Você está na página 1de 11

Conceitos Fundamentais Para o

Cálculo Económico e Empresarial


Trabalho realizado por: Nuno Galvão nº30008526 Turma:A

1-Valor temporal do dinheiro (TVM- time value


of money)
O valor temporal do dinheiro é a essência do cálculo financeiro.
Ou seja o valor temporal do dinheiro implica que uma mesma
quantia não tem para nós o mesmo valor se pudermos dispor
dela imediatamente ou apenas dentro de algum tempo. Como
por exemplo: Um euro, ser investido ou ser emprestado, não tem
para nós o mesmo valor consoante fique disponível (i.e., exigível)
imediatamente ou apenas daqui a algum tempo.
(Exemplo 1)
Fomos contemplados com um prémio de 60.000€ e temos que
escolher entre:
✓ Opção A: Receber o prémio (capital) hoje.
✓ Opção B: Receber o capital daqui a 3 meses.
✓ Opção C: Receber o capital daqui a 1 ano.
✓ Opção D: Receber o capital daqui a 5 anos.

Resposta: Segundo o principio de preferência pela liquidez a


opção preferivel é a opção A. Podemos concluir que a quantia do
capital e o valor do capital são conceitos distintos, nas quatro
opções a quantia é a mesma (60000€), porém, o valor do capital
é distinto em cada caso.
Quantia de um capital financeiro ≠ Valor de um
capital
Sendo assim o tempo influencia o valor do dinheiro pela:
1. Pela inflação:(perda do valor de compra) A inflação suscita
que o dinheiro perde poder aquisitivo e, por isso, que perca
valor. No exemplo 1, se recebermos o prémio hoje
podemos comprar mais bens e/ou serviços que daqui a 3
meses, e mais do que daqui a 1 ou 5 anos.
2. Pelo risco que se assume ao diferir a sua disponibilidade(do
dinheiro). De facto, se adiarmos o recebimento do prémio
(opções B,C e D) assumimos o risco de não o receber(risco
de crédito)
3. Pela privação da liquidez. Se recebermos o prémio hoje
podemos dispor dos 60000€ (hoje), e portanto, podemos
decidir receber o prémio daqui a 3 meses, 1 ano ou 5 anos,
a escolha deixa de ser possível. Existe tambem liberdade de
escolha na forma como aplicamos o nosso dinheiro:
podemos utiliza-lo para consumo, ou para
poupança/investimento.

Valor temporal do dinheiro: Juro

Se o tempo é importante, então torna-se necessário


atribuir-lhe um valor: Juro:

 Juro é a remuneração de determinado capital durante


determinado prazo. É, no fundo, o valor do dinheiro tendo em
conta o fator tempo;
 O Juro depende de três fatores: o capital, o tempo e a taxa de
juro;

Razões que justificam a existência de juros:

 Privação de liquidez (supõe o sacrifício de não o ter


disponível);
 Perda do poder de compra (desde que ocorra inflação);
 Risco de incumprimento (quem empresta dinheiro expõe-se à
possibilidade de não ser reembolsado).

Concluimos assim que :


 Qualquer agente económico só está disposto a renunciar a
um capital por outro capital com vencimento posterior se o
capitalareceber no futuro é maior que o inicial. A diferença
entre os capitais é o juro;
 Quanto mais tempo tivermos de juro mair vai ser a
quantidade de capital que iremos receber ao longo do
tempo.

2-Capital Financeiro

Capital financeiro: é a medida de valorização de qualquer bem


económico, ativo tangível ou financeiro, expresso por uma
quantia e pelo seu vencimento ou momento de disponibilidade.
O capital financeiro é constituido por:
 O primeiro número é a quantia do capital expresso em
unidades monetárias e é representado pela letra C;
 O segundo número é o vencimento ou o momento da
disponibilidade da quantia e é representada pela letra t.
Como unidade de medida do tempo pode utilizar-se o mês,
trimestre, ano, etc...

Os capitais financeiros representam-se graficamente por duas


maneiras:

 Num eixo horizontal denominado eixo temporal ou


eixo do tempo( como por exemplo: (c1,t1) e (c2,t2),
em que c1>c2 e t1<t2).
 Num eixo horizontal (eixo do tempo) sem ter em
conta a maior ou menor quantia (é a mais comum
pela sua simplicidade, embora se perca informação)

Homogeneização de Capitais Financeiros

Quando há uma comparação de capitais financeiros surgem 4


tipos de situações:
 Os capitais financeiros a comparar tem o mesmo
vencimento e quantias diferentes;
 Os capitais financeiros a comparar tem a mesma quantia e
vencimentos diferentes;
 Os capitais financeiros a comparar tem quantias diferentes
vencimentos;
 Os capitais financeiros que queremos comparar tem
quantias e vencimentos diferentes.
No caso 4, a comparação direta de capitais em que as quantias e
vencimentos não são iguais, utilizamos outra técnica. Nesta
tecnica, exprimimos o mesmo momento de tempo, a esta
técnica, dá-se o nome de data focal, que é considerada a Regra
de Ouro do Cálculo Financeiro.
Data focal : Momento considerado para estabelecer a equação
de equivalência, i.e., no qual se pretende exprimir todos os
capitais envolvidos.

3-Funções Financeiras

O processo de homogeneização entre capitais é baseado na


aplicação de funções financeiras.
A definição de uma função financeira F será:
 ((C,t);p) F((C,t);p)=Cp
Para se verificar ser uma função financeira é necessário ter um
total de cinco propriedades:
1. Não negatividade: Cp≥0;
2. Proporcionalidade em relação ao capital monetário;
3. Se t=p então F((C,t);p)=C. Consequentemente, se não alterar
o tempo o capital financeiro mantém-se invariável;
4. Toda a função financeira F deve ser crescente em relação a p e
decrescente em a relação a t;
5. A função financeira F tem que ser uma função continua em
relação a p e t.
Equivalência de capitais
A equivalência de capitais realiza-se através de funções
financeiras, sendo os fatores de equivalência os que permitem
projetar um capital financeiro num momento passado ou futuro.

Os fatores de equivalência: são fatores que aplicados a um


capital permitem obter o capital que lhe é equivalente ou um
valor financeiro(V), num outro momento passado ou futuro, a
determinada taxa.
Os capitais podem-se mover para trás e para a frente no tempo,
consoante o seu movimento podem ser distinguidos em dois
tipos de fatores:
1. Função financeira de capitalização: expressão matemática
que permite reportar um capital (C) a um momento
posterior (V) cujo o valor será superior ao valor inicial;
Neste tipo deve-se sempre verificar V>C

A diferença entre V e C, é o juro. Conseguimos calcular o juro a


partir das seguintes formulas:
 Juros (J) = Capital final (V) – Capital inicial (C)
 Capital final (V) = Capital inicial (C) + Juros (J)

2. Função financeira de atualização: expressão matemática


que permite reportar um capital C a um momento anterior
p. Este valor (V) será inferior ao valor inicial (C), a diferença
entre C e V é o desconto.
Neste tipo deve-se sempre verificar V<C
A diferença entre os capitais, é o desconto (importancia
deduzida a um capital por se receber antecipadamente
antecipadamente: a remuneração ao dispor do dinheiro antes do
vencimento)
 Valor efetivo (V) = Valor nominal (C) – Desconto (D)
 Desconto (D) = Valor nominal (C) – Valor efetivo (V)

4-Operações Financeiras
Operação financeira: toda a operação que transforma um ou
mais capitais, de determinado montante, noutro montante, por
ação do tempo e de uma taxa de juro. Normalmente divide-se as
operações financeiras em quatro, médio ou longo prazo
consoante o seu horizonte temporal seja até um a cinco anos ou
mais de cinco anos, respetivamente:
A classificação das operações financeiras é feita mediante alguns
tipos de critérios, nomeadamente.
1. Segundo a sua duração. As operações financeiras podem
ser classificadas de acordo com o seu prazo de duração.
 Operações de curto prazo (até 1 ano)
 Operações de médio prazo (1 a 5 anos)
 Operações de longo prazo (mais do que 5 anos)
2. Segundo a data focal.
 Operações de capitalização (em que a data focal é
posterior aos vencimentos dos capitais)
 Operações de atualização ou desconto (em que a data
focal é anterior ao vencimento dos capitais)
 Operações mistas (em que a data focal está entre o
vencimento dos capitais)
3. Segundo o número de capitais.
 Operações financeiras simples (em que apenas intervêm
dois capitais, um da prestação e um da contraprestação)
 Operações financeiras compostas (em que intervêm
mais que um dos capitais, um ou mais da prestação e da
contraprestação)

Em todas as operações financeiras podem-se distinguir os


seguintes elementos:
1. Elementos Subjetivos ou pessoais: Partes que intervêm na
operação e concordam em trocar capitais;
2. Elementos Objetivos: Capitais financeiros em que se
troquem na operação;
3. Elementos Temporais: Estes só existem quando a troca de
capitais tem de ser simultânea. Este tipo de operação
implica que seja distinguida entre elementos temporais:
 Origem: Momento em que vence o primeiro capital da
operação;
 Final: Momento em que vence o último capital da
operação;
 Duração: Período de tempo que decorre entre a origem
e o final da operação.
4. Função financeira em que todas as operações financeiras os
capitais que sejam entregues ao credor devem ser
financeiramente equivalente aos capitais entres ao devedor
com base num fator de equivalência.
Este princípio fundamental do cálculo financeiro é expresso
através de uma equação mediante uma equação
denominada por Equação de Equivalência Financeira:
Soma financeira(SFp) = Soma financeira contraprestação(SFc)
Podemos concluir então que os 5 aspetos mais
importantes são:
 Valor temporal do dinheiro
 Capital Financeiro
 Homogenização de capitais
 Funções Financeiras
 Operações Financeiras

Você também pode gostar