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RESUMO
O presente trabalho busca julgados pelo Supremo Tribunal Federal estabelecendo
as garantias expressas pelo art. 5º da CF/88. De modo a fomentar a reflexão sobre como tem
sido realizado a aplicação das normas questionadas. Após o desenvolvimento de pesquisas a
respeito do tema, denota-se que a discussão sobre o âmbito de proteção a liberdade individual
em questão da violação de correspondência de certo direito constitui pontos centrais da
dogmática dos direitos fundamentais, nem sempre se pode afirmar com segurança, que
determinada conduta estará deveras protegida, levando sempre em considerações as exceções.
Para as finalidades do presente resumo, deixa-se de lado questões penais e
pessoais/individuais, tendo em vista que o presente caso deve ser tratado em razão aos direitos,
tais como, do sigilo das comunicações telefônicas, privacidade e da restrição a liberdade em
razão da quebra do referido sigilo. Mediante soluções de colisão entre direitos fundamentais
na ideia de uma liberdade adequada e justificada pelo interesse público, cabendo ao Poder
Judiciário apreciar.
PALAVRAS-CHAVE
Direito. Privacidade. Intervenção legislativa. Quebra de sigilo.
1. INTRODUÇÃO
O Habeas Corpus nº102304, pedido formulado por suposta pratica de corrupção, com
alegação de que as provas utilizadas por meio de interceptação telefônica eram de forma ilícita,
ferindo os princípios constitucionais da inviolabilidade do sigilo das comunicações, conforme
o art.5º, inciso XII CF:
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,
garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do
direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:
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Neste diapasão, a Relatora da ação Ministra Carmem Lucia, indeferiu tal pedido, pelo
fato de que a conversa ora interceptada já teria a devida autorização da quebra do sigilo, portanto
tais provas seriam licitas. Por todo o exposto a corte indeferiu o pedido de Habeas Corpus nos
termos do voto da Relatora.
Nessa ordem de ideias, pode-se dizer que os direitos e liberdades são passíveis de
limitações, o texto constitucional legitima e restringe os direitos individuais. Conforme
(MENDES, Direitos fundamentais e controle de constitucionalidade, 2012, p. 36) “A ideia de
restrição é quase trivial no âmbito dos direitos individuais”.
Verifica-se diversas discussões nos Tribunais com fulcro ao art. 5º, inciso XII, como
podemos apreciar o MS 23.168-AgR, do qual discutiu sobre os dados da economia mista,
laboram em erro ao falar em identificação de dados pessoais ou de movimentações individuais
dos correntistas, solicitando que afaste tal possibilidade de acesso aos referidos dados,
enfatizando a garantia a segurança e estabilidade, em consequência disso a quebra do sigilo
bancário é imperioso para resolver a matéria discutida e assim devendo ter o devido
fornecimento dos documentos de auditoria requisitados pelo TCU.
Cumpre analisar que o direito a intimidade não caberia, pois, não pode ser invocado
para isentar ente a administração pública da obrigação de prestação de contas, no caso. Dito
isso, no referido acordão, a questão ora discutida é ao sigilo empresarial, que compartilhar
dados de empresas públicas e sociedades de economia mista não poderá se eximir de entregar
documentos gravados por tal sigilo. No caso em comento, o referido agravo foi indeferido,
segue-se trecho do voto:
Nesse sentido, ressalta-se que ambos os julgados já apontados, traz uma análise dos
argumentos presentes em cada voto dos Ministros frente ao tema da visão de cada um deles, ou
seja, a interpretação do conceito jurídico indeterminado envolve elevado grau de subjetividade.
Desse modo, pode se dizer que o Supremo Tribunal Federal se concentra na controvérsia
constitucional e em seus efeitos, o que permitiria foco nas questões que extrapolaria o individual
para atingir o coletivo.
1. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No tocante, ainda não tem como colocar uma conceituação exata, ou mesmo próxima,
inexiste. A única assertiva precisa é de que a privacidade é condição para a existência da
dignidade da pessoa humana, como resta positivado no artigo 12 da Declaração Universal dos
Direitos Humanos.
Por todo o exposto, os temas abordados deixam claro que existe a problemática de que
muitas vezes ocorre a confusão entre a privacidade e a intimidade, que são tratadas de maneiras
diferentes conforme o art. 5º, inciso XII da Constituição Federal.
REFERÊNCIAS