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INVIOLABILIDADE DE SIGILOS
Art. 5º (...) XII – é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados
e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na
forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal;
Ao trazer o termo “lei”, o dispositivo acima trata de um caso de reserva legal qualificada.
Vale lembrar que a reserva legal pode ser simples ou qualificada.
Na reserva legal simples, o legislador apenas dispõe que determinado assunto será regu-
lado por meio de lei, mas sem nenhum direcionamento próprio. Essa é a regra geral.
Já no inciso XII do art. 5º da CF/1988, a lei só poderá estabelecer a interceptação telefô-
nica para fins de investigação criminal ou instrução processual penal, ou seja, não pode a lei
alargar essa permissão para outras situações.
O sigilo das comunicações telefônicas é, nesse sentido, o sigilo mais complexo de se
quebrar. Além disso, também é importante destacar que esse sigilo se refere à interceptação
telefônica (o chamado “grampo”). Isso não deve ser confundido com o sigilo telefônico, que
envolve os dados telefônicos.
Nesse sentido, as CPIs podem quebrar o sigilo telefônico dos investigados, mas não
podem determinar a quebra do sigilo das comunicações telefônicas.
Obs.: a chamada “prova emprestada” pode partir da esfera penal para ser utilizada na esfe-
ra administrativa. Nesse sentido, uma interceptação telefônica feita em um processo
que apura um crime pode ser emprestada para servir de prova em um processo ad-
ministrativo disciplinar.
De acordo com um recente julgado do STJ, a polícia não pode abrir correspondências
encontradas em uma casa sem autorização judicial.
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Pode quebrar qualquer um dos sigilos, desde que o faça de forma fundamentada.
Isso porque não há direito absoluto.
Nesse sentido, o Judiciário deve demonstrar a necessidade e a imprescindibilidade
daquela providência. Vale lembrar que a interceptação telefônica é considerada a ultima ratio
entre as medidas de produção da prova.
Interceptação telefônica
Prazo:
De acordo com a lei, a interceptação telefônica será realizada pelo prazo de 15 dias,
podendo ser prorrogada por mais 15 dias, ou seja. 30 dias no total.
No entanto, a jurisprudência do STF e do STJ admite a renovação sucessiva desse prazo,
desde que seja demonstrada a necessidade e trazida a fundamentação concreta.
Em casos excepcionais, os tribunais superiores autorizam que os pedidos de renovação
sucessiva da interceptação telefônica sejam entregues a cada 30 dias.
Possibilidades de decretação:
Serendipidade:
Trata-se do chamado encontro fortuito. Em prova, pode ser chamada de “crime achado”.
É importante dizer que a serendipidade pode encontrar outros crimes ou outros acusados.
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Degravação de diálogos
Obs.: é importante lembrar que aplicativos como o WhatsApp estão abrangidos pelo sigilo
dos dados telemáticos, que utiliza comunicações telefônicas. Assim, a quebra do si-
gilo envolvendo aplicativos do tipo é considerada quebra do sigilo das comunicações
telefônicas, logo, exige autorização judicial.
Prevalece a orientação de que o Ministério Público (MP) não pode quebrar sigilos,
devendo requerer a providência ao Poder Judiciário.
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ATENÇÃO
O MP poderia ter acesso a contas pertencentes à Prefeitura, independentemente de au-
torização judicial, até porque, nesse caso, o poder público seria o titular da conta.
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Aplica-se ao Tribunal de Contas a chamada teoria dos poderes implícitos, ou seja, para
exercitar as suas atribuições constitucionais, o Tribunal de Contas é dotado de poderes implí-
citos. No entanto, tais poderes não incluem a quebra de sigilos.
Apesar dessa restrição do Tribunal de Contas quanto a quebra de sigilos, o STF entende
pela possibilidade de acesso/requisição dos Tribunais de Contas a contratos envolvendo
verba pública.
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Em um primeiro momento, ficou entendido que a Receita Federal não pode quebrar sigilo,
contudo é possível a transferência de sigilo, ou seja, o dado permanece sigiloso, mas é trans-
ferido de uma instituição para a outra. Trata-se do compartilhamento de dados.
Compartilhamento de dados
�Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula
preparada e ministrada pelo professor Aragonê Nunes Fernandes.
A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo
ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu-
siva deste material.
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