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SOCIOLOGIA JURÍDICA

o direito penal
do inimigo:
UM ESTUDO SOBRE AS REPRESENTAÇÕES DO MAL NOS
DISCURSOS DE POLÍTICA PENAL.

Profa. Maria Helena Ferraz


Participantes:

ANA LUIZA FERNANDES MOURA


GEOVANNA DE LUNA SOUZA
GUILHERME DE MATOS
ANTÔNIO LUCAS NERY
O Direito Penal
do Inimigo
1. DEFINIÇÃO: 2. FUNÇÃO:
Inimigo: aquele que infringe Eliminar um perigo e garantir a
o contrato social e perde seu segurança frente a fatos futuros.
status de cidadão. Punição por prevenção

3. COMPARAÇÃO COM O
DIREITO PENAL MODERNO:
Influência da obra de Beccaria “Dos delitos e das
penas” na reforma de um novo sistema penal;
O Estado não deve punir o autor do delito, mas o
ato praticado.
Características do período
inquisitorial no ocidente
Na bíblia cristã há inimigos de Deus. Logo, surge a essência das cruzadas:
caçadas àqueles que realizavam atividades consideradas de má fé pela igreja,
em sua maioria, Judeus;

A confissão era o reconhecimento do pecado, a rainha das provas. E ela


adivinha da tortura;

Majoritariamente, as sanções eram de natureza capital ou pena de morte.


Além destas, o pecador poderia sofrer da 'morte civil', na qual não seria
considerado cidadão e era atrelada ao exílio ou prisão perpétua.
Roberto
Kant de Lima:
1. Para ele, as atividades inquisitórias foram
perpetuadas no Brasil durante a Ditadura
Militar e Era Vargas, que utilizavam das tortura
para obter confissões;
2. Existem dois tipos de hierarquias, sendo elas:
includentes e excludentes. Tais modelos
cominam no sistema punitivo diferenciado
para acomodar situações e indivíduos
divergentes.
A construção do inimigo
pelo medo:

"Medo é o nome que damos a nossa incerteza: nossa


ignorância da ameaça e do que deve ser feito, [...],
mas o medo e o mal são irmãos siameses."
- Zygmunt Bauman
Os inimigos que agem em prol do mal acompanharam a história mundial, sendo eles:
os nazistas, terroristas, pedófilos, etc;

Essas cruzadas perpetuam, como na invasão dos EUA no Afeganistão e Iraque, que
ocorreram como eliminação preventiva de possíveis alvos, que estão em todos os
lugares;

A difusão do medo, sustentada pelos meios de comunicação, é um mecanismo


indutor e justificador de políticas autoritárias de controle social, pautado na punição,
sem analisar questões socio-econômicas;
Não há um debate sobre a criminalidade que advêm da marginalização e exclusão
social de grupos populares e, dessa forma, são esses o alvo prioritário da ação do
sistema de controle penal que os tornam "classes perigosas" e inimigos que
necessitam serem vencidos;

Logo, há uma emergência em sanar o aumento da violência urbana e, por


consequência, um endurecimento penal, que cria novos tipos penais e
recrudescem as já existentes. Isso faz com que sejam reafirmados discursos
punitivistas que, a longo prazo, apenas fomentam desigualdades.
O recrudescimento
penal no Brasil:
1. SIMBOLISMO E PUNITIVISMO:
Uma legislação simbólica, porque não é
aprovada para resolver os verdadeiros
problemas e punitiva, porque, não resolvidos
os reais problemas sociais, isola os excluídos e
indesejáveis nos cárceres por cada vez mais e 2. PUNITIVISMO PENAL:
mais tempo. Legisla-se para contentar as elites, Lei de crimes hediondos;
a mídia e a parcela insatisfeita da sociedade. Lei do crime organizado;
Lei que define o regime disciplinar
diferenciado.
Considerações Finais:

Crítica à ideologia racional do controle do crime;

Prisão como ferramenta de exclusão e controle, não


como ressocialização e correção;

Seleção penal aos marginalizados e socialmente


vulneráveis.

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