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Instituto Superior Politécnico Metropolitano de Angola

GESTÃO
FINANCEIRA
Aula Nº 4

Departamento de Ciências Económicas e Gestão


Prof: MBA Yirma Martínez Ajuria
Programa da Disciplina
Sumário
Carga Horária: 60 horas
Créditos: 06
1.Introdução.
1.1.Conceito, Objetivos e Funções da Gestão Financeira
1.2.Tipos de Empresas
1.3.O Gestor Financeiro, funções e importância para a performance da
empresa.
1.4. As falhas mais comuns na gestão financeira.
2.Noções de Cálculo Financeiro
2.1.Noções introdutórias. Valor do dinheiro no tempo
2.2.Juros simples e juros compostos
2.3.Processos de actualização (valor actual) e capitalização (valor futuro)
2.4.O Valor Actual Líquido
2.5.Taxas nominais, efectivas e equivalentes
2.6.Rendas (anuidades), valores actuais e futuros
2.7.Desconto
2.8.Amortização de empréstimos
3.Análise Financeira

3.1.Introdução. Conceitos fundamentais e áreas fundamentais


de Análise Financeira
3.2. Equilíbrio Financeiro a curto, médio e longo prazo
3.3.Demonstrações Financeiras. Análise de documentos
3.4.Análise de indicadores financeiros e desempenho empresarial.
3.5.Análise da rentabilidade (integrada e de exploração)
3.6.Risco económico (operacional) e financeiro.
3.7.Os graus de alavancagem.
3.8.O valor da empresa
3.9.Decisões de financiamento
Cálculo Financeiro
São inúmeras as situações do nosso quotidiano
em que estão presentes conceitos de Cálculo
Financeiro .

Podem ser abordadas:


vnuma ótica de investimento
vnuma ótica de financiamento
Conceitos fundamentais
Valor do dinhero no tempo. Conceito
O primeiro pilar das finanças é o valor do
dinheiro no tempo. As decisões financeiras
envolvem custos e benefícios que estão
espalhados sobre o tempo.

Os tomadores de decisões financeiras, na família


e nas empresas, têm todos que avaliarem se
investir o dinheiro hoje é justificado pelos
benefícios esperados no futuro.
Conceitos fundamentais
vO valor do dinheiro no tempo se refere ao fato que
o dinheiro (uma unidade monetária) na mão
hoje vale mais do que a esperança dessa
mesma quantia ser recebida no futuro.
vExistem no mínimo três razões do porquê isto é
verdadeiro:
1. Primeiro, dinheiro na mão hoje pode ser investido,
rendendo juros, de modo que você terminará com mais
dinheiro no futuro.
2. O poder de compra do dinheiro pode mudar no tempo
devido a inflação.
3. A receita de dinheiro esperada no futuro é, em geral,
incerta.
Conceitos fundamentais
Juro (J)
Ø Em princípio, uma unidade monetária hoje é
preferível à mesma unidade monetária disponível
amanhã.
Ø Postergar uma entrada de caixa (recebimento) por
certo tempo envolve um sacrifício, o qual deve ser
pago mediante uma recompensa, definida pelos
juros.
Ø São os juros que efetivamente induzem o
adiamento do consumo, permitindo a formação de
poupanças e de novos investimentos na economia.
Conceitos fundamentais

Juro (J)
Ø Os juros devem ser eficientes de maneira a
remunerar:
ü o risco envolvido na operação
ü a perda do poder de compra (inflação)
ü o custo de oportunidade
Ø Outras denominações para juro são rendimento
do capital, ganho sobre o capital ou
remuneração do capital.
Conceitos fundamentais

Capital Inicial (C0)


Capital pode ser definido como sendo a quantia
inicial que se tem ou que se recebe.

Outras denominações para capital inicial são


capital (C), principal (P), valor presente (VP),
valor inicial, valor aplicado ou depósito inicial.
Conceitos fundamentais

Montante (M ou S)
Montante é o resultado total que se obtém da
aplicação do capital, ou seja, é quanto se
recebe ou se paga pelo “empréstimo” do capital.

O montante também é chamado de capital final


(Ct), valor futuro (VF), valor de resgate, “capital
+ juros”, valor final ou valor capitalizado.
Conceitos fundamentais

Período (t ou n)
Período é definido como sendo o espaço de
tempo pelo qual o capital ficou aplicado. Este
dado vem representado por um número de
períodos que podem ser, por exemplo, dias,
meses, trimestres ou anos.

Representamos o número de períodos pela letra


n, mas ele também pode ser identificado pela
letra t, de tempo.
Conceitos fundamentais

Taxa de Juros (i ou r)
A taxa de juros é o coeficiente que determina o
valor do juro, isto é, a remuneração do fator
capital utilizado durante certo período de tempo.

As taxas de juros se referem sempre a uma


unidade de tempo (mês, semestre, ano, etc.) e
podem ser representadas equivalentemente de
duas maneiras: taxa percentual e taxa unitária.

A notação i vem do inglês interest (taxa).


Representação Gráfica dos Conceitos
Fundamentais da Matemática Financeira
Regra de Ouro do
Cálculo Financeiro

vNas fórmulas de matemática


financeira, tanto o prazo da
operação como a taxa de juros
devem necessariamente estar
expressos na mesma unidade de
tempo.
Critérios de capitalização
dos juros
vOs critérios (regras) de capitalização: os juros
são transformados e sucessivamente
incorporados ao capital no decorrer do tempo.
vNesta conceituação podem ser identificados
dois regimes de capitalização dos juros:
simples (ou linear) e composto (ou
exponencial).
Juros simples e compostos
vJUROS SIMPLES : só o principal rende juros,
ao longo da vida do investimento.
J = C*n*i
donde:
J = valor do juro
C = capital actual
n = duração do empréstimo
i = taxa de juro

então:
M (Montante) = C+J
Juros simples e
compostos
Capitalização simples (juros simples)
Exemplo:
1.Suponha um indivíduo que deposita
$1.000,00 em um banco que lhe promete juros
simples de 10% a.a. Qual será seu saldo ao
final de 4 anos?
Ano Saldo inicial Juros Saldo final J = C*n*i
1 1.000 0,1 x 1.000 = 100 1.100
J = 1000*0.1*4
J= 400
2 1.100 0,1 x 1.000 = 100 1.200
3
4
1.200
1.300
0,1 x 1.000 = 100
0,1 x 1.000 = 100
1.300
1.400
M (Montante) = C+J
M = 1000+400
M= 1400
Graficamente
Juros simples e compostos

vJUROS COMPOSTOS: após cada período, os


juros não pagos são incorporados ao capital e
passam, por sua vez, a render juros. O período
de tempo considerado é, então, denominado
período de capitalização.

J = C * [(1+ i)n - 1]
e
M = C * (1 + i)n
Juros simples e
compostos
Capitalização composta (juros compostos )
Exemplo:
1.Suponha um indivíduo que deposita
$1.000,00 em um banco que lhe promete juros
compostos de 10% a.a. Qual será seu saldo ao
final de 4 anos?
J = C * [(1+ i)n - 1]
Ano Saldo inicial Juros Saldo final J = 1000*((1+ 0.1)4 -1)
1 1.000 0,1 x 1.000 = 100 1.100 J= 464.1
2 1.100 0,1 x 1.100 = 110 1.210
3 1.210 0,1 x 1.210 = 121 1.331 M = C * (1 + i)n
4 1.331 0,1 x 1.331 = 133,1 1.464,1 M = 1000*(1+0.1)4
M= 1464.1
Juros Compostos -
Representação Gráfica
Exemplo (continuação)

Montante

1.400
Juros compostos (exponencial) 100
1.300
100
1.200
100
1.100
100
1.000

Ano
0 1 2 3 4
Exercícios

1. Um capital de $ 120.000,00 ficou aplicado


durante seis meses a 15% ao mês. Calcule o
montante no fim de cada mês nos regimes de
capitalização simples e composta.
2. Quais os juros obtidos de um capital de $ 2.000
dentro de 4 anos, investido à taxa de juro
simples de 12 % ao ano? E à mesma taxa de
juro composto?
3. Calcule os juros simples e compostos dos
seguintes investimentos:
vC = $ 5.000; i = 1,5% a.m.; n = 6 meses.
vC = $ 100.000, i = 12% a.a.; n = 18 meses.
vC = $ 150.000; i = 15% a.a.; n = 1 ano e meio.
vC = $ 50.000; i = 4,25% a.t. (ao trimestre); n = 8
meses.
vC = $ 10.000,00; i = 4,25% a.t.; n = 2 semestres.
4. Um artigo de preço à vista igual a AOA 70.000 foi
adquirido através de uma entrada de 20% mais um
pagamento para 45 dias. Caso a loja adote uma
taxa de juros simples de 8% ao mês, determine o
valor do pagamento devido.
Adicionais

5) Qual o montante de uma aplicação de AOA 100.000,00 aplicados por


um prazo de 8 meses, à uma taxa de 2% a.m, nos regimes de juros:
a)Simples?
b)Compostos?

6) Qual o total de juros acumulado, de uma aplicação de AOA 10.000,00,


à taxa de juros de 10% a.a., por um período de 5 anos, nos regimes de
juros:
a)Simples?
b)Compostos?

7) Pedro emprestou AOA 50.000 a João, pelo prazo de 1 ano, nas


seguintes condições:
Nos primeiros 6 meses será cobrado juros simples à taxa de 4% a.m.
No restante do período será cobrado juros compostos à taxa de 2% a.m.
a)Quanto deverá João pagar a Pedro ao fim de 1 ano?
Bibliografia recomendada
 Assaf Neto, Alexandre. Finanças Corporativas e Valor.7ª edição, Editora Atlas, Sao
Paulo, 2014
 Barbosa, Miessa e Mussi; 2ª Edição. Administração Financeira. Princípios,
Fundamentos e Prácticas Brazileiras
 Brealey, R. , Allen, F. , Myers, S. (2008) Princípios de Finanças Empresariais ,
McGraw Hill, 8ª Edição.
 Brealey, R. e Myers, S., ALLEN, F. (2011), Principles of Corporate Finance, McGraw
Hill, 10ª edição.
 Hoji, Masakasu. Administração financeira: uma abordagem prática. 5° ed. São Paulo:
Atlas, 2004.
 Mateus, A. (1999), Cálculo Financeiro, Edições Sílabo, Lisboa, 5ª edição
 Neves, João Carvalho (2004), Análise Financeira - Técnicas Fundamentais, Texto
Editora, Lisboa.
 Menezes, Caldeira (2001), Princípios de Gestão Financeira, Editorial Presença,
Lisboa, 11ª Edição.
 Black, Geoff (2004), Applied Financial Accounting and Reporting,OxfordUniversity
Press,Oxford.
 Cadilhe, M. (1995), Matemática Financeira Aplicada, Edições ASA, Porto, 4ª edição.

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