da vida de um investimento: análise da sua situação em
que o nível geral dos preços é estável; o nível geral dos preços tende a descer
(há deflação); o nível geral dos preços tende a subir período a período (há
inflação).

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