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Cálculo Financeiro

Capítulo 3 – Rendas em Regime Composto

Licenciatura em Contabilidade e Administração

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 1


Rendas em Regime Composto

3. Rendas em Regime Composto


3.1. Definição e classificação de rendas
Época inicial da renda
3.2. Valor Atual de uma renda (constante)
3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)
3.4. Rendas de período diferente do período da taxa
3.5. Locação Financeira (Leasing)

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Rendas em Regime Composto

3.1. Definição e classificação de rendas

Renda é um conjunto de capitais com vencimentos em épocas


equidistantes. A cada um desses capitais dá-se o nome de
termo da renda.

Classificação de rendas
- quanto à duração
- quanto aos termos
- quanto à finalidade

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Rendas em Regime Composto

Classificação de rendas (Continuação)

Certa
Renda temporária (limitada)
Quanto à duração Vitalícia

Renda perpétua (ilimitada)

Esta classificação tem a ver com o número de termos: se for


finito, a renda é designada por temporária (limitada); caso
contrário, designa-se por renda perpétua (ilimitada)

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Rendas em Regime Composto

Classificação de rendas (Continuação)

Renda constante
Quanto aos termos Progressão geométrica

Renda variável Progressão aritmética

Simplesmente variável

Uma renda é constante se os seus termos têm todos o


mesmo valor. Quando isto não acontece, a renda é variável.

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Rendas em Regime Composto

Classificação de rendas (Continuação)

Renda de capitalização
Quanto à finalidade
Renda de amortização

A renda de capitalização é aquela em que os seus termos se


destinam à acumulação de capitais. Os termos da renda de
amortização destinam-se ao pagamento de juros e
amortização de empréstimos.

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Rendas em Regime Composto

3. Rendas em Regime Composto


3.1. Definição e classificação de rendas
Época inicial da renda
3.2. Valor Atual de uma renda (constante)
3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)
3.4. Rendas de período diferente do período da taxa
3.5. Locação Financeira (Leasing)

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Rendas em Regime Composto

Época inicial da renda


Ao contrário do que se possa pensar, a época inicial da renda
não é a época de vencimento do 1.º termo da renda. A época
inicial da renda é a época imediatamente anterior à de
vencimento do seu primeiro termo.

Assim, por exemplo, se a renda for:


- mensal, a época inicial da renda situa-se precisamente um
mês antes da época de vencimento do seu 1.º termo;
- trimestral, a época inicial da renda situa-se um trimestre antes
da época de vencimento do seu 1.º termo;
- anual, a época inicial da rendas situa-se um ano antes da
época de vencimento do seu 1.º termo e assim
sucessivamente.

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Rendas em Regime Composto

3.2. Época inicial da renda (Continuação)

Dos exemplos anteriores podemos concluir que:


- O intervalo de tempo que decorre entre a época inicial da
renda e a de vencimento do seu 1.º termo é igual ao intervalo
de tempo que decorre entre os termos da renda.

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Rendas em Regime Composto

3. Rendas em Regime Composto


3.1. Definição e classificação de rendas
Época inicial da renda
3.2. Valor Atual de uma renda (constante)
3.2.1. Renda imediata
3.2.2. Renda diferida
3.2.3. Renda antecipada
3.2.4. O caso das rendas perpétuas
3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)
3.4. Rendas de período diferente do período da taxa
3.5. Locação Financeira (Leasing)

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Rendas em Regime Composto

3.2. Valor Atual de uma renda (constante)

3.2.1. Renda imediata

Exemplo 1
O Sr. A contraiu um empréstimo de 100 000,00 €, à taxa
i(12)=6%, que deverá liquidar durante 30 anos, através de uma
renda mensal constante, vencendo-se o primeiro termo um
mês após a contração do empréstimo. Calcule o valor de cada
mensalidade.

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Rendas em Regime Composto

3.2.1. Renda imediata (Continuação)

0, 06
i12   0, 005
12

100 000  a.(1, 005)1  a.(1, 005)2  a.(1, 005)3  ...  a.(1, 005) 359  a.(1,005) 360 
 100 000  a  (1, 005) 1 (1, 005) 2 (1, 005) 3  ...  (1, 005) 359  (1, 005) 360  

Soma 360 termos de uma progressão geométrica de razão igual a (1,005)-1

1 360
1   (1,005) 
1 1  (1, 005) 360
 100 000  a.(1, 005)   100 000  a. 
1  (1, 005) 1 0, 005
 a  599,55

Acabamos de ver um exemplo de uma renda imediata.

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Rendas em Regime Composto

3.2.1. Renda imediata (Continuação)

Uma renda imediata é, pois, aquela em que a época em que se


pretende avaliar os capitais coincide com a época inicial da
renda.
Assim, o intervalo de tempo que decorre entre a época em que
se pretende calcular o valor atual da renda e a época de
vencimento do 1.º termo da renda é igual ao intervalo de tempo
que decorre entre os termos da renda (representados por “a”).

V(0) a a …………... a a

0 1 2 ………….. n-1 n

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Rendas em Regime Composto

3.2.1. Renda imediata (Continuação)


V(0)  a (1  i)01  a (1  i)0 2  ...  a (1  i)0(n 1)  a (1  i)0 n 
 V(0)  a  (1  i) 1  (1  i) 2  ...  (1  i)  (n 1)  (1  i)  n  

Soma n termos de uma progressão geométrica de razão igual a (1+i)-1
n
1  (1  i) 1  1  (1  i)  n
 V(0)  a (1  i)1  1
 V(0)  a 
1  (1  i) (1  i)  1

1  (1  i)  n
V( 0 )  a
i
 V( 0 )  a  an i

V( 0 )
a
an i
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Rendas em Regime Composto

3.2.1. Renda imediata (Continuação)

Em relação à(s) fórmula(s) anterior(es) importa ter presente


que:
1 – “n” representa o número de termos e não o número de
períodos. Nesse sentido tem de ser um valor inteiro.
2 – O período da taxa de juro i tem de ser igual ao período da
renda.
3 – O primeiro termo tem de ser atualizado um período (igual
ao da renda), o segundo dois períodos e assim
sucessivamente até ao n-ésimo que deve ser atualizado n
períodos.
4 – Alguns dos valores de an i podem ser consultados nas
tabelas financeiras.
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Rendas em Regime Composto

3.2.2. Renda diferida

Exemplo 2
Considere um empréstimo de 20 000,00 €, à taxa i(3)=9%, cuja
liquidação vai ser feita através de uma renda quadrimestral
constante, constituída por 12 termos. Calcule o valor de cada
quadrimestralidade, admitindo que a renda é diferida de 4
meses, isto é, o primeiro pagamento foi efetuado 8 meses após
a contração do empréstimo.

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Rendas em Regime Composto

3.2.2. Renda diferida (Continuação)


0,09
i3   0, 03
3

20 000  a.(1, 03) 2  a.(1, 03) 3  ...  a.(1, 03)13 


 20 000  a.(1, 03) 1.(1, 03) 1  a.(1, 03) 1.(1, 03)2  ...  a.(1, 03) 1.(1, 03) 12 
 20 000  a.(1, 03) 1  (1, 03) 1  (1, 03) 2  ...  (1, 03) 12  
 
Soma 360 termos de uma progressão geométrica
de razão igual a (1,03)-1

1  (1, 03) 12


1 1  (1, 03)12
 20 000  a.(1, 03)   20 000  a  .(1, 03) 1 
0, 03 0, 03
 a  2 069,52

Acabamos de ver um exemplo de uma renda diferida.

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Rendas em Regime Composto

3.2.2. Renda diferida (Continuação)

Uma renda diferida é aquela em que a época em que se


pretende avaliar os capitais é anterior à época inicial da renda.
Assim, o intervalo de tempo que decorre entre a época em que
se pretende calcular o valor atual da renda e a época de
vencimento do 1.º termo da renda é maior do que o intervalo de
tempo que decorre entre os termos da renda.

V(-k) a a …………... a a

-k ………… 0 1 2 ………….. n-1 n

Diferimento

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Rendas em Regime Composto

3.2.2. Renda diferida (Continuação)


V(  k )  a (1  i)  (k 1)  a (1  i)  (k  2)  ...  a (1  i)  (k  n 1)  a (1  i)  (k  n ) 
 V(  k )  a  (1  i) 1  (1  i) 2  ...  (1  i) (n 1)  (1  i)  n   (1  i)  k 

Soma n termos de uma progressão geométrica de razão igual a (1+i)-1

 V(  k )  V(0)  (1  i)  k 

1  (1  i)  n
V(  k )  a  (1  i)  k
i

1
a  V(  k )   (1  i) k
an i
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Rendas em Regime Composto

3.2.2. Renda diferida (Continuação)

Em relação à(s) fórmula(s) anterior(es) importa ter presente


que:
1 – “n” representa o número de termos e não o número de períodos. Nesse
sentido tem de ser um valor inteiro.

2 – “k” representa número de períodos. Nesse sentido pode assumir


valores não inteiros.

3 – O período da taxa de juro i tem de ser igual ao período da renda.

4 – O primeiro termo tem de ser atualizado k+1 períodos (igual ao da renda),


o segundo k+2 períodos e assim sucessivamente até ao n-ésimo que deve
ser atualizado k+n períodos.

5 – Alguns dos valores de an i podem ser consultados nas tabelas


financeiras.
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Rendas em Regime Composto

3.2.2. Renda diferida (Continuação)

Exemplo 3
Considere um empréstimo de 20 000,00 €, à taxa i(3)=9%, cuja
liquidação vai ser feita através de uma renda quadrimestral
constante, constituída por 12 termos. Calcule o valor de cada
quadrimestralidade, admitindo que o primeiro pagamento
ocorreu 7 meses após a contração do empréstimo.

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Rendas em Regime Composto

3.2.2. Renda diferida (Continuação)

0,09
i3   0,03
3
1  (1, 03) 12 3
20 000  a  .(1, 03) 4  a  2 054, 28
0,03

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Rendas em Regime Composto

3.2.3. Renda antecipada

Exemplo 4
Considere um empréstimo de 20 000,00 €, à taxa i(4)=8%, cuja
liquidação vai ser feita através de uma renda trimestral
constante, constituída por 16 termos. Calcule o valor de cada
trimestralidade, admitindo que a renda é antecipada de 3
meses, isto é, o primeiro pagamento ocorreu na data do
empréstimo.

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Rendas em Regime Composto

3.2.3. Renda antecipada (Continuação)

0, 08
i4   0, 02
4

20 000  a  a.(1, 02) 1  a.(1, 02) 2  ...  a.(1, 02) 15 


 20 000  a.(1, 02)1.(1, 02) 1  a.(1, 02)1.(1, 02) 2  a.(1, 02)1.(1, 02) 3  ...  a.(1, 02)1.(1, 02) 16 
 20 000  a.(1, 02)1  (1, 02) 1  (1, 02) 2  (1,02) 3  ...  (1, 02) 16  
 
Soma 360 termos de uma progressão geométrica
de razão igual a (1,035)-1

1  (1, 02)16 1  (1, 02) 16


 20 000  a.(1, 02)  1
 20 000  a  .(1, 02)1 
0, 02 0, 02
 a  1 444,12

Acabamos de ver um exemplo de uma renda antecipada.

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3.2.3. Renda antecipada (Continuação)


Uma renda antecipada é aquela em que a época em que se pretende
avaliar os capitais se situa entre a época inicial da renda (exclusive)
e a de vencimento do seu 1.º termo (inclusive).
Assim, o intervalo de tempo que decorre entre a época em que se
pretende calcular o valor atual da renda e a época de vencimento do
1.º termo da renda é menor do que o intervalo de tempo que decorre
entre os termos da renda.

V(k) a a ………….... a a

0 k 1 2 …………... n-1 n

0  k 1
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Rendas em Regime Composto

3.2.3. Renda antecipada (Continuação)


V(k )  a (1  i)  (1 k )  a (1  i)  (2 k )  ...  a (1  i)  (n 1 k )  a (1  i)  (n  k )
 
V(k )  a   (1  i) 1  (1  i)2  ...  (1  i) (n 1)  (1  i) n   (1  i) k
    
 Soma n termos de uma progressão geométrica de razão igual a (1+i)-1 
V(k )  V0  (1  i) k

1  (1  i)  n
V( k )  a  (1  i) k  0  k  1
i

1
a  V( k )   (1  i)  k  0  k  1
an i
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Rendas em Regime Composto

3.2.3. Renda antecipada (Continuação)

Em relação à(s) fórmula(s) anterior(es) importa ter presente


que:
1 – “n” representa o número de termos e não o número de períodos. Nesse
sentido tem de ser um valor inteiro.

2 – “k” representa número de períodos. Nesse sentido pode assumir


valores não inteiros.

3 – O período da taxa de juro i tem de ser igual ao período da renda.

4 – O primeiro termo tem de ser atualizado 1-k períodos (igual ao da renda),


o segundo 2-k períodos e assim sucessivamente até ao n-ésimo que deve
ser atualizado n-k períodos.

5 – Alguns dos valores de an i podem ser consultados nas tabelas


financeiras.
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Rendas em Regime Composto

3.2.3. Renda antecipada (Continuação)

Exemplo 5
Considere um empréstimo de 20 000,00 €, à taxa i(4)=8%, cuja
liquidação vai ser feita através de uma renda trimestral
constante, constituída por 16 termos. Calcule o valor de cada
trimestralidade, admitindo que o primeiro pagamento foi
efetuado dois meses após a contração do empréstimo.

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Rendas em Regime Composto

3.2.3. Renda antecipada (Continuação)

0, 08
i4   0, 02
4
1  (1, 02) 16 1
20 000  a  .(1, 02) 3  a  1 463, 31
0, 02

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Rendas em Regime Composto

3.2.4. O caso das rendas perpétuas


Consideremos agora o caso das rendas perpétuas ou seja, das
rendas constituídas por um número ilimitado (infinito) de
termos.
a) Renda perpétua e imediata
1  (1  i)  n
V(0)  lim a 
n  i
Uma vez que,
lim(1  i)  n  0
n 
então:

1 a  V( 0 )  i
V( 0 )  a 
i

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Rendas em Regime Composto

3.2.4. O caso das rendas perpétuas (Continuação)

b) Renda perpétua e diferida

Consideremos o caso de uma renda perpétua, diferida de k


períodos.

1  (1  i)  n
V(  k )  lim a   (1  i)  k  lim(1  i)  n  0
n  i n 

então:

1
V(  k )  a   1  i  a  V(  k )  i  1  i 
k k

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Rendas em Regime Composto

3.2.4. O caso das rendas perpétuas (Continuação)

c) Renda perpétua e antecipada

Consideremos o caso de uma renda perpétua, antecipada de k


períodos.
1  (1  i) n
V(k )  lim a   (1  i) k  0  k  1
n  i
Uma vez que,
lim(1  i)  n  0
n 

então:

1
V( k )  a   1  i   0  k  1 a  V( k )  i  1  i 
k k
0 k 1
i

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Rendas em Regime Composto

3.2.4. O caso das rendas perpétuas (Continuação)

Exemplo 6
O Sr. A adquiriu hoje um título de renda perpétua, remunerado
à taxa i(4)=4%, que lhe permitirá receber trimestralmente
306,03 €.
a) Sabendo que o primeiro recebimento ocorre daí a 9 meses,
calcule o preço do título.
b) Se aquela renda fosse imediata, qual a taxa i(4) que permitia
que o valor do recebimento trimestral se mantivesse?
c) Se o primeiro recebimento ocorresse daí a 1 mês, qual o
valor do recebimento trimestral constante?

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Rendas em Regime Composto

3.2.4. O caso das rendas perpétuas (Continuação)

a)
0, 04
i4   0, 01
4
1
V 0  306, 03  .(1, 01) 2  V 0  30 000
0, 01

b)
1 306, 03
30 000  306, 03   i 4   i 4  0, 010201
i4 30 000
Então,
i  4   4  i 4  i  4   4  0, 010201  i  4   0, 040804  4, 0804%

c)
1 2 1 2
V2  a .(1, 01)  30 000  a 
3
.(1, 01) 3  a  298, 02
 3 0, 01 0, 01
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Rendas em Regime Composto

3. Rendas em Regime Composto


3.1. Definição e classificação de rendas
Época inicial da renda
3.2. Valor Atual de uma renda (constante)
3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)
3.4. Rendas de período diferente do período da taxa
3.5. Locação Financeira (Leasing)

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 35


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)

Neste tipo de rendas, podemo-nos deparar com as duas


situações seguintes:
- na primeira pretende-se determinar o valor acumulado da
renda na época de vencimento do último termo, pelo que se
deve capitalizar todos os termos para essa data; e
- na segunda pretende-se determinar o valor acumulado da
renda numa época posterior à do vencimento do último termo,
pelo que se deve capitalizar todos os termos para essa data.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 36


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)

a) Situação 1

A época de avaliação dos capitais coincide com a época de


vencimento do último termo da renda.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 37


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)


a) Situação 1 (Continuação)

V(n )  a.(1  i) n 1  a.(1  i) n  2  ...  a.(1  i) n (n 1)  a.(1  i) n  n 


 V(n )  a   (1  i)n 1  (1  i) n  2  ...  (1  i)  1 

Soma n termos de uma progressão geométrica
de razão igual a (1+i)-1

(1  i)n  1
V( n )  a
i
 V( n )  a  Sn i

V( n )
a
Sn i
Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 38
Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)


a) Situação 1 (Continuação)

Em relação à(s) fórmula(s) anterior(es) importa ter presente


que:
1 – “n” representa o número de termos e não o número de
períodos. Nesse sentido tem de ser um valor inteiro.
2 – O período da taxa de juro i tem de ser igual ao período da
renda.
3 – Alguns dos valores de S n i podem ser consultados nas
tabelas financeiras.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 39


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)

a) Situação 1 (Continuação)

Exemplo 7
O Sr. B efetuou 12 depósitos mensais de 750,00 € cada na sua
conta remunerada à taxa i(12)=3%. Calcule o saldo da conta
após o último depósito.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 40


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)

a) Situação 1 (Continuação)

0, 03
i12   0, 0025
12
V12  750  1,0025   750  1, 0025 
12 1 12  2
   750 
(1, 0025)12  1
 V12  750   V12   9124, 79
0, 0025

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 41


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)

b) Situação 2

A época de avaliação dos capitais é posterior à época de


vencimento do último termo da renda.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 42


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)


b) Situação 2 (Continuação)

V(n  k )  a (1  i) (n  k ) 1  a (1  i)(n  k )  2  ...  a (1  i)(n  k) (n 1)  a (1  i)(n  k )  n 


 V(n  k )  a  (1  i)n 1  (1  i) n  2  ...  (1  i)  1  (1  i) k  V(n  k )  Vn  (1  i) k 

Soma n termos de uma progressão geométrica
de razão igual a (1+i)-1

(1  i)n  1
V( n  k )  a
i
 1  i   V( n  k )  a 
k
Sn i  1  i 
k

V( n  k )
 1  i 
k
a
Sn i
Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 43
Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)


b) Situação 2 (Continuação)

Em relação à(s) fórmula(s) anterior(es) importa ter presente


que:
1 – “n” representa o número de termos e não o número de
períodos. Nesse sentido tem de ser um valor inteiro.
2 – “k” representa número de períodos. Nesse sentido pode
assumir valores não inteiros.
3 – O período da taxa de juro i tem de ser igual ao período da
renda.
4 – Alguns dos valores de S n i podem ser consultados nas
tabelas financeiras.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 44


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)

b) Situação 2 (Continuação)

Exemplo 8
O Sr. B efetuou 14 depósitos mensais de 500,00 € cada na sua
conta remunerada à taxa i(12)=3%. Calcule o saldo da conta 3
meses após o último depósito.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 45


Rendas em Regime Composto

3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)

b) Situação 2 (Continuação)

0, 03
i12   0, 0025
12
(1, 0025)14  1
V17   V14  1, 0025   1, 0025  
17 14 3
 V17   500 
0, 0025
 V17   7 168,39

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 46


Rendas em Regime Composto

3. Rendas em Regime Composto


3.1. Definição e classificação de rendas
Época inicial da renda
3.2. Valor Atual de uma renda (constante)
3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)
3.4. Rendas de período diferente do período da taxa
3.5. Locação Financeira (Leasing)

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 47


Rendas em Regime Composto

3.4. Rendas de período diferente do período da taxa

As fórmulas anteriores têm implícito que o período da renda é


igual ao período da taxa de juro. Quando isso não acontece, é
necessário proceder à substituição da taxa por outra que lhe
seja equivalente (em regime composto) de período igual ao da
renda.

Exemplo 9
Considere um empréstimo de 18 000,00 €, à taxa de juro
composto anual de 10,25%, a liquidar durante 5 anos através
de uma renda semestral constante e imediata. Calcule o valor
de cada semestralidade.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 48


Rendas em Regime Composto

3.4. Rendas de período diferente do período da taxa


(Continuação)

O período da renda (semestral) é diferente do período da taxa


de juro (anual). Então, é necessário calcular a taxa de juro
semestral equivalente àquela.

1  (1  i 2 )10 1
18 000  a   i 2  (1  0,1025) 2  1  5%
i2
1  (1  0, 05) 10
18 000  a   a  2 331, 08
0, 05
Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 49
Rendas em Regime Composto

3. Rendas em Regime Composto


3.1. Definição e classificação de rendas
Época inicial da renda
3.2. Valor Atual de uma renda (constante)
3.3. Valor Acumulado de uma renda (constante)
3.4. Rendas de período diferente do período da taxa
3.5. Locação Financeira (Leasing)

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 50


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing)

Locação financeira é o contrato pelo qual uma das partes


(locador) se obriga, mediante retribuição, a ceder à outra
(locatário) o gozo temporário de uma coisa, móvel ou imóvel,
adquirida ou construída por indicação desta, e que o locatário
poderá comprar, decorrido o período acordado, por um preço
nele determinado ou determinável mediante simples aplicação
dos critérios nele fixados.
(Artigo 1.º - Decreto-Lei n.º 149/95 de 24 de Janeiro)

O leasing é uma forma de financiamento (de médio/longo


prazo) utilizada por qualquer entidade, pública ou privada.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 51


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing) (Continuação)


Aspetos mais relevantes de um contrato de leasing:
LEASING MOBILIÁRIO LEASING IMOBILIÁRIO
(Bens móveis) (Bens imóveis)

Montantes 100% Valor do contrato, podendo


100% Valor do contrato (Vc) incluir os custos suportados com IMT,
Máximos registos e escritura
Mínimo: 18 meses Mínimo: 7anos
Prazo
Máximo: vida económica útil Máximo: 30 anos
Taxa de locação
Fixa ou Variável (normalmente, indexada à Libor ou Euribor)
financeira

Entrada inicial (Ei) Normalmente existe, mas não é obrigatório

Mínimo: 2% Valor do contrato


Valor residual (Vr) Inferior a 50% Valor do contrato
Máximo: 25% Valor do contrato
Postecipada ou Antecipada (normalmente de um período igual ao da
Tipo de renda
renda)

Termos da renda Constantes (mais usual) ou Variáveis

Periodicidade da Periódica ou Não Periódica. No entanto o intervalo entre os termos não


renda pode exceder um ano.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 52


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing) (Continuação)

a) Renda postecipada e constante


Seja:
- Vc → Valor do contrato
- Ei → Entrada inicial
- a → Termo da renda postecipada
- Vr → Valor residual
- i → Taxa de locação financeira (de período igual ao da renda)

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 53


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing)

a) Renda postecipada e constante (Continuação)

Vc  Ei  a (1  i)01  a (1  i)0 2  ...  a (1  i) 0(n 1)  a (1  i)0 n  Vr (1  i)0 n 


 Vc  Ei  a  (1  i)1  (1  i) 2  ...  (1  i)  (n 1)  (1  i)  n   Vr (1  i)  n 

Soma n termos de uma progressão geométrica de razão igual a (1+i)-1

1  (1  i)  n
Vc  Ei  a   Vr (1  i)  n
i

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 54


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing)

a) Renda postecipada e constante (Continuação)

A fórmula anterior tem subjacente que:


1 – O período da taxa de juro i tem de ser igual ao período da
renda.
2 – O vencimento do primeiro termo da renda ocorre um
período (igual ao da renda) após a celebração do contrato.
3 – O valor a pagar na data do contrato corresponde apenas
à entrada inicial (se existir).
4 – O valor a pagar no final do contrato engloba duas
parcelas: o último termo da renda e o valor residual.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 55


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing) (Continuação)

b) Renda antecipada e constante


Seja:
- Vc → Valor do contrato
- Ei → Entrada inicial
- a → Termo da renda antecipada
- Vr → Valor residual
- i → Taxa de locação financeira (de período igual ao da renda)

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 56


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing)

b) Renda antecipada e constante (Continuação)

Vc  Ei  a (1  i)11  a (1  i)1 2  ...  a (1  i)1(n 1)  a (1  i)1 n  Vr (1  i)1(n 1) 


 Vc  Ei  a  a (1  i) 1  ...  a (1  i)  (n  2)  a (1  i) (n 1)  Vr (1  i)  n 
 Vc  Ei  a  1  (1  i)1  ...  (1  i)  (n  2)  (1  i)  (n 1)   Vr (1  i) n 

Soma n termos de uma progressão geométrica
de razão igual a (1+i)-1

1  (1  i)  n
Vc  Ei  a   1  i   Vr (1  i)  n
i

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 57


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing)

b) Renda antecipada e constante (Continuação)

A fórmula anterior tem subjacente que:


1 – O período da taxa de juro i tem de ser igual ao período da
renda.
2 – O vencimento do primeiro termo da renda ocorre na data da
celebração do contrato.
3 – O valor a pagar na data do contrato engloba duas
parcelas: o primeiro termo da renda e a entrada inicial (se
existir).
4 – O valor a pagar no final do contrato corresponde apenas
ao valor residual.
Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 58
Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing) (Continuação)

Exemplo 10
Para financiar a aquisição de uma viatura de 30 000,00 €, uma
empresa recorreu a uma Sociedade de Locação financeira, que
lhe propôs as seguintes condições:
- Duração do contrato: 3 anos;
- Taxa de locação financeira: i(12)=6%;
- Entrada inicial: 20% do valor do contrato;
- Valor residual: 4% do valor do contrato;
- Renda mensal constante.

Calcule o valor de cada mensalidade admitindo que:


a) a renda é postecipada.
b) a renda é antecipada.

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 59


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing) (Continuação)

a) Renda postecipada

30 000
6 000 a a …………... a a+1 200
Meses
0 1 2 …………... 35 36

0, 06
i12   0, 005
12

1  (1  0, 005) 36
30 000  6 000  a   1 200 (1  0, 005) 36  a  699,62
0, 005

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 60


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing) (Continuação)

b) Renda antecipada

30 000
a+6 000 a …………... a a 1 200
Meses
0 1 2 …………... 35 36 37

1  (1, 005) 36


30 000  6 000  a   (1, 005)  1 200 (1, 005) 36  a  696,14
0, 005

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 61


Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing) (Continuação)

c) Renda postecipada versus Renda antecipada

Considere-se as fórmulas da locação financeira para o caso da


renda antecipada [(A)] e para o caso da renda postecipada [(P)],
respetivamente:
1  (1  i)  n
Vc A 
 Ei A 
a A 
 1  i   V r  A  (1  i)  n
i
n
P  1  (1  i)
V c  P   E i P  a   V r P  (1  i)  n
i

Admitindo que os valores dos contratos são iguais, isto é:


V c  A   V c P 

vem:
Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 62
Rendas em Regime Composto

3.5. Locação financeira (Leasing)

c) Renda postecipada versus Renda antecipada


(Continuação)
1  (1  i)  n
Ei A 
a A 
  1  i   Vr  A  (1  i)  n
i

P  P  1  (1  i)  n
Ei a   V r P  (1  i)  n
i
Então, se:
E i A   E i P  e V r  A   V r P 

tem-se que:

P  A  A  a P 
a a  (1  i) a 
1 i

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 63


Rendas em Regime Composto

FIM
do
Capítulo 3

Fernandes, M.N. Cálculo Financeiro 64

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