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CRIMOLOGIA:

A CRIMINOGÊNESE

Prof. Dr. Antonio Augusto Pinto Jr.

UNISAL
Introdução
 As motivações para a realização de atos ilícitos são muitas e
diversificadas.
 Daí surgem várias classificações de criminosos, na tentativa
de discernir traços comuns procurando agrupá-las.
 Esta tendência deve-se ao aparecimento do positivismo na
criminologia – Lombroso (causas genéticas, síndromes
médicas e psiquiátricas, desajustes entre o sujeito e o meio).
 Necessidade de cautela quanto ao uso desse tipo de
explicação – idéia de “criminoso nato”.
 Criminogênese: dois tipos de influências: fatores pessoais
(constitucionais ou introjetados) e fatores ambientais (meio
sociocultural).
Algumas classificações de Criminosos
(Marcos Segre)
1. Classificação de Lombroso:
I. Natos II. Loucos
III. Por Paixão IV. De ocasião

2. Classificação de Mira y López:


I. por causa ambiental:
 Cultura defeituosa (desconhecimento das leis)
 Educação defeituosa (deficiência das figuras parentais)
 Mau exemplo (pessoal ou coletivo)
 Coação de superiores
 Necessidade vital imediata
II. Por causa endógena
 Desenvolvimento mental insuficiente (débeis mentais, imbecis, idiotas)
 Transtorno permanente ou temporário do equilíbrio mental (psicoses
tóxicas ou infecciosas; psicoses endógenas; personalidade anormal)
 Falta congênita ou adquirida da efetividade social: psicopatia.
Algumas classificações de Criminosos
(Marcos Segre)
3. Classificação de Alcântara Machado:

I. Ocasionais II. Por tendência


III. Reincidentes IV. Habituais

4. Classificação de Hilário Veiga de Carvalho:

I. Mesocriminoso (puro) – pseudocriminoso pela não interferência da


vontade (reincidência quase nula)
II. Mesocriminoso preponderante – reincidência pouco provável
III. Mesobiocriminoso – reincidência pequena
IV. Biocriminoso preponderante – psicopatas com alta probabilidade de
reincidência
V. Biocriminoso (puro) – apenas interferem fatores biológicos
(delinqüências psicóticas) – reincidência depende do tratamento
Crítica às Classificações Criminológicas

 Nenhum estudo criminológico chegará a


descoberta de um “Núcleo criminal”
(Segre)
 Só podem ser delineadas características
que supostamente favoreçam um
determinado tipo de delito e algumas
outras que se relacionam à inaceitação,
por parte do indivíduo, de esquemas
normativos Inclusão dos conceitos de
anti-sociais e dissociais (diferenciação
entre o “criminoso normal” e o psicopata).
Profilaxia e Terapêutica Criminal
 Profilaxia = conjunto de medidas que podem ser tomadas para a
prevenção do crime.
 Terapêutica criminal = atuação sobre o criminoso, visando à sua
reinserção social – Penitenciarismo (reeducação do infrator da lei).

Tipos de enfoque da criminalidade X Tipo de Profilaxia e


Terapêutica adotada
 Mesocriminogênese: causas ambientais e sociais do crime (miséria,
deseducação, desestrutura familiar etc.). Deve-se atacar as causas
externas.
 Biocriminogênese: causas internas do infrator. Profilaxia: repressão.
Terapêutica: punição rigorosa do criminoso – Castigo e retribuição
social (vingança) contra o criminoso.
 Necessidade de considerar ambos os fatores (eternos e internos)
para a compreensão da infração da lei.
Pena
Três Posturas
 Visão leiga: pena = vingança contra o criminoso (revanche).
 Direito Clássico: a pena deve ser considerada a partir de seu
valor pedagógico (castigo) e não no sentido da vingança contra o
infrator.
 Direito Positivo (Lombroso): Pena = instrumento de defesa social.
O infrator significa um perigo para a sociedade, devendo ser
excluído do convívio social.

 Tese defendida por Segre: Pena tem basicamente o papel de


defesa social. Deve-se retirar do criminoso as condições de
continuar infringindo a Lei, devendo cessar a repressão quando não
haver mais periculosidade.

 Discussão: a pena na atual instituição penitenciária tem caráter


profilático e terapêutico?
Pena de Morte
 Pena de morte: De acordo com Segre, atitude de vingança social contra o
criminoso implementada pelo Estado.

 Justificativas da Pena de morte:


1. Profilaxia: as estatísticas mostram que a pena de morte não reduz a
criminalidade. A possibilidade do criminoso morrer por outras forças de
repressão (bandos rivais) é tão grande que a morte decretada por uma decisão
judicial perde seu caráter ameaçador e profilático.

2. Custo financeiro: a pena de morte não diminuiria os gastos com o sistema


penitenciário, a não ser que tal pena atingisse milhares de pessoas.

3. Fugas e os relaxamentos das penas dos infratores: problema da aplicação da


lei, além dos casos de erros judiciais que compensam o relaxamento de
algumas penas.

 A pena de morte não tem, segundo Segre, nenhuma sustentação à luz da


criminologia. “É uma vingança institucionalizada da sociedade que rejeita e
propõe a extinção de quem violou suas regras. Olho por olho, dente por dente”.

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