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DIREITO CONSTITUCIONAL

INICIAIS – PARTE II. CONTROLE DE CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE

Livro Eletrônico
DIREITO CONSTITUCIONAL
Iniciais – Parte II. Controle de Controle de Constitucionalidade

Sumário
Ana Paula Blazute

Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Iniciais – Parte II. Controle de Controle de Constitucionalidade........................................... 4
1. Mandado de Injunção.................................................................................................................. 4
2. Reclamação Constitucional..................................................................................................... 10
3.Ação de Impugnação de Mandato Eletivo.............................................................................. 17
4. Parecer Jurídico. . .........................................................................................................................21
5.Habeas Corpus.. ........................................................................................................................... 22
6. Controle de Constitucionalidade.. .......................................................................................... 27
7. Ações do Controle Concentrado............................................................................................. 33
1. Ação Direta de Inconstitucionalidade.................................................................................... 33
2. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF). . ..................................44
3. Ação Declaratória de Constitucionalidade. . ......................................................................... 50
4. Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão........................................................... 53

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Iniciais – Parte II. Controle de Controle de Constitucionalidade
Ana Paula Blazute

Apresentação
Olá, caros alunos.
Na aula de hoje, daremos continuidade a aula anterior e estudaremos as demais ini-
ciais cobradas.

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INICIAIS – PARTE II. CONTROLE DE CONTROLE DE


CONSTITUCIONALIDADE
1. Mandado de Injunção
O mandado de injunção é um remédio constitucional que tem por finalidade tornar viável
(concretizar) direitos, liberdades constitucionais ou prerrogativas inerentes à nacionalidade,
soberania ou cidadania, que não são exercitáveis pela inexistência de norma regulamentadora.
Resumindo: O mandado de injunção tutela de direitos subjetivos constitucionais, cujo exer-
cício esteja impedido pela ausência de norma reguladora.
Previsão Constitucional: Art. 5º LXXI
Previsão Legal: Lei 13.300/16

Art. 5º LXXI CRFB - conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regulamenta-
dora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes
à nacionalidade, à soberania e à cidadania;
Art. 2º da lei 13.300/16 Conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta total ou parcial de
norma regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das
prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.
Parágrafo único. Considera-se parcial a regulamentação quando forem insuficientes as normas edi-
tadas pelo órgão legislador competente.

Especificidades do Mandado de Injunção:


1) Modalidades:
Mandado de injunção individual: Impetrado por pessoa natural ou jurídica.

Art. 3º da 13.300/16 São legitimados para o mandado de injunção, como impetrantes, as pessoas
naturais ou jurídicas que se afirmam titulares dos direitos, das liberdades ou das prerrogativas re-
feridos no art. 2º e, como impetrado, o Poder, o órgão ou a autoridade com atribuição para editar a
norma regulamentadora.

Mandado de injunção coletivo: Ministério Público, Partido Político com representação no


Congresso Nacional, organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente cons-
tituída e em funcionamento há pelo menos 1 (um) ano, ou pela Defensoria Pública.

Art. 12 Lei 13.300/16 O mandado de injunção coletivo pode ser promovido:


I – pelo Ministério Público, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a defesa da
ordem jurídica, do regime democrático ou dos interesses sociais ou individuais indisponíveis;
II – por partido político com representação no Congresso Nacional, para assegurar o exercício de
direitos, liberdades e prerrogativas de seus integrantes ou relacionados com a finalidade partidária;

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III – por organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcio-
namento há pelo menos 1 (um) ano, para assegurar o exercício de direitos, liberdades e prerrogati-
vas em favor da totalidade ou de parte de seus membros ou associados, na forma de seus estatutos
e desde que pertinentes a suas finalidades, dispensada, para tanto, autorização especial;
IV – pela Defensoria Pública, quando a tutela requerida for especialmente relevante para a promo-
ção dos direitos humanos e a defesa dos direitos individuais e coletivos dos necessitados, na forma
do inciso LXXIV do art. 5º da Constituição Federal .
Parágrafo único. Os direitos, as liberdades e as prerrogativas protegidos por mandado de injunção
coletivo são os pertencentes, indistintamente, a uma coletividade indeterminada de pessoas ou
determinada por grupo, classe ou categoria.

2) Legitimidade Passiva do Mandado de Injunção:

Art. 4º A petição inicial deverá preencher os requisitos


estabelecidos pela lei processual e indicará, além do órgão
impetrado, a pessoa jurídica que ele integra ou aquela a que está
vinculado.

Autoridade Competência

•Presidente da República
•Congresso Nacional
•Câmara dos Deputados
STF- Art.102,I, “q” CF
•Senado Federal
•TCU
•Tribunais superiores
•STF

Órgão ou entidade federal, da


administração direta ou indireta,
STJ – Art.105,I,”H” CF
exceto os casos de competência do
STF, Justiça Militar, Justiça Eleitoral,
Justiça do Trabalho e Justiça Federal

Governador, Prefeito de Capital,


Secretário de Estado, Mesa da
TJ
Assembleia legislativa.

3. Requerimentos a serem formulados no mandado de injunção:

Art. 5º Recebida a petição inicial, será ordenada:


I – a notificação do impetrado sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a se-
gunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez) dias,
preste informações;
II – a ciência do ajuizamento da ação ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica inte-
ressada, devendo-lhe ser enviada cópia da petição inicial, para que, querendo, ingresse no feito.

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Art. 6º A petição inicial será desde logo indeferida quando a impetração for manifestamente incabí-
vel ou manifestamente improcedente.
Parágrafo único. Da decisão de relator que indeferir a petição inicial, caberá agravo, em 5 (cinco)
dias, para o órgão colegiado competente para o julgamento da impetração.
Art. 7º Findo o prazo para apresentação das informações, será ouvido o Ministério Público, que
opinará em 10 (dez) dias, após o que, com ou sem parecer, os autos serão conclusos para decisão.
Art. 8º Reconhecido o estado de mora legislativa, será deferida a injunção para:
I – determinar prazo razoável para que o impetrado promova a edição da norma regulamentadora;
II – estabelecer as condições em que se dará o exercício dos direitos, das liberdades ou das prer-
rogativas reclamados ou, se for o caso, as condições em que poderá o interessado promover ação
própria visando a exercê-los, caso não seja suprida a mora legislativa no prazo determinado.

4. Eficácia do Mandado de Injunção:


Regra: Inter Partes
Exceção: se for inerente ou indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerro-
gativa objeto da impetração poderá ser conferida a eficácia ultra partes ou erga omnes.

Art. 9º A decisão terá eficácia subjetiva limitada às partes e produzirá efeitos até o advento da nor-
ma regulamentadora.
§ 1º Poderá ser conferida eficácia ultra partes ou erga omnes à decisão, quando isso for inerente ou
indispensável ao exercício do direito, da liberdade ou da prerrogativa objeto da impetração.
§ 2º Transitada em julgado a decisão, seus efeitos poderão ser estendidos aos casos análogos por
decisão monocrática do relator.

VAMOS TREINAR A PEÇA PROCESSUAL?

001. (EXAME XXII) Servidores públicos do Estado Beta, que trabalham no período da noite, pro-
curam o Sindicato ao qual são filiados, inconformados por não receberem adicional noturno do
Estado, que se recusa a pagar o referido benefício em razão da inexistência de lei estadual que
regulamente as normas constitucionais que asseguram o seu pagamento. O Sindicato resolve,
então, contratar escritório de advocacia para ingressar com o adequado remédio judicial, a fim
de viabilizar o exercício em concreto, por seus filiados, da supramencionada prerrogativa cons-
titucional, sabendo que há a previsão do valor de vinte por cento, a título de adicional noturno,
no Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho. Considerando os dados acima, na condição
de advogado(a) contratado(a) pelo Sindicato, utilizando o instrumento constitucional adequa-
do, elabore a medida judicial cabível. (Valor: 5,00)

Fundamentação constitucional: o enunciado acima indica o cabimento de um Mandado de


Injunção Coletivo ajuizado pelo Sindicato, na medida em que visa à defesa dos interesses dos
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seus filiados na proteção do direito ao adicional noturno, conforme o disposto no Art. 5º, inciso
LXXI, da CRFB/88 (“conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma regula-
mentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogati-
vas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania.”)
Fundamentação legal: Lei n. 13.300, de 23 de junho de 2016.
As partes:
O impetrante será o Sindicato, na forma do Art. 12, inciso III, da Lei n. 13.300/16, dispensada a
autorização dos filiados.
O impetrado será o governador do Estado Beta, pois é a parte legítima para integrar o polo pas-
sivo da presente ação constitucional, haja vista que, no processo legislativo estadual, é quem
detém competência privativa para iniciar o processo legislativo no presente caso, vez que as
regras constitucionais estaduais de competência devem observar, por simetria, o que determi-
na a CRFB/88. No caso, o Art. 61, § 1º, II, alínea ´a´, da CRFB/88.
Competência:
Do Tribunal de Justiça do Estado Beta, uma vez que a Constituição da República Federativa do
Brasil repartiu a competência para julgamento com base na fonte de onde deveria ter emanado
a norma faltante e procurou concentrar a competência para processamento e julgamento do
Mandado de Injunção nos Tribunais Superiores, sendo que no plano estadual, a competência
do Mandado de Injunção pode ser definida pelas Constituições dos Estados (Art. 125, § 1º, da
CRFB/88), observando-se o princípio da simetria entre os entes federativos.
Fundamentos da mora legislativa:
O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos servidores públicos que exercem
atividade laboral noturna e é garantido em razão de previsão constitucional contida no Art. 7º,
inciso IX, e no Art. 39, § 3º, ambos da CRFB/88, devendo cada ente federativo regulamentar o
referido benefício por meio de lei.
Pedidos:
Os pedidos devem ser de reconhecimento da omissão e do estado de mora legislativa, a fim de
que seja concedida a ordem de injunção coletiva para:
(i) ser determinado prazo razoável para que o Governador promova a edição da norma regu-
lamentadora;
(ii) seja suprida a omissão normativa garantindo-se a efetividade do direito à percepção do
adicional noturno no percentual de 20% em relação à hora normal de trabalho, conforme dispo-
sições, aplicáveis por analogia, contidas no Art. 73 da Consolidação das Leis do Trabalho, com
eficácia para todos os servidores estaduais no exercício de atividade laboral noturna, caso não
seja suprida a mora legislativa no prazo determinado (Art. 8º, incisos I e II, e Art. 13, ambos da
Lei 13.300/16.
• Peça passo a passo:
AO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO BETA

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(10 LINHAS)
SINDICATO, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, com sede, por seu advogado, procuração
em anexo, com escritório…, com fundamento no art.5º LXXI da CRFB/88 e na lei 13.300/16,
vem impetrar MANDADO DE INJUNÇÃO COLETIVO em face de ato omissivo do Governador do
Estado Beta, estabelecido na… autoridade vinculada ao Estado Beta, pessoa jurídica de direito
público interno, pelos fatos e fundamentos a seguir:
DO CABIMENTO:
De acordo com art. 5º, LXXI, da CRFB/88, o mandado de injunção é o remédio constitucional
cabível sempre que a falta total ou parcial de norma regulamentadora torne inviável o exercício
dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à sobe-
rania e à cidadania, previsto também no art. 2º da Lei 13.300/16.
O sindicato visa à defesa dos interesses dos seus filiados na proteção do direito ao adicional
noturno, em razão de omissão legislativa
FATOS:
...
LEGITIMIDADE:
O Sindicato possui legitimidade ativa para defender os interesses da categoria, dispensada
autorização especial dos filiados, na forma do Art. 12, inciso III, da Lei 13.300/16, e art. 5º, LXX,
“b” da CF/88.
O Governador possui legitimidade passiva na medida em que as regras constitucionais esta-
duais de competência devem observar, por simetria, o que determina o Art. 61, § 1º, II, alínea
´a´, da CRFB/88.
DO DIREITO // DA OMISSÃO
O direito ao benefício de adicional noturno é concedido aos servidores públicos que exercem
atividade laboral noturna, e é garantido em razão da previsão constitucional contida no art 7º
IX e no art 39§3, ambos da CRFB, devendo cada ente regulamentar o referido benefício por lei.
O Art. 7º,IX, da Constituição Federal prevê que são direitos dos trabalhadores urbanos e rurais,
além de outros que visem à melhoria de sua condição social a remuneração do trabalho notur-
no superior à do diurno;
Por sua vez, o Art 39 § 3º dispõe que se aplica aos servidores ocupantes de cargo público o
disposto no art. 7º, IV, VII, VIII, IX, XII, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XX, XXII e XXX, podendo a lei
estabelecer requisitos diferenciados de admissão quando a natureza do cargo o exigir.
Dessa forma, o mandado de injunção é o remédio constitucional adequado para a defesa em
juízo de direito fundamental previsto na Constituição ainda pendente de regulamentação.
Além disso, compete ao Tribunal de Justiça processar e julgar originariamente o mandado de
injunção, quando a elaboração da norma for de iniciativa do Governador do Estado, observan-
do a simetria, de acordo com o art.125§1º da CF/88.
V – DOS PEDIDOS

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Ante todo o exposto, requer-se:


a) a notificação do Governador sobre o conteúdo da petição inicial, devendo-lhe ser enviada a
segunda via apresentada com as cópias dos documentos, a fim de que, no prazo de 10 (dez)
dias, preste informações; (copiar art. 5º, I, da Lei 13.300/16);
b) a ciência ao órgão de representação judicial da pessoa jurídica, de acordo com o art. 5º, II,
da Lei 13.300/16;
c) a intimação do Representante do Ministério Público, na forma do art. 7º, da Lei 13.300/16;
d) a condenação do impetrado em custas processuais;
e) que seja reconhecida a omissão e o estado de mora legislativa, a fim de que seja concedida
a ordem de injunção coletiva, segundo o art. 8º, da Lei 13.300/16;
f) que seja determinado prazo razoável para que o Governador promova a edição da norma
regulamentadora,
consoante o art. 8º, I, da Lei 13.300/16;
g) que seja suprida a omissão normativa, garantindo-se a efetividade do direito à percepção
do adicional noturno no percentual de 20% conforme disposições contidas no art. 73 da CLT;
h) a juntada de documentos, de acordo com o art. 320, do CPC.
Valor da causa de acordo com o art. 319 do CPC/15.
Termos em que,
Pede deferimento.
Local... e data...
Advogado...
OAB n.º ...
Espelho de pontuação:

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2. Reclamação Constitucional
A Reclamação Constitucional é utilizada para a preservação da competência do Tribunal e
a garantia da autoridade de suas decisões.
Previsão Constitucional: Art. 102,I,l, Art.103-A§3º e Art 105,I,F da Constituição Federal.
Constituição Federal:

Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de
dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar sú-
mula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos de-
mais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal,
estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em
lei. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004) (Vide Lei n. 11.417, de 2006).
§ 1º A súmula terá por objetivo a validade, a interpretação e a eficácia de normas determinadas,
acerca das quais haja controvérsia atual entre órgãos judiciários ou entre esses e a administração
pública que acarrete grave insegurança jurídica e relevante multiplicação de processos sobre ques-
tão idêntica. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45, de 2004)
§ 2º Sem prejuízo do que vier a ser estabelecido em lei, a aprovação, revisão ou cancelamento de
súmula poderá ser provocada por aqueles que podem propor a ação direta de inconstitucionalidade.

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Veja o artigo 103 da CF e o art. 3ª da Lei 11.417/06
§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula aplicável ou que indevidamen-
te a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o
ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida
com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso. (Incluído pela Emenda Constitucional n. 45,
de 2004)

Lei 11.417/06

Art. 3º São legitimados a propor a edição, a revisão ou o cancelamento de enunciado de súmula


vinculante:
I – o Presidente da República;
II – a Mesa do Senado Federal;
III – a Mesa da Câmara dos Deputados;
IV – o Procurador-Geral da República;
V – o Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil;
VI – o Defensor Público-Geral da União;
VII – partido político com representação no Congresso Nacional;
VIII – confederação sindical ou entidade de classe de âmbito nacional;
IX – a Mesa de Assembléia Legislativa ou da Câmara Legislativa do Distrito Federal;
X – o Governador de Estado ou do Distrito Federal;
XI – os Tribunais Superiores, os Tribunais de Justiça de Estados ou do Distrito Federal e Territórios,
os Tribunais Regionais Federais, os Tribunais Regionais do Trabalho, os Tribunais Regionais Eleito-
rais e os Tribunais Militares.

 Obs.: A competência para provocar o STF para propor a edição, a revisão ou o cancelamento
de enunciado de súmula vinculante (Art.103 e Art.3º da Lei 11.417/06) não se confun-
de com a competência para propor a Reclamação constitucional (art.988 CPC).

Previsão Legal: Art. 988, 989 CPC


• Art. 988 CPC. Caberá reclamação da parte interessada ou do Ministério Público para:

I – preservar a competência do tribunal;


Ver art. 102,I,alínea “l” – Exemplo MS contra ato do Presidente da República, impetrado na Justiça
federal – caberá Reclamação.
II – garantir a autoridade das decisões do tribunal;
Art. 102, I, “l”
Se o STF em MS, por exemplo, profere determinada decisão, e outro juízo ou autoridade desrespeitam,
dará ensejo ao ajuizamento da reclamação;
III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal
Federal em controle concentrado de constitucionalidade;
ART. 103-A§3º - descumprimento de Súmula Vinculante.
• Procedimento da Reclamação Constitucional

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Art. 989 CPC - Ao despachar a reclamação, o relator:
I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado, que as
prestará no prazo de 10 (dez) dias;
III – determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias
para apresentar a sua contestação.
• Tutela de urgência

Art. 989 II CPC - se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar
dano irreparável;
• Súmula 734 do STF:

JURISPRUDÊNCIA
Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega
tenha desrespeitado decisão do supremo tribunal federal.

• Art. 103-A § 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula apli-
cável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal
que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial
reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula,
conforme o caso.
• Competência:

JURISPRUDÊNCIA
STF (art. 102, I, L e art 103§3º) - l) a reclamação para a preservação de sua competência
e garantia da autoridade de suas decisões;
STJ (art. 105, I, F) - f) a reclamação para a preservação de sua competência e garantia da
autoridade de suas decisões;

Como fazer uma Reclamação Constitucional?!

002. (INÉDITA/2021) Mila, brasileira, solteira, sempre se dedicou muito aos estudos, pois ti-
nha um grande sonho de fazer direito, e se tornar uma grande advogada. Infelizmente seus pais
nunca tiveram condições de pagar uma faculdade particular, nem mesmo um curso preparató-
rio para vestibular. Após três anos estudando por conta própria Mila foi aprovada em 1º lugar
em uma Universidade Pública de São Paulo.
Ao se matricular, a secretaria da universidade, condicionou a sua matricula ao pagamento de
taxa no valor de 2.000 (dois mil reais). Toda a família juntou as economias, mas infelizmente
ainda precisava de 1.000( mil reais) para completar o pagamento.

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Mila recorreu até a última instância administrativa, e não obteve êxito algum, sustentando a
existência da Súmula Vinculante 12, cuja a redação afirma que a cobrança de taxa de matrícula
por universidade pública é inconstitucional.
Mila, procura você, pois faltam poucos dias para encerrar o processo de matrícula, e manifesta
que quer propor a medida judicial cabível adequada para apresentar o caso diretamente à aná-
lise do Supremo Tribunal Federal visando defender o enunciado vinculante.

AO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


(10 LINHAS)
Mila, brasileira, solteira, estudante, RG, CPF, endereço eletrônico, residente e domiciliada na...
por seu advogado, procuração em anexo, com escritório na..., vem perante Vossa Excelência,
com fundamento no art.103-A§3º da Constituição Federal e no artigo 988,III do CPC/15 propor
RECLAMAÇÃO CONSTITUCIONAL, com pedido de LIMINAR, em face da UNIVERSIDADE PÚBLI-
CA... CNPJ, com sede... Pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir:
DO CABIMENTO:
De acordo com o art. 103-A §3º da CF e Art. 7º da lei 11.417/06, da decisão judicial ou do ato
administrativo que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo
indevidamente caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou
outros meios admissíveis de impugnação.
DO FATOS:
...
DO DIREITO
A educação é um direito social prevista no artigo 6º e 205 da Constituição Federal, sendo um
direito de todos e dever do Estado e da família, sendo promovida e incentivada com a colabora-
ção da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício
da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
O Estado tem o dever de promover políticas públicas de acesso à educação com base no prin-
cípio da gratuidade do ensino público em estabelecimentos oficiais, conforme o artigo 206, IV
da CRFB/88.
Segundo a súmula vinculante 12 do STF a cobrança de taxa de matrícula nas universidades
públicas viola o disposto no art. 206, IV, da Constituição Federal.
De acordo com o art. Art. 7º da lei 11.417/06, da decisão judicial ou do ato administrativo
que contrariar enunciado de súmula vinculante, negar-lhe vigência ou aplicá-lo indevidamente
caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal, sem prejuízo dos recursos ou outros meios
admissíveis de impugnação.
Além disso, foi preenchido o requisito do art. 7º § 1º da lei 11.417/06 que dispõe que contra
omissão ou ato da administração pública, o uso da reclamação só será admitido após esgota-
mento das vias administrativas.
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Assim, é necessária a intervenção do judiciário, visto que a decisão administrativa viola frontal-
mente a decisão do STF de natureza vinculativa.
DA LIMINAR
O artigo 989,II do CPC/15 autoriza a concessão da liminar para suspender o ato impugnado
para, assim, evitar dano irreparável.
A fumaça do bom direito reside nos argumentos fáticos e jurídicos acima expostos, pois houve
violação da súmula vinculante 12 do STF.
O perigo de dano também está presente, pois faltam poucos dias para encerrar o processo de
matrícula, podendo a reclamante sofrer prejuízos por essa falha administrativa, qual seja, ser
impedida de matricular-se para o curso de Direito que foi aprovada.
Assim, requer a concessão da liminar para determinar a Universidade Pública que matricule a
reclamante independentemente de taxa de matrícula.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer:
a) Que seja deferida a liminar para determinar a Universidade Pública que matricule a recla-
mante independentemente de taxa de matrícula.
b) Que seja notificada a autoridade reclamada para, no prazo de 10 dias prestar informações
que entender necessárias.
c) a oitiva do Procurador-Geral da República.
d) que seja cassada a decisão administrativa que condicionou a matrícula da reclamante ao
pagamento de taxa, para fins de preservação da súmula vinculante 12.
e) A juntada dos documentos em anexo.
Dá-se a causa o valor de...
Pede deferimento,
Local... Data...
Advogado...
OAB ...

Veja a Reclamação Constitucional que foi cobrada no Exame XXXII:

003. (EXAME XXXII) Após regular aprovação em concurso público de provas e títulos, João da
Silva foi nomeado e empossado no cargo de técnico administrativo de nível médio, vinculado
ao Poder Executivo do Município Alfa. Exerceu suas funções com grande dedicação por mais
de uma década. Durante esse período, também teve oportunidade de concluir o curso de Ad-
ministração de Empresas. Assim que João concluiu a faculdade, foi editada a Lei Municipal n.
123/18, que permitia aos ocupantes do cargo de provimento efetivo de técnico administrativo
de nível médio, desde que preenchessem os requisitos exigidos, optarem pela transposição

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para o cargo de auditor administrativo de nível superior, passando a integrar a respectiva car-
reira. Poucos dias após a promulgação da Lei Municipal n. 123/18, um ocupante do cargo de
auditor administrativo de nível superior faleceu e, com a vacância, João formulou o requeri-
mento de transposição, o qual foi imediatamente deferido pela Administração Pública. Com
isso, Mário, único candidato aprovado no concurso público destinado ao provimento do cargo
de auditor administrativo de nível superior, que ainda não fora nomeado, foi preterido. Mário,
irresignado com a situação, interpôs recurso, que foi apreciado por todas as instâncias admi-
nistrativas, não tendo sido acolhida a tese de que a Lei Municipal n. 123/18 afrontava o teor
de Súmula Vinculante. Acresça-se que a validade do concurso iria exaurir-se no fim do mês
seguinte, e Mário estava desempregado. À luz desse quadro, como advogado(a), redija a peça
processual mais adequada, perante o Supremo Tribunal Federal, para combater a nomeação
de João para o cargo de auditor administrativo de nível superior. (Valor: 5,00)

A peça processual a ser apresentada é a reclamação OU reclamação constitucional (Art. 103-


A, § 3º, da CRFB/88, ou Art. 988, inciso III, e § 4º, do CPC, ou Art. 7º da Lei n. 11.417/06).
O processamento e o julgamento da Reclamação são de competência do Supremo Tribunal Fe-
deral, na forma do Art. 103-A, § 3º, da CRFB/88. A Reclamação é dirigida ao Ministro Presidente
do Supremo Tribunal Federal (Art. 988, § 2º, do CPC).
A Reclamação será proposta por Mário (dispõe o Art. 988, caput, do CPC, que “caberá reclama-
ção da parte interessada ou do Ministério Público”).
O polo passivo será composto pelo Prefeito do Município Alfa, autor do ato e por João, benefi-
ciado pela aplicação da Lei Municipal n. 123/18 em sede administrativa.
De acordo com o Art. 989 do CPC, “ao despachar a reclamação, o relator:
I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impugnado,
que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;
[...] III - determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quin-
ze) dias para apresentar a sua contestação.”
Embora existam decisões do STF anteriores ao CPC no sentido de que seria facultativa a inter-
venção do interessado no processo de reclamação (Agravo Regimental na Reclamação 8.478/
RS e Agravo Regimental na Reclamação 3.375/PI), a previsão de citação trazida no CPC atrai a
legitimidade do beneficiário.
Ressaltar que a reclamação é cabível em razão do esgotamento das vias administrativas, nos
termos do Art. 7º, § 1º, da Lei n. 11.417/06.
Quanto ao mérito, deve ser afirmado que, ao deferir o requerimento administrativo, o Prefeito
Municipal aplicou a Lei Municipal n. 123/18 em detrimento da Constituição da República.
Com isso, ofendeu a Súmula Vinculante 43 do STF, segundo a qual “é inconstitucional toda
modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em con-

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curso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual ante-
riormente investido.”
Prevalece, nesse caso, o entendimento de que a transposição ofende a exigência de prévia
aprovação em concurso público para a investidura em cargo público e o princípio da Legalida-
de, nos termos do Art. 37, caput ou Art. 37, inciso II, ambos da CRFB/88.
Como João já foi nomeado para ocupar o cargo vago, o que acarreta a correlata lesão ao direi-
to de Mário à nomeação, deve ser formulado pedido de tutela de urgência (perigo de dano irre-
parável) ou tutela de evidência (afronta à súmula vinculante) para suspender os efeitos do ato
de nomeação, consistente no desempenho de uma função pública por quem não preencheu o
principal requisito constitucional exigido, ou seja, a aprovação em concurso público, conforme
dispõem o Art. 300, o Art. 311, inciso II e o Art. 989, inciso II, todos do CPC.
Deverá ser formulado pedido de anulação do ato administrativo que deferiu a transposição do
cargo de técnico administrativo de nível médio para o de auditor administrativo de nível superior.
Deve ser formulado requerimento de juntada dos documentos anexos, já que a reclamação
formará autos autônomos, devendo ser instruída, de modo a subsidiar a decisão do Tribunal.
Deverá, ainda, ser formulado requerimento de gratuidade de justiça, citação do beneficiário e
indicado o valor da causa.
Espelho de correção:

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3.Ação de Impugnação de Mandato Eletivo


1) Objetivo: Impugnar o mandato eletivo com abuso de poder econômico, corrupção e fraude.
• Art. 14§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral
no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas
de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.

2) Legitimados ativos:
LC 64/90 – Legitimados: Partidos, coligações, candidatos e Ministério Público

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Art. 3º LC 64/90 Caberá a qualquer candidato, a partido político, coligação ou ao Ministério Público,
no prazo de 5 (cinco) dias, contados da publicação do pedido de registro do candidato, impugná-lo
em petição fundamentada.

 Obs.: Não há legitimidade ativa do cidadão para propor a ação de impugnação de manda-
to eletivo.

3) Competência:

Art. 2º Compete à Justiça Eleitoral conhecer e decidir as argüições de inelegibilidade. Parágrafo


único. A argüição de inelegibilidade será feita perante:
I – o Tribunal Superior Eleitoral, quando se tratar de candidato a Presidente ou Vice-Presidente da
República;
II – os Tribunais Regionais Eleitorais, quando se tratar de candidato a Senador, Governador e Vi-
ce-Governador de Estado e do Distrito Federal, Deputado Federal, Deputado Estadual e Deputado
Distrital;
III – os Juízes Eleitorais, quando se tratar de candidato a Prefeito, Vice-Prefeito e Vereador.

Resumindo:

ORGÃO AUTORIDADE ENDEREÇAMENTO

AO MINISTRO
PRESIDENTE
PRESIDENTE DO
TSE VICE-PRESIDENTE DA
TRIBUNAL SUPERIOR
REPÚBLICA
ELEITORAL

GOVERNADORES E
AO JUÍZO ELEITORAL
VICE
DO TRIBUNAL
TRE DEPUTADOS:
REGIONAL ELEITORAL
FEDERAIS, ESTADUAIS,
DA... REGIÃO
DISTRITAL

PREFEITOS E VICE- AO JUÍZO ELEITORAL


JUNTA ELEITORAL PREFEITOS; DA... ZONA ELEITORAL
VEREADORES DA COMARCA DE...
4) Sigilo

Art. 14º
§ 11. A ação de impugnação de mandato tramitará em segredo de justiça, respondendo o autor, na
forma da lei, se temerária ou de manifesta má-fé.

5) Prazo

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Art. 14§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrup-
ção ou fraude.

6) Prova pré-constituída

Art. 14§ 10. O mandato eletivo poderá ser impugnado ante a Justiça Eleitoral no prazo de quinze
dias contados da diplomação, instruída a ação com provas de abuso do poder econômico, corrup-
ção ou fraude.

004. (INÉDITA/2021) Pedro foi eleito prefeito do Município ALFA, no Estado BETA, e por meio
do seu Comitê de Campanha, fez diversas promessas ao cidadão que votasse nele, inclusive
com o pagamento imediato de conta de energia de quem prometesse tal voto. Além disso, o
Comitê de campanha recolheu, no dia anterior a eleições, o título de eleitor de pessoas já fale-
cidas, distribuindo a pessoas contratadas no Município Z, vizinho ao município ALFA. No dia
seguinte à diplomação de Pedro, João, também candidato ao cargo, mas não eleito, resolve
ingressar com uma ação para invalidar a diplomação de Pedro.

Como fazer uma ação de impugnação de mandato eletivo?


AO JUÍZO ELEITORAL DA ZONA ELEITORAL DE ALFA NO ESTADO BETA
(10 LINHAS)
JOÃO, nacionalidade, estado civil, profissão, CPF, RG, endereço eletrônico..., residente e domi-
ciliado...vem, por seu advogado, procuração anexa, com escritório, com fundamento no art. 14,
§10, da CRFB/88, ajuizar a presente AÇÃO DE IMPUGNAÇÃO DE MANDATO ELETIVO em face
de Pedro, prefeito, diplomado no dia... pelos motivos que a seguir exposto:
DA TEMPESTIVIDADE
A presente impugnação é tempestiva, pois foi ajuizada dentro do prazo constitucional de 15
(quinze) dias contados da diplomação, segundo prevê o art. 14, § 10, da CRFB/88.
DA LEGITIMIDADE ATIVA
O autor tem legitimidade para a propositura da ação de impugnação de mandato eletivo, pois
foi candidato ao cargo de prefeito no respectivo pleito, conforme o art 3º da Lei Complemen-
tar n.64/90.
DOS FATOS
...
DO DIREITO

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A Constituição Federal prevê no art 14§10 que o mandato eletivo poderá ser impugnado ante a
Justiça Eleitoral no prazo de quinze dias contados da diplomação, instruída a ação com provas
de abuso do poder econômico, corrupção ou fraude.
Não há dúvidas que no caso em análise houve ocorrência de abuso de poder econômico, cor-
rupção e fraude.
O pagamento imediato de conta de energia de quem prometesse tal voto em Pedro, configura
abuso de poder econômico e corrupção.
O Comitê de campanha recolheu, no dia anterior a eleições, o título de eleitor de pessoas já
falecidas, distribuindo a pessoas contratadas no Município Z, vizinho ao município Alfa, confi-
gurando claramente fraude.
Além disso, o art.41-A da lei 9.504/97 veda o candidato doar, oferecer, prometer, ou entregar, ao
eleitor, com o fim de obter-lhe o voto, bem ou vantagem pessoal de qualquer natureza, inclusive
emprego ou função pública, desde o registro da candidatura até o dia da eleição.
Mas não é só, o Código eleitoral (lei 4.737/65) no art. 237 dispõe que a interferência do poder
econômico e o desvio ou abuso de poder de autoridade, em desfavor da liberdade de voto, se-
rão coibidos e punidos.
Por fim, o artigo 232 do Código Eleitoral estabelece ser também anulável a votação, quando
viciada de falsidade, fraude, coação, uso de meios de que trata o art. 237, ou emprego de pro-
cesso de propaganda ou captação de sufrágios vedado por lei.
Assim, não restam dúvidas sobre a flagrante ocorrência de abuso de poder econômico, corrup-
ção e fraude na campanha de Pedro.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer:
a) a procedência do pedido para invalidar o diploma eleitoral obtido com abuso de poder eco-
nômico, fraude e corrupção.
b) a citação do réu, Pedro, para apresentar a defesa no prazo de sete dias, conforme dispõe o
art. 4º da Lei Complementar 64/90.
c) a intimação do Ministério Público.
d) a juntada de documentos
e) a condenação em honorários advocatícios e custas processuais.
Dá-se à causa o valor de...
Pede deferimento,
Local... Data...
Advogado...
OAB..

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4. Parecer Jurídico
O Parecer Jurídico apresenta uma maior simplicidade quanto a sua estruturação de elabo-
ração, isso significa dizer que não existe formalidade técnica a ser seguida.
Deve-se elaborar um parecer quando for expressamente solicitado pela banca. A sua estru-
tura é feita de forma simples com uma ementa, resumindo os pontos essenciais, introdução,
fundamentação e a conclusão.

005. (INÉDITA/2021) O partido político X, que possui apenas três representantes na Câmara
dos Deputados, por entender presente a violação de regras da CRFB, o procura para que, na
qualidade de advogado especialista em Direito Constitucional, se posicione sobre a possibili-
dade de ser obtida alguma medida judicial em face da Lei Municipal 1.516/2015 que dispôs
sobre a proibição da utilização em escolas públicas municipais de material didático que con-
tenha “ideologia de gênero”. No Art. 1º a lei prevê que fica proibida a divulgação de material
com referência a ideologia de gênero nas escolas municipais de Novo Gama-GO.Art. 2º Todos
os materiais didáticos deverão ser analisados antes de serem distribuídos nas escolas muni-
cipais de Novo Gama-GO. Art. 3º Não poderão fazer parte do material didático nas escolas em
Novo Gama-GO materiais que fazem menção ou influenciem ao aluno sobre a ideologia de gê-
nero. Art. 4º Materiais que foram recebidos mesmo que por doação com referência a ideologia
de gênero deverão ser substituídos por materiais sem referência a mesma.
Elabore um parecer sobre a hipótese acima.

• Como elaborar um parecer jurídico?!

PARECER JURÍDICO
INTERESSADO: PARTIDO POLÍTICO “X”

EMENTA: Inconstitucionalidade forma e material. Legitimidade do Partido Político. ADPF. Compe-


tência do STF. Educação. Ideologia de gênero
Trata-se de consulta formulada pelo partido político “x”, acerca da possibilidade de ser obtida
alguma medida judicial em face da Lei Municipal 1.516/2015 que dispôs sobre a proibição
da utilização em escolas públicas municipais de material didático que contenha “ideologia
de gênero”.
Informa, ainda, o Consulente, que o mesmo possui apenas três representantes na Câmara dos
Deputados.
É o relatório.
Passo a opinar.

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A Constituição Federal prevê no art. 22, XXIV que a União possui competência privativa para fi-
xar as diretrizes e bases da educação nacional, logo os Municípios não possuem competência
para editar lei proibindo a divulgação de material com referência a “ideologia de gênero” nas
escolas municipais. Logo, a Lei municipal 1.516/2015 é formalmente inconstitucional.
Além disso, essa lei municipal é materialmente inconstitucional porque viola dois princípios
relacionados com o ensino a liberdade de aprender, ensinar, pesquisar e divulgar o pensamen-
to, a arte e o saber (art. 206, II, CF/88); e o pluralismo de ideias e de concepções pedagógicas
(art. 206, III, CF/88).
Essa lei contraria ainda um dos objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil, que
é a promoção do bem de todos sem preconceitos (art. 3º, IV, CF/88).
Por fim, a lei não cumpre com o dever estatal de promover políticas de inclusão e de igualdade,
contribuindo para a manutenção da discriminação com base na orientação sexual e identidade
de gênero.
Será possível ajuizar uma arguição de descumprimento de preceito fundamental para a rea-
lização do controle concentrado de constitucionalidade da Lei Municipal, perante o Supremo
Tribunal Federal.
Quanto a legitimidade, o partido político “X” é legitimado ativo para propor a arguição de des-
cumprimento de preceito fundamental, visto que está devidamente representado no Congres-
so Nacional, de acordo com o art. 103, VIII, da CRFB e art 2º, VIII, da lei 9.868/99, bastando a
represente em pelo menos uma das Casas legislativas.
CONCLUSÃO
Em face do exposto, opino pela inconstitucionalidade da lei municipal “x” e a possibilidade de
ser ajuizada a arguição de descumprimento de preceito fundamental perante o Supremo Tribu-
nal Federal.
É o parecer, S.M.J
Local... Data....
Advogado...
OAB...

5.Habeas Corpus
• Art. 5º LXVIII - conceder-se-á “habeas-corpus” sempre que alguém sofrer ou se achar
ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de locomoção, por ilegalida-
de ou abuso de poder;
− Legitimado ativo:
◦ Nacional
◦ Estrangeiro
◦ Seja em benefício próprio ou alheio.
◦ Ministério Público

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 Obs.: Somente pessoas físicas podem ser pacientes no HC, mas as pessoas jurídicas podem
impetrar o remédio constitucional, caso seja em benefício de terceiros.

• É necessária capacidade postulatória? Não!


• É gratuito? Sim!

Art. 5º LXXVII - são gratuitas as ações de habeas-corpus e habeas-data, e, na forma da lei, os atos
necessários ao exercício da cidadania.
• A ação é dirigida contra a autoridade coatora! De forma excepcional é possível que o
remédio seja impetrado em face de particular, exemplo: clínicas médicas, manicômios.
• Admite dilação probatória? Não!
− Súmula 693 STF

JURISPRUDÊNCIA
Não cabe habeas corpus contra decisão condenatória a pena de multa, ou relativo a pro-
cesso em curso por infração penal a que a pena pecuniária seja a única cominada.

− Súmula 694 STF.

JURISPRUDÊNCIA
Não cabe habeas corpus contra a imposição da pena de exclusão de militar ou de perda
de patente ou de função pública.

− Súmula 695 STF

Não cabe habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.


• Quanto à competência:

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das pessoas referidas nas alíneas anteriores:
Presidente da República
Vice-Presidente
Membros do CN
Ministros do STF
PGR

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Ministros de Estado
Comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército
Membros dos Tribunais superiores
Membros do TCU
Chefes de missão diplomática de caráter permanente.
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal Superior ou quando o coator ou o paciente for au-
toridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal
Federal, ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma única instância;
• Art. 102, II - julgar, em recurso ordinário:

a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeas data e o mandado de injunção de-


cididos em única instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a decisão;

Art. 105 - Compete ao Superior Tribunal de Justiça:


I – processar e julgar, originariamente:
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for qualquer das pessoas mencionadas na alínea
“a”, ou quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, Ministro de Estado ou Comandante da
Marinha, do Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência da Justiça Eleitoral;
• Governadores dos Estados e do Distrito Federal
• desembargadores dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal
• os membros dos Tribunais de Contas dos Estados e do Distrito Federal,
• dos Tribunais Regionais Federais,
• dos Tribunais Regionais Eleitorais e do Trabalho,
• os membros dos Conselhos ou Tribunais de Contas dos Municípios e
• os do Ministério Público da União que oficiem perante tribunais;

Se os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército forem co-


atores: STJ
Se os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, Aeronáutica e Exército forem pa-
cientes: STF

Art. 105 CF: Competência do STJ

II – julgar, em recurso ordinário:


a) os habeas corpus decididos em única ou última instância pelos Tribunais Regionais Federais ou
pelos tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, quando a decisão for denegatória;
Art. 108. Compete aos Tribunais Regionais Federais:
I – processar e julgar, originariamente:
d) os habeas corpus, quando a autoridade coatora for juiz federal;

 Obs.: Se for juiz estadual a competência será do TJ!

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006. (OAB/2007.1) Maria adquiriu um veículo popular por meio de contrato de arrendamento
mercantil (leasing), em 60 prestações de R$ 800,00. A partir da 24.ª prestação, Maria começou
a ter dificuldades financeiras e resolveu vender o veículo a Pedro, o qual se comprometeu a
pagar as prestações vincendas e vencidas. Tal fato não foi comunicado ao agente financeiro,
já que havia o risco de o valor da prestação ser majorado. Pedro deixou de pagar mais de cinco
prestações, o que suscitaria rescisão contratual. O agente financeiro houve por bem propor
ação de busca e apreensão do veículo, tentativa essa que restou frustrada em face de Maria
não possuir o veículo em seu poder, já que o alienara a Pedro. O agente financeiro pediu a trans-
formação, nos mesmos autos, da ação de busca e apreensão em ação de depósito e requereu
a prisão de Maria, por ser depositária infiel do referido veículo. O juiz competente determinou
a prisão civil de Maria até que ela devolvesse o referido veículo ou pagasse as prestações em
atraso. Maria não tem mais o veículo em seu poder e perdeu o seu emprego em virtude da
prisão civil. Dois dias depois da efetivação da prisão, o advogado contratado interpôs, inicial-
mente, recurso de agravo de instrumento contra aquela decisão judicial, o qual não foi conhe-
cido pelo tribunal, diante da ausência de documento imprescindível ao seu processamento.
Ingressou com ação de rito ordinário contra Pedro, com pedido de tutela antecipada, contra
Pedro, com pedido de tutela antecipada, visando receber as prestações em atraso, ação essa
que foi extinta sem julgamento de mérito. Ingressou, ainda, com ação de rito ordinário contra
o arrendador discutindo algumas cláusulas do contrato de arrendamento, ação essa que con-
tinua em curso, sem sentença.
Maria continua presa. Por ter perdido a confiança nesse advogado, ao qual pagou os honorá-
rios devidos e do qual recebeu o devido substabelecimento, sem reservas de poderes, Maria
resolveu contratar os serviços de outro advogado. Diante da situação hipotética apresentada,
na condição de atual advogado de Maria, redija um texto que contenha a peça judicial mais
apropriada ao caso, a ser apresentada ao órgão judicial competente, com os argumentos que
reputar pertinentes.

Como fazer um Habeas Corpus?


AO DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO...
(10 LINHAS)
Maria, nacionalidade, estado civil, profissão, RG, CPF, endereço eletrônico, residente e domici-
liada na..., por seu advogado, procuração anexa, vem perante a Vossa Excelência, com funda-
mento no art. 5º LXVIII da CF/88 e art. 647 do CPP, impetrar HABEAS CORPUS REPRESSIVO
com pedido de liminar em favor de sua liberdade, que está sendo impedida por decisão judicial,
pelos fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos:
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Iniciais – Parte II. Controle de Controle de Constitucionalidade
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DO CABIMENTO:
É cabível o presente remédio constitucional, visto que há violação à liberdade de locomoção de
Maria, encontrando-se amparo no art. 5 LXVIII da CF: conceder-se-á “habeas-corpus” sempre
que alguém sofrer ou se achar ameaçado de sofrer violência ou coação em sua liberdade de
locomoção, por ilegalidade ou abuso de poder;
DOS FATOS
...
DO DIREITO
O ordenamento jurídico pátrio prevê no art. 5, XV, da CRFB/88 é livre a locomoção no território
nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permane-
cer ou dele sair com seus bens;
O art. 5º LXVII da CRFB/88 dispõe que não haverá prisão civil por dívida, salvo a do responsá-
vel pelo inadimplemento voluntário e inescusável de obrigação alimentícia e a do depositário
infiel. Ocorre que o STF decidiu que o Pacto de San José da Costa Rica, por possuir natureza
supralegal, revogou a legislação ordinária que versava sobre o tema, não sendo mais aplicável
o art. 5. LXVII da CRFB.
Além disso, a Súmula Vinculante 25 dispõe ser ilícita a prisão civil de depositário infiel, qual-
quer que seja a modalidade do depósito.
DA LIMINAR
Os art. 649 e 660§2º do CPP fundamentam a liminar em sede de Habeas Corpus.
A Fumaça do bom direito está presente de acordo com os fatos e fundamentos jurídi-
cos expostos.
O perigo na demora também resta presente, visto que há violação ao direito fundamental de ir
e vir de Maria diante da prisão manifestamente ilegal.
DOS PEDIDOS
Diante do exposto, requer a V.Exa que:
a) Determine a notificação da autoridade coatora.
b) A intimação do Ministério Público
c) A concessão da liminar para determinar a expedição do alvará de soltura.
d) Conceder em definitivo a ordem no presente remédio constitucional.
e) Juntada dos documentos em anexo.
Dá-se à causa o valor de...
Pede deferimento,
Local... Data...
Advogado... OAB...

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Iniciais – Parte II. Controle de Controle de Constitucionalidade
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6. Controle de Constitucionalidade
Antes de iniciarmos a confecção das peças processuais no controle de constitucionalida-
de apresento a vocês um resumo teórico para facilitar a identificar as peças processuais.
CF:
Cláusula de Reserva de Plenário: Art 97 CF
ADI, ADC: 102, I, a , 102, “p”
102§2º
Legitimados controle concentrado: Art 103
103§1º§2º§3º
125§2
129,IV.
CPC: 949
Lei 9868/99
Lei 9.882/99
Súmula vinculante: 10
1) Inconstitucionalidade:
a) Formal (Nomodinâmica): Vício decorre da inobservância do processo legislativo.
a) Subjetiva: Vício na iniciativa.
Exemplo: O Deputado XY apresentou um projeto de lei sobre aumento da remuneração dos
servidores públicos.
A competência é do Presidente da República, logo inconstitucionalidade formal subjetiva.
b) Objetiva: Vício no Quórum
Exemplo: Uma lei complementar foi aprovada por maioria simples.
Lei complementar deve ser aprovada por maioria absoluta – Art 69 CF.
c) Orgânica: Vício na competência
Exemplo: Estado legislando sobre direito penal. Competência privativa da União. Art 22, I CF.
d) Material (Nomoestática): O conteúdo da norma é contrário ao conteúdo constitucional.
Exemplo: Uma lei dando autonomia ao Território.
Território é descentralização da União, não é considerado ente, nem possui autonomia.
Art 18§2 CF.
2) No Brasil existe inconstitucionalidade superveniente?
Não. A incompatibilidade superveniente não gera a inconstitucionalidade, mas sim a não
recepção ou revogação.
3) A inconstitucionalidade pode ser parcial?
Sim, inclusive pode recair sobre palavras ou expressões isoladas, é o chamado princípio da
parcelaridade.
4) O que é inconstitucionalidade consequencial ou por arrastamento?
Ocorre quando há dependência entre duas normas, sendo que a declaração de inconstitu-
cionalidade da principal enseja a declaração de inconstitucionalidade da acessória.

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Iniciais – Parte II. Controle de Controle de Constitucionalidade
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Exemplo: A lei x foi regulamentada pelo decreto y. Se a lei x for inconstitucional o decreto
por ser dependente também será inconstitucional por arrastamento.
5) Parâmetro para a declaração de (in) constitucionalidade
Parte permanente (art 1º ao 250)
Parte transitória (ADCT) – enquanto tiverem eficácia.
6) O preâmbulo serve de parâmetro para o Controle de Constitucionalidade?
Não, pois não é considerado norma jurídica, logo não é de observância obrigatória em âm-
bito estadual.
6.1) ADCT (ATOS DE DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS) servem como
parâmetro?
Podem servir como parâmetro para o controle de constitucionalidade de leis e atos
normativos.
6.2) As normas constitucionais originárias se submetem ao controle de constitu-
cionalidade?
Não. O STF entende que as normas inseridas originalmente no texto da constituição gozam
de uma chamada “presunção absoluta de Constitucionalidade”. Não confunda com a EMENDA
que é norma derivada, que possui presunção relativa de Constitucionalidade, e pode ser objeto
de controle.
7) a) Controle preventivo-político:
É feito pelo poder legislativo através das Comissões de Constituição e justiça, e pelo poder
executivo através do veto jurídico – Art. 66§1 CRFB
b) Controle Repressivo- político:
Exemplo:
1) Art.49, V CRFB Congresso Nacional sustando os atos normativos do poder executivo
quando este extrapolar os limites da delegação legislativa.
2) O poder legislativo rejeitando uma Medida Provisória sob o argumento de que é incons-
titucional.
c) Controle Preventivo- judicial:
É feito de forma excepcional.
Esse controle só pode ser exercido pelo Poder Judiciário ( STF) quando um parlamentar (
só o parlamentar), por meio de um Mandado de Segurança, argumenta a violação ao devido
processo legislativo, exemplo:( Violação as cláusulas pétreas)
A perda superveniente da condição de parlamentar ocasiona a extinção do Mandado de
segurança.
d) Controle Repressivo – judicial:
É a regra: Poder judiciário controlando as leis já em vigor.
8)

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CONTROLE CONCENTRADO
CONTROLE DIFUSO (concreto)
(abstrato)

Constituição Federal - STF


É realizado por qualquer juiz ou
Constituição Estadual – TJ
tribunal *
* ADI, ADC, ADPF, ADO

Efeitos Inter partes*


Obs.: se a decisão for proferida pelo
STF: erga omnes.
Efeitos Erga omnes
A atuação do Senado – Art 52,X
apenas para fins de publicidade à
decisão.

Efeitos Ex tunc ( retroativos)


Efeitos Ex tunc ( retroativos)
* É possível a modulação dos efeitos
* É possível a modulação dos efeitos
temporais da sentença, quando
temporais da sentença, quando
causar risco à segurança jurídica ou
causar risco à segurança jurídica ou
ao interesse social.
ao interesse social.
(atuação de 2/3 do STF – para dar
(atuação de 2/3 do STF – para dar
efeitos EX NUNC)
efeitos EX NUNC)

Efeitos vinculantes – Exceto o próprio


STF e a função legislativa.

Legitimidade ampla Legitimados – 103 CF


9) O que é a cláusula de reserva de plenário?
Art. 97 CRFB – Somente pelo voto da maioria absoluta de seus membros ou dos membros
do órgão especial é que a inconstitucionalidade pode ser declarada.
10) Órgãos fracionários (turmas, seções, câmaras) declara a inconstitucionalidade?
948 CPC - Como regra os órgãos fracionários não podem declarar a inconstitucionalidade,
devendo remeter ao pleno ou órgão especial.
• Cuidado: O órgão fracionário não pode afastar a aplicação da norma ao invés de subme-
ter a questão ao pleno ou órgão especial, pois isso resultaria na violação da cláusula de
reserva de plenário – SV 10.

949 CPC – Mitigando a cláusula de reserva de plenário o art 949 estabelece que depois que
o pleno, órgão especial do tribunal ou STF já tiver decidido o incidente de inconstitucionalidade,
não será mais necessário que os órgãos fracionários, remetam ao pleno ou ao órgão especial.

 Obs.: O órgão fracionário pode declarar a CONSTITUCIONALIDADE de uma lei.

11) A cláusula de reserva de plenário não se aplica:

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• Aos juízes singulares; às turmas recursais dos juizados especiais

12) Sobre o controle concentrado:

ADI ADC ADO ADPF

Art. 103 CF Art. 103 CF Art. 103 CF Art. 103 CF

Objeto:
Emendas É subsidiário
constitucionais Objeto:
Objeto:
Leis e atos É um não fazer Leis e atos
Leis e demais atos
normativos estatal, que gera a normativos
normativos federais.
Federais e inconstitucionalidade. Municipais.
-Pós-Constitucionais.
Estaduais Pré-
Pós- Constitucionais.
Constitucionais

Não podem ser


objeto de ADI:
•Proposta
de Emenda
Aspectos
Constitucional ou
procedimentais:
Projeto de Lei;
Deve haver relevante
•normas
controvérsia judicial.
constitucionais
•Princípio da presunção
originárias;
de constitucionalidade
•normas pré-
das leis.
constitucionais;
•Súmulas
Vinculantes

Ausência de prazo
Serão ouvidos para a prestação
sucessivamente: de informações
AGU e PGR pelas autoridades, Manifestação do AGU
que deverão inexistência de menção logo após do PGR.
manifestar no à participação do AGU.
prazo de 15 dias. Deve haver a
participação do PGR

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ADI ADC ADO ADPF

Não é possível Não é possível


a intervenção a intervenção
Não é possível a Não é possível a
de terceiros, de terceiros,
intervenção de intervenção de
mas admite-se o mas admite-se o
terceiros, mas admite- terceiros, mas admite-
amicus curiae. amicus curiae.
se o amicus curiae. se o amicus curiae.
A decisão que A decisão que
A decisão que admite A decisão que admite
admite ou admite ou
ou inadmite o amicus ou inadmite o amicus
inadmite o inadmite o
curiae é irrecorrível. curiae é irrecorrível.
amicus curiae é amicus curiae é
irrecorrível. irrecorrível.

Medida Cautelar:
102, I, “P” e art 10
e 11 da 9868/99
É admita Medida Cautelar:
mediante Medida Cautelar: Medida Cautelar: É admita
MAIORIA É admita mediante É admita mediante mediante
ABSOLUTA DO MAIORIA ABSOLUTA DO MAIORIA ABSOLUTA MAIORIA
STF, eficácia: STF. DO STF. ABSOLUTA DO
erga omnes e STF.
vinculante;
não retroativos,
EX NUNC.

Decisão definitiva: Decisão definitiva:


ERGA OMNES Decisão definitiva: ERGA OMNES
Decisão definitiva:
(exceção art 27 ERGA OMNES (exceção (exceção art 27
ERGA OMNES (exceção
9868/99) art. 27 9868/99) 9868/99)
art 27 9868/99)
EX EX TUNC(retroativos) EX
EX TUNC(retroativos)
TUNC(retroativos) podendo ser modulado TUNC(retroativos)
podendo ser modulado
podendo ser para EX NUNC. podendo ser
para EX NUNC.
modulado para modulado para
EX NUNC. EX NUNC.
13) Art. 103 CF
* Legitimados Universais (U)
* Legitimados Especiais (E) – devem demonstrar pertinência temática
Quem precisa de Advogado (A)?

3 pessoas 3 mesas 3 entidades

Presidente da República Conselho federal da


Mesa do SF (U)
(U) OAB(U)

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3 pessoas 3 mesas 3 entidades

Partido político com


Procurador Geral da representação no
Mesa da CD(U)
República (U) Congresso Nacional(U)
(A)

Confederação Sindical
Mesa das assembleias
ou entidade de classe
Governador (E) legislativas ou câmara
de âmbito Nacional (E)
distrital (E)
(A)

 Obs.: 1) O governador pode impugnar normas editadas em outras entidades da federação,


exemplo: o governador de Goiás propõe ADI para impugnar norma editada no Estado
do Acre, a partir da demonstração que a proposição da norma ofende, de alguma
forma, os interesses do Estado no qual ele exerce a governança.
 2) Os partidos políticos devem estar representados no Congresso Nacional, o que
exige que possuam, ao menos, um membro que integre a Câmara dos Deputados ou o
Senado Federal. Basta um único representante.
 A perda de representação do partido político no Congresso Nacional, após o ajuiza-
mento da ADI, não descaracteriza a legitimidade para o prosseguimento da ação. A
aferição da legitimidade dever ser feita na PROPOSITURA da ação.
 3) O partido político deve estar representado por seu diretório nacional.
 4) A legitimidade se afere na propositura da ação, logo se o parlamentar perder a repre-
sentação posteriormente o partido político permanece no polo ativo.
 5) A entidade só é considerada de âmbito nacional se estiver presente em pelo menos
9 Estados da federação, salvo em virtude de relevância nacional da atividade.
 6) A entidade integrada apenas por um segmento de classe que representam não têm
legitimidade para ajuizar ADI.
 Exemplo: Associação dos professores do ensino médio ajuizou as ações no STF. Isso
representa apenas parte da categoria profissional, logo a ADI deve ser extinta.
 7) Não tem legitimidade para ADI as federações sindicais e os sindicatos nacionais;
 8) Efeito Repristinatório da declaração de inconstitucionalidade – Art 11§2 da lei
9.868/99:
 É um efeito tácito. Segundo a norma, salvo expressa manifestação contrária, a conces-
são de medida cautelar torna aplicável a legislação anterior acaso existente.
 9) No Brasil adotamos a teoria da nulidade, pois a declaração de inconstitucionalidade
afeta o plano de validade. Caso seja declarada inconstitucional é nula desde o nasci-
mento.

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 Obs.: A teoria da nulidade foi flexibilizada, logo é possível a modulação dos efeitos tempo-
rais da sentença.
 10) As decisões no controle concentrado não vinculam o legislativo e o próprio STF.

7. Ações do Controle Concentrado


1. Ação Direta de Inconstitucionalidade
 Obs.: Processo Objetivo - os requerentes são figurantes processuais, não são partes propria-
mente ditas.
 Legitimados do Controle Concentrado: Art.103 CF. Rol Taxativo

Não possuem Capacidade Postulatória:


− Partido Político com representação no CN
− Confederação Sindical ou Entidade de Classe de âmbito Nacional
• Legitimados especiais: (pertinência temática) – Sob pena da ação não ser conhecida
por ausência de legitimidade ad causam.
− Mesa da Assembleia Legislativa ou Câmara Distrital
− Governador
− Confederação sindical ou Entidade de Classe de âmbito nacional.

 Obs.: Lei 9.868/99

Art. 3º A petição indicará:


I – o dispositivo da lei ou do ato normativo impugnado e os fundamentos jurídicos do pedido em
relação a cada uma das impugnações;
II – o pedido, com suas especificações.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, quando subscrita
por advogado, será apresentada em duas vias, devendo conter cópias da lei ou do ato normativo
impugnado e dos documentos necessários para comprovar a impugnação.
Art. 5º Proposta a ação direta, não se admitirá desistência.
Art. 6º O relator pedirá informações aos órgãos ou às autoridades das quais emanou a lei ou o ato
normativo impugnado.
Parágrafo único. As informações serão prestadas no prazo de trinta dias contado do recebimento
do pedido.
Art. 7º Não se admitirá intervenção de terceiros no processo de ação direta de inconstitucionalidade.
Art. 8º Decorrido o prazo das informações, serão ouvidos, sucessivamente, o Advogado-Geral da
União e o Procurador-Geral da República, que deverão manifestar-se, cada qual, no prazo de quinze
dias.

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Art. 10. Salvo no período de recesso, a medida cautelar na ação direta será concedida por decisão
da maioria absoluta dos membros do Tribunal, observado o disposto no art. 22, após a audiência
dos órgãos ou autoridades dos quais emanou a lei ou ato normativo impugnado, que deverão pro-
nunciar-se no prazo de cinco dias.
Art. 22. A decisão sobre a constitucionalidade ou a inconstitucionalidade da lei ou do ato normativo
somente será tomada se presentes na sessão pelo menos oito Ministros.
Art. 27. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, e tendo em vista razões de segu-
rança jurídica ou de excepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de
dois terços de seus membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha
eficácia a partir de seu trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

 Obs.: Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constitui-
ção, cabendo-lhe:

I – processar e julgar, originariamente:


a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação declara-
tória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;
• A mesa do CN não é legitimada do controle concentrado.
• Os partidos políticos devem estar representados no CN. Basta um único membro da CD
ou do SF.
• Deve estar representado por seu Diretório Nacional

(Ilegitimidade ativa ad causam de Diretório Regional).


A entidade de classe só será considerada de âmbito nacional se estiver presente em pelo
menos 9 Estados da Federação (1/3 da Federação), salvo em virtude da relevância nacional da
atividade.
Entidades representas apenas por um segmento da classe não tem legitimidade para
ajuizar ADI!
As federações sindicais e os sindicatos nacionais não podem ajuizar ADI.

 Obs.: OBJETO

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Não podem ser impugnados por


ADI:
Podem ser impugnados por ADI: PEC ou PL
Leis e atos normativos federais e Normas Constitucionais originárias
estaduais. Leis e atos normativos editados
Emendas Constitucionais anteriormente à norma
Leis Ordinárias/ Complementares constitucional invocada como
Leis delegada parâmetro.
Medidas provisórias Súmulas e Súmulas Vinculantes.
Decretos Legislativos Respostas a consultas no TSE
Decretos Autônomos Atos normativos secundários
Tratados e convenções Sentenças normativas e convenções
internacionais. coletivas
Leis e outros atos normativos
revogados

MODELO

007. (EXAME XXVI) Com o objetivo de zelar pelo primado da ética, a Assembleia Legislativa
do Estado Alfa aprovou e o Governador do Estado sancionou uma minirreforma política, que
direcionaria as eleições seguintes para os cargos de Deputado Estadual do Estado em ques-
tão. Essa reforma foi veiculada por meio da Lei “X”. O Art. 1º dispunha que não seria admitido
o registro de candidatura de qualquer pessoa com antecedentes criminais; o Art. 2º afastava a
possibilidade de campanha eleitoral no rádio e na televisão para os partidos políticos que abri-
gassem, em seus quadros, pessoas com antecedentes criminais; o Art. 3º dispunha sobre as
distintas formas de exercício da cidadania no território do respectivo Estado. A Lei “X” do Esta-
do Alfa foi saudada com grande entusiasmo pela população. Como o Art. 4º da Lei “X” dispu-
nha que sua entrada em vigor seria imediata, aplicando-se inclusive às eleições que seriam re-
alizadas três meses depois, era grande a expectativa de que as mudanças fossem percebidas
de imediato. Apesar desse entusiasmo, o Partido Político Sigma, que tem representantes no
Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal), e sofreria grandes prejuízos
com a entrada em vigor da Lei “X”, por deliberação do seu Diretório Nacional, decidiu ingressar
com a medida judicial adequada, utilizando, como paradigma, a Constituição da República.
Esperava com esse procedimento que a constitucionalidade in abstracto desse diploma nor-
mativo fosse questionada perante o tribunal competente. Considerando a narrativa acima, na
condição de advogado(a) do Partido Político Sigma, elabore a petição inicial da medida judicial
cabível. (Valor: 5,00)

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A peça adequada é a petição inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade. A petição deve ser
endereçada ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, órgão jurisdicional compe-
tente para processar e julgar a referida ação, conforme o Art. 102, inciso I, alínea a, da CRFB/88
c/c. o Art. 1º da Lei n. 9.868/99.
A ação deve ser proposta pelo Partido Político Sigma. A legitimidade do Partido decorre do
disposto no Art. 103, inciso VIII, c/c. o Art. 2º, inciso VIII, da Lei n. 9.868/99.
Deve ser indicado que a Lei X foi aprovada pela Assembleia Legislativa e sancionada pelo Go-
vernador do Estado Alfa.
Deve ser informado o teor do ato normativo estadual impugnado, mais especificamente dos
seus artigos 1º a 4º.
Deve ser justificado o cabimento da ADI, pois se está perante ato normativo estadual dissonan-
te da Constituição da República, conforme previsto no Art. 102, inciso I, alínea a, da CRFB/88.
O examinando deve informar e demonstrar, justificadamente, as normas da CRFB/88 violadas,
quais sejam:
I – Os artigos 1º, 2º e 4º da Lei “X” violaram a competência privativa da União para legislar so-
bre direito eleitoral, conforme dispõe o Art. 22, inciso I, da CRFB/88, o que denota a existência
de vício de inconstitucionalidade formal;
II – O Art. 4º da Lei “X” afronta o princípio da anualidade eleitoral, previsto no Art. 16 da CRFB/88,
o que caracteriza o vício de inconstitucionalidade material;
III – O Art. 3º da Lei “X” afronta a competência privativa da União para legislar sobre cidadania,
conforme dispõe o Art. 22, inciso XIII, da CRFB/88, caracterizando a existência de vício de in-
constitucionalidade formal.
Além dos fundamentos de mérito, também deve ser indicado o embasamento da medida cau-
telar a ser pleiteada, já que, além da patente inconstitucionalidade, há risco na demora, pois foi
determinada a incidência da Lei “X” na próxima eleição para Deputado Estadual, a ser realizada
em três meses.
Deve ser formulado pedido de medida cautelar, com fundamento no Art. 10 da Lei n. 9.868/99,
com o objetivo específico de sustar a eficácia da Lei “X”.
O pedido principal deve ser a declaração de inconstitucionalidade da Lei “X”.
Por fim, deve haver o fechamento da petição com a identificação do advogado.
Peça Processual Passo a Passo
AO MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Partido Político Sigma, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, por seu Diretório Nacional,
com sede na..., por seu advogado, procuração em anexo, com escritório..., onde receberá as
intimações, vem propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE, com funda-
mento no art. 102, I, “a”, da CRFB/88 e na Lei n. 9.868/99, em face dos arts. 1º a 4º da Lei “X”,

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elaborada pelo Governador do Estado Alfa e a respectiva Assembleia Legislativa, pelos moti-
vos a seguir expostos:
I – DO OBJETO DA AÇÃO
De acordo com o art. 102, I, a da CRFB/88 caberá ADI em face de lei ou ato normativo federal
ou estadual que viole a Constituição Federal.
A lei estadual X, viola a Constituição sob os aspectos formais e materiais, por isso deverá ser
declarada inconstitucional.
II – DA LEGITIMIDADE
O partido político Sigma é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art.
103, VIII da CRFB/88 e art. 2º, inciso VIII, da Lei n. 9.868/99, não precisando comprovar a perti-
nência temática, visto que o STF firmou entendimento no sentido de que o Partido Político com
representação no Congresso Nacional é legitimado universal.
Além disso, possui representação no Congresso Nacional, que segundo o STF se aufere no
momento da propositura da ação, sendo irrelevante a modificação desse estado no decorrer
do processo, e foi criado de acordo com a Lei 9.096/95, estando, habilitado para o ajuizamento
desta ADI.
III – DA COMPETÊNCIA
De acordo com o art. 102, I, “a”, da CRFB/88, compete ao STF processar e julgar, originariamen-
te a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual.
IV – DO DIREITO/ DA INCONSTITUCIONALIDADE
Há inconstitucionalidade formal na lei estadual “X” pois os seus arts. 1º, 2º e 4º violaram a
competência privativa da União para legislar sobre direito eleitoral, conforme dispõe o art. 22,
I, da CRFB/88.
Mas não é só, há também vício de forma em seu art. 3º, pois afronta a competência privativa
da União para legislar sobre cidadania, conforme dispõe o art. 22, inciso XIII, da CRFB/88.
Ademais, o art. 4º da referida lei afronta o princípio da anualidade eleitoral, previsto no art. 16
da CRFB/88, o que caracteriza o vício de inconstitucionalidade material, já que este último dis-
põe que a lei que alterar o processo eleitoral deve entrar em vigor na data de sua publicação,
não se aplicando à eleição que ocorrer até um ano da data de sua vigência.
V – DA MEDIDA CAUTELAR
A possibilidade de concessão de medida cautelar em sede de ADI se encontra nos arts. 10 a
12 da Lei n. 9868/99 e possui natureza cautelar.
A Fumaça do bom direito está presente como foi demonstrado nos fundamentos jurídicos ex-
postos acima, pois houve violação aos artigos 22,I,XIII,e 16 da CRFB/88.
O perigo na demora também está presente, tendo em vista que que a Lei “X” será aplicada, na
realização da próxima eleição dentro de três meses.
Desse modo, requer a concessão da medida cautelar com o objetivo específico de sustar a efi-
cácia da Lei “X”, embasado no Art. 10 da Lei n. 9.868/99, bem como deve haver a determinação

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de que todos os processos que tramitam no controle difuso e tenham esta norma como objeto
de discussão sejam também suspensos.
VI – DOS PEDIDOS
Em face do exposto, o Partido requer:
a) a concessão da medida cautelar para sustar a eficácia da Lei “X”,
b) a procedência dos pedidos para declarar a inconstitucionalidade da Lei “X”, conforme arts.
10 a 12 da Lei 9.868/99;
c) a juntada dos documentos em anexo, de acordo com o art. 3º, parágrafo único da Lei 9.868/99;
c) que sejam solicitadas informações ao Governador do Estado e à Mesa da Assembleia Legis-
lativa estadual, conforme art. 6º, caput, da Lei 9.868/99;
d) a citação do Advogado Geral da União, de acordo com o art. 8º da Lei 9.868/99;
e) a oitiva do Procurador-Geral da República, na forma do art. 8º da Lei 9.868/99.
Dá-se à causa o valor de ...
Pede deferimento
Local, data...
Advogado ...
OAB ...
Distribuição dos pontos:

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008. (EXAME XXVII) O crescimento da exploração de diamantes no território do Estado Alfa


ampliou a circulação de riquezas e fez com que a densidade demográfica aumentasse consi-
deravelmente, juntamente com os riscos ao meio ambiente. Esse estado de coisas mobilizou

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a população local, o que levou um grupo de Deputados Estaduais a apresentar proposta de


emenda à Constituição Estadual disciplinando, detalhadamente, a forma de exploração de dia-
mantes no território em questão. A proposta incluía os requisitos formais a serem cumpridos
junto às autoridades estaduais e os limites quantitativos a serem observados na extração, no
armazenamento e no transporte de cargas. Após regular aprovação na Assembleia Legislativa,
a Emenda à Constituição Estadual n. 5/2018 foi sancionada pelo Governador do Estado, sendo
isso imediatamente comunicado às autoridades estaduais competentes para que exigissem
o seu cumprimento. Preocupada com a situação no Estado Alfa e temendo o risco de desem-
prego dos seus associados, isso em razão dos severos requisitos estabelecidos para a explo-
ração de diamantes, a Associação Nacional dos Geólogos, que há décadas luta pelos direitos
da categoria, contratou os seus serviços como advogado(a) para que elabore a petição inicial
da medida judicial cabível, de modo que o Tribunal Superior competente reconheça a incom-
patibilidade do referido ato normativo com a Constituição da República Federativa do Brasil.
(Valor: 5,00)

A peça adequada é a Petição Inicial de Ação Direta de Inconstitucionalidade. A petição deve ser
endereçada ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, órgão jurisdicional compe-
tente para processar e julgar a referida ação, conforme o Art. 102, inciso I, alínea a, da CRFB/88,
c/c. o Art. 1º da Lei n. 9.868/99.
A ação deve ser proposta pela Associação Nacional dos Geólogos. A legitimidade da Associa-
ção decorre do disposto no Art. 103, inciso IX, da CRFB/88, c/c. o Art. 2º, inciso IX, da Lei n.
9.868/99, sendo nítida a pertinência temática do ato normativo com as atividades dos asso-
ciados da entidade de classe.
Deve ser indicado que a Emenda Constitucional n. 5/2018 foi aprovada pela Assembleia Legis-
lativa do Estado Alfa e sancionada pelo Governador do Estado.
Deve ser informado o teor do ato normativo estadual impugnado.
Deve ser justificado o cabimento da ADI, pois se está perante ato normativo estadual dissonan-
te da Constituição da República, conforme previsto no Art. 102, inciso I, alínea a, da CRFB/88.
O examinando deve informar e demonstrar, justificadamente, as normas da CRFB/88 violadas,
quais sejam:
(i) A Emenda Constitucional n. 5/2018 violou a competência privativa da União para legislar
sobre jazidas, minas, outros recursos minerais e mineração, conforme dispõe o Art. 22, inciso
XII, da CRFB/88, o que denota a existência de vício de inconstitucionalidade formal;
(ii) A Emenda Constitucional n. 5/2018 violou a competência privativa da União para legislar
sobre transporte, conforme dispõe o Art. 22, inciso XI, da CRFB/88, o que denota a existência
de vício de inconstitucionalidade formal;
(iii) As normas sobre processo legislativo são de observância obrigatória pelos demais entes
federativos, por força da simetria, prevista no Art. 25, caput, da CRFB/88, não havendo previsão,
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no Art. 60 da CRFB/88, de participação do Chefe do Poder Executivo no fim do processo de


reforma constitucional, caracterizando a existência de vício de inconstitucionalidade formal.
Além dos fundamentos de mérito, também deve ser indicado o embasamento da medida cau-
telar a ser pleiteada, já que, além da patente inconstitucionalidade, há risco na demora, pois
os novos requisitos criados podem inviabilizar a continuidade da atividade de exploração de
diamantes.
Deve ser formulado pedido de medida cautelar, com fundamento no Art. 10 da Lei 9.868/99,
com o objetivo específico de sustar a eficácia da Emenda Constitucional n. 5/2018.
O pedido principal deve ser a declaração de inconstitucionalidade da Emenda Constitucional
n. 5/2018.
Por fim, deve haver o fechamento da petição com a identificação do advogado.
PEÇA PROCESSUAL PASSO A PASSO
AO MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.
Associação Nacional dos Geólogos, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, com sede..., por
seu advogado, procuração anexa, com escritório..., endereço que indica para os fins do art.
77, V, do CPC, vem perante Vossa Excelência propor a presente AÇÃO DIRETA DE INCONSTI-
TUCIONALIDADE, com pedido de MEDIDA CAUTELAR, com fundamento no art. 102, I, “a”, da
CRFB/88 e na Lei n. 9.868/99, em face da Emenda Constitucional n. 5/2018, elaborada pela
Assembleia Legislativa do Estado Alfa e pelo Governador, pelos motivos a seguir expostos:
I – DO OBJETO DA AÇÃO
De acordo com o art. 102, I, a da CRFB/88 caberá ADI em face de lei ou ato normativo federal
ou estadual que viole a Constituição Federal.
A Emenda à Constituição Estadual n. 5/2018, que disciplinou, detalhadamente, a forma de ex-
ploração de diamantes no território foi sancionada pelo Governador do Estado.
Referida Emenda, como será demonstrado no decorrer dessa petição, viola o conteúdo de dis-
positivo da Constituição Federal, e por esta razão, deverá ser declarada inconstitucional.
II – DA COMPETÊNCIA
De acordo com o art. 102, I, a da CRFB/88 caberá ADI em face de lei ou ato normativo federal
ou estadual que viole a Constituição Federal.
Além do mais, é também da competência do STF processar e julgar o pedido de medida caute-
lar previsto no art 102,I, “p”, CF/88
III – DA LEGITIMIDADE
O autor é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, IX da CRFB/88
e art. 2º, inciso IX, da Lei n. 9.868/99, estando presente a pertinência temática do ato norma-
tivo com as atividades dos associados da entidade de classe, tendo em vista que Associação
há décadas luta pelos direitos da categoria, temendo o risco de desemprego dos seus asso-
ciados, isso em razão dos severos requisitos estabelecidos para a exploração de diamantes.
IV – DOS FUNDAMENTOS:

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A Emenda Constitucional n. 5/2018 violou a competência privativa da União para legislar sobre
jazidas, minas, outros recursos minerais e mineração,conforme dispõe o Art. 22, inciso XII,
da CRFB/88.
Mas não é só, a referida emenda ao instituir limites quantitativos no armazenamento e no
transporte de cargas, violou a competência privativa da União para legislar sobre transporte,
conforme dispõe o Art. 22, inciso XI, da CRFB/88.
Ademais, as normas sobre processo legislativo são de observância obrigatória pelos demais
entes federativos, por força da simetria, prevista no Art. 25, caput, da CRFB/88, não haven-
do previsão, no Art. 60 da CRFB/88, de participação do Chefe do Poder Executivo no fim do
processo de reforma constitucional, caracterizando a existência de vício de inconstitucionali-
dade formal.
V – DA MEDIDA CAUTELAR:
De acordo com os art 102, I, “p” e nos arts. 10 a 12 da Lei n. 9868/99, é cabível medida cautelar
em sede de ADI a fim de sustar os efeitos da Emenda Constitucional n.5/2018, diante de sua
afronta aos dispositivos constitucionais supramencionados.
A fumaça do bom direito está presente de acordo com os fatos e fundamento jurídicos acima
citados, pois houve violação ao art.22, XI, XII, 25 e 60 da CRFB.
O perigo na demora, por sua vez está presente na dificuldade em se manter a exploração de
diamantes e no temor do risco de desemprego dos associados da autora.
Desse modo, requer a suspensão da Emenda Constitucional n.5/2018, bem como a determi-
nação de que todos os processos que tramitam no controle difuso e tenham esta norma como
objeto de discussão sejam igualmente suspensos.
VI – DOS PEDIDOS
Em face do exposto, o Partido requer:
a) a concessão da medida cautelar de acordo com o artigo 10 da Lei n. 9.868/99 para sustar a
eficácia da Emenda Constitucional n. 5/2018 julgado procedente.
b) A procedência dos pedidos para que seja declarada a inconstitucionalidade da referida
Emenda, conforme arts. 10 a 12 da Lei 9.868/99;
c) a juntada dos documentos em anexo, de acordo com o art. 3º, parágrafo único da Lei 9.868/99;
c) que sejam solicitadas informações ao Governador do Estado e à Mesa da Assembleia Legis-
lativa estadual, de acordo com o art. 6º, caput, da Lei 9.868/99;
d) a citação do Advogado Geral da União, no prazo de 15 dias, de acordo com o artigo 103 §3º
CF e art. 8º da Lei 9.868/99;
e) a oitiva do Procurador-Geral da República, após a manifestação do AGU, na forma do art. 8º
da Lei 9.868/99.
Dá-se a causa o valor de ...
Termo em que,
Pede deferimento.

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Local, data,
Advogado... OAB...

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2. Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF)


1) Previsão legal: Art. 102§1º e Lei 9882/99
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito fundamental, decorrente desta Constitui-
ção, será apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da lei.
Lei 9882/99

Art. 1º A arguição prevista no § 1º do art. 102 da Constituição Federal será proposta perante o Su-
premo Tribunal Federal, e terá por objeto evitar ou reparar lesão a preceito fundamental, resultante
de ato do Poder Público.
Parágrafo único. Caberá também argüição de descumprimento de preceito fundamental:
I – quando for relevante o fundamento da controvérsia constitucional sobre lei ou ato normativo
federal, estadual ou municipal, incluídos os anteriores à Constituição;
Art. 3º A petição inicial deverá conter:
I – a indicação do preceito fundamental que se considera violado;
II – a indicação do ato questionado;
III – a prova da violação do preceito fundamental;
IV – o pedido, com suas especificações;
V – se for o caso, a comprovação da existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação
do preceito fundamental que se considera violado.
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de mandato, se for o caso, será
apresentada em duas vias, devendo conter cópias do ato questionado e dos documentos necessá-
rios para comprovar a impugnação.
Art. 4º A petição inicial será indeferida liminarmente, pelo relator, quando não for o caso de argüição
de descumprimento de preceito fundamental, faltar algum dos requisitos prescritos nesta Lei ou for
inepta.
§ 1º Não será admitida argüição de descumprimento de preceito fundamental quando houver qual-
quer outro meio eficaz de sanar a lesividade.

Se cabível outra ação do controle concentrado NÃO CABERÁ ADPF – subsidiariedade.

Art. 5º O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá defe-
rir pedido de medida liminar na argüição de descumprimento de preceito fundamental.
Art. 10. Julgada a ação, far-se-á comunicação às autoridades ou órgãos responsáveis pela prática
dos atos questionados, fixando-se as condições e o modo de interpretação e aplicação do preceito
fundamental.
§ 3º A decisão terá eficácia contra todos e efeito vinculante relativamente aos demais órgãos do
Poder Público.
Art. 11. Ao declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo, no processo de argüição de
descumprimento de preceito fundamental, e tendo em vista razões de segurança jurídica ou de ex-
cepcional interesse social, poderá o Supremo Tribunal Federal, por maioria de dois terços de seus

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membros, restringir os efeitos daquela declaração ou decidir que ela só tenha eficácia a partir de seu
trânsito em julgado ou de outro momento que venha a ser fixado.

PORTO ALEGRE/RS

009. (XXV) O Município Alfa, situado na área de fronteira do território brasileiro, passou a rece-
ber intenso fluxo de imigrantes, fruto de graves complicações políticas e humanitárias ocorri-
das em país vizinho. Em razão desse fluxo, ocorreu um aumento exponencial da população em
situação de rua, os serviços públicos básicos tiveram a sua capacidade operacional saturada
e verificou-se um grande aumento nos índices de criminalidade. Para evitar o agravamento
desse quadro, a Câmara Municipal aprovou e o Prefeito Municipal sancionou a Lei n. 123/2018,
que vedou o ingresso de novos imigrantes, no território do Município, pelo período de 12 (doze)
meses, e fixou o limite máximo para a população flutuante, de modo que o referido ingresso
seria obstado sempre que alcançado esse limite. Além disso, foi previsto que a contratação de
imigrantes estaria condicionada à prévia aprovação da Secretaria Municipal do Trabalho, que
avaliaria a proporção entre o quantitativo de trabalhadores nacionais e estrangeiros, podendo
autorizá-la, ou não. Ao tomar conhecimento da entrada em vigor da Lei n. 123/2018, o Partido
Político Beta, que somente conta com representantes na Câmara dos Deputados, entendeu
que ela seria dissonante de comandos estruturais da Constituição da República Federativa do
Brasil, submetendo os imigrantes a uma situação vexatória. Não bastasse isso, a aplicação da
Lei n. 123/2018, ao conferir prioridade para os nacionais nas relações de trabalho, acirrara os
ânimos no Município Alfa, que passou a ser palco de conflitos diários. À luz desse quadro, o
Partido Político Beta contratou os seus serviços como advogado, para que ingressasse com a
medida judicial cabível, perante o Tribunal Superior competente, de modo a obstar a aplicação
da Lei n. 123/2018 do Município Alfa. (Valor: 5,00)

A peça adequada é a Petição Inicial da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental.


A petição deve ser endereçada ao Ministro Presidente do Supremo Tribunal Federal, órgão
jurisdicional competente para processar e julgar a referida ação, conforme o Art. 102, § 1º, da
CRFB/88 c/c. o Art. 1º da Lei n. 9.882/99.
A ação deve ser proposta pelo Partido Político Beta. A legitimidade do partido decorre do fato
de possuir representantes no Congresso Nacional, conforme o disposto no Art. 103, inciso VIII,
da CRFB/88 c/c. o Art. 2º, inciso I, da Lei n. 9.882/99.
Devem ser indicados a Câmara Municipal e o Prefeito do Município Alfa como os autores da
Lei n. 123/2018.
Deve ser informado o teor da Lei n. 123/2018, nos termos do Art. 3º, inciso II, da Lei n. 9.882/99.

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Deve ser demonstrado que o cumprimento do requisito da subsidiariedade, previsto no Art. 4º,
§ 1º, da Lei n. 9.882/1999, já que não há outro meio adequado de tutela da ordem constitucio-
nal pelo Supremo Tribunal Federal.
Deve ser justificado o cabimento da ADPF, pois a Lei n. 123/2018 descumpriu preceitos fun-
damentais da Constituição da República, conforme previsto no Art. 102, § 1º, da CRFB/88 c/c.
Art. 3º, inciso I, da Lei n. 9.882/99.
O examinando deve informar e demonstrar, justificadamente, os preceitos fundamentais da
CRFB/88 violados, quais sejam:
(i) a competência legislativa privativa da União para legislar sobre emigração e imigração, en-
trada, extradição e expulsão de estrangeiros, nos termos do Art. 22, inciso XV, da CRFB/88;
(ii) a competência legislativa privativa da União para legislar sobre direito do trabalho, nos ter-
mos do Art. 22, inciso I, da CRFB/88;
(iii) o direito social ao trabalho, previsto no Art. 6º da CRFB/88, que foi restringido para os es-
trangeiros;
(iv) a dignidade da pessoa humana, prevista no Art. 1º, inciso III, da Lei n. 9.882/99, pois, ao
serem impedidos de trabalhar, os estrangeiros não poderão garantir sua subsistência.
Além dos fundamentos de mérito, também deve ser indicado o embasamento da medida limi-
nar a ser pleiteada. Além da patente afronta aos referidos preceitos fundamentais, a esfera ju-
rídica dos estrangeiros está sendo severamente afrontada, sendo evidentes os danos a serem
causados caso a Lei n. 123/2018 permaneça em vigor.
Deve ser formulado pedido de medida liminar, com fundamento no Art. 5º da Lei 9.882/99, com
o objetivo específico de suspender os efeitos da Lei n. 123/2018.
O pedido principal deve ser o reconhecimento da inconstitucionalidade da Lei n. 123/2018.
Por fim, deve haver o fechamento da petição com a identificação do advogado.
Peça Processual passo a passo:
AO MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(10 LINHAS)
PARTIDO POLÍTICO BETA, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ..., TSE n...., por seu Diretório
Nacional, com sede..., vem, por seu advogado, procuração em anexo, com escritório... propor a
presente ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL, com fundamento
no art. 102, § 1º, da CRFB/88 e na Lei n. 9882/99 em face da Lei 123/2018 do Município Alfa,
elaborada pelo Prefeito Municipal e Câmara Municipal do Município Alfa, pelos motivos abaixo:
DO OBJETO DA AÇÃO
De acordo com o art. 102, § 1º, da CRFB/88, a ADPF deve ser apreciada pelo STF, e é cabível
no presente caso, por tratar-se da análise de lei municipal de acordo com o art. 1º, parágrafo
único, I, da Lei 9.882/99.
DA LEGITIMIDADE

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O partido político Beta é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103,
VIII da CRFB/88 e art. 2º, inciso I, da Lei n. 9.882/99, não precisando comprovar a pertinência
temática, visto que o STF firmou entendimento no sentido de que o Partido Político com repre-
sentação no Congresso Nacional é legitimado universal.
Além disso, possui representação no Congresso Nacional, que segundo o STF se aufere no
momento da propositura da ação, sendo irrelevante a modificação desse estado no decorrer
do processo, e foi criado de acordo com a Lei 9.096/95, estando, habilitado para o ajuizamento
desta ADPF.
A legitimidade passiva é atribuída, aos responsáveis pela edição da lei ou ato normativo. As-
sim, devem figurar no polo passivo o Prefeito e a Câmara Municipal.
DO CABIMENTO DA ADPF
A lei municipal 123/2018 viola a Constituição Federal, pois vedou o ingresso de novos imigran-
tes, no território do Município, submetendo os imigrantes a uma situação vexatória. Dessa
forma, foi preenchido o requisito da petição inicial previsto no artigo 3º,II, da Lei 9.882/99, qual
seja a indicação do ato questionado.
O art. 4º, § 1º, da Lei n. 9.882/1999 apresenta o caráter subsidiário da ADPF quando afirma que
só será admitida quando inexistir outro meio eficaz para sanar a lesão a preceito fundamental,
como ocorre no caso em análise.
Quando couber alguma ação do controle concentrado federal para afastar a lesividade, não
caberá ADPF. Ocorre que a única ação apta a analisar norma municipal é a ADPF.
PRECEITOS FUNDAMENTAIS VIOLADOS
A Câmara Municipal aprovou e o Prefeito Municipal sancionou a Lei n. 123/2018, que vedou
o ingresso de novos imigrantes, no território do Município, pelo período de 12 (doze) meses,
e fixou o limite máximo para a população flutuante, de modo que o referido ingresso seria
obstado sempre que alcançado esse limite. Ocorre que a lei 123/2018 é incompatível com a
Constituição pois compete privativamente a União para legislar sobre emigração e imigração,
entrada, extradição e expulsão de estrangeiros, nos termos do Art. 22, inciso XV, da CRFB/88;
Ademais, a lei 123/2018 também dispôs que a contratação de imigrantes estaria condiciona-
da à prévia aprovação da Secretaria Municipal do Trabalho, que avaliaria a proporção entre o
quantitativo de trabalhadores nacionais e estrangeiros, podendo autorizá-la, ou não, violando
formalmente a competência legislativa privativa da União para legislar sobre direito do traba-
lho, nos termos do Art. 22, inciso I, da CRFB/88; o direito social ao trabalho, previsto no Art. 6º
da CRFB/88, que foi restringido para os estrangeiros; e a dignidade da pessoa humana, prevista
no Art. 1º, inciso III, da Lei n. 9.882/ 99, pois, ao serem impedidos de trabalhar, os estrangeiros
não poderão garantir sua subsistência, além de submeterem os imigrantes a uma situação
vexatória.
V – MEDIDA CAUTELAR

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A possibilidade de concessão da medida cautelar em sede de ADPF se encontra no art. 5º, §


3º, da Lei 9.882/99.
A fumaça do bom direito está presente pois foram violados preceitos fundamentais, mormente
os princípios da dignidade da pessoa humana, o direito social do trabalho, e a competência da
União para legislar sobre trabalho e emigração e imigração, entrada, extradição e expulsão de
estrangeiros.
Já o perigo na demora se faz presente, pois há perigo de lesão grave caso a Lei n. 123/2018
permaneça em vigor em razão da submissão dos imigrantes a situação vexatória e a ocorrên-
cia de conflitos diários no Município Alfa, conforme art. 5º da Lei 9.882/99.
Requer a sustação dos efeitos da Lei n. 123/2018, até decisão final.
DOS PEDIDOS
Ante o exposto requer:
a) que seja concedida a medida cautelar na forma do art. 5º, § 3º, da Lei 9.882/99 para sustar
a eficácia da lei 123/2019
b) A procedência da arguição de descumprimento de preceito fundamental para que seja reco-
nhecida a inconstitucionalidade da Lei n. 123/2018
c) que seja ouvido o Procurador-Geral da República, conforme o art.7º, parágrafo único, da
Lei 9882/99;
c) que seja ouvida a Câmara Municipal de Alfa, de acordo com o art.6º, da Lei 9882/99;
d) a juntada dos documentos anexos, consoante o art.3º, parágrafo único, da Lei 9882/99.
Da à causa o valor de...
Pede deferimento.
Local... Data
Advogado...
OAB...

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Iniciais – Parte II. Controle de Controle de Constitucionalidade
Ana Paula Blazute

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3. Ação Declaratória de Constitucionalidade


1) Previsão: Art. 102,I,a da CRFB/88 e Lei 9.868/99

Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, precipuamente, a guarda da Constituição, caben-
do-lhe:
I – processar e julgar, originariamente:
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato normativo federal ou estadual e a ação decla-
ratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal;

 Obs.: Somente leis federais podem ser objeto de ADC.

Art. 14 da lei 9.869/99 A petição inicial indicará:


I – o dispositivo da lei ou do ato normativo questionado e os fundamentos jurídicos do pedido;
II – o pedido, com suas especificações;
III – a existência de controvérsia judicial relevante sobre a aplicação da disposição objeto da ação
declaratória.

 Obs.: Para que seja possível ajuízar uma ADC deve ser demonstrada a Controvérsia Judicial.

Art. 21. O Supremo Tribunal Federal, por decisão da maioria absoluta de seus membros, poderá
deferir pedido de medida cautelar na ação declaratória de constitucionalidade, consistente na deter-
minação de que os juízes e os Tribunais suspendam o julgamento dos processos que envolvam a
aplicação da lei ou do ato normativo objeto da ação até seu julgamento definitivo.

010. (INÉDITA/2021) Caso Prático - Diante da preocupação internacional com a violência do-
méstica e familiar contra a mulher, e tendo em vista os diversos tratados internacionais ra-
tificados, foi sancionada a Lei 11.340/06 (Lei Maria da Penha). O Partido Político ABC criou
departamento próprio para efetuar pesquisas sobre o número de casos de violência dessa na-
tureza em determinadas localidades do país. Com a pesquisa concluída, constatou-se percen-
tual significativo de decisões judiciais que entendiam pela não aplicação da referida lei. Dentre
os argumentos apresentados, verificou-se como principal, o Princípio da isonomia previsto no
art. 5º, I da CRFB/88. Inconformado com as decisões conflitantes, que ora aplicam a referida
lei, ora afastam sua incidência sob o argumento de sua inconstitucionalidade, o Diretório Na-
cional do Partido Político, que possui representação no Congresso Nacional, deseja, em nome
do partido, ver declarada a harmonia da lei para com o texto constitucional, a fim de que seja
alcançado efeito para todos os indivíduos no território brasileiro. Afirma, ainda, a necessidade
de solução urgente, já que há outras inúmeras ações pendentes de julgamento.

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Na qualidade de advogado, redija a peça cabível atentando, necessariamente, para os seguin-


tes aspectos:
• competência do órgão julgador
• legitimidade ativa e passiva;
• argumentos a favor da constitucionalidade da referida lei;
• tutela de urgência;
• requisitos formais da peça judicial proposta.1

AO MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL


(10 linhas)
PARTIDO POLÍTICO ABC, pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, por seu Diretório Nacional,
com sede na..., por seu advogado, procuração em anexo, com escritório..., onde receberá as
intimações, vem, com fundamento no art. 102, I, “a”, da CRFB/88 e na Lei n. 9.868/99, propor a
presente AÇÃO DECLARATÓRIA DE CONSTITUCIONALIDADE, com pedido de MEDIDA CAUTE-
LAR, em DEFESA da lei federal 11.340/06, elaborada pelo Congresso Nacional e pelo Presiden-
te da República, pelos motivos a seguir expostos:
DO OBJETO DA AÇÃO
Diante da preocupação internacional com a violência doméstica e familiar contra a mulher, e
tendo em vista os diversos tratados internacionais ratificados, foi sancionada a Lei 11.340/06
(Lei Maria da Penha).
Após uma pesquisa constatou-se percentual significativo de decisões judiciais que entendiam
pela não aplicação da referida lei, sob argumento de que violaria o princípio da isonomia pre-
visto no art. 5º, I da CRFB/88.
De acordo com o art.102, I, a da CRFB/88 caberá ADC em face de lei ou ato normativo federal.
DA LEGITIMIDADE
O partido político ABC é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103,
VIII da CRFB/88 e art. 2º, inciso VIII, da Lei n. 9.868/99, não precisando comprovar a pertinên-
cia temática, visto que o STF firmou entendimento no sentido de que o Partido Político com
representação no Congresso Nacional é legitimado universal.
Além disso, possui representação no Congresso Nacional, que segundo o STF se aufere no
momento da propositura da ação, sendo irrelevante a modificação desse estado no decorrer
do processo, e foi criado de acordo com a Lei 9.096/95, estando,habilitado para o ajuizamento
desta ADC.
DA RELEVANTE CONTROVÉRSIA JUDICIAL
Conforme já exposto, após a realização de uma pesquisa, constatou-se um percentual signifi-
cativo de decisões judiciais que entendiam pela não aplicação da referida lei, sob argumento
de que violaria o princípio da isonomia previsto no art. 5º, I da CRFB/88., o que comprova a
1
Fonte: Constitucional prática – Flávia Bahia- pág.148.10ª Edição. Editora Juspodivm.

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relevante controvérsia judicial, requisito para a propositura da presente, segundo o art.14,III, da


Lei 9.868/99.
DO CABIMENTO
De acordo com o art. 102, I, “a”, da CRFB/88, compete ao STF processar e julgar, originariamen-
te a ação declaratória de constitucionalidade de lei ou ato normativo federal.
DOS FUNDAMENTOS:
A ação declaratória de constitucionalidade tem previsão no art. 102,I,a, da CRFB e na lei 9.868/99.
O objetivo de tal ação é confirmar a constitucionalidade de uma norma federal, que está sendo
objeto de controvérsia judicial relevante, como é o caso da lei 11.340/06.
A referida lei “Lei Maria da Penha” configura um grande avança na proteção da mulher, que é
vítima de violência doméstica e familiar.
A lei está em conformidade com a Constituição Federal que dispõe que o Estado assegurará
a assistência à família na pessoa de cada um dos que a integram, criando mecanismos para
coibir a violência no âmbito de suas relações, de acordo com o art. 226§8º da CRFB.
DA MEDIDA CAUTELAR
A possibilidade de medida cautelar em sede de ADC se encontra no art.21 da lei 9.868/99.
A fumaça do bom direito está presente pelo argumento acima exposto, qual seja, a conformi-
dade da lei federal com o artigo 226§8º da CF.
Já o perigo na demora é comprovado pelas inúmeras decisões controvertidas sobre a aplica-
ção da referida lei, o que pode causar dano irreparável para as mulheres que são vítimas de
violência doméstica e familiar.
Assim, requer a concessão da medida cautelar para determinar que os juízes e tribunais de
todo o país suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei federal
11.340/06, até decisão final.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer a Vossa Excelência:
a) a concessão da medida cautelar para determinar que os juízes e tribunais de todo o país
suspendam o julgamento dos processos que envolvam a aplicação da lei federal 11.340/06,
até decisão final.
b) A procedência dos pedidos para declarar a constitucionalidade da lei 11.340/06
c) A juntada de documentos
d) Solicitação de informações ao Presidente da República e à mesa do Congresso Nacional;
e) A oitiva do PGR
Dá-se à causa o valor de....
Termos em que, pede deferimento.
Local... Data...
Advogado...
OAB

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4. Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão


Previsão: Lei 9.868/99 (art.12) + art. 103§2º CF

Art. 103 § 2º CF - Declarada a inconstitucionalidade por omissão de medida para tornar efetiva
norma constitucional, será dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências ne-
cessárias e, em se tratando de órgão administrativo, para fazê-lo em trinta dias.

Objeto: tornar efetiva norma constitucional de eficácia limitada.


Da Admissibilidade e do Procedimento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão

Art. 12-A. Podem propor a ação direta de inconstitucionalidade por omissão os legitimados à pro-
positura da ação direta de inconstitucionalidade e da ação declaratória de constitucionalidade. (In-
cluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-B. A petição indicará: (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
I – a omissão inconstitucional total ou parcial quanto ao cumprimento de dever constitucional de
legislar ou quanto à adoção de providência de índole administrativa; (Incluído pela Lei n. 12.063, de
2009).
II – o pedido, com suas especificações. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Parágrafo único. A petição inicial, acompanhada de instrumento de procuração, se for o caso, será
apresentada em 2 (duas) vias, devendo conter cópias dos documentos necessários para comprovar
a alegação de omissão. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-C. A petição inicial inepta, não fundamentada, e a manifestamente improcedente serão limi-
narmente indeferidas pelo relator. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Parágrafo único. Cabe agravo da decisão que indeferir a petição inicial. (Incluído pela Lei n. 12.063,
de 2009).
Art. 12-D. Proposta a ação direta de inconstitucionalidade por omissão, não se admitirá desistência.
(Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
Art. 12-E. Aplicam-se ao procedimento da ação direta de inconstitucionalidade por omissão, no que
couber, as disposições constantes da Seção I do Capítulo II desta Lei. (Incluído pela Lei n. 12.063,
de 2009).
§ 1º Os demais titulares referidos no art. 2º desta Lei poderão manifestar-se, por escrito, sobre o
objeto da ação e pedir a juntada de documentos reputados úteis para o exame da matéria, no prazo
das informações, bem como apresentar memoriais. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 2º O relator poderá solicitar a manifestação do Advogado-Geral da União, que deverá ser encami-
nhada no prazo de 15 (quinze) dias. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).
§ 3º O Procurador-Geral da República, nas ações em que não for autor, terá vista do processo, por
15 (quinze) dias, após o decurso do prazo para informações. (Incluído pela Lei n. 12.063, de 2009).

Peça passo a passo:

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011. (EXAME XIX) Determinado partido político, que possui dois deputados federais e dois
senadores em seus quadros, preocupado com a efetiva regulamentação das normas cons-
titucionais, com a morosidade do Congresso Nacional e com a adequada proteção à saúde
do trabalhador, pretende ajuizar, em nome do partido, a medida judicial objetiva apropriada,
visando à regulamentação do Art. 7º, inciso XXIII, da Constituição da República Federativa do
Brasil de 1988.
O partido informa, por fim, que não se pode compactuar com desrespeito à Constituição da
República por mais de 28 anos.
Considerando a narrativa acima descrita, elabore a peça processual judicial objetiva adequada.
(Valor: 5,00)
Obs.: o examinando deve fundamentar suas respostas.
A mera citação do dispositivo legal não confere pontuação.

Peça processual:
Ação Direta de Inconstitucionalidade por omissão, a qual terá por objeto declarar a omissão na
regulamentação do Art. 7º, inciso XXIII, da CRFB/88.
O candidato deverá elaborar uma petição dessa natureza, visto o comando da questão solicitar
a peça processual objetiva adequada.
Competência: Supremo Tribunal Federal, segundo o Art. 102, inciso I, a, da CRFB/88. Legitimi-
dade ativa: Partido Político. Os legitimados à propositura da ADO estão arrolados no Art. 103,
incisos I a IX, da Constituição Federal, conforme dispõem o Art. 2º e o Art. 12-A, ambos da Lei
n. 9.868/99, acrescidos pela Lei n. 12.063/2009.
Legitimidade passiva: Congresso Nacional.
Fundamentação:
Antes de adentrar o mérito, devem ser abertos os seguintes tópicos:
Da Legitimidade Ativa - A legitimidade ativa do partido político para a propositura da presente
encontra assento no Art. 103, inciso VIII, da CRFB/88; da Competência Originária – Na forma
do Art. 102, inciso I, a, da CRFB/88, é de competência originária do STF o processamento e
julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão; do Cabimento da Ação – Efi-
cácia limitada do Art. 7º, inciso XXIII, da CRFB/1988 e a sua necessária regulamentação.
Pedido: diante do exposto e com fulcro na Lei n. 9.868/99,
1. seja julgado procedente o pedido, para que seja declarada a mora legislativa do Congresso
Nacional na elaboração da Lei específica do Art. 7º, inciso XXIII, da CRFB/88;
2. seja dada ciência ao Poder competente para a adoção das providências necessárias;

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3. seja promovida a oitiva do Exmo. Sr. Procurador Geral da República para que emita o seu
parecer, nos termos do Art. 12-E, § 3º, da Lei n. 9.868/99.
Provas - Requer a produção de todas as provas admitidas em direito, na forma do Art. 14, pará-
grafo único, da Lei n. 9.868/99.
Local e data Advogado/OAB
AO MINISTRO PRESIDENTE DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
(10 linhas)
PARTIDO POLÍTICO... pessoa jurídica de direito privado, CNPJ, por seu Diretório Nacional, com
sede na..., por seu advogado, procuração em anexo, com escritório..., onde receberá as intima-
ções, vem, com fundamento no art. 103, §2º da CRFB/88 e na Lei n. 9.868/99, propor a presente
AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO, em face da mesa do Congresso
Nacional, tendo em vista a falta de norma regulamentadora do art. 7º XXIII da CRFB/88, pelos
motivos a seguir expostos:
I – DA OMISSÃO INCONSTITUCIONAL
O Art. 7º, XXIII, da CRFB/88 prevê

Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: (...)
XXXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na forma
da lei.
Tal artigo é norma de eficácia limitada, que depende de regulamentação e a medida judicial
objetiva cabível para é a Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão.
II – DA LEGITIMIDADE
O partido político é legitimado ativo para a propositura da ação, de acordo com o art. 103, VIII
da CRFB/88 e art. 2º, inciso VIII, da Lei n. 9.868/99, não precisando comprovar a pertinência
temática, visto que o STF firmou entendimento no sentido de que o Partido Político com repre-
sentação no Congresso Nacional é legitimado universal.
Além disso, possui representação no Congresso Nacional, que segundo o STF se aufere no
momento da propositura da ação, sendo irrelevante a modificação desse estado no decorrer
do processo, e foi criado de acordo com a Lei 9.096/95, estando, habilitado para o ajuizamento
desta ADO.
DA COMPETÊNCIA
Na forma do Art. 102, inciso I, a, da CRFB/88, é de competência originária do STF o processa-
mento e julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão
DOS FUNDAMENTOS
O artigo 7º, XXIII da CF é uma norma de eficácia limitada que precisa ser regulamentada.

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Art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à melhoria de sua
condição social: (...), XXXIII - adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou
perigosas, na forma da lei.
Assim, conforme o art. 103, § 2º, da CRFB/88, quando declarada a inconstitucionalidade por
omissão de medida para tornar efetiva norma constitucional, será dada ciência ao Poder com-
petente para a adoção das providências necessárias e, em se tratando de órgão administrativo,
para fazê-lo em trinta dias, com amparo nos arts. 12-A e 12-H da Lei 9868/99.
DOS PEDIDOS
Em face do exposto, requer:
a) Que seja julgado procedente o pedido para que seja declarada a mora legislativa do Con-
gresso Nacional na elaboração da lei exigida pelo art. 7º, inciso XXIII, da CRFB/88;
b) a juntada dos documentos anexos, na forma do art.12-B, da Lei 9868/99;
c)que sejam solicitadas informações à mesa do Congresso Nacional, segundo o art.6º, da
Lei 9868/99;
d) a oitiva do Procurador Geral da República, segundo o art. 12-E, §3º, da Lei 9868/99.
Dá à causa o valor de...
Pede deferimento
Local... Data...
Advogado...
OAB

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Por hoje é só.


Nos encontraremos na próxima aula.
Um abraço,
Ana Paula Blazute

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Ana Paula Blazute
Professora de cursinhos para concursos e Exame da Ordem. Autora pela Juspodivm. Advogada. Graduada
em Direito. Pós-graduada em Direito Público. Mestranda em Direito, Justiça e Desenvolvimento.

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