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seja válido, é necessário que você faça modificações nestas razões para recurso. Utilize os
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CORRESPONDÊNCIAS DA PROVA
BRANCA 60
VERDE 61
AZUL 57
AMARELA 62
RAZÕES RECURSAIS
FUNDAMENTO RECURSO QUESTÃO 60 (PROVA BRANCA) PENAL
A questão trata sobre um caso de uso indevido de SENHA de wifi por um grupo de pessoas, tendo
em vista que a senha era bloqueada e não foi permitido o uso pela empresa provedora de internet,
que no caso seria a vítima.
O gabarito entendido como correto pela banca é no sentido de ser aplicável o art. 155, §3º do
Código Penal, compreendendo o fato como furto de energia, “pois trata-se de hipótese de
interpretação analógica, cabível no Direito Penal”.
b) Como exemplo, pode ser citado sobre a captação clandestina de sinal de TV, que NÃO
se equipara ao furto de energia, por vedação à analogia in malam partem.
Entendimento, inclusive, pacificado entre o STJ e STF.
c) Diversos julgados claramente indicam que uso indevido de sinal de internet não pode
ser entendimento como furto, bem como que não é cabível se aplicar a outros sinais -
como o caso da TV a Cabo - entendimento por analogia como se energia fossem, como
por exemplo:
pode ser equiparada ao furto de energia elétrica, tipificado no art. 155, § 3.º, do
Código
Penal, pela vedação à analogia in malam partem. 4. Havendo, em tese, crime contra
as telecomunicações, tipificado na Lei n. 9.472/1997, está configurada a competência
da Justiça Federal, por haver lesão a serviço da União, nos termos do art. 21, inciso
XII, alínea a, c.c. o art. 109, inciso IV, da Constituição da República. 5. Conflito
conhecido para declarar competente o Juízo Federal da 7.ª Vara Criminal de São
Paulo – SJ/SP, o Suscitante.
(...) Ademais, na esfera penal não se admite a aplicação da analogia para suprir
lacunas, de modo a se criar penalidade não mencionada na lei (analogia in malam
partem), sob pena de violação ao princípio constitucional da estrita legalidade.
Precedentes. Ordem concedida.
d) A doutrina, por sua vez, entende o fato como crime de “INVASÃO DE DISPOSITIVO
INFORMÁTICO (ART. 154-A): “Invadir dispositivo informático alheio, conectado ou
não à rede de computadores, mediante violação indevida de mecanismo de segurança
e com o fim de obter, adulterar ou destruir dados ou informações sem autorização
expressa ou tácita do titular do dispositivo ou instalar vulnerabilidades para obter
vantagem ilícita, seria mais adequado ao fato da questão.
Se o núcleo do tipo é “invadir” com sentido de devassar, acessar sem permissão. A invasão
se dá mediante violação indevida de mecanismo de segurança. Mecanismo de segurança,
segundo Jamil Chaim Alves, em seu Manual de Direito Penal, seria qualquer instrumento
utilizado para proteger os dados e as informações existentes no dispositivo informático
(ex: SENHA numérica, biométrica, antivírus, etc).
Diante de tudo exposto, a questão deve ser ANULADA, pois compreende-se que não existe
alternativa correta. Vejamos:
➔ Alternativa A – Inadmissível, tendo em vista que no Direito Penal não cabe analogia in
malam partem. Se existisse entendimento nos tribunais superiores, equiparando o
entendimento como no caso de captação clandestina de sinal de TV, poderia ser entendido
como alternativa correta. Ocorre que, entendendo que o caso se enquadra no art. 154-A,
CP, não há que se falar nem mesmo em analogia, pois existe tipificação para o caso.
➔ Alternativa B – Admissível, tendo em vista que no Direito Penal cabe analogia in bonam
partem. De fato, é possível analogia apenas em favor do acusado/réu no direito penal,
ocorre que, claramente, o caso da questão não favorece os acusados entender o uso
indevido de sinal de internet como energia.
O legislador não disse “qualquer outra COISA”, mas disse qualquer outra ENERGIA. Logo, não
existe fundamento algum, nem doutrinário, nem jurisprudencial, que entende sinal de internet,
como espécie de energia.
Equiparar sinal de wifi como energia é totalmente inadmissível, além de ser prejudicial aos
investigados, acusados ou réus, é uma evidente violação ao princípio da legalidade, caracterizado
em caso de uma analogia in malam partem, o que, além de ferir os preceitos constitucionais e
jurisprudenciais, torna-se ainda mais absurdo em se tratando de uma prova para Advocacia, que
deve justamente resguardar os direitos e a Legalidade.