Você está na página 1de 5

UNIVERSIDADE DA AMAZÔNIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO


DISCIPLINA: PRÁTICA PENAL
PROFESSOR: IVANILDO ALVES

SENTENÇA

Turma 8NMA
Elzevir dos Santos Lobato Júnior- 04072641

Belém-Pará
2024.
DIREITOS REIAS SOBRE COISA ALHEIA
Os direitos reais sobre coisa alheia estão conceituados e subclassificados
em: direitos de gozo e fruição; de garantia; de aquisição. No primeiro grupo estão
inseridos o usufruto, a servidão, o uso e a habitação. No segundo seguimento
encontramos o penhor, a hipoteca e a anticrese e por fim visualizamos a promessa de
compra e venda.

USUFRUTO
O usufruto caracteriza-se como o direito real temporário concedido a uma pessoa
para desfrutar um objeto alheio como se próprio fosse retirando suas utilidades e frutos,
contudo sem alterar nele a substância. Nele o domínio é fracionado, porque enquanto o
usufrutuário percebe os frutos naturais, industriais e civis e retira proveito econômico da
coisa, remanesce em poder do nu-proprietário o conteúdo do direito, isto é, a faculdade
de disposição da coisa em sua própria substância, podendo alienar, instituir ônus real ou
dar qualquer outra forma de disposição ao objeto, apesar de despido dos outros
importantes atributos.
‘’Trata-se do “direito real de fruição das utilidades e frutos de uma coisa,
enquanto temporariamente destacado da propriedade” (GONÇALVES, 2009,
p.227). Tal modalidade implica na transferência de alguns dos poderes
inerentes à propriedade, quais sejam eles: uso e fruição.’’

SERVIDÃO
Já a servidão é um direito real sobre imóvel alheio que impõe um encargo (ônus)
ao prédio serviente em favor do prédio dominante. O objetivo da servidão é tornar a
propriedade do prédio dominante mais útil ou condizente com sua finalidade. a servidão
predial constitui restrição imposta um imóvel para uso e utilidade de outro pertencente a
dono diverso. Cuida-se de direito real instituído em favor de um prédio reputado
dominante sobre outro serviente, o qual pertence a outrem.
Elenca-se como suas características primaciais o fato de constituir relação entre
dois prédios distintos, pertencentes a donos diversos, sendo que a servidão serve a coisa
e não ao dono, não sendo presumida, mas sim comprovada constituindo-se por meio de
declaração expressa do proprietário, ou por testamento e posterior registro junto ao
Cartório de Registro de Imóveis; constituindo ademais direito real, acessório, de
duração indefinida e indivisível; por fim inalienável.
Classificam-se quanto ao modo de exercício em contínuas quando exercidas
independentemente de ação humana geralmente de forma ininterrupta e descontínuas
quando o seu exercício está condicionado a algum ato humano atual, como na servidão
de trânsito e na de retirada de água.

DO USO E HABITAÇÃO
Destarte, o direito de uso abrange, para além do uso da coisa, a obtenção dos
frutos dessa mesma coisa; o direito de uso implica a fruição para a satisfação direta das
necessidades do titular e da sua família, enquanto que o direito de habitação não inclui
nenhuma modalidade de fruição, apenas o direito de habitar a casa. O uso constitui
direito real que autoriza uma pessoa a retirar, temporariedade, de coisa alheia, todas as
utilidades para atender às suas próprias necessidades e às de sua família.
Distingue-se do usufruto pelo fato de o usufrutuário auferir o uso e a fruição da
coisa, enquanto que o usuário tem um direito restrito aos limites de suas necessidades e
de sua família conforme estatui o artigo 1.412 do CC.
O direito real de habitação consiste em prerrogativa temporária de ocupar
gratuitamente casa alheia, para moradia do titular e de sua família, configurando-se
como modalidade ainda mais restrita que o uso.
Extingue-se pelos mesmos modos do usufruto, conforme o disposto no artigo
1.416 do CC. Ademais, constitui-se por meio da lei (art.1831) ou por meio de ato de
vontade seja mediante contrato ou testamento devidamente registrado (art. 167 da LRP).

SUPERFÍCIE
Sobre o Direito Real de Gozo, a Superfície a qual está prevista nos artigos 1.369 a
1.377 do CC, conforme Carlos Roberto Gonçalves:
‘’Trata-se de direito real de fruição ou gozo sobre coisa alheia, oriundo
do direito romano, pelo qual o proprietário concede a outrem o direito de
construir ou de plantar em seu terreno, por tempo determinado, mediante
escritura pública devidamente registrada no Cartório de Registro de Imóveis,
como se pode inferir da leitura do artigo 1.369 do CC.’’

Todavia, que o direito real de superfície não autoriza a realização de obras no


subsolo, salvo se inerente ao objeto da concessão. Ademais, o direito real de superfície é
o que mais se aproxima do direito de propriedade concentrando todos os poderes
inerentes à propriedade (usar, fruir e dispor), salvo o de reivindicar.
Para Mariana Pereira Diniz, a Superfície:
“direito real de fruição de coisa alheia, que não atinge a propriedade por afastar a acessão”
Assim, podendo se dar de forma gratuita ou onerosa, isto é, mediante pagamento
de valor fixo à vista ou em parcelas.
Durante o período de concessão deverá o superficiário arcar com todos os
encargos e tributos que incidam sobre o imóvel como se dono fosse, uma vez que essas
constituem obrigações ‘’propter rem’’.
Nada obsta a transferência desse direito a outrem, podendo se dar inclusive sem
autorização da concedente, desde que seja assegurado a ele o direito de preferência.
Outrossim, o superficiário tem preferência em caso de eventual venda do terreno (art.
1.373, CC e art.22 do Estatuto da Cidade).

DIREITOS DE GARANTIA
Os direitos reais de garantia, previstos no art. 1.420 do atual Código
Civil, conferem ao credor a prerrogativa de obter o pagamento de uma dívida com o
valor ou renda do bem aplicado, de forma exclusiva, para sua satisfação
Art. 1.420. Só aquele que pode alienar poderá empenhar, hipotecar ou dar em anticrese; só os
bens que se podem alienar poderão ser dados em penhor, anticrese ou hipoteca.

PENHOR
Previsto no art. 1.225, VIII, CC, penhor é o direito real que vincula um bem
móvel ao pagamento de uma dívida. É de salientar que bens imóveis também poderão
ser objeto de penhor, desde que possam ser mobilizados, como acontece com as
colheitas pendentes, onde os frutos separados passam a ser considerados bens móveis.
Para que haja penhor é necessária a existência de um débito, cujo pagamento é
realizado com o produto da venda do bem dado em garantia, caso não aconteça
pagamento voluntário por parte do devedor. Adimplida a obrigação, o bem dado em
garantia é devolvido.

EXTINÇÃO

São casos de extinção do penhor a extinção da obrigação; o perecimento da


coisa (a dívida, porém, continuará exigível); a renúncia do credor; a confusão, quando
na mesma pessoa se confundir as qualidades de credor e dono da coisa; e a
adjudicação, remição ou venda da coisa empenhada, feita pelo credor ou por pessoa
por ele autorizada.

HIPOTÉCA
Prevista nos artigos 1.473 a 1.505 do Código Civil de 2002, a hipoteca nada
mais é que uma garantia de pagamento de uma dívida, como um empréstimo ou
financiamento por exemplo, contraída por pessoa física ou jurídica, através da oferta
de um bem, normalmente um imóvel como garantia, nesses casos, caso o devedor não
honre com suas obrigações corretamente, o bem hipotecado pode ser tomado pelo
credor para a quitação da dívida.
As principais características da hipoteca são: (a) é direito real de garantia, de
modo que adere ao bem e é dotada de oponibilidade geral; (b) é acessória, pois não se
concebe garantia sem uma obrigação a ser garantida, a qual segue a sorte; (c) tem por
objeto coisa imóvel, navios e aeronaves. Como direito real imobiliário, é em si mesma
classificada como bem imóvel; (d) tem como objeto coisa do devedor ou de terceiros,
nada impede que o hipotecante seja pessoa diversa do devedor; (e) a posse da coisa
hipotecada permanece com o proprietário, seja devedor ou terceiro, sem transferência
ao credor; (f) é indivisível, porque enquanto não satisfeita integralmente a dívida,
subsiste por inteiro sobre a totalidade dos bens gravados; (g) é temporária, tendo como
uma das causas de extinção a perempção, ou usucapião da liberdade, com
cancelamento do registro, após o prazo de 30 anos.

Você também pode gostar