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Interceptação telefônica

- Art. 2° NÃO será admitida a interceptação de comunicações telefônicas


quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses:

 Não houver indícios razoáveis da autoria ou participação em


infração penal;

 A prova puder ser feita por outros meios disponíveis;

 O fato investigado constituir infração penal punida, no máximo,


com pena de detenção.

Art. 3° A interceptação das comunicações telefônicas poderá ser


determinada:
 Pelo juiz, de ofício

 Ou a requerimento da autoridade policial, na investigação criminal


(inquérito)

 Representante do ministério público, na investigação criminal e na


instrução processual penal (ação penal)

 Não será admitida nos crimes punidos com detenção, apenas


RECLUSÃO.
A Jurisprudência do STJ
Entende que, em certos casos, poderá o MP cuidar de tudo (o caput e seus
parágrafos), e até mesmo a Polícia Militar (se forem agentes da Civil em
investigação).

GRAVAÇÃO INÚTIL

-Art. 9° A gravação que não interessar à prova será inutilizada por decisão
judicial, durante o inquérito, a instrução processual ou após esta, em
virtude de requerimento do Ministério Público ou da parte interessada.

Parágrafo único. O incidente de inutilização será assistido pelo Ministério


Público, sendo facultada a presença do acusado ou de seu representante
legal.

PRAZOS DA INTERCEPTAÇÃO (15 dias)

Art. 5º A decisão será fundamentada, sob pena de NULIDADE, indicando


também a forma de execução da diligência, que não poderá exceder o
prazo de 15 DIAS, renovável por igual tempo uma vez comprovada a
indispensabilidade do meio de prova.
§ 2° O juiz, no prazo máximo de 24 horas, decidirá sobre o pedido.

AUTOS APARTADOS
A interceptação de comunicação telefônica, de qualquer natureza,
ocorrerá em autos apartados, apensados aos autos do inquérito policial
ou do processo criminal, preservando-se o sigilo das diligências, gravações
e transcrições respectivas".
CAPTAÇÃO AMBIENTAL
§ 3º A CAPTAÇÃO AMBIENTAL não poderá exceder o prazo DE 15 (QUINZE)
DIAS, renovável por decisão judicial por iguais períodos, se comprovada a
indispensabilidade do meio de prova e quando presente atividade criminal
permanente, habitual ou continuada.

JURISPRUDENCIA DA LEI

Superior Tribunal de Justiça (PERITOS)


Em razão da ausência de previsão na Lei n. 9.296/1996, é DESNECESSÁRIO
que as degravações das escutas sejam feitas por peritos oficiais.
DENUNCIA ANONIMA
Denúncia anônima pode justificar a necessidade de quebra do sigilo das
comunicações como forma de aprofundamento das investigações
policiais, desde que acompanhada de outros elementos que confirmem a
necessidade da medida excepcional, o que, na espécie, ocorreu. (...) ”
DETENÇÃO + RECLUSÃO
É legítima a prova obtida por meio de interceptação telefônica para
apuração de delito punido com detenção, se conexo com outro crime
apenado com reclusão.
DESNECESSIDADE DE TRANSCRIÇÃO INTEGRAL DO CONTEÚDO
É assente no Superior Tribunal de Justiça, bem como no Supremo Tribunal
Federal, o entendimento no sentido da desnecessidade de transcrição
integral do conteúdo das interceptações telefônicas, uma vez que a Lei n.
9.296/1996 não faz qualquer exigência nesse sentido, bastando que
se confira às partes acesso aos diálogos interceptados.
-  Dessarte, suficiente a entrega da totalidade dos áudios captados à
defesa, portanto não há se falar em nulidade no caso dos autos.”
PROVAS EM DESFAVOR
As comunicações telefônicas do investigado legalmente
interceptadas podem ser utilizadas para formação de prova em desfavor
do outro interlocutor, ainda que este seja advogado do investigado. (...)”
PROVA ILICITA
É ilícita a gravação de conversa informal entre os policiais e o conduzido
ocorrida quando da lavratura do auto de prisão em flagrante, se não
houver prévia comunicação do direito de permanecer em silêncio.
PAD
- STF: admite - se a utilização de provas obtidas em interceptação
telefônica para embasar pedido de punição administrativa (pad) de
servidores
GRAVAÇÃO DE CONVERSA
É constitucional a chamada gravação de conversa, telefônica ou
ambiental, por um dos interlocutores, sem o consentimento ou
conhecimento por parte do outro.
Em regra, essa gravação é ilícita, por ofensa à privacidade ou à intimidade
(Art. 5º, X) ou das comunicações telefônicas (art. 5º, XII).
Entretanto, a gravação constituirá prova lícita se um dos comunicantes
estiver em situação de legítima defesa (ameaça, chantagem, coação,
proposta ilícita).

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