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Sentença Arbitral

Negociação, Mediação e Arbitragem


Professor: Antonio Gilberto de Moura
Força da sentença arbitral
• O art. 31 da Lei de Arbitragem estabelece que a sentença arbitral
produz os mesmos efeitos da sentença judicial e, sendo
condenatória, constitui título executivo judicial (art. 515, VII, do
CPC).
• Assim, por exemplo, a sentença arbitral dá ensejo a: protesto no
tabelionato competente (art. 517 do CPC) e hipoteca judiciária (art.
495 do CPC).
• A sentença arbitral pode ser condenatória, constitutiva, declaratória
ou meramente homologatória (art. 28 da L.A.), podendo ainda ser
definitiva (resolve o mérito) ou terminativa (não resolve o mérito,
sendo necessário procurar o Sistema Judiciário).
• Os árbitros podem proferir sentenças parciais (art. 23, §1º, da L.A.).
• Normalmente, a sentença arbitral é fracionada: julga-se
primeiramente o mérito (sentença parcial) e depois, se necessário,
promove-se a liquidação (sentença final).
• A prolação da sentença arbitral põe fim à arbitragem.
Prazo para a sentença arbitral
• A sentença arbitral será proferida por escrito
(art. 24, caput, da L.A.) no prazo estipulado
pelas partes ou, nada tendo sido
convencionado, no prazo de 6 meses (art. 23,
caput, da L.A.).
• As partes e os árbitros, de comum acordo,
podem prorrogar o prazo para proferir a
sentença final (art. 23, §2º, da L.A.).
Requisitos da sentença arbitral
• O art. 26 da L.A. (em semelhança ao art. 489 do
CPC) traz como requisitos obrigatórios da
sentença arbitral:
I - o relatório, que conterá os nomes das partes e um
resumo do litígio;
II - os fundamentos da decisão, onde serão analisadas
as questões de fato e de direito, mencionando-se,
expressamente, se os árbitros julgaram por equidade;
III - o dispositivo, em que os árbitros resolverão as
questões que lhes forem submetidas e estabelecerão o
prazo para o cumprimento da decisão, se for o caso;
IV - a data e o lugar em que foi proferida.
Custas com a arbitragem
• O art. 27 da L.A. coloca que a sentença arbitral
decidirá sobre a responsabilidade das partes
acerca das custas e despesas com a arbitragem,
bem como sobre verba decorrente de litigância
de má-fé, se for o caso, respeitadas as
disposições da convenção de arbitragem, se
houver.
• E se uma das partes não tem condições de pagar
os valores da arbitragem, inclusive para a sua
instauração?
Embargos arbitrais
(pedido de esclarecimentos)
Art. 30. No prazo de 5 (cinco) dias, a contar do recebimento da
notificação ou da ciência pessoal da sentença arbitral, salvo se outro
prazo for acordado entre as partes, a parte interessada, mediante
comunicação à outra parte, poderá solicitar ao árbitro ou ao tribunal
arbitral que:
I - corrija qualquer erro material da sentença arbitral;
II - esclareça alguma obscuridade, dúvida ou contradição da sentença
arbitral, ou se pronuncie sobre ponto omitido a respeito do qual devia
manifestar-se a decisão.
Parágrafo único. O árbitro ou o tribunal arbitral decidirá no prazo de
10 (dez) dias ou em prazo acordado com as partes, aditará a sentença
arbitral e notificará as partes na forma do art. 29.

• Não devem ser aceitos os embargos com efeitos infringentes.


• A partir da decisão sobre os embargos arbitrais começa a correr o
prazo decadencial de 90 dias para propositura de eventual ação
anulatória (art. 33, §1º, da L.A.)
Invalidação da sentença arbitral
• Os incisos do art. 32 da L.A. coloca que a sentença arbitral será nula
se:
I - for nula a convenção de arbitragem;
II - emanou de quem não podia ser árbitro;
III - não contiver os requisitos do art. 26 desta Lei;
IV - for proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
V - (Revogado pela Lei nº 13.129, de 2015);
VI - comprovado que foi proferida por prevaricação, concussão ou
corrupção passiva;
VII - proferida fora do prazo, respeitado o disposto no art. 12, inciso III,
desta Lei; e
VIII - forem desrespeitados os princípios de que trata o art. 21, § 2º, desta
Lei.

• Hipóteses de error in procedendo e não de error in judicando.


Ação anulatória
• O art. 33 da L.A. coloca que a ação para a invalidação
da sentença arbitral, total ou parcial, com base nas
hipóteses do art. 32, seguirá as regras do CPC.
• A ação deverá ser proposta no prazo de 90 dias após o
recebimento da notificação da sentença, parcial ou
final, ou da decisão sobre o pedido de esclarecimento
(§1º do art. 33).
• A legitimidade passiva da ação anulatória é da parte
sucumbente no procedimento arbitral.
• A sentença que julgar procedente o pedido
determinará, se for o caso, que o árbitro ou o tribunal
profira nova sentença arbitral (§2º do art. 33).
Homologação de sentença arbitral
estrangeira
• O procedimento de homologação de sentença
arbitral estrangeira seguirá o que está descrito
nos tratados internacionais com eficácia no
ordenamento brasileiro (art. 34 da L.A.), na Lei de
Arbitragem (arts. 34 a 40 da L.A.), no Regimento
Interno do STJ (arts. 216-A a 216-X do RISTJ) e no
CPC (arts. 960 a 965 do CPC).
• De acordo com o parágrafo único do art. 34 da
L.A., sentença arbitral estrangeira é aquela
proferida fora do território brasileiro (critério
territorial - ius solis)
Necessidade de homologação
• De acordo com o art. 35 da L.A. a sentença
arbitral estrangeira, para ser reconhecida ou
executada no Brasil, precisa ser apenas
homologada no STJ (estado de destino), não
necessitando de homologação no país de origem.
• O STJ faz apenas uma análise de delibação, não
adentrando no mérito da questão decidida pela
sentença arbitral estrangeira.
• A execução da sentença arbitral estrangeira será
feita na Justiça Federal de 1º grau.
Hipóteses de não homologação
Os arts. 38 e 39 da L.A. apresentam hipóteses nas quais deverá ser recusada a
homologação:
a) Incapacidade das partes na convenção de arbitragem;
b) Invalidade da convenção de arbitragem segundo a lei à qual as partes a
submeteram;
c) Ausência da notificação da designação do árbitro ou do procedimento
de arbitragem;
d) Violação do princípio do contraditório, impossibilitando a ampla defesa;
e) Sentença arbitral proferida fora dos limites da convenção de arbitragem;
f) Inadequação da arbitragem ao compromisso ou à cláusula
compromissória;
g) Falta de obrigatoriedade, anulação ou suspensão da decisão por órgão
judicial do país onde a sentença arbitral for prolatada;
h) Ser objeto do litígio insuscetível de resolução por arbitragem;
i) Ofensa à ordem pública.

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